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Unidade 1 - O Processo da Comunicação

1.1 - O que é Comunicação?

Para que possamos compreender o Desenho Técnico como uma forma


universal de comunicação, precisamos saber primeiramente o que é comunicação.

Comunicação é o processo pelo qual as pessoas se relacionam trocando


informações, conhecimentos, ideias, etc.

Para que possa haver a Comunicação alguns elementos são indispensáveis.


São eles:

 Emissor - É aquele que deseja comunicar-se enviando a mensagem;

 Receptor - Aquele a quem se destina a mensagem;

 Canal - O meio material. O suporte físico que transporta a


mensagem.

 Mensagem - As informações a serem transmitidas;

 Código - Sistema de elementos lingüísticos e de regras para combiná-


los, e que deve ser conhecido tanto pelo emissor quanto pelo
receptor.
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Observe o texto a seguir:

jEn aŸrch'' h\n oJ lovgoı, kai oJ lovgoı e\n pro;ı to;n qeo;n, kai; qeoŸı e\n oJ lovgoı.
(KATA IWHANNHN 1 - 1)

Torna-se impossível reconhecer o que está escrito no texto acima se o


receptor não conhecer o código no qual o emissor enviou a mensagem. Por este
motivo dizemos que o processo da comunicação não se completou.

1.2 - O Desenho como forma de Comunicação

Antes mesmo de existir a História propriamente dita, ou seja, ainda na Pré-


História, o desenho já era utilizado como forma de comunicação.

Desenho das cavernas de Skavberg (Noruega)


do Período Mesolítico (6000 - 4500 a. C.)

Uma das primeiras expressões de escrita utilizada foi o desenho, em forma de


hieróglifos, pelos egípcios.
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Um dos primeiros desenhos técnicos executados na antiguidade e que foram


encontrados foi a planta baixa de uma fortaleza suméria gravada numa placa de
pedra.

1.3 - Desenho Técnico X Desenho Artístico

Existe uma grande diferença entre as grandes obras dos grandes pintores e os
trabalhos de desenho técnico. Não estou me referindo apenas ao valor das obras,
mas a uma outra diferença que vem fazer a distinção destes dois tipos de desenho.
Analise esta obra e escreva num papel à parte o que você vê na gravura:

"O Grito" - Edvard Munch (1893).


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Analise esta outra figura e escreva num papel à parte o que você vê.

Mesmo sem conhecermos todos as regras e normas do desenho técnico, se


fizermos uma enquete na turma quanto às interpretações dos dois desenhos, não
surgirão divergências quanto a este desenho, ao contrário do primeiro. Diante disso
podemos afirmar que a principal diferença entre o Desenho Artístico e o Desenho
Técnico é que:
O Desenho Artístico permite várias interpretações, de acordo com o
observador; e o Desenho Técnico permite uma única interpretação.
Um artista não tem o compromisso de retratar fielmente a realidade. Ele
transmite suas ideias e seus sentimentos de maneira pessoal. Sendo assim temos
que: O Desenho Artístico é a manifestação de um artista, expressando seus
sentimentos, condição social, política, religiosa, etc.

"Guernica" - Pablo Picasso (1937)


Retratando o horror da Guerra Civil Espanhola
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A Última Ceia - Leonardo da Vinci (1495-1497)


Retratando a Religiosidade do artista e sua interpretação deste fato histórico.

O Desenho Técnico é a representação gráfica de um objeto, peça ou ideia. E é


formado por um conjunto de traços, símbolos, números e indicações escritas,
de acordo com normas técnicas.

No Brasil a entidade responsável por normatizar o Desenho Técnico é a ABNT.


Associação Brasileira de Normas Técnicas.
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Pesquise na Internet e conheça mais a fundo algumas normas sobre o Desenho


Técnico:

NBR 10647 –Desenho técnico – Norma Geral;

NBR 10068 – Folha de desenho – Leiaute e dimensões;

NBR 13142 – Dobramento;

NBR 8402 – Execução de caracteres para escrita em desenho técnico;

NBR 8196 – Emprego de escalas em desenho técnico;

NBR 8403 – Aplicação de linhas em desenhos – Tipos de linhas –


Largura de linhas;

NBR 10067 - Princípios gerais de representação em desenho técnico;

NBR 10126 – Cotagem em desenho técnico;

NBR 10076 – Cortes e seções;

NBR 12298 – Representação de área de corte por meio de hachuras


em desenho técnico;

NBR ISSO 10209-2 – Documentação técnica de produto – Vocabulário.


Parte 2: Termos relativos aos métodos de projeção.
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Unidade 2 - A Geometria e o Desenho Técnico

Seria impossível falarmos sobre Desenho Técnico sem antes relembrarmos


alguns conceitos fundamentais de geometria, base para toda figura.

2.1 - Figuras Geométricas Elementares

Ponto - É a figura geométrica mais simples. Não tem dimensão, isto é, não tem
altura, nem comprimento, nem largura.
No Desenho, o ponto é representado pelo cruzamento de duas linhas. Para
identificá-lo utilizamos letras maiúsculas do alfabeto latino.

Lê-se: Ponto A, Ponto B e Ponto C.

