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Considerações A Ser Repsitadas No Culto À Umbanda Sagrada
Considerações A Ser Repsitadas No Culto À Umbanda Sagrada
A palavra respeito, vem do ato de se respeitar alguém ou alguma coisa ou situação, vem
de deferência, reverência, consideração.
Vamos analisar com bastante calma essa questão, deferência – respeito, consideração, o
respeitar uma pessoa mais velha, o dar atenção. Ser complacente, condescendente.
Antigamente você chegava num terreiro, você via o respeito dos mais novos com os
mais velhos, onde os mais novos antes de mais nada pediam a benção para os mais
velhos. Hoje o ato de trocar benção parece que virou algo depreciativo, mas lhes digo é
melhor um Deus te abençoe do que um diabo que te carregue. Fica a Dica.
Mesmo entre os guias, havia essa postura de reverência ao guia chefe da casa, respeito
atribuído por ser ele o cacique daquela ordem, a ordenança.
“… a mais meu guia é a Jurema rainha das matas, ela é superior a Cabocla Lua…”
No mundo dos espíritos há respeito e não títulos de um sobrepujar o outro, o
humilhando ou se sentindo superior. A Jurema rainha das matas em um outro terreiro
poderá ser a cacique da casa, mas ali ela não é, então ela com certeza irá demonstrar
respeito e consideração para o guia chefe da casa, isso é claro quando ali estiver um
guia de verdade e não um médium se sentindo depreciado.
Até mesmo na hora da chamada, costuma-se esperar o guia chefe chegar para que os
demais começassem a incorporar em seus médiuns, em muitas casas inclusive, recebia
os filhos mais velhos e depois os mais novos. E na hora da desincorporação, de ir
embora, era o contrário, os guias e as entidades dos guias mais novos desincorporavam
primeiro e assim sucessivamente, os guias chefes são os últimos a irem.
Inclusive isso eu aprendi com dirigentes mais velhos, que se um guia se manifesta antes
do guia chefe da casa ele tem por obrigação e dever de se explicar dos porquês de tal
situação, pode acontecer de um guia de outro médium descer em terra antes do guia
chefe da casa, pode, mas com certeza terá um porque com uma explicação aceitável.
Muitas vezes aquele guia está vindo justamente por ter recebido a ordenança do chefe
da casa.
Às vezes até vemos médiuns novos que ainda não tem uma doutrina e disciplina, ou
controle adequado, nessas situações, mas cabe o dirigente dar o suporte adequado e as
devidas orientações.
Era muito comum quando se chegava um dirigente mais velho que o dirigente da casa,
por respeito, lhe ser apresentado a BANDEJA (que poderá ter alguns itens ex. o giz de
pemba, o pó de pemba, uma bebida, toalha, ou outros itens de acordo com a tradição e
raiz daquela casa) que havia nela alguns itens onde o dirigente visitante deverá
saber perfeitamente o que deve fazer com eles, já em algumas outras Umbandas o
dirigente da casa, retira sua toalha e oferece ao visitante se ele colocar no pescoço, a
partir dali ele estará assumindo os trabalhos, caso contrário se ele pegar a toalha, der um
beijo nela e erguê-la, mostrando ela a todos presentes como num gesto de respeito e
devolver, ele está agradecendo a consideração, mas não irá assumir os trabalhos, ele
simplesmente irá agradecer. Só uma dica, certifique-se que o dirigente saiba da tradição
da BANDEJA, porque se ele não souber o que fazer com os itens, ficará uma situação
bem constrangedora. Existe todo um significado neste rito.
Na Umbanda quando um dirigente nos visita, e ele é apresentado aos filhos de santo da
casa, os médiuns têm por obrigação prestar seu respeito ao mesmo, para que seu
dirigente não passe vergonha com a falta de educação. Mas os dirigentes visitantes
devem também se dar ao respeito e respeitarem também os filhos de santo, um dos
principais atritos já vistos, é que alguns visitantes começam a tratar os médiuns da casa,
como se fossem seus, mas de uma forma depreciativa, humilhante, até os escravizando a
fazer tudo que queiram, na realidade fazem deles empregados, isso é lamentável. Eu
particularmente jamais admitiria que um visitante em minha casa, desfizesse de um
filho de santo meu, faltando com respeito ao mesmo. Meu lado materno com certeza
sabe muito bem como reagir nessas horas,Como se diz educação vem de berço.
Se um dirigente vem a sua casa e pede um copo de água, ele não deverá ser servido já
cheio o copo, deverá ser trazido numa bandeja, uma jarra com água, um copo vazio,
onde o mesmo será servido na FRENTE DO MESMO, alguns dirigentes digamos mais
“cismados” não gostam de tomar água já servida no copo, alguns nem gostam de comer
em casa alheia, porque infelizmente já se teve notícias de muitos feitiços, colocação de
pós dentro de alimentos e água, e como já diziam, as piores traições são de conhecidos.
Esse gesto mostra que a casa é transparente e confiável.
Infelizmente há no nosso meio algumas pessoas maliciosas e maldosas, Cada casa tem
sua doutrina e disciplina e cabe quem entrar na mesma ter respeito, atenção e
consideração.
Às vezes um médium entra dentro de uma casa religiosa, às vezes impulsivamente, ou
melhor, se precipita, sem avaliar a doutrina e regras da casa, e acha que a casa tem que
se moldar aos seus costumes, ERRADO, SE O MÉDIUM ENTROU ELE TEM QUE
SE MOLDAR A CASA E NÃO AO CONTRÁRIO.
