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As virtudes próprias da nossa vocação

§ 1. A fé viva
Ao tratar do problema da fé, Padre Dehon, no próprio título – A fé viva –
já antecipa que sua concepção de fé é bastante profunda. Não se trata
somente da fé, mas de uma “fé viva”. O que isto significa?
No Diretório Espiritual (DE), Padre Dehon define a fé viva como “[...]
uma verdadeira imolação do coração”. Por que imolação? Porque trata-
se de uma fé madura e que não está presa a consolações, sabendo agir
tanto na aridez como na alegria espiritual. Portanto, mesmo não sentindo
alegria ou gozo espiritual, todo cristão, sobretudo o dehoniano, precisa
pedir a Deus e cultivar esta graça.
Um outro dado interessante da fé viva em padre Dehon é que ele
mesmo a vincula com a ação ao afirmar que, a partir da fé viva, o
dehoniano “[...] sabe agir tanto na aridez como na alegria espiritual”.
Desta maneira, fé e obras dão contorno a espiritualidade dehoniana,
onde a fé não é apenas uma experiência individual, emotiva e pacífica,
mas fonte e causa das obras reparadoras de cada dehoniano.
Padre Dehon cita como exemplo Abraão, os Reis Magos e São
José, personagens que mostram, cada um à sua maneira, a importância
de perseverar na fé mesmo diante das dúvidas, das dificuldades, das
perseguições e do cansaço, afinal, “nada devemos temer, mesmo
quando não compreendemos os desígnos de Deus”. Nesses homens
encontramos a fé como imolação do coração.
A fé viva como imolação implica justamente em perseverar com
firmeza diante da incompreensão, da dúvida, das provações, da aridez
e das crises: “é sobretudo nos momentos das provações que a fé deve
ser firme e perseverante. É nestas crises que alcança as suas mais belas
vitórias e prepara o sucesso das obras”.
Uma comunidade que deseja cultivar a fé viva (imolação do
coração) precisa, necessariamente, ir a fonte que é o próprio coração
de Jesus, lugar onde o ser humano pode encontrar sentido para crer e
viver o que se crê. Desta maneira, somente com uma vida de oração
constante, perseverante e consciente uma comunidade conseguirá
fazer que com a fé seja imolação do coração, isto é, com que cada
membro se torne oferta viva e dom para o outro.

§ 2. A confiança
Ao tratar da confiança Padre Dehon a coloca como uma necessidade
para o abandono nas mãos de Deus: “temos necessidade de confiança.
É a fonte do abandono, tão necessário à nossa vocação”. Nessas
palavras o pai fundador, mais uma vez, vai além do óbvio sendo óbvio:
uma pessoa só se entrega a quem confia. Assim, para que haja uma
oferta verdadeira de vida (abandono) é necessário, é fundamental, que
haja intimidade, afinal, só se confia em quem se conhece; e só se
conhece aquele com quem se convive e com quem se conversa.
Mas Padre Dehon não fala somente de Jesus. Fala também de
Maria e de José. A Sagrada Família é entendida pelo fundador como
“nossa salvaguarda, os nosso padroeiros. São como um baluarte, um
muro de proteção para as nossas almas, para as nossas casas, para a
nossa obra.” Deste modo, é fundamental que o dehoniano, além do
Coração de Jesus, cultive também intimidade com Maria e José, tendo
inclusive suas imagens expostas nas diversas casas, pois ninguém melhor
do que eles pode nos conduzir ao Coração do Filho.
Padre Dehon aponta para ainda para a confiança nas provações.
Para ele as provações não são um descuido de Deus para conosco. Ao
contrário, ele as permite quando entende que são úteis e necessárias
para o nosso progresso pessoal e comunitário: “Sejamos confiantes
também nas provações. Por vezes Jesus parece que dorme; deixa que a
tempestade se levante; mas vigia e intervém no momento oportuno.
Permite as provações porque são úteis, necessárias para a nossa
purificação, santificação e progresso de nossas obras.”
Neste sentido, uma relação filial gera uma confiança filial, onde,
mesmo diante das provações da vida e do silêncio do Pai, acreditamos
que Ele, no momento oportuno intervirá: Precisamos de uma confiança
filial, que não se desmente nem se perde nas provações”. A confiança
nos leva a olhar além do que vemos e sentimos. Nos ajuda a acreditar
que, se Deus permite alguma coisa, é porque tem algo a nos ensinar. De
fato, o que nos faz afundar não são os ventos contrários, mas a falta de
fé naquele que é capaz de silenciar qualquer tempestade. “IN Te, Cor
Iesu, speravi, non confundar in aeternum”.

