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§ 1. A fé viva
Ao tratar do problema da fé, Padre Dehon, no próprio título – A fé viva –
já antecipa que sua concepção de fé é bastante profunda. Não se trata
somente da fé, mas de uma “fé viva”. O que isto significa?
No Diretório Espiritual (DE), Padre Dehon define a fé viva como “[...]
uma verdadeira imolação do coração”. Por que imolação? Porque trata-
se de uma fé madura e que não está presa a consolações, sabendo agir
tanto na aridez como na alegria espiritual. Portanto, mesmo não sentindo
alegria ou gozo espiritual, todo cristão, sobretudo o dehoniano, precisa
pedir a Deus e cultivar esta graça.
Um outro dado interessante da fé viva em padre Dehon é que ele
mesmo a vincula com a ação ao afirmar que, a partir da fé viva, o
dehoniano “[...] sabe agir tanto na aridez como na alegria espiritual”.
Desta maneira, fé e obras dão contorno a espiritualidade dehoniana,
onde a fé não é apenas uma experiência individual, emotiva e pacífica,
mas fonte e causa das obras reparadoras de cada dehoniano.
Padre Dehon cita como exemplo Abraão, os Reis Magos e São
José, personagens que mostram, cada um à sua maneira, a importância
de perseverar na fé mesmo diante das dúvidas, das dificuldades, das
perseguições e do cansaço, afinal, “nada devemos temer, mesmo
quando não compreendemos os desígnos de Deus”. Nesses homens
encontramos a fé como imolação do coração.
A fé viva como imolação implica justamente em perseverar com
firmeza diante da incompreensão, da dúvida, das provações, da aridez
e das crises: “é sobretudo nos momentos das provações que a fé deve
ser firme e perseverante. É nestas crises que alcança as suas mais belas
vitórias e prepara o sucesso das obras”.
Uma comunidade que deseja cultivar a fé viva (imolação do
coração) precisa, necessariamente, ir a fonte que é o próprio coração
de Jesus, lugar onde o ser humano pode encontrar sentido para crer e
viver o que se crê. Desta maneira, somente com uma vida de oração
constante, perseverante e consciente uma comunidade conseguirá
fazer que com a fé seja imolação do coração, isto é, com que cada
membro se torne oferta viva e dom para o outro.
§ 2. A confiança
Ao tratar da confiança Padre Dehon a coloca como uma necessidade
para o abandono nas mãos de Deus: “temos necessidade de confiança.
É a fonte do abandono, tão necessário à nossa vocação”. Nessas
palavras o pai fundador, mais uma vez, vai além do óbvio sendo óbvio:
uma pessoa só se entrega a quem confia. Assim, para que haja uma
oferta verdadeira de vida (abandono) é necessário, é fundamental, que
haja intimidade, afinal, só se confia em quem se conhece; e só se
conhece aquele com quem se convive e com quem se conversa.
Mas Padre Dehon não fala somente de Jesus. Fala também de
Maria e de José. A Sagrada Família é entendida pelo fundador como
“nossa salvaguarda, os nosso padroeiros. São como um baluarte, um
muro de proteção para as nossas almas, para as nossas casas, para a
nossa obra.” Deste modo, é fundamental que o dehoniano, além do
Coração de Jesus, cultive também intimidade com Maria e José, tendo
inclusive suas imagens expostas nas diversas casas, pois ninguém melhor
do que eles pode nos conduzir ao Coração do Filho.
Padre Dehon aponta para ainda para a confiança nas provações.
Para ele as provações não são um descuido de Deus para conosco. Ao
contrário, ele as permite quando entende que são úteis e necessárias
para o nosso progresso pessoal e comunitário: “Sejamos confiantes
também nas provações. Por vezes Jesus parece que dorme; deixa que a
tempestade se levante; mas vigia e intervém no momento oportuno.
Permite as provações porque são úteis, necessárias para a nossa
purificação, santificação e progresso de nossas obras.”