Linha - Podemos imaginar a linha como um segmento infinito de pontos dispostos


sucessivamente. O Deslocamento de um ponto também gera uma linha. As linhas
podem ser retas ou curvas.

 Linha Reta, ou Reta - A Reta é ilimitada, isto é, não tem início nem fim e, apesar de
não poder ser mensurada, possui apenas uma dimensão: o comprimento. As retas
são identificadas por letras minúsculas do alfabeto latino.

 Semi-reta - Tomando um ponto qualquer de uma reta, dividimos a reta em duas


partes, chamadas semi-retas. A semi-reta sempre tem um ponto de origem, mas não
tem fim.
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O ponto A deu origem a duas semi-retas.

 Segmento de reta - Tomando dois pontos distintos sobre uma reta, obtemos um
pedaço limitado de reta. A esse pedaço de reta, limitado por dois pontos, chamamos
segmento de reta. Os pontos que limitam o segmento de reta são chamados de
extremidades. No exemplo a seguir temos o segmento da reta CD, que é
representado da seguinte maneira: .

 Plano - Podemos ter uma ideia do que é o plano observando uma parede ou o
tampo de uma mesa. Você pode imaginar o plano como sendo formado por um
conjunto de retas dispostas sucessivamente numa mesma direção. O plano é
ilimitado, não tem início nem fim. Apesar disso, no desenho, costuma-se representá-
lo limitado por linhas fechadas:
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Para identificarmos um plano, utilizamos letras minúsculas do alfabeto grego:


Por exemplo, a (alfa), b (beta) e g (gama), que podemos ver representados nas
figuras acima. O plano tem apenas duas dimensões, normalmente chamadas
comprimento e largura.

2.2 - Figuras Geométricas Planas

Dizemos que uma figura qualquer é plana quando todos os seus pontos estão
situados no mesmo plano.
Temos por exemplo algumas figuras planas que serão de grande importância
para o desenvolvimento na nossa disciplina:

As figuras planas com três ou mais lados são chamadas polígonos.

2.3 - Sólidos Geométricos

Quando uma figura tem seus pontos situados em diferentes planos temos um
sólido geométrico. Veja na figura abaixo a diferença entre uma figura plana e um
sólido geométrico:

Os sólidos geométricos têm três dimensões: comprimento, largura e altura.


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2.4 - Sólidos de Revolução

Alguns sólidos geométricos, chamados sólidos de revolução, podem ser


formados pela rotação de figuras planas em torno de um eixo. Rotação significa
literalmente ação de rodar, dar uma volta completa. A figura plana que dá origem ao
sólido de revolução chama-se figura geradora. A linha que gira ao redor do eixo
formando a superfície de revolução é chamada linha geratriz.

O cilindro, o Cone, e a esfera são os principais sólidos de revolução.

 Cilindro - O cilindro é um sólido geométrico, limitado lateralmente por uma


superfície curva. Você pode imaginar o cilindro como resultado da rotação de um
retângulo ou de um quadrado em torno de um eixo que passa por um de seus lados.
Veja a figura abaixo. No desenho, está representado apenas o contorno da
superfície cilíndrica. A figura plana que forma as bases do cilindro é o círculo. Note
que o encontro de cada base com a superfície cilíndrica forma as arestas.

Cone - O cone também é um sólido geométrico limitado lateralmente por uma


superfície curva. A formação do cone pode ser imaginada pela rotação de um
triângulo retângulo em torno de um eixo que passa por um dos seus catetos. A figura
plana que forma a base do cone é o círculo. O vértice é o ponto de encontro de
todos os segmentos que partem do círculo. No desenho está representado apenas o
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contorno da superfície cônica. O encontro da superfície cônica com a base dá


origem a uma aresta.

 Esfera - A esfera também é um sólido geométrico limitado por uma superfície curva
chamada superfície esférica. Podemos imaginar a formação da esfera a partir da
rotação de um semicírculo em torno de um eixo, que passa pelo seu diâmetro. Veja
os elementos da esfera na figura abaixo:

O raio da esfera é o segmento de reta que une o centro da esfera a qualquer um de


seus pontos. Diâmetro da esfera é o segmento da reta que passa pelo centro da
esfera unindo dois de seus pontos.
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2.5 - Construção Geométrica

Para prosseguirmos nos estudos de Desenho Técnico, faz-se necessário


relembrarmos alguns conceitos básicos sobre:

a) Retas Perpendiculares;
b) Retas paralelas;
c) Mediatriz;
d) Bissetriz;
e) Polígonos Regulares;
f) Linhas Tangentes; e
g) Circunferências.

 Retas Perpendiculares - São ditas Perpendiculares duas retas que são


concorrentes e formam entre si quatro ângulos retos.

 Retas Paralelas - Duas retas são paralelas quando estão situadas no mesmo plano
e não se cruzam.
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 Mediatriz - É uma reta perpendicular a um segmento de reta que divide este


segmento em duas partes iguais.

 Bissetriz - É um segmento de reta que tem origem no vértice de um ângulo e divide


este ângulo em duas partes iguais.