§ 3. O puro amor de Deus


Padre Dehon trata o Amor como algo essencial aos seus religiosos,
pois deste amor dado a nós na cruz nascem as motivações para se
retribuir tamanha entrega. Para ele o coração de seus religiosos deve ser
o lugar de consolação do coração de Jesus. O puro amor expressa o
sacrifício diário oferecido sem interesse. A expressão generosa que seus
religiosos devem oferecem ao amor de Cristo se revela a partir do
exemplo do próprio Mestre, desde sua infância pobre ao seu amor
oblativo na Cruz, ou seja, atos de nossas vidas que sejam oferecidos por
amor.

 “ O amor de Nosso Senhor deve animar toda a vida dos sacerdotes


do Coração de Jesus”.
 “Esforçar-se-ão, portanto, quanto lhes seja possível, com o auxilio
da graça, por corresponder ao amor de Jesus com amor puro,
desinteressado, ardente e gênero até a imolação, visto que foi
assim que o Coração de Jesus os amou.”
 “Fixarão continuamente o olhar em Jesus, vê-l’o-ão em tudo e em
toda parte:nos seus mistérios que meditarão incessantemente , na
Sua eucaristia em que Ele está presente, na Sua providência que
governa todas as coisas. Reconhecerão em toda parte a Sua
bondade. Deste modo manterão aceso o fogo do amor no seu
coração e alimentá-lo-ão sem cessar.”
 “O nosso amor a Jesus deve ser tanto mais fiel e puro, quanto é
certo que tomamos o compromisso de oferecer-Lhe reparação
pelas faltas de amor, pela ingratidão e pela indiferença de tantas
almas. O puro amor é a nossa vida e o nosso Objectivo.”
“Mas onde irão os nossos sacerdotes haurir este amor que, em troca, lhe
devem dar? Ao próprio coração de Jesus.”

§ 4. A ação de graças
“Onde estão aqueles que deveriam agradecer?”

A ação de graças deve ser o agradecimento dado ao Senhor


pelas graças que constantemente nos são dadas. A motivação que
padre Dehon encontra para expressar a ação de Graças está em
reconhecemos que:

 “Somos testemunhas dos dons de Deus às almas que os rodeiam e


deveríamos louvá-lO continuamente pela Sua bondade.”
 “Deparamo-nos com as maravilhas da bondade de Deus
sobretudo na história dos Santos, que se apresenta diariamente aos
nossos olhos nas leituras e orações.”
 “Agradeçamos ao Senhor, louvemo-lO, exaltemo-lO por todas as
graças que concedeu aos Seus Santos, aos Seus sacerdotes, aos
Seus religiosos e, por meio deles, a tantas almas que eles
edificaram.”
 “Louvemo-lO, demos-lhe graças por toda a misericórdia com que
nos tratou desde o inicio da nossa Obra e por todas as graças de
que não cessa de cumular-nos.”

§ 5. A caridade para com o próximo


A caridade é uma virtude onde temos que ter o maior zelo, tem
que ser querida por todos os religiosos.
A caridade é o meio que manifesta na comunidade a harmonia
e a paz nas relações, pela suportação e pela rápida solução das
divergências que possam surgir na comunidade. Só podemos vivenciar
esta virtude com a ajuda de nosso Senhor Jesus Cristo, assim formar uma
comunidade de um só coração e uma só alma no Coração de Jesus.

PRÁTICAS PARA VIVER A VIRTUDE

 Para viver a perfeita caridade é preciso ter a união dos


Corações, viver com espírito de uma verdadeira família
 Os sacerdotes precisam evitar qualquer amizade de apego,
particular, pois é preciso expressar o amor para com todos em Deus,
como irmãos em Jesus Cristo, sempre unidos ao seu Sagrado Coração;
 O orgulho é o meio que desfaz a caridade;
 Precisamos nos conhecer melhor e ter os olhos voltados para
os nossos próprios defeitos e fechados para os defeitos dos outros. “ Terão
como lei não tecer considerações sobre os defeitos que crêem enxergar
nos outros, mas procurarão desculpá-los e só falar deles nos casos em
que a caridade e o dever o exijam.”
 Ter uma relação recíproca, pronta para ajudar e ser
ajudado, uma caridade terna e afetuosa, cultivando o espírito de uma
verdadeira família com a união dos corações;
 Evitar colóquios que provoca divisões que pode nascer
diversidades;
E para viver a verdadeira caridade, padre Dehon nos diz que
precisamos apreender todos os dias a lição que vem do coração de
Jesus, onde brotou a verdadeira caridade. E como comunidade, ele nos
convida a reler em vez em quando o discurso da ceia de São João, para
podemos nos alimentar em nossos corações o fogo da caridade.

