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DR J H Reyner Medicina Psionica PDF
DR J H Reyner Medicina Psionica PDF
Reyner
Colaboradores:
Dr. George Laurence
Dr. Carl Upron
MEDICINA PSIÓNICA
Estudo e Tratamento dos Fatores Causativos da Doença
Tradução
GILSON CÉSAR CARDOSO DE SOUSA
EDITORA CULTRIX
São Paulo
Sumário
Agradecimentos . 7
Introdução (pelo Professor Ervin Laszlo) . 9
K. S.
Introdução
(pelo Professor Ervin Laszlo)
9
10 MEDICINA PSIONICA
vizinhas, mas sim por um fator que parece envolver todo o sistema de desenvolvi-
mento. Trata-se, afirma ele, de um amplo campo sistêmico de força criado pelo
efeito mútuo dos campos de força individuais em associação com as células. Os
limites do campo de um embrião, por exemplo, não coincidem com os limites do
próprio embrião: vão além. A embriogênese, sustenta Gurwitch, ocorre dentro do
campo morfogenético do embrião.
Em 1934, Conrad Waddington introduziu a idéia dos "campos de indi-
viduação", que atuam na formação dos órgãos, e em 1957 estendeu a tese do
campo aos "creodos", que são os rumos evolutivos da embriogênese. Essa noção
foi elaborada por René Thom em modelos matemáticos que representam o estado
para o qual o organismo avança, mediante "bacias de atração" dentro dos campos
morfogenéticos. Na década de 1950, Harold Saxton Burr, da Universidade de
Yale, avaliou as propriedades eletromagnéticas do que chamou de campo L (life,
"vida"), ao mesmo tempo que seus colaboradores mostravam que esse campo se
desvanece com a morte do organismo.
Embora as teorias do campo biológico surgissem nos anos de 1920 e alcanças-
sem enorme popularidade em meados do século, as propriedades físicas dos cam-
pos não estavam bem definidas e, nas décadas seguintes, deixaram de suscitar
interesse. Na embriologia, por exemplo, os métodos bioquímicos não possibilita-
ram aos pesquisadores descobrir a natureza dos campos que governam a polarida-
de dos membros, a esquematização neural, a indução de lente e outros processos
de desenvolvimento. Os conceitos de campo passaram a ser vistos como puramen-
te especulativos e, em anos recentes, apenas uns poucos pesquisadores insistiam
em elaborar teorias do campo biológico. Em geral, os biólogos transferiram sua
atenção para a bioquímica de mecanismos genéticos específicos, abordagem vigo-
rosa que ensejou uma série de aplicações práticas.
Nas últimas décadas, porém, embora menos conhecidos que a pesquisa dos
mecanismos e códigos genéticos, os conceitos de campo voltaram à tona, na van-
guarda da pesquisa biológica. O biólogo canadense Brian Goodwin sugeriu, com
base no campo, um conceito de regeneração e reprodução, processos nos quais um
todo é gerado por uma parte. Isso, afirma ele, não pode ser considerado unica-
mente em termos de plasma germinal e DNA, mas também como produto das
propriedades de campo dos organismos vivos. Os campos biológicos engendram
ordens espaciais que influenciam a atividade dos genes, enquanto a atividade ge-
nética influencia por sua vez os campos. O campo é a unidade de forma e organi-
zação, ao passo que as moléculas e células que constituem o corpo são as unidades
de composição: os campos estruturam-nas a seguir na ordem que irá caracterizar o
organismo. A vida é uma "dança sagrada" de células dentro dos organismos e dos
organismos em seu meio, onde os campos biológicos mantêm a cadência dos pa-
res. Rupert Sheldrake, por seu turno, apresentou a "hipótese da causação formativà',
INTRODUÇÃO 11
do que vem a ser medicina psiônica, como funciona e por que merece o tipo de
atenção que hoje em dia apenas os avanços no âmbito das moléculas e da genética
têm recebido. Faz jus ao interesse sério e urgente tanto dos leigos quanto dos
profissionais da medicina.
Prefácio à Térceira Edição
(pelo Dr. Gordon Flint)
É para mim uma honra e um privilégio ter sido convidado para escrever este
prefácio à cuidadosa revisão feita pelo Dr. Keith Souter das duas edições anteriores
de Medicína Psiônica.
Uma das palavras mais importantes dessa nova obra é "interconexão" - e o
leitor certamente apreciará ser levado ao longo da história da medicina, dos tem-
pos antigos onde imperava a filosofia oriental, via Hipócrates e a cultura mais
ocidentalizada, até o século XXI e a medicina energética, à qual nos dedicamos,
auxiliados pelas pesquisas do professor Ervin Laszlo e sua Hipótese do Campo Psi.
Todo aspirante à prática psiônica bem-sucedida contribui para ela com sua
própria habilidade atual, graças ao treinamento recebido nas ciências médica,
odontológica e veterinária, secundado por anos de experiência clínica, primeiro
na medicina ortodoxa, mais tarde na homeopática e finalmente nas técnicas da
prática psiônica, além, talvez, do trato com outros ramos da ciência e áreas como
acupuntura e hipnose médica.
A primeira e mais importante habilidade deve ser o uso de nosso sentido da
rabdomancia, o qual, como os cinco básicos, já possuímos ao nascer. No entanto,
se em poucos anos adquirimos boa dose de profidência na interpretação do ambi-
ente imediato por meio da visão, audição, olfato, paladar e tato, às vezes são neces-
sárias décadas para podermos fazer uso prático de nossa capacidade rabdomântica.
Como se pode notar num quadro de distribuição padronizado, cerca de 10% das
pessoas revelarão considerável habilidade, 10% nada realizarão de notável e o res-
to, com a prática, conseguirá alcançar níveis bastante aceitáveis, à medida que esse
sentido for se tornando tão confiável quanto os outros cinco.
Tive a honra de estudar com Carl Upton, a quem disse certa feita: "Gostaria
de ter conhecido a Medicina Psiônica há dez anos atrás." Sua resposta instantânea
foi: "Meu caro Gordon, há dez anos você não estava pronto para ela." Tinha razão,
é claro.
No que diz respeito à Homeopatia, um bom conhecimento e uma boa experi-
ência da filosofia básica, princípios e prática, tais quais preceituados por Samuel
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16 MEDICINA PSIONICA
Acho gratificante que um cientista da estatura do Sr. Reyner esteja tão profunda-
mente convencido do valor dos métodos psiônicos de diagnose.
Médico há mais de sessenta e cinco anos, estou desapontado com o pouco
progresso registrado na medicina, sobretudo quando comparado aos avanços na
cirurgia e outras áreas afins. Todos os dias, são anunciados incontáveis tratamen-
tos e curas, que em geral baseiam-se em novas substâncias químicas sintéticas -
ignorando as causas. O princípio psiônico investiga a causa do desvio da saúde
normal antes de haver-se com os sintomas.
Espero que o livro aguce o interesse por esse ramo tão importante da ciência
médica.
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PARTE 1
A CIÊNCIA E A FILOSOFIA
DA MEDICINA PSIÔNICA
21
Uma Nova Dimensão
na Medicina
também como esforço (ponos) do corpo para restaurar o equilíbrio de suas nm-
ções. Esse poder de cura intrínseco é conhecido como Vis Medicatrix Naturae,
sendo que o médico esclarecido sabe muito bem que seu verdadeiro papel consiste
apenas em estimulá-lo criando as circunstâncias adequadas para que ele opere o
mais livremente possível.
Sejamos claros nesse ponto: são os próprios mecanismos de cura do indivíduo
que realmente arrostam a doença, não os do cirurgião, do clínico ou de qualquer
outro profissional de saúde envolvido. O cirurgião pode remover um tumor, mas
é o corpo que cura a ferida. De igual modo, o clínico pode prescrever uma droga,
mas é o corpo do paciente que responde a ela.
Os mecanismos de cura, chamados em fisiologia de "homeostáticos" ou auto-
reguladores, funcionam permanentemente para dar o melhor ao indivíduo. Regu-
lam processos como metabolismo, temperatura, equilíbrio fluido e mineral, quí-
mica sanguínea, e produção e distribuição de células. Quando o corpo se vê
pressionado de alguma maneira, esses mecanismos tentam automaticamente res-
taurar certo nível de equilíbrio. Não raro o indivíduo percebe tais mudanças como
incomuns ou desagradáveis. Trata-se dos sintomas da doença, com o corpo pro-
curando corrigir o problema. A questão é que nem sempre os mecanismos voltam
completamente à normalidade. Embora as funções retomem ao "serviço quase
normal", isso tem um custo, que pode ser a redução da função, sua alteração ou a
da estrutura. Essencialmente, na maioria dos casos, o que ocorre não é um
reequilíbrio e sim uma compensação.
A medicina ocidental ortodoxa baseia-se solidamente num modelo reducionista.
Sem dúvida, isso logrou êxito em diversos campos, mas tem limitações óbvias. Ela
rejeita o conceito do "princípio vital" e considera o corpo uma integração comple-
xa de células, tecidos, órgãos e sistemas controlados bioquimicamente e supervi-
sionados por um computador biológico interno, o cérebro. Em muitos outros
sistemas médicos bem-sucedidos (e, globalmente, a medicina e a cirurgia ociden-
tais ortodoxas aparecem apenas em quarto lugar na provisão de cuidados médi-
cos), o princípio vital constitui o cerne de sua filosofia. Um número crescente de
médicos, e maior ainda de pacientes, acredita que essa limitação é francamente
prejudicial ao progresso da medicina.
tecidos lisos são substituídas pelo menos uma vez. Com efeito, há sempre deter-
minado grau de crescimento, reparo, reprodução e eliminação de células mortas
no organismo. Um controle bioquímico dessa complexidade, para manter o bom
equilíbrio e assim preservar a integridade do sistema inteiro, é simplesmente
absurdo.
Não: se os controles químicos que conhecemos conseguem indubitavelmente
explicar até certo ponto como as células do corpo se integram, temos de postular
outro controle mais abrangente - um tipo de sistema de informação energético
ou campo de energia, talvez.
Dissemos acima que o princípio vital está no cerne de diversos sistemas de
medicina. Os chineses chamam-no de chi e os iogues indianos, de prana. Afora
isso, foi aventado ou "redescoberto" por muitos estudiosos ao longo da história.
Por exemplo, Paracelso denominava-o munia; para os alquimistas, era o fluido
vita~ e o barão Von Reichenbach, o químico alemão que descobriu o creosoto,
dava-lhe o nome de odyle. No século XX, Wilhelm Reich chamou-o de orgone,
Rudolph Steiner de força formativa etérica e outros de bioplasma, plasma biológico
ou biocampo.
Em todos esses casos, embora haja uma interpretação ligeiramente diferente,
o princípio vital é visto como uma forma de energia que permeia as criaturas vivas
e constitui parte integrante de seu ser. Trata-se de um campo, localizado dentro e
ao redor do organismo, que produz uma espécie de corpo etérico.
Esse "corpo" de energia parece funcionar como um sistema de informação,
fazendo as vezes de molde para o desenvolvimento fetal e o crescimento posterior,
além de organizar os tecidos e repará-Ios.
A pirâmide da medicina
Considerando-se que a medicina é uma prática tão imemorial quanto a própria
humanidade, convém utilizar um modelo para figurar ao mesmo tempo sua anti-
guidade e sua evolução: a pirâmide.
Em qualquer livro de história da medicina você lerá que as bases desse saber
científico foram lançadas quando o homem começou a en~ender a estrutura orgâ-
nica por meio da dissecação e do estudo da anatomia. A observação e a experimen-
tação conduziram em seguida a deduções sobre o funcionamento dos órgãos e
suas estruturas anatômicas. Daí nasceu a ciência da fisiologia. Graças à crescente
sofisticação dos instrumentos e à aplicação do conhecimento químico, desenvol-
veu-se a bioquímica. O papel da mente em relação ao corpo sempre constituiu
uma questão delicada, mas em conseqüência do aperfeiçoamento da Medicina
Corpo-Mente ou psiconeuroimunologia (PNI),l já começamos a perceber que os
processos mentais podem afetar as funções neurológica, hormonal ou imunológica.
26 MEDICINA PSIONICA
FISIOLOGIA
ANATOMIA
Figura 1
FISIOLOGIA
ANATOMIA
Figura 2
o campo energético
A regeneração, modo pelo qual os organismos reproduzem partes danificadas ou
perdidas, é uma das áreas que sempre intrigou os bi610gos e se revelou uma fasci-
nante área de pesquisa no início do século xx. Em 1907, o w610go H. V. Wilson
realizou o experimento capital em regeneração ao forçar uma pequena esponja a
passar por uma peneira fina, separando assim as células e destruindo a organização
intercelular do organismo. Ap6s a separação, no entanto, as células isoladas
perambularam durante algum tempo até se reunir novamente num agregado con-
fuso, que em poucas semanas se remodelou numa esponja do tipo original.
Na década de 1920, Alexander Gurwitch postulou a existência de um campo
gerador da forma ou morfogenético, que explicaria o desenvolvimento embriol6gico
dos organismos. Supunha ele que esse campo organizador, uma espécie de diagra-
ma evolutivo, determinava o papel de certas células durante a embriogênese e não
suas propriedades individuais.
Nas décadas seguintes, vários cientistas pesquisaram o conceito de biocampo,
capaz de regular o crescimento e o desenvolvimento tanto das células quanto dos
tecidos dentro dos corpos. Entre eles, destacou-se o bi610go de Yale, Dr. Harold
Saxton Burr, que num período de mais de quarenta anos conduziu numerosos expe-
rimentos em organismos, de mixomicetos ao pr6prio homem. Burr concluiu que o
biocampo, a que chamou de L-field (Lift-fie/d., "campo vital"), era o esquema básico
da vida e que todo organismo tem um, o qual organiza e orienta sua estrutura geral.
Usando equipamento eletrônico de alta sofisticação, Burr demonstrou que o
campo vital podia ser medido e mapeado. Mais: suas pesquisas com humanos
provaram que as condições físicas e mentais determinavam modificações nas me-
didas do campo.
Fato interessante: em 1950, usando um "teste de mensuração elétrica" basea-
do no trabalho de Burr, o Dr. Louis Langman, do Departamento de Obstetrícia e
28 MEDICINA PSIONICA
macacos, isolados numa ilha, aprendeu a lavar o alimento antes de comer; outras
colônias, sem contato físico ou meios de se comunicar, começaram a fazer o mesmo.
Isso, supõe Sheldrake, ocorre em virtude da ressonância mórfiea, fenômeno
pelo qual as estruturas prévias ou a experiência de organismos de determinada
espécie influenciam estruturas e organismos similares, contemporâneos ou subse-
qüentes. Graças a essa ressonância, o padrão e a informação formativa, ou influên-
cia, transmitem-se ao longo do tempo e espaço. Portanto, os membros vivos de
uma espécie estão ligados a membros antigos dessa mesma espécie e, dado que o
fenômeno da ressonância se fortalece com a repetição, uma atividade ou compor-
tamento adquirido, descoberto ou laboriosamente aprendido por indivíduos re-
motos, será rapidamente absorvido por outros.
A teoria do campo módico explica tais fatos com base em dois princípios, que
constituem parte integrante desses campos. Em primeiro lugar a criatividade; em
segundo, o hábito. Tomemos a bicicleta à guisa de exemplo. Há duzentos anos não
existiam bicicletas. Então alguém desenvolveu o conceito e elas surgiram. Esse foi
o passo criativo. (E quantas vezes não vemos novas "descobertas" sendo realizadas
independentemente quase ao mesmo tempo? Logo voltaremos a esse ponto.) Em
seguida, as pessoas começaram a aprender a andar de bicicleta, provavelmente
com grande dificuldade. Hoje, porém, centenas de milhões aprendem e circulam
sem sequer dar muita atenção ao processo. É o hábito, a repetição no interior da
espécie, que simplifica o processo de aprendizado.
Em suma, diz Sheldrake, a natureza é essencialmente uma formadora de hábi-
tos e todos os seus aspectos se baseiam nesse princípio. Poder-se-ia afirmar, em
conseqüência, que as leis da natureza são os hábitos da natuteza.
o mesmo se aplica aos grandes pensadores. Em seu livro The Whispering Pond,
o professor Ervin Laszlo fala da eclosão das culturas clássicas hebraica, grega, chi-
nesa e indiana, todas num lapso surpreendentemente curto de tempo. Exemplos
não faltam: a descoberta simultânea e independente do cálculo por Newton e
Leibnitz; a formulação independente da teoria da evolução por Darwin e Wallace;
a invenção do telefone por Bell e Gray, etc.
A teoria segundo a qual todos nós temos acesso a algum tipo de "campo"
torna-se cada vez mais atraente. E isso é fundamental para nossa discussão da
Medicina Psiônica.
A Medicina Psiônica
O objetivo principal da Medicina Psiônica está implícito no lema da Sociedade
Médica Psiônica: TO/teCausam, que significa "Procure a Causa" da doença. Embo-
ra a manifestação da doença possa ocorrer na esfera física, psicológica ou emocio-
nal, a causa reside muitas vezes no nível energético. Em outras palavras, é como se
ela se codificasse no interior do campo energético, passando a exercer seus efeitos
sobre o indivíduo pela ruptura do esquema organizacional desse campo.
Mas, antes de ir além, talvez seja conveniente discorrer um pouco mais a res-
peito do médico notável que desenvolveu esse sistema de medicina, o qual integra
a medicina ortodoxa, a homeopatia e a faculdade radiestésica.
George Laurence formou-se no St. George's Hospital, Londres, em 1904, tendo
estudado anteriormente na Universidade de Liverpool. E foi em Liverpool que ele
sofreu a influência de Sir Oliver Lodge, professor de física, à época um dos mais
destacados pesquisadores das propriedades das ondas eletromagnéticas. Depois de
trabalhar em diversos hospitais, fez pós-graduação no Royal College of Surgeons
(Edimburgo) e um ano mais tarde adquiriu um terço das ações de uma clínica em
Chippenham, Wutshire. Quase imediatamente seus dois sócios mais velhos foram
convocados para a guerra e ele teve de administrar a clínica sozinho, o que envolveu
funções hospitalares e consultivas durante perto de quarenta anos, entre as quais a de
oficial-médico do Hospital da Cruz Vermelha, cirurgião do Cottage Hospital, supe-
rintendente clínico do Isolation Hospital, Factory Surgeon e vacinador público.
Durante esse tempo, no entanto, ele foi se sentindo cada vez mais insatisfeito
com a obsessão ortodoxa por sintomas e drogas. Em suas próprias palavras:
Tive o pressentimento de que nem sempre sabia o que estava realmente fazen-
do - ou antes, por que estava fazendo. Em suma, ignorava as razões pelas
quais as pessoas adoeciam.
Era muito fácil tratar moléstias infecciosas comuns ou males agudos; mas,
face a distúrbios crônicos como tumores malignos, reumatismo, perturbações
UMA NOVA DIMENSÃO NA MEDICINA 31
química. Será capaz de construir o edifício científico inteiro a partir de uma das
teorias - mas das duas, não!
Esse problema mortificante consumiu todos os esforços de Albert Einstein
durante os últimos trinta anos de sua vida. Ele perseguiu uma teoria que nunca
encontrou, mas que se propôs chamar de teoria do campo unificado. Deveria ser,
realmente, uma Teoria do Universo - e desde então tem absorvido as carreiras de
incontáveis físicos teóricos.