 Polígonos - São todas as figuras planas fechadas,Os polígonos regulares têm todos
os lados iguais e todos os ângulos iguais. O polígono regular é inscrito quando
desenhado com os vértices numa circunferência.

Quadrado Quadrado inscrito


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 Linhas Tangentes - São linhas que têm um só ponto em comum e não se cruzam.
O ponto comum às duas linhas é denominado Ponto de Tangência. Os centros das
duas circunferências e o ponto de tangência estão situados numa mesma reta.

 Circunferência - Podemos entender circunferência como sendo uma linha que


percorre uma distância de 360° e cujos pontos desta distância percorrida estão
eqüidistantes de um mesmo ponto central denominado raio.
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Unidade 3 - Desenho Técnico - Generalidades

4.1 - Material Utilizado em Desenho Técnico

 Pranchetas de Desenho - Uma mesa, normalmente inclinável, na qual seja possível


manter pranchas de desenho em formatos grandes (como o A0) e onde se possam
instalar réguas "T" ou paralelas.

 Esquadros - São instrumentos de desenho na forma de triângulos retângulos,


encontrados sempre em pares, sendo um esquadro isóscele (com ângulos de 45°) e
o outro escaleno (com ângulos de 30° e 60°). Os mais apropriados são fabricados
em acrílico e têm, pelo menos, 2 mm de espessura.
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 Lapiseira - São usadas para desenhar e escrever. As lapiseiras mais comuns para
escrever são a 0,7mm e 0,5mm. O grafite é classificado de acordo com o grau de
dureza em duros, médios e macios e são identificados pelas séries H e B. Quanto
mais H, mais duros e quando mais B mais moles e os médios em HB ou F.

 Borracha - Material utilizado para apagar traços. Deve ser mole de grão n° 1 para
apagar os traços do grafite. Para os traços a lápis duros ou feitos a tinta, a borracha
deverá ser dura e áspera. Em ambos os casos, o tipo prismático é o mais
aconselhável por ser de fácil aplicação em seus vértices e nas pequenas áreas do
desenho.

 Réguas - Usa-se réguas para a execução de traços retos e medir segmentos de


reta. Devem possuir uma graduação nítida. Geralmente, a escala utilizada nas
réguas é o milímetro. Podemos citar três tipos de réguas utilizadas em Desenho
Técnico:

Régua "T" Régua Paralela Régua Milimetrada Escolar


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 Compasso - São Instrumentos de desenho empregados para traçar


circunferências e arcos com precisão e transportar medidas. As pontas, seca e
do grafite, devem trabalhar alinhadas e a ponta do grafite deverá ser chanfrada
externamente.

 Folhas para o Desenho - Normalmente, as folhas mais usadas para o desenho


técnico são do tipo sulfite. As folhas devem seguir os padrões do desenho técnico.
No Brasil, a ABNT adota o padrão ISO: usa-se o módulo de 1m2 cujas dimensões
seguem uma proporção equivalente a raiz quadrada de 2 (1189 X 841). Esta é a
chamada folha A0, assim como à metade desta denominamos A1, e assim
sucessivamente.

A0 = (1189 X 841)*
A1 = (841 X 594)*
A2 = (594 X 420)*
A3 = (420 X 297)*
A4 = (294 X 210)*
*(Em mm)

Quando houver a necessidade de arquivamento de uma folha de desenho,


sendo este maior do que o formato A4, o resultado final do dobramento deverá
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corresponder às dimensões do formato A4, havendo a obrigatoriedade da legenda


aparecer na parte frontal da folha. (NBR 13142)

Observe a figura a seguir:

Dobramento de cópia para folha A3.

4.2 - Linhas Empregadas em Desenho Técnico

A NBR 8403 normatiza os tipos de linhas e seu devido emprego em Desenho


Técnico. As linhas e seus respectivos empregos são assim denominadas:

 Linha de Contorno Visível - É uma linha contínua e larga e serve para traçar os
contornos e as arestas visíveis do objeto.
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 Linha de Contorno Invisível - É a linha que representa o contorno invisível do


objeto, ou seja, os contornos e arestas existentes e impossíveis de serem
enxergadas do ponto de vista do observador. É construída com uma linha tracejada.

 Linha de Eixo, Centro e Simetria - Construída com uma linha estreita de traço e
ponto, é utilizada para definir o Eixo, Centro ou a Simetria de uma peça ou objeto.

 Linha de Cota - É a linha que se utiliza para determinar-se as medidas das peças
representadas. Deve ser traçada paralelamente à linha de contorno do objeto e
distante aproximadamente 9mm deste. É terminada por limitadores que poderão ser
uma seta, um ponto ou um traço oblíquo.
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 Linha Auxiliar ou de Extensão - Serve para finalizar a superfície que se deseja


cotar. Deve ser perpendicular ao objeto dimensionado e não deve ultrapassar mais
que 3mm, aproximadamente, da última linha de cota. É uma linha contínua e
estreita.

 Linha de Corte - Serve para mostrar por onde se imagina um corte feito na seção
da peça. É uma linha estreita composta por traço e ponto, sendo mais larga nas
extremidades e nas mudanças de direção. As setas indicam a direção do corte e as
letras maiúsculas repetidas a localização.

