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INSTITUTO DE TECNOLOGIA
FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA E BIOMÉDICA
Introdução à
Eletrônica Digital
APOSTILA - MINICURSO
Autores:
- ALFREDO JÚNIOR;
- GABRIEL BASTOS;
- ISAÍAS JEAN;
- JUAN COSTA;
- JULIANA SILVA;
- RAFAEL MACHADO;
- RAFAEL REZENDE;
- TADAO NAKAMARU;
Assim, pode-se dizer que a maior diferença entre variáveis analógicas e digitais é:
Analógicas = contínuas
Digitais = discretas (passo a passo)
Para obter as vantagens das técnicas digitais quando se lida com entradas e
saídas analógicas, esses passos devem ser seguidos:
2 SISTEMAS DE NUMERAÇÃO
Durante toda a história, assim como a palavra, o número também passou por
diversas mudanças na sua representação. Os símbolos “9”, “nove”, “IX”, são numerais
diferentes que representam o mesmo número, apenas escrito em idiomas e épocas distintas.
O sistema decimal é também chamado de sistema de base 10, pois possui 10 dígitos
e evoluiu do fato de que as pessoas possuírem 10 dedos, ao utilizarmos destes símbolos,
podemos representar qualquer quantidade.
Para fazemos uma contagem no sistema decimal, começamos com 0 na posição das
unidades e vamos tomando cada símbolo em progressão até atingirmos 9. Quando isso
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acontece, adicionamos 1 à posição de maior peso (MSD – Most Significant Digit) e mais
próxima, assim começamos de novo com o 0 na primeira posição. A figura 04 representa
esse processo da adição e saída do digito menos significativo para o mais significativo.
11 B
12 C
13 D
14 E
15 F
16 10
3 CONVERSÕES DE BASE
3.1 DECIMAL
A conversão de decimal para binária não é complicada, mas trabalhosa. Com isso,
deve-se prestar bastante atenção pois uma pequena distração pode acarretar o erro. Isso é
visto no método da divisão repetida do número decimal que consiste em dividir o número
constantemente por dois até que não se possa mais.
No exemplo acima, foi demonstrado que os restos das divisões de cima para baixo
foram alocados da direita para a esquerda para formar o número em binário.
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Um número na base decimal pode ser convertido para a base octal utilizando o
mesmo método de divisões sucessivas, semelhante ao usando para a conversão do sistema
decimal para binário, porém o diferencial é o fator de divisão ser 8 em vez de 2.
Semelhante com a forma de conversão do decimal para binário, temos que o ultimo
resto se torna o digito mais significativo (MSD) e o primeiro resto, se torna o digito menos
significativo (LSD), ou seja: 9810 = 1428.
Deve-se ter uma atenção durante a conversão, pois a base hexadecimal possui seis
letras que vão de A ao F, essas letras representam seis algarismos que vão de 1010 a 1510, a
conversão deve ser feita com cuidado, como mostra a conversão do número 388210:
Uma vez que: 1010 = A16 e 1510 = F16. Temos que: 388210 = F2A16.
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3.2 OCTAL
Um número na base octal pode ser convertido para o seu equivalente na base
decimal multiplicando-se cada digito pelo seu peso posicional. Por exemplo:
1448 → 1 × 82 + 4 × 81 + 4 × 80
1448 → 1 × 64 + 4 × 8 + 4 × 1
1448 → 64 + 32 + 4 = 10010
1448 = 10010
25318 → 2 × 83 + 5 × 82 + 3 × 81 + 1 × 80
25318 → 2 × 512 + 5 × 64 + 3 × 8 + 1 × 1
25318 → 64 + 32 + 4 = 136910
𝟐𝟓𝟑𝟏𝟖 = 𝟏𝟑𝟔𝟗𝟏𝟎
48 = 1002
38 = 0112
438 = 1000112
Outro exemplo mostra a conversão do número 446758 em binário:
48 = 1002
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48 = 1002
68 = 1102
78 = 1112
58 = 1012
446758 = 1001001101111012
18 = 0012
78 = 1112
28 = 0102
68 = 1102
17268 = 0011110101102
Agrupando em conjuntos de 4 em 4 Bits, encontramos o valor final da conversão:
00112 = 316
11012 = 𝐷16
01102 = 616
17268 = 0011110101102 = 3𝐷616
3.3 HEXADECIMAL
Um número na base hexadecimal pode ser convertido para seu equivalente na base
