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Sabedoria a serviço do Coaching

É possível orientar, aconselhar e até mesmo “provocar” alguém a ter sucesso pessoal e
profissional ser ter sido alguém bem sucedido?
É possível estimular, auxiliar na definição de estratégias para aquisição ou desenvolvimento de
competências, sem ter sido alguém competente ou que não pode entregar suas competências em
algum projeto ou trabalho?
É possível ajudar as pessoas a chegarem a conclusões ou respostas sobre suas dúvidas mais
profundas sem realmente ter domínio de si mesmo? E o que pode ser ainda mais temeroso, não
ter desenvolvido o discernimento necessário para compreender suas próprias dúvidas e
respostas, tão pouco ser capaz de utilizar da resiliência para enfrentar as quedas que virão ao
longo de sua jornada?
Todas essas reflexões são para mim inevitáveis quando eu vejo como um método tão eficaz
como o coaching estão sendo promovido, penso que está sendo banalizando, posso me arriscar
a dizer que conceitualmente está se transformando em senso comum.
O Coaching é eficaz para muitos objetivos, pessoalmente pude experimentar seus benefícios
quando há exatos oito anos tomei a decisão de mudar meu estilo de vida e reagir a uma
passividade adquirida pelas decepções que sofri em determinado momento de minha vida.
Precisava fazer algo e por isso investi tempo e dinheiro em uma formação que me ajudou em
nível pessoal e foi transformador para mim.
Por essa experiência, posso dizer com tranquilidade que eu acredito no Coaching como método,
filosofia e ferramenta, entretanto, o fato de ter dado certo comigo não assegura que dará certo
com outras pessoas. Provar de sua eficácia me dá segurança e motivação para avançar na busca
de mais conhecimento, aprofundar nas técnicas, pesquisar sobre comportamento humano e suas
motivações e, tudo que cerca e compõem a natureza humana.
Penso eu que não conseguimos obter conhecimentos fazendo um, dois ou mais cursos de
formação em coaching. É preciso de muito mais que isso, é preciso de estudo, dedicação,
experiências ricas com pessoas, disciplina e uma condição que creio eu ser a mais difícil de
todas: ter uma vida reta, com valores morais e éticos verdadeiros como dignidade, honestidade,
força de caráter e compaixão. Creio que um profissional que atua ou atuará nessa área deva ser
um exemplo de conduta ética e caráter.
Para alguns pode parecer falso moralismo e até retórica, sei lá, mas até a atual fase de minha
jornada nesse planeta, percebo e sinto que a direção é essa. Se as pessoas creem que sua
missão é ajudar as pessoas, mesmo sendo remunerada, essa ajuda deve ser valiosamente
verdadeira e oferecida com sabedoria absoluta.
E falando em sabedoria, vale ressaltar que pessoas sábias estão distantes da mediocridade,
dissimulação, oportunismo e tantas outras mazelas humanas. Pessoas sábias sabem exatamente
o que fazer para recuarem quando não podem ajudar genuinamente. Elas possuem
discernimento sobre o que é bom e o que não é. É um grande desafio ser um profissional dessa
área, mas considerando que esse profissional (sábio) irá buscar sua transformação pessoal,
posso concluir que é um desafio possível.
Esse profissional mais do que qualquer outro deve ser sempre honesto e leal consigo mesmo
para abrir mão do sucesso e/ou do prestígio quando não tiver mais competências ou for digno o
suficiente para merecer a confiança das pessoas que buscam ajuda, especialmente, por ser o
Coaching uma missão carregada de nobreza de espírito e compaixão, afinal de contas, quando
se trata de questões que podem contribuir para a evolução do ser humano, acredito que é assim
que deve ser.
Concluo a minha reflexão como uma provocação a todos que estão em busca desse
conhecimento para dar início a uma nova carreira utilizando o Coaching como jornada. Então
proponho: antes de ensinar os outros a serem sabiamente bem-sucedidos, que busquemos em
nós a sabedoria necessária para sermos pessoas de sucesso, ou melhor, pessoas que fazem a
diferença no mundo por agir com nobreza e agregar valor à vida.

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