Nos anos de 1970 e 1980, admitiu-se que uma solução estava à vista com o
desenvolvimento da teoria da supercorda. A base dessa teoria é que toda matéria se
compõe de supercordas, ou linhas, a ocupar um único ponto no espaço-tempo em
dado momento. Ela parecia compatível tanto com a teoria quântica quanto com a
relatividade geral, exceto pelo fato de só funcionar caso existissem dez dimensões.
Mas a teoria de Kaluza-Klein enseja essa possibilidade se as dimensões extras (além
das três espaciais e da do tempo) se entrosarem num espaço infinitamente peque-
no. Conjeturou-se então que, pouco antes do Big Bang, existia um universo vazio,
mas com dez dimensões. Ele se partiu em dois fragmentos, nosso universo de
quatro dimensões e outro de seis. O universo deu o salto quântico para um novo,
fazendo com que o de seis dimensões se encolhesse e o de quatro se expandisse.
Essa rápida dilatação, a dada altura, provocou o Big Bang - a Grande Explosão.
Atualmente, pensa-se que, em vez de ser o início de tudo, isso foi na verdade um
choque posterior ao colapso do universo de dez dimensões.
Surgiram até agora cinco teorias da "corda", que culminaram em sua unifica-
ção na teoria M, de 1994. Esta, porém, só é verdadeira se existirem onze dimen-
sões. E os físicos teóricos já falam da possibilidade de uma décima segunda
dimensão.
Face a essas idéias mirabolantes (evidentemente não-testáveis, pois é impossível
medir dimensões menores que o átomo), pareceria que uma grande teoria unificadora
ou Teoria de Tudo foi encontrada - ou, pelo menos, uma teoria sobre as origens do
universo, a natureza das partículas elementares e as forças que atuam sobre elas. Mas
isso estaria ainda muito longe de uma verdadeira Teoria de Tudo, não é?
o universo interconectado
Desde o começo, houve inúmeras interpretações conflitantes da teoria quântica.
Um paradoxo crucial foi apresentado por Werner Heisenberg, que recebeu o Prê-
mio Nobel de 1943 por uma obra que incluía a formulação do princípio de incer-
teza. Em essência, isso significa não ser possível determinar ao mesmo tempo a
posição de uma partícula e sua velocidade.
Em 1964, outro marco foi alcançado com a publicação do teorema da
interconexão de BelL O episódio revolucionou o pensamento porque mostrou que
36 MEDICINA PSIONICA
o campo psi
Existem inúmeros paradoxos nas ciências (físicas, biológicas, psicológicas e mes-
mo sociológicas) que simplesmente não podem ser explicados a menos que aceite-
mos uma interconexão sutil. Somente um campo universal, seja de que tipo for -
um campo de interconexão -, daria conta de tais paradoxos. Mas qual poderia
ser e onde se situaria?
Na discussão acima, examinamos as idéias atuais sobre a matéria. Agora deve-
mos considerar o outro aspecto da realidade, isto é, o espaço. Por muitos anos
pensou-se que o espaço fosse apenas o nada, o vácuo. A ciência descobriu que não
é bem assim. O espaço é, na verdade, um plenum, quer dizer, um espaço preenchi-
UMA NOVA DIMENSÃO NA MEDICINA 37
do ou que contém alguma coisa. Os cientistas agora falam dele como de um vácuo
quântico.
O espaço está repleto de considerável energia, conhecida como "campo ponto
zero" (CPZ). Para além dele, ou subjacente a ele, Laszlo postula um campo funda-
mental do qual o CPZ seria uma manifestação. Esse campo é informacional no
sentido de que registra tudo o que ocorre em seu interior e apresenta-se inteira-
mente interconectado. É, em conseqüência, holográfico porque cada parte está
ligada a outra. Pode ser chamado, com muita propriedade, de holocampo ponto
zero baseado no vácuo.
Laszlo pressentiu que semelhante nome não soaria muito bem e, como "se
trata ao mesmo tempo de um elemento fundamental da realidade e de um fator
que entra em todas as nossas interações com essa realidade, merece nada menos
que uma letra grega". A letra que ele escolheu foi o '1', ou Psi.
A escolha do Psi não foi aleatória. Ao fazê-Ia, Laszlo levou também em conta
que ela "se refere aos fenômenos psi e talvez os explique. Isso, porém, é ninharia: o
holocampo universal faz muito mais do que veicular algumas variedades de infor-
mação extra-sensorial; ele também liga quanta e organismos, cérebros e espíritos,
povos e culturas. O motivo do emprego do Psi vai além da parapsicologia, da
psicologia, da neurofisiologia e até da biologia ou da ecologia. Abarca a física e a
cosmologia, isto é, o leque total das ciências contemporâneas".
Em Medicina Psiônica nós, rotineiramente, sintonizamos a energia do pró-
prio indivíduo, ou o seu campo psi pessoal, a fim de determinar a natureza das
distorções energéticas que o afetam física, emocional e psicologicamente. Fazemos
isso por meio de uma amostra que, embora removida do paciente, ainda mantém
com ele contigüidade ou se lhe associa graças aos vínculos não-locais que discuti-
mos. Também penetramos no grande campo psi que Ervin Laszlo descreveu tão
elegantemente e sobre o qual escreverá no próximo capítulo.
Notas
1. A psiconeuroimunologia (PNI), chamada às vezes de psiconeuroendocrinoimunologia
(PNEI) é uma ciência em desenvolvimento que une a mente, o cérebro, os hormônios
e o sistema imunológico. Candace Perr, uma neurocientista que descobriu o receptor
opiato, fez pesquisas pioneiras sobre o modo como as substâncias químicas de nossos
corpos estabelecem uma comunicação dinâmica entre a mente e o corpo. Como a
complexidade do nome sugere, trata-se de uma disciplina que vem atraindo especia-
listas de diversos ramos do saber. Ver "Leituras Recomendadas".
2. Mastaba: tumba inacabada e de cume achatado, precursora da pirâmide clássica.
3. A expressão "sentidos paranormais", neste contexto, refere-se simplesmente aos que
estão além dos cinco reconhecidos. Voltaremos a eles no capítulo sobre Intuição, Per-
cepção Extra-sensorial e Fenômenos Psi.
38 MEDICINA PSIONICA
1. Considerações básicas
A hipótese que aqui adiantamos baseia-se no conceito holístico do mundo passível
de conhecimento científico. Segundo tal conceito, a realidade não é divisível em
camadas ou níveis divergentes. Os fenômenos observáveis constituem o resultado
de um processo de desenvolvimento seqüencial e ocasionalmente não-linear que
liga a esfera física básica da realidade a outras esferas emergentes como as da vida,
da mente e da sociedade. Em conseqüência, todos os fenômenos possuem base
material, o que entretanto não acarreta a redução do fenômeno da vida e da mente
a meros processos físicos. A hipótese exige apenas que as leis fundamentais e as
regularidades que governam a evolução das diversas esferas da realidade sejam
universais - isto é, aplicáveis igualmente aos fenômenos físicos, biológicos, psi-
cológicos e sociais. Desse modo, os fenômenos que se manifestam não são reduzi-
dos às suas origens físicas: o que se faz é submeter suas interações a leis e processos
universais (quer dizer, interdisciplinares).
A hipótese aqui apresentada postula que o citado campo de conexão entre tempo
e espaço constitui um aspecto ou manifestação do vazio quântico. Não estamos
nos referindo ao campo ponto zero (CPZ) tal qual é costumeiramente entendido,
mas a um campo fundamental de que o CPZ não passa de uma manifestação
específica. Presume-se que, para além do CPZ eletromagnético, o vácuo funda-
mental possui outras, embora ainda não inteiramente compreendidas, manifesta-
ções que geram, inter alia, as forças de inércia e gravitação, bem como as forças
sutis que interligam partículas e sistemas construídos como conjuntos integrados
no espaço e no tempo.
O motivo de se considerar o vazio quântico como o locus do campo de
interconexão pode ser facilmente justificado. O vácuo cosmicamente estendido é
o estado de energia mais baixa de um sistema do qual as equações obedecem à
mecânica ondulatória e à relatividade especial. No entanto, segundo a interpreta-
ção ontológica, vai muito além disso. Conforme assinalou Paul Dirac, toda "maté-
ria" é criada a partir desse substrato que permeia o espaço-tempo e é, em si mes-
mo, imperceptível. No patamar de 1027erg/cm3, partículas quantificadas emergem
do vácuo aos pares: uma, energizada positivamente, passa para o espaço-tempo,
enquanto a outra, energizada negativamente, permanece no campo. A densidade
energética desta, conforme a estimativa de John Wheeler, chega a 1094erg/cm3,ou
seja, cerca de 1040maior (no dizer de David Bohm) do que a energia contida na
matéria do universo observável.
A física contemporânea reconhece que as partículas se originam do vácuo e
tem prova experimental de muitas de suas interações. Por exemplo, sabe-se que o
CPZ do vácuo cria uma pressão radiativa em duas placas metálicas contíguas;
entre as placas, alguns comprimentos de onda do campo de vácuo são excluídos,
reduzindo assim sua densidade energética relativamente ao campo exterior. Isso
gera uma pressão - conhecida como efeito Casimir- que empurra as placas uma
contra a outra. Sabe-se também que o CPZ atua sobre os elétrons que giram em
torno dos núcleos atômicos. Os elétrons "saltam" de um estado de energia para
outro e os fótons que emitem exibem a alteraçãoLamb, uma freqüência que, devi-
do à presença do CPZ, tem seu valor normal ligeiramente modificado. Além dis-
so, parece que os átomos estáveis persistem no espaço-tempo graças a interações
com o CPZ. O elétron dos átomos de hidrogênio, por exemplo, emite constante-
mente energia e, se o quantum de energia que absorve do vácuo não compensasse
a energia perdida em virtude de seu movimento orbital, aproximar-se-ia cada vez
mais do núcleo. Conseqüentemente, a estabilidade do hidrogênio, como de todos
os átomos do universo, deve-se em parte a interações com o CPZ.
42 MEDICINA PSIONICA
Uma descoberta recente, que diz respeito aos efeitos da interação no vácuo, é a
demonstração realizada por Bernhard Haisch, Alfonso Rueda e Harold Puthoff de
que a inércia pode ser um produto da interação entre partículas carregadas e vá-
cuo. A seu ver, a inércia surge como uma força Lorentz baseada no vácuo, que se
origina do nível das subpartículas e cria oposição à aceleração dos objetos materi-
ais.5 O movimento acelerado dos objetos no vácuo gera um campo magnético e as
partículas que constituem os objetos são desviadas por esse campo. Quanto maior
o objeto, mais partículas contém: conseqüentemente, quanto mais acentuado o
desvio, maior a inércia.
A interpretação proposta por Haisch, Rueda e Puthoff deriva a massa inercial
mi pela consideração de que, nos sistemas estacionário e de movimento uniforme,
a interação de uma partícula com o CPZ resulta num movimento oscilatório ale-
atório. Partículas carregadas flutuantes produzem uma dispersão bipolar do CPZ
parametrizada pelo coeficiente espectral de dispersão h(w), que depende da fre-
qüência. Em virtude das transformações relativistas do CPZ, em sistemas acelera-
dos a interação entre uma partícula e o campo toma uma direção: a "dispersão" da
radiação do CPZ engendra uma força de resistência direcional. Essa força é pro-
porcional e contrária ao vetor de aceleração no caso sub-relativista. Possui, pois, a
adeq uada generalização relativista.6
A HIPOTESE DO CAMPO PSI: ALGUMAS CONSIDERAÇOES 43
3. Conexões transpessoais
Antigamente, as interconexões que transcendiam os limites conhecidos de espaço
e tempo atraíam a atenção sobretudo de místicos e metafísicos. A partir de meados
do século XX, no entanto, também alguns cientistas impuseram-se a tarefa de
encontrar explicações aceitáveis. Entre eles, há bom número de ftsicos (desejosos
de provar a não-localidade quântica e a possibilidade do teletransporte), alguns
biólogos (interessados na emergência simultânea da ordem em várias esferas da
natureza) e uns quantos psicólogos e psiquiatrtlS (em busca das chamadas experiên-
cias "transpessoais"). Nesse ponto, a prática e os conhecimentos dos médicos e
curadores, incluindo membros destacados da British Psionic Medical Society, for-
necem pistas significativas.
corporais. Em tais estados, podem vir à tona imagens anômalas, elocuções, itens
de conhecimento, línguas completas e mesmo séries intricadas de acontecimen-
tos. Stanislav Grof pesquisou os EACs durante quase quarenta anos de prática
clínica e concluiu que todo processo no universo, objetivamente observável no
estado normal de consciência, pode ser subjetivamente vivenciado no estado alte-
rado.13 Sustentou que a cartografia-padrão da mente precisa ser completada com
elementos adicionais: ao usual domínio "biográfico-rememorativo" da psique,
devemos acrescentar um domínio "perinatal" e um domínio "transpessoal".14
3.4. CONCLUSÕES
Referências
1. Para um relato pormenorizado, ver Ervin Laszlo, Th( Creativ( Cosmos, Edimburgo,
Floris Books, 1993; Th( lnt(Yconnected Univ(YS(, Cingapura e Londres: World Scientific,
1995; Th( Whispering Pond, Rockport, Shaftesbury e Brisbane, 1996.
2. Ervin Laszlo, "Is mere an interconnecting field?", Scienu Spectra 5 (1998), 70-71.
3. A. Sakharov, "Vacuum quantum fluctuations in curved space and the theory of
gravitation", Sovi(t Physics - Dokiamy, 12, 11 (1968).
4. László Gazdag, A R(iativitás Elméleten Túl ("Além da Teoria da Relatividade"), Szenci
MolnárTársaság, Budapeste, 1995; "Superfluidmediums, vacuumspaces", Sp(cuiations
in Scienu and uchnology, vol. 12, 1, 1989; e "Combining of me gravitational and
electromagnetic fields", ibid., vol. 16, 1, 1993.
5. Bernhard Haisch, Alfonso Rueda e H. E. Puthoff, "Inertia as a zero-point-field Lorentz
force", Physical Revi(W A, 49.2 (fevereiro de 1994); Alfonso Rueda e Bernhard Haisch,
"Inertia as reaction of the vacuum to accelerated motion", Physics L(tt(YS A, 240 (30
de março de 1998).
6. Bernhard Haisch e Alfonso Rueda, "The Zero-Point Field and me NASA Challenge
to Create me Space Drive", Joumal ofScientific Exploration, vol. 11, nº 4 (inverno de
1997).
7. A interpretação sugerida por Pumoff et aL consiste em duas partes. Na primeira, a
energia das oscilações ultra-relativistas, chamadas de Zitt(rb(W(gung por Schrõdinger,
equivale à massa gravitacional m dividida por t!. Exceto no caso de um fator 2, isso
K
Vemos assim como uma teoria dos elementos - terra, ar, fogo e dgua - pôde
evoluir para explicar a natureza do universo. Essa teoria, porém, não eiucidava o
fato de plantas e animais serem diferentes do resto do mundo inanimado. Para
tanto, impunha-se o conceito de algum tipo de energia ou força vital.
A antropologia nos ensina que esse modelo filosófico simples vem reaparecen-
do em todo o globo ao longo dos séculos. Os antigos gregos aperfeiçoaram-no no
século Va.c. Hipócrates de Cós, reverenciado como o Pai da Medicina, aprimo-
rou a idéia de que os quatro elementos, afetados pela força vital, transfundiam-se
em humores ou fluidos vitais depois de assimilados e absorvidos pelo corpo.
Havia quatro fluidos vitais: sangue, fleuma, bife negra e bife amarela.
Hipócrates ensinava que o Ar absorvido pelos pulmões se transformava em
sangue; a Água, em fleuma; a Terra (contida nos alimentos), em bile negra; e o
Calor ou Fogo, em bile amarela.
Aristóteles acrescentou a essa teoria a idéia dos elementos ligados às quatro
qualidades de quente, seco, frio e úmido. Cada elemento era uma combinação de
duas qualidades. Esse postulado explicaria a transformação de um elemento em
outro, caso se alterasse a predominância de uma das qualidades. Por exemplo: fogo
(quente e seco) mais água (fria e úmida) perderiam respectivamente secura e frial-
dade para formar terra (fria e seca) e ar (úmido e quente).
Figura 3
54 MEDICINA PSIONICA
o médico do século II d.e, Cláudio Galeno, levou adiante essa teoria associan-
do os fluidos vitais (ou humores) e as qualidades aos tecidos do corpo. Brotou daí
a tese segundo a qual os fluidos vitais poderiam equacionar-se aos temperamentos
do homem. Haveria quatro temperamentos básicos: sangüÍneo, fleumático,
melancólico e colérico. Ademais, como se ligavam a pares de qualidades, a pre-
dominância de um desses pares resultaria em mais quatro subtipos, além de
um que representaria o equilíbrio perfeito das quatro qualidades. Portanto, nove
tipos constitucionais de pessoas, ou nove temperamentos, eram reconhecidos
(Figura 3).
Dos quatro temperamentos básicos, pensava-se que o colérico puro fosse con-
fiante, irascível, melindroso e orgulhoso; o fleumático ou linfático seria nervoso,
um tanto obsessivo, prático, mas tímido; o sangüÍneo, excitável, impressionável,
impulsivo e não raro inconstante; o melancólico, cauteloso, sério, industrioso e
solitário, com tendência à depressão.
Passou-se a acreditar também que os diferentes órgãos fossem influenciados
por uma das três essências ou espíritos. O coração seria a sede do espírito vital,
responsável pela esperança, o humanitarismo, a moralidade e a coragem; o fígado,
do espírito natural, que nutria o corpo; e o cérebro, do espírito animal, que dotava
o indivíduo de imaginação, tirocínio e memória.
Também se consideravam importantes as influências astrológicas, porquanto
se julgava que tanto os fluidos vitais quanto as essências sofriam a influência dos
signos zodiacais e dos planetas.
A saúde dependia, portanto, do equilíbrio entre os fluidos vitais, sendo a do-
ença a conseqüência inevitável de qualquer desequilíbrio. O tratamento incluía a
restauração do equilíbrio pela redução do pecante ou humor patogênico. Por exem-
plo, se se concluísse que o sangue era o humor responsável, a sangria restauraria o
equilíbrio. A palavra dessangrar pode ter-se originado dessa prática; de igual modo,
colagogo, droga que afeta o fluxo da bile; emético, que provoca vômitos; e purga-
tivo, que limpa os intestinos. Todos esses expedientes eram empregados para
remover o excesso de humores pecantes.
Outro método de restaurar o equilíbrio era a aplicação da doutrina dos con-
trários. Isso quer dizer que uma doença predominantemente úmida devia ser cura-
da pela administração de um remédio seco, ao passo que uma droga quente faria
mais efeito contra uma doença fria. Esse sistema de farmacologia recebeu a deno-
minação de galenismo, em lembrança do médico Galeno, e os remédios passaram
a ser conhecidos como galênicos.