 Linha de Ruptura ou Encurtamento - Serve para indicar que uma peça não está
desenhada totalmente. É uma linha contínua e estreita, podendo ser construída a
mão livre ou ziguezague.
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 Linha de Chamada ou Referência - É uma linha reta que faz um ângulo de 60°
com a horizontal. Deve ser terminada sem símbolos, se conduzir a uma linha de
cota; com um ponto, se terminada dentro do objeto representado; com uma seta, se
conduzir ou contornar a aresta do objeto representado.

 Linha de hachura - Serve para indicar uma superfície representada em corte ou o


material que é confeccionado a peça. É uma linha estreita a 45° em relação a base
ou a linha do eixo do objeto.

 Linha de Contorno Auxiliar - Serve para indicar a posição limite de peças móveis e
cantos antes da conformação. É construída com linha estreita de um traço e dois
pontos.
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Unidade 4 - Perspectiva Isométrica

Quando olhamos para um objeto, temos a sensação de profundidade e


relevo. As partes que estão mais próximas de nós parecem maiores e as partes
mais distantes aparentam ser menores.
A fotografia mostra um objeto do mesmo modo como ele é visto pelo olho
humano, pois transmite a ideia de três dimensões: Comprimento, largura e altura.
O desenho, para transmitir essa mesma ideia, precisa recorrer a um modo
especial de representação gráfica: a Perspectiva. Existem diferentes tipos de
perspectivas, veja como fica a representação de um cubo em três tipos diferentes de
perspectivas:

Cada tipo de perspectiva mostra o objeto de um jeito. Comparando as três


formas de representação, você pode notar que a perspectiva isométrica é a que dá
a ideia menos deformada do objeto. ISO quer dizer mesma; MÉTRICA quer dizer
medida. A Perspectiva Isométrica mantém as mesmas proporções do comprimento,
da largura e da altura do objeto representado. Além disso, o traçado da perspectiva
isométrica é relativamente simples. Por estas razões, neste curso, começaremos
estudando este tipo de perspectiva.
Em Desenho Técnico, é comum representar perspectivas por meio de
esboços, que são desenhos feitos rapidamente e à mão livre. Os esboços são muito
úteis quando se deseja transmitir, de imediato, a ideia de um objeto.
Lembre-se que o objetivo deste curso NÃO é transformá-lo num desenhista;
no entanto, exercitando o traçado da perspectiva, você estará se familiarizando com
as formas dos objetos, o que é uma condição essencial para um bom desempenho
na leitura e interpretação de desenhos técnicos.
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4.1 - Eixos Isométricos

O desenho da perspectiva isométrica é baseado num sistema de três semi-


retas que têm o mesmo ponto de origem e formam entre si três ângulos de 120°.
Veja:

Estas semi-retas, assim dispostas, recebem o nome de EIXOS


ISOMÉTRICOS. Cada uma das semi-retas é um eixo isométrico. Os eixos
isométricos podem ser representados em posições variadas, mas sempre formando,
entre si, ângulos de 120°. O traçado de qualquer perspectiva isométrica sempre
partirá dos eixos isométricos.

4.2 - Linha Isométrica

Outro elemento muito importante para o traçado da perspectiva isométrica é a


linha isométrica. Qualquer reta paralela a um eixo isométrico é chamada linha
isométrica. Observe a figura:
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As retas r, s, t, e u são linhas isométricas.


 r e s são linhas isométricas porque são paralelas ao eixo y;
 t é isométrica porque é paralela ao eixo z;
 u é isométrica porque é paralela ao eixo x.

As linhas não paralelas aos eixo isométricos são chamadas linhas não
isométricas. A reta v, na figura abaixo, é um exemplo de linha não isométrica:

Verifique a posição das retas p, q, r, e s em relação aos eixos isométricos e


indique aquelas que são isométricas de que eixo são paralelas, respectivamente:

Para começarmos a desenhar a perspectiva isométrica, utilize seu caderno de


desenho folha A3 e, após construir os eixos isométricos, desenhe o prisma conforme
a figura abaixo:

Onde:
c = Comprimento (120mm)
l = Largura (40mm)
h = Altura (60mm)
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Analise os modelos abaixo e faça um X naqueles que apresentam apenas


linhas isométricas:

Observe que em perspectiva isométrica, de uma forma geral, as linhas de


contorno invisíveis normalmente são omitidas. Esta regra é ignorada apenas quando
a presença destas linhas se tornam imprescindíveis à descrição da peça. No
entanto, outro recurso pode ser utilizado: mudar a posição do desenho.

4.3 - Perspectiva Isométrica de superfícies inclinadas

As superfícies inclinadas, quando representadas em perspectiva isométrica


não acompanham as direções dos eixos isométricos. A forma mais correta para
traçarmos estas superfícies é marcas o comprimento dos catetos que determinam a
inclinação da superfície (hipotenusa), nas arestas dos objetos.
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4.4 - Perspectiva Isométrica de círculos e elementos circulares

Algumas peças apresentam partes arredondadas, elementos arredondados


ou furos, como mostram os exemplos abaixo:

Um círculo, visto de frente, tem sempre a forma redonda. Entretanto, quando


imprimimos um movimento de rotação ao círculo, ele aparentemente muda, pois
assume a forma de uma elipse.

