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DIREITO CONSTITUCIONAL

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PROFESSOR RODRIGO MENEZES

TRE‐PE – AULA 06

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@profrodrigomenezes @profrodrigomenezes

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/user/professorrodrigo @profrodrigomenezes
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OPERAÇÃO LAVA-JATO
RECLAMAÇÃO PROPOSTA NO STF COM PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR
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A lei de regência (Lei 9.269/1996), além de vedar expressamente a divulgação de


qualquer conversação interceptada (art. 8º), determina a inutilização das gravações
que não interessem à investigação criminal (art. 9º). Não há como conceber,
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portanto, a divulgação pública das conversações do modo como se operou,


especialmente daquelas que sequer têm relação com o objeto da investigação
criminal. Contra essa ordenação expressa, que – repita‐se, tem fundamento de
validade constitucional – é descabida a invocação do interesse público da
divulgação ou a condição de pessoas públicas dos interlocutores atingidos, como se
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essas autoridades, ou seus interlocutores, estivessem plenamente desprotegidas em


sua intimidade e privacidade. (Rcl‐MC 23457)
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OPERAÇÃO LAVA-JATO
RECLAMAÇÃO PROPOSTA NO STF COM PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR

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As decisões e os documentos juntados aos autos, de fato, corroboram a informação de
que as interceptações telefônicas tinham como alvo Luiz Inácio Lula da Silva e outras
pessoas que não possuíam prerrogativa de foro nesta Suprema Corte, sendo certo,
ainda, que os diálogos de algumas autoridades foram colhidos em decorrência de
ligações telefônicas destas para os alvos da medida. (...) Segundo reiterada
jurisprudência desta Corte, cabe apenas ao Supremo Tribunal Federal, e não a qualquer

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outro juízo, decidir sobre a cisão de investigações envolvendo autoridade com
prerrogativa de foro na Corte, promovendo, ele próprio, deliberação a respeito do
cabimento e dos contornos do referido desmembramento (Rcl 1121, Rel. Min. ILMAR
GALVÃO, Tribunal Pleno, julgado em 4/5/2000, DJ 16/6/2000; Rcl 7913 AgR, Rel. Min.
DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 12/5/2011, DJe de 9/9/2011). No caso, não

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tendo havido prévia decisão desta Corte sobre a cisão ou não da investigação ou da
ação relativamente aos fatos indicados nas interceptações telefônicas, envolvendo
autoridades com prerrogativa de foro no Supremo Tribunal Federal, há evidente
violação da competência prevista no art. 102, I, b, da Constituição da República. (...)
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OPERAÇÃO LAVA-JATO
RECLAMAÇÃO PROPOSTA NO STF COM PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR
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Como visto, a decisão proferida pelo magistrado reclamado em 17.3.2016 (documento


comprobatório 4) está juridicamente comprometida, não só em razão da usurpação de
competência, mas também, de maneira ainda mais clara, pelo levantamento de sigilo das
conversações telefônicas interceptadas, mantidas inclusive com a ora reclamante e com outras
autoridades com prerrogativa de foro. Foi também precoce e, pelo menos parcialmente,
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equivocada a decisão que adiantou juízo de validade das interceptações, colhidas, em parte
importante, sem abrigo judicial, quando já havia determinação de interrupção das escutas. (...)
Vê‐se, pois, que o juízo reclamado determinou a interrupção das interceptações telefônicas em
“16/3/2016, às 11:12:22 (evento 112)”, mas, entre a decisão proferida e o efetivo cumprimento,
houve a colheita de diálogo mantido entre a reclamante e Luiz Inácio Lula da Silva, então alvo
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da medida, o qual ocorreu às 13:32h do dia 16.3.2016. Mesmo assim, sem remeter os autos a
esta Corte, o juízo reclamado determinou o levantamento do sigilo das conversações. (...)
Assim, não há como manter a aludida decisão de 17.3.2016, que deve ser cassada desde logo.
Além de proferida com violação da competência desta Corte, ela teve como válida
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interceptação telefônica evidentemente ilegítima, porque colhida quando já não mais vigia
autorização judicial para tanto. (Rcl 23457, Rel. Min. Teori Zavascki, j. em 13‐6‐2016)

