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CENTRO UNIVERSITÁRIO CELSO LISBOA

Cursos: Pedagogia/Letras/ História (manhã); Pedagogia (noite).


Núcleo 2: Desconstruindo para construir
Ciclo 1- Sociologia da educação: desigualdades sociais e classes sociais

Professores: Franco de Castro, Joyce Louback e Lívia Monteiro

ROTEIRO DE APRENDIZAGEM 2 - CICLO 1

DATA DE ENTREGA DO ROTEIRO: 27/03

COMPETÊNCIA DO CICLO: Analisar as relações entre problemas estruturais de ordem macro


relacionando-as com contextos microssociais e observando, por meio de uma escuta autêntica,
como os estudos em sociologia e filosofia e de posse dos conceitos fundamentais dos autores
Marx, Weber, Durkheim, Foucault, Deleuze e Bourdieu, podem auxiliar na compreensão do
sistema educacional brasileiro.

HABILIDADES TRABALHADAS NA SEMANA: Compreender os conceitos de violência


simbólica e capital cultural, de modo a estabelecer um olhar crítico para o sistema educacional
brasileiro. Entender e considerar o componente cultural como chave para o entendimento das
noções de classe social e capital econômico em Bourdieu.

ÁREAS DO CONHECIMENTO CONTEMPLADAS NA SEMANA/CONTEÚDOS:


Instituições disciplinares e de controle, relações de poder no ambiente educacional. Sociologia da
educação.

 O roteiro é composto por 5 QUESTÕES, as quais podem ser feitas na ordem


que o estudante preferir.
 A entrega dos roteiros deve ser feita EM PAPEL OFÍCIO, escrito à mão ou
digitado.
 Não é necessário imprimir o roteiro completo para a entrega de suas
respostas. Coloque apenas a numeração das questões na sua folha de
atividades.

Os textos de apoio para o roteiro são:

FOUCAULT, Michel. “Os corpos dóceis”. In: Vigiar e punir. Petrópolis, RJ: Vozes,
2014.

GALLO, Silvio. Deleuze e educação. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017. (Os
textos são “Rizoma e educação” e “educação e controle”).

1
NOGUEIRA, Maria Alice e NOGUEIRA, Cláudio M. Martins. “A escola e o processo
de reprodução das desigualdades sociais”. In: Bourdieu e educação. Belo Horizonte:
Autêntica Editora, 2009.

Texto complementar: VEIGA-NETO, Alfredo. “O segundo segmento: o ser-poder”. In:


Foucault e a educação. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017

1) LEIA os trechos das obras literárias “Estação Carandiru”, “Holocausto


brasileiro” e “O Ateneu”.

Trecho 1

“A Detenção é um presídio velho e malconservado. Os pavilhões são prédios cinzentos


de cinco andares (contado o térreo como primeiro), quadrados, com um pátio interno,
central, e a área externa com a quadra e o campinho de futebol. As celas ficam de ambos
os lados de um corredor - universalmente chamado de ‘galeria’ - que faz a volta completa
no andar, de modo que as de dentro, lado 1, têm janelas que dão para o pátio interno e as
outras para a face externa do prédio, lado E. Paredes altas separam os pavilhões, e um
caminho asfaltado, amplo, conhecido como ‘radial’, por analogia a movimentada avenida
da zona leste da cidade, faz a ligação entre eles. O portão de entrada dos pavilhões é
guardado por um funcionário sem armas nem uniforme. Para diferenciá-los dos presos,
os carcereiros vestem calça escura ou jeans. É proibido entrar no presídio com armas,
exceção feita ao temido pelotão de Choque da PM, nos dias de revista geral. As celas são
abertas pela manhã e trancadas no final da tarde. Durante o dia, os presos movimentam-
se com liberdade pelo pátio e pelos corredores. Cerca de mil detentos possuem cartões de
trânsito para circular entre os pavilhões. São faxineiros, carregadores, carteiros, estafetas,
burocratas, gente que conta com a confiança da administração, além daqueles que os
conseguem por meios ilícitos. (...) Por segurança, a entrada do pavilhão é gradeada em
forma de uma gaiola constituída pela porta externa e pelas internas, que bloqueiam o
acesso à escada e à galeria do térreo. O mesmo sistema de gaiolas repete-se na entrada de
todos os andares. Com as gaiolas trancadas, quem vem pela galeria é obrigado a abrir
duas portas para ter acesso à escada do andar e, ao atingir o térreo, outras duas, na gaiola
de baixo, para sair do pavilhão. Não há portas elétricas como nos filmes: o abre e fecha é
no braço”.

