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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
ÍNDICE
Direitos Humanos e Responsabilidade do Estado�������������������������������������������������������������������������������������������2
Alguns Elementos da História para a Compreensão do Fenômeno Estado���������������������������������������������������������������2
A Revolução Francesa (Século XVIII)������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
A Construção do Papel do Estado por meio das Gerações ou Dimensões ����������������������������������������������������������������4
Da Realização dos Direitos Humanos pelo Estado (Garantias Sociais)�����������������������������������������������������������������5
Do Controle dos Abusos do Estado����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������5
Em Termos de Garantias Internacionais dos Direitos Humanos��������������������������������������������������������������������������������5

Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
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Direitos Humanos e Responsabilidade do Estado


O Estado é um corpo político administrativo, delimitado juridicamente e territorialmente e
constituído por forma de poder soberana, com a função de garantir os direitos dos que o constituem
e o bem-estar social. Formado sobre três pilares fundamentais, que permitem sua articulação, o Exe-
cutivo, o Legislativo e o Judiciário, o Estado possui responsabilidades nas áreas política, econômica e
social, que devem garantir a eficiência, a estabilidade e a equidade social.
No entanto, ao falarmos de Direitos Humanos, o Estado surge como fenômeno garantidor e des-
trutivo, isto é, possui um lado positivo e outro negativo: o Estado que garante é o mesmo que pode
violar os Direitos Humanos.

Alguns Elementos da História para a Compreensão do Fenômeno Estado


A Revolução Francesa (Século XVIII)
˃˃ PERÍODO: 05 de maio de 1789 a 09 de novembro de 1799
→→ Contexto Histórico:

˃˃ A França do século XVIII vivia um momento terrível de crise financeira, mas que não impedia
os privilégios concedidos à Nobreza e ao Clero, privilégios estes financiados pelos impostos
pagos por parte da população (burguesia).
˃˃ O envolvimento da França na Guerra dos Sete Anos (derrota) e na Guerra de Independência dos
Estados Unidos.
˃˃ A péssima administração e as condenações injustas por parte do Monarca Absolutista.
˃˃ A junção dos diversos fatores citados acima mais a insatisfação popular crescente.
→→ Causas:
˃˃ O absolutismo real.
˃˃ A crise financeira, fruto dos custos com as Guerras em que a França teve Participação.
˃˃ A influência dos ideais iluministas, que pregavam uma ruptura com a ideologia medieval de
organização.
˃˃ A ascensão burguesa, que ao mesmo em tempo que crescia em espaço comercial e político, res-
pondia pelo aumento desenfreado de impostos.

Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com
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→→ A sociedade francesa era dividida em:

˃˃ 1º Estado = Clero

˃˃ 2º Estado = Nobreza

˃˃ 3º Estado = Povo

AS TRÊS FASES DA REVOLUÇÃO FRANCESA


1º FASE
˃˃ Convocação de Assembleia (com um voto de cada Estado) dos Estados Gerais pelo rei Luís XVI,
em 05 de maio de 1789.
˃˃ Pela situação econômica, o Rei propôs um novo Imposto cobrado do 1º e 2º Estado.
˃˃ Nova votação para imposto sobre 3º Estado. Decidido imposto sobre o povo que já sofria abusos
tributários.
˃˃ O 3º Estado não concordou e declarou Assembleia Geral Nacional; o Rei ficou surpreso. O 3º
Estado exigia a instauração de uma Constituição.
˃˃ A Bastilha (fortaleza onde se encontravam os condenados) foi invadida.
˃˃ Após a Queda da Bastilha, foi formada uma Constituinte a partir da Assembleia Geral Nacional
e, a partir da Constituinte, a Constituição.
˃˃ A Constituinte declarava fim a privilégios de nascimento e feudais, igualdade para todos
perante a lei, direito à propriedade.
˃˃ Juramento que deu origem ao lema francês da Revolução: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
˃˃ Em 1791, a Constituição estabelecia uma Monarquia Parlamentar.
˃˃ A opressão do povo continuou, por meio da cobrança abusiva de impostos.

2º FASE
˃˃ Proclamação da República Girondina: transferência do poder real para a Burguesia; fim da Mo-
narquia.
˃˃ Na tentativa de restaurar o Poder, o Rei Luís XVI se aliou à Áustria, que queria invadir a França.
˃˃ Ao descobrirem, os burgueses condenaram o Rei Luís XVI à guilhotina e este então foi decapi-
tado (1793).
˃˃ Os Jacobinos assumiram o poder e propuseram uma nova Constituição.
˃˃ A maior parte da Constituição agradou a população.
˃˃ O governo dos Jacobinos se tornou ditatorial. Segundo eles, para estabelecer o poder e preservar
as conquistas, era preciso IMPOR O PODER.
˃˃ A ordem era de utilizar a guilhotina sempre que necessário. Esse período ficou conhecido como
Era do Terror.
˃˃ A fase ditatorial e repressora dos Jacobinos levou os Girondinos a darem um golpe que daria
início à Terceira Fase.