O círculo representado em perspectiva isométrica tem sempre a forma de


uma elipse. O próprio círculo, elementos circulares ou partes arredondadas podem
aparecer em qualquer face do modelo ou da peça e sempre serão representados
com forma elíptica.
A perspectiva isométrica do círculo sempre será uma elipse inscrita na face
de um quadrado isométrico.
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Para construirmos uma elipse seguiremos os seguintes passos:

1° PASSO - Construir um quadrado em perspectiva isométrica cujo lado seja o


mesmo tamanho do diâmetro da circunferência;

Determinar o ponto médio dos


segmentos de reta que são os lados do
quadrado em perspectiva.

2° PASSO - Com a ponta seca do compasso apoiada num dos vértices de maior
ângulo (2), devemos traçar um arco que irá de uma interseção à outra dos
segmentos de reta opostos ao vértice.

Deverá ser repetido este passo para o


vértice oposto de maior ângulo (1),
completando assim os dois maiores
arcos da elipse.
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3° PASSO - Com os arcos maiores traçados, os centros 3 e 4 estarão nos


cruzamentos dos segmentos de reta que unem os centros 1 e 2 aos pontos médios
dos lados opostos.

4° PASSO - Nos centros 3 e 4 traçar arcos concordantes com os arcos traçados


anteriormente.

Reforçar os arcos de circunferência de


forma que as linhas construtivas fiquem
em segundo plano.

Com os arcos reforçados devemos dar


início à operação de apagar as linhas de
construção.
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Para colocarmos em prática o que aprendemos nesta sub-unidade e


desenvolvermos esta operação tão importante vamos representar em nosso caderno
de desenho folha A3 as seguintes figuras:

1°) Um cubo em perspectiva isométrica


com lado 60mm.

2°) Um cilindro em perspectiva


isométrica conforme o exemplo:

3°) A peça ao lado em perspectiva


isométrica.
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UNIDADE 5 - PROJEÇÃO ORTOGONAL


É o método de representar um objeto tridimensional por meio de projeções
sobre os planos bidimensionais. A representação de objetos tridimensionais por
meio de desenhos bidimensionais foi idealizada por Gaspard Monge. Este sistema
é denominado Geometria Descritiva.

Gaspard Monge
(Beaune, 10 de maio de 1746 - Paris, 28 de julho de 1818)

Devido ao desenvolvimento industrial, foi necessário padronizar a nível global


a linguagem utilizada em desenho técnico. Atualmente a maioria dos países que
utilizam a Geometria Descritiva adotam a Projeção Ortogonal no 1° Diedro. No
entanto, os Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Japão adotam a Projeção
Ortogonal no 3° Diedro.
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Ao interpretar um desenho técnico procure identificar, de imediato, em que diedro


ele está representado.

O símbolo ao lado indica que o


desenho técnico está representado no 1°
Diedro. Este símbolo aparece no canto
inferior direto da folha de papel dos
desenhos técnicos, dentro da legenda.

Quando o desenho técnico estiver


representado no 3° Diedro, você verá
este outro símbolo:

5.1 Projeção Ortogonal em 1° Diedro

As projeções ortogonais no 1° diedro seguem um princípio básico que determina que


o objeto a ser representado deva estar entre o observador e o plano de projeção.
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No desenho técnico identificamos cada vista pela posição que ela ocupa no
conjunto. Não há necessidade, portanto, de indicar por escrito seus nomes. As
linhas projetantes auxiliares também não são representadas. Observe novamente o
modelo e suas vistas ortográficas:

O ponto de partida pra determinar as vistas necessárias é escolher o lado da


peça que será considerado como frente. Normalmente, considerando a peça em sua
posição de trabalho ou de equilíbrio, toma-se como frente o lado que melhor define a
forma da peça. Quando os dois lados definem bem a forma da peça, escolhe-se o
lado de maior comprimento.

Para uma melhor compreensão, observe o desenho a seguir:

Onde:
1. Vista Frontal ou Elevação: Mostra a projeção frontal do objeto;
2. Vista Superior ou planta: Mostra a projeção vista de cima e fica posicionada
abaixo da vista frontal;
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3. Vista Lateral Esquerda ou Perfil: Mostra a projeção vista pelo lado esquerdo
e fica posicionada à direita da vista frontal;
4. Vista Lateral Direita: Mostra a projeção vista pelo lado direito e fica
posicionada do lado esquerdo da vista frontal;
5. Vista Inferior: Mostra a projeção sendo vista de baixo e fica posicionada
acima da vista frontal; e
6. Vista Posterior: Mostra a Projeção sendo vista de trás e fica posicionada
totalmente à direita da vista frontal.

Em quase todas as situações a utilização das vistas Frontal, Superior e


Lateral Esquerda são suficientes para representar completamente o objeto.

