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Estabilidade de Tensão

 Estabilidade de Tensão é a capacidade que o sistema elétrico de


potência possui em manter os perfis de tensão adequados, tanto
em condições normais de operação como em condições de
perturbações severas. (Carson Taylor)

 Carson W. Taylor, “Power System Voltage Stability”, McGraw-Hill,


1994.

1
Prof. Luís Fernando Costa Alberto – Escola de Engenharia de São Carlos – Universidade de São Paulo
Cenários de Instabilidade de Tensão
• Grandes Perturbações;
– Dinâmicas Rápidas (Motores de Indução,
HVDC)
– Dinâmicas Lentas (OLTC, Cargas
Termostáticas)
• Pequenas Perturbações;
• Variações Lentas e Previsíveis de Carga.
– Dinâmicas Muito Lentas;

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Técnicas de Análise de
Estabilidade de Tensão
• Grandes Perturbações:
– Dinâmicas Rápidas (Similar ao Problema de
Estabilidade Transitória)
– Dinâmicas Lentas (Mid-Term Stability
Analysis, Método QSS)
• Pequenas Perturbações:
– Linearização e Autoanálise;
• Variações Lentas e Previsíveis de Carga:
– Análise Estática (Equilíbrio);

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Análise Estática de Estabilidade de
Tensão
• Modelo Dinâmico:

x = f ( x, λ )

λ parametrização da variação da carga;

λ varia lentamente (Dinâmicas Desprezadas):


0 = f ( x, λ ) Equações de Balanço de
Potência

Estudo de Bifurcação de Equilíbrios


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Estabilidade de Tensão
Variações Lentas de Carga

• λ varia lentamente
• Dinâmicas dos geradores desprezadas
• Variáveis de interesse – Tensões nas barras de carga

Modelo: 0 = f (x, y, λ )
0 = g ( x, y, λ )

Com uma simplificação adicional no modelo dos geradores:

Equações de Balanço de
0 = h( y, λ ) Potência nas Barras de Carga

Estudo de Bifurcações em Equações Algébricas

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Estabilidade de Tensão - Crescimento Lento de Carga
Exemplo Simples:

2 Variáveis

PL − B21V1dV2 q = 0
QL + B22V22d + B22V22q + B21V1dV2 d = 0

3 Parâmetros

PL
1ª Equação → Equação Auxiliar V2 q =
B21V1d
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Estabilidade de Tensão - Crescimento Lento de Carga
2 Variáveis

PL − B21V1dV2 q = 0
QL + B22V22d + B22V22q + B21V1dV2 d = 0

3 Parâmetros

PL
1ª Equação → Equação Auxiliar V2 q =
B21V1d
2ª Equação → Equação de Bifurcação

2
B V Q P
V22d + 21 1d V2 d + L + 2 L 2 = 0
B22 B22 B21V1d
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Estabilidade de Tensão - Crescimento Lento de Carga
2ª Equação → Equação de Bifurcação

2
B V Q P
V22d + 21 1d V2 d + L + 2 L 2 = 0
B22 B22 B21V1d

Mudança de Coordenadas:

B21V1d
V2 d =v−
2B22
Equação de Bifurcação Sela-Nó (Codimensão 1):

2 2 2
Q P B V
v 2 + L + 2 L 2 − 21 21d =
0
B22 B21V1d 4 B22

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Estabilidade de Tensão - Crescimento Lento de Carga
QL PL2 B212 V12d
v +
2
+ 2 2 − 2
=
0
B22 B21V1d 4 B22
Diagrama de Bifurcação

v 2 + µ(PL , QL , B22 ) = 0

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Curva PV – Variáveis Originais
1.6

Solução de
1.4
Alta Tensão

1.2 Ponto de Máximo


Carregamento
1
|V|

0.8

0.6 Solução de
Baixa Tensão
0.4

0.2
0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8
P [p.u.]
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Estabilidade de Tensão - Crescimento Lento de Carga

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Teoria de Bifurcações
• Principais causas de Instabilidade de
Tensão devido a variações lentas de
carga:
– Bifurcação Sela-Nó;
– Bifurcação de Hopf;
– Bifurcação Estrutural (Induzida por limite).

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Teoria de Bifurcações
Estabilidade Estrutural

x = f ( x, λ ) = f λ ( x)
O campo vetorial fλo é estruturalmente estável se existir ε>0
tal que fλ seja topologicamente equivalente a fλo para todo
λ satisfazendo |λ-λo|< ε.

• Mesmo número de equilíbrios;


• Equilíbrios de mesmo tipo.

λ é um valor de bifurcação se fλ não for estruturalmente estável.