Vou dar um exemplo básico: tem casas em que médiuns homens não viram com pombo
giras, elas são cuidadas, mas os homens não se manifestam com elas, inclusive casas
antigas são assim até hoje. Se entrar um médium na casa ele deverá aceitar isso, e não
causar problemas depois, se tornando inconveniente.
Uma outra questão dentro do mesmo exemplo, se a casa permite a manifestação de
homens com pombo giras, mas não permite que eles se vistam de mulher, se isso já foi
avisado, não tem o que teimar e ponto.
Quero frisar que algumas condutas estão sendo tomadas por alguns dirigentes, não
correlacionadas ao homossexualismo em si, mas porque infelizmente algumas pessoas
estão se travestindo, colocando para fora suas próprias inclinações utilizando da
roupagem das nossas Pomba giras, exemplo disso é alguns vídeos no youtube que estão
depreciando demais essas entidades, e pior dando armas e argumentos para os inimigos
de outras religiões que nos perseguem.
O respeito deve existir de entidade, de guia para com guia, disputas, ostentações no que
diz respeito a ego, competições, isso é coisa de encarnado, e não de espíritos, porque
eles mais que ninguém sabem que não é a coroa mais bonita, a capa mais bonita que faz
um guia.
Vamos falar também do respeito para com os consulentes, e dos consulentes, uma casa
de respeito se dá ao respeito. Dentro da minha casa não é permito o uso de celulares, e
ficar saindo para fumar durante a gira. Roupas curtas, se a pessoa chegar na minha casa
com roupas muito curtas, é na hora os guias chefes e os cambonos lhe dão um pano para
se cobrir. Terreiro de Umbanda não é baile funk, nem festinha onde você pode ir de
qualquer jeito, se numa igreja você se veste com respeito na Umbanda não é diferente.
Quanto a respeito também podemos falar sobre médiuns uns com outros, irmãos dentro
da corrente, ver um médium desfazer do outro, na minha casa é falha grave, com maus
tratos, fofocas, humilhações, porque um é mais humilde que o outro, surgindo
comparações, isso é desrespeitoso e provoca muitos atritos, e devem ser cortadas tais
posturas de imediato.
Infelizmente educação deveria vir de casa, mas a gente como dirigente está tendo que
reeducar alguns médiuns.
Cada religião tem suas doutrinas e ritos, e em cada uma fala-se de respeito. O respeito é
tudo na casa religiosa, sem respeito não andamos, não conseguimos conquistar nossos
objetivos, ninguém consegue do outro nada com ignorância. Mesmo para se ensinar
sobre posturas devemos nos colocar no lugar do outro, o tratar o outro como
gostaríamos de sermos tratados, algo tão simples, mas parece que está sendo algo muito
difícil de ser aprendido.
Já o ato de “Bater Cabeça” não deve ser ou se tornar um ‘costume’ ou uma ‘repetição’,
mas uma atitude de reverência, entrega, devoção e adoração diante dos e pelos Sagrados
Orixás. É nessa hora que comungamos com Oxalá, Oxum, Oxóssi, Xangô, Ogum,
Obaluayê, Iemanjá e com todos os Guias Espirituais, é nessa hora que pedimos que nos
ajudem a mantermos nossos olhos fechados para o ciúme, para o egoísmo e para a
inveja, assim como nossos ouvidos fechados para a intriga e para a curiosidade que
fortifica a fofoca “Tomar a Benção” é sim um procedimento de reconhecimento e de
respeito à Hierarquia, mais do que isso, é um ato de entrega, respeito e confiança,
portanto aquele que “dá a benção” tem que estar consciente de suas responsabilidades,
assim como deve rever e reavaliar seus atos constantemente para que eles sejam e
estejam idôneos à sua posição. “Tomar a Benção” ou “Dar a Benção” é coisa séria e tem
fundamento, portanto é preciso ter Atitude, Respeito e Conhecimento. Tendo também
em conta, que quem na verdade abençoa, são as forças (Orixás) e entidades (guias) que
o Pai / Mãe carrega.
Já me perguntaram se eu gosto de ser pai-de-santo. Refleti bem antes de responder
afirmativamente. Se sou um é porque gosto. Na verdade não sei por quê.
Na minha reflexão descobri que antes eu tinha compromisso só com as entidades que eu
trabalho, hoje tenho com todas que trabalham no terreiro. E as pessoas às vezes não
entendem que eu sou igual a qualquer um, com todas as emoções, acertos e erros de um
médium, e o que me difere é que sou talvez mais experiente e obrigado a cumprir o
compromisso que assumi perante os espíritos que me cuidam. E todo pai-de-santo, entre
o dever de cumprir as suas obrigações e magoar um membro de sua corrente, fica sem
opção: o compromisso com a espiritualidade tem que prevalecer. Tenho acertado
comigo mesmo: quando eu sentir que estiver, por um motivo qualquer, atrapalhando o
terreiro, entregarei minha guia ao meu sucessor.
O RITUAL NA UMBANDA.
8. Atabaques - Eles servem para manter o ambiente sob uma vibração homogênea e
fazer com que todos os médiuns permaneçam em vibração (danças, aceleração do
médium, principalmente em desenvolvimento).
9. Ponto cantado