 Caso aconteçam desentendimentos entres confrades, por


motivos da fragilidade humana. Provocam-nos ter
humildade e pedir desculpas seguidas de uma sincera
reparação.
 Tentar abafar os germens de ressentimentos que caso
fiquem no coração;
 Em caso de necessidade os superiores deverão interpor a
sua autoridade para obter o cumprimento perfeito de
conselho do Apóstolo: Não se ponha o Sol sobre a vossa ira
( Ef 4,26).

§ 6. A humildade
Aprendei de mim que sou manso e humilde de Coração, pois

contemplando, estudando o Coração de Jesus podemos encontrar um

verdadeiro abaixamento e humildade. Todos os religiosos precisam

aprender com o Mestre.

 A humildade é uma virtude que todos os religiosos precisam

ter; pois quando acontecer uma correção fraterna é

preciso com humildade aprender a escutar e sem

justificação os avisos e as repreensões dos superiores. Por

isso que os superiores têm que conhecer os defeitos da

comunidade.

 Os religiosos farão segunda a norma atos de humildade.

 Renunciar a cargos eclesiásticos é só aceitarão por ordem

dos superiores ou do papa caso ao contrário não

aceitarão.

 Convém-me diminuir para que o Senhor cresça em mim.

§ 7. A simplicidade
Sede Simples como as pombas (Mt10, 16).

Assim nos fala o fundador. A pomba é um animal gracioso, se caracteriza


com simplicidade, pureza e doçura. Como das almas simples. Tem um
olhar direto, não se distrai com qualquer coisa. Também nosso olhar deve
fixar-se unicamente no Coração de Jesus, fazendo tudo par o seu amor,
oferecendo nossa reparação. Comopomba que ao começar seu voo
logo descansa, e se abriga sobreas fendas do rochedo (Cant 2, 14), e lá
suspira e geme, assim deve ser o voo de nossa alma. Deve elevar-se,
nossa alma, acima da terra pela renúncia, pela oração e pela união com
Deus, e devemos esconder-nos como as pombas, na fenda do rochedo,
isto é no coração de Jesus, lá encontraremos refúgio para gemer e
chorar. Gememos como pombas nosdiz Isaías (Is 59, 11). Queremos
repouso no Coração do nosso Mestre, porém, ele também quer
encontrar repouso em nós. Jesus encontrou vários lugares de repouso na
terra. O seio de Maria, onde se humilhae faz o seu Ecce Venio, na
manjedoura onde demostra o desprezo pela riqueza , em Nazaré onde
vive o silencio e o trabalho, em Betânia com seus amigos, no calvário
onde consuma o seu sacrifício, na eucaristia onde esconde-se sobre
humildes aparências e em nossoscorações, onde espera homenagens
do nosso amor. Vários são os lugares do repouso de Jesus, devemos
meditá-los continuamente, pois, como almas simples encontraremos
repouso, como a pomba, um repouso reparador. Retiremo-nos para as
fendas da rocha. Aí encontraremoso nosso repouso.

§ 8. A fidelidade
A fidelidade e a confiança são a nossa segurança. Se permanecermos
fielmente apegados ao nosso Senhor. Ele nos segurará e abençoará.
Nossa fidelidade ao Senhor, se compara a fidelidade do cãozinho que
tem afeição por seu dono. O cão reconhece o seu dono, fica a seus pés,
fica aborrecido com sua ausência, espera-o, alegra-se com sua volta.
Nossa fidelidade ao Senhor deve ser comparada, portanto, como do
cãozinho, quedemo-nos aos seus pés, pensemos no Senhor,
contemplemo-lo. Orientemos nossos pensamentos, afetos, para o
objetivo único do nosso amor. O cão verdadeiramente fiel não
desamina, mesmo quando apanha. Sua fidelidade é a toda prova. A
severidade do dono é necessária, mas o carinho vem depois. Jesus
aprecia, sobretudo, a fidelidade nas pequenas coisas, o cuidado em
oferecer-lhe tudo, em cumprido tudo segundo a sua vontade e por seu
amor. Jesus espera a nossa fidelidade.