Contudo, as demais vistas poderão ser usadas desde que sua utilização se faça
necessária à compreensão do desenho.
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5.2 - Projeção ortogonal em 3° Diedro

Assim como no 1° diedro, qualquer projeção no 3° diedro também segue um


princípio básico.
Para fazer qualquer projeção no 3° diedro, o plano de projeção deverá estar
posicionado entre o observador e o objeto, conforme a figura abaixo:

O plano de projeção precisa ser transparente (como uma placa de vidro), e o


observador, por trás do plano de projeção, puxa as projetantes do objeto para o
plano.

A figura abaixo mostra os rebatimentos dos planos que compõem a "caixa de


vidro", onde cada plano se movimenta 90° em relação ao outro.
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Onde:
1. Vista Frontal ou Elevação: Mostra a projeção frontal do objeto;
2. Vista Superior, ou Planta: Mostra a projeção vista de cima e fica posicionada
acima da vista frontal;
3. Vista Lateral Direita: Mostra a projeção vista pelo lado direito e fica
posicionada à direita da vista frontal;
4. Vista Lateral Esquerda ou Perfil: Mostra a projeção vista pelo lado esquerdo
e fica posicionada à esquerda da vista frontal;
5. Vista Inferior: Mostra a projeção sendo vista de baixo e fica posicionada
abaixo da vista frontal; e
6. Vista Posterior: Mostra a projeção sendo vista de trás e fica posicionada
totalmente à esquerda da vista frontal.

Vistas Principais
No 3° diedro as vistas mais utilizadas, que acabam se constituindo nas vistas
preferenciais, são o conjunto formado pelas vistas Frontal, Superior e Lateral
Direita. A figura acima mostra as vistas principais e a figura abaixo as vistas
preferenciais.
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POSIÇÕES RELATIVAS À VISTA FRONTAL:


1° Diedro 3° Diedro

A vista Superior fica embaixo A Vista Superior fica em cima


A Vista Inferior fica em cima A Vista Inferior fica embaixo
A Vista Lateral Esquerda fica à direita A Vista Lateral Esquerda fica à esquerda
A Vista Lateral Direita fica à esquerda A Vista Lateral Direita fica à Direita
A Vista Posterior fica à extrema direita A Vista Posterior fica à extrema esquerda

Antes de prosseguirmos com a nova unidade, vamos colocar em prática os


conhecimentos obtidos representando em Projeção Ortogonal as peças a seguir:
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Unidade 6 - Cotagem
Segundo a NBR 10126 da ABNT, cotagem é uma representação gráfica no
desenho da característica do elemento, através de linhas, símbolos, notas e valor
numérico numa unidade de medida.
As cotas devem fornecer uma perfeita ideia de todas as dimensões, não
deixando dúvidas que justifiquem futuros cálculos.

Os elementos fundamentais de uma cotagem são:


1. Linha de cota;
2. Linha auxiliar ou de extensão;
3. Cota propriamente dita; e
4. Os limites da linha de cota.

Ex.:

As linhas de cota são finas, traçadas paralelamente às dimensões do objeto e


distantes aproximadamente 7 mm da linha de contorno visível, assim como entre
linhas de cotas.
As linhas de extensão não devem ultrapassar a linha de cota em mais de 3
mm aproximadamente. (Se houverem mais do que uma linha de cota paralela, esta
situação se referirá à última linha)
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6.1 - Cotagem de um rebaixo

Observe a figura:

Este modelo tem um elemento, o rebaixo. Para cotar o rebaixo, necessitamos


de duas cotas: a do comprimento e a da profundidade ou altura. As fotos abaixo
mostram como são tomadas estas medidas:

Medida do comprimento do rebaixo: 36.

Medida da profundidade
Do rebaixo: 9

A vista onde estas duas cotas são melhor representadas é a vista frontal.
Podemos reparar que a largura do rebaixo coincide com a largura da peça. Por isso
não há necessidade de repetir esta cota para completar a ideia do tamanho do
rebaixo.
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Vejamos como fica o modelo com as cotas básicas e as cotas do elemento:

Neste exemplo não há necessidade de marcar cotas de localização do


rebaixo porque a posição deste elemento está determinada pelos limites da própria
peça.

5.2 - Cotagem de um rasgo

Este modelo tem um rasgo central passante transversal. Para executar a


cotagem da peça, além das medidas básicas, precisamos das medidas do tamanho
do rasgo. Duas cotas são necessárias para dimensionar o rasgo: a cota do
comprimento e a cota da profundidade ou altura. Como o rasgo atravessa
completamente a peça no sentido transversal, a largura do rasgo coincide com a
largura da peça.
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Vejamos como ficariam as cotas desta peça:

Na figura acima, podemos observar a linha de simetria. Ela aparece na vista


frontal e na vista superior indicando que o modelo e simétrico. Quando o modelo é
simétrico, as cotas de localização tornam-se dispensáveis.
No entanto, a peça também poderia sofrer a cotagem sem a indicação da
linha de simetria. Neste caso, é necessário indicar a localização do elemento:

A cota 20, ao lado da cota do comprimento do rasgo, indica a localização do


elemento, isto é, a distância do elemento em relação à face direita da peça, tomada
como referência.
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5.3 - Cotagem de furo

Passemos à análise deste modelo:

Note que o furo não é centralizado. Neste caso, além das cotas que indicam o
tamanho do furo, necessitamos também das cotas de localização. A vista onde o
furo aparece com maior clareza é a vista frontal. Esta será, portanto, a vista
escolhida para cotagem do elemento.