Os galênicos eram em geral extremamente complicados, consistindo de nu-
merosos ingredientes de eficácia duvidosa. O próprio Galeno, com freqüência,
prescrevia remédios cuja fórmula exigia nada menos que cem substâncias. Estas
MEDICINA ORTODOXA - DO SISTEMA FILOSOFICO A CI~NCIA 55
Dualismo
Mais ou menos pela mesma época, René Descartes (1596-1650), matemático e
pensador, estabelecia os fundamentos daquela que viria a ser chamada a filosofia m~
cartesiana. Insatisfeito com a tradição e o dogma teológico, ele buscou uma expli- po
cação mecanicista dos fenômenos. A seu ver, a natureza trabalhava segundo leis vir
mecânicas e o corpo humano era uma máquina complexa desenhada por Deus, 19u
que a dotara de uma "alma racional". Além disso, como não acreditava que os lns
animais possuíssem uma alma racional (tomava-os por simples autômatos sofisti- aUI
cados), as operações dos órgãos do corpo poderiam, cria ele, ser legitimamente pn
estudadas graças à experimentação animal. do
Em virtude desse dualismo mente-corpo inerente à abordagem cartesiana - en
a doutrina pela qual mente e corpo constituem entidades separadas -, foi possí-
vel aos pesquisadores compartimentalizar as duas, de sorte que a medicina tornou- te
se o estudo do funcionamento interno do homem. Por essa razão, a torrente de m:
descobertas em fisiologia suscitou a crença de que a doença poderia, afinal de
contas, ser explicada inteiramente nos termos dos princípios mecanicistas. Com uri
efeito, na esteira da demonstração do italiano Giovanni Battista Morgagni (1682- rá(
1771), de que é possível localizar a doença em certos órgãos correlacionando-se rac
relatos post-mortem com registros clínicos, a nova ciência da patologia veio a lume.
Desde então, a doença, e não o paciente, tornou-se o objeto da medicina. po
A influência da Igreja Cristã tem de ser mencionada aqui, pois foi mais ou
menos nessa época que ela começou a permitir a dissecação de cadáveres para fins tu
científicos. A importância disso é que a Igreja viu no dualismo mente-corpo uma D
confirmação de seu próprio ponto de vista. Em outras palavras, o corpo era um de
tema conveniente de estudo para simples cientistas, pois não passava de um vaso
frágil e imperfeito que alojava temporariamente a alma, ao passo que a investiga-
10;
ção da mente e da alma cabia exclusivamente à religião. Assim, com as bênçãos da lic
Igreja, o dualismo mente-corpo abriu caminho para a implantação do modelo or
biomédico da medicina. O acúmulo de conhecimentos sobre estrutura e função
qi
parecia reafirmar a tese de que o corpo era uma máquina, de que a doença resulta- d<
va do mau funcionamento das peças e de que a tarefa do médico consistia em
consertar a engenhoca.
mais fino. Assim se descobriram os vírus, inaugurando-se uma nova disciplina, a sen
virologia. em
Depois disso, encontraram-se outros microorganismos de diferentes tama- Bi~
nhos. Howard Taylor Ricketts (1871-1910), trabalhando nos Estados Unidos,
COI
atinou com um grupo de organismos de tamanho intermediário entre as bactérias
e os vírus, causadores por exemplo da febre maculosa das Montanhas Rochosas. Ele abl
sendo muito mais bem tratados que prisioneiros. O bom senso só se manifestou
em 1798, quando Phillipe Pinel quebrou os grilhões dos pacientes no Manicômio
Bicêtre, na França.
Em 1870, Henry Maudsley publicou um livro sobre a relação mente-eorpo
como fator causativo das doenças mentais. Era um livro brilhante para a época e
abriu caminho para uma melhor compreensão da mente no século XX.
A psiquiatria contemporânea consiste basicamente de três correntes de práti-
ca: psicoterapia, psiquiatria comportamental e psiquiatria orgânica.
A corrente dominante no início do século XX era sem dúvida a abordagem
desenvolvida por Sigmund Freud (1856-1939) e seus dois principais colaborado-
res, Carl Gustav Jung (1875-1961) e Alfred Adler (1870-1937).
Freud, usando de início a hipnose, sustentou que certas doenças mentais re-
sultavam de conflitos não-resolvidos imersos nas profundezas da mente inconsci-
ente. Descreveu inúmeros mecanismos mentais que pareciam atuantes tanto na
vida normal quanto nos estados neuróticos, como por exemplo a repressão, o
esquecimento e a simbolização. A seu ver, a mente se compunha de três partes: o
id, o ego e o superego, a partir do que desenvolveu sua famosa técnica da psicanálise
mediante livre associação.
Adler e Jung, ambos discípulos de Freud, também usaram técnicas psicanalíti-
cas, embora achassem que o mestre insistira demais na frustração sexual como
causa da neurose. Adler ressaltou a necessidade de auto-estima e Jung estimulou a
busca de auto-realização. Jung, como sabemos, ficou famoso graças ao seu concei-
to de inconsciente coletivo e à sua descrição dos arquétipos psicológicos. Cada um
seguiu seu próprio caminho, daí resultando a fundação de três escolas de pensa-
mento psicanalítico.
A psiquiatria comportamental, segunda corrente de pensamento, originou-se
da obra do russo Ivan Pavlov (1849-1936), que recebeu o Prêmio Nobel em 1904
por um trabalho sobre o sistema digestivo. Mais tarde, ele voltou a atenção para os
distúrbios mentais e, aplicando seu conceito de reflexo condicionado, implantou a
escola de pensamento behaviorista (comportamental). Nesses termos, a doença
mental podia ser atribuída ao comportamento aprendido e devia ser tratada pelo
"desaprendizado" da resposta condicionada.
A abordagem orgânica subscreve, em essência, a tese segundo a qual as ativi-
dades mentais são produto do funcionamento do cérebro, quer dizer, a aberração
da atividade mental é resultado de mudanças orgânicas (químicas ou físicas) no
encéfalo. O tratamento consistirá, portanto, no uso de drogas psicotrópicas, tera-
pia eletroconvulsiva (TEC) ou "psicocirurgia".
Tudo isso não passa, obviamente, de supersimplificação, pois praticamente
todos os médicos estão hoje cônscios da importância dos fatores psicológicos nas
percepções que os pacientes têm de suas próprias doenças.
60 MEDICINA PSIONICA
çamentos houver, mais perto chegaremos do quadro e do impacto total que os fios
individuais não podem provocar sozinhos. O resultado final do reducionismo, em
certo sentido, deve ser o avanço rumo ao holismo.
Medicina holística
Jan Smuts, primeiro primeiro-ministro da África do Sul, em seu livro Holism and
Evolution ["Holismo e Evolução"), cunhou o termo "holismo" em 1926. Décadas
mais tarde, nos anos de 1960, a palavra foi adotada como uma abordagem perti-
nente da medicina, em parte graças à reação contra o crescente reducionismo
dessaciência e em parte devido ao interesse cada vcr. maior do público pelas filo-
sofiasorientais. No fundo, era o reconhecimento de que mente, corpo, espírito e
ambiente tinham de ser levados em conta para se cuidar da saúde das pessoas.
Uma das maneiras de estudar esse assunto era observar os sistemas e a teoria
dos sistemas. Weiss2 e Von Bertalanffy3 escreveram sobre a teoria dos sistemas, mas
foi George EngeI,4 professor de Psiquiatria em Rochester, Nova York, que a apli-
cou à saúde e à doença. Engel salientou que todo sistema é, ao mesmo tempo,
componente de um sistema superior. Por exemplo: a célula é parte de um tecido e
o tecido é parte de um órgão, etc. Em suma, nada existe isoladamente. Cabe
examinar a célula, mas sabendo-se que ela não está desligada do todo. Seria o
mesmo que examinar o peixe fora da água: ele daria pouca informação sobre como
reage a seu ambiente, o que come, de que modo respira, vive e morre. É preciso
estudar todos os sistemas interativos e por isso Engel exigiu um novo modelo de
medicina.
De fato, com a especialização cruzada já em curso, os pesquisadores passaram
a aceitar a influência da mente na saúde e na doença (em tOtÚls as doenças, note-se
bem, e não apenas nas de ordem mental, domínio da psiquiatria), de sorte que
chegara a hora de dar impulso à medicina holística.
Psiconeuroimunologia
Na década de 1960, o psiquiatra Dr. George Solomon notou que algumas mulhe-
res com determinados traços de personalidade, inclusive passividade e tendência
ao sofrimento constante, eram mais propensas a desenvolver artrite reumatóide.
Observou também que ratos com células tumorais implantadas tendiam a morrer
mais depressa quando submetidos a estresse. Solomon concluiu que, de alguma
maneira, a mente afetava o sistema imunológico e por isso deu ao novo campo de
estudo o nome de psicoimunologia.
Nos anos de 1970, o psicólogo Robert Ader fcr. outra descoberta curiosa: os
ratos podiam ser condicionados a deprimir seu próprio sistema imunológico. Tra-
balhando com Nicholas Cohen, imunologista, aventou que certas trilhas nervosas
62 MEDICINA PSIONICA
nismo hormonal pelos quais a mente afeta o corpo, a disciplina às vezes é chamada 4.
de psiconeuroendocrinoimunologia (PNEI). Seja lá qual for o nome, suas descober-
5.
tas vêm se revelando de grande valia para a nossa compreensão de como mente e
corpo afetam-se um ao outro.
Dois fenômenos fascinantes são dignos de menção. O primeiro é o fato de
muita gente ser capaz de adiar suas doenças. Vê-se isso com freqüência em pessoas
que conseguem trabalhar duramente por muito tempo e vão para a cama logo no
primeiro dia de férias. O segundo é a observação de que um número desproporci-
onal de pessoas morrem no dia de seu aniversário ou depois de realizar uma tarefa
que se haviam imposto. William Shakespeare é exemplo disso: morreu no dia do
seu aniversário. Por quê?
Sumário
Este capítulo é muito importante porque vale a pena saber como a medicina ortodo-
xa se desenvolveu. Começou como um sistema filosófico; depois, sob a influência
do dualismo cartesiano, avançou em roupagem reducionista para mergulhar cada
vez mais fundo nas operações do corpo físico e reservar à mente apenas a condição
de fenômeno isolado, de área separada de estudo. No entanto, graças ao reconheci-
MEDICINA ORTODOXA - DO SISTEMA FILOSÓFICO À CItNCIA 63
memo do holismo e ao crescente interesse pela teoria dos sistemas, aceitou-se por
fim que mente, corpo e ambiente não podem ser considerados isoladamente.
A psiconeuroimunologia mostra-nos hoje que a mente e o corpo interagem,
pelo menos no nível fenomenológico. Isso é da máxima importância porque nos
revela como, se não por que, a mente e o corpo se influenciam mutuamente na
saúde e na doença. No entanto, em nada nos faz compreender melhor as causas
mais sutis da doença.
A Medicina Psiônica é o ramo da medicina que nos dará acesso a essas esferas
sutis. Repetimos: não se trata de medicina alternativa em nenhum sentido. Ela se
baseia solidamente na medicina ortodoxa e em todas as disciplinas que consti-
tuem esta última. Representa um meio de delinear e remover as causas imprecisas
das doenças, de modo que os processos subjacentes que as provocam sejam, se
possível, detidos em seu curso.
Notas
1. A idéia de que o quente e o frio tinham algo a ver com a temperatura era errônea,
porém. Os conceitos de quente e frio devem ter sido utilizados em sentido metafóri-
co. Com efeito, é assim que são vistos pelas culturas que ainda praticam extensamente
uma medicina baseada na teoria humoral.
2. Weiss, P., "The System of Nature and the Nature of Systems", in 1õwards a Non-
centrtd Mtdical Scimu, Nova York, Futura Pub. Co., 1977.
3. Von Bertalanffy, L., Gmtral Sysums Theory, Nova York, Braziller, 1968.
4. Engel, G., "The Need for a New Medica! Model: The Challenge of Biomedicine",
Science 196: 129-136, 1976.
5. Ver o livro de Candace Pert, The Mokcuks ofEmotion, Pocket Books, Simon & Schuster,
Londres, 1997.
Corpos Sutis
e Medicina Psiônica
- FundamentaIs of The;apy,
Rudolph Steiner
64
CORPOS SUTIS E MEDICINA PSIONICA 65
Os antigos egípcios
Geralmente, cuida-se que os egípcios fossem uma raça obcecada pela morte. Esse
equívoco surgiu simplesmente em face dos artefatos e monumentos funerários
que eles nos legaram. Na realidade, eram um povo que amava a vida e queria que
ela continuasse em outra esfera ontológica. Suas práticas religiosas, porém, induzi-
ram-nos a acreditar que a personalidade deveria permanecer o mais intacta possí-
vel, para que se submetessem com êxito à prova dos deuses na Sala do Julgamento.
No período pré-dinástico, os egípcios achavam que os três principais elemen-
tos constitutivos da pessoa eram o corpo, a alma e o espírito. A medida que sua
religião foi se tornando mais complexa, passaram a conceber níveis ontológicos
mais profundos, que constituíam a personalidade, cada um dos quais devia ser
protegido caso o indivíduo almejasse viver eternamente com Osíris nos Campos
da Bem-aventurança. Os papiros falam-nos de múltiplas combinações, mas, ao
todo, havia dez camadas ou aspectos da personalidade: Sahu (corpo cósmico), Ka
(reprodução energética do corpo físico), Ba (reprodução do espírito), Khaibit(som-
bra), Khu (corpo espiritual), Khat (corpo físico), Hati (o coração físico), cujo equi-
valente era o Ab (o coração da consciência), Sekhem (força vital) e Ren (nome).
Concentremo-nos de momento no Ka. Esse dublê energético da pessoa, pelo
que se acreditava, podia deixar o corpo durante o sono, vagar e visitar pessoas ou
lugares; essas jornadas e encontros sobreviviam na memória. Assim, os sonhos
passavam por experiências Ka concretas, de sorte que o Ka do sonhador encontra-
va o Ka ou avistava a forma física de outro indivíduo em uma de suas andanças.
Todavia, não se pensava que apenas o ser humano possuía um Ka. Todas as
coisas existentes tinham Ka: pássaros, quadrúpedes, peixes, plantas, árvores e até
objetos inanimados. Quando o homem comia, o alimento físico nutria seu Khat
(corpo), mas o Ka do alimento nutria o Ka que era parte do homem.
É fácil desprezar os egípcios como filosófica ou teologicamente ingênuos; a
verdade, porém, é que havia muita sofisticação em sua concepção da natureza
humana.
Os antigos gregos
Os antigos gregos foram, como se sabe, um povo altamente sofisticado e inteligen-
te, que investigava a fundo a natureza do universo e o lugar que o homem nele
ocupava. Empédocles, nascido em Agrigento, Sicília (jloruit c. 450 a.c.), afirmava
que o universo era composto de quatro elementos: Terra, Ar, Fogo e Água, os
quais se sujeitavam às forças do amor e do ódio, da atração e da repulsão. Chegou-
se assim à conclusão de que a matéria do universo, e portanto também o homem,
eram feitos desses elementos.
A visão neoplatônica, que era no fundo uma síntese do platonismo, aristotelismo
e pitagorismo, apontava cinco componentes principais na pessoa: o soma, corpo
66 MEDICINA PSIONICA
o conceito oriental
O hinduísmo é a última grande religião politeísta da Terra. Embora não possua
cânone escritural fixo, as doutrinas espirituais encontram-se nos Védas (literal-
mente, "conhecimento"), uma coletânea de antigos hinos e ensinamentos aparen-
temente transmitidos aos rishis (videntes) pelo Senhor Brahma, o criador. Foram
escritos entre 1500 e 500 a.c.
Nos Védas, temos descrições da natureza física e sutil do homem. Em resumo,
ensina-se que várias camadas, níveis ou corpos existem ao mesmo tempo, ligados
por tênues vínculos anatômicos que incluem os ehakras (centros energéticos) e os
nadis (canais de energia).
No século X, o guru Goraknath escreveu o Gorakshashatakam, um tratado
sobre o despertar do ehakra e a meditação. No século XVI, Purananda Svami
publicou um estudo ainda mais abrangente, o Shri- Tattva-Cintamini.
Os textos do budismo tibetano também descrevem esses corpos sutis e o siste-
ma dos ehakras. Há diferenças entre eles, mas que podem ser consideradas
superposições interpretativas.
o movimento teosófico
No final da década de 1870, madame Helena Petrovna Blavatsky (1831-1891)
fundou a Sociedade Teosófica juntamente com o coronel Harry Steel Olcott, em
Madras, na índia. O termo vem das palavras gregas theos, "deus", e sophia, "sabe-
dorià'. Segundo os ensinamentos da seita, todas as religiões surgiram de uma raiz
comum da sabedoria antiga e podem facilmente ser desvinculadas dos mitos ou
símbolos populares que correm o mundo. Seu estudo conduzirá à verdade e à
unidade espiritual. Nesse quadro, o homem é concebido como um ser espiritual,
havendo sete esferas de consciência ou sete corpos sutis. Um conceito básico da
teosofia é a reencarnação determinada pelo karma.
• Corpo físico
• Corpo etérico - o dublê energético que exerce "forças formativas" sobre o
físico
• Corpo astral - o corpo emocional cognitivo que contém as motivações e
impulsos do indivíduo
• Ego - a autoconsciência, alma e espírito.
Os corpos sutis
Pelo exposto, vemos que existem várias similaridades entre os .sistemas examina-
dos. Eis um amálgama plenamente aceitável de todos eles:
Esses corpos sutis são vistos como planos ontológicos diferentes e, por essa razão,
conviria considerá-Ios antes campos do que corpos (entretanto, por convenção,
continuaremos a chamá-Ios de "corpos"). Todos mostram-se ativos em cada um de
nós, que todavia não nos damos conta deles principalmente em virtude de viver-
mos na esfera física e termos nossos sentidos a ela limitados. Dito isso, muitas
pessoas conseguem conscientizar-se de alguns níveis inferiores, com a prática. Não
se trata de descobrir novas habilidades, mas apenas de redescobrir talentos ador- eo
mecidos ou esquecidos. De fato, recuperar alguns desses talentos latentes é funda-
mental para a prática da Medicina Psiônica.
Auras
Toda pessoa tem uma aura, um campo de energia multidimensional constituído
de diferentes corpos sutis. Estes, às vezes, são vistos em camadas, como as cores do
arco-íris, envolvendo o corpo como um conjunto de bonecas russas transparentes
e coloridas. Ressalve-se que isso está aberto às interpretações, porquanto a palavra
"ver" precisa ser adaptada: não se vê a aura como se vê um fenômeno físico. A
pessoa percebe a aura quando permite que seu "consciente" se eclipse ou durma
parcialmente. Por isso, é difícil detectá-Ia. As pessoas insistem em focalizar um
fenômeno de percepção que só em parte é visual.
Quem vê auras geralmente as descreve de maneira muito pessoal. Além disso,
a aura não é estática, mas altera-se a todo instante, refletindo a natureza dinâmica
do indivíduo e sua força vital.
Há um corpo extenso de pesquisas e literatura sobre as auras. WalterJ. Kilner,
médico do St. Thomas's Hospital, descobriu pouco antes da Grande Guerra que a
aura podia ser vista quando o corpo era observado através de uma lente de dicianina.