§ 9. A vigilância
Vigiai e orai (Mt 26,41)

Se ficarmos distraídos e dispersos, se não mantermos a vigilância,


perdemos o foco, perdemos a graça que Deus nos concede. É quando
estamos distraídos que caímos diante das nossas fraquezas.

O Senhor constantemente nos abençoa, e derrama a sua graça sobre


nós, mas o demônio, não nos quer agraciados por Deus, ele está
constantemente a nos vigiar, como um Leão ao redor de sua presa (cf.
1Pd 6). O demônio não planta o joio em um campo vazio, mas sim no
meio do trigo. Por isso, temos de sempre estar alerta, até mesmo nos
momentos de mais abundâncias espiritual, também nesses momentos
Nosso Senhor Jesus Cristo nos pede a vigilância, para não cairmos e
perdermos aquilo que conquistamos com tanto esforço.
E essa tendência de acomodar-se já está em nós, até mesmo os clérigos,
que depois de dias santos (de grande graças para o sacerdote), tiram a
segunda para se distrair.

“Vigiemos no cumprimento de todos os nossos propósitos. Velemos pela


conservação da vida interior, que é essencial para a nossa vocação”.

§ 10. A ordem nas pequenas coisas


“Onde não há ordem não há virtude”. Se não vivemos com seriedade a
ordem caímos no comodismo, com minhas medidas e vontade própria.

Tudo no universo tem sua ordem, a ordem natural, até mesmo as coisas
inanimadas são ordenadas, segundo o criador. Em um reino, Estado,
paróquia, família a felicidade, a paz e a prosperidade dependem da
ordem. Assim também em nossa família espiritual.

Também a Alma que busca a perfeição, deve ser assídua nas pequenas
coisas.

Deus derrama constantemente bênçãos sobre nós, e o pecado nos


impede de ter “acesso” a essas bênçãos. Não devemos evitar somente
as grandes faltas (essas q tomamos cuidado para não cair), mas as faltas
do dia-a-dia, aquelas as quais caímos sem perceber, quando menos
esperamos.

Assim como quando é colocado uma grande pedra em cima de uma


nascente ela impede o curso da água, prejudicando o rio que seria
formado por essa nascente. Quando uma pequena pedra cai sobre essa
mesma na nascente, e mais uma, e outra, e várias pedras caem e se
prendem a um galho impedindo o curso natural das águas, prejudicando
o rio que seria formado por essa nascente. Isso também ocorre com nossa
vida espiritual.

“Nunca um homem caiu de improviso em pecados graves, nunca uma


vocação se perde de forma inopinada. Começa-se por pequenas
infidelidades e acaba-se em quedas graves”.

Muito bem servo bom e fiel, já que foste fiel no pouco eu te confiarei
muito. (Mt 25, 21ª)

§ 11. A regularidade, a exatidão


O cerne dessa virtude dehoniana é a fidelidade nas pequenas coisas a
fim de se preparar para coisas maiores. É um apelo para que a
obediência e o cumprimento dos horários se tornem um hábito. É preciso
cumprir o que se promete, devolver o que se toma emprestado.
§ 12. A reta intenção
Uma famosa frase de padre Dehon ilumina bem essa virtude: “Deus não
quer saber de nossas obras se nelas não estiver o nosso coração”. Nosso
fundador ensina que a reta intenção é o que dá vida ao agir, é como a
seiva que torna viva uma planta.
§ 13. O bom exemplo
 Cabe sobretudo aos superiores e aos mais idosos o dever de dar o
exemplo da regularidade e da pontualidade.
 Para os superiores, idoso cuidado para não cair na negligencia
habitual.
 Para os superiores, mesmo recebendo criticas, desrespeito, pouca
estimados, terão de suportar seus sofrimentos em espírito de
reparação e de expiação, e entregar- se a Deus que perscruta o
coração e os rins e que ajudará no momento oportuno.
 Não façam promessas, por mais pequenas que sejam, se não tem
intenção de as manter.

§ 14. A perseverança
 A indiferença e a ingratidão das almas privilegiadas ofendem mais
ao Senhor do que os pecados das almas vulgares.
 Uma alma caminha para a perdição, quando falta à união e
franqueza para com os seus superiores.
 A dissimulação, a tibieza, a desobediência põem em perigo a
vocação.