3º FASE
˃˃ O fim do período Girondino abriu espaço para o Diretório e o fim da participação popular na
Revolução (1794).
˃˃ O Diretório propunha uma proteção maior aos burgueses, e estes temiam a queda do Diretório
apoiando uma intervenção militar.
˃˃ O general que havia retornado do Egito, Napoleão Bonaparte, deu um golpe no diretório, com
apoio da burguesia, e instaurou um Consulado, 1799, o 18 de Brumário. Tinha início a Era Na-
poleônica.

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A Revolução Francesa foi um momento da História, que, além de marcar o início da Idade Con-
temporânea, serve de exemplo para a análise das responsabilidades do Estado, e como esse Estado
estabelecido em prol do bem comum pode se tornar autoritário e violar vários direitos.

Teorema de Rousseau (1712-1778) sobre o Contrato Social


Encontrar uma forma de associação que defenda e proteja de toda a força comum,
a pessoa e os bens de cada associado, e pela qual cada um, unindo-se a todos, só
obedeça, no entanto, a si mesmo e continue tão livre quanto antes.
O que Rousseau traz como reflexão é a condição do Estado enquanto o corpo depositário das li-
berdades individuais e naturais. Rousseau acreditava em uma associação que preservasse os direitos
naturais do homem e sempre olhou com desconfiança a natureza do Estado. Para Rousseau, a fina-
lidade do Estado (e o que confirma sua legitimidade) é promover os direitos naturais do homem. Se
isto não ocorre, o Estado é ilegítimo.
Outra concepção que poderíamos analisar é a concepção marxista de Estado:

“O Governo do Estado moderno é apenas um comitê para gerir os negócios


comuns de toda a burguesia.”
Karl Marx (1818-1883)

O Estado em Marx é extremamente classicista, ele não representa o todo, represen-


ta apenas os interesses de uma parte da sociedade, a parte dominante. A solução: a
ascensão de uma ideologia igualitária, sem resquícios de capitalismo.
O socialismo chega ao Estado (Revolução Russa, 1917), e as ideias de Marx, por meio das ações de
Lênin, estavam prontas para pôr em prática a igualdade e a liberdade de todos. No entanto, o fruto
do socialismo foi o autoritarismo.
A análise contemporânea do Estado em relação aos Direitos Humanos localiza-se em duas vertentes:
˃˃ a efetivação dos Direitos Humanos;
˃˃ o controle sobre o poder estatal como pressuposto de garantia dos Direitos Humanos.

A Construção do Papel do Estado por meio das Gerações ou Dimensões


GERAÇÕES OU DIMENSÕES DOS DIREITOS HUMANOS
Direitos Humanos Direitos Humanos Direitos Humanos de
de 1º geração ou de 2º geração ou 3º geração ou dimensão
dimensão dimensão
Surgem com a Revolu- Surgem com a queda do O papel do Estado é de
ção Francesa, afirmam- Estado Liberal e apare- proteger, não o homem
se durante os séculos cimento de um Estado individual, mas o coletivo,
XVIII e XIX. Tinham de bem-estar social. O no sentido de entender
como função a limita- que está em jogo não são que todos têm dignidade,
ção do poder estatal e mais as individualida- enquanto seres humanos,
a garantia de liberdade des, e sim as categorias. sem nenhum tipo de dis-
para os indivíduos ou tinção.
grupos.
Podemos ainda falar dos Direitos Humanos de 4º Geração
Direitos que levam em consideração o avanço científico e o respeito a uma ética que
valorize o sistema biológico humano. Exemplo: Declaração Universal sobre o Genoma
Humano e os direitos Humanos.

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Em qualquer uma das gerações, nota-se que a eficiência da ação estatal deve-se em grande parte
por sua organização por meio:
Da Realização dos Direitos Humanos pelo Estado (Garantias Sociais)
˃˃ Programa Nacional dos Direitos Humanos;
˃˃ Política Nacional dos Direitos Humanos;
˃˃ Leis que garantam o mínimo de dignidade ao indivíduo:
»» Lei n. 8.742. – da assistência social;
»» Lei n. 11. 105 – Organismos Geneticamente modificados;
»» Lei n. 8.078 – proteção do consumidor;
»» Lei 8080 – do direito à Saúde;
»» Lei 10.710 – das gestantes;
»» Entre muitas outras...
Do Controle dos Abusos do Estado
Primeiramente, a formação estrutural de tripartição garante já de início que uma parte do Estado
aja em vigilância ao outro. Isto não é de agora:
˃˃ Poder Executivo: responsável pela efetivação das leis; concentrado nas mãos do regente ou monarca;
˃˃ Poder Legislativo: responsável pela elaboração das leis; formado pela Câmara dos Parlamentares;
˃˃ Poder Judiciário (Montesquieu acreditava na monarquia parlamentar): soluciona problemas em
termos de jurisprudência.
Além, é claro, de diversos mecanismos de proibição de abusos do Estado, como:
˃˃ Lei 5.250 – sobre a livre manifestação do pensamento;
˃˃ Lei 4.898 – sobre abuso de autoridade;
˃˃ Lei 5.869 – Art. 133 – danos por parte de juízes.