Suas primeiras pesquisas foram publicadas no livro The Human Aura ['~ Aura
Humanà'], em 1911. Embora recebido com notório ceticismo na época, atraiu a
atenção de eminentes cientistas, entre os quais Sir Oliver Lodge.2 Em 1919, ele
formulou um sistema de diagnose áurica. Em 1937, Oscall Bagnall, biólogo de
Cambridge, publicou sua obra The Origin and Properties ofthe Human Aura ["Ori-
gem e Propriedades da Aura Humanà']. Harold Saxton Burr pesquisou profunda-
mente o assunto, elaborando a chamada hipótese do campo L. Hiroshi Motoyama,
no Japão, e Valerie Hunt, na VCLA, fizeram testes eletromagnéticos com os ehakras
e os corpos sutis em fins dos anos de 1970. E ainda hoje prossegue a pesquisa em
laboratórios de universidades de prestígio no mundo inteiro.
CORPOS SUTIS E MEDICINA PSIÚNICA 69
Outra variante, ainda, é o Matrix WÍJrk, criado por Nahoma Clinton e que se
concentra nos ehakras. Aqui, trabalha-se antes com crenças entranhadas que com
sentimentos.
Pessoas capazes de ver auras concordariam em que é possível distinguir tam-
bém o campo de pensamento com suas formas-pensamento e aberrações, em per-
feita correlação com o conceito das perturbações de Callahan.
Passemos adiante e consideremos a anatomia sutil.
Anatomia sutil
George Engel, em artigo da Scieneede 1976,3 declarou que um modelo nada mais
é que um sistema de crenças utilizado para explicar fenômenos naturais e dar
sentido ao que parece intrigante e perturbador.
Em nossa discussão até aqui, consideramos os diversos corpos sutis como mode-
los dos diferentes níveis ontológicos. Agora iremos um pouco mais longe e examina-
remos três modelos pelos quais os corpos sutis se conectam com o corpo físico.
Base - Associado ao intestino grosso e ao reto, influindo também nos rins. Asso-
ciado ainda aos membros inferiores e ao metabolismo ósseo. Controla as glându-
las supra-renais e a função excretora. Esse ehakra é geralmente associado aos senti-
mentos de segurança, sobrevivência e estabilidade. As disfunções apontam para
hemorróidas, constipação, ciática e obesidade.
e
COROA
FRONTE
GARGANTA
CORAÇÃO
PLEXO SOLAR
BASE
Figura 4
CORPOS SUTIS E MEDICINA PSIONlCA 73
Figura 5
mais de mil. Vale lembrar, porém, que os pontos não são superficiais, como se
costuma depreender dos mapas acupunturísticos, mas situam-se em profundida-
des variadas sob a pele. Os mapas seriam melhor encarados, assim, como trajetos
de trens subterrâneos.
Cabe mencionar aqui o Qigong (pronuncia-se Ch'i gong), que significa literal-
mente "trabalho no Qi". Os profissionais do Qjgong recorrem ao controle da men-
te para movimentar e controlar o Qi a fim de recuperar a saúde graças ao equilí-
brio e à harmonia. Eles efetivamente trabalham o campo energético do corpo.
Conforme dissemos acima, pensa-se na medicina tradicional chinesa que o Qi
flui por todas as coisas vivas e inanimadas. No corpo, segue o traçado dos
meridianos, operando intercâmbios nos acupontos com o Qi do ambiente. Assim,
o campo do corpo está em contato com o ambiente e com os campos energéticos
de todos os seres vivos.
o campo psi
se I
Elaboraremos agora um modelo do campo psi para mostrar como todos os ele-
tar
mentos que consideramos no presente capítulo se harmonizam. Antes, porém,
retomemos uma analogia do antigo Egito. Entenda o leitor, por obséquio, que
int
usamos o simbolismo dos egípcios unicamente porque eles, como povo, pensa-
m<
vam em termos simbólicos quando tentavam compreender a vida em relação à
Natureza. E alguns de seus símbolos eram, com efeito, muito apropriados.
me
Sabe-se que o panteão do Egito antigo era imenso. Os egípcios viam deuses
toe
em toda parte e personificavam qualquer atividade num deus ou deusa representa- «
c(
dos geralmente sob forma humana com cabeça de animal ou outra criatura. O
seI
faraó Amenófis IV, pouco depois de sua ascensão ao trono, mudou tudo isso.
me
Marginalizando as divindades até então cultuadas, decretou que devia haver um
só deus, adorado em todo o Egito. Esse deus era Aton, o disco solar. A fim de
exprimir sua devoção, o faraó adotou o nome de Akenaton, literalmente "o espírito
de Aton".4
Durante o reinado de Akenaton, comumente chamado de Período de Amarna
porque o faraó transferira sua capital para essa cidade (a cidade de seus sonhos)
erguida em pleno deserto, assistiu-se a um breve renascimento das artes. Nas pin-
turas, a imagem de Aton passou a simbolizar a crença do monarca de que a vida
era dada diretamente pelo deus. Aton, o disco solar, aparece eriçado de raios que
terminam em mãos; quando toca um ser humano, a mão empunha o ankh, sím-
bolo da vida, aproximando-o do rosto do indivíduo (Figura 6).
Figura 6
CORPOS SUTIS E MEDICINA PSIONlCA 77
Akenaton acreditava que todas as formas de vida eram sagradas e que não mais
se deveria verter sangue nos sacrifícios. Sua descrição da força vital brotando dire-
tamente da fonte do universo é um símbolo de grande profundidade.
Temos aí também um modelo que podemos adotar na nossa jornada rumo à
interpretação do campo psi. Simplificando desde já, esse é um campo tridi-
mensional.
Na tridimensionalidade temos um bom ponto de partida, pois que a concebe-
mos como fonte.5 A partir dessa fonte, um número infinito de raios se projeta em
todas as direções, como de um So1.6A extremidade de cada raio representa uma
"coisà' no universo, da partícula subatômica à galáxia, do organismo unicelular ao
ser humano. Como raios, são distintos uns dos outros, mas prendem-se todos à
mesma fonte.
o CAMPO PSI
INCONSCIENTE COLETIVO
CAMPO MORFOGENÉTICO
CAMPO KÁRMICO
CAMPO DE AQUISiÇÃO
t Força vital
Bioquímica
Função
:i1'
~nergia Estrutura
Figura 7
78 MEDICINA PSIONICA
Essaé a parte vitalizante do indivíduo, bem mais sutil que os impulsos eletromag-
néticos e as reações químicas, embora não passem do resultado, da manifestação
da interação do campo energético com o corpo físico.
E pode-se perceber que a pirâmide da medicina, laboriosamente construída
pelos médicos ao longo dos éons, começa a fazer sentido. Sim, a psiconeu-
roimunologia começa a fazer sentido. As terapias do campo de pensamento come-
çam a fazer sentido. A acupuntura e todos os tipos de terapia começam a fazer
sentido - porque tudo o que acontece no plano físico atua sobre o campo psi do
indivíduo, acionando seus mecanismos auro-reguladores.
Isso é sem dúvida o que Hipócrates e outros tinham em mente quando discor-
reram a respeito dos poderes curativos da natureza - Vis Medicatrix Naturae. O
corpo (isto é, a mente, o corpo e o espírito, não apenas o corpo físico) procura
esforçar-seao máximo para tirar o melhor do pior. Não importa o que o organis-
mo tenha, não importa o que o organismo sofra, o "corpo" fará o melhor que
puder. Às vezes ele protesta - gera sintomas percebidos como doença - mas faz
o que pode. A tarefa do médico consiste em permitir que ele aja assim.
Interconexão
Cabe agora examinar esse fenômeno, que está no cerne da Medicina Psiônica.
As pessoas muitas vezes sentem-se confusas quanto à possibilidade de se poder
dizer alguma coisa sobre um indivíduo com base na análise de uma amostra remo-
vida de seu corpo há já certo tempo (não raro, há anos). Afinal de contas, a lógica
exigiria normalmente que a única informação viável se relacionasse com o estado
químico da amostra no exato momento em que ela foi retirada do corpo. Bem,
issoseria verdadeiro se se tratasse de uma mera análise química da amostra. Con-
tudo, na análise psiônica, não é isso que fazemos. Nós analisamos a amostra
energeticamente, voltando-nos para o campo psi pessoal da qual ela é parte inte-
grante. E, porque nos voltamos para o campo psi, a informação obtida é atual,
.pois nos fala do estado das energias que operam e afetam a pessoa naquele instante
precIso.
No Capítulo 1, discutimos o conceito de interconexão no nível quântico.
Temos aqui uma realidade, não uma interpretação hipotética e abstrusa do uni-
verso. A verdade é que vivemos num universo interconectado, o qual, aparente-
mente, exibe feição holográfica. Naquela discussão procuramos o campo psi e,
mediante o uso de modelos, tentamos explicá-Io e determinar o lugar que nele
ocupamos.
Na Medicina Psiônica, usamos uma amostra da proteína do paciente, seja
uma gota de sangue ou um fio de cabelo, para ter acesso ao seu campo psi pessoal
e, bem assim, ao campo psi como um todo. Em essência, a matéria que uma vez
80 MEDICINA PSIONICA
2.
Uma nova visão
O homem, como ser racional, esforça-se continuamente para entender seu uni- 3.
verso e o lugar que nele ocupa. A fim de arrostar o dia-a-dia, parece-lhe importan- 4.
te possuir um quadro de referência, uma base sobre a qual possa emprestar sentido
ao que lhe acontece e ao mundo que o cerca. A aceitação de um sistema de crenças
qualquer ajuda-nos a conseguir isso. Tal atitude é, praticamente, inata. Para o
cientista, afé pode estar na ciência; para o teólogo (e, neste contexto, referimo-nos
ao seguidor de qualquer religião), no espírito; e para o ateu, na descrença.
Sir James Frazer (1854-1941), considerado o fundador da antropologia mo-
derna, escreveu em seu livro O Ramo de Ouro que as sociedades em evolução
passam por um processo de desenvolvimento composto pelas três fases da magia,
da religião e da ciência. Vivendo, como estamos, na fase científica, é fácil olhar
para trás e sorrir da ingenuidade das crenças cultivadas pelas antigas civilizações e
sociedades. Semelhante postura pressupõe que a ultrapassagem das fases é progres-
so, que a visão científica é melhor que a espiritual ou religiosa, que a espiritual
supera a chamada mágica ou mística. Também não passa de mera pressuposição
afirmar que elas são mutuamente exclusivas.
O conceito de um sistema informacional holográfico, que a tudo permeia -
o campo psi - é um conceito novo e intrigante. Pode ser contemplado de qual-
quer fase que se queira e ainda assim fazer sentido. Não exige uma visão particular,
mas concorda com todas.
De fato, Ervin Laszlo sustenta em seu livro The Whispering Pond: ''A nova
percepção não é uma volta a conceitos hoje ultrapassados." E conclui: ''A atual
mudança na concepção científica do mundo, da rocha inanimada a um universo
conectado e quase vivo, tem profunda significação para nossos tempos. O concei-
to de um mundo sutilmente interconectado, de um lago murmurante no qual e
pelo qual estamos intimamente ligados uns aos outros e ao universo, assimilado
por nosso intelecto e acatado por nosso coração, faz parte da resposta da humani-
dade aos desafios que hoje todos encaramos. A separação entre os homens, e entre
os homens e a natureza, acha-se na raiz de muitos de nossos problemas. Superá-Ios
exige a recuperação de nossos vínculos e conexões tão negligenciados, mas nunca
esquecidos por completo."
CORPOS SUTIS E MEDICINA PSIONICA 81
Notas
1. Os Registros Akáshicos são um conceito teos6fico. A palavra vem do sânscrito akasha,
que significa "éter" ou "espaço difuso". É fácil perceber que tal conceito se identifica
com o campo psl.
2. Sir Oliver Lodge foi professor de Física na Universidade de Liverpool e influenciou
muito a carreira inicial de George Laurence.
3. Ver nota no Capítulo 3.
4. Akenaton, o chamado "fara6 herético", subiu ao trono do Egito cerca de 1377 a.c. e
governou durante dezesseis anos. Com sua esposa Nefertiti ("eis que a formosa vem"),
tentou implantar o monoteísmo. Foi considerado por J. H. Breasted (em seu capítulo
da primeira edição de The Cambridge Andent History) como "a primeira individuali-
dade da hist6ria".
5. Se concebermos isso como um efeito holográfico, então todos os pontos são um: a
fonte não mais se restringe a uma localização específica, mas existe na inteireza do
campo holográfico.
6. Um modelo alternativo seria imaginar uma lâmpada de fibra 6ptica, com as fibras
formando urna esfera e cada uma delas produzindo seu pr6prio foco de luz.
7. Ver o Teorema de Bell no Capítulo 1.
(17
um
Ha
qUl
Homeopatia: Ha
ga, fato que se reflete em sua derivação do grego homoios, "igual", e pathos,
Ahomeopatia
"padecimento".é uma forma suave
Essencialmente, de medicina
significa já conhecida
tratar o igual comna oGrécia
igual. anti-
Foi o grande Hipócrates quem, pela primeira vez, ensinou que existem duas
maneiras de assistir o paciente: empregar os "contrários" ou os "similares" no tra-
tamento. Ou seja, pode-se ministrar remédios para combater os sintomas - a lei
dos contrdrios - ou para produzir os mesmos sintomas que acometem o paciente
- a lei dos similares. Em ambos os casos, acreditava ele, o médico apenas criava as
condições ideais para a intervenção do poder curativo interior, Vis Medicatrix
Naturae.
Muito tempo depois, na Europa do século XVI, Theophrastis Bombastus von
Hohenheim, também conhecido como Paracelso (1493-1541), sacudiu os alicer-
ces do dogmatismo médico e de novo propalou os méritos do tratamento do igual
pelo igual. No entanto, só no século XVIII os princípios básicos se corporificaram
num verdadeiro sistema de medicina.
A disseminação da homeopatia
Por ocasião da morte de Hahnemann em 1843, com a idade de 88 anos, a
homeopatia já se espalhara pelo mundo. Na Inglaterra, o Dr. Harvey Quin fun-
dou a Sociedade Homeopática Britânica em 1844 e teve participação decisiva na
inauguração do Hospital Homeopático de Londres, em 1850.
Outros convertidos ao método levaram-no ainda mais longe. Pelo fim do sé-
culo XIX, havia hospitais homeopáticos em toda a Europa, Rússia, Américas e
subcontinente indiano.
Os Princípios da Homeopatia
Fica claro, a partir desse breve esboço histórico, que os dois grandes princípios são
a Lei dos Semelhantes e o uso de remédios potencializados. Vejamo-Ios agora em
maiores detalhes.
Significa isso que uma substância, apta a produzir sintomas de determinada doen-
ça numa pessoa saudável, pode também ser usada em quem sofre dessa doença.
Daí, similia similibus curantur. os semelhantes curam-se pelos semelhantes.
Efetivamente, considera-se o complexo sintomático do paciente e tenta-.se
contrabalançá-Io com os efeitos do complexo tóxico de um remédio. Haverá vá-
rios remédios apropriados, mas o mais apropriado ~ o mais próximo dos sinto-
mas - será o similar. Exemplo: o envenenamento por beladona provoca um efei-
to tóxico que lembra a escarlatina; se alguém apresentar sintomas parecidos aos da
escarlatina clássica, a beladona será o similar indicado.
Esse é um caso simples. Mas convém recordar que, na homeopatia, procura-se
um remédio para o paciente e não apenas para a doença. Imaginem-se então cinco
homens, todos com artrite nos quadris. No caso da alopatia, o tratamento seria o
mesmo para todos. O homeopata, porém, examinaria os padrões sintomáticos de
cada um e poderia muito bem receitar remédios diferentes para cada um deles.
Afinal, na homeopatia, quem deve ser tratado é o doente e não a doença.
HOMEOPATlA - A MEDICINA SUTIL 87
A Lei da Cura
Outro grande princípio homeopático é a Lei da Cura, formulada pelo homeopata
americano Constantine Hering5 (Figura 8). Reza ele que a cura acontece:
• De cima para baixo
• De dentro para fora
• Dos órgãos principais para os secundários
• Na ordem inversa do sutgimento dos sintomas.
TERCEIRO
Figura 8
90 MEDICINA PSIÓNICA
Ouçamos agora o que o próprio Dr. George Laurence tem a dizer sobre esseassunto:6
Em muitos aspectos, os remédios homeopdticos são mais eficientes e decerto bem mais
seguros que os alopdticos. O princípio do 'similia similibus curantur " leva a resultados
espetaculares. Admito-o, deixando implícita a remoção da causa subjacente da aberra-
HOMEOPATIA - A MEDICINA SUTIL 91
ção da proteína, como diria McDonagh.7 Entretanto, parece haver muito de tentativa
~ erro no sistema, uma falta de consistência na abordagem de seus adeptos.
Bem sei que, como os médicos ortodoxos, podemos eliminar o problema chamando
nossaprática de arte; mas acho que devemos fazer melhor e evoluir a tal ponto que seja
justo chamá-Ia de ciência. Isso, tenho certeza, só será possível se estudarmos e aplicar-
mos o método psiônico, que já demonstrou ser de valor inestimável.
Continuaremos complacentes a esse respeito?
Insisti no assunto, mas temo que ele precise ser enfatizado e encarado mais de
frente. Não é bom que os homeopatas continuem a pensar que o que Hahnemann disse
é a verdade, toda a verdade e nada mais que a verdade, quando ~ssemesmo pensador
portentoso seria o primeiro a acatar quaisquer progressos em suas teorias, para a pro-
moção da causa da ciência homeopática.
Se o método psiônico nada mais fizer, provará sem sombra de dúvida a hipótese
dos miasmas de Hahnemann .
Não espanta que, com pouca prática, o pêndulo aponte o remédio certo e, ainda mais,
indique em definitivo qual potência será mais eficaz. Isso é de extremo valor, já que na
homeopatia ortodoxa a questão das potências é sempre perturbadora e depende em
muito ora da preferência pessoal ora da experiência do clínico. Não bastasse isso, o
pêndulo pode nos dar uma excelente idéia da dosagem correta e do prazo de adminis-
tração do remédio.
Notas
1. A sexta edição do Organon da Medicina é de 1921.
2. Ver Capítulo 6.
3. AmedeoAvogadro, conde de Quaregna (1776-1856), foi um físico italiano. Em 1811,
propôs sua famosa hipótese, a qual permitiu aos cientistas calcularem o Número de
Avogadro, quantidade de moléculas contidas num moi de matéria.
4. Hahnemann empregou de início a escala centesimal e mais tarde introduziu a de
50.000. Ver Organon, par. 270 (inteiramente reescrito para a sexta edição), e as notas
de rodapé pertinentes.
5. O Dr. Constantine Hering (1800-1880), freqüentem ente chamado o Pai da
Homeopatia na América, formou-se em medicina pela Universidade de Würzburg.
Chegou a Filadélfia, EUA, em 1833 e fundou uma Escola Homeopática em Allentown,
Pensilvânia, que mais tarde ficou conhecida como Academia de Allentown. Pesquisou
e escreveu muito. Fez experiências com setenta e duas drogas, inclusive Cantharis,
Psorinum, Lachesis, Nux moschata e Gelsemium. É famoso por sua Lei da Cura e pela
introdução da escala de potência decimal.
6. Extraído de um texto sobre Medicina Psiônica lido perante a Sociedade Médica para
o Estudo da Radiestesia, Londres, 1962.