Neste sentido, uma relação filial gera uma confiança filial, onde,
mesmo diante das provações da vida e do silêncio do Pai, acreditamos
que Ele, no momento oportuno intervirá: Precisamos de uma confiança
filial, que não se desmente nem se perde nas provações”. A confiança
nos leva a olhar além do que vemos e sentimos. Nos ajuda a acreditar
que, se Deus permite alguma coisa, é porque tem algo a nos ensinar. De
fato, o que nos faz afundar não são os ventos contrários, mas a falta de
fé naquele que é capaz de silenciar qualquer tempestade. “IN Te, Cor
Iesu, speravi, non confundar in aeternum”.
§ 4. A ação de graças
“Onde estão aqueles que deveriam agradecer?”
§ 6. A humildade
Aprendei de mim que sou manso e humilde de Coração, pois
comunidade.
aceitarão.
§ 7. A simplicidade
Sede Simples como as pombas (Mt10, 16).
§ 8. A fidelidade
A fidelidade e a confiança são a nossa segurança. Se permanecermos
fielmente apegados ao nosso Senhor. Ele nos segurará e abençoará.
Nossa fidelidade ao Senhor, se compara a fidelidade do cãozinho que
tem afeição por seu dono. O cão reconhece o seu dono, fica a seus pés,
fica aborrecido com sua ausência, espera-o, alegra-se com sua volta.
Nossa fidelidade ao Senhor deve ser comparada, portanto, como do
cãozinho, quedemo-nos aos seus pés, pensemos no Senhor,
contemplemo-lo. Orientemos nossos pensamentos, afetos, para o
objetivo único do nosso amor. O cão verdadeiramente fiel não
desamina, mesmo quando apanha. Sua fidelidade é a toda prova. A
severidade do dono é necessária, mas o carinho vem depois. Jesus
aprecia, sobretudo, a fidelidade nas pequenas coisas, o cuidado em
oferecer-lhe tudo, em cumprido tudo segundo a sua vontade e por seu
amor. Jesus espera a nossa fidelidade.
§ 9. A vigilância
Vigiai e orai (Mt 26,41)
Tudo no universo tem sua ordem, a ordem natural, até mesmo as coisas
inanimadas são ordenadas, segundo o criador. Em um reino, Estado,
paróquia, família a felicidade, a paz e a prosperidade dependem da
ordem. Assim também em nossa família espiritual.
Também a Alma que busca a perfeição, deve ser assídua nas pequenas
coisas.
Muito bem servo bom e fiel, já que foste fiel no pouco eu te confiarei
muito. (Mt 25, 21ª)
§ 14. A perseverança
A indiferença e a ingratidão das almas privilegiadas ofendem mais
ao Senhor do que os pecados das almas vulgares.
Uma alma caminha para a perdição, quando falta à união e
franqueza para com os seus superiores.
A dissimulação, a tibieza, a desobediência põem em perigo a
vocação.
§ 16. O recolhimento
É condição necessária para a fé viva, a confiança e o
amor;
Ir o menos possível para o meio dos homens, a não ser que
nossa condição exija de nós tal ação;
Nosso Senhor quer encontrar em nós, lugar de consolo e
recolhimento; quer habitar em nossos santuários, por isso é
necessário a paz e o recolhimento.
- A quem muito foi dado muito será exigido (Lc 12, 48) A inspiração de
seus atos e das suas ações heroicas, não vem da natureza, nem do
mundo, mas do Espírito de Deus. Por isso, os superiores em particular,
devem velar de modo a não recorres senão a está fonte para as suas e
decisões e medidas a tomar;
- A missão de reparadores tende a uma santidade pouco comum,
reproduzir em seu coração a santidade do Coração de Jesus. Está é a
primeira condição para se tornarem vítimas do Coração de Jesus, Hóstia
pura, santa e sem mancha (Cf. Rom 12,1; Ex 12, 5);
§ 18. A mortificação
- Per crucem redemiste mundum, a cruz é um instrumento de salvação.
Foi o caminho de reparação escolhido por Jesus;
CRUZ: boa pra mim, pois me prepara o Céu. / boa para os outros, pois
podemos, por ela, colaborar com a obra da redenção. / boa para Deus,
pois carregando-a, damos-Lhe prova do nosso amor.
§ 23. O Zelo
O Zelo
“O Zelo não é mais do que o florescer da caridade”.
Amor à Igreja
“Amemo-la em si mesma, no seu chefe visível, nos seus ministros, nos seus
ensinamentos, na sua liturgia, nas suas leis”.