Para facilitar a execução da peça, a localização do furo deve ser determinada


a partir do centro do elemento. Duas cotas de localização são necessárias: A
distância vertical e horizontal da aresta da direita e superior.
44

Vejamos como fica o desenho técnico do modelo com furo passante, com as
cotas básicas e as cotas de tamanho e de localização do elemento:

5.4 - Regras para cotagem de elementos diversos:

As linhas de eixo, de centro, arestas e contornos não podem ser usadas como
linhas de cota, permitindo-se entretanto, que sirvam como linhas de extensão. A
linha de dentro quando usada como linha de extensão, deve continuar como linha de
centro até a linha de contorno do objeto.
Ex.:
45

As cotas maiores deverão ser colocadas por fora das menores, evitando o
cruzamento de linhas; porém, se isso ocorrer, as linhas não devem ser interrompidas
no ponto de cruzamento.
Ex.:

Os limites da linha de cota podem representados por traços oblíquos, pontos


ou setas, embora a última seja a mais utilizada.
Ex.:

A seta tem um comprimento aproximado de 3mm e sua largura é


aproximadamente 1/3 do seu comprimento.

5.4 - Cotagem de curvaturas


Na cotagem de raios somente uma seta de limitação de cota é utilizada.
Podendo ser dentro ou fora do contorno.
46

Existem dois métodos de cotagem, mas somente um deve ser utilizado num
mesmo desenho:

1° método:

As cotas devem estar localizadas acima e paralelas as suas linhas de cotas e


preferivelmente no centro, de modo que possam ser lidas da base e/ou do lado
direito do desenho.
Cotas em linhas inclinadas e angulares devem ser empregadas nas formas
apresentadas abaixo:

2° método:

As cotas devem ser lidas da base da folha de papel. As linhas de cotas


devem ser interrompidas, preferivelmente no meio, para inscrição da cota:
47

Para melhorar a leitura e a interpretação das cotas em circunferências do


desenho, são utilizados símbolos para mostrar a identificação das formas cotadas:

Ø = Diâmetro R ESF = Raio Esférico Ø ESF = Diâmetro Esférico

5.5 - Cotagens especiais:

5.5.1 - Cotagem em CADEIA ou cotagem em SÉRIE, na qual as cotas de uma


mesma direção são referenciadas umas nas outras, podendo acarretar durante o
processo de fabricação da peça a soma sucessiva dos erros cometidos na execução
de cada elemento cotado.

5.5.2 - Cotagem por ELEMENTO DE REFERÊNCIA é usado onde o número de


cotas da mesma direção se relacionar a um elemento de referência. A cotagem por
elemento de referência pode ser indicada por Cotagem em Paralelo ou por
Cotagem Aditiva.
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Cotagem em Paralelo - É a localização de várias cotas simples paralelas umas às


outras e espaçadas suficientemente para escrever a cota.

Cotagem Aditiva - Este tipo de cotagem pode ser usado quando houver limitação
de espaço e desde que não cause dificuldades na interpretação do desenho.

Vejamos uma mesma peça cotada utilizando a cotagem em paralelo e a cotagem


aditiva:
Cotagem em Paralelo Cotagem Aditiva
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5.5.3 - Cotagem de pequenas áreas

Quando os elementos estiverem próximos, quebramos as linhas de referência


para permitir a inscrição da cota no lugar apropriado:

5.5.4 - Cotagem por coordenadas

Pode ser prático reduzir-se a tabela para os pontos de intersecção das


malhas nos desenhos de localização onde são indicados.

5.5.5 - Cotagens de elementos especiais

As cotagens de cordas, arcos e ângulos são consideradas Cotagens


Especiais e devem ser feitas seguindo os exemplos a seguir:
50

Corda Arco Ângulo

Nas cotagens de chanfros e de faces escareadas, para se definir um


elemento angular são necessárias pelo menos duas cotas, informando os
comprimentos de seus dois lados ou o comprimento de um dos seus lados
associados ao valor de um dos seus ângulos.

Para evitar o contato com cantos vivos, nos objetos que serão manuseados, é
usual quebrar os cantos com pequenas inclinações denominadas chanfros. A
cotagem de chanfros segue os princípios utilizados na cotagem de elementos
angulares.

Da mesma forma, os cantos vivos dos furos também são quebrados com
pequenas superfícies inclinadas. As arestas dos furos são chamadas "escareadas".
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A cotagem das superfícies escareadas segue os mesmos princípios da


cotagem de elementos angulares comuns.

5.5.6 - Cotagem de elementos equidistantes ou repetidos

A cotagem de elementos equidistantes pode ser simplificada, uma vez que


não há a necessidade de se repetir todas as cotas. Os espaçamentos lineares
podem ser cotados indicando o comprimento total e o número de espaços. Para
evitar problemas de interpretação, é conveniente cotar um dos espaços e informar a
dimensão e a quantidade de elementos.