7. Ver, no Capítulo 7, a Teoria Unitária da Doença.
Miasmas e Toxinas
1
Os três miasmas de Hahnemann
O conceito de miasmas, ou processos mórbidos entranhados, subjacentes às mani-
festações comuns da doença, sempre foram cruciais para a teoria e a prática da
Medicina Psiônica, como também para a abordagem homeopática clássica do tra-
tamento das moléstias crônicas. Proposto inicialmente por Hahnemann1 há quase
duzentos anos, procurava justificar suas observações segundo as quais os males
agudos, mesmo quando tratados com êxito pela homeopatia, muitas vezes reapa-
reciam. Hahnemann, porém, não podia fazer muita coisa na época, pois lhe falta-
vam nossos modernos laboratórios e nossos aparelhos sofisticados de diagnóstico.
Além disso, os mecanismos da doença ainda não eram muito bem compreendi-
dos. Em conseqüência, ele só conseguiu estabelecer um vínculo definitivo entre as
duas conhecidÍssimas doenças venéreas, a sífilis e a gonorréia, e as manifestações
posteriormente observadas no mesmo paciente ou, o que é mais importante, em
seus descendentes.
Hahnemann concluiu serem as causas antecedentes responsáveis por cerca de
10% dos problemas que era chamado a tratar. Quanto aos restantes 90%, teve de
incluÍ-Ios numa única e ampla categoria atribuída ao terceiro miasma, que cha-
mou de Psora e associou aos resultados do tratamento externo, como também à
conseqüente supressão dos distúrbios epidérmicos. Entretanto, como os demais,
considerava-o contagioso, embora saibamos agora que a maioria das doenças de
pele não são desse tipo. Sua teoria era relativamente primitiva, mas revelou-se não
obstante um conceito notável e fundamental, que lhe permitiu avançar grandemente
na eficácia dos métodos homeopáticos. O livro Moléstias Crônicas trabalha em
92
MIASMAS E TOXINAS 93
o MIASMA DA TUBERCULOSE
AS TOXINAS ADQUIRIDAS
Logo se tornou também notório que as várias doenças provocadas por vírus po-
diam causar tremendas "ressacas", as quais, muitas vezes, precisavam ser combati-
das antes mesmo dos grandes miasmas. Esses fatores receberam o nome de "toxi-
nas adquiridas" (para distingui-Ios dos "miasmas herdados") e, pelo menos em
alguns casos, devem-se à persistência do verdadeiro agente infeccioso no organis-
mo: por exemplo, o vírus da varicela, que pode reaparecer anos depois como her-
pes-zóster. A distinção é um tanto vaga, porém, pois pelos métodos psiônicos
traços de sarampo, por exemplo, e muitas vezes de varíola, podem ser detectados
em pacientes que nunca foram expostos à infecção aguda. Um item importante,
que parece ter sido subestimado, é a própria varíola - um grande assassino do
passado, mas cada vez mais raro ao longo do século XX e extinto deste 1979.
Todavia, aparece na análise psiônica de muitas pessoas e pode ter sua importância.
Muitos vírus mostram clara relação com um ou outro dos grandes miasmas.
Por exemplo: sarampo, influenza e coqueluche (bactéria, nesse caso) com TB;
varíola bovina, herpes e varíola com Sycosis; finalmente, febre glandular com câncer.
OS NOSODOS INTESTINAIS·
Pode-se postular, então, que TB, as toxinas adquiridas e a chamada toxemia intes-
tinal, são parte do vasto complexo de fatores patológicos que Hahnemann, na
falta de dados científicos, viu-se forçado a tratar como um item único: Psora.
Conforme discutimos acima, as coisas foram esclarecidas até certo ponto, mas
persiste a questão do conceito básico de Psora, que não se enquadra em nenhuma
categoria por direito próprio. Precisamos considerar esse assunto mais demo-
radamente.
MIASMAS E TOXINAS 95
o que é Psora?
O objetivo primário do tratamento homeopático é fomentar a vitalidade do paci-
ente para que ele possa curar-se a si mesmo. Em termos modernos, isso implica
melhorar o funcionamento dos sistemas adaptativos integrados, conhecidos como
psiconeurológico, endócrino e imunológico (PNEI),C que operam praticamente como
um todo, comunicando-se por meio dos mesmos transmissores químicos. Quan-
do as pessoas são tratadas de modo a "sentir-se bem", isto é, sentir que estão mais
fortes, lúcidas e calmas mental e emocionalmente, em geral os distúrbios físicos
desaparecem por si mesmos. O resultado comum é, então, uma maior resistência
às infecções. A recuperação começa de dentro (a partir dos órgãos principais) e
passa para os órgãos secundários, notando-se com freqüência que erupções cutâneas
surgem temporariamente no decorrer do processo. Vê-se isso com clareza no tra-
tamento de crianças asmáticas e com histórico de eczema - este sempre reaparece
à medida que a asma melhora. A importância dessa orientação terapêutica é óbvia:
a asma mata, o eczema não.
Quando não se consegue debelar prontamente, digamos, o sarampo, o resul-
tado pode ser complicações sérias como convulsões; o homeopata deverá, nesse
caso, aplicar uma droga antipsórica, talvez o cobre, a fim de restaurar o curso
natural da doença. De igual modo, a supressão externa de uma erupção cutânea
ou de qualquer outra condição superficial terá sem dúvida idêntico resultado -
e foi a esse aspecto que Hahnemann aludiu em sua definição original de Psora.
Esta pode, portanto, evoluir tanto da ausência preexistente de vitalidade quanto
da supressão.
No nível psicológico, o mesmo se aplica. A supressão ou repressão de "proble-
minhas" como ansiedade, medo, cólera, vergonha, culpa ou arrependimento pode
gerar péssimos resultados. Considere-se o caso de uma criança que sofreu algum
'tipo de abuso e não conseguiu, nem lhe foi permitido, queixar-se: a conseqüência
a longo prazo poderá ser artrite, colite e, é claro, depressão, além de ansiedade e
disfunções de ordem emocional ou mental. Pior ainda, esses estados disfuncionais
tendem a passar para outras pessoas, da mesma ou da próxima geração, suscitando
novos problemas, reações e comportamentos irracionais, e desandando por fim
nas tão conhecidas famílias ou grupos disfuncionais, portanto enfermos. Nada é
tão debilitante quanto a supressão interna das pressões psicológicas, o eu leva,
como se sabe, diretamente às conseqüências físicas do Psora. No que ficou dito
pareceria residir a explicação da natureza contagiosa deste primeiro e mais funda-
mental miasma, a mãe de todas as doenças,d correspondendo perfeitamente à visão
atual de que uma grande proporção de doenças tem origem psicológica.
96 MEDICINA PSIONICA
Os três miasmas crônicos ... são todos contagiosos. Em cada instância, há algo que
antecede as manifestações da chamada doença. O Psora é oprimeiro ... sendo conveni-
ente indagar qual estado da raça humana estaria mais sujeito ao desenvolvimento do
Psora ... quando o homem começou a desejar coisas que eram resultado de um raci-
ocínio falso, atingiu um estado no qual ... dele se projetou uma aura (que pode
causar contágio) viciosa na medida de seu afastamento da virtude e da justiça em
direção ao mal
3
De um ponto de vista prático, todo remédio ou nosodo corresponde a alguma
emoção negativa, passividade ou desilusão. 70S Segue-se então que todo remédio pode
ser considerado antipsórico. Muitos remédios, com efeito, têm amplo espectro de
ação e freqüentemente correspondem também aos efeitos diretos de outros miasmas
"infecciosos". A Drosera, por exemplo, chama a atenção pelo fato de curar os sin-
tomas da coqueluche; mas, além disso, apresenta acentuada sensibilidade à tuber-
culose e mostrou (nos tempos em que isso acontecia) eficácia contra o TB ósseo.
Como se tal não bastasse, atua nos desarranjos mentais e em paranóias parecidas
às do finado Adolf Hider.9 Quanto aos nosodos, eles parecem ter função dupla.
Costumam ser prescritos na presença de sintomas característicos, mentais ou físi-
cos, caso em que funcionam como remédios antipsóricos, ajudando o paciente a
livrar-se do miasma ou toxina correspondente. Entretanto, podem também ser
usados "isopaticamente", quando há motivos para suspeitar da existência oculta
de um estado miasmático, mesmo que os sintomas imediatos correspondam a um
remédio afim, mas diferente. De fato, se muitos remédios aliviam com o tempo os
efeitos de um miasma, é de crer que o nosodo seja sempre necessário para erradicar
o próprio miasma. Eis um exemplo bastante comum: Thuya é usado repetidamen-
te para abrandar os efeitos da vacinação contra a varíola, mas a cura final desta
exige Vaccininum em doses elevadas. Alguns homeopatas negam a validade dessa
aplicação dos nosodos; porém, na prática, a análise da medicina psiônica confirma
que ela é não só legítima, como imprescindível.
98 MEDICINA PSIONICA
Distúrbio neurológico.
Doença arterial. Idade avançada.
Todas as anormalidades congênitas.
Mente embotada, estupidez, imbecilidade.
Depressão, especialmente endógena. Tendências suicidas.
Psicoses orgânicas.
<noite <ar marinho >montanhas.
Propensão a acidentes.
''Atrai violência."
PSORA
Morgan
Bac No 7
Dys Co
Syphilinum Malária
Lepra
Proteus
• • • Gaertner
Sarampo
TBfTK Influenza
TUBERCULOSIS Coqueluche
. Estreptococo
.... Bacillinum
Sycotic Co
Estafilococo
... Bac No 10
Medorrhinum
Chlamydia
Vaccininum
Variolinum
Carcinosin
Referências
1. Hahnemann, S. c., The Chronic Diseases,1828.
2. Burnett, J. c., A New Cure ofComumption, 1906.
3. Westlake, A., A New Dimemion in Medicine, Psionic Medicine n'" 11 e 12, 1976/
1977.
4. Paterson, J., The Bowel Nosodes, 1950.
5. Kent, J. T., Lectures on Homoeopathic Philosophy, nº 19 (reimpressão, 1976).
6. Bailey, A., Treatiseon the Seven Rays, 1925.
7. Sankaran, R., The Spirit ofHomoeopathy, 1982.
8. Kent, J. T., Repertory of the Homoeopathic Materia Medica - Mind: Anxiety, Fear,
Delusiom. Sleep: Dreams (reimpressão, 1986).
9. Shepherd, D., A Physician'sPosy,C. W Daniel (Saffron Walden), 1969.
102 MEDICINA PSIONICA
Notas
a. Conduzindo assim a toda sorte de argumentos de feição teológica, segundo os quais
tudo pode ser explicado como efeitos de um ou outro, ou permutações e combinações
dos três.
b. O que se poderia tomar por variantes de baixa ou não-virulência é aqui mencionado.
c. PNEI ou PNI - psiconeuroimunologia (ver Capítulo 3).
d. O primeiro e último inimigo da humanidade, o "pecado original".
A Téoria Unitária da Doença
A
vencionais,
dos sintomas clínicos é que induziu George Laurence a dilatar sua mente
certeza de dos
para além que limites
a verdadeira
aceitos.medicina tinha
Ele se pôs
não de um ponto de vista puramente
de enfrentar
a investigar as causas
técnicas poucoemcon-
vez
teórico, mas como um método
de enriquecer o seu sólido conhecimento ortodoxo. Todavia, com um misto carac-
terístico de precaução e intuição, não se fiou de nenhum sistema, acreditando que
os métodos eram todos facetas complementares de uma verdade fundamental.
Assim, se quisermos acompanhar sua busca, teremos também de levar em conta
uma série de aspectos da medicina causal, que podem a princípio parecer descone-
xos, mas ao fim se revelarão integrados no esquema geral.
o "Grande Triunvirato"l
Laurence reconheceu a influência de três grandes pensadores em sua busca da
verdade. O primeiro foi Samuel Hahnemann, cuja concepção da doença como
resultado de distúrbios na Força Vital correspondia à visão intuitiva da realidade
do próprio Laurence.
O segundo foi Rudolph Steiner: sua idéia de um mundo etérico confirmava a
possibilidade de influências e causas oriundas de uma ordem superior, ao passo
que sua noção de Forças Formativas reforçava ainda mais as teorias que Laurence
vinha desenvolvendo.
A essa altura de seu trabalho, teve contato com uma terceira fonte de inspira-
ção na pessoa de J. E. R. McDonagh, FRCS [Membro do Real Colégio de Cirur-
giões], com quem travou inúmeros debates. McOonagh perseguia a idéia de que
todas as doenças se devem a um desarranjo das energias vitais do corpo.
103
104 MEDICINA PSI0NlCA
Vivemos em Maya porque em geral só com Maya podemos lidar. Temos notí-
cia dos átomos e moléculas, da transiência de algumas das incríveis partículas
subatômicas; todavia, no cotidiano, tudo isso nos parece mera abstração acadêmi-
ca. Não pensamos no que acontece aos átomos individuais enquanto escrevemos,
comemos, jogamos golfe ou atormentamos um gato. De igual modo, na percepção
que temos do bom ou mau funcionamento de nosso corpo, nem sequer cogitamos
do que se passa nos níveis atômicos e subatômicos.
Em termos de inteligência sensorial (no mundo de Maya), tais refinamentos
são desnecessários. Para enfrentar os problemas materiais, basta-nos lançar mão
do conhecimento convencional. Entretanto, é óbvio que a percepção baseada nos
sentidos e o conhecimento vulgar (falamos dos cinco sentidos convencionalmente
aceitos) são muitíssimo limitados, sobretudo em seus aspectos médicos, onde fa-
lham na consecução de um entendimento real. Se quisermos superar essa barreira,
teremos de vincular nosso pensamento aos conceitos do mundo concreto, mais
especificamente ao quadro da esfera etérica, onde cobram existência as causas e
relações verdadeiras.
O conceito em cuja pista estava McDonagh lembrava um estado de coisas
dinâmico, envolvendo repetidos ciclos de crescimento e restauração. Por isso não
considerou o mundo físico como uma cristalização permanente do tecido etérico,
mas sim como uma criação contínua por meio de condensações rítmicas do cam-
po de força etérica em formas cada vez mais complexas.
Esse conceito é em tudo e por tudo consistente com a cosmologia esotérica,
que vê no universo uma entidade viva animada por fluxos e refluxos permanentes
de energia: a Respiração de Brahma, na filosofia hinduÍsta. Como já dissemos, há aí
muitas semelhanças com a Hipótese do Campo Psi.
do hipoblasto:
Sangue
Sistema respiratório
Tireóide
Sistema porta
A TEORIA UNITÁRIA DA DOENÇA 109
do epiblasto:
Medula da supra-renal
Pituitária anterior
Pituitária posterior
Sistema nervoso simpático
Sistema nervoso parassimpático
Outro exemplo é a enxaqueca, cujo tratamento parece não ter evoluído muito
desde os meus tempos de estudante e cuja causa primária varia de pessoa para
pessoa. Até que ela seja extirpada, de novo só poderemos esperar alívio passagei-
ro mediante o emprego de drogas - com o risco inevitável de sérios efeitos
colaterais.
Muitas dessas doenças crônicas devem-se a miasmas herdados ou toxinas ad-
quiridas, que se entranham no corpo e só podem ser detectados por métodos
extra-sensoriais. O tratamento eficaz desses casos será difícil enquanto o valor das
técnicas psiônicas de diagnose e terapia não for amplamente reconhecido.
Não espanta que, com pouquíssima prática, o pêndulo aponte o remédio con-
veniente e, além disso, indique em definitivo qual potência trará melhores
resultados. Deve-se levar isso em conta porque, no ensino homeopático ortodoxo,
a questão das potências é sempre um problema e depende bastante da experiência
ou preferência do clínico. Ademais, o pêndulo pode nos dar uma ótima idéia da
dosagem exata e do prazo de administração do remédio.
Notas
1. Na Roma antiga, o triúnviro era um dos três magistrados encarregados de um ramo da
administração. O primeiro Grande Triunvirato, em 60 a.c., foi formado por César,
Pompeu e Crasso.
2. Esse capítulo permaneceu praticamente intacto, dada a sua importância histórica como
uma das principais influências sofridas por Laurence. Alguns médicos psiônicos mo-
dernos aceitarão determinados aspectos da teoria, mas não a sua totalidade.
3. Laurence não diz que a potencialização do remédio torna-o radioativo na acepção
científica corrente. Ele usa a palavra no sentido metafórico.
Intuição, Percepção
Extra-Sensorial e Fenômenos Psi
para interpretar suas respostas. Uma educação e cultivo similares são imprescindí-
veis para exercitar os sentidos paranormais, coisa que nem sempre achamos neces-
sária porque conseguimos lidar adequadamente com os fatos do mundo mediante
os processos do raciocínio lógico.
Não obstante, temos uma ligeira percepção dessas respostas paranormais,
costumeiramente manifestadas na chamada "sensitividade". Instintivamente, gos-
tamos ou não gostamos de pessoas ou lugares. Reconhecemos que determinadas
situações são corretas sem saber explicar por quê. Examinemos algumas dessas
estranhas "sensações" para descobrir como suscitam uma percepção mais profun-
da de nossos sentidos paranormais.
Sim, pode bem ser o caso; mas melhor ainda seria se o médico permitisse que
um sentido superior entrasse em cena. Aqui, é de crer, vai-se além da heurÍstica
ou, pelo menos, mais longe do que a heurística comumente vai. Mas também
pode ser que a heurÍstica facilite a atuação desse sentido especial. Será que, por
estarmos firmemente plantados na era do racionalismo, da ciência e medicina basea-
tÚJsna evidência, é que negamos os sentidos superiores?
Nesse caso, estamos na verdade negando uma parte importante do nosso pró-
prIO ser.
Psi e parapsicologia
Em 1946, o Dr. Robert Thouless e seu colega, Dr. W P.Weisner, propuseram que
a letra Psi (vigésima terceira do alfabeto grego - \li) fosse usada para designar a
PES e a PC, já que ambos os fenômenos pareciam estreitamente vinculados.
Deve-se a J. B. Rhine a designação da nova disciplina encarregada do estudo
dos fenômenos psi, a parapsicologia (do grego para, "além").5
116 MEDICINA PSIONICA
o inconsciente coletivo
O psiquiatra suíço Carl Jung (1875-1961) foi profundamente influenciado por
Sigmund Freud entre os anos de 1907 a 1913. Jung, porém, não aceitava a tese de
Freud segundo a qual o inconsciente era puramente pessoal, formado a partir de
traumas de infância reprimidos. Ao contrário, acreditava que por sob a consciên-
cia existia, sim, um inconsciente pessoal- mas, por sob este, também um incons-
ciente coletivo.
O inconsciente coletivo, na visão de Jung, era inato, nem formado pela expe-
riência pessoal nem herdado dos ascendentes, mas literalmente universal.
Percebe-se desde logo uma analogia entre o inconsciente coletivo de Jung e os
Registros Akáshicos dos teósofos. São, segundo o ensinamento teosófico, os regis-
tros definitivos de tudo quanto ocorreu desde o começo do universo. O termo
vem do sânscrito Akasha, que significa "éter" ou espaço difuso. Os teósofos postu-
lam a existência de um registro, no plano astral, das vibrações de cada som, luz,
pensamento, ação e emoção.