(Dráuzio Varela, Estação Carandiru)

Trecho 2

“Os recém-chegados à estação do Colônia eram levados para o setor de triagem. Lá, os
novatos viam-se separados por sexo, idade e características físicas. Eram obrigados a
entregar seus pertences, mesmo que dispusessem do mínimo, inclusive roupas e sapatos,
um constrangimento que levava às lágrimas muitas mulheres que jamais haviam
enfrentado a humilhação de ficar nuas em público. Os homens tinham ainda o cabelo
raspado de maneira semelhante à dos prisioneiros de guerra. Após a sessão de
desinfecção, o grupo recebia o famoso “azulão”, uniforme azul de brim, tecido incapaz
de blindar as baixíssimas temperaturas da cidade. Assim, padronizado e violado em sua
intimidade, seguia cada um para o seu setor. Os homens eram encaminhados para o

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Departamento B, e os que tinham condição de trabalhar iam para o pavilhão Milton
Campos, onde, em razão dos pequenos dormitórios, ficam amontoados, sendo obrigados
a juntar as camas para que nem todos dormissem no chão.
As mulheres andavam em silêncio na direção do Departamento A, conhecido como
Assistência. Daquele momento em diante, elas deixavam de ser filhas, mães, esposas,
irmãs”.

(...) “Milhares de mulheres e homens sujos, de cabelos desgrenhados e corpos esquálidos


cercaram os jornalistas. (...) Os homens vestiam uniformes esfarrapados, tinham as
cabeças raspadas e pés descalços. Muitos, porém, estavam nus. Luiz Alfredo viu um deles
se agachar e beber água do esgoto que jorrava sobre o pátio. Nas banheiras coletivas havia
fezes e urina no lugar de água. Ainda no pátio, ele presenciou o momento em que carnes
eram cortadas no chão. O cheiro era detestável, assim como o ambiente, pois os urubus
espreitavam a todo instante”.

(Daniela Arbex, Holocausto brasileiro)

Trecho 3

“Ateneu era o grande colégio da época. Afamado por um sistema de nutrido reclame,
mantido por um diretor que de tempos a tempos reformava o estabelecimento, pintando-
o jeitosamente de novidade, como os negociantes que liquidam para recomeçar com
artigos de última remessa; o Ateneu desde muito tinha consolidado crédito na preferência
dos pais, sem levar em conta a simpatia da meninada, a cercar de aclamações o bombo
vistoso dos anúncios.
(...) A primeira vez que vi o estabelecimento foi por uma festa de encerramento de
trabalhos. Transformara-se em anfiteatro uma das grandes salas da frente do edifício,
exatamente a que servia de capela; paredes estucadas de suntuosos relevos, e o teto
aprofundado em largo medalhão, de magistral pintura, onde uma aberta de céu azul
despenhava aos cachos deliciosos anjinhos, ostentando atrevimentos róseos de carne,
agitando os minúsculos pés e as mãozinhas, desatando fitas de gaza no ar. Desarmado o
oratório, construíram-se bancadas circulares, que encobriam o luxo das paredes. Os
alunos ocupavam a arquibancada. Como a maior concorrência preferia sempre a exibição
dos exercícios ginásticos, solenizada dias depois do encerramento das aulas, a
acomodação deixada aos circunstantes era pouco espaçosa; e o público, pais e
correspondentes em geral, porém mais numeroso do que se esperava, tinha que
transbordar da sala da festa para a imediata.
(...) A bela farda negra dos alunos, de botões dourados, infundia-me a consideração tímida
de um militarismo brilhante, aparelhado para as campanhas da ciência e do bem. A letra
dos cantos, em coro dos falsetes indisciplinados da puberdade; os discursos, visados pelo
diretor, pançudos de sisudez, na boca irreverente da primeira idade, como
um Cendrillon malfeito da burguesia conservadora, recitados em monotonia de realejo e
gestos rodantes de manivela, ou exagerados, de voz cava e caretas de tragédia fora de
tempo, eu recebia tudo convictamente, como o texto da bíblia do dever; e as banalidades
profundamente lançadas como as sábias máximas do ensino redentor”.

(Raul Pompéia, O Ateneu)

QUESTÃO: A partir da leitura dos trechos acima, FAÇA UM QUADRO/ TABELA


OU UM TEXTO EM QUE VOCÊ IDENTIFIQUE E COMPARE as instituições
descritas nos excertos, de modo a apontar as SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS entre

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elas e estabelecer uma conexão com as discussões feitas em sala de aula sobre o conceito
de SOCIEDADE DISCIPLINAR. O texto deve ter no máximo 20 linhas.