decimal usando o fato de que cada posição de digito na base hexa possui um peso que é uma
potência de 16. O processo é mostrado no exemplo da conversão do numero 2316 para a
base decimal:
2316 → 2 × 161 + 3 × 160
2316 → 2 × 16 + 3 × 1
2316 → 32 + 3 = 3510
2316 = 3510
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Importante lembrar que a base hexadecimal possui seis letras que vão de A a F, que
representam seis algarismos e durante a conversão para a base decimal, deve ser feita com
atenção, por exemplo na conversão do numero 2𝐴𝐹16 :
Como o algarismo 𝐴16 representa o algarismo 1010 e o algarismo 𝐹16 tem como
equivalente 1510 , basta substituir seus valores para a base decimal durante a conversão,
assim temos:
𝐵16 = 10112
216 = 00102
𝐹16 = 11112
𝐵2𝐹16 = 1011001011112
1012 = 58
1002 = 48
1012 = 58
1112 = 78
𝐵2𝐹16 = 1011001011112 = 54579
3.4 BINÁRIO
Nos números decimais, a cada dígito, maior seus caracteres irão representar. Por
exemplo, as dezenas possuem um peso 10 vezes maior que as unidades, por sua vez, as
centenas possuem um peso 10 vezes maior que as dezenas e 100 vezes maior que as
unidades. Dessa forma, se fossemos representar um número decimal 235, seria da forma:
No caso dos binários, cada bit será 2 vezes maior que a anterior. Com isso
para passar para decimal é só possuir esse raciocínio:
11012 = 1 × 23 + 1 × 22 + 0 × 21 + 1 × 20 = 13
11012 = (001)(101)
Para o hexadecimal, utiliza-se o mesmo raciocínio com o octal, mas agora serão
reunidos 4 bits em vez de 3, da direita para a esquerda. Dessa forma, para o número
0111101011:
4 ARITMÉTICA BINÁRIA
Foi visto que na computação, os números binários são utilizados para fazer tarefas
e afins. Dessa forma, é de suma importância compreender a aritmética binária, como a soma
e a subtração. Os sistemas digitais e seus funcionamentos dependerão muitas vezes disso.
09 + 05 = 10 + 04 = 14
Ex1: 1010 + 0111 Ex2: 1100 + 1011 Ex3: 1110 + 1101 Ex4: 1111 + 0001
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1–0=1
1–1=0
0–0=0
10 – 1 = 1
4.2.1 COMPLEMENTO DE 1 E DE 2
011101102 → 100010012
Sinal Loja
Alimentação Mercado
relação qualitativa entre tais termos, resultando apenas em “0” ou “1” tratando-se do estado
do sistema. Enquanto na álgebra comum tem-se operadores como “+”, “-”, “x” ou “/”, na
álgebra booleana trabalha-se apenas com “+”, “x” ou a chamada negação representada por
“ 𝑥̅ ”. Tabela 5.
𝑍 = 𝑎 ∙ 𝑏 + 𝑎̅ ∙ 𝑐
Para uma função Y = f (a,b, ...) a tabela verdade é um quadro formado por tantas
colunas quantas são as variáveis binárias independentes, as entradas (a, b, …), e uma última
coluna correspondente à variável binária dependente, a saída, Y. O número de linhas de uma
tabela verdade é dado por 2N, onde N é o número de variáveis binárias independentes,
entradas, garantindo assim todas as combinações possíveis destas variáveis.
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Para interpretar este tipo de diagrama, em relação à figura anterior, basta considerar
o valor das entradas em um determinado período de tempo e as saídas pertinentes. Por
exemplo, entre os instantes t0 e t1 a entrada “a” está em nível alto, as entradas “b” e “c” em
nível baixo, o que leva as saídas “a” e “b” aos estados alto e baixo, respectivamente. Desta
forma, pode-se avaliar o comportamento do circuito para cada período de tempo de interesse.
É importante salientar que em projetos reais, um diagrama de tempo não apresenta
alinhamento perfeito. Isso se deve ao atraso gerado pelas portas lógicas e, dependendo do
que se deseja implementar, esse atraso não pode ser descartado. Essa análise torna-se mais
primordial no estudo de circuitos sequenciais (dependentes do estado anterior do circuito).
Uma função lógica de uma variável necessita de um único parâmetro para que sua
saída esteja bem definida. Desta maneira, em termos lógicos, esse tipo de função possui
quatro tabelas-verdade possíveis.