Quando os elementos não forem equidistantes, será feita a cotagem dos


espaços, indicando a quantidade de elementos.
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Os espaçamentos equidistantes angulares podem ser cotados indicando


somente o valor do ângulo de um dos espaços e da quantidade de elementos, mas
caso haja algum ângulo que não seja equidistante, cota-se individualmente.

Para evitar-se a repetição da mesma cota ou chamadas longas, podem ser


utilizadas letras de referências, em conjunto com uma legenda ou nota.

As vistas em meio corte só podem ser utilizadas para representar objetos


simétricos, e que a metade que aparece cortada também exista no lado não cortado.
Desta forma, as vistas em meio corte podem ser utilizadas para cotagem do objeto
utilizando linhas de cota somente com uma seta, indicando o limite da cota na parte
53

que aparece em corte (igualmente como é utilizado para indicar raios) e a ponta da
linha de cota que não tem seta deve se estender ligeiramente além do eixo de
simetria.

5.6 - Cotagem de desenhos em Perspectiva.

Diferentemente do que acontece nas projeções ortogonais que dispõem de


várias vistas, o que possibilita ao desenhista escolher qual a cotagem que melhor
corresponde à sua representação, nas perspectivas isométricas as linhas de cota
deverão orientar-se segundo as direções dos eixos isométricos. As linhas auxiliares
ou de extensão deverão orientar-se nas perpendiculares às arestas a cotar.
Os critérios de cotagem para desenhos em perspectiva são, em termos
gerais, os mesmos referidos para a perspectiva isométrica.

a) Desejável;

b) Aceitável;

c) Evitar;

d) Incorreta.

Na execução de um Desenho Técnico, a cotagem só deverá ser feita após a


conclusão do mesmo.
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Unidade 7 - Escalas

Existem objetos e peças que não podem ser representados em seu tamanho
real. Alguns são muito grandes para caber numa folha de papel, enquanto outros
são tão pequenos que, se os reproduzíssemos em seu tamanho real, seria
impossível analisar seus detalhes. Por esta razão existe a necessidade de ampliar
ou reduzir-se o tamanho do objeto, empregando assim a escala.
Escala é a relação entre as dimensões lineares em que um desenho foi
efetuado e as dimensões reais da peça. Nos desenhos em escala as medidas
lineares do objeto podem ser mantidas, reproduzidas ou aumentas, devendo esta
operação ser realizada PROPORCIONALMENTE.
A indicação da escala no desenho pode ser feita abreviando-se a palavra
ESCALA e utilizando-se a sigla ESC (tanto no corpo do desenho quanto na
legenda), seguida de dois numerais separados por dois pontos ( : ).
O numeral à esquerda dos dois pontos representa as medidas do
DESENHO e o numeral à direita dos dois pontos representa as medidas reais do
OBJETO. Desta forma, a escala pode ser apresentar-se de três formas distintas:

1. Escala Natural ;
2. Escala de Ampliação ; e
3. Escala de Redução.

7.1 - Escala Natural

Escala Natural é aquela em que o tamanho do desenho técnico é igual ao


tamanho real da peça. É representada da seguinte forma: 1 : 1 (um por um).
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7.2 - Escala de Ampliação

Escala de ampliação é aquela em que o tamanho do desenho é maior do que


o tamanho real do objeto. Na indicação da escala de ampliação, o numeral à
esquerda é sempre maior do que 1 e o numeral à direita dos dois pontos é sempre o
número 1. Apresenta-se da seguinte forma: (X > 1) : 1
Ex.:

7.3 - Escala de Redução


Denomina-se Escala de Redução aquela em que o tamanho do desenho é
menor do que o tamanho real do objeto. Na indicação da escala de redução, o
numeral à esquerda dos dois pontos é sempre o número 1 e o numeral à direita dos
dois pontos será sempre maior do que 1.
Apresenta-se da seguinte forma: 1 : (X > 1).
Ex.:
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Cabe salientarmos que os valores cotados no desenho serão sempre as


dimensões reais do objeto, e nunca as dimensões do desenho.
As dimensões angulares dos objetos também permanecerão inalteradas.
Ex.:

Existindo em uma folha desenhos com diferentes escalas, estes deverão vir
com a escala utilizada indicada abaixo de cada desenho, sendo a escala indicada na
legenda aquela que possuir a predominância.
Chama-se DETALHE alguma parte de um desenho que, pela sua reduzida
dimensão, não ficaria perfeitamente compreensível ou quando for impraticável
colocar as suas cotas. Neste caso, este detalhe do desenho deverá ser
representado à parte, em escala de ampliação.

As escalas recomendadas pela norma NBR 8196 da ABNT são:

CATEGORIA ESCALAS RECOMENDADAS


ESCALAS DE 100:1 50 : 1 20 : 1
AMPLIAÇÃO 10 : 1 5:1 2:1
ESCALA
1:1
NATURAL
ESCALAS DE 1:2 1:5 1 : 10
REDUÇÃO 1 : 20 1 : 50 1 : 100

Nota: Todas estas escalas podem ser ampliadas ou reduzidas à razão de 10.

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