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Inviolabilidade relativa das comunicações ‐ XII
INVIOLABILIDADE Essa     

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 das correspondências inviolabilidade         
 das comunicações telegráficas é absoluta?
 dos dados (comunicação de dados) NÃO!
Esses direitos podem ser restringidos pelo Legislador ou pelo Judiciário, por meio de uma

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ponderação de interesses, desde que haja razoabilidade/proporcionalidade!
 A Lei 7.210/84 permite que a administração penitenciária, com fundamento em razões
de segurança pública, de disciplina prisional ou de preservação da ordem jurídica,
proceda à violação da correspondência dos sentenciados;

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 A Lei 6.538/78, que dispõe sobre os Serviços Postais, prevê que não constitui violação de
sigilo da correspondência postal a abertura de carta que apresente indícios de conter
valor não declarado, objeto ou substância de expedição, uso ou entrega proibidos.
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Inviolabilidade relativa das comunicações ‐ XII
INVIOLABILIDADE DA COMUNICAÇÃO DE DADOS:
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 A Lei 9.296/96 estabelece que o disposto nesta Lei aplica‐se à interceptação do


fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática.
 A Lei 12.965/14 (Marco Civil da Internet) estabeleceu aos usuários da internet os
direitos à inviolabilidade e sigilo do fluxo de suas comunicações pela internet,
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salvo por ordem judicial, na forma da lei e a inviolabilidade e sigilo de suas


comunicações privadas armazenadas, salvo por ordem judicial.
Comunicação de dados (art. 5º, XII) ≠ dados (art. 5º, X):
“a apreensão dos computadores da empresa do recorrente se fez regularmente,
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na conformidade e em cumprimento de mandado judicial. Não há violação do art. 5º,


XII, da Constituição que, conforme se acentuou na sentença, não se aplica ao caso,
pois não houve ‘quebra de sigilo das comunicações de dados (interceptação das
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comunicações), mas sim apreensão de base física na qual se encontravam os dados,


mediante prévia e fundamentada decisão judicial’." (RE 418.416)

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Direito à Privacidade e suas restrições ‐ Art. 5º, X
INVIOLABILIDADE DE DADOS:

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 Em regra, os dados estáticos também são invioláveis pois inserem‐se na
proteção à intimidade e à vida privada (art. 5º, X). Entretanto, mediante
ponderação de valores, o judiciário ou o legislador podem determinar
restrições ao sigilo dos dados, que abrangem os dados constantes em
um HD de computador, dados de movimentação bancária (dados

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bancários), dados relativos à declaração de rendimentos para fins de
imposto de renda (dados fiscais), registros de ligações telefônicas
realizadas (dados telefônicos), registro de conversas em aplicativos

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(whatsapp, messenger, etc.)
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Direito à Privacidade e suas restrições ‐ Art. 5º, X
SIGILO (DOS DADOS) BANCÁRIO, FISCAL E TELEFÔNICO:
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em processos judiciais 
telefônico Poder Judiciário ou administrativos
QUEBRA 
fiscal Comissão 
DO SIGILO
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Parlamentar de  por maioria absoluta: 
bancário Inquérito (CPI) princípio da colegialidade

podem requisitar diretamente às instituições 
DADOS  MP/TCU bancárias quando envolver verbas públicas
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BANCÁRIOS pode requisitar a transferência de sigilo da órbita 
FISCO bancária para fiscal, mesmo sem ordem judicial
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A quebra do sigilo, por ser uma medida excepcional de restrição à intimidade (art. 5º, X), deve 
ser sempre devidamente fundamentada e determinada com razoabilidade/proporcionalidade.

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Direito à Privacidade e suas restrições ‐ Art. 5º, X
ACESSO AOS DADOS BANCÁRIOS PELO TCU E PELO MP

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O sigilo de informações necessárias para a preservação da intimidade é
relativizado quando se está diante do interesse da sociedade de se conhecer o
destino dos recursos públicos. Operações financeiras que envolvam recursos
públicos não estão abrangidas pelo sigilo bancário a que alude a Lei Complementar
105/2001, visto que as operações dessa espécie estão submetidas aos princípios da
administração pública insculpidos no art. 37 da Constituição Federal. Em tais