§ 15. Abnegação, desapego e renúncia


 É preciso morrer para si mesmo, e não apenas para a vida
dos sentidos, da carne;
 Renegar-se a si mesmo (Mt 16, 24);
 Mortificação = Corpo; Abnegação = espírito, vontade e
coração;
 São apegos: estima de si próprio, própria vontade,
comodidade, sensualidade, amizades naturais e família;
 É preciso ter sempre em consideração a bondade e
amabilidade do Senhor para conosco;
 A Graça e a natureza atuam em nós;
 Para revestir-se do “homem novo”, é preciso combater a
inspiração da natureza para dar espeço à Graça;
 O RELIGIOSO DO S.C.J deve:
o Morrer para o próprio espírito (pensamentos, pontos
de vista pessoais etc);
o Morrer para o próprio coração (desejos e apegos);
o Morrer para a própria vontade (gosto, satisfações
etc);
o Morrer para as consolações da virtude (felicidade
pessoal no serviço a Deus);
 A Regra e a Vida Comunitária favorecem tal vivência;

§ 16. O recolhimento
 É condição necessária para a fé viva, a confiança e o
amor;
 Ir o menos possível para o meio dos homens, a não ser que
nossa condição exija de nós tal ação;
 Nosso Senhor quer encontrar em nós, lugar de consolo e
recolhimento; quer habitar em nossos santuários, por isso é
necessário a paz e o recolhimento.

A vida religiosa tem suas exigências, sobretudo, a vida Religiosa


Dehoniana e suas particularidades. A observância da Abnegação,
renúncia e desapego é exigente e cabe a cada um de nós fazer sua
parte, sem deixar de lado o dado de que vivemos em comunidade, ou
seja, é preciso que observemos juntos tais indicações do nosso fundador.

Morrer para si mesmo, significa, morrer para seus desejos e


vontades, para poder abrir-se, livremente, sem reservas, a Nosso Senhor.

Recolher-se significa buscar a paz interior, afim de que o Senhor


encontre em nós, seus escolhidos, lugar especial para habitar e fecundar
com suas graças.

§ 17. Fidelidade à graça e zelo pela própria santificarão


- Foi a correspondência à graça divina que fez os santos, tudo em suas
vidas se passaram de acordo com a vontade divina. Tornaram-se mais
santos na medida das suas correspondências e fidelidades;

- A quem muito foi dado muito será exigido (Lc 12, 48) A inspiração de
seus atos e das suas ações heroicas, não vem da natureza, nem do
mundo, mas do Espírito de Deus. Por isso, os superiores em particular,
devem velar de modo a não recorres senão a está fonte para as suas e
decisões e medidas a tomar;
- A missão de reparadores tende a uma santidade pouco comum,
reproduzir em seu coração a santidade do Coração de Jesus. Está é a
primeira condição para se tornarem vítimas do Coração de Jesus, Hóstia
pura, santa e sem mancha (Cf. Rom 12,1; Ex 12, 5);

- Se aplicaram aos exercícios de piedade e às praticas que são próprias


aos Sacerdotes Vítimas. Com sinceridade buscaram agradar a Deus em
todas as suas ações, fazendo-as por puro amor a Deus;

§ 18. A mortificação
- Per crucem redemiste mundum, a cruz é um instrumento de salvação.
Foi o caminho de reparação escolhido por Jesus;

- Quais são os materiais do edifício da reparação? A cruz, os cravos, a


lança, os espinhos, os flagelos, tudo cimentado pelo Sangue de Jesus e
pelas suas lagrimas.

- A cruz, a mortificação, o sacrifício são imprescindíveis, neles se


encontram a vida e a fonte de toda a graça e progresso. Carreguemos
a cruz da paciência, do abandono, da mortificação em prol da obra do
Coração de Jesus;

- Faz falta a mortificação voluntária. O nosso corpo é, por natureza,


desregrado e tende para a satisfação dos seus instintos. É um animal que
se domina apenas com pancadas: castigos corpus meum (1cor 9, 27). É
preciso mantê-lo sob o domínio do dever, da vontade e da graça de
Deus.

- Os Sacerdotes do Coração de Jesus devem ser animados pelo espírito


de mortificação;

§ 19. O abandono e a conformidade com a vontade de Deus

VIRTUDES DA FÉ: obediência


confiança o abandono é a síntese disso.
amor
Para ser vítima não se requer nem saúde nem força; o que importa é a
renúncia, o ABANDONO, A ACEITAÇÃO da vontade divina, quer
proporcione alegria, quer peça sofrimento.

Jesus  abandono  Paixão


Jesus consuma o Seu abandono quando entrega o espírito nas mãos do
Pai.