Edgar Cayce (1877-1945), o famoso médium e curador americano, tornou-
se famoso por suas "leituras em transe". Durante o transe, que ele começou a
induzir em 1901, depois de aprender as técnicas da auto-hipnose com o mesmerista
Ai Layne, Cayce consultava os Registros Akáshicos, que às vexes intitulava Memó-
ria UniversaL da Natureza ou Livro da Vida. Aparentemente, empregava técnicas
visuais que lhe possibilitavam descrever uma biblioteca com um número incalcu-
lável de livros, cada qual contendo a biografia de uma pessoa. Quando queria
ajudar alguém, tudo o que tinha a fazer era encontrar o livro aprópriado, abri-lo e
ler a indicação do remédio necessário.
118 MEDICINA PSIONICA
o campo psi
O campo psi, campo universal de informação, atende a todos os conceitos que
vimos discutindo. É fácil notar que se identifica com os Registros Akáshicos, o
inconsciente coletivo, o campo mórfico ou morfogenético e outras facetas exami-
nadas em nosso modelo do Capítulo 4. E é fácil também notar que ele explica os
fenômenos dos vínculos culturais espontâneos (Capítulo 1), da PES, das conexóes
transpessoais e, possivelmente, da sobrevivência após a morte.
Quer a reencarnaçã09 exista ou não, a hipótese do campo psi procura explicar
a recordação de vidas passadas. O campo psi pessoal do indivíduo que se forma no
ventre materno pode, à falta de termo melhor, "vibrar" de um modo idêntico ou
quase idêntico em consonância com o campo psi pessoal registrado de alguém que
já morreu. O campo psi do indivíduo vivo e em desenvolvimento consegue então
ter acesso ao registro das experiências, às lembranças dessa outra pessoa. Tal acervo
incorpora-se à sua mente como se fosse "dele próprio", mesmo que advenham de
uma existência ou encarnação anterior.
Rabdomancia
A rabdomancia é um meio de entrar em contato com o campo psi. Em termos
chãos, trata-se de um estado alterado de consciência no qual parte da mente mer-
gulha no sono para que a mente inconsciente possa ser contatada. O inconsciente
gera então uma resposta ideomotora à pergunta formulada pela porção desperta
da mente. Examinaremos isso com mais vagar no próximo capítulo.
Eis o que tem a dizer J. H. Reyner, principal autor da primeira edição deste
livro:
Mapeamento rabdomântico
À guisa de exemplo prdtico das extraordindrias possibilidades que aventamos, citemos
a prdtica do mapeamento rabdomântico, absolutamente inexplicdvel em termos con-
vencionais. Um rabdomante arguto consegue descobrir dgua ou outros depósitos medi-
ante o uso de um pêndulo ou mapa do lugar, confirmando subseqüentemente as infor-
mações pela inspeção concreta do sítio. Isso é bastante útil nas escavações arqueológicas,
onde é possível examinar o mapa da drea que se supõe conter os restos sepultados de
uma civilização antiga - a romana, por exemplo. Em caso positivo, procede-se a
pesquisas locais, com resultados muitas vezes surpreendentemente exatos.
Ora, se se pode aceitar que o corpo-tempo da villa romana original, ou de outra
estrutura qualquer, continue a existir na esfera etérica, inclusive a história subse-
qüente das ruínas ao longo dos séculos, sua conexão com um mapa moderno parece
obscura. O mapa, obviamente, é uma reprodução em escala reduzidíssima de uma
pesquisa concreta Ín sÍtu, epor isso mantém um contato tênue com o esquema etérico.
Seu principal significado, porém, é que ele serve de foco para a mente do rabdomante,
podendo os sentidos paranormais deste estabelecer comunicação com o corpo-tempo
da localidade real.
Eis um exemplo das interconexões sutis que existem no mundo etérico. O corpo-
tempo de um objeto ou localidade não se confina à entidade fisica, mas engloba tudo
aquilo com que manteve contato no correr de sua existência. Freqüentemente dizemos
que uma casa tem "atmosfera" agradável (ou hostil). Essa sensação intuitiva nada mais
é que um exercício inconsciente do sentido paranormal que capta as influências emo-
cionais de seus antigos moradores. As pedras de uma catedral estão impregnadas das
influências tanto dos pedreiros que a construíram quanto dos milhares defiéis que nela
penetraram. De igual modo, a qualidade de uma obra de arte é determinada não
apenas pelo artista, mas também por toda sua história e experiências subseqüentes.
A Medicina Psiônica ocupa-se de influências mais imediatas, que se estendem
normalmente a umas poucas gerações. Sua importância reside no fato de, graças ao
emprego dos sentidos paranormais quase sempre adormecidos, ser possível em termos
prdticos e científicos, jazer contato com o corpo-tempo de um paciente e ministrar-lhe
tratamento adequado para remover as eventuais aberrações.
Notas
1. "Heurística" vem do grego heurisko, que significa "encontrar", "descobrir".
2. Sir James Frazer, O Ramo de Ouro, citado no Capítulo 1.
3. Sir Oliver Lodge, professor de Física na Universidade de Liverpool, influenciou mui-
to o início da carreira do Dr. George Laurence.
4. Louisa E. Rhine (1891-1983), esposa de J. B. Rhine, foi uma parapsicóloga notável
por direito próprio. Foi considerada a maior especialista em psi espontâneo em sua
época.
INTUIÇÃO, PERCEPÇÃO EXTRA-SENSORIAL E FENOMENOS PSI 121
HISTÓRIA E PRÁTICA
DA MEDICINA PSI6NICA
123
A História da Rabdomancia
e da Radiestesia
A varinha mística
Como se viu, a rabdomancia era conhecida de muitos povos. Os ancestrais da
civilização - índios das três Américas, zulus, maoris e tribos do extremo Norte e
Sul- sempre se beneficiaram ao longo dos séculos dos préstimos dos rabdomantes.
Na Antiguidade, eles costumavam usar uma varinha ou bastão, conforme ve-
mos em pinturas que chegaram até nós. Dos frisos das tumbas egípcias aos qua-
dros dos grandes mestres, a varinha sempre esteve intimamente associada ao
rabdomante: em grego, rhabdos significa "vara".
O fato de essa arte ter sido provavelmente considerada privilégio do xamã ou
do pajé sobrevive no principal atributo da imagem popular que se tem da bruxa,
do feiticeiro ou do mago: a varinha de condão.
Essa varinha vem sendo a ferramenta básica para encontrar água, minerais e
pedras preciosas há séculos. Com efeito, seu uso é mencionado em diversos textos
escritos por monges durante a Idade Média. Em 1556, George Agricola, médico e
pai da mineralogia, publicou um livro intitulado De Re Metallica ("Dos Objetos
Metálicos"), onde discutia o uso da varinha mágica na detecção de veios minerais.
Uma ilustração do livro chega a mostrar um rabdomante empunhando seu bastão
de aveleira.
Talvez em conseqüência desse trabalho, a moda da rabdomancia espalhou-se
pela Europa. O florescimento da mineração do estanho na Cornualha, Inglaterra,
parece ter devido muito a essa arte. No Período Isabelino, foram contratados
mineradores alemães para descobrir veios do metal.
No século seguinte, porém, a rabdomancia começou a cair em descrédito. A
Igreja considerava-a obra do demônio, de modo que sua prática poderia pôr o
incauto na mira da Inquisição.
o pêndulo
Os modernos rabdomantes têm um grande débito para com os romanos. Foram eles
que aprimoraram a arte da datilomancia ou rabdomancia pelo pêndulo. No Colégio
dos Áugures, em Roma,2 ensinava-se a técnica de deslizar anéis em cordões para
adivinhar respostas. Daí o termo datilomancia, de dactylos, que significa "dedo".
Embora, como se viu, a varinha seja a ferramenta universal da rabdomancia
de campo, o pêndulo apresenta certas vantagens no trabalho em interiores. Talvez
se possa mesmo dizer que ele permite muitas atividades rabdomânticas que a vari-
nha não consegue executar com idêntica proficiência.
Foi um professor da faculdade de Medicina de Estrasburgo, Gerboíno, quem
"inventou" o pêndulo rabdomântico em 1798. Fez experiências com os movi-
mentos pendulares em diferentes metais durante cerca de dez anos, publicando os
resultados em 1808.
A HISTORIA DA RABDOMANCIA E DA RADIESTESIA 127
Radiônica
Nas vésperas da Primeira Guerra Mundial, o Dr. Abrams percebeu que, ao exami-
nar uma pessoa com câncer no lábio, podia detectar uma área dura à percussão no
abdome do paciente. Coisa incrível: isso só acontecia quando o paciente se voltava
para o oeste! O Dr. Abrams concluiu que o fenômeno se devia a algum efeito
radiativo e à interação com o campo magnético da Terra.
Nos anos que se seguiram, ele pesquisou a fundo o tema da radiestesia e de-
senvolveu um método instrumental para medir a radiação de diferentes estados
patológicos. Inventou e patenteou uma Caixa Preta que era capaz de fazer "diag-
nósticos radiativos". Chamou a esse instrumento reflexofone.
Como seria de esperar, o meio médico ortodoxo zombou de suas descobertas
e pretensões. Abrams tornou-se um homem amargurado e morreu no maior desa-
pontamento.
Na Grã-Bretanha, um médico homeopata, Dr. William Boyd, examinou a
Caixa Preta de Abrams e concebeu sua própria máquina, a que deu o nome de
emanômetro. Embora não acreditasse em muitas das alegações de Abrams, tam-
bém ele obteve interessantes resultados que o convenceram da existência de algu-
ma coisa real no âmbito da nova disciplina da radiônica (como veio a ser chamado
o estudo da instrumentação elétrica em radiestesia). No que lhe diz respeito, seus
achados foram perquiridos por uma comissão dirigida por lorde Horder.
O veredicto da comissão foi favorável, mas ela considerou incompreensível o
mecanismo operacional. Esses resultados apareceram no British Medical Journal
de 1924.
Entrementes, prosseguia na França a pesquisa do tema. Turenne, engenheiro e
radiestesista competente, foi o primeiro a obter amostras preparadas de vários
órgãos do corpo. As chamadas amostras de Turennl iriam tornar-se ferramentas-
padrão do trabalho radiestésico.
Antoine Bovis foi outra personalidade curiosa que pesquisou muito com o
pêndulo. Ele acreditava a tal ponto em sua habilidade de radiestesista que conside-
rou desnecessária a verificação científica daquilo que descobrira. Sua contribuição
é mais relevante para a radiônica do que para a Medicina Psiônica, mas ainda
assim estimulou em muito o trabalho de outros profissionais.
A obra de Abrams foi retomada nos Estados Unidos por Ruth Drown,
quiroprática e sua ex-assistente. Ela retirou os circuitos elétricos das máquinas e só
utilizava a energia natural do corpo para obter informações diagnósticas e indica-
ções terapêuticas. Mas sua declaração de que os aparelhos podiam mesmo "difun-
dir" tratamento lhe causou problemas.
Em 1951, depois de duas décadas de prática bem-sucedida e profícua, ela foi
presa por fraude e charlatanismo. Ordenou-se a destruição de seu equipamento.
A HISTORIA DA RABDOMANCIA E DA RADIESTESIA 129
Nos anos de 1960, o uso de máquinas radiônicas foi banido e declarado ilegal nos
Estados Unidos. Após curto período de detenção, Ruth Drown sofreu dois derra-
mes e faleceu em 1966.
Contudo, a pesquisa nos países socialistas e no Reino Unido prosseguia. George
de Ia Warr, o mais destacado entre os primeiros profissionais e pesquisadores da
matéria na Grã-Bretanha, fabricou uma câmera radiônica aparentemente capaz de
fotografar o corpo energético a partir de uma gota de sangue.
Em 1960, George de Ia Warr também foi vítima de uma ação judicial. Mas
conseguiu livrar-se de todas as acusações de fraude e má-fé. Infelizmente, o juiz
pontificou que a validade científica do método radiônico não podia ser compro-
vada. Continuando a investigar novos processos radiônicos, o pesquisador morreu
subitamente de um ataque cardíaco, em 1965.
Malcolm Rae foi o próximo grande estudioso do assunto na Grã-Bretanha.
Entre suas invenções, contam-se máquinas radiônicas e potencializadores homeo-
páticos mais sofisticados.
O trabalho do falecido Dr. David Tansley,8quiroprático, elevou a radiônica a
um plano -literalmente- superior, pois analisou não apenas o corpo físico, mas
também o corpo sutil do homem.
Notas
1. Continuarei usando a expressão "radiestesia médica", pois só com a obra de George
Laurence é que o termo Medicina Psiônica passou a ser usado. Parece que ele o cu-
nhou em 1962.
2. O imperador Cláudio (Tibério Cláudio Druso Nero Germânico, 10 a.C.-54 d.C.),
sobrinho de Tibério, tio de Calígula e conquistador das Ilhas Britânicas em 43 d.C.,
era áugure oficial. Os áugures eram funcionários romanos muitíssimo respeitados (o
Colégio dos Áugures consistia originalmente apenas de patrícios, mas a lei Ogulniana
de 300 d.C. permitiu o acesso de cinco plebeus e quatro aristocratas, depois quinze,
em caráter vitalício). Sua função era decifrar presságios e prodígios, para em seguida
colher os augúrios. Eles "liam" o tempo, o vôo dos pássaros, o modo como se alimen-
tavam as galinhas sagradas, o comportamento dos quadrúpedes e o movimento do
dedo anular (dactilomancia).
3. André-Marie Ampere (1775-1836), físico francês que propôs a teoria do magnetis-
mo como resultado de correntes elétricas moleculares. A unidade da corrente elétrica
traz o seu nome: ampere (amp).
4. Chevreul usou um anel de ferro suspenso de um fio como pêndulo-padrão.
5. O barão Karl von Reichenbach, físico alemão, nasceu em Stuttgart. Enriqueceu gra-
ças às fundições que instalou na Morávia. Descobriu a parafina e o creosoto. Susten-
tou a existência do agente imponderável, que chamou de Od e acreditava estar disse-
minado pela natureza (ver adiante). Entre suas obras principais, contam-se: Pesquisas
Geológicas na Morávia (1834), Pesquisas sobre Magnetismo (1842) e Odische-Magnetische
Briefe (1852).
6. Radiônica é o nome dado ao uso de aparelhos eletrônicos combinados com a faculda-
de radiestésica a fim de se obter um diagnóstico e difundir o tratamento ao paciente.
7. As amostras de Turenne eram fornecidas em caixas de quarenta unidades e consistiam
de um pó misturado com amido em pequenos frascos. Amostras representando as
várias doenças que acometem o homem estavam também disponíveis. Ver Vernon D.
Wethered, The Practice o/Medical Radiesthesia (C. W Daniels). Hoje, as amostras são
fornecidas em doses homeopáticas, usando-se um único comprimido ou certa quan-
tidade de grânulos num frasco. A potência é normalmente 12c, embora às vezes seja
necessário utilizar outras para diferentes níveis energéticos.
8. O falecido David Tansley, quiroprático e especialista em radiônica, escreveu uma série
de livros nos anos de 1970 e 1980 que revolucionaram o pensamento radiônico. For-
temente influenciados pela filosofia oriental e pelas obras esotéricas de Alice A. Bailey,
constituem leitura fascinante, embora um tanto difícil.
9. Essa seção foi extraída do livro Psionic Medicine, de Reyner, Laurence e Upton
(Roucledge & Kegan, 1974, 2ª ed., 1982), e do artigo 'The Origins and History of
Psionic Medicine", por Aubrey T. Wesclake, que é a reprodução de uma palestra de
fim de semana proferida no Instituto de Medicina Psiônica, junho de 1977.
10. A régua era o instrumento radiestésico mais comum na prática antiga. Guyon usava
uma de 1,20 m - exatamente o comprimento do tampo de sua escrivaninha!
A HISTORIA DA RABDOMANCIA E DA RADIESTESIA 133
Movimentos pendulares
Existem três movimentos básicos, a saber:
1. A oscilação simples para a frente e para trás, usualmente, mas não necessaria-
mente, aproximando-se e distanciando-se do operador.
2. A rotação no sentido dos ponteiros do relógio.
3. A rotação inversa.
Questionamento mental
Antes de colocar o pêndulo em operação, deve o rabdomante ter em mente a
pergunta que deseja elucidar. Essa pergunta tem de ser direta e expressa nos ter-
mos mais simples possíveis. Qualquer ambigüidade provocará o mais das vezes
respostas equívocas e inconclusivas.
Ao formular a pergunta, não deverá haver preconcepções na mente do
rabdomante. A sugestão e a predisposição confundem a faculdade rabdomântica e
geram dados sem nenhum valor. Por isso os testes "arranjados" para satisfazer à
curiosidade, convencer os céticos ou apenas dar espetáculo têm de ser evitados a
qualquer custo. O rabdomante sério jamais tolera semelhantes imposições, de vez
que qualquer coisa para além da pergunta pura e simples com que ele está às voltas
anulará os resultados e invalidará a operação. Ora, essa superimposição é inevitá-
vel nas circunstâncias enumeradas.
Como perguntar
Agora você poderá começar a usar o pêndulo para obter respostas a perguntas
simples. Suspenda-o sobre uma moeda de cobre de qualquer procedência (ou va-
lor) e imprima-lhe uma rotação. Com a mão livre, toque uma segunda moeda
(idêntica) como testemunhd e observe o que acontece. A seguir, repita o experi-
mento com uma testemunha diferente - por exemplo, um objeto de aço (canive-
te, etc.) ou uma peça (autêntica) de prata - e de novo observe a reação.
Com um pouco de prática, verá que no primeiro caso o pêndulo deixará de
girar e começará a balançar para a frente e para trás na direção da testemunha, mas
no segundo não alterará seu comportamento. Essa é, na verdade, uma resposta à
pergunta inconsciente: "São do mesmo material os dois objetos que aqui estão?"
Sabe-se, é claro, que tal é o caso das duas moedas idênticas; porém, com uma
testemunha de material diverso, inexiste afinidade e o pêndulo não modifica seu
movimento, indicando assim a resposta "não".
Entretanto, se o experimento for repetido com uma moeda inglesa moderna
de "pratà' como testemunha - por exemplo, de cinco pence ou um dime -, o
pêndulo balançará de novo na direção da testemunha, indicando que as duas moedas
são do mesmo material - coisa que, obviamente, não são. Eis aí um exemplo
significativo da indagação livre, porquanto nas duas moedas predomina realmente
o cobre, e nessa medida elas têm de fato constituição similar; contudo, se se per-
guntar mentalmente: "Estas moedas são de composição idêntica?", o pêndulo não
se desviará, dando de modo claro a resposta "não".
Aprenda, assim, a ser específico e claro nas perguntas que fizer. Formule-as
verbalmente na esfera mental.
Introdução de medidas
Até aqui, ocupamo-nos de exercícios destinados a familiarizar o principiante com
as respostas pendulares típicas, e bem assim com as perguntas diretas que só reque-
rem um "sim" ou um "não". Na rabdomancia médica, contudo, e principalmente
nas técnicas da Medicina Psiônica, exigem-se também indicações quantitativas. A
experiência do rabdomante terá de incluir o diagnóstico comparativo, além do
grau e localização dos processos patológicos.
Recorrer-se-á ao pêndulo para trabalhar com duas ou mais testemunhas. Con-
vém ainda introduzir dispositivos que registrem o grau do desvio pendular a partir
de um ponto de equilíbrio ou norma. Os mais usados são réguas para mensuração
linear e diagramas indicadores de desvios angulares.