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situações, é prerrogativa constitucional do Tribunal [TCU] o acesso a informações
relacionadas a operações financiadas com recursos públicos. (MS 33.340, j. 26‐5‐2015)
Não cabe ao Banco do Brasil negar, ao Ministério Público, informações sobre
nomes de beneficiários de empréstimos concedidos pela instituição, com recursos
subsidiados pelo erário federal, sob invocação do sigilo bancário, em se tratando de

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requisição de informações e documentos para instruir procedimento administrativo
instaurado em defesa do patrimônio público. Princípio da publicidade, ut art. 37 da
Constituição. (MS 21.729‐4/DF)
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Direito à Privacidade e suas restrições ‐ Art. 5º, X
ACESSO AOS DADOS BANCÁRIOS PELA RECEITA FEDERAL
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O Plenário do STF julgou terminou em 25‐2‐2016 o julgamento do conjunto de


cinco processos (RE 601314, ADIs 2390, 2386, 2397 e 2859) que questionavam
dispositivos da LC 105/2001, que permitem à Receita Federal receber dados
bancários de contribuintes fornecidos diretamente pelos bancos, sem prévia autorização
judicial. Por maioria de votos – 9 a 2 – , prevaleceu o entendimento de que a norma não
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resulta em quebra de sigilo bancário, mas sim em transferência de sigilo da órbita bancária
para a fiscal, ambas protegidas contra o acesso de terceiros. A transferência de informações
é feita dos bancos ao Fisco, que tem o dever de preservar o sigilo dos dados, portanto não
há ofensa à CF/88.
Na decisão, foi enfatizado que estados e municípios devem estabelecer em regulamento,
assim como fez a União no Decreto 3.724/2001, a necessidade de haver processo
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administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso para a obtenção das informações


bancárias dos contribuintes, devendo‐se adotar sistemas certificados de segurança e registro
de acesso do agente público para evitar a manipulação indevida dos dados e desvio de
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finalidade, garantindo‐se ao contribuinte a prévia notificação de abertura do processo e


amplo acesso aos autos, inclusive com possibilidade de obter cópia das peças.

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QUESTÕES DE CONCURSOS
CESPE ‐ TCE‐ES ‐ PROCURADOR ESPECIAL DE CONTAS ‐ 2009

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43. Apesar da ausência de autorização expressa na CF, a interceptação das
correspondências e comunicações telegráficas e de dados é possível, em
caráter excepcional.
CESPE ‐ TRT‐PR ‐ ANALISTA JUDICIÁRIO ‐ ÁREA ADMINISTRATIVA ‐ 2007
44. A Constituição Federal assegura a inviolabilidade de dados e de comunicações

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telefônicas, salvo, nesse último caso, por ordem judicial, nas hipóteses de
investigação criminal ou instrução processual penal. Logo, não há possibilidade
de o juiz determinar a apreensão de disco rígido de computadores, mesmo
quando houver indícios de crime.
CESPE ‐ BACEN ‐ PROCURADOR ‐ 2013

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45. A interceptação telefônica, considerada, na doutrina pátria, sinônimo de
quebra do sigilo telefônico, configura matéria sujeita à reserva jurisdicional.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
2014 ‐ MPE‐RS ‐ ASSESSOR ‐ ÁREA DE DIREITO
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46. Não se deve confundir a interceptação telefônica, esta autorizada pela


Constituição, desde que por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal,
com o sigilo dos registros telefônicos, que nada mais são do que os
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telefonemas registrados nos bancos de dados das operadoras de telefonia e


que não estão sujeitos ao princípio da reserva absoluta de jurisdição, podendo
as Comissões Parlamentares de Inquérito, segundo precedente do Supremo
Tribunal Federal, ter acesso a tais dados sem a necessidade de ordem judicial.
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2014 ‐ FGV ‐ DPE‐DF ‐ ANALISTA ‐ ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA


47. A CPI, conforme entendimento jurisprudencial consolidado, poderá determinar
a interceptação telefônica, entretanto, não poderá realizar a quebra do sigilo
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telefônico.