Dentre as funções que envolvem apenas uma variável lógica, uma recorrente na
Eletrônica Digital é a NOT (“não”). Conforme sugere, a função NOT nega o valor lógico
recebido em sua entrada – isto é, inverte o seu valor. É representada na expressão booleana
por uma barra horizontal acima da variável e implementada no diagrama esquemático por
meio de um inversor.
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Uma função lógica de duas variáveis necessita de dois parâmetros para que sua
saída esteja definida. Dessa maneira, o circuito possui 16 saídas possíveis – sendo algumas
dessas funções especiais pela recorrência: a AND (“e”), a NAND (“não-e”) a OR (“ou”), a
NOR (“não-ou”), a XOR (“ou-exclusivo”) e a XNOR (“não-ou-exclusivo” ou
“coincidência”). Algumas delas serão aprofundadas ao longo deste curso.
Mas como representar situações como essa em uma função lógica? Note que as
variáveis apresentadas são lógicas, uma vez que só assumem dois valores possíveis: ou o
aluno possui média maior ou igual a 5 ou não possui; e ou o aluno possui frequência mínima
de 75% ou não possui. Da mesma maneira, a situação final do aluno será ou a aprovação ou
a reprovação, não existindo outra variante possível para esse resultado. Consideremos então
que A e B representem as situações da média e da frequência do aluno, respectivamente, e
que Z represente a situação do aluno (aprovação ou reprovação). Atribuamos o valor lógico
“0” para situações que não atendam aos pré-requisitos de aprovação (média e frequência
mínimas) e “1” quando estes são atendidos. Z, portanto, assumirá valor “0” quando o aluno
for reprovado, e “1” quando aprovado.
Lógica OR (“ou”)
condições (ser associado ou dependente) seja satisfeita para que a entrada no clube seja
liberada de maneira gratuita.
Vamos então representar esse caso na forma de função lógica. Mais uma vez,
podemos observar que as variáveis analisadas no problema são lógicas, haja vista que
assumem apenas dois valores possíveis: ou a pessoa é associada ou não é; e ou a pessoa é
dependente de associado ou não. Do mesmo modo, a entrada no clube ou será gratuita ou
será paga, não existindo outro resultado possível. Tomemos então que A e B representem o
estado de associação e a dependência em relação a um associado, respectivamente, e que Z
represente a condição de ingresso no clube (gratuita ou paga). Atribuamos o valor lógico “0”
para cada condição de gratuidade não satisfeita e “1” quando satisfeita. Z, portanto, assumirá
valor “0” quando a entrada for paga, e “1” quando a entrada for gratuita.
Redes Lógicas
Para a constituição de qualquer rede lógica, as portas AND, OR e NOT são as portas
básicas – isto é, qualquer circuito digital pode ser montado com base nelas. É importante
ressaltar também que as lógicas AND e OR são expansíveis para n variáveis lógicas. Isso
será importante ao montarmos circuitos mais complexos, à posteriori.
Com base nisso, podemos representar todas as funções lógicas de duas variáveis
possíveis e suas expressões booleanas conforme a tabela abaixo.
𝑍(𝑎, 𝑏, 𝑐) = (𝑎 ∙ 𝑏̅ ∙ 𝑐) + (𝑎 ∙ 𝑏̅ ∙ 𝑐̅) + (𝑎 ∙ 𝑏 ∙ 𝑐)
a b c Z
Linha 0 0 0 0 1
Linha 1 0 0 1 0
Linha 2 0 1 0 0
Linha 3 0 1 1 1
Linha 4 1 0 0 0
Linha 5 1 0 1 1
Linha 6 1 1 0 1
Linha 7 1 1 1 0
as variáveis que apresentam o valor lógico “0” e reescrevendo a negação das variáveis que
apresentam o valor lógico “1” em cada linha, tem-se a seguinte forma produto de somas:
6 BIBLIOGRAFIA
DIAGO, Ronaldo; AMARAL, Valder M. Eletrônica Digital. São Paulo: Governo de São
Paulo, 2011. (Habilitação Técnica em Eletrônica, vol. 4).
HASSAM, Michael. Fundamentals of Digital Logic Design with VHDL. Innovate LLC,
2013.
IDOETA, Ivan Valeije. Elementos de Eletrônica Digital. 35ª ed. Érica, 2003.
TOCCI, Ronald J.; WIDMER, Neal S.; MOSS, Gregory L. Sistemas Digitais – Princípios
e Aplicações. 11ª ed. Pearson (Edição Digital), 2011.