A tripartição dos Poderes pode ser considerada uma forma interna de controle e
equilíbrio do Estado ao permitir a fiscalização entre os setores do próprio poder.
As diversas leis que visam proteger o indivíduo, na verdade, estão garantindo que
os Direitos Humanos estejam sendo respeitados.

Em Termos de Garantias Internacionais dos Direitos Humanos


Os indivíduos têm Legitimidade para recorrer em âmbito internacional por algum direito que
esteja sendo violado (legitimidade garantida pelo Pacto San José da Costa Rica).

Lei Maria da Penha – Lei 11.340, de 2006


Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos
termos do § 8° do art. 226 da Constituição Federal.
A Cearense Maria da Penha Maia Fernandes sofria diversas agressões de seu marido.
As tentativas de assassinato por parte do companheiro levaram-na a ficar paraplégica.
Seu agressor foi condenado a oito anos de prisão, mas, com o aparato jurídico, per-
maneceu apenas 2 anos detido. O fato chegou a instâncias internacionais, à Comissão
Interamericana de Direitos Humanos e à Organização dos Estados Americanos. Foi
considerado como o primeiro crime de violência doméstica da história.
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Exercícios
01. A noção de Direitos Humanos foi-se expandindo no decorrer da história, de forma que se
passou a falar em diferentes “gerações” ou “dimensões” de direitos. As chamadas primeira,
segunda e terceira gerações de direitos compreendem alguns direitos assegurados de forma
pioneira em relação à fase histórica anterior, dentre os quais podem ser citados, na ordem
cronológica de cada geração, os direitos.
a) sociais, à autodeterminação dos povos e econômico.
b) econômico, políticos e ao desenvolvimento.
c) civis, ao desenvolvimento e políticos.
d) políticos, ao meio ambiente sadio e sociais.
e) civis, sociais e à paz.
02. Assinale a alternativa correta acerca da classificação dos Direitos Humanos em gerações.
a) A quarta geração de direitos é marcada pelos avanços sociais.
b) As liberdades políticas e civis marcam a segunda geração de direitos.
c) A terceira geração de direitos constitui direitos de igualdade.
d) Os direitos de fraternidade, como o progresso e a paz, são elementos dos direitos de primeira
geração.
e) A quarta geração de direitos é ligada aos direitos tecnológicos, como o direito de informação.
03. Assinale a alternativa que corretamente disserta sobre aspectos conceituais dos Direitos
Humanos em sua evolução histórica.
a) Os Direitos Humanos da terceira dimensão marcam a passagem de um Estado autoritário
para um Estado de Direito e, nesse contexto, o respeito às liberdades individuais, em uma
perspectiva de absenteísmo estatal, fruto do pensamento liberal-burguês do século XVIII.
b) Os direitos de quarta dimensão, ou direitos de liberdade, têm como titular o indivíduo, são
oponíveis ao Estado, traduzem-se como faculdades ou atributos da pessoa e ostentam uma
subjetividade que é seu traço mais característico, sendo assim, direitos de resistência ou
oposição ao Estado.
c) Os direitos fundamentais da primeira dimensão são marcados pela alteração da sociedade
por profundas mudanças na comunidade internacional, identificando-se consequentes al-
terações nas relações econômico-sociais, sobretudo na sociedade de massa, fruto do desen-
volvimento tecnológico e científico.
d) Os direitos da quinta dimensão são direitos transindividuais que transcendem os interesses
do indivíduo e passam a se preocupar com o gênero humano, com altíssimo teor de huma-
nismo e universalidade, inserindo-se o ser humano em uma coletividade que passa a ter
direitos de solidariedade ou de fraternidade.
e) A evidenciação de direitos sociais, culturais e econômicos, correspondendo aos direitos de
igualdade, sob o prisma substancial, real e material, e não meramente formal, mostra-se
marcante nos documentos pertencentes ao que se convencionou classificar como segunda
dimensão dos Direitos Humanos.
Gabarito
01 - E
02 - E
03 - E.

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