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QUESTÕES DE CONCURSOS
2016 – FUNDATEC ‐ PREFEITURA DE PORTO ALEGRE ‐ RS – PROCURADOR

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48. O Plenário do STF decidiu ser inconstitucional os dispositivos da LC 105/2001
que permitem à Receita Federal receber dados bancários de contribuintes,
fornecidos diretamente pelos bancos, sem prévia autorização judicial.
CESPE – PC‐RR ‐ DELEGADO DE POLÍCIA
49. Segundo entendimento do STF, o Ministério Público pode requisitar
diretamente, ou seja, sem intervenção judicial, informações revestidas de

so
sigilo bancário ou fiscal quando se tratar de verbas públicas.
2016 ‐ CESPE ‐ TCE‐SC ‐ CONHECIMENTOS BÁSICOS
50. Mesmo quando envolverem recursos de origem pública, as operações
financeiras realizadas por bancos públicos mediante a concessão de

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empréstimo a particulares encontram‐se protegidas pela cláusula do sigilo
bancário, e sua fiscalização pelo tribunal de contas competente dependerá de
prévia autorização judicial que inclua o acesso aos respectivos registros.
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Direito à Privacidade e suas restrições ‐ Art. 5º, X
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Ele grava Ela não sabe
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GRAVAÇÃO CLANDESTINA

“Como gravação meramente clandestina, que se não confunde com


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interceptação, objeto de vedação constitucional, é lícita a prova consistente no


teor de gravação de conversa telefônica realizada por um dos interlocutores, sem
conhecimento do outro, se não há causa legal específica de sigilo nem de reserva da
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conversação, sobretudo quando se predestine a fazer prova, em juízo ou inquérito, a favor


de quem a gravou.” (RE 402.717‐PR)

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Direito à Privacidade e suas restrições ‐ Art. 5º, X

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Ela grava Ela não sabe

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GRAVAÇÃO AMBIENTAL

É lícita a gravação ambiental feita por um dos interlocutores sem


conhecimento do outro, assim como a gravação clandestina. (RE 583937)

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A gravação ambiental pode abranger gravações de imagens e voz por
câmeras de vídeo (STJ, RHC 31.356‐PI, 11‐03‐2014)!
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Direito à Privacidade e suas restrições ‐ Art. 5º, X
eu

INTERCEPTAÇÃO AMBIENTAL

Nenhum dos 
interlocutores sabe
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que estão sendo 
gravados/filmados
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 A interceptação ambiental é regulada pela Lei 12.850/13, aplicando‐se, por 
analogia, no que couber, a Lei 9.296/96;
 Exige‐se que haja ordem judicial, conforme os requisitos da lei, para 
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investigação criminal ou instrução processual penal.

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QUESTÕES DE CONCURSOS
2014 ‐ CESPE ‐ MPE‐AC ‐ PROMOTOR DE JUSTIÇA

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51. Constitui violação do direito à intimidade e à proibição constitucional
de obtenção de provas por meio ilícito a gravação ambiental realizada
por um dos interlocutores sem o conhecimento do outro, ainda que a
gravação seja feita para fins de legítima defesa no caso de prática de

so
crime.
2013 ‐ CESPE ‐ PC‐BA ‐ ESCRIVÃO DE POLÍCIA
52. Gravar clandestinamente conversa entre agentes policiais e presos,

ur
com o objetivo de obter confissão de crime, constitui prova ilícita e
viola o direito ao silêncio, previsto constitucionalmente.
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Liberdade de exercício profissional ‐ Art. 5º, XIII
Art.  5º,  XIII  ‐  é  livre  o  exercício  de  qualquer  trabalho,  ofício  ou  profissão, 
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atendidas as qualificações profissionais que (se) a lei estabelecer;
Regra: pode‐se exercer qualquer atividade profissional, sem condições.
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a lei pode restringir o exercício de determinadas atividades, exigindo 
Exceção:
qualificações profissionais
w
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ADVOGADO DENTISTA ENFERMEIRA MÉDICO ARQUITETO

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Liberdade de exercício profissional ‐ Art. 5º, XIII
JURISPRUDÊNCIAS

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 Nem todos os ofícios ou profissões podem ser condicionadas ao cumprimento de
condições legais para o seu exercício. A regra é a liberdade. Apenas quando
houver potencial lesivo na atividade é que pode ser exigida inscrição em
conselho de fiscalização profissional. A atividade de músico prescinde de
controle. Constitui, ademais, manifestação artística protegida pela garantia da