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Teorema da Função Implícita
f : Rn × Rm → Rn classe C k , k ≥ 1
f ( xo , λo ) = 0
Dx f ( xo , λo ) é invertível (matriz não singular)

Então existem vizinhanças Vn e Vm e uma única função ψ tal que:


f (ψ (λ ), λ ) = 0 para todo λ ∈ Vm

Além disto,
f ( x, λ ) ≠ 0 se ( x, λ ) ∈ Vm × Vn e x ≠ ψ (λ )

Conclusão: Persistência dos Equilíbrios e de seus respectivos tipos.

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Bifurcação Sela-Nó
Equação característica:

x x 2 + µ
=

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Bifurcação Sela-Nó
x = F ( x, µ )

Ponto de Bifurcação:

 F ( xo , µo ) = 0
∂F
 ( xo , µo ) é singular e possui um único autovalor nulo
∂x

 Degenerescência quadrática

 Condição de transversalidade

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Métodos para Análise de
Bifurcações Sela-Nó
• Singularidade da Matriz Jacobiana:
– Determinante
– Autovalores
– Valores Singulares
• Métodos Diretos
• Método da Curva PV

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Singularidade da Matriz Jacobiana
• Determinante;
• Autovalores;
• Valores Singulares;

• Problemas:
– Alto esforço computacional para o cálculo de todos
os autovalores/valores singulares;
– Difícil determinar o autovalor de interesse para
avaliação de margem de estabilidade.
– Detecta bifurcação sela-nó mas não detecta Hopf

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Menor Autovalor em Módulo

Sistema 39 barras do IEEE


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Método Direto – Sela Nó
Condições Necessárias:

f ( x, µ ) = 0
Dx f ( x, µ )v = 0

2n+1 Incógnitas: x ∈ R n , µ ∈ R, v ∈ R n

vT v = 1

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Métodos da Curva PV
 Sucessivos Fluxos de Carga
 Método da Continuação – CPFLOW
 “Look-Ahead”

WECC – Western Electricity Coordinating Control - Margen 5% (N-1)


ONS – Operador Nacional do Sistema Interligado – Margen 6% (N-1)

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Método da Curva PV – Sucessivos
Fluxos de Carga
• Ponto de Máximo
Carregamento –
Singularidade da
matriz Jacobiana
• Incrementa-se a
Carga até que o Fluxo
de Carga não convirja
• O Fluxo de Carga
para de convergir
antes do ponto de
máximo carregamento

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CPFLOW – Método da Continuação
Mais Rápido e Confiável que Sucessivos Fluxos de Carga

1. Parametrização
2. Preditor
3. Corretor
4. Controle de Passo

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CPFLOW - Parametrização
1. Parametrização em μ
2. Parametrização em alguma componente xk
3. Parametrização pelo comprimento do arco

f ( x1 ,  xn , µ ) = 0

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CPFLOW - Preditor
f ( x1 ,  xn , µ ) = 0

∂f ∂f ∂f ∂f
∆x1 + ∆x2 +  + ∆xn + ∆µ = 0
∂x1 ∂x2 ∂xn ∂µ

Fixamos uma variável:

 ∂f1 ∂f1 ∂f1 


∆xk = ±1 
 ∂x ∂xn ∂µ   ∆x1   0 
 1    
        0 
=
 x   x0  d x   ∂f n 
∂f n ∂f n  ∆xn   0 
 λ  =  λ  + σ ⋅  dλ   ∂x
 1
∂xn ∂µ   ∆µ  ± 1

   0    1 0 

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Sistema Sul Brasileiro - 45 barras, no qual 35 são do tipo PQ, 9 do tipo PV e uma barra slack.

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Sistema Sul - Caso Base - CPFLOW

 Máxima carga =1,3323 pu

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Sistema Sul – Cont. Joinvile - Blumenau - CPFLOW

 Máxima Carga=1,2108pu.

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Sistema Sul Brasileiro - Caso Base – Look Ahead

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Sistema Sul Brasileiro – Conting. 375-376 – Look Ahead

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Relatório de Margem de Cargas – Sistema Reduzido Sul Brasileiro
Carregamento Estimados Carregamento Tensão Crítica Look- Tensão Crítica
Casos
Look-Ahead CPFLOW Ahead CPFLOW

base 1,28 1,28 0,69 0,68


380-396 1,16 1,15 0,64 0,65
370-408 1,22 1,22 0,71 0,69
382-398 1,18 1,17 0,73 0,72
379-380 1,17 1,17 0,82 0,83
367-368 1,21 1,21 0,70 0,69
367-396 1,21 1,21 0,70 0,71
367-437 1,22 1,22 0,67 0,67
368-370 1,18 1,18 0,76 0,75
368-399 1,21 1,21 0,67 0,67
375-376 1,19 1,19 0,68 0,67
375-382 1,13 1,13 0,62 0,62
376-377 1,21 1,21 0,73 0,72
378-379 1,18 1,18 0,57 0,58
382-398 1,18 1,17 0,70 0,70
391-398 1,21 1,21 0,69 0,71
396-437 1,22 1,21 0,68 0,69
408-414 1,21 1,21 0,69 0,70
430-432 1,22 1,22 0,71 0,71
430-433 1,22 1,22 0,71 0,71
432-433 1,22 1,22 0,71 0,71