VÍTIMA: é próprio de uma vítima entregar-se inteiramente , SEM RESERVAS,


sem resistência nem ansiedade à vontade d’Aquele a Quem se
oferece.
 Crendo na providência
 Entregando-se à Sua vontade
 Amando/obedecendo Sua vontade

“ECCE VENIO” disposição essencial de uma vítima!


“ECCE ANCILLA”

“A mortificação sacrifica a Deus o nosso corpo; a abnegação sacrifica-


Lhe o nosso espírito e a nossa vontade; a conformidade com a vontade
divina, que gera o abandono, sacrifica toda a nossa pessoa em todos os
instantes da vida e faz da nossa morte a consumação do sacrifício”.

§ 20. A alegria nas provações e o amor à cruz


Provações e sofrimentos: 1. passos que nos conduzem à meta
(INEVITÁVEIS) 2. aproximam-nos cada vez mais do Coração de
Deus
(INDISPENSÁVEIS) 3. tornam-nos mais semelhantes a Ele
(É PRECISO QUE ACONTEÇAM)
MOTIVO DE SANTAS ALEGRIAS,
POIS NOS TRAZ TANTAS
GRAÇAS E FAVORES.
Virtudes que caracterizam as vítimas do Coração de Jeus:
Paciência
Generosidade
Amor ao sofrimento e ao sacrifício
Mansidão

Para tanto é preciso perseverar:


1. Na oração
2. No louvor
3. Na ação de graças
4. Na paz de Deus (paz que ultrapassa o sofrimento, e que é fruto
da abnegação e do sofrimento).

CRUZ: boa pra mim, pois me prepara o Céu. / boa para os outros, pois
podemos, por ela, colaborar com a obra da redenção. / boa para Deus,
pois carregando-a, damos-Lhe prova do nosso amor.

“Façamos actos de fé sobre os benefícios da cruz, exercitando-nos em


amá-lo, não com amor sensível, mas por um acto de vontade que afirma:
“Senhor, eu amo a cruz, porque Vós a amaste e porque me ajuda a
contribuir para o advento do Vosso Reino”.

§ 21. A união a Nosso Senhor e a vida Interior


Padre Dehon entende que essa virtude é indispensável aos
Sacerdotes do Coração de Jesus. A vocação e a vontade
de ser do Coração do mestre devem ser por primeiro um
movimento interno. Isto é, algo mais intimo, mais profundo.
Como diz Dehon no Diretório Espiritual:
“A característica própria da vida interior dos Sacerdotes do
Coração de Jesus é a união habitual ao divino Coração.
Com Ele e n’Ele devem amar, agir, sofrer, sacrificar-se”.
Contudo, essa vida interior não pretende ser um fim em si
mesma, mas uma ponte que leva a uma vida exterior.
Segundo Dehon:
“Esta vida interior, através da união dos seus corações com
o Coração de Jesus, é condição essencial para que cada
uma das suas ações seja verdadeiramente reparadora”.
Tendo em vista a riqueza desta vida interior, ela deve ser
“cultivada por meio do silêncio, do recolhimento e do
espírito de oração”.

§ 22. A devoção à Eucaristia


A adoração ao Santíssimo Sacramento da Eucaristia é algo
caro a nós dehonianos. Contudo, a devoção à Eucaristia
“diz-nos todo o amor de nosso Senhor para conosco. Jesus
encontra-se presente como vítima, como amigo, como
benfeitor, como consolador”.
Jesus presente no mistério eucarístico é o nosso modelo de
vítima, de quem se doa totalmente pelo outro. Como diz
Dehon, “a eucaristia é o mistério do amor”.

§ 23. O Zelo
O Zelo
“O Zelo não é mais do que o florescer da caridade”.

Amar Jesus (casa culto almas)


O objeto do nosso zelo é o Reino do Coração de Jesus

“Nosso Senhor quer santuários dedicados a reparação. Betânias onde


possa repousar e encontrar amor e consolação, no meio da indiferença
geral e da tibieza até de uma parte do povo eleito”.
Nossa opção preferencial
• O serviço dos sacerdotes (formação e santificação)
• Educação das crianças
• Dedicação aos operários e aos pobres

§ 24. Amor à Igreja

Amor à Igreja

“A igreja é a esposa de Jesus”!

“A Igreja é nossa mãe”!

“Amemo-la em si mesma, no seu chefe visível, nos seus ministros, nos seus
ensinamentos, na sua liturgia, nas suas leis”.

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