Examinaremos dois desses dispositivos. O primeiro será a régua, fácil de con-
feccionar. Pegue uma tira de madeira de 100 cm de comprimento e faça marcas
com intervalos de 1 cm, numerando-as de 50-0-50. Assinale a metade esquerda
com +50 e a direita, com -50 (Figura 10). Procede-se aos exercícios colocando
testemunhas na extremidade direita ou esquerda (sobre o número 50), depois do
que balança-se o pêndulo para um e outro lado ao longo da régua. O movimento
será normalmente horizontal, mas o pêndulo encontrará por fim um ponto em
que o balanço se tornará vertical à régua. Chama-se a isso ponto de equilíbrio e é
dele que se obterá a informação desejada.
Você poderá começar depositando uma amostra do seu próprio cabelo sobre o
número -50. Em seguida, faça o pêndulo oscilar sobre o fio e mova a mão ao longo
da régua. Determine então o ponto de equilíbrio e não se esqueça de fazer de cada
vez uma pergunta específica, como por exemplo "Onde se localiza o meu ponto
de equilíbrio?"
Figura 10
140 MEDICINA PSIONICA
40 30 20 10 00 10 20 30 40
60 60
70 70
80 80
90 90
100 100
110 110
120 120
Figura 11
RABDOMANCIA PRÁTICA 141
Notas
1. No teste radiônico, a percepção inconsciente parece ser transmitida por intermédio
do sistema nervoso autônomo. Na radiestesia, o sistema nervoso central seria estimu-
lado, provocando a resposta ideomotora inconsciente.
2. "Testemunhà' é o nome dado à amostra de um material conhecido ou a um espécime
(geralmente, na escala homeopática) de órgão, tecido ou remédio. São mantidos qua-
se sempre em frascos separados para pronto uso com diagramas psiônicos.
3. O conjunto de 38 remédios cobre a maioria dos estados emocionais negativos. Pes-
soas há que passam por cerca de cinco ou seis desses estados, de sorte que descobrir os
remédios apropriados para elas pode tornar sua vida bem mais tolerável.
A Abordagem Psiônica
nar com um rótulo diagnóstico. Não satisfeita com detectar no paciente uma
artrite reumatóide, por exemplo, a abordagem psiônica procura retroagir à causa
do distúrbio ocorrido no campo psi pessoal, que provocou aberrações bioquími-
cas, funcionais e estruturais nos sistemas imunológico e osteomuscular - aberra-
ções que geraram o conjunto de sintomas diagnosticado como artrite reumatóide.
Determinadas a causa e a natureza dos desequilíbrios, o próximo passo cifra-se em
definir o melhor tratamento. Na maioria dos casos, o item básico da terapia será
uma medicação homeopática, usualmente reforçada por recomendações dietéticas
e outras igualmente apropriadas.
O método-padrão usado (e ensinado) pelo Instituto de Medicina Psiônica é a
técnica analítica de Laurence-Upton. Conforme veremos, ela se vale do pêndulo,
do diagrama de Laurence-Upton, de uma amostra do paciente e de um conjunto
de testemunhas.
FISIOLOGIA
BIOQuíMICA
ANATOMIA
Figura 12
144 MEDICINA PSIONICA
Nesse ponto, vale conceber o campo psi pessoal antes como uma esfera do que
como um raio. Dentro do campo - como as camadas de uma cebola ou, talvez
mais apropriadamente, como os envoltórios de uma pérola -, toda experiência,
trauma, miasma ou toxina são registrados. (unha o leitor em mente que, no interior
do campo, a disposição não é em camadas; nós fornecemos aqui apenas um modelo
exp/icativo tridimensional)
Quando os mecanismos auto-reguladores da pessoa (sua "mente", seus siste-
mas imunológico e homeostático) entram em choque com essas entidades,
desativam-nas ou "expelem-nas". Elas são relegadas ao passado. Na realidade, po-
rém, o evento (seja ele experiência, trauma, miasma ou toxina) continua a exercer
seu efeito no sentido de que contribui para a natureza dinâmica geral do indiví-
duo. Nos termos do nosso modelo, convém imaginar o campo todo como dotado
de vibração compósita, cada evento apresentando uma vibração ou perturbação
particular. Quanto menor o problema, menor a vibração - portanto, menor a
sua influência na "vibração" do campo psi como um todo.
Algumas camadas são de trato mais difícil que outras. Considerando-se sua
capacidade de "vibrar" em desarmonia com o campo, às vezes perturbam o bom
funcionamento do campo psi e, mesmo, afetam gravemente o modo como ele
opera e organiza o corpo físico. A energia das camadas próximas só consegue
paralisá-Ias, impedi-Ias de agir, operando assim como uma capa de proteção. Mas
quando retomam a atividade e começam a vibrar fora de ritmo, seus efeitos (que
podem tanto estimular quanto inibir, no sentido funcional) se manifestam por
todo o campo, prejudicando o corpo etérico, o campo emocional e o campo intelectuaL
Isso, é claro, reduz a vitalidade geral do campo. Em seguida, os efeitos se transmi-
tem ao corpo físico por intermédio de conexões sutis, quando então a pessoa tem
a percepção de não estar bem.
Examinemos alguns exemplos:
1. Alta vitalidade sem distúrbios (Figura 13). Nessa situação, a pessoa apresenta
alta vitalidade, sem que os miasmas e toxinas causem problemas. O campo psi
está "equilibrado", de modo que as conexões sutis funcionam bem e o indiví-
duo se sente saudável.
2. Vitalidade moderada com distúrbio ligeiro (Figura 14). Nessa situação, a vitali-
dade foi reduzida em virtude da ação de um miasma entranhado. É uma con-
dição crônica preocupante. Exemplo: miasma tuberculoso causador de pro-
blemas como insônia ou enxaqueca.
3. Vitalidade moderada com distúrbio ligeiro e baixa resistência (Figura 15). Nessa
situação, uma toxina como a do alumínio é adquirida, produzindo perturba-
ções mantidas sob controle e bloqueadas por outra camada de evento. Um
A ABORDAGEM PSIONlCA 145
CONEXÕES
SUTIS
SENSAÇÃO DE BEM-ESTAR
Figura 13
Figura 14
A ABORDAGEM PSIÓNlCA 145
CONEXÕES
SUTIS
SENSAÇÃO DE BEM-ESTAR
Figura 13
Figura 14
146 MEDiCINA PSIONICA
CAMADA DE ALUMíNIQ-.-PROBLEMA
OS PROBLEMAS SE AGRAVAM
A CAMADA DE CONTENÇÃO
DISTÚRBIO GRAVE
Figura 15
A ABORDAGEM PS10N1CA 147
SARAMPO
ASMA
ECZEMA
ECZEMA ATIVO
Figura 16
148 MEDICINA PSIONICA
5. Vitalidade baixa com várias camadas agitando-se umas às outras para provocar
distúrbio moderado ou grave (Figura 17). Nessa situação, muita coisa pode
acontecer, dependendo das toxinas presentes e da área do indivíduo por elas
Figura 17
A ABORDAGEM PS10N1CA 149
AGITAÇÃO EXTERNA
Figura 18
150 MEDICINA PSIONICA
A técnica de Laurence-Upton
Como o leitor já sabe, a Medicina Psiônica utiliza a faculdade radiestésica ou
rabdomântica a fim de contatar o campo psi pessoal do paciente. Faz isso atentan-
do para os movimentos do pêndulo suspenso sobre uma amostra de sangue ou
cabelo, isto é, amostra da proteína do cliente. Essa proteína, embora já separada
fisicamente do indivíduo, continua a fazer parte de seu campo psi pessoal. Pode,
pois, fornecer-nos informação energética naquele mesmo momento (veja seção
sobre Interconexão nos Capítulos 1 e 4).
A técnica em si foi primeiro desenvolvida por George Laurence, que depois a
atualizou com a assistência de Carl Upton - daí o nome técnica de Laurence-
Upton.
Ambos os pesquisadores sabiam muito bem como deveriam praticá-Ia e ensiná-
Ia, de modo que convém agora deixar Carl Upton explicar suas próprias idéias:
O DESENCADEAMENTO DA DOENÇA
ENFRAQUECE A CAMADA DE CONTENÇÃO
CRISE GRAVE
COLAPSO TOTAL
BLOQUEIO NAS
CONEXÕES SUTIS
Figura 19
152 MEDICINA PSIÓNlCA
a forma de reações indicadas pelo pêndulo seguro em sua mão, usado para os desvios de
norma com referência a um diagrama apropriado. Um requisito bdsico é a proficiência
em anatomia, fisiologia, patologia, bacteriologia e farmacologia, além de experiência
prdtica no assunto. Acrescentem-se a isso os primeiros princípios da medicina e da
cirurgia, juntamente com elementos de psicologia: assim, o operador poderd equacionar
na mente a formulação necessdria ao exercício da faculdade rabdomântica. Uma série
de coordenadas, se sepode dizer desse modo, tem de ser inicialmente estabelecida, o que
depende em muito da experiência do profissional. Issoposto, afaculdade rabdomântica
estard capacitada a responder em termos significativos, que serão entendidos com rela-
ção aos dados clínicos observados e à história do paciente.
Se, em medicina ortodoxa, o diagnóstico é interferencial, segundo normas padro-
nizadas tanto na memória intelectual quanto na literatura de referência, de sorte que
as conclusões lógicas são indiretas, a medicina psiônica chega a conclusões imediatas e
diretas, que se originam de outra dimensão do conhecimento.
Quando se utilizam referências padronizadas, como nos procedimentos diagnósti-
cos tradicionais, não é dificil estabelecer normas definidas de procedimento; mas quan-
do a diagnose exige sensibilidade individual, nenhum texto serd capaz de reproduzir
isso adequadamente. Na verdade, qualquer tentativa de agir dessa maneira poderd
conduzir a noções equivocadas e, conseqüentemente, a distorções que sem dúvida pre-
judicarão o bem-estar do paciente e a reputação do clínico. Eis o motivo pelo qual as
técnicas da Medicina Psiônica só podem ser ensinadas, verbal e pessoalmente, por um
profissional qualificado.
Recomendam-se os exercícios simples do Capítulo 10 aos médicos, dentistas e vete-
rindrios interessados em iniciar-se na prdtica do pêndulo. Entretanto, a aplicação dos
conhecimentos adquiridos terd de pressupor as técnicas específicas de diagnose da Me-
dicina Psiônica e de seleção de remédios, obtidas pela instrução pessoal. Talvez devêsse-
mos enfatizar que as técnicas da Medicina Psiônica só devem ser ensinadas depois que
o candidato se mostrar hdbil no uso do pêndulo. De igual modo, o praticante que não
tiver experiência e conhecimento médico bdsico não inieiard ainda seu aprendizado.
I ---"
1-
.~---- _.._--ç...
.•-:_'-~
---i----. _
Figura 20
40 30 20 10 00 10 20 30 40
70 70
80 80
90 90
100 100
110 110
120
130
140 140
150 150
160170 180 170160
POSITIVO NEGATIVO
40 30 20 10 00 10 20 30 40
60
70 70
80 80
90 90
100 100
110 110
120
130 130
140 140
150160170 170160150
Figura 21
A ABORDAGEM PSIONlCA 155
A tríade criadora
Mencionemos, em especial, três testemunhas: proteínas ou aminoácidos, DNA e
RNA. Novamente, convém deixar Carl Upton discorrer sobre a importância delas:
nha melhor é o RNA. Tais mudanças ocorrem o mais das vezes depois da incidência de f
infecções agudas ou da aplicação de suas vacinas correspondentes. São conhecidas em (
Medicina Psiônica como toxinas adquiridas, que também predispõem a sintomas apa-
rentemente sem nenhuma relação com a infecção. Pode-se removê-Ias homeopatica-
mente.
Não raro, as toxinas adquiridas afetam padrão genético e suscitam uma predispo-
sição crônica semelhante à provocada peÚJsherdados.
Talvez seja por meio de algum mecanismo desses que se estabelece a cadeia
miasmática. Na prática, descobriu-se que as toxinas adquiridas costumam aparecer
quando se usa o DNA como testemunha, especialmente se todos os miasmas já foram
removidos.
Permissão
A questão da permissão é um princípio ético fundamental. Só se pode contatar o
campo psi de uma pessoa se ela o consentir. Isso quer dizer, na verdade, permissão
em diferentes níveis.
Em primeiro lugar, a análise só é feita a pedido. Quase sempre a solicitação
parte do próprio paciente, mas podem fazê-Ia também parentes, tutores ou
terapeutas (no caso de animais, os donos). Porém, uma vez obtida a autorização
verbal ou tácita, a pergunta que ocorre durante a análise propriamente dita é (mais
ou menos):
Será licito analisar esta amostra do paciente?
Se a resposta for afirmativa, pergunta-se algo assim:
Poderei ajudar estepaciente?
A Medicina Psiônica ajudará este paciente?
Estou qualificado para tratar deste paciente?
Devo cuidar deste paciente agora?
Essas perguntas são extremamente importantes porque permitem ao incons-
ciente da pessoa, seu eu superior, expressar opiniões. Mas pode suceder que as
respostas a todas elas sejam negativas. Nesse caso, talvez convenha renunciar à
análise, de vez que não houve autorização. A experiência dos profissionais é quase
unânime em asseverar que, sem permissão, qualquer tentativa de assistência será
malsucedida ou, mesmo, leviana.
Tais situações costumam ocorrer em presença de doenças graves, quando o eu
superior da pessoa haja decidido, por alguma razão, não ser esse o tratamento que
deseja nem o de que necessita. Pode ser difícil para o paciente, os parentes ou
mesmo o médico, mas tal desejo tem de ser respeitado.
Muitas vezes, é claro, as respostas serão afirmativas, sem que por isso se indi-
que necessariamente a Medicina Psiônica: nesse caso, um questionamento mais
A ABORDAGEM PSIÚNICA 157
Quatro etapas
O esquema básico da abordagem, tal qual concebido por Laurence, consiste de
quatro etapas:
Abertura
A Medicina Psiônica é, essencialmente, um processo de abertura pelo qual se en-
contram as chaves certas (remédios) que irão anular os miasmas ou toxinas
"trancafiados" no campo psi da pessoa. Se se escolhem as chaves erradas, a fecha-
dura não se abre e nada se consegue.
Em geral, com a eliminação da toxina ou miasma, o paciente se sente melhor
e os sintomas arrefecem. Mas às vezes há um agravamento dos sintomas da doença
ou de problemas passados. Não duram muito, porém.
Aqui, o recurso ao modelo da cebola para figurar as camadas do miasma ou
toxina é útil para a compreensão dos efeitos dos remédios.
Cada camada representa uma toxina ou miasma e constitui, na verdade, uma
memória compósita de doença ou trauma anterior, no indivíduo ou num ascen-
dente. Vale notar que uma camada pode encerrar diferentes memórias compósitas.
A palavra "memórià' é importante porque, neste contexto, apresenta três tipos
que se impõe considerar. São eles:
campo psi como toxina, conservará uma lembrança. Uma toxina estreptocócica
costuma, assim, suscitar uma lembrança física na garganta; ou pode haver memó-
ria corporal no intestino de uma toxina de constipação gástrica. As articulações,
não raro, preservam lembrança corporal de lesões passadas. Efetivamente, é como
se a parte física alimentasse a recordação do problema, sendo capaz de revocá-Ia a
fim de produzir sintomas ou sinais. Quando a chave certa é utilizada para libertar
uma toxina, a pessoa pode ter a experiência das memórias emocional, psicológica
ou corporal. Muitas vezes (mas nem sempre) a toxina sob tratamento é a mais
superficial, de sorte que o paciente costuma vivenciar uma recorrência da condi-
ção mais recente (de forma bastante reduzida) junto com outros sintomas - de-
pendendo do fato de as memórias emocional e psicológica estarem ou não
"trancafiadas" .
As Figuras 22 e 23 ajudarão a compreender melhor isso. Na Figura 22, o
remédio homeopático é comparado a uma bola de críquete que atirássemos a uma
poça de água. A superfície da água lembra o campo energético. O remédio produz
um efeito de encrespamento dispersivo. Detritos vêm à tona e também se disper-
sam. A certa altura, dado que o remédio vibra em consonância com as camadas de
toxina (e esse é apenas um modelo do que realmente acontece, lembre-se o leitor),
o encrespamento libertará a toxina. Essa é constituída em geral pela camada exter-
na (nem sempre, porém - cada caso exige análise individual, pois apresenta ne-
cessidades únicas e, portanto, tratamento personalizado).
REMÉDIO HOMEOPÁTICO
CAMADA EXTERNA
DE CONTENÇÃO
Figura 22
160 MEDICINA PSIONICA
MEMÓRIA EMOCIONAL
p. ex., ciúme, cólera, depressão, ansiedade
- sem acionamento óbvio, mas relacio-
nada a uma emoção passada
MEMÓRIA PSICOLÓGICA
MEMÓRIA CORPORAL
p. ex., dor, respiração difícil, alteração
funcional, urticária
- sem nenhum acionamento óbvio, mas
relacionada a sintoma ou condição física
anterior
Figura 23
Notas
1. As testemunhas psiônicas consistem usualmente em frascos de 1 g contendo tabletes
ou grânulos tratados segundo determinada potência homeopática da amostra desejada.
2. Os sais bioquímicos de tecidos são um grupo de compostos inorgânicos presentes no
corpo humano e responsáveis por certas funções metab6licas. Todo um sistema
terapêutico, chamado "bioquímica", foi elaborado pelo Dr. William H. Schuessler,
que começou a publicar sua obra em 1837. Existem doze sais básicos desse tipo e
162 MEDICINA PSIONlCA
A
envidando
brir a causa da doença e removê-Ia. As funções auto-reguladoras do indiví-
Medicina
duo - emPsiônica não é uma
outras palavras, panacéia.
o poder 1 Seu objetivo cifra-se em desco-
curativo da natureza - estão sempre
seus melhores esforços, mas os miasmas, as toxinas e outros traumas
podem interferir no processo de várias maneiras, como vimos no último capítulo.
A Medicina Psiônica funciona como um método integrativo, que associa alopatia
e homeopatia. Às vezes, revela-se o único método necessário; e às vezes trabalha
em conjunção com outros. No mínimo, ela aliviará a carga tóxica que age como
um freio sobre a autocura natural e as funções auto-reguladoras da pessoa, tornan-
do-a mais receptiva a outros métodos.
À guisa de exemplo, não é raro ver alguém que não respondeu a determinado
método submeter-se ao psiônico e em seguida curar-se graças ao método original.
Observa-se isso, com bastante freqüência, nas queixas de dores de coluna crônicas
que resistem à fisioterapia, à acupuntura e às técnicas quiropráticas até a carga
tóxica ser removida.
163
164 MEDICINA PSIONICA
QUEIXAS APRESENTADAS
Ginecológicas e urinárias
5%
Prevenção
6%
Sangue e circulação
6%
Fadiga crônica
Hormonais
13%
6%
Psicológicas
6%
Respiratórias
11%
Pele
8%
Intestinos Reumatológicas
9%
10%
Figura 24
o Homens
10 • Mulheres
9
8
7-
E 6 -
Q)
Cl
as
c 5-
Q)
~ 4
rf 3
2
1
O
Câncer Fadiga crônica Pele Reumatológicas Respiratórias
Figura 25
166 MEDICINA PSIONICA
90 -
79
80·
70
60
50
%
40
30
20
10 -
Figura 26
Nesta altura, vale a pena considerar de que modo alguns desses miasmas e
toxinas afetam a pessoa. E de novo, em parte para dar a este trecho um cunho
original, segue-se o artigo de Carl Upton publicado originalmente em apêndice à
segunda edição do presente livro. (NB: por bioplasma, entenda-se o campo psi
pessoal.)