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liberdade de expressão. (RE 414.426) = RE 795.467 RG ‐ com repercussão geral
 Constitui ilegalidade reparável pela via do habeas corpus fazer com que alguém
responda pelo exercício ilegal de uma profissão que ainda não foi
regulamentada (HC 92.183, em 18‐3‐08)

ur
 A exigência de especificidade, no âmbito da qualificação, para a feitura de
concurso público não contraria o art. 5º, XIII da CF, desde que prevista em lei e
consentânea com os diplomas regedores do exercício profissional (MS 21.733)
nc
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QUESTÕES DE CONCURSOS
CESPE – INSS – FISCAL – 1998
eu

53. Sabendo que, segundo a Constituição, é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício
ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer, é correto
concluir que enquanto não sejam definidas por lei as qualificações necessárias para o
desempenho de certa atividade profissional, ela não poderá ser exercida.
.m

2014 ‐ CESPE ‐ TC‐DF ‐ TÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


54. É livre o exercício das profissões, podendo a lei exigir inscrição em conselho de
fiscalização profissional apenas quando houver potencial lesivo na atividade, o que
não ocorre com a profissão de músico, por exemplo.
CESPE ‐ DPE‐ES ‐ DEFENSOR PÚBLICO ‐ 2012
w

55. De acordo com a jurisprudência do STF, a exigência de diploma de curso superior


para a prática do jornalismo é compatível com a ordem constitucional, pois o
direito à liberdade de profissão e o direito à liberdade de informação não são
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absolutos.

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Liberdade de Locomoção ‐ Art. 5º, XV (Direito de ir, vir e permanecer)

Art.  5º,  XV  ‐  é  livre  a  locomoção  no  território  nacional  em  tempo  de 

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paz,  podendo  qualquer  pessoa,  nos  termos  da  lei,  nele  entrar, 
permanecer ou dele sair com seus bens;
Locomoção no Território Nacional:
 Em tempo de paz: livre (mas não é absoluta, p.ex.:art. 5º, LXI)

so
 Em Estado de Defesa ou Estado de Sítio: restrita

Entrada, permanência ou saída:
 Livre a qualquer pessoa com seus bens, mas a lei pode criar 

ur
restrições (p. ex.: visto, tributos)
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Direito de Reunião ‐ Art. 5º, XVI
eu

Art. 5º, XVI ‐ todos podem reunir‐se pacificamente, sem armas, em locais
abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não
frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local,
sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
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pacífica
sem armas
REUNIÃO autorização
em locais abertos  prévio aviso
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ao público não frustrar outra
ww

 Reunião: direito coletivo e direito individual de expressão coletiva

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Direito de Reunião ‐ Art. 5º, XVI
JURISPRUDÊNCIAS

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“A liberdade de reunião constitui uma das mais importantes conquistas da
civilização, enquanto fundamento das modernas democracias políticas. A restrição
ao direito de reunião estabelecida pelo Decreto distrital 20.098/99 (Art. 1º ‐ Fica
vedada a realização de manifestações públicas, com a utilização de carros,
aparelhos e objetos sonoros na Praça dos Três poderes, Esplanada dos Ministérios

so
e Praça do buriti e vias adjacentes.), a toda evidência, mostra‐se inadequada,
desnecessária e desproporcional quando confrontada com a vontade da
Constituição.” “... não vejo nenhum problema em se realizar uma reunião pública,
imensa, perante o Hospital de Base, mas, silenciosa. Isso não teria nenhum

ur
problema. Agora, seria absolutamente contrário à possibilidade desta reunião ser
sonora, porque, aí, é um direito que deve ser assegurado, o direito dos
internados(...)" (ADI 1.969)
nc
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Direito de Reunião ‐ Art. 5º, XVI
eu

JURISPRUDÊNCIAS
 MARCHA DA MACONHA: Em decisão unânime (8 votos) na ADPF 187, o STF liberou a
realização desses eventos que reúnem manifestantes favoráveis à descriminalização da
droga. Para os ministros, os direitos constitucionais de reunião e de livre expressão do
pensamento garantem a realização dessas marchas. Muitos ressaltaram que a liberdade
.m

de expressão e de manifestação somente pode ser proibida quando for dirigida a incitar
ou provocar ações ilegais.
 Segundo o STF, o artigo 287 do Código Penal (que tipifica como crime fazer apologia
de "fato criminoso“) deve ser interpretado conforme a Constituição de forma a não
criminalizar manifestações públicas em defesa da legalização de drogas.
w

 O voto do decano da Corte, ministro Celso de Mello, foi seguido integralmente pelos
colegas. Segundo ele, a “marcha da maconha” é um movimento social espontâneo
que reivindica, por meio da livre manifestação do pensamento, “a possibilidade da
ww

discussão democrática do modelo proibicionista (do consumo de drogas) e dos


efeitos que (esse modelo) produziu em termos de incremento da violência”.