392-393 O Fluxo de carga divergiu


366-386 O Fluxo de carga divergiu
369-370 O Fluxo de carga divergiu

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Carregamento Estimado Carregamento Tensão Crítica Tensão Crítica **Carregamento Estimado
Casos
Look-Ahead CPFLOW Look-Ahead CPFLOW (violação de tensão)
normal 1,28 1,28 0,69 0,68 1,048
380-396 1,16 1,15 0,64 0,65 houve violação de tensão
370-408 1,22 1,22 0,71 0,69 1,046
382-398 1,18 1,17 0,73 0,72 houve violação de tensão
379-380 1,17 1,17 0,82 0,83 1,057
367-368 1,21 1,21 0,70 0,69 1,01
367-396 1,21 1,21 0,70 0,71 houve violação de tensão
367-437 1,22 1,22 0,67 0,67 1,008
368-370 1,18 1,18 0,76 0,75 1,026
368-399 1,21 1,21 0,67 0,67 houve violação de tensão
370-371 1,19 1,19 0,75 0,75 houve violação de tensão
371-372 1,21 1,21 0,69 0,70 1,041
371-374 1,21 1,21 0,71 0,71 1,038
372-374 1,20 1,20 0,71 0,70 1,051
374-375 1,22 1,22 0,66 0,68 1,042
375-376 1,19 1,19 0,68 0,67 1,026
375-382 1,13 1,13 0,62 0,62 houve violação de tensão
376-377 1,21 1,21 0,73 0,72 houve violação de tensão
378-379 1,18 1,18 0,57 0,58 houve violação de tensão
382-398 1,18 1,17 0,70 0,70 houve violação de tensão
391-398 1,21 1,21 0,69 0,71 1,043
396-437 1,22 1,21 0,68 0,69 houve violação de tensão
408-414 1,21 1,21 0,69 0,70 1,047
430-432 1,22 1,22 0,71 0,71 1,028
430-433 1,22 1,22 0,71 0,71 1,036
432-433 1,22 1,22 0,71 0,71 1,047

392-393 O Fluxo de carga divergiu


366-386 O Fluxo de carga divergiu
369-370 O Fluxo de carga divergiu

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Bifurcação Induzida por Limite

Caso Estável Caso Instável

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Exemplo SVC

V1 = 1.0 pu
VrefSVC = 1.0 pu
x12 = 0.5 pu
xSVC = 0.05 pu
Barra 3 – PV se Bmin<B<Bmax

Barra 3 – PQ se B<Bmin ou B>Bmax


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Exemplo SVC
1.4

Curva Pré-Limite
1.2

0.8
V2

0.6

Curva Pós=Limite
0.4

0.2
Bmax=0.4
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4
P

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2.5
Exemplo SVC
Curva Pós-Limite
2

1.5
Curva Pré-Limite
V2

0.5
Bmax=1.0

0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8
P

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Supercrítica Bifurcação de Hopf

Subcrítica
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Bifurcação de Hopf
x = F ( x, µ )
Ponto de Bifurcação:

 F ( xo , µo ) = 0
∂F
 ( xo , µo ) possui um par de autovalores puramente imaginários
∂x e todos os outros possuem parte real diferente de zero
d
{Re{λ ( µ )}} ≠ 0
Im

Re

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Root Locus – Bifurcação de Hopf

Sistema IEEE 14 barras


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Bifurcações de Hopf e o Método da
Curva PV

• O equilíbrio continua existindo depois da bifurcação de


Hopf.
• O método da curva PV não detecta bifurcações de Hopf.

•Recomendação: Calcular os autovalores

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Método Direto - Hopf
Condições Necessárias:
f ( x, µ ) = 0
Dx f ( x, µ )v = ( jω )v v = vr + jvI

3n+2 Incógnitas: x ∈ R n , µ ∈ R , ω ∈ R , vR ∈ R n , vI ∈ R n

 Dx f ( x, µ )vR = −ω vI
Dx f ( x, µ )(vR + jvI=
) ( jω )(vR + jvI ) 
 Dx f ( x, µ )vI = ω vR

vRT vR + vIT vI = 1
vRT vI = 0

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