OUTROS
BACTÉRIA
5%
LESÕES
7%
ENERGIAS VíRUS
8% 18%
MINERAIS
11% VENENOS
15%
Figura 27
ras menos materiais. O bioplasma, por exemplo, pode ser afetado por processos
psíquicos que com a mesma rapidez produzirão alterações no nível físico. E bem
se sabe que estados psicológicos negativos tornam o corpo muito mais vulnerável
à infecção.
Em contrapartida, bons estados psicológicos conferem certo grau de imuni-
dade, não se devendo considerar por isso apenas as possibilidades negativas. Os
princípios, leis e processos envolvidos também podem curar. A pródiga natureza
disponibiliza todo um leque de influências capazes de promover um estado de
reconciliação e, conseqüentemente, de saúde - se tais influências forem correta-
mente entendidas. Na prática médica psiônica e homeopática, faz-se amplo uso
desses recursos naturais.
É evidente que a exploração da esfera bioplasmática exige uma abordagem
meticulosa e pessoal, nunca redutÍvel a bases rotineiras. Contudo, observações
realizadas durante longo período já permitem formular algumas correlações apro-
ximadas entre estados bioplasmáticos e sintomas clínicos associados. Elas funcio-
nam apenas como um guia para as áreas de desarranjo, que depois serão examina-
das pela técnica psiônica.
Outra dificuldade é que, à falta de termos específicos para definir os estados
da dynamis vital ou bioplasma, a única opção reduz-se a nomear as manifestações
clínicas. Assim, quando se menciona um estado tuberculoso, não se fala de infec-
ção aguda ou bacilo, mas da condição observada do bioplasma naquelas circuns-
tâncias. E convém notar que tal estado pode apresentar vínculos com uma série de
sintomas de outro modo considerados irrelevantes. Assim, também, a palavra to-
xina refere-se, no presente contexto, a um distúrbio bioplasmático e não a uma
manifestação clínica.
Uma vez compreendido esse ponto, a Tabela I, contendo algumas correlações
observadas ao longo de muitos anos, fornecerá sem dúvida um caminho viável
para possíveis áreas de pesquisa.
Os "miasmas" clássicos são em geral definidos da seguinte maneira:
Fase negativa
O distúrbio originário do enfraquecimento do bioplasma é conhecido como "fase
negativà'. Difere do estado de condensação, que ocorre quando estão presentes
toxinas e miasmas. Relaciona-se à hiperatividade da propriedade de repulsão do
bioplasma. Os sintomas clínicos são: debilitação vital associada à superexpansão
da proteína; letargia; perda de coordenação física e psicológica; dores erráticas e
indeterminadas. A fase negativa costuma ocorrer em seqüência a cirurgias de por-
te, lesões e traumas psicológicos. Pode ser transitória, mas se o grau de desarranjo
for intenso ou prolongado, persistirá por longos períodos sem que se detecte a
causa. Estando presente, aumenta a possibilidade de infecção.
A Tabela 1 foi compilada por Carl Upton e não deve ser considerada uma lista
definitiva dos miasmas e toxinas, nem de seus efeitos. Muitos ainda estão por ser
descobertos, porém estes são os mais comuns e de certa forma representam o
registro completo. Queira o leitor examinar também as tabelas do Capítulo 6, do
Dr. Farley Spink, e do Capítulo 14, do Dr. Mark Elliott.
Toxina da gonorréia
Neoplasias, verrugas, fibromas, papilomas e formações tumorais são freqüentemente asso-
ciados a essa condição. Osteoartrite, gota e supurações catarrais geniturinárias; prostatites.
Tendência à retração e ao egocentrismo.
Toxina do sarampo
Problemas de pele e afecções dos tecidos cardiovasculares, membranosos e epiteliais. Quando
associada ao estado tuberculoso, o que é comum, essa toxina pode agravar os efeitos clíni-
cos e, não sendo expelida, tende a entranhar-se e tornar sua remoção mais difícil.
Staphylococcus aureus
As toxinas residuais podem provocar sintomas respiratórios e gastrintestinais crônicos.
Sinusite, tonsilite e bronquite refratária ao tratamento convencional (quase sempre por
antibióticos) indicam com freqüência a presença dessa toxina. Relaciona-se também à
inflamação crônica da vesícula biliar e a outros distúrbios do sistema porta.
Staphylococcus albus
Problemas de pele, furúnculos e carbúnculos sugerem a presença dessa toxina.
Streptococcus
Condições cardiovasculares, osteomusculares e neurológicas podem estar relacionadas.
Observa-se com freqüência o envolvimento das meninges e mucosas. Infecções de garganta.
172 MEDICINA PSIONICA
Influenza
Depressão (às vezes por longo período). Distúrbios respiratórios e gastrintestinais. Estados
emocionais negativos, lassidão e falta de energia.
Micrococcus catarrhalis
Sinusite crônica, rinite.
E. colí
Inflamação crônica e recorrente do trato geniturinário. Cistite, males dos rins, prostatite.
Febre glandular
Anormalidades linfáticas e debilitação recorrente.
Malária
Distúrbios do sangue, debilidade, depressão e perturbações psicológicas.
Desinteria amebiana
Males do fígado e problemas digestivos crônicos, às vezes por longos períodos. Fraqueza
geral.
Poliomielite
Constipação refratária. Função muscular desordenada, conducente a deformações. Insta-
bilidade local.
Alumínio
Problemas cutâneos, digestivos e neurológicos. Varizes. Ulceração péptica, hérnia de hiato
e esofagite. Inflamações intestinais.
Vacinação
Neoplasias fibrosas, tumores, verrugas. Os sítios mais comuns das anormalidades são a
pele, o seio e o trato geniturinário.
Paratifóide
Distúrbios osteomusculares e digestivos.
Coqueluche
Dores crônicas no peito.
A MEDICINA PSIONICA NA PRÁTICA 173
SalmoneUa
Problemas digestivos crônicos. Fraqueza.
Herpes Zoster
Dor e lesão cutânea persistentes. Fraqueza.
Brucelose
Má saúde crônica, afetando diversos sistemas e tornando lenta a recuperação do paciente.
Parasitos internos
Toxemia geral, que pode afetar qualquer órgão, produzindo irritação e fraqueza generalizadas.
Parasitos tropicais
Distúrbios digestivos persistentes e afecções de tecidos fibrosos em virtude de toxemia
crônica.
Numa escala de pH, ele descobriu que a mulher normal, de qualquer idade,
parece sair-se melhor com um pH de 7,1 (derivado de teste radiestésico), ao passo
que o homem situa-se de preferência no lado alcalino de pH 7,5. Os verdadeiros
pacientes de ME, ao que tudo indica, apresentam um substrato de pH ácido de
6,5 (quando podem aparecer sinais de hipoglicemia). Já as pessoas em fase negati-
va costumam operar, sem nenhuma eficiência, com um pH alcalino de 8,0.
(Ver também a seção sobre "Resposta positiva ou negativà' no Capítulo 6, que
trata dos miasmas e toxinas, do Dr. Farley Spink.)
Casos clínicos
Aqui chegados, vale a pena reservar algum tempo para examinar os tipos de condi-
ções observadas na prática psiônica e ter um vislumbre da espécie de tratamento
proposto.
Os casos seguintes foram colhidos em artigos publicados na revista Journal o/
the Psionic Medical Society. Não se acham dispostos em ordem cronológica, mas
livremente, conforme a queixa apresentada. Essa opção foi deliberada porque os
casos de responsabilidade do Dr. George Laurence e do Sr. Carl Upton aparecem
ao lado dos de profissionais contemporâneos.
ENXAQUECA
Sr. C. ~, 57 anos
A primeira manifestação da enxaqueca, com dores de cabeça intensas, náuseas e
vômitos, ocorreu aproximadamente aos 18 anos de idade.
As crises, muitas vezes associadas a eventos emocionalmente penosos, em ge-
ral duravam algumas horas, respondendo à sedação leve e ao sono. Com o tempo,
porém, a duração foi aumentando até alcançar uma duração de três dias, inician-
do-se comumente ao despertar.
Por alguns anos, as crises pareciam obedecer a uma espécie de padrão rítmico
e se manifestavam quase sempre nos fins de semana. Ao que tudo indicava, certos
alimentos aguçavam a suscetibilidade. Os efeitos perturbadores da doença leva-
ram o paciente a buscar todas as formas de tratamento, na ânsia de curar-se. A
medicação ortodoxa com tartarato de ergotamina e outras drogas não deu resulta-
dos, tendo ele de recorrer a sedativos fortes à base de codeína e permanecer quieto
num quarto escuro.
Em 1966, um diagnóstico psiônico revelou a existência de miasmas tuberculosos
de dois tipos: bovino e de Koch. O tratamento durou várias semanas. Desde en-
tão, não houve mais crises características. Ocorreram algumas cefaléias ocasionais
como conseqüência de períodos de estresse, mas responderam prontamente a se-
dativos leves.
Sr. S. C. ~, 44 anos
O paciente relatou que sofria de crises freqüentes de enxaqueca há vinte e cinco
anos, ultimamente várias vezes por semana. Também se queixou de cansaço fre-
qüente. Os primeiros sinais da crise eram lampejos de um dos lados da cabeça,
seguidos de dores nesse lado, enjôo e vômitos na maior parte das ocasiões. No
decorrer da crise, a luz o incomodava. E a crise persistia por cerca de cinco
horas.
A análise psiônica revelou miasma tuberculoso duplo e desequilíbrio das meninges.
Havia ainda uma toxina do sarampo. O tratamento foi iniciado com vistas a elimi-
nar os fatores tóxicos herdados ou adquiridos, ocorrendo de pronto uma resolução
de freqüência e intensidade das crises. Cinco meses depois, o paciente escreveu
A MEDICINA PSIONICA NA PRÁTICA 175
SíNDROME DE RAYNAUD
Srta. R. ~, 32 anos
Esta mulher de ascendência afro-caribenha sofrera de mãos geladas a vida toda.
Não pudera praticar esportes na escola nem passava muito tempo fora de casa
durante o inverno. Só nos meses de verão conseguia dispensar as luvas. E mes-
mo então evitava nadar, pois a temperatura das piscinas comuns podia provocar
CrIses.
Com a idade de 30 anos submeteu-se à análise psiônica, que detectou uma
toxina da lepra herdada. Após tratamento com o nosodo e alguns remédios ho-
meopáticos de apoio, o problema praticamente desapareceu.
Naquele inverno ela folgou muito em brincar na neve com o sobrinho - sem
luvas.
A asma e o eczema vêm se tornando problemas cada vez mais comuns. Com
freqüência, são condições entranhadas que exigem medicação homeopática por
longo período; mas o tratamento psiônico quase sempre é bem-sucedido.
M. H., 9 anos
Este garoto vivera atormentado pela asma e o eczema recorrente desde a idade de
seis meses. Só quando ele completou nove anos é que seus pais recorreram ao
conselho de um profissional psiônico, que descobriu dois miasmas subjacentes -
TK(miasma tuberculoso de Koch) e poliomielite. Após dois meses e meio, o miasma
da polimielite foi eliminado e o TK grandemente reduzido. Mas logo se descobriu
também um TB (miasma tuberculoso bovino) e um pertussis (coqueluche).
O tratamento prosseguiu por mais seis meses. Porém, embora o miasma da
coqueluche desaparecesse prontamente e se reduzissem as leituras do TK e do TB,
esses miasmas revelaram-se muito resistentes. Só depois de outros seis meses é que
puderam ser eliminados. Nessa altura, o garoto desenvolveu uma infecção por
staphylococcus aureus e, surpreendentemente, os miasmas se tornaram ativos por
mais dois meses, antes de desaparecer por completo.
Durante um ano de escola, metade do qual despendido em tratamento contí-
nuo, sua saúde melhorou consideravelmente e ele não teve problemas. Mas, de
volta à casa para as férias de verão, a asma reapareceu. Concluiu-se que isso se
devia à excitação emocional e, de fato, após novo tratamento homeopático, o qual
cedeu e no Natal não houve recorrência, apesar de uma epidemia de gripe que
grassava na época.
No ano seguinte, seu pai escreveu: "Concluo que a terapia dispensada a meu
filho mostrou-se progressivamente bem-sucedida. Sua saúde é agora excelente e
sua assiduidade na escola, perfeita. Ele está se saindo bem nos estudos e convive
normalmente com os colegas."
Este caso revela um fato importante, ou seja, que em condições crônicas reni-
tentes um padrão residual parece persistir temporariamente, mesmo depois de
removidas as causas, podendo ser acionado por fatores tóxicos ou emocionais,
como aqui, em que a emoção suscitou uma crise asmática.
N. T., 7 anos
Esta criança sofrera de asma praticamente a vida toda. Faltava com freqüência às
aulas e inquietava bastante a mãe, que pouco podia fazer por ela.
A análise psiônica revelou os usuais miasmas TB/TK juntamente com uma
toxina de sarampo. Após duas séries de tratamento, sua mãe relatou que o menino
178 MEDICINA PSIONICA
deixara de contrair resfriados e não mais tivera crises de asma, quando antes um
resfriado sempre produzia ataques severos. Não mais precisou de cuidados e, se-
gundo a mãe, a vida de ambos mudou.
M. S. R., 7 anos
Esta menina teve sarampo aos vinte meses e bronquite aos dois anos de idade,
seguida mais tarde de nova crise e, um mês depois, teve pneumonia.
Daí por diante esteve sujeita a episódios de asma. O mínimo resfriado pare-
cia acionar o achaque, só aliviado por vaporizador e xaropes broncodilatadores.
A crise durava em geral uma semana e a menina tinha muitas vezes de ser levada às
pressas para o hospital.
Quando beirava os sete anos, buscou-se outra forma de aconselhamento. A
análise psiônica mostrou que os fatores subjacentes da doença eram os miasmas
TE/TK, além da toxina adquirida de sarampo. Prescreveu-se o tratamento, que a
princípio agravou a asma (agravação homeopática); mas ela logo se recuperou.
Com a seqüência da terapia, os miasmas e a toxina desapareceram, de sorte que na
primavera seguinte, a despeito do frio que fizera no inverno, ela se sentiu livre da
asma e gozou de boa saúde a partir de então.
remédios em quatro meses, com bons resultados. O paciente, que tivera longo
contato com o alumínio, substituiu todos os utensílios da cozinha por peças de
ágata e aço inoxidável, evitando o alumínio o mais possível.
Naquele mesmo ano o paciente notou uma ligeira recorrência, que a análise
revelou dever-se à toxina do alumínio, outra vcr. eliminada.
Algum tempo depois, ele escreveu dizendo ter descoberto que a fonte da expo-
sição ao alumínio tinha sido produzida por alimentos congelados, antes prepara-
dos numa panela de pressão desse metal.
CONDiÇÕES PSICOLÓGICAS
Notas
1. Panacéia, remédio universal ou "cura-tudo". Do grego panakeia (pan, "tudo", e akeisthai,
"curar", de akos, "remédio").
Na mitologia grega, Asclépio (Esculápio), o deus da cura, tinha várias filhas, sen-
do suas favoritas Higéia e Panacéia. O juramento original de Hipócrates começa as-
sim: "Juro por ApoIo, Higéia, Panacéia e todos os deuses e deusas do panreâo ..."
o Método Psiônico
na Odontologia
Muitos dos profissionais psiônicos de hoje tiveram a sorte de terem sido ins-
truídos por Carl, que lhes desdobrava um panorama equilibrado das possibilida-
des da filosofia oriental e da ciência ocidental. O ensaio seguinte, originalmente
publicado pela Sociedade Médica Psiônica, resume suas idéias sobre o modo de
utilizar a Medicina Psiônica em odontologia.
Carl permaneceu ativo na prática médica psiônica até pouco antes de falecer,
em 1996.
instituir paralelamente tratamento com vista à correção das causas inerentes, res-
ponsáveis pela debilitação da estrutura e pelo metabolismo falho dos tecidos
dentários.
Laurence demonstrou não somente que as influências de doenças graves num
antepassado logram perturbar o equilíbrio do campo psi pessoal das gerações se-
guintes, expressando-se como miasmas, mas também que certas moléstias infecci-
osas têm efeito imediato ao produzir o que ele chamou de 'resquícios' ou Toxinas
Dinâmicas Adquiridas no corpo formativo. Ambos constituem fatores causativos
que precisam ser eliminados antes da cura no sentido real da palavra. Do ponto de
vista da odontologia, por mais meticulosa que seja a operação de restauração ou a
escolha dos alimentos e do modo de vida, o paciente permanecerá constantemen-
te sob risco de lesões dentárias se os miasmas e toxinas dinâmicas não forem remo-
vidos.
Em um número crescente de casos de distúrbios dentários diagnosticados e
tratados pelo método psiônico, a incidência mais elevada e quase universal é a dos
miasmas humanos e bovinos; há a evidência ainda não inteiramente confirmada
de que os da tuberculose bovina são especialmente importantes como possível
predisposição às cáries dentárias.
Tanto os miasmas quànto as toxinas dinâmicas adquiridas, vinculadas ao sa-
rampo, também ocorrem com freqüência. Menos comuns são os miasmas da sífilis
e da gonorréia. Entre as toxinas dinâmicas adquiridas mais corriqueiras estão as
associadas a staphylococcus aureus, streptococcus, E. coli, proteus, gaertner, morgan,
bacillus catarrhalis e poliomielite, além das derivadas de vacinação e alumínio. Não
se confirmou que todas elas tenham efeitos diretos sobre os distúrbios dentários,
embora, sem dúvida, a E. coli e a da vacinação predisponham a condições
paradontais.
É considerado de grande importância, agora que contamos com as técnicas da
Medicina Psiônica, diagnosticar e eliminar miasmas ou toxinas adquiridas nas
crianças sempre que possível e em escala crescente, à medida que novos profissio-
nais se tornem disponíveis. Não apenas as crianças respondem com rapidez e efi-
ciência a esse tratamento como, o que é mais benéfico, a cadeia dos miasmas se
rompe. As crianças assim cuidadas deixam de ser 'veículos' de influências adversas
e asseguram a seus próprios filhos uma melhor expectativa de saúde desde o início.
Durante a adolescência e a gravidez, todas as toxinas dinâmicas oriundas de infec-
ções agudas ou outras causas precisam ser removidas. A deficiência de qualquer
elemento ativo, vitaminas ou minerais essenciais, que em geral acompanha as per-
turbações do campo psi, exige reposição.
É evidente, com base nessas observações, que as técnicas psiônicas podem ser
de valor inestimável no combate ao moderno surto de moléstias dentárias debi-
188 MEOlCINA PSI0NlCA
litantes. Deve-se isso à introdução de uma nova dimensão na terapia, como ilus-
trado clinicamente a partir da experiência prática no trato das cáries.
Em sentido estrito, o quadro clínico apresentado por essa doença é uma rup-
tura dos tecidos duros dos dentes. Técnicas mecânicas são utilizadas para extirpar
tecidos doentes e fornecer restaurