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RESUMO GINECOLOGIA

PRINCÍPIOS DA CONSULTA GINECOLÓGICA – ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS


- Negligência:
 Falta de cuidado ou de precaução
 Omissão
- Imprudência:
 Imprevisão do agente em relação às consequências de seu ato ou ação
 Atitudes não justificadas, precipitadas, sem ter cautela
- Imperícia:
 Falta ou deficiência de conhecimentos técnicos da profissão
 Falta de observação das normas
 Despreparo prático
- Princípios Éticos:
Sigilo – O médico é proibido de revelar informações sobre a paciente, salvo em casos de dever legal (atestado
de óbito, notificação compulsória de doenças; comunicação de crime de ação pública: por arma de fogo ou
branca, lesões corporais que apresentam gravidade. Nesse caso, a comunicação deverá ocorrer à autoridade
policial ou do Ministério Público da cidade) e justa causa (paciente com DST que se recusa a informar e
proteger seu parceiro sexual do risco de transmissão e pratica o sexo de forma a contaminar outras pessoas)
Obs.: Aborto é interrupção voluntária, ou não, da gestação antes de completar 20-22 semanas.
- Quando IG desconhecida: peso fetal menor do que 500 gramas ou estatura que < 16,5 cm.
- No Brasil, o aborto voluntário ou provocado é considerado ato criminoso e detalhado no Código Penal
nos artigos 124 até 127
- O aborto legal é pratica por médico:
 Se não houver outro meio de salvar a vida da gestante.
 Se a gravidez for resultante de estupro, sendo necessário: boletim de ocorrência
policial; Termo de autorização ou consentimento assinado pela gestante ou, no caso
de incapaz, por seu responsável legal, solicitando interrupção; Termo de
consentimento informado da instituição hospitalar detalhando os riscos e complicações
do procedimento; Avaliação multiprofissional (médico, psicólogo, enfermeira,
assistente social); Gestação até 20 semanas; Não é necessário autorização judicial
 Aborto por Anomalia Fetal (anencefalia)
Obs.: Prontuário médico é um documento de manutenção permanente pelos médicos e estabelecimentos de
saúde (Resolução CFM nº 1331/89) e os documentos originais devem ser guardados pelo prazo mínimo de
10 (dez) anos, a fluir da data do último registro de atendimento da paciente. Ao final desse tempo, o prontuário
pode ser substituído por métodos de registro capazes de assegurar a restauração plena das informações nele
contidas
Autonomia – direito do indivíduo de autogestão, criação de normas pessoais de conduta e escolha de um
corso de ação com base em um contexto de valores pessoais e princípios derivados dos mesmos
Obs.: Pacientes intelectualmente deficientes e no caso de crianças, o princípio da autonomia deve ser
exercido pela família ou responsável legal.
Beneficência – obrigação de promover o bem-estar do paciente
Não-maleficência – ato de não cometer danos
Justiça – Equidade
Consentimento informado – documento assinado pelo paciente, ou responsável, consentindo ao médico a
realização de determinado procedimento diagnóstico ou terapêutico, após haver recebido informações
pertinentes. Garante a autonomia do paciente e delimitar a responsabilidade do médico que realiza os
procedimentos
Obs: O termo de consentimento informado deve conter:
• Identificação do paciente ou de seu responsável;
• Nome do procedimento;
• Descrição Técnica (em termos leigos e claros);
• Possíveis insucessos;
• Complicações pré e pós-operatórias;
• Descrição da anestesia;
• Destino da peça operatória;
• Possibilidade de modificação de conduta durante o procedimento;
• Declaração de que as explicações foram efetivamente entendidas
• Confirmação de autorização, com local e data da cirúrgica;
• Modelo para revogação da cirurgia;
• Assinatura de testemunhas.
- Planejamento Familiar:
- Critérios para a realização da esterilização cirúrgica:
 Em homens e mulheres, em capacidade civil plena e maiores de 25 anos de idade ou
pelo menos com dois filhos vivos
 Prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico
 Em caso de risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto, testemunhado
em relatório escrito e assinado por dois médicos.
 A esterilização cirúrgica, como método contraceptivo, somente será executada por
laqueadura tubária ou vasectomia
 Será obrigatório constar no prontuário médico o registro da expressa manifestação de
vontade em documento escrito e firmado.
- É vedada a esterilização cirúrgica em mulher durante os períodos do parto, aborto ou até o 42º
dia do pós-parto ou aborto. Exceto:
 Cesarianas sucessivas anteriores ou
 Mulher for portadora de doença de base e a exposição a segundo ato cirúrgico ou
anestésico representar maior risco para sua saúde
- Na vigência de sociedade conjugal, a esterilização depende do consentimento expresso de ambos
os cônjuges
- A esterilização cirúrgica em pessoas absolutamente incapazes somente poderá ocorrer mediante
autorização judicial
- É direito do médico:
 Artigo 28 – Recusar a realização de atos médicos que, embora permitidos por lei, sejam
contrários aos ditames de sua consciência
- Passagem de Plantão:
- O tocoginecologista somente pode deixar o pronto-socorro no qual está cumprindo um plantão após
transferir ao substituto todas as informações pertinentes às pacientes que até então estavam sob seus
cuidados
- Não comparecimento de seu substituto plantonista comunica ao Diretor Clínico do hospital para que
o mesmo providencie, o mais rapidamente possível, a presença de outro tocoginecologista

ANAMNESE FÍSICO GINECOLÓGICO


- Fundamentos para a boa comunicação durante a consulta ginecológica:
 Empatia
 Capacidade de ouvir atentamente
 Conhecimento especializado
 Afinidade mútua
 Confiança
 Dar respostas completas às perguntas da paciente
- A relação médico-paciente depende da linguagem, que deve ser compreensiva; baseada em um diálogo
aberto, com humor e carinho perante a paciente, deixando-a confortável durante a consulta
Obs.: o tratamento é melhor compreendido quando a consulta é feita em um diálogo, principalmente quando
a paciente é mais ouvida, relatando com mais facilidade suas queixas
- Atitudes que mostram desrespeito
 Manter grandes discussões com paciente despida
 Conversar de pé com a paciente deitada
 Cancelar consultas marcadas
 Cuidado com paciente “doente” – relacionamento não deve ser imposto
- Ficha de Anamnese e exame físico ginecológico:

FICHA DE ANAMNESE E
EXAME CLINICO

1. ANAMNESE

a) IDENTIFICAÇÃO:
NOME: __________________________________________________________________________________
IDADE: __________ SEXO/GÊNERO: F ( ) M ( )
COR/ETNIA: BRANCO ( ) PARDO ( ) PRETA ( ) INDÍGENA ( ) ASIÁTICO ( )
ESTADO CIVIL: CASADO ( ) SOLTEIRO ( ) DIVORCIADO ( ) VIÚVO ( ) OUTROS( )
PROFISSÃO: _____________________ LOCAL DE TRABALHO: _____________________________
NATURALIDADE: ________________________ PROCEDÊNCIA: _____________________________
RESIDÊNCIA: ____________________________________________________________________________
NOME DA MÃE: __________________________________________________________________________
NOME DO RESPONSÁVEL/CUIDADOR/ACOMPANHANTE: __________________________________
RELIGIÃO: ___________________________

b) QUEIXA PRINCIPAL: ______________________________________________________

c) HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL (HDA) – determinar o sintoma-guia:


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 Exame Físico:
- É realizado com a paciente em posição de litotomia
- A paciente deve ser informada durante todo o procedimento
- Inspeção da vulva e região perineal, procura-se:
 Eritema
 Lesões
 Coloração
 Massas
 Qualidade da pele
 Escoriações
Obs.: qualquer lesão visível deve ser descrita cuidadosamente
- Palpação da genitália externa, incluindo o monte de vênus e a região perineal
- Exame especular:
 É necessário que o especulo esteja aquecido e lubrificado, se houver necessidade
 A cérvice e todos os aspectos da vagina devem ser inspecionados
 Biopsia deve ser realizada em caso de qualquer lesão
 Qualquer secreção purulenta na vagina ou cérvice deve ser enviada para cultura
- Toque:
 Consiste na palpação da pelve por meio da inserção de um ou dos dedos na vagina.
 Os dedos são posicionados com gentileza no fórnix posterior para que o útero seja mobilizado. Com
a mão abdominal posicionada, o útero pode ser palpado logo acima da superfície do púbis
 Avalia-se o tamanho, a forma, a mobilidade, o contorno, a consistência, a posição e a presença de
dor em todos os anexos
 Deve ser feita a palpação dos músculos do assoalho pélvico, bexiga, reto, cérvice e fundo de saco.
Nessas estruturas procura-se sensibilidade e local de dor
- É essencial a realização rotineira de exames para DSTs em adolescentes e jovens adultas
- O exame físico das mamas deve seguir a seguinte ordem:
• Inspeção estática e dinâmica
• Palpação
• Expressão papilar
• Palpação dos linfonodos axilares e supraclaviculares.
CUIDADOS DE PREVENÇÃO E RASTREIO
- Prevenção primária: visa remover causas e fatores de risco de um problema de saúde individual ou
populacional (Imunização, orientação de atividade física para diminuir chance de obesidade)
- Prevenção secundária: visa detectar um problema de saúde em estágio inicial, muitas vezes em estágio
subclínico, no indivíduo ou na população (Rastreamento, diagnóstico precoce)
- Prevenção terciária: visa reduzir, em um indivíduo ou população, os prejuízos funcionais consequentes de
um problema agudo ou crônico (Prevenir complicações do diabetes, reabilitar paciente pós-infarto ou AVE)
- Categorias da prevenção de doenças:
 Manutenção de baixo risco:
 Redução de risco: foca nas características que implicam risco de moderado a alto e busca maneiras
de controlar ou diminuir a prevalência dos riscos
 Detecção precoce:
o Estimular a conscientização da população sobre os sinais precoces de problemas de saúde
o Rastrear pessoas em condição risco a fim de detectar um problema de saúde em sua fase
inicial
 Diagnóstico precoce: O indivíduo já apresenta sinais e/ou sintomas de uma doença
 Rastreamento: Realização de testes ou exames diagnósticos em populações ou pessoas
assintomáticas ainda na fase subclínica
- Critérios para o programa de rastreamento:
 A doença deve representar um importante problema de saúde pública, levando em consideração os
conceitos de magnitude, transcendência e vulnerabilidade
 A história natural da doença ou do problema clínico deve ser bem conhecida;
Obs.:
Magnitude: refere-se à dimensão coletiva e epidemiológica do problema, em relação aos demais problemas,
agravos e doenças presentes na população em questão (tratado em geral em termos de prevalência e
incidência, em comparação com outros problemas, agravos ou doenças).
Transcendência: refere-se ao impacto produzido na comunidade pela doença em questão e pressupõe
avaliação valorativa e significativa dos tipos de condições, ou das faixas etárias, ou dos tipos de danos e suas
consequências.
Vulnerabiliade: refere-se à capacidade e probabilidade de evitar a doença, ou de diagnose precoce e de
tratamento, de acordo com a tecnologia atual
 Deve existir estágio pré-clínico (assintomático) bem definido, durante o qual a doença possa ser
diagnosticada;
 O benefício da detecção e do tratamento precoce com o rastreamento deve ser maior do que se a
condição fosse tratada no momento habitual de diagnóstico;
 Os exames que detectam a condição clínica no estágio assintomático devem estar disponíveis,
aceitáveis e confiáveis;
 O custo do rastreamento e tratamento de uma condição clínica deve ser razoável e compatível com
o orçamento destinado ao sistema de saúde como um todo;
 O rastreamento deve ser um processo contínuo e sistemático
- Exames complementares associados a fatores de alto risco:
- Densitometria óssea:
• Pós-menopausa < 65 anos
• Histórico de fratura prévia na vida adulta
• História familiar de osteoporose
• Branca
• Demência
• Nutrição inadequada
• Tabagismo
• Baixo peso
• Menopausa precoce
• Alcoolismo
- Rastreamento de Ca colorretal:
• Ca colorretal ou pólipos adenomatosos em parentes 1º grau < 60a ou 2 ou + parentes de qualquer
idade
• Polipose adenomatosa familiar
• História de ca colorretal
• Histórico de doença de Crohn
- Hemograma:
• História de fluxo menstrual excessivo
- Exame cutâneo:
• Intensa exposição a luz solar
• História familiar ou pessoal de Ca de pele
• Lesões precursoras
- Bacteriúria:
• DM
- Glicemia:
• IMC ≥25
• História familiar de DM
• Sedentarismo
• Feto > 4kg ou DMG
• HAS
• Dislipidemia
• Síndrome do Ovário Policístico
• Doença vascular
- Perfil lipídico:
• História familiar de hiperlipidemia
• Parente com doença cardiovascular prematura (<50 homens e <60 mulheres)
• História pessoal de cardiopatia coronariana ou aterosclerose não coronariana
• Obesidade (IMC > 30)
• História vascular de doença vascular periférica
• DM
• HAS
- Mamografia:
• Antecedente pessoal de Ca mama
• Parente 1º grau com Ca mama, ovário
• ≥ 40 anos (SBM)
- Sorologia para Rubéola:
• Mulheres em idade fértil não imune
- Teste cutâneo de TB:
• Infecção por HIV
• Contato íntimo com pessoas com TB
• Alcoolismo
• Uso de drogas
• Profissional da saúde que trabalha em unidade de alto risco
• Evidência radiográfica de tuberculose prévia cicatrizada
- TSH:
• História familiar doença da tireóide
• Doença autoimune
• Hipotireoidismo subclínico associado a dislipidemias
• - Teste para HCV:
• Uso de drogas EV
• Transfusão sangue ou transplante de órgãos antes de 1992
• Hemodiálise crônica
• Alterações exames hepáticos
- Teste para HIV:
• Uso de drogas injetáveis
• Prostituição
• Diagnostico de DST no ano anterior
• Mais de um parceiro desde o último teste de HIV
• Transfusão sangue entre 1978 e 1985
• Gravidez
• Oferecer as mulheres que desejam engravidar
- Teste para DST:
• Múltiplos parceiros
• Contato pessoas com DST conhecida
• Rastreamento gonorréia e clamídia
 Avaliação periódica dos 13 aos 18 anos:
- Principais causas de morbidade:
• Abuso
• Acne
• Asma
• Cefaleia
• DM
• Distúrbios mentais
• DSTs
• Infecções das vias aéreas superiores
• ITU
• Vaginite
- Exame pélvico quando indicado pela anamnese (anual 3 anos após o início da atividade sexual)
- Exames laboratoriais periódicos:
• Pesquisa de clamídia e gonorreia se sexualmente ativa
• Teste para HIV se sexualmente ativa
- Exames laboratoriais em grupos de alto risco:
• Hemograma
• Bacteriúria
• DST
• Aconselhamento genético
• Sorologia para Rubéola
• Teste cutâneo para TB
• Perfil lipídico
• Glicemia jejum
• Hepatite C
• Rastreamento Ca colorretal
 Avaliação periódica dos 19 aos 39 anos
- Principais causas de morbidade:
• Abuso se substancias
• Abuso sexual
• Violência domestica
• Apendicite
• Artrite
• Asma
• Ca
• Enxaqueca
• Depressão
• DM
• Distúrbios ginecológicos
• Distúrbios mentais
• DST
• HAS
• IVAS
• ITU
- Avaliação periódica:
• Anamnese
• Exame físico
• Prevenção contra DST
• Relacionamento familiar
• Maus-tratos
• Uso de drogas
• Atividade física
• Contracepção
• Ingestão de cálcio
• Distúrbio do sono
• Fatores de risco CV
- Exames periódicos:
• Cop anual (após 3 resultados negativos consecutivos, repetir a cada 2 anos)
- Exames em grupos de alto risco:
• HMG
• Bacteriúria
• DST
• Aconselhamento genético
• Sorologia para Rubéola
• Teste cutâneo para TB
• Perfil lipídico
• Glicemia jejum
• Hepatite C
• Rastreamento ca colorretal
• MMG
• TSH
 Cuidados dos 40 aos 64 anos
- Principais causas de morbidade:
• Artrite
• Ca
• Depressão
• DM
• Menopausa
• Distúrbios mentais
• Deficiência visual
• HAS
• IVAS
• ITU
• Obesidade
• Ulceras
- Avaliação periódica:
• Anamnese
• Exame físico (tireoide e mamas)
• Incontinência urinaria e fecal
• Prevenção de DST
• Relacionamento familiar
• Violência domestica
• Uso de drogas
• Atividade física
• Contracepção
• Ingestão de cálcio
• Distúrbios do sono
• Fatores de risco cardiovasculares
- Exames periódicos:
• Cop anual --- após 3 resultados negativos consecutivos  a cada 2-3 anos, exceto pacientes HIV+
• MMG
• Perfil lipídico anual
• Glicemia a cada 3 anos em mulheres >45anos
• Pesquisa de sangue oculto nas fezes a cada 5 anos
• Colonoscopia a cada 10 anos em mulheres > 50anos
• TSH a cada 5 anos a partir dos 50 anos
Exames em grupos de alto risco:
• HMG
• Bacteriúria
• DST
• Aconselhamento genético
• Sorologia para Rubéola
• Teste cutâneo para TB
• Hepatite C
 Cuidados a partir dos 65 anos:
- Causas de morbidade:
• Artrite
• Ca
• Depressão
• DM
• Distúrbios mentais
• Deficiência visual e auditiva
• HAS
• IVAS
• ITU
• DPOC
• Obesidade
• Ulceras
• Osteoporose
• Incontinência urinaria
• Vertigens
- Avaliação periódica:
• Anamnese
• Exame físico (tireoide, pele, mamas)
• Incontinência urinaria e fecal
• Prevenção de DST
• Relacionamento familiar
• Violência domestica
• Tabagismo, etilismo e outras drogas
• Atividade física
• Ingestão de cálcio
• Distúrbios do sono
• Fatores de risco cardiovasculares
- Exames periódicos:
• Cop anual --- após 3 resultados negativos consecutivos  a cada 2-3 anos, exceto pacientes HIV+
• MMG
• EAS/urocultura
• Perfil lipídico a cada 5 anos
• Glicemia a cada 3 anos >45anos
• Pesquisa sangue oculto nas fezes a cada 5 anos ou
• Colonoscopia a cada 10 anos > 50anos
• TSH a cada 5 anos a partir dos 50 anos
• Densidade óssea
- Exames em grupos de alto risco:
• HMG
• DST
• Teste cutâneo para TB
• Hepatite C

ASPECTOS ÉTICOS DA CONSULTA NA ADOLESCENTE


- Estatuto da Criança e do Adolescente
 Criança: até doze anos de idade incompletos
 Adolescente: entre doze e dezoito anos de idade
- Organização Mundial da Saúde:
 Adolescência: entre 10 e 19 anos
 Aspectos ético-legais:
- É garantido a paciente adolescente o direito a:
 Privacidade
- Direito da adolescente de ser atendida sozinha, independentemente da idade, em um espaço
privado de consulta
- Autonomia e individualidade: “Contrato” entre a adolescente, a família e o médico; Estímulo
constante ao diálogo entre adolescentes e responsáveis, mesmo no espaço privado da consulta
 Sigilo
- Acordo entre o profissional de saúde e o cliente, no qual as informações discutidas durante e depois
da consulta ou entrevista, não podem ser passadas aos seus pais e/ou responsáveis sem a permissão
expressa do adolescente.
Obs.: exceções ao direito de privacidade e sigilo:
o Déficit intelectual relevante;
o Falta de crítica (distúrbios psiquiátricos, drogadição)
o Desejo do adolescente de não ficar sozinho
o Referência explícita ou suspeita de abuso sexual
- Notificar o conselho tutelar, de acordo com a Lei Federal nº 8069-90, ou a Vara da Infância e
Juventude, como determina o ECA
- Relevante a presença de outro profissional durante a consulta.
- Discussão dos casos em equipe multidisciplinar (Avaliar a conduta, bem como, o momento
mais adequado para notificação)
 Consentimento informado
 Educação sexual
- Promover a reflexão e a divulgação de informações sobre temas relacionados à sexualidade e à
saúde reprodutiva
- Orientação anticonceptiva deve incidir sobre todos os métodos, com ênfase na dupla proteção (uso
de preservativos)
- Prescrição de métodos anticoncepcionais deverá estar relacionada à solicitação dos adolescentes
 Exame físico:
 Exame físico geral
 Exame físico ginecológico
- Grandes lábios: tamanho, simetria, lesões, sinais sugestivos de DST
- Pequenos lábios: podem ser pequenos ou hipertróficos, às vezes assimétricos, o que não tem maior
significado clínico. Analisar o nível de higiene.
- Clitóris: segundo Huffman a glande da menina:
o Entre os 11 e 15 anos de idade não passa de 3mm x 3mm
o Entre os 15 e 19 anos, mede 5mm x 5mm
Obs.: Hipertrofia do clitóris leva o profissional a fazer hipótese de uma fonte androgênica
- Hímen: deve-se observar se está íntegro ou não (Imperfurados: raros, requerem uma himenotomia
simples antes da menarca; Puntiforme; Cribiforme; Septado)
- Vagina: permeabilidade avaliada por sonda de Nelaton nº 4 ou nº 6 ou por um histerômetro e coleta
do conteúdo vaginal para citologia, exame a fresco e bacterioscopia pelo Gram
- Especular (quando necessário): Avaliar características do colo, presença de ectrópio e cistos de
Naboth; coleta de material para o exame citológico de Papanicolaou.
- Toque retal ou vaginal/abdominal: avaliar as condições dos órgãos genitais internos, suas
características e eventuais patologias; Só deve ser realizado com o consentimento da paciente e deve ser
substituído pela ecografia pélvica nas pacientes virgens
 Dados antropométricos
 Critérios de Tanner
 Palpação da tireoide
 Exame Físico das mamas
 Exame abdominal (Áreas dolorosas, hérnias, massas tumorais)
 Puberdade fisiológica:
 Estirão do crescimento: é um desenvolvimento somático dependente da ação do estrogênio, do GH
e do IGF-1
- Duração: Dois a três anos
- Velocidade de crescimento: 9 cm a 10 cm/ano
- Desaceleração do crescimento após a menarca
- Ganho estatural médio de 6cm
 Telarca: Aparecimento do broto mamário
- Dois anos antes da menarca
- Eventualmente pode ser precedida pela pubarca.

 Pubarca: aparecimento dos pelos pubianos e axilares


- Aumento da secreção das glândulas sebáceas, causando acne e cê-cê em quem não usa
desodorante
 Menarca: primeira menstruação
- Idade média de ocorrência: 12,65 anos (Variação de um a dois anos – normalmente em torno
dos 12 anos)
- Ocorre 2-3 anos após o broto mamário
- Ocorre após o pico do crescimento ponderal (- Idade óssea ≥ 13 anos)
- M4 e P4 na escala de tanner
 Imunizações:
 Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola)
- Indica-se uma série nas pacientes nunca vacinadas
- Contraindicações: Doenças ou tratamentos imunodepressores; Gravidez; Febre deve adiar a
vacinação.
- Esquema de Doses:
o É considerado protegido o indivíduo que tenha recebido duas doses da vacina tríplice
viral após 1 ano de idade
o Aplicar uma dose para adolescentes e adultos que receberam uma dose válida anterior
o Aplicar duas doses para os que ainda não receberam a vacina ou com antecedentes
vacinais desconhecidos.
Obs.: Intervalo mínimo de 30 dias entre as doses.
 Hepatite A
- Indica-se para grupos de alto risco
- A partir de um ano de idade: Duas doses com intervalo de seis meses entre elas
 Hepatite B
- Indica-se uma série para as pacientes nunca vacinadas
1ª dose: 12h do nascimento
2ª dose: 30 dias após 1ª dose
3ª dose: 180 dias após 1ª dose.
 Tríplice bacteriana (difteria, tétano e coqueluche) – dTpa:
- indica-se o reforço da vacina uma vez entre 11 e 18 anos
- Adolescente sem vacinação anteriormente ou sem comprovação: esquema de três doses.
- Obs.: Intervalo entre as doses é de 60 dias e no mínimo de 30 dias
- Os vacinados anteriormente com 3 doses das vacinas: Reforço a cada dez anos após a data
da última dose
-Em caso de gravidez e ferimentos graves antecipar a dose de reforço sendo a última dose
administrada há mais de 5 anos
 Febre amarela

 Influenza: anual
 HPV
- Vacina quadrivalente recombinante contra HPV (tipos 6, 11, 16 e 18) (GardasilR): meninas e
mulheres entre 9 e 45 anos e homens entre 9 e 26 anos no esquema de 0 -2- 6 meses
- Vacina contra HPV oncogênico (16 e 18, recombinante) (CervarixR): a partir dos nove anos,
sem limite de idade no esquema de 0- 1- 6 meses
- A população-alvo prioritária da vacina HPV é a de meninas na faixa etária de 9 a 14 anos e
meninos de 11 a 14 anos, que receberão duas doses (0 e 6 meses) com intervalo de seis meses, e mulheres
vivendo com HIV na faixa etária de 9 a 26 anos, que receberão três doses (0, 2 e 6 meses).  Ministério da
Saúde 2018
 Meningocócica: antes do início do ensino médio em pacientes nunca vacinadas
 Varicela: uma série nas pacientes sem sinais de imunidade

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