2) Leia os trechos abaixo:

Trecho 1
“A ordenação por fileiras, no século XVIII, começa a definir a grande forma de repartição
dos indivíduos na ordem escolar: filas de alunos na sala, nos corredores, nos pátios;
colocação que ele obtém de semana em semana, de mês em mês, de ano em ano;
alinhamento das classes de idade umas depois das outras; sucessão dos assuntos
ensinados, das questões tratadas segundo uma ordem de dificuldade crescente. E nesse
conjunto de alinhamentos obrigatórios, cada aluno segundo sua idade, seus desempenhos,
seu comportamento, ocupa ora uma fila, ora outra; ele se desloca o tempo todo numa série
de casas; umas ideais, que marcam uma hierarquia do saber ou das capacidades, outras
devendo traduzir materialmente no espaço da classe ou do colégio essa repartição de
valores ou dos méritos. Movimento perpétuo onde os indivíduos substituem uns aos
outros, num espaço escondido por intervalos alinhados.
(...) “As disciplinas, organizando as ‘celas’, os ‘lugares’ e as ‘fileiras’ criam espaços
complexos: ao mesmo tempo arquiteturais, funcionais e hierárquicos. São espaços que
realizam a fixação e permitem a circulação; recortam segmentos individuais e
estabelecem ligações operatórias; marcam lugares e indicam valores; garantem a
obediência dos indivíduos, mas também uma melhor economia do tempo e dos gestos.
São espaços mistos: reais, pois que regem a disposição de edifícios, de salas, de móveis,
mas ideais, pois se projetam sobre essa organização caracterizações, estimativas,
hierarquias.”
(FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2014, P.144-
145).

Trecho 2:
“Foucault situou as sociedades disciplinares nos séculos VIII e XIX; atingem seu apogeu
no início do século XX. Elas procedem à organização dos grandes meios de
confinamento. O indivíduo não cessa de passar de um espaço fechado a outro, cada um
com suas leis: primeiro a família, depois a escola ("você não está mais na sua família"),
depois a caserna ("você não está mais na escola"), depois a fábrica, de vez em quando o
hospital, eventualmente a prisão, que é o meio de confinamento por excelência. É a prisão
que serve de modelo analógico: a heroína de Europa 51 pode exclamar, ao ver operários,
"pensei estar vendo condenados...". Foucault analisou muito bem o projeto ideal dos
meios de confinamento, visível especialmente na fábrica: concentrar; distribuir no
espaço; ordenar no tempo; compor no espaço-tempo uma força produtiva cujo efeito deve
ser superior à soma das forças elementares. Mas o que Foucault também sabia era da
brevidade deste modelo: ele sucedia às sociedades de soberania cujo objetivo ef unções
eram completamente diferentes (açambarcar, mais do que organizar a produção, decidir
sobre a morte mais do que gerir a vida); a transição foi feita progressivamente, e Napoleão
parece ter operado a grande conversão de uma sociedade à outra. Mas as disciplinas, por
sua vez, também conheceriam uma crise, em favor de novas forças que se instalavam
lentamente e que se precipitariam depois da Segunda Guerra mundial: sociedades
disciplinares é o que já não éramos mais, o que deixávamos de ser.
Encontramo-nos numa crise generalizada de todos os meios de confinamento, prisão,
hospital, fábrica, escola, família (...). Reformar a escola, reformar a indústria, o hospital,
o exército, a prisão; mas todos sabem que essas instituições estão condenadas, num prazo

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mais ou menos longo. Trata-se apenas de gerir sua agonia e ocupar as pessoas, até a
instalação de novas forças que se anunciam. São as sociedades de controle que estão
substituindo as sociedades disciplinares. (...) No regime das escolas: as formas de controle
contínuo, avaliação contínua, e a ação da formação permanente sobre a escola, o
abandono correspondente de qualquer pesquisa na Universidade, a introdução da
‘empresa’ em todos os níveis de escolaridade.”
(DELEUZE, Gilles. Conversações. São Paulo: Ed. 34, 1992, P. 2019-220).

QUESTÃO: A partir da leitura dos trechos acima, escreva uma ANÁLISE sobre os
conceitos de “sociedade disciplinar” e “sociedade de controle”, tendo em vista o sistema
educacional brasileiro. O texto deve ter no máximo 20 linhas.

3) Assista a cena do filme “Entre os muros da escola”.

(Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=7hAA1VQkfWs)

Em seguida, leia o trecho abaixo:

Segundo Bourdieu e Passeron (1970),

“a ação pedagógica é objetivamente uma violência simbólica, num


primeiro sentido, enquanto que as relações de força entre os grupos ou
as classes constitutivas de uma formação social estão na base do poder
arbitrário que é a condição da instauração de uma relação de
comunicação pedagógica, isto é, da imposição e da inculcação de um
arbitrário cultural segundo um modo arbitrário de imposição e de
inculcação (educação).” (BOURDIEU, Pierre; PASSERON, Jean-
Claude. A reprodução: elementos para uma teoria do sistema de
ensino. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1970, p. 27).