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Direito de Reunião ‐ Art. 5º, XVI
JURISPRUDÊNCIAS

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No seu voto, o ministro Luiz Fux fixou parâmetros para a realização das
manifestações dessa natureza:
1. devem ser pacíficas
2. sem uso de armas

so
3. sem incitação à violência
4. sem incitação, incentivo ou estímulo ao consumo de entorpecentes
5. sem consumo de entorpecentes no evento
6. devem ser previamente noticiadas às autoridades públicas, inclusive com

ur
informações como data, horário, local e objetivo do evento.
7. não podem ter participação de crianças e adolescentes
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QUESTÕES DE CONCURSOS
2016 ‐ CESPE ‐ TCE‐PA ‐ AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO ‐ PROCURADORIA
eu

No dia 4 de janeiro de 2016, o Movimento Tarifa Zero convocou cidadãos a


participarem de manifestação contra o aumento das tarifas de trens, ônibus e
metrô. A manifestação seria realizada no dia 3 de fevereiro de 2016 em frente à
sede da prefeitura de determinado município. O organizador do movimento
encaminhou, previamente à data prevista para a realização do evento, ofício à
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prefeitura e às demais autoridades competentes avisando sobre a manifestação.


Em resposta ao ofício, a prefeitura informou que não autorizaria a realização do
movimento em quaisquer áreas públicas daquele município, sob o fundamento de
que no município ainda não havia legislação disciplinando o exercício do direito de
reunião.
w

Considerando essa situação hipotética, julgue os itens subsequentes.


56. O município agiu corretamente ao não autorizar a realização da reunião, pois o
exercício do direito fundamental de reunião depende de lei regulamentadora,
ww

por ser norma constitucional de eficácia limitada (ou reduzida).

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QUESTÕES DE CONCURSOS
2016 ‐ CESPE ‐ TCE‐PA ‐ AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO ‐ PROCURADORIA
57. O Movimento Tarifa Zero pode impetrar mandado de segurança contra o ato

.co
do prefeito que não autorizou a realização do movimento.
58. Em casos como o descrito não se faz necessário o prévio aviso, de modo que o
organizador do movimento poderia ter encaminhado ofício à prefeitura e às
demais autoridades competentes em data posterior à realização da reunião.
2015 ‐ CESPE ‐ STJ ‐ ANALISTA JUDICIÁRIO ‐ ADMINISTRATIVA (SEGURANÇA)

so
59. A defesa, em espaços públicos, da legalização das drogas foi considerada pelo
STF como manifestação pública compatível com o direito à liberdade de
pensamento.
2015 – CESPE ‐ DPE‐RN ‐ DEFENSOR PÚBLICO SUBSTITUTO

ur
60. Salvo quando envolver criança e(ou) adolescente, os direitos à reunião e à livre
manifestação do pensamento podem ser exercidos mesmo quando praticados
para defender a legalização de drogas.
nc
co

Liberdade de Associação ‐ Art. 5º, XVII a XXI
XVII ‐ Liberdade de Associação: 
eu

XX ‐ ninguém poderá ser compelido a 
 Plena  p/ fins lícitos associar‐se ou a permanecer associado;
 Vedada  caráter paramilitar

XVII ‐ Criação de associações e de cooperativas: Independe de autorização


.m

(na forma da lei)
É vedada a interferência Estatal no seu funcionamento
XIX ‐ Interferência excepcional nas associações
w

suspensão das atividades dissolução compulsória
ww

decisão judicial decisão judicial transitada em julgado

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Liberdade de Associação ‐ Art. 5º, XVII a XXI
XXI  ‐  as  entidades  associativas,  quando  expressamente 

