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AMARILDO ROMANZZINI

CATIANE WEBBER
MAICON FABRIS

CONTROLE DE ESTOQUES:
Um estudo de caso na Cooperativa da
Agricultura Familiar de Floriano Peixoto Ltda.

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao


Curso de Administração, do Instituto de
Desenvolvimento Educacional do Alto Uruguai,
como parte dos requisitos para obtenção de
aprovação do grau em Bacharel em Administração.
Orientador: Profª Msc. Denise Michael dos Santos

GETÚLIO VARGAS
2008
FOLHA DE APROVAÇÃO APRESENTADA A BANCA EXAMINADORA

AMARILDO ROMANZZINI
CATIANE WEBBER
MAICON FABRIS

CONTROLE DE ESTOQUES: Um estudo de caso na Cooperativa da Agricultura Familiar de


Floriano Peixoto Ltda

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como requisito parcial para


obtenção do grau de bacharelado em Administração - Marketing, pelo Instituto de
Desenvolvimento Educacional do Alto Uruguai, no curso de Administração com ênfase em
Marketing pela seguinte Banca Avaliadora:

Aprovada por:

Prof. MS. Denise Michael dos Santos – Orientadora


Faculdade Ideau

Prof. Valdeci Nardi


Faculdade Ideau

Prof. Cezar Roberto Menegat


Faculdade Ideau

Data da Aprovação: / /
Dedicamos esse Trabalho de
Conclusão de Curso as nossas
famílias, por tudo o que
representam para nós.
AGRADECIMENTOS

A Deus, que nos deu paz, proteção, orientação e coragem para buscar e encarar novos
desafios.

As nossas famílias, que durante essa jornada de quatro anos sempre estiveram a nossa
disposição, incentivando e apoiando para alcançarmos mais uma importante meta de nossas
vidas.

A Cooperativa da Agricultura Familiar de Floriano Peixoto Ltda - COPERFLOR, que


nos proporcionou essa oportunidade, pela colaboração e disponibilidade em repassar as
informações necessárias para o bom andamento do estágio.

Aos funcionários da COPERFLOR, pela atenção, dedicação, compreensão, amizade


e por compartilharem conosco conhecimento.

A Faculdade Ideau, pela oportunidade de estarmos cursando o nosso tão esperado


curso de graduação.

A nossa professora orientadora, Denise Michael dos Santos, pela sua paciência,
disponibilidade, amizade, e que no passar dos dias, não mediu esforços para repassar os
conhecimentos fundamentais para a efetivação de nosso trabalho.

Ao corpo docente da Faculdade Ideau, que nas suas funções são verdadeiros mestres
na arte de ensinar, e toda a equipe da Faculdade Ideau.

Aos colegas, que com o passar dos dias criamos um vínculo de amizade, que para
sempre serão lembrados.
“O sucesso nasce do querer, da determinação e
persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo
não atingindo o alvo, quem busca e vence
obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis.”
José de Alencar
RESUMO

Atividade hoje levada com grande relevância dentro das empresas é o estoque, e para isso
torna-se notável a necessidade de um controle bem estabelecido desse setor. É com o intuito
de se verificar o que realmente acontece dentro do setor de estoques da Cooperativa da
Agricultura Familiar de Floriano Peixoto Ltda que foi realizado um estudo de caso, através de
pesquisa bibliográfica, documental, observações e entrevistas. Este estudo proporcionou
analisar situações que acontecem dentro do setor, além de terem sido verificados problemas
de layout e disposição de produtos em seu interior, pontos falhos na organização e até mesmo
com o sistema utilizado pela empresa para realizar cadastros de produtos e atendimento dos
clientes. Visto todos esses fatores, é de extrema importância após a realização do estudo a
necessidade de implantação de alguns métodos de controle de estoques, modificação do
layout, além de estabelecer algumas estratégias de favorecer o atendimento aos clientes da
cooperativa.

Palavras-chave: Estoque, controle de estoques, sistemas de controle de estoque.


ABSTRACT

Activity today carried with great importance within companies is the stock, and for this it is
remarkable the need of a well-established control of this sector. It is with the aim of verifying
what really happens within the stocks sector of Cooperative of Family Agriculture Floriano
Peixoto Ltda that was realized a case, through literature and document researches,
observations and interviews. This study has examined situations that happen within the sector,
in addition to, having been checked problems of layout and provision of products in its
interior, failures points in the organization and even with the system used by the company to
carry out registration of products and customers service. Since all these factors, it is extremely
important after the study the need of deployment of some methods of stock controlling,
modification of the layout, and establish some strategies to promote the customers service of
the cooperative.

Keywords: Stock, stock control, stock control systems.


SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................10
1.1 Identificação do problema............................................................................................11
1.2 Objetivos........................................................................................................................11
1.2.1 Objetivo Geral.........................................................................................................11
1.2.2 Objetivos Específicos...............................................................................................11
1.3 Justificativa....................................................................................................................12
2 REFERENCIAL TEÓRICO...............................................................................................13
2.1 Definição de Logística...................................................................................................13
2.1.1 Importância da logística nas organizações.............................................................15
2.1.2 Distribuição física...................................................................................................16
2.1.3 Serviço ao cliente.....................................................................................................17
2.1.4 A cadeia de suprimentos e sua gestão.....................................................................19
2.2 Estoques.........................................................................................................................20
2.2.1 Conceituações de Estoques.....................................................................................20
2.2.2 Conceituações de Controle de Estoque...................................................................21
2.2.3 Estoque de Segurança.............................................................................................22
2.2.4 Classificação dos Estoques.....................................................................................23
2.2.5 Planejamento e Dimensionamento de Estoques......................................................24
2.2.6 Previsão de Consumo..............................................................................................24
2.2.7 Sistemas de Controle de Estoque.............................................................................25
2.2.8 Custo do Pedido e Estocagem.................................................................................26
2.2.9 Tempo de Reposição: Ponto de Pedido...................................................................27
2.2.10 Planejamento e Controle de Estoque....................................................................28
2.2.11 Localização de Materiais.......................................................................................30
2.2.12 Classificação e Codificação de Materiais.............................................................30
2.2.13 Atualização, Registro e Contagem.........................................................................31
9

3 METODOLOGIA................................................................................................................33
3.1 Procedimentos metodológicos......................................................................................34
3.2 Unidades de estudo.......................................................................................................36
3.3 Coletas de dados............................................................................................................36
3.4 Tratamento e análise de dados.....................................................................................37
4 DESENVOLVIMENTO.......................................................................................................38
4.1 Controle de estoques.....................................................................................................38
4.2 Estoques de segurança..................................................................................................39
4.3 Classificações dos estoques...........................................................................................39
4.4 Previsão de consumo.....................................................................................................40
4.5 Sistemas de controle de estoque...................................................................................41
4.6 Custo de pedido e estocagem........................................................................................41
4.7 Ponto de pedido.............................................................................................................42
4.8 Localização de materiais..............................................................................................42
4.9 Classificação, codificação de materiais.......................................................................43
4.10 Serviço ao cliente.........................................................................................................43
4.11 Sugestões......................................................................................................................44
5 CONCLUSÃO......................................................................................................................47
6 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................49
1 INTRODUÇÃO

Uma empresa tem por objetivo maximizar seu lucro sobre o seu capital investido,
tendo por sua vez facilitar no andamento da empresa investindo em equipamentos, matéria-
prima e estoques, isto para que a empresa mantenha a sua capacidade de produção, e o
atendimento das vendas.
As empresas fabricantes têm a função de converter matérias-primas em algo de valor,
que proporcione ao consumidor interesse e satisfação ao adquirir este bem. Para que haja o
total aproveitamento dos recursos agregados faz se necessária a projeção dos processos
produtivos, para produzir de maneira mais econômica enfatiza-se a maneira de como a
administração efetua o planejamento e o controle levando em consideração o fluxo dos
materiais.
Se o material a ser usado na produção não estiver correto, em quantidades suficientes
ou não estiver disponível em tempo hábil na fábrica para dar início a produção de
determinado produto, comprometerá todo o processo produtivo sendo que não seriam
confeccionados o número de unidades necessárias, mão-de-obra, maquinários seriam mal
utilizados sendo que o tempo de aproveitamento seria relativamente menor comparado com a
sua real capacidade de produção.
O comércio é outro ramo afetado pela falta de produtos em estoque, a competição é
extremamente acirrada, oriunda de todo o mundo devido à globalização o que resulta em
clientes muito mais exigentes, que primam por qualidade, bom atendimento, preços justos,
flexibilidade e prazos de entrega adequados a cada cliente.
Administrar de forma eficiente e exata a movimentação das entradas e saídas dos
materiais fundamentais para a empresa, saber o quê, quanto, quando e como comprar é uma
tarefa bem complexa que exige um controle bem rígido dos materiais. Sendo de extrema
importância a implantação de um método para controlar a movimentação dos produtos
11

estocados. Para mostrar a real necessidade do controle de estoques e a influência que tem na
empresa Dias (2005) afirma em relação ao controle de estoques, em que o mesmo é
necessário para que o processo de produção/vendas da empresa opere com um mínimo de
preocupações e desníveis. Da mesma maneira o setor de controle de estoques acompanha e
controla o nível de estoque e o investimento envolvido.

1.1 Identificação do problema

Baseando-se nas afirmações e nos conceitos acima descritos podemos enfatizar a


seguinte proposta de pesquisa: É possível incrementar um controle organizacional do estoque
físico, na área de insumos, da Cooperativa da Agricultura Familiar de Floriano Peixoto Ltda?

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

 Avaliar o controle de estoque da Cooperativa da Agricultura Familiar de Floriano


Peixoto Ltda.

1.2.2 Objetivos Específicos

 Efetuar o levantamento das quantidades físicas, do estoque de insumos;


 Ajustar o cadastro dos produtos caso haja necessidade, de forma padronizada;
 Realizar o mapeamento dos produtos, por números, conforme o código reduzido
designado no momento em que é cadastrado o produto;
 Sugerir métodos de controle de entradas e saídas dos produtos, através do
lançamento das notas de entradas e posteriormente as saídas.
12

1.3 Justificativa

O controle de estoque para a empresa Coperflor na área de insumos é de fundamental


importância no que diz respeito a planejamento das compras para evitar a falta de um
determinado produto em estoque, as previsões para o suprimento das demandas em épocas de
maior aquisição dos produtos por parte dos consumidores ou para evitar a compra excessiva
do mesmo, em períodos de declínio das vendas.
Atualmente para a Cooperativa competir e ao mesmo tempo oferecer materiais que
satisfaçam o cliente ou o associado em termos de qualidade, preço e atendimento, torna-se
necessária a administração de estoques, sendo que os mesmos representam um valor bem
expressivo no que diz respeito ao ativo total, chegando a atingir de 20% a 60% do total de
ativos dentro do balanço patrimonial de uma empresa.
Ao ponto em que se efetua a venda ou utiliza-se o estoque, seu valor acaba se
transformando em dinheiro, proporcionando o retorno do investimento, além de melhorar o
fluxo de caixa. No entanto há o custo de estocagem que ocasiona redução do lucro.
Com base na visita realizada na Cooperativa, conversando com um dos responsáveis,
o qual sugeriu algumas propostas para a o tema do projeto destacando a necessidade de um
controle eficiente que, proporcionando uma melhor organização no âmbito geral da empresa,
levando em consideração a afinidade dos acadêmicos optou se pelo tema organização e
controle dos estoques da Coperflor.
Na opinião do grupo a organização e o controle do estoque físico, da Coperflor
basicamente na área de insumos influenciaria na estruturação geral sendo que facilitará os
vendedores, pois terão acesso diretamente aos produtos estocados simplesmente verificando a
quantidade do estoque no sistema, para posteriormente efetuarem a venda, sem maiores
transtornos caso não haja em estoque o produto vendido. Os diretores da Cooperativa, ao
solicitarem o inventário de estoques terão em mãos dados concretos, sendo que este facilitara
na tomada de decisões.
2 REFERENCIAL TEÓRICO

O referencial teórico tem por objetivo esclarecer e expor com maiores detalhes o
tema abordado, além de oferecer informações sobre os processos indicados para a coleta de
dados e informações. A composição desse referencial teórico constitui-se de uma
especificação simplificada dos conceitos de logística e sua utilidade perante as organizações,
além de especificar diretamente o objetivo principal do estudo que envolve o sistema de
estoques, especificando passos e modelos que venham a facilitar administração das
organizações na tomada de decisões.

2.1 Definição de Logística

A logística é um campo novo de estudo relacionado à administração das empresas,


em que busca explicar a necessidade de um meio de suprir as necessidades de produção,
atendimento ao cliente, e o próprio sistema de finanças da empresa. Vejamos o que Ballou
(2006, p. 27) conceitua:

Logística é o processo de planejamento, implantação e controle do fluxo eficiente e


eficaz de mercadorias, serviços e das informações relativas desde o ponto de
origem até o ponto de consumo com o propósito de atender as exigências dos
clientes.

A própria logística especifica-se como sendo um conjunto de atividades, que por sua
vez se encarregam de direcionar a matéria-prima aos processos de elaboração até o seu ponto
final, sendo que esse produto se agrega valor, e se propõe então ao consumidor como uma
14

alternativa de consumo. Assim, esses passos compõem as seqüências de produção e as


atividades logísticas fazendo com que esse produto chegue ao mercado competitivo.
Bowersox e Cloos (2001), diz que o objetivo da logística é tornar disponíveis
produtos e serviços no local onde são necessários, isto no momento em que são desejados
pelos seus adquirentes. Nesse caso é difícil imaginar, hoje a realização de qualquer atividade
de produção ou de marketing sem o apoio do sistema logístico.
Também é possível ver logística como sendo um processo de gerenciar
estrategicamente a aquisição, movimentação e a armazenagem de materiais, peças e produtos
acabados, isso através da organização e seus canais de marketing, de maneira a facilitar a
maximização da lucratividade presente e futura, através do atendimento dos pedidos a um
custo baixo (CHRISTOPHER, 2002).
Um processo de planejamento e controle que torne o processo de fluxo e
armazenagem de produtos eficiente, até qualquer tipo de informação que se associe à um meio
de prestar algum serviço, atendendo desde o ponto de partida até o real ponto de consumo,
com o objetivo de atender os requisitos propostos pelo cliente, torna-se um meio logístico
(NOVAES, 2001).
Como se percebe que a logística é um processo que visa atender as necessidades das
empresas atuais, buscando torná-las mais competitivas, isto pois, é possível se ter uma
estratégia de compra, movimentação, e processos de marketing que induzem a venda, e assim
propondo uma maneira coerente de atendimento ao cliente, proporcionando assim maior
capacidade de produção, vendas e atendimento ao cliente.
No que diz Viana (2006) em sua afirmação é possível perceber com transparência a
real necessidade da logística no meio empresarial atualmente, onde torna a logística como
sendo uma operação integrada para cuidar de suprimentos e distribuição de produtos de forma
racionalizada, o que significa planejar, coordenar e executar todo o processo, visando a
redução de custos e o aumento da competitividade da empresa. Também enfatiza que a
logística surge como ferramenta fundamental a ser utilizada para produzir vantagens
competitivas.
15

2.1.1 Importância da logística nas organizações

A logística tem por finalidade facilitar o desenvolvimento empresarial, além de


torná-la competitiva, portanto torna-se necessário expor o que realmente a logística tem a
oferecer para as empresas e aos clientes da mesma.
De acordo com Ballou (2006, p. 33) a logística tem um enfoque na criação de valores
aos clientes e o próprio valor da logística na empresa:

A logística trata da criação do valor-valor para os clientes e fornecedores da


empresa, e valor para todos aqueles que têm nela interesses diretos. O valor da
logística é manifestado primariamente em termos de tempo e lugar. Produtos e
serviços não têm valor a menos que estejam em poder dos clientes quando (tempo)
e onde (lugar) eles pretendem consumi-los. (...) A boa administração logística
interpreta cada atividade a cadeia de suprimentos como contribuinte do processo de
agregação de valor.

Influenciando com a mesma linha de idéia Christopher (2002) diz que o


gerenciamento logístico, do ponto de vista dos sistemas totais, é o meio que torna possível
satisfazer as necessidades dos clientes através dos fluxos de materiais que vão do mercado até
a própria empresa, e seguindo essa linha indo aos fornecedores, além de ter o potencial para
auxiliar a organização a alcançar tanto a vantagem em custo/produtividade como a vantagem
em valor.
Vemos então que a logística tem maior importância em relação aos valores, valores
esses que se encontram os clientes como sendo a estratégia principal da empresa o seu
atendimento, assim enfatizando um dos meios que favorecem a empresa a atingir suas metas.
Afirmando isso Ballou (2006) salienta que a logística controla os valores de tempo e
lugar nos produtos, principalmente por meio do transporte, dos fluxos de informação e dos
estoques, fazendo-se assim se criar o valor de forma que se transforme insumos em
resultados.
Para Bowersox e Closs (2001, p. 515), “a reestruturação que as organizações vem
fazendo em si, vem em função de uma nova visão que envolve atingir metas relacionadas a
processos. Para a logística, essa afirmação significa que as competências operacionais das
empresas devem alcançar o máximo valor para o cliente.”
Então, da importância da logística cria-se uma idéia de que quando a empresa busca
levar ao cliente algum meio de produto, até enquanto indisponível, tornando-o disponível em
16

tempo certo, para o cliente, este cria uma nova imagem que até o momento não existia em
relação à empresa (BALLOU, 2006). A partir disso, então que a empresa cria uma relação de
valor e tempo, tudo isso torná-se um meio facilitador para conquistar o cliente e demonstrar a
importância da logística nas organizações.

2.1.2 Distribuição física

Devido à necessidade de buscar atender o cliente de forma simplificada, que


proponha a organização a busca da real satisfação do cliente, então se percebe a necessidade
de se ter uma distribuição física que atenda as necessidades do cliente e do mercado.
Para Bowersox e Closs (2001, p.44), a distribuição física trata da movimentação de
produtos acabados para entrega aos clientes. Na distribuição física, o cliente é o destino final
dos canais de marketing.
Chiavenato (2005), expondo a mesma linha de idéia propõe que a distribuição é a
manipulação de produtos/serviços, isso desde a fonte de produção até o ponto de consumo.
Também se denomina distribuição física todo o fluxo de produtos/serviços do
produtor até o produto final. A distribuição física geralmente utilizada como sinônimo de
movimentação, isso se ocorrer todo o processo dos produtos até o consumidor final.
“O canal físico de distribuição se refere a lacuna de tempo e espaço entre os pontos
de processamento da empresa e seus clientes” (BALLOU, 2006, p.29). Da mesma forma
Arnold (1999) complementa que a distribuição física inclui todas as atividades envolvidas em
movimentar bens, desde o fornecedor, isto para o inicio do processo produtivo e do fim do
processo produtivo até o final, que é o consumidor.
Vimos que a distribuição física é o processo que envolve todo o meio de transporte,
movimentação de qualquer produto/serviço e tornar disponível no ponto final que se torna o
cliente. Contradizendo com as idéias anteriores Philippe (2000) diz que a distribuição física é
o processo que inicia somente no final do processo de produção, isto é, de produtos acabados,
que por algum meio de distribuição venha a chegar até o cliente final.
17

2.1.3 Serviço ao cliente

Se analisando em que a preocupação final da empresa é realmente a satisfação do


consumidor, a logística tem grande influência em facilitar essa relação, que é responsável pelo
sucesso das organizações e da satisfação dos clientes em ser atendidos de maneira coerente e
satisfatória.
A logística por meio de seus atributos tem a capacidade de contribuir para o sucesso
das organizações fornecendo aos clientes entregas de produtos precisas e dentro dos prazos
determinados pela negociação. Independente dos motivos e da finalidade da entrega, o cliente
que está sendo atendido é o foco principal e a real força motriz do mercado e para o
estabelecimento de requisitos de análise e implementação do desempenho logístico
(BOWERSOX, CLOSS, 2001).
LaLonde e seus associados apud Bowersox e Closs, (2001) conceitua o serviço ao
cliente como sendo um processo cujo objetivo é buscar fornecer benefícios significativos, que
possuam valor agregado à cadeia de suprimentos de maneira que torne eficiente e rentável em
termos de custos.
O serviço ao cliente é um termo de grande alcance, tendo uma grande abrangência,
incluindo elementos que vão desde a disponibilidade do produto/serviço/mercadoria, até a
efetivação e manutenção do pós-venda. Na ótica da logística, serviço ao cliente é o resultado
de todas as atividades logísticas ou dos processos que envolvem toda a cadeia de suprimentos.
Portanto, decidir as estratégias a serem adotadas e o nível dos serviços a serem oferecidos aos
clientes, e por isso se torna fundamental na concretização da rentabilidade que é projetada
pela empresa (BALLOU, 2006)
Christopher (2002) afirma de uma forma simplificada que o serviço ao cliente é
fornecer utilidade de tempo e lugar, na transferência de mercadorias, isto entre o vendedor e o
comprador.
Philippe (2000), diz que o serviço ao cliente inclui desde a disponibilidade de
estoque na empresa, além de velocidade de entrega, e a velocidade do preenchimento do
pedido, esse que não havia sido citado anteriormente, e que esse ponto e de essencial
importância para o sucesso da organização, e também incluindo o atendimento deste pedido
no tempo previsto.
18

Figura 1: Fluxo do atendimento ao cliente

Fluxo de estoque

Empresa

Fornecedores Clientes
Apoio à Distribuição
Suprimento
manufatura física

Fluxo de informação

Fonte: Ballou, 2006.

Dessa forma podemos ver (Figura 1) como que o serviço ao cliente é prestado e
como ele se ampara sobre vários processos, onde os clientes influenciados pelos fornecedores
através de um fluxo de informações criam uma nova visão sobre determinado produto.
Através disto o cliente busca um representante, que ao mesmo tempo busca um fornecedor,
buscando atender essa necessidade cria-se um fluxo de estoque com a cadeia de suprimentos
até o mercado. Depois com uma equipe de apoio realiza o atendimento dos pedidos realizando
a distribuição ao cliente. Isso para conseguir atender as necessidades dos clientes fazendo com
que os mesmos se sintam satisfeitos com o atendimento proporcionando, assim propiciando o
andamento das atividades da empresa.
Vimos então que o serviço ao cliente tem por finalidade o atendimento de uma
maneira que propicie ao cliente a satisfação por ter seu pedido atendido, portanto um serviço
de boa qualidade serve como um meio de ligação e estreitamento de relações entre
empresa/cliente. Favorecendo isso Arnold (1999) diz que os centros de distribuição buscam
melhorar o atendimento, fornecendo assim utilidade de local. Dessa maneira os produtos são
colocados próximos aos mercados, de modo que tanto o mercado, quanto o cliente possam ser
atendidos rapidamente.
19

2.1.4 A cadeia de suprimentos e sua gestão

A cadeia de suprimentos por sua vez tem a finalidade de atender as necessidades da


empresa portanto, a sua gestão de forma adequada propõe que a empresa tenha uma
estruturação adequada que possa propiciar a empresa uma vantagem competitiva e que torne a
empresa sustentável.
O longo caminho que vai desde as fontes que fornecem a matéria-prima, passando
pela fábrica dos componentes, manufatura do produto e transformação, passando pelos
transportadores e chegando finalmente ao consumidor através de varejistas, assim
constituindo a cadeia de suprimentos (NOVAES, 2001).
A cadeia de suprimentos abrange todas as atividades que se relacionam com o fluxo e
a transformação de mercadorias desde o ponto de matéria-prima até a fase de
comercialização, chegando ao usuário final. Já a sua gestão destaca interações logísticas que
ocorrem entre as funções que envolvem o marketing, logística e produção, isto no âmbito
empresarial e em relação ao fluxo de produtos, com o objetivo de conquistar vantagens
competitivas que sustente todo o investimento realizado (BALLOU, 2006).
Mentzer e seus associados apud Ballou (2006, p.28) propõem uma definição ampla e
abrangente em relação a gestão da cadeia de suprimentos:

O gerenciamento da cadeia de suprimentos é definido como a coordenação


estratégica sistemática das tradicionais funções de negócios e táticas ao longo
dessas funções de negócios no âmbito de uma determinada empresa e ao dos
negócios no âmbito da cadeia de suprimentos, com o objetivo de aperfeiçoar o
desempenho em longo prazo das empresas isoladamente e da cadeia de suprimentos
como um todo.

Assim, a cadeia de suprimentos deve ter uma gestão eficiente que possa atender as
necessidades empresariais, mantendo a produção, a distribuição, mantendo o mercado,
atendendo as necessidades dos clientes e como é visto que mantenha a empresa em relação à
concorrência com vantagens competitivas, possibilitando manter a real atividade da empresa,
visando assim atender metas em longo prazo.
Simplificando toda a gestão da cadeia de suprimentos Philippe (2000) cita que é a
gestão das atividades que transformam as matérias-primas em produtos intermediários, ou em
produtos finais, e que entregam esses produtos ao mercado ou ao cliente.
20

2.2 Estoques

Na maioria das empresas o que se vê de maior importância é o setor comercial e o de


produção, se deixando de lado, ou simplesmente se achando que tem menor importância o
setor de reposição.
Se analisando isto o empresário não leva em consideração o que pode acontecer se a
empresa vir a ficar sem estoques e por um acaso não tem a capacidade de continuar a sua
produção, não ter produto para repor na gôndola, ou não conseguir entregar o pedido a um
cliente (DIAS, 2005).

2.2.1 Conceituações de Estoques

Estoques são todos os materiais que uma empresa ou qualquer que seja a instituição
mantém isto seja para vender ou para fornecer insumos ou suprimentos para o processo de
produção ou ao mercado. Os estoques em sua relação com as empresas constituem entre 20%
e 60% dos ativos totais das empresas. Isso diz que no momento em que os estoques vão sendo
utilizados, como insumos para produção ou para o mercado, os mesmos vão se convertendo
em dinheiro, isso faz com que ocorra todo um giro de ativos da empresa (DIAS, 2005).
Os estoques têm em sua proposta separar o suprimento da demanda, além de servir
de intermediário entre a oferta e a demanda de produtos, demanda causada por clientes em
relação aos produtos acabados, e a disponibilidade de componentes para a sua produção,
exigência de uma operação em relação aos resultados da operação realizada anteriormente, e
além de poder suprir a necessidade de peças e materiais responsáveis pelo inicio da produção
e os fornecedores desses materiais (ARNOLD, 1999)
Seja então, em qualquer meio de processamento de materiais, como na indústria, no
comércio ou em qualquer forma de prestar um serviço, nota-se que manter o estoque é uma
forma de garantir o ritmo de produção, tornando assim o processo produtivo mais ágil,
possibilitando o aumento da produção sem necessidade de esperar pelo processamento de
novos pedidos ou pelas entregas a serem atendidas. Já no comércio os estoques de produtos
prontos permitem o aumento de nível vendas, atendendo aos pedidos como previsto em
negociação, com isso podendo tornar a empresa mais competitiva no mercado atuante
(SENAC,1998).
21

2.2.2 Conceituações de Controle de Estoque

A empresa por sua vez mantém um estoque que é responsável por suprir as
necessidades tanto de produção, como atendimento de pedidos portanto é necessário se ter um
rígido controle de estoques, e para isso devemos saber o que realmente vem a se referir.
Segundo Dias (2005), no que se refere ao controle de estoques o mesmo é necessário
para que o processo de produção/vendas da empresa opere com um mínimo de preocupações
e desníveis. O setor de controle de estoques acompanha e controla o nível de estoque e o
investimento envolvido.
Então, o setor de compra quase que é dependente do setor de estoque no que se refere
aos dados repassados ao setor de compras na qual é responsável em assegurar que não venha
faltar matéria-prima para a produção e produtos para a venda estejam disponíveis em
quantidades e períodos desejados.
Enfatizando e complementando esta idéia BAILY (2000), nos diz que o planejamento
e o controle de estoques são políticas diversas e procedimentos que tornam possível
determinar e regular sistematicamente os itens e que devem ser mantidos em estoque e as suas
referidas quantidades, além de regular os programas de fabricação e com isso estabelecer um
planejamento para suprir as exigências de peças e materiais necessários para apoiar a
produção.
Definições propostas por Chiavenato (2005) diz que o controle de estoque como
sendo a composição de materiais em processamento, semi-acabados ou acabados o qual não
está sendo utilizado no momento, mas é extremamente importante para suprir a demanda caso
haja necessidade.
O controle de estoques exerce total influência na rentabilidade de uma organização,
os estoques absorvem capital que poderia estar sendo investido de outras maneiras, desviando
fundo que poderiam ser investidos em outros setores da empresa, e que geralmente tem o
mesmo custo de qualquer outro projeto (CARA, 2004).
Portanto, o controle de estoques tem grande influência na produtividade das
empresas, por isso torna-se necessário verificar a quantidade de materiais que estão a ser
solicitadas e que o pedido possa ser atendido no prazo e estar disponível no ponto de
processamento sem parar o processo de qualquer forma produtivo da empresa, vê-se
necessário ficar cauteloso a passo de qualquer descuido poder causar prejuízos (SENAC,
1998).
22

2.2.3 Estoque de Segurança

As empresas para manterem sua atividade em continuidade, se levando em


consideração a possibilidade de ocorrer paradas na produção, para isso se deve então manter
um estoque de segurança sendo meramente definida a quantia necessária para suprir a
atividade caso venha a haver algum contratempo com o atendimento de pedidos. Para Arnold
(1999, p. 321), “o estoque de segurança é uma quantidade extra calculada de estoque mantido
e é geralmente utilizado como proteção contra a incerteza relativa à quantidade.”
A função principal do estoque de segurança é proteger o sistema produtivo quando a
demanda e o tempo variam ao longo do período. Essa variação de demanda se altera de
acordo com as circunstâncias externas e internas do mercado (CHIAVENATO, 2005). As
circunstancias externas representadas pela demanda são influenciadas pelo tempo de
reposição dos materiais que a empresa utiliza para poder desenvolverem sua atividade, que
geralmente depende da cadeia de suprimentos.
A demanda, portanto varia, conforme a época e as empresas devem estas prever a
devida demanda, e então se preparar com estoques para suprir eventuais necessidades que
podem ser causadas pelo atraso de atendimento de pedidos, demora no setor de produção,
enfim o estoque de segurança tem por finalidade atender as deficiências decorridas de
problemas diversos.
Na visão de alguns autores o estoque de segurança torna-se necessário para suprir
necessidades imprevistas das empresas, Viana (2006, p. 150 – 151) cita que:

Quantidade mínima possível capaz de suportar um tempo de ressuprimento superior


ao programado ou um consumo desproporcional. Ao ser atingido pelo estoque em
declínio, indica a condição crítica do material, desencadeando providências, como
por exemplo, a ativação das encomendas em andamento, objetivando evitar a
ruptura do estoque. Sua quantidade é calculada em função do nível de atendimento
fixado pela empresa, em função da importância operacional e do valor do material,
além dos desvios entre os consumos estimados e os realizados e o prazo médio de
reposição.