QUESTÃO: A partir da cena e do fragmento de texto, ESCREVA UM PEQUENO


TEXTO COM EXEMPLOS DE FORMAS DE VIOLÊNCIA SIMBÓLICA NA AÇÃO
PEDAGÓGICA. O texto deve ter no máximo 20 linhas.

4) O conto “O programa”, de Machado de Assis, se passa na Gamboa, zona portuária


do Rio de Janeiro, em 1850, e conta a história de Romualdo, um homem com
sonhos de ascensão a uma classe social superior a sua. Ao longo da história, vemos
que Romualdo não consegue perceber o quão difícil é a mobilidade dentro da
estrutura rígida da sociedade. A seguir, leia alguns trechos do conto.

(...)
— Ora, que fiz eu para vir a esta profissão? continuou o Pitada. Fiz isto: desde os meus
quinze ou dezesseis anos, organizei o programa da vida: estudos, relações, viagens,
casamento, escola; todas as fases da minha vida foram assim previstas, descritas e
formuladas com antecedência...
(...)
A ideia do programa fixou-se no espírito do Romualdo. Três ou quatro anos depois,
repetia ele as próprias palavras do mestre; aos dezessete, ajuntava-lhes alguns reparos e
observações. Tinha para si que era a melhor lição que se podia dar aos rapazes, muito
mais útil do que o latim que lhe ensinavam então.

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Uma circunstância local incitou o jovem Romualdo a formular também o seu programa,
resoluto a cumpri-lo: refiro-me à residência de um ministro, na mesma rua. A vista do
ministro, das ordenanças, do coupé, da farda, acordou no Romualdo uma ambição. Por
que não seria ele ministro? Outra circunstância. Morava defronte uma família abastada,
em cuja casa eram frequentes os bailes e recepções. De cada vez que o Romualdo assistia,
de fora, a uma dessas festas solenes, à chegada dos carros, à descida das damas, ricamente
vestidas, com brilhantes no colo e nas orelhas, algumas no toucado, dando o braço a
homens encasacados e aprumados, subindo depois a escadaria, onde o tapete amortecia o
rumor dos pés, até irem para as salas alumiadas, com os seus grandes lustres de cristal,
que ele via de fora, como via os espelhos, os pares que iam de um a outro lado, etc.; de
cada vez que um tal espetáculo lhe namorava os olhos, Romualdo sentia em si a massa
de um anfitrião, como esse que dava o baile, ou do marido de algumas daquelas damas
titulares. Por que não seria uma coisa ou outra?
(...)
Tinha preparatórios o Romualdo; e, havendo adquirido com o advogado certo gosto ao
ofício, entendeu que sempre era tempo de ganhar um diploma. Foi para S. Paulo,
entregou-se aos estudos com afinco, dizendo consigo e a ninguém mais, que ele seria
citado algum dia entre os Nabucos, os Zacarias, os Teixeiras de Freitas, etc.
(...)
Os anos, com o seu grande peso no espírito do Romualdo, cercearam-lhe a compreensão
das ambições enormes; e o espetáculo das lutas locais acanhou-lhe o horizonte.
(...)
(MACHADO DE ASSIS, J. O programa. In: Obra Completa, de Machado de Assis,
vol. II, Nova Aguilar, Rio de Janeiro, 1994. Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/fs000181.pdf>. Acesso em: 02 de
setembro de 2017).

QUESTÃO: Apesar de seu empenho e dedicação, Romualdo não consegue atingir seus
objetivos iniciais. Dessa forma, ESCREVA UM PEQUENO TEXTO, refletindo como
a história de Romualdo se relaciona com os conceitos de CAPITAL CULTURAL e com
a ideia de Bourdieu de que a escola serve para REPRODUÇÃO DAS
DESIGUALDADES E DA ESTRUTURA DA RELAÇÃO ENTRE AS CLASSES. O
texto deve conter no máximo 20 linhas.

5) Escolha um dos quatro textos selecionados para a realização deste roteiro e


elabore pelo menos uma pergunta sobre o conteúdo lido.

 Tente fazer perguntas mais amplas, que convidem à reflexão e à discussão.


Portanto, evite fazer questões que possam ser respondidas com “sim” ou “não”.
 Na pergunta você deve mostrar o que chamou sua atenção na leitura dos textos,
algo que tenha despertado a sua curiosidade sobre os temas e conceitos
apresentados.
 Esta questão exige que você discuta o conteúdo teórico apresentado nos textos.
Desta maneira, vá além de suposições, opiniões ou juízos rasos. Este é um
momento de reflexão teórica, ok?

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