.co
autorizadas,  têm  legitimidade  para  representar  seus  filiados 
judicial ou extrajudicialmente;

judicial
Entidades associativas podem representar
seus filiados extrajudicialmente

so
(se expressamente* 
autorizadas)

“a autorização a que se refere o art. 5º, XXI deve ser expressa por ato

ur
individual do associado ou por assembleia da entidade, sendo
insuficiente a mera autorização genérica prevista em cláusula estatutária”.
(RE 573.232, julgamento em 14‐5‐2014, com repercussão geral.)
nc
co

QUESTÕES DE CONCURSOS
eu

2013 ‐ CESPE ‐ MS ‐ ANALISTA ADMINISTRATIVO


61. Ninguém poderá ser obrigado a associar‐se ou a permanecer associado, salvo
nos casos previstos em lei.
2016 ‐ CESPE ‐ TCE‐PA ‐ AUXILIAR TÉCNICO DE CONTROLE EXTERNO ‐ ÁREA ADM.
.m

62. Depende de decisão judicial com trânsito em julgado a suspensão das


atividades de associação que tenha praticado alguma ilegalidade.
2016 ‐ CESPE ‐ TCE‐PR ‐ AUDITOR
63. Se o estatuto da associação previr, ainda que de forma genérica, que a ela
w

caiba representar judicial e extrajudicialmente os seus associados em todas as


ações judiciais, será desnecessária a autorização expressa dos associados nesse
sentido em demanda específica.
ww

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Direito de Propriedade ‐ Art. 5º, XXII a XXXI
XXII ‐ é garantido o direito de propriedade;

.co
XXIII ‐ a propriedade atenderá a sua função social;
DIREITO individual (art. 5º, XXII)

propriedade urbana:

so
DEVER função social art. 182, § 2º 
(art. 5º, XXIII) propriedade rural:
art. 186

ur
“O direito de propriedade não se revela absoluto. Está relativizado pela Carta 
da República – arts. 5º, XXII, XXIII e XXIV, e 184.” (MS 25.284)
nc
co

Direito de Propriedade ‐ Art. 5º, XXII a XXXI
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre
eu

iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da
justiça social, observados os seguintes princípios:
(...) II ‐ propriedade privada; III ‐ função social da propriedade;
Art. 182, § 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências
.m

fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor*.


*É o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente,
segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
w

I ‐ aproveitamento racional e adequado;


II ‐ utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III ‐ observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
ww

IV ‐ exploração que favoreça o bem‐estar dos proprietários e dos trabalhadores.

16
m
Hipóteses constitucionais de intervenção Estatal na propriedade
DESAPROPRIAÇÃO EXPROPRIAÇÃO REQUISIÇÃO ADM.
Requisitos O que é ?

(art. 5º, XXIV) (art. 243) (art. 5º, XXV)

.co
Transferência compulsória Confisco Uso compulsório

Necessidade pública Cultivo ilegal de plantas 
psicotrópicas ou  Iminente perigo 
Utilidade pública exploração de trabalho 
Interesse social público

so
escravo
JUSTA e PRÉVIA em DINHEIRO
Indenização

Exceções: só na própria CF:  POSTERIOR, 


DESAPROPRIAÇÕES‐SANÇÕES  Não há

ur
(quando a propriedade urbana ou rural não  se houver danos
atende a sua função social: indenização em 
títulos da dívida pública ou agrária, respecti‐
vamente, ‐ arts. 182, §4º, III e 184, caput)
nc
co

Direito de Propriedade ‐ Art. 5º, XXII a XXXI
eu

JURISPRUDÊNCIAS
 O proprietário do prédio vizinho não ostenta o direito de impedir que se realize
edificação capaz de tolher a vista desfrutada a partir de seu imóvel, fundando‐
se, para isso, no direito de propriedade. (RE 145.023)
.m

 A circunstância de o Estado dispor de competência para criar reservas florestais


não lhe confere, só por si (...) a prerrogativa de subtrair‐se ao pagamento de
indenização compensatória ao particular, quando a atividade pública (...)
impedir ou afetar a válida exploração econômica do imóvel por seu proprietário.
w

(RE 134.297)
 A inexistência de qualquer indenização sobre a parcela de cobertura vegetal
sujeita a preservação permanente implica violação aos postulados que
ww

asseguram o direito de propriedade e a justa indenização. (RE 267.817)

17
m
QUESTÕES DE CONCURSOS
CESPE ‐ FUB ‐ NÍVEL MÉDIO ‐ 2013

.co
64. O direito de propriedade de bem imóvel residencial se confunde com o direito
à moradia.
CESPE ‐ TRE‐RJ ‐ ANALISTA JUDICIÁRIO ‐ ÁREA ADMINISTRATIVA ‐ 2012
65. A desapropriação, autorizada pela CF e prevista no ordenamento jurídico,
poderá ter como fundamento causas diversas. Nesse sentido, a construção de
uma rodovia, a proteção das camadas menos favorecidas da sociedade e uma

so
situação emergencial podem ser classificadas, respectivamente, como hipóteses
de: utilidade pública, interesse social e necessidade pública.
2015 ‐ CESPE ‐ STJ ‐ ANALISTA JUDICIÁRIO ‐ ADMINISTRATIVA (SEGURANÇA)
66. Na hipótese de iminente perigo, o poder público competente poderá

ur
requisitar o uso de propriedade particular, estando assegurada ao proprietário
a possibilidade de ser indenizado em caso de dano ao seu patrimônio.
nc
co

Direito de Propriedade‐ Art. 5º, XXII a XXXI
eu

XXVI ‐ a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que


trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento
de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre
os meios de financiar o seu desenvolvimento;
.m

PEQUENA
PROPRIEDADE RURAL se for trabalhada pela família
(assim definida em lei)
w

SERÁ IMPENHORÁVEL
para pagamento de débitos
ww

decorrentes da sua atividade produtiva

18
m
Proteção à Propriedade Imaterial ‐ XXVII a XXIX
XXVII  ‐  aos  autores  pertence  o  direito  exclusivo  de  utilização, 

.co
publicação  ou  reprodução  de  suas  obras,  transmissível  aos  herdeiros 
pelo tempo que a lei fixar;
utilizar
exclusividade
publicar

so
reproduzir
autor

domínio

ur
público

herdeiros
nc
co

Proteção à Propriedade Imaterial ‐ XXVII a XXIX
eu

XXVIII ‐ são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução 
da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b)  o  direito  de  fiscalização  do  aproveitamento  econômico  das  obras  que 
.m

criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas 
representações sindicais e associativas;

proteção direito de arena
w

da voz
ww

proteção da imagem

19
m
Proteção à Propriedade Imaterial ‐ XXVII a XXIX
XXIX  ‐  a  lei  assegurará  aos  autores  de  inventos  industriais  privilégio 

.co
temporário  para  sua  utilização,  bem  como  proteção  às  criações 
industriais,  à  propriedade  das  marcas,  aos  nomes  de  empresas  e  a 
outros  signos  distintivos,  tendo  em  vista  o  interesse  social  e  o 
desenvolvimento tecnológico e econômico do País;

so
Autores de  PRIVILÉGIO TEMPORÁRIO 
inventos industriais para sua utilização
Criações industriais
Propriedade das marcas

ur
Nomes de empresas PROTEÇÃO
Outros signos distintivos
nc
co

Direito de Propriedade – Herança ‐ XXX e XXXI


Art. 5º, XXX ‐ é garantido o direito de herança;
eu

Art.  5º,  XXXI  ‐  a  sucessão  de  bens  de  estrangeiros  situados  no  País  será 
regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, 
sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus“;
.m

estrangeiro
possui bens no Brasil

Processo de Inventário
(de cujus)
Morreu

 Regra: será aplicada a lei do domicílio do 
de cujus (art. 10, LINDB)
 Exceção: se o de cujus tiver cônjuge ou 
ww

filhos brasileiros será usada a lei mais 
herdeiros benéfica para eles.

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m
GABARITOS
43‐C 53‐E 63‐E

.co
44‐E 54‐C 64‐E
45‐E 55‐E 65‐C
46‐C 56‐E 66‐C
47‐E 57‐C
48‐E 58‐E

so
49‐C 59‐C
50‐E 60‐C
51‐E 61‐E

ur
52‐C 62‐E
nc
co
eu
w.m
ww

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