O estoque de segurança tem por finalidade cobrir flutuações imprevistas na cadeia de


suprimentos, da demanda ou do lead time, visando diminuir perturbações nos setores de
produção e de mercado ou o real atendimento ao cliente (BAILY, 2000). Na mesma forma
Arnold (1999), diz que o estoque de segurança tem por objetivo principal proteger contra as
23

incertezas de oferta e demanda. Com as incertezas de quantidade que atendem o setor de


vendas ocorre quando a quantidade de suprimento varia, ou seja, quando há uma maior
procura por determinado produto; já a incerteza de período de entrega vem a ocorrer quando o
recebimento se difere do planejado, geralmente já estabelecido. Com isso deve-se então se
manter preparado em relação ao período de entrega, onde, quanto maior for esse período,
maior deverá ser o estoque de segurança, isso para fornecer um nível de qualidade de
atendimento aos clientes.

2.2.4 Classificação dos Estoques

Como qualquer outro setor das organizações o setor de estoques tem uma
classificação, onde determina uma forma de facilitar o manuseio desses materiais. Existem
diversos aspectos que são definidos antes de se efetivar um controle de estoques, entre se
encontram a identificação do tipo de estoques que estão na empresa (DIAS, 2005).
Definições propostas por Chiavenato (2005) os estoques podem ser classificados da
seguinte forma, estoque de matérias-primas (MPs), os estoques de MPs são os insumos
básicos para o processo produtivo da empresa. Portanto, a produção é totalmente dependente
da entrada de MPs, que geralmente são adquiridas de produtores, fornecedores e fabricantes;
Estoques de Materiais em Processo ou em Via, os estoques de Materiais em Processo são
aqueles materiais que entraram no estoque e estão transitando pelas diversas fases do processo
de fabricação e processamento e que ainda não se constitui como um produto acabado;
Estoque de Materiais Semi-Acabados são os materiais que estão ainda em processo de
fabricação ou processamento, mas já em fase final de processo produtivo, se encontrando
quase acabado, apenas faltando algumas fases para se tornar produto acabado; Estoque de
Materiais Acabados ou Componentes são materiais acabados, peças isoladas ou simplesmente
componentes acabados, prontos para serem anexados a outras peças ou partes para se
tornarem um produto acabado; Estoque de Produtos Acabados (PAs) refere-se especialmente
aos produtos já acabados, prontos ou em último estágio de processo produtivo. Já passou por
todas as fases de estoque e estão a partir desse momento prontos para a liberação.
Muitas empresas trabalham com uma grande diversidade de estoques, assim
complicando o sistema de Administração de Materiais. Com isso deve-se empenhar em cada
item de uma forma personalizada.
24

2.2.5 Planejamento e Dimensionamento de Estoques

Os estoques tendem a ter flutuações, sendo assim torna-se difícil efetuar um controle,
isto, pois, todos os materiais se transformam rapidamente, e a cada momento se encontram
classificados de uma forma diferente. Sendo assim torna-se necessário executar um
planejamento e executar o controle dos estoques e dimensioná-lo para não afetar o processo
produtivo e sem aumentar os custos financeiros. Dimensionando os estoques se estabelece os
níveis adequados para suprir as necessidades de produção e mercado, evitando assim se ter
estoque excessivo ou em falta (CHIAVENATO, 2005).
Para sabermos a real necessidade do local onde será o referido setor de estoques deve
ser realizado um planejamento e um dimensionamento do mesmo. No que diz Dias (2005),
para organizar um setor de controle de estoques, é preciso inicialmente descrever as suas
funções principais:
a) Determinar os itens que devem permanecer em estoque;
b) Determinar a periodicidade com que deve ser reabastecido o estoque;
c) Determinar a quantidade das compras;
d) Comunicar ao setor de compras para efetuar a reposição de estoque;
e) Receber, armazenar e alojar os materiais conforme a necessidade;
f) Verificar as quantidades e valores de estoque informando sua posição;
g) Realizar contagem periódica para verificar a quantidade a situação dos
estoques;
h) Identificar e retirar do estoque os itens obsoletos e danificados
Ao longo de um dito período, o produto em si, passa por todas as fases de introdução
no mercado, na qual enfrentam a demanda sazonal, influências políticas conjunturais e a
própria demanda do consumidor, lançamentos, alterações, preços. Concluindo, esses são
fatores que interferem na demanda dos produtos, na qual facilitam ou prejudicam a entrada
dos mesmos no mercado.

2.2.6 Previsão de Consumo

Viana (2006) considera que a previsão de consumo é de competência do adquirente,


quando a mesma for adquirida pela primeira vez, geralmente é fixada por estimativa, devido a
não se ter informações anteriores que possam facilitar essa previsão, após ter ocorrido alguma
25

movimentação em um determinado período já é possível se fazer previsões em relação a


consumo, e necessidade de aquisição.
Na mesma forma Dias (2005) salienta em relação que se refere à previsão de
consumo podemos retirar a seguinte informação, que ao mesmo tempo existem algumas
técnicas para prever as quantidades de consumo, entre essas técnicas podemos ver o método
do ultimo período se baseia em prever o consumo das quantidades do próximo período se
baseando nas quantidades do período anterior. O método da média móvel utiliza as médias
consumidas nos períodos anteriores para fazer a previsão das quantias futuras. Se o consumo
for crescente a média futura será menor e se o consumo for decrescente a média futura
conseqüentemente será maior. Método da media móvel ponderada é uma variação do método
anterior no qual os valores dos períodos mais recentes recebem um peso maior, que o dos
períodos mais antigos. Método da média com ponderação exponencial dá mais valor aos
dados recentes, apresenta maior manuseio de informações passadas. Levando em
consideração a previsão do último período, consumo ocorrido no último período e um
constante que determina o valor ou ponderação dado os valores mais recentes; Método dos
mínimos quadrados é usado para determinar a linha de consumo, sistema de melhor
confiabilidade em aproveitamento dos dados coletados e analisados.
Considera-se necessário realizar uma boa coleta de dados para que a previsão tenha a
sua realização feita adequadamente, e ao mesmo tempo tenha a capacidade de transmitir e
demonstrar informações de confiança que facilitam a tomada de decisões da empresa em
relação ao ponto de aquisição e reposição em estoque.

2.2.7 Sistemas de Controle de Estoque

Quando se fala em controle de estoque devemos levar em consideração sempre a


quantidade de materiais disponíveis para consumo, para que a empresa não venha a ficar por
algum momento sem materiais em seu estoque.
No entender de Viana (2006) os sistemas de controle de estoque tem por objetivo
otimizar o estoque, que tem por finalidade manter os níveis estocados, verificar o prazo de
reposição, evitando a ruptura do estoque evitando chegar ao ponto zero, assim programando o
abastecimento de modo que haja uma reserva para manter o atendimento da programação da
empresa já determinado.
26

Da mesma forma Dias (2005) em relação a esse assunto afirma que dimensionar e
controlar os estoques é um tema muito importante e ao mesmo tempo preocupante, devemos,
portanto saber analisar e estruturar o estoque. Para isso existem alguns sistemas que podem
nos ajudar neste sentido:
 Duas gavetas é um sistema que toma o seguinte método de controle, devemos ter
dois meios de estocagem com quantias já determinadas, num desses meios temos
a quantia suficiente para estarmos abastecidos até o momento de fazermos o
pedido, no momento em que esse meio vier a não ter mais quantia se realiza
então o pedido e se parte então para o outro meio que deve ter quantia suficiente
para suprir até a reposição do estoque.
 Máximos e mínimos consiste na determinação dos consumos previstos para o
item desejado, fixação do período de consumo previsto; cálculo do ponto do
pedido em função do tempo de reposição do item do fornecedor; cálculos dos
estoques mínimos e máximos; e cálculo dos lotes de compra.
 Revisões periódicas nesse sistema são programadas as datas em que deverão ser
realizadas as reposições de materiais, e os intervalos são iguais. Considerando o
estoque físico existente no consumo do período, o tempo de reposição e o saldo
de pedido no fornecedor.

2.2.8 Custo do Pedido e Estocagem

Os custos relativos aos pedidos são aqueles associados à emissão tanto para fábrica
ou para o fornecedor em si. O custo não varia de acordo com o valor do pedido ou da
quantidade pedida. O custo é sempre em relação ao número de pedidos emitidos, pois isso
inclui preparação do pedido, o seguimento, a expedição, o recebimento e o pagamento da
fatura (ARNOLD, 1999).
Para Chiavenato (2005), diz que o custo do pedido é todo o valor em moeda corrente
dos custos incorridos de todo o processo de emissão de cada pedido de compra. O custo do
pedido pode ser calculado com a divisão dos custos de pedidos do período pelo número de
pedidos do ano. Demonstra-se isso na fórmula a seguir, onde CP = custo de pedido, CAP =
custo no período dos pedidos e N = número de pedidos no ano.
27

CP = CAP
N

Os custos de estocagem incluem todas as despesas que a empresa tem isso em função
do volume que é mantido em estoque, para isso o armazenamento de estoque requer espaço,
funcionários e equipamentos. E para se manter um estoque sem riscos, que se devem ser
admitidos como custos para a organização, entre esses riscos se encontram na obsolência,
perda do valor do produto resultante de uma mudança no modelo no estilo, ou do
desenvolvimento tecnológico; nos danos, estoque danificado enquanto é manuseado ou
transportado; Pequenos furtos, mercadorias perdidas ou furtadas; Deterioração, estoque que
apodrece ou se dissipa no armazenamento, ou cuja vida de prateleira é limitada (ARNOLD,
1999).

2.2.9 Tempo de Reposição: Ponto de Pedido

O ponto de reposição efetivamente é o espaço de tempo que existe entre um pedido


ou o momento em que a contagem é realizada e que se percebe que há a necessidade de
reposição do estoque, até a entrega efetiva e realizada a reposição em estoque
(CHIAVENATO, 2005).
Chambers apud Cara (2004) complementa que o ponto de pedido também chamado
de lote econômico de compra, é uma das abordagens mais comuns para se decidir quanto de
determinado item deve-se realizar pedido, isto quando o estoque necessita ser reabastecido.
Esse sistema encontra o melhor equilíbrio entre as vantagens e desvantagens de manter
materiais e estoques.
Esse período por ser de grande importância para manter a boa estrutura do estoque e
andamento da empresa, se deve então determinar esse período de forma mais realista possível,
fazendo uma reposição quando o estoque pré-estabelecido esteja no limite mínimo destacado,
ou no ponto de pedido estabelecido como comumente conhecido.
Os métodos de reposição de estoque são procedimentos realizados que permitem a
emissão de um novo pedido, isto sempre que o estoque de algum item necessário aos
processos da empresa esteja abaixo de uma quantidade chamada ponto de pedido. Ponto de
pedido é uma quantidade média estabelecida através de um tempo de espera ou lead time, que
28

é o tempo que leva entre o pedido e a entrega efetiva, que é considerado o estoque de
segurança (BAILY, 2000).

2.2.10 Planejamento e Controle de Estoque

Existem muitas ferramentas que auxiliam o administrador na hora de controlar um


estoque dentro de uma organização, sendo a empresa de qualquer porte, para isso podemos
nos amparar sobre o fichário de estoque o método PEPS e a curva ABC essa última de maior
influência no controle de estoques.
No que diz Chiavenato (2005), é preciso o planejamento e o controle isto para manter
os mesmos níveis adequados sem afetar o processo produtivo evitando o aumento de custos.
Os estoques variam com grande facilidade, portanto quando o estoque em demasia representa
capital parado e quando o estoque se torna baixo dificulta ou colocam em risco as atividades
da empresa provocando até a paralisação.
O método conhecido como PEPS, prioriza a ordem cronológica da entrada do
produto em estoque. Dessa forma, a rotatividade de produtos se fundamentará na idéia de que
os produtos mais envelhecidos devem sair (ser vendidos) antes dos mais novos (que serão
vendidos logo após o término do lote anterior) (FRANCISCHINI e GURGEL, apud SOUZA
et al, 2004).
Ainda sobre este aspecto, Chiavenato (2005) enfatiza que se podem analisar esses
sistemas, e como eles efetivamente se comportam. O fichário de estoques é um conjunto de
documentos e informações lançadas numa planilha onde se registra todos os dados dos
produtos, especialmente as entradas e saídas, incluindo os saldos. A classificação ABC, que é
usada no planejamento e controles de estoques, onde a maior parte do investimento em
materiais se concentra em um pequeno número de itens. Esta se divide em três classes. A
Classe A constituída de poucos itens, os quais são responsáveis pela maior parte do valor
monetário dos estoques; a Classe B constituída de uma quantidade média de itens que
representa em torno de 15% do valor dos estoques; e a Classe C constituída de uma
quantidade grande de itens de pequeno volume, representa um valor insignificante nos
estoques.
29

Figura 2: Representação da Curva ABC

Percentual C
do Valor de
Consumo
Anual B

% Número de itens

Fonte: Cara, 2004.

Enfatizando a necessidade de aprofundamento no sistema ABC que nos dá mais


utilidade Arnold (1999) nos diz que o principio ABC é baseado na observação, onde um
pequeno número de itens geralmente domina os resultados atingidos, e os itens são
classificados diferenciadamente da seguinte forma, itens A: alta prioridade; Itens B:
prioridade média; Itens C: prioridade menor.
Conceituando a curva ABC nas palavras de Nakagawa (2001), o ABC é muito
simples, que se trata de uma metodologia desenvolvida para facilitar a analise estratégica dos
custos que estão relacionados com a atividade que tem maior impacto na empresa, e objetiva
facilitar a mudança de atitudes dos gestores das organizações, isto para otimizar os lucros dos
investidores, e ao mesmo tempo busque a otimização do valor dos produtos da empresa ao
cliente.
A curva ABC (Figura 2) atualmente é uma das formas mais usuais de se examinar
estoques dentro de um setor de estoques. Esse meio de se analisar consiste na verificação, em
um intervalo de tempo, do consumo em valor monetário ou a própria quantidade de itens que
se tem no estoque, para que possam ser classificados conforme a importância dos mesmos
para a empresa (MARTINS et al, apud CARA, 2004). Então para implementar a curva ABC é
necessário aplicar as técnicas de gestão administrativas, isso conforme a importância que os
itens classificados tem na empresa.
30

2.2.11 Localização de Materiais

“A localização dos materiais dentro da empresa se torna indispensável, seu objetivo é


estabelecer os princípios a perfeita identificação a localização dos materiais estocados. É
utilizada uma codificação para cada item estabelecendo assim sua localização, facilitando as
operações de movimentação e contagem” (DIAS, 2005, p.176).
A localização dos estoques, (ARNOLD, 1999) relaciona-se com a localização de
itens, isso individualmente dentro do depósito. Para isso existem vários meios de localização
do estoque e que seja adequado para cada ocasião, podemos utilizar os seguintes sistemas que
podem ser utilizados da seguinte forma, agrupar itens funcionalmente relacionados, os itens
de utilização semelhantes funcionalmente relacionados, isso colocar todos os itens de uma
linha no mesmo local do depósito; Agrupar os itens de giro rápido, se os itens de giro rápido
são colocados perto da área de recebimento e embarque, a mão-de-obra e o trabalho de movê-
los para dentro e para fora do estoque é reduzido; Agrupar itens fisicamente semelhantes, os
Itens fisicamente semelhantes muitas vezes exigem suas próprias instalações adequadas de
armazenamento e seu material de manuseio adequado; Colocar o estoque de trabalho e o
estoque de reserva em locais separados, quantidades relativamente pequenas de estoque de
trabalho, aquele do qual são realizadas as retiradas, podem ser posicionados perto da área de
entrega e remessa, enquanto o estoque de reserva, utilizado para repor o estoque de trabalho
ou até o estoque de segurança, pode ser colocado em um ponto mais remoto.
Já Viana (2006) sustenta que não existem regras que regulem como os materiais de
ser dispostos em estoques, mas para facilitar a localização salienta que é possível implementar
algumas alternativas como efetuar à armazenagem por agrupamento, armazenagem por
tamanhos, armazenagem por freqüência de movimentação e armazenagem para itens especiais
como inflamáveis ou necessidade de ambientes climatizados.

2.2.12 Classificação e Codificação de Materiais

A classificação de materiais se torna indispensável para se ter um controle dentro do


setor de estoques, isto, pois após classificarmos é possível padronizar e codificar os materiais,
favorecendo a localização.
31

Messias (1983) considera que a codificação de materiais é a variação da classificação


dos materiais. Isso consiste em colocar os materiais da empresa segundo um plano metódico e
sistemático, dando assim, a cada item um determinado código. Da mesma forma Viana (2006)
complementa que as empresas sempre se preocupam com a identificação dos materiais em
estoques, e a solução encontrada foi a codificação por meio de um conjunto de símbolos,
sendo eles numéricos, alfanuméricos, que geralmente transmitem dados ou características dos
produtos, isto de maneira simples, fácil de entender, se transformando em uma linguagem
universal de materiais na empresa.
A classificação tem por função principal definir uma padronização e codificação dos
itens em estoque. A classificação não deve gerar confusão, fazendo com que cada item ocupe
seu respectivo local (DIAS, 2005). Os sistemas de codificação mais usados são o alfabético,
numérico e alfanumérico. Onde, o alfabético, o material é codificado segundo uma letra; O
numérico, conhecido também como decimal, é o mais utilizado devido a sua simplicidade e
possibilidade de itens em estoque e informações imensuráveis; O alfanumérico; processo no
qual se utiliza letras e números, geralmente é dividido em grupos e classes (XY-1234).

2.2.13 Atualização, Registro e Contagem

A base tradicional do controle de estoques é a contagem física. A versão mais


conhecida e simples é a contagem periódica, que não se baseia em registros. Essa somente
funciona em empresas de pequeno porte e ao mesmo tempo em que o proprietário tenha
conhecimento de seu estoque, que tenha a capacidade de prever a demanda sem a
informatização. Para se usufruir desse sistema simples a empresa deve trabalhar com valores
pequenos e que possa ser reposta em estoque rapidamente (BAILY, 2000).
Os registros da contagem juntamente com os registros dos pedidos permitem que
todos os itens estocados sejam calculados, obtendo uma base para a previsão de demanda
futura. No momento em que a empresa é pequena podemos nos amparar no meio pessoal para
se ter um controle do estoque como já podemos ver. Mas no momento em que a empresa vai
se difundido no mercado e o movimento de materiais vai aumentando ela deve então, se
amparar em meios mais efetivos para estabelecer um controle melhor da movimentação do
setor de estoques. Vejamos alguns meios que facilitam essa situação, entre se encontram os
inventários de estoques.
32

“Todas as entradas e saídas e os saldos devem estar devidamente atualizados até a


data prevista do inventário. O estoque deve ser constado duas vezes e por equipes diferentes.
Se a primeira contagem conferir com a segunda, o inventário está correto, e se no caso não
vier a conferir então é realizada uma terceira contagem por outra equipe diferente” (DIAS,
2005, p.182).
Para verificar a real quantidade de materiais existentes nos estoques se usufrui dos
seguintes métodos, o inventário físico, uma das funções é analisar se houve precisão nos
registros, periodicamente devem ser realizadas contagens físicas do estoque para verificar
valores, registros, apuração total do investimento depositado no local; os inventários gerais
são realizados no fim de cada exercício fiscal, abrangem todos os itens de estoque em uma só
vez, exige mais tempo para ser realizado; Os inventários rotativos são realizados contagens ao
longo do ano, isso com maior freqüência, visando assim o maior controle. São realizadas
contagens programadas.
Da mesma forma Baily (2000) complementa que os inventários mostram o que
realmente está em estoque em devido momento. Para facilitar a realização de inventários,
atualmente, as empresas se amparam em sistemas e dispositivos eletrônicos instalados em
terminais de caixa, que substituíram as antigas caixas registradoras, a adoção desse sistema
possibilita o registro total do estoque, o controle de vendas, e verificação automática da
necessidade de reposição dos estoques.
3 METODOLOGIA

Definições propostas por Lakatos e Marconi (2004) conceituam a metodologia como


sendo uma maneira de como se procede ao longo de um caminho, a forma como são
selecionadas as técnicas de avaliação para se atingir um resultado. As técnicas utilizadas para
o levantamento de informações e elaboração da atividade será a pesquisa exploratória e a
qualitativa.
Em referência aos estudos exploratórios os mesmos não elaboram hipóteses que são
testadas no trabalho com a finalidade de definir objetivos ou buscar informações sobre
determinado assunto, portanto a finalidade da pesquisa exploratória é realizar descrições
precisas da situação que está ocorrendo e, além disso, visa descobrir as relações existentes
entre os fatos que estão ocorrendo (CERVO, BERVIAN, 2002).
Para Malhotra (2006) o objetivo da pesquisa exploratória é explorar ou fazer uma
busca em um problema ou em uma situação, isto para buscar critérios para a compreensão. No
mesmo sentido Gil (1999) propõe que a pesquisa exploratória é desenvolvida com o objetivo
de proporcionar uma visão geral, acerca de determinado assunto, além de desenvolver,
esclarecer, e modificar conceitos e idéias, realizando assim, a formulação de problemas mais
precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores.
A pesquisa exploratória pode ser usada para qualquer uma das finalidades desde
formular um problema e defini-lo, isto com maior precisão ou identificar cursos alternativos
de ação (MALHOTRA, 2006).
Em relação à pesquisa qualitativa Malhotra (2006) conceitua como sendo um método
que proporciona melhor compreensão do contexto do problema, a pesquisa qualitativa
caracteriza-se por não ser estruturada, de natureza exploratória e baseada em pequenas
amostras podendo assim, ser utilizadas técnicas.
34

A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas


ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Ou seja,
ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e
atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos
e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.
(MINAYO, 1994, p. 22)

Marconi e Lakatos (2004, p.269) nos complementam que “a metodologia qualitativa


preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos, descrevendo a complexidade
do comportamento humano. Fornece analise mais detalhada sobre as investigações, hábitos,
atitudes, tendências de comportamento.”
Segundo Van Maanen citado por Easterby e Smith (1999, p. 71) o método qualitativo
é: "uma série de técnicas interpretativas que procuram descrever, decodificar, traduzir e, de
alguma forma, chegar a um acordo com o significado, não a freqüência, de certos fenômenos
que ocorrem de forma mais ou menos natural no mundo social".
São assinaladas cinco características da pesquisa qualitativa, onde a pesquisa
qualitativa tem o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como o
instrumento chave; a pesquisa qualitativa, em si é uma descrição; os pesquisadores estão
preocupados com todo o processo e não somente com os resultados e o produto final; os
pesquisadores tendem a analisar os dados indutivamente e o significado é a preocupação
principal da abordagem qualitativa. (BODGAN apud TRIVIÑOS, 1987)

3.1 Procedimentos metodológicos

Os procedimentos metodológicos são a ordem que se devem aplicar aos diversos


procedimentos que são utilizados para atingir um resultado desejado, esses procedimentos ou
métodos não se inventam, simplesmente ele depende do objeto de pesquisa e do ramo a ser
seguido (CERVO/BERVIAN, 2002). Da mesma forma Lakatos/Marconi (2004) conceitua a
metodologia como sendo uma maneira de como se procede ao longo de um caminho, a forma
como são selecionadas as técnicas de avaliação para se atingir um resultado.
Neste estudo será enfatizado conforme a necessidade o amparo sobre alguns
procedimentos metodológicos, onde os meios apropriados para a elaboração da pesquisa, e
levantamentos de informações são o estudo de caso, a pesquisa bibliográfica e a pesquisa
documental.
35

O estudo de caso tem como característica principal e elaboração de um estudo


profundo e exaustivo de um ou apenas alguns objetos, isto para permitir um conhecimento
mais amplo e detalhado da parte estudada (GIL, 1999). Na mesma forma Yin (2001) enfatiza
que o estudo de caso é um estudo empírico que busca investigar um fenômeno atual, isto
quando as fronteiras entre o fenômeno e o contexto não são claramente definidas, por isso, o
estudo de caso contribui de forma de inigualável e sem comparação para a compreensão dos
fenômenos individuais, organizacionais, sociais e políticos.
A necessidade de o estudo de caso ser utilizado surge do fato de se procurar
compreender os fenômenos sociais e complexos, permitindo assim, a investigação dos ciclos
de vida, e dos próprios processos organizacionais e administrativos, por isso Yin (2001)
descreve que o estudo de caso se diferencia das outras técnicas de pesquisa, pois, o mesmo
lida com as evidências e os fatos reais, como os documentos, entrevistas com os situados na
questão e a própria observação do fato.
A pesquisa bibliográfica necessariamente é elaborada a partir de material já
elaborado, isto principalmente de livros e artigos científicos (GIL, 1999), complementando
Cervo e Bervian (2002) enfatiza que a pesquisa bibliográfica tem como função principal
explicar um problema a partir de referências teóricas, isto pode ser realizada
independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Nesses casos a
pesquisa busca conhecer e analisar as contribuições da própria cultura ou a influência
científica existente sobre um determinado assunto.
Na pesquisa documental são investigados documentos com a finalidade de descrever
e comparar uso e costumes, tendências, diferenças e outras características, isto se baseando
em fatos da realidade atual e deixando um pouco de lado o passado (CERVO, BERVIAN,
2002), da mesma forma Gil (1999) contribui em relação à pesquisa documental em que a
mesma assemelha-se com a pesquisa bibliográfica, devido que a única diferença entre as
mesmas é a natureza da fonte. Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente
da contribuição dos autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental tem por base
materiais produzidos com a finalidade de manter a informação e até a própria história, e que
ainda não foram estudados ou analisados.
36

3.2 Unidades de estudo

A Cooperativa da Agricultura Familiar de Floriano Peixoto Ltda. foi criada em abril


de 2002, na cidade de Floriano Peixoto RS. Sua constituição se deu devido à necessidade da
criação de uma Cooperativa que pudesse manter uma relação direta com os produtores
associados, na qual se fosse criado um organograma onde os colaboradores e diretores
ficassem o mais próximo possível, mantendo relações de diálogo e elaborando estratégias para
proporcionar aos clientes/cooperados um atendimento diferenciado perante a concorrência. O
quadro de associados inicialmente era composto por trinta pessoas.
Atuando no comércio de grãos e produtos in natura, ramo agropecuário, vendas de
insumos em geral e mercado. No ramo de gado leiteiro possui assistência técnica
especializada para produtores que desejam atuar no ramo ou já estejam atuando no mercado.
Trabalha com a industrialização de pêssego em calda, geléias e doces de pêssego os quais são
recolhidos pela mesma e a industrialização é terceirizada e embalada, já os rótulos são postos
na própria Cooperativa. Ainda no ramo de frutíferas há um trabalho de acompanhamento de
um técnico e um biólogo para a aplicação dos tratamentos necessários para obter uma colheita
promissora, obtendo assim os resultados objetivados.
A Cooperativa conta com um quadro funcional de sete colaboradores, seis membros
do conselho administrativo e fiscal e totalizando no mês de novembro 450 associados. A
maior parte desses sócios é pequenos produtores rurais.

3.3 Coletas de dados

A coleta de dados especificamente tem por finalidade levantar as reais informações


que podem influenciar na pesquisa e na elaboração do trabalho especificamente, e para
facilitar a elaboração da pesquisa e para buscar essas informações podemos nos apoiar sobre
métodos, o método da entrevista e a observação.
A entrevista é uma das técnicas para levantamento de dados mais utilizado, isto no
meio social, entre pessoas, a entrevista por sua vez visa entender o que realmente as pessoas
sabem, entende, esperam, sentem, desejam, pretendem fazer ou qual a reação das mesmas
sobre determinado assunto. A entrevista é um dos meios mais confiáveis para se fazer
levantamentos quantitativos, qualitativos e sobre o comportamento humano, isto em meio à
sociedade (GIL, 1999).
37

Em relação à observação, considerada também um dos principais meios qualitativos


de pesquisa em relação à pesquisa social, a observação torna possível se ter uma real
visualização da situação que está sendo estudada, a mesma tem grande influência na tomada
de decisões, além de complementar informações já levantadas e ver se as mesmas são
verídicas (EASTERBY-SMITH, 1999).

3.4 Tratamento e análise de dados

Após coleta de dados e análise do local foi então visto a necessidade de se realizar
uma entrevista estruturada, a partir disso foi se levado em consideração alguns fatores que
poderiam ser levantados como pontos importantes para essa etapa. Os resultados, para que se
tenham seu valor científico, devem reunir condições que envolvam a coerência, consistência,
originalidade e a objetivação, constituindo então, aspectos da verdade interna do sistema
estudado, e deve conter contribuições para as ciências humanas (TRIVIÑOS, 2007).
Foram seguidos passos como a elaboração do roteiro para a entrevista, o estudo das
questões propostas, isto para que as respostas recebidas pudessem ser interpretadas com a
idéia de buscar instrumentos para aplicação da teoria na prática em si. Após a entrevista
realizada foi analisada as respostas, se enfatizando a retirada dos seus principais pontos, a
classificação de respostas para se reunir pontos de interesse que servirá de apoio à proposta de
transformação. O tratamento desses dados vai enfatizar a análise dos resultados alcançados
com a pesquisa, a fim de se elaborar ou estruturar e recomendar uma proposta coerente com a
situação.
4 DESENVOLVIMENTO

No desenvolvimento serão abordados os principais assuntos levantados na entrevista


(Apêndice A), onde serão analisados os assuntos de controle de estoques, estoque de
segurança, classificação de estoques, previsão de consumo, sistemas de controle de estoque,
custo de pedido e estocagem, ponto de pedido, localização de materiais e serviço ao cliente.

4.1 Controle de estoques

No contexto de Dias (2005), no que se refere ao controle de estoques, o mesmo é


necessário para que o processo de produção/vendas da empresa opere com um mínimo de
preocupações e desníveis. O setor de controle de estoques acompanha e controla o nível de
estoque e o investimento envolvido.
Enfatizando e complementando esta idéia BAILY (2000), nos diz que o planejamento
e o controle de estoques são políticas diversas e procedimentos que tornam possível
determinar e regular sistematicamente os itens e que devem ser mantidos em estoque e as suas
referidas quantidades, além de regular os programas de fabricação e com isso estabelecer um
planejamento para suprir as exigências de peças e materiais necessários para apoiar a
produção.
O entrevistado quando questionado se a Coperflor possui um sistema específico de
controle de estoque, afirmou que possui um sistema implantado na cooperativa, onde são
lançadas todas as notas de entradas e saídas de produtos.
Em referência ao sistema de controle de estoques, se a baixa é automática após a
emissão das notas fiscais, confirmou que após a emissão a baixa dos produtos do estoque é
automática.
39

Quando se fala em transtornos em relação aos estoques, é notável a preocupação para


a empresa e a insatisfação do cliente/associado, quando o entrevistado foi questionado se foi
realizada alguma venda sem ter produtos em estoque, o mesmo acrescentou que já houve
algumas situações. Com isso foi buscado saber qual o motivo que foi efetuado a venda sem
consultar o limite de estoque, e se havia disponível para a entrega, e ao mesmo tempo tentar
resolver a situação atendendo o cliente. Com isso percebe-se um ponto falho no sistema, que
para confirmar, foi questionado se o sistema autoriza a emissão de notas, sem ter disponível
no estoque, o entrevistado afirmou que o sistema emite notas sem ter estoque cadastrado do
referido item a ser faturado.

4.2 Estoques de segurança

Os métodos de reposição de estoque são procedimentos realizados que permitem a


emissão de um novo pedido, isto sempre que o estoque de algum item necessário aos
processos da empresa esteja abaixo de uma quantidade chamada ponto de pedido. Ponto de
pedido é uma quantidade média estabelecida através de um tempo de espera ou lead time, que
é o tempo que leva entre o pedido e a entrega efetiva, que é considerado o estoque de
segurança. Esse tipo de estoque tem por finalidade cobrir flutuações imprevistas na cadeia de
suprimentos, da demanda ou do lead time, visando diminuir perturbações nos setores de
produção e de mercado ou o real atendimento ao cliente (BAILY, 2000).
Quando questionado se a cooperativa, tem algum meio de controlar o estoque, sem
vir a ter faltas para as vendas, ou um estoque de segurança ou estoque mínimo, indagou que
não existe nenhum sistema implantado com essa utilidade. Como não havendo esse sistema
implantado foi perguntado se havia algum responsável para realizar a verificação dos
produtos físicos em estoque, para isso respondeu que em cada setor tem um responsável que
realiza as contagens e analisa se há necessidade de compra.

4.3 Classificações dos estoques

Como qualquer outro setor das organizações o setor de estoques tem uma
classificação, o que determina a classificação desses materiais. Existem diversos aspectos que
40

são definidos antes de se efetivar um controle de estoques, entre eles se encontram a


identificação do tipo de estoques que estão na empresa (DIAS, 2005).
Quando o entrevistado foi questionado se a cooperativa mantém algum sistema ou
método de classificação dos produtos por ela adquirido, e de que maneira é separado, o
mesmo afirmou que a Coperflor realiza a classificação dos produtos, e são classificados em
fertilizantes, defensivos, rações, mercado, e veterinária. Em relação ao sistema, foi
questionado como é feita a classificação e de que maneira se determina a classe de cada
produto, obtendo a resposta de que “depende dos tipos de produtos que a cooperativa trabalha,
a separação é feita de acordo com as características e a finalidade de cada produto” e é
enquadrado no sistema conforme grupo já pré-definido e já citado.

4.4 Previsão de consumo

Viana (2006) considera que a previsão de consumo é de competência do adquirente,


quando a mesma for adquirida pela primeira vez, geralmente é fixada por estimativa, devido a
não se ter informações anteriores que possam facilitar essa previsão, após ter ocorrido alguma
movimentação em um determinado período já é possível se fazer previsões em relação à
consumo, e necessidade de aquisição.
Em relação à existência de um sistema de previsão de consumo e demanda, o
entrevistado afirmou que “a cooperativa se baseia muito naquilo que é feito anteriormente,
depende muito dos produtos e tal, mas é pelas vendas que foram realizadas antes, e depois
disso se estima então a necessidade e a quantidade da compra dos mesmos”. Com isso foi
comentado da necessidade do estoque de segurança, que possui a finalidade de atender o
crescimento da demanda, de acordo com as flutuações de mercado e a sazonalidade, com isso
ele afirmou que a previsão de consumo não é realizada sobre todos os produtos. Aproveitando
foi questionado se a cooperativa deixou de vender algum produto por erro na previsão de
demanda e se houve situações em que ficaram produtos no estoque à ponto de perder a
validade e serem descartados, obtivemos a resposta afirmativa para as duas questões, onde
chegaram a deixar de efetuar vendas por falta de estoque e aconteceu de produtos vencerem e
tendo assim a necessidade de substituição.
Quando se fala em previsão de consumo, foi questionado ao entrevistado, se a
cooperativa utiliza algum método de previsão e de que maneira é utilizado. O entrevistado
afirmou que a Coperflor utiliza o método do ultimo período, sendo feito uma análise da
41

quantidade vendida no último período, mais a estimativa de crescimento e partir disso


trabalha-se com os pedidos.

4.5 Sistemas de controle de estoque

Dias (2005) em relação a esse assunto afirma que dimensionar e controlar os


estoques é um tema muito importante e ao mesmo tempo preocupante, devemos, portanto
saber analisar e estruturar o estoque. Referindo-se ao sistema de revisões periódicas nesse
sistema são programadas as datas em que deverão ser realizadas as reposições de materiais, e
os intervalos são iguais. Considerando o estoque físico existente no consumo do período, o
tempo de reposição e o saldo de pedido no fornecedor.
Quando foi questionado o entrevistado se a cooperativa realiza contagens periódicas
a fim de verificar as quantidades de físicas existentes e se a resposta for positiva com que
freqüência é realizada, o mesmo afirmou que são realizadas contagens a cada 30 dias a fim de
se confirmar o estoque físico existente e sua relação com o sistema.

4.6 Custo de pedido e estocagem

Os custos de estocagem (ARNOLD, 1999) incluem todas as despesas que a empresa


tem, isso em função do volume que é mantido em estoque, para isso o armazenamento de
estoque requer espaço, funcionários e equipamentos. E para se manter um estoque sem riscos,
que se devem ser admitidos como custos para a organização, entre esses riscos se encontram
na obsolência, perda do valor do produto resultante de uma mudança no modelo no estilo, ou
do desenvolvimento tecnológico; nos danos, estoque danificado enquanto é manuseado ou
transportado; Pequenos furtos, mercadorias perdidas ou furtadas; Deterioração, estoque que
apodrece ou se dissipa no armazenamento, ou cuja vida de prateleira é limitada.
Quando o entrevistado foi questionado se a Coperflor realizava um levantamento
para saber o custo de se manter um produto no estoque, o mesmo respondeu que a cooperativa
não realiza esse levantamento de informações.
42

4.7 Ponto de pedido

Chambers apud Cara (2004) comenta que o ponto de pedido, é uma das abordagens
mais comuns para se decidir quanto de determinado item deve-se realizar pedido, isto quando
o estoque necessita ser reabastecido. Esse sistema encontra o melhor equilíbrio entre as
vantagens e desvantagens de manter materiais e estoques.
Para isso foi questionado o entrevistado como são feitos os pedidos, obtendo-se
assim a seguinte resposta, “os pedidos são identificados através da necessidade, verificando a
quantidade e através disso, você entra em contato com os fornecedores, faz uma análise de
preço, também uma tomada de preço de certos produtos, e depois disso são encaminhado os
pedidos”, visto esse fator foi questionado se a cooperativa tem algum sistema que realiza esse
tipo de operação, ou se verifica se há necessidade de compra para repor o estoque, afirmou
que possui um sistema para os estoques, mas não realiza essa operação, com isso foi
questionado se ao menos existe algum responsável para realizar essa operação, de análise e
realização de compras, para isso afirmou que cada setor existe um responsável para realizar
essa operação, e quando é realizado pedido maiores, (onde não especificou o volume), a
compra é realizada por um supervisor. Também foi questionado se existe algum limite de
compra, ou fica a critério do comprador, em relação a isso afirmou que as compras dependem
da necessidade e da condição oferecida.
Da mesma forma, se entendendo da necessidade de se manter um estoque foi
perguntado se a cooperativa tem um controle de tempo de reposição de mercadorias, isso
desde o momento em que se consta a necessidade da emissão do pedido até a entrega do
produto pelo fornecedor, o entrevistado afirmou que não possui um sistema que realiza esse
controle de tempo de reposição.

4.8 Localização de materiais

“A localização dos materiais dentro da empresa se torna indispensável, seu objetivo é


estabelecer os princípios a perfeita identificação a localização dos materiais estocados. É
utilizada uma codificação para cada item estabelecendo assim sua localização, facilitando as
operações de movimentação e contagem” (DIAS, 2005, p.176).
43

Uma organização no departamento de estoque é essencial para um bom andamento


das atividades da empresa, para isso foi questionado se é importante esse fator para o bom
andamento dos processos da empresa, para isso temos uma afirmação de que a localização
com certeza tem importância nesse caso. Para isso foi questionado como as mercadorias ficam
armazenadas, e se existe algum local próprio para cada tipo de produto, afirmou que existe um
local especifico para cada produto, e ao mesmo tempo existe a necessidade de transferência
para outro local para após ser vendido, afirmou que existem alguns produtos que acontecem
essas situações, e isso acontece conforme a demanda de produtos.

4.9 Classificação, codificação de materiais

Viana (2006) afirma que as empresas sempre se preocupam com a identificação dos
materiais em estoques, e a solução encontrada foi à codificação por meio de um conjunto de
símbolos, sendo eles numéricos, alfanuméricos, que geralmente transmitem dados ou
características dos produtos, isto de maneira simples, fácil de entender, se transformando em
uma linguagem universal de materiais na empresa.
Em relação às formas de classificação e codificação foi questionado se é utilizado
algum sistema de codificação para facilitar na identificação, movimentação e contagem dos
próprios produtos, para essa obtivemos uma resposta negativa, onde nada está implantado
nesse sentido.

4.10 Serviço ao cliente

A logística por meio de seus atributos tem a capacidade de contribuir para o sucesso
das organizações fornecendo aos clientes entregas de produtos precisas e dentro dos prazos
determinados pela negociação. Independente dos motivos e da finalidade da entrega, o cliente
que está sendo atendido é o foco principal e a real força motriz do mercado e para o
estabelecimento de requisitos de análise e implementação do desempenho logístico
(BOWERSOX, CLOSS, 2001).
Em relação à logística e o atendimento ao cliente foi questionado se a cooperativa
utiliza o serviço de entrega aos clientes, o entrevistado afirmou que para alguns produtos,
quando há a necessidade de efetuar a entrega é realizado esse serviço. Da mesma forma foi
44

comentado que o fato da concorrência que há entre as empresas, o tempo de entrega é


considerado um fator importante para proporcionar maior satisfação ao cliente, o entrevistado
confirmou essa afirmação.

4.11 Sugestões

Depois de realizada toda uma atividade de embasamento em literatura, estudo de


caso na Coperflor e análise de situações ocorridas, foram estabelecidas algumas propostas que
possam vir a contribuir para uma estruturação e melhoria nas atividades do setor de estoques
da cooperativa.
Quando se relaciona a venda de produtos, sugere-se que seja bloqueada no sistema a
emissão de notas fiscais sem possuir em estoque os produtos. Dessa forma evita-se problemas
futuros com clientes, sendo que o ideal é manter o equilíbrio entre as entradas e saídas.
Levando em conta que a Cooperativa não possui estoque de segurança implantado,
sugere-se a implantação do mesmo sendo que este facilitaria o controle em épocas de
sazonalidade, pois o estoque de segurança permite a venda enquanto os pedidos sejam
encaminhados e entregues pelos fornecedores, é uma ferramenta que possibilita que sejam
sanadas as deficiências de estoque, evitando ocorrer situações de deixar de vender. No entanto
é fundamental que o responsável pela análise da necessidade de compra, passe por processos
de capacitação.
Relacionando-se a previsão de consumo com a cooperativa, analisou-se que a
Coperflor efetua a previsão de apenas alguns produtos. Faz-se necessário adotar a previsão do
consumo em todos os itens. Isso seria possível realizando-se uma análise do histórico de
vendas do período anterior, transferindo para o período atual com o acréscimo da expectativa
da demanda das vendas, além de se levar em consideração a sazonalidade do item analisado.
Salienta-se que a cooperativa deixou de vender por não ter estoque suficiente.
A Coperflor trabalha com poucos métodos de controle de estoque, para o bom
andamento das atividades é preciso diversificar esses métodos a fim de proporcionar garantia
de segurança e confiança em relação ao método implantado. Em análise, dos fatos, sugerimos
a implantação do método PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai), que tem por função
gerar a rotatividade dos estoques, que por fim diminui a incidência de produtos vencerem ou
serem danificados. Além de enfatizar que seja necessário realizar contagem periódica do
estoque com mais freqüência, propondo assim a cada semana a realização de uma contagem,
45

se analisando com a informação disponível no sistema, isso para que no momento que vier a
acontecer alguma frustração venha a ser identificada com antecedência, assim evitando
maiores transtornos. Também no final de cada exercício, salienta-se que a Coperflor deve
inventariar seus estoques de materiais, se analisando com todas as informações disponíveis.
Visando a extinção de problemas relacionados com o prazo de validade dos produtos,
a perda de mercadorias por esse fator é um prejuízo que a Cooperativa tende a assumir, para
isso, questões de vencimento de produtos podem ser evitados. Propondo assim, no momento
em que os produtos são cadastrados, coloca-se a data do vencimento de cada produto, já que o
sistema de controle que a Coperflor trabalha possibilita que seja efetuado esse tipo de
procedimento, também é indicado o uso da rotatividade dos produtos, como foi citado o
método PEPS.
Em relação ao ponto de pedido verifica-se a necessidade de realização de um estudo
para verificar o tempo de reposição dos produtos, para que haja informações precisas na hora
da verificação da necessidade do pedido, e a emissão do mesmo, dessa forma corre-se menos
riscos de ficar sem produtos em estoque.
Um fator de grande relevância no estudo foi à classificação, codificação e localização
de materiais, então, para facilitar o manuseio, transporte e movimentação dos produtos é de
fundamental importância a localização e codificação dos itens. Neste sentido, a cada item
destina-se um número cadastrando-se por categoria e após por produto, isso dentro do sistema
de controle de estoque. Esse sistema seria também utilizado no local onde ficam armazenados
os produtos facilitando assim a identificação dos mesmos.
De tal forma sugere-se a estruturação de um novo layout do setor de armazenagem,
como pode ser visto na figura 3, permitindo uma melhor separação e organização,
possibilitando uma melhor visualização e aproveitamento do espaço, onde cada produto é
organizado conforme a freqüência da saída. Com isso, têm-se facilidades na hora da entrega
dos mesmos. Para confirmar essa sugestão, está disponível no Apêndice B algumas fotos do
setor de estoques da Coperflor.
46

Figura 3: Proposta de um novo layout para o setor de estoques

P F
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Fonte: Os autores.

Já vimos que o serviço ao cliente é um grande diferencial quando se fala da relação


da empresa com o cliente, para isso, observa-se, que o serviço prestado pela cooperativa
utiliza são as entregas dos produtos. Enfatizamos que esse serviço deve ser aprimorado, sendo
que o mesmo não consegue atender a demanda dos clientes, firmando assim a necessidade de
ampliação.
5 CONCLUSÃO

O processo de pesquisa foi estruturado sobre alguns processos metodológicos, bem


como a realização de um estudo bibliográfico, estudo de caso e estrutural, e tomando por base
maior a realização de entrevista com um responsável pelo setor de estoques da Coperflor, que
tinha como proposta propor uma nova estruturação do sistema de controle e layout do
estoque.
Nesse presente trabalho foi apresentado o problema se é possível incrementar um
controle organizacional do estoque físico, na área de insumos, da Cooperativa da Agricultura
Familiar de Floriano Peixoto Ltda. Como conclusão do presente estudo é possível afirmar que
através da implantação de alguns métodos é possível incrementar uma reforma no controle
organizacional do estoque físico da Coperflor.
Quando se relacionando aos objetivos do estudo, questiona-se como principal ponto,
uma avaliação do controle de estoque da Coperflor. Para este questionamento foi realizada
uma avaliação de todo o sistema de estoques da cooperativa, de todos os processos que são
realizados. Processos esses realizados desde o momento da necessidade da realização do
pedido, e após ter sido realizada a efetivação da entrada no estoque e todos os processos que
são realizados com os produtos adquiridos pela cooperativa, até o momento da entrega ao
cliente, na própria empresa, ou mesmo quando necessária a entrega em um local desejado
pelo cliente.
Foi efetuado um levantamento das quantidades físicas do estoque de insumos e
mercadorias, com finalidade de se analisar a informação fornecida pelo sistema e o que
realmente está ocorrendo no setor, para tal questão foi analisado algumas situações que
vinham a proporcionar um desconforto tanto para a empresa como para o cliente/associado.
O ajustamento do cadastro dos estoques se torna evidente, quando se leva em
consideração a organização do setor de estoques, pois com uma forma de classificação
48

adequada é possível fazer um mapeamento. Facilitando em todo o processo de entregas dos


produtos e as contagens periódicas que são realizadas, e devem ser conferidas com os dados
lançados no sistema e a informação nele disponível.
Da mesma forma o mapeamento dos produtos através de uma codificação é sugerida,
ao comparar a situação encontrada na empresa se analisa a necessidade de se aprimorar esse
método, se percebe que a cooperativa realiza a codificação, mas não evidencia o mapeamento
do setor, que vem ocasionando problemas com as contagens, com as vendas e análise da
necessidade de compra.
Os sistemas de controle de estoques devem estar sempre em constante
aprimoramento e os profissionais que nesse setor executam suas funções devem se manter em
aperfeiçoamento, bem como manter um estoque organizado torna um fator importante. Foram
sugeridos métodos que contribuem para a tomada de decisões de compra, lançamento no
sistema, organização dos produtos em estoque, analisando sua disposição no setor, fornecendo
métodos que venham a contribuir no processo de venda e a sua baixa no estoque, e o
aprimoramento do serviço que é prestado ao cliente/associado.
Enfatiza-se a necessidade de se estar em constante aprimoramento profissional, bem
como sempre que possível realizar novos estudos, a fim de constatar novas situações
problemáticas, que simplesmente com o aprimoramento de alguns métodos torna possível
evitar complicações futuras, estas podendo prejudicar a cooperativa causando grandes
transtornos.
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APÊNDICES
Apêndice A – Questionário elaborado para a elaboração da entrevista

Questionário elaborado para a realização de entrevista na empresa Coperflor, tendo


como ponto principal a análise do setor de estoques e suas atribuições.

1. A Coperflor possui um sistema especifico para o controle de estoque?

2. A cooperativa possui controle de estoque mínimo?

3. Como são feitos os pedidos?

4. Um encarregado faz a verificação dos produtos físicos?

5. Se não, o próprio sistema de controle de estoque verifica se há a necessidade de


compra ou não?

6. A Coperflor possui previsão da demanda das vendas?

7. A venda foi feita e na hora da entrega não havia disponíveis os produtos?

8. Se sim, qual a alternativa adotada em situações como essa?

9. O sistema permite a emissão de notas fiscais caso não possua em estoque os itens
estabelecidos para o faturamento?

10. A cooperativa possui estoque de segurança estruturado e implantado?

11. O estoque de segurança possui a finalidade de atender o crescimento da demanda, de


acordo com as flutuações decorrentes da sazonalidade, a cooperativa trabalha com
estoque de segurança?

12. Como funciona o controle de estoque da cooperativa, a baixa é automática após a


emissão das notas fiscais?
53

13. A cooperativa tem uma pessoa responsável por todas as compras, ou em cada setor há
um encarregado?

14. É estipulado um limite de compra, ou fica a critério do comprador?

15. Como as mercadorias ficam armazenadas, tem um local próprio para cada tipo de
produto?

16. Ou para determinados itens há a necessidade de transferência para posteriormente ser


vendido?

17. É realizado um levantamento para saber qual o custo para manter a mercadoria
armazenada por um determinado período?

18. A cooperativa possui um controle do tempo de reposição de mercadorias, desde o


momento em que se constata a necessidade da emissão do pedido até a entrega do
produto pelo fornecedor?

19. Após a venda a um cliente a Coperflor utiliza o sistema de entrega do produto?

20. Baseando-se pelo fato da concorrência que há entre as empresas o tempo da entrega é
considerado como um fator importante para proporcionar maior satisfação aos
clientes?

21. Quanto à classificação dos estoques, a cooperativa efetua a separação de produtos?

22. Se utilizar, como é feita?

23. De que maneira que se determina a classe de cada produto?

24. Em relação à previsão de demanda qual o método utilizado pela cooperativa?

25. De que maneira é utilizado?


54

26. A cooperativa realiza a contagem periódica, a fim de verificar as quantidades físicas


existentes?

27. Realiza-se com que freqüência?

28. A localização dos materiais é fundamental para o bom andamento dos processos?

29. É utilizada uma codificação para facilitar na identificação, movimentação e contagem


dos próprios produtos?

30. A cooperativa deixou de vender algum produto por erro na previsão de demanda?

31. Em relação às compras, produtos permanecem armazenados por muito tempo a ponto
de serem descartados devido o prazo de validade?
Apêndice B – Fotos do setor de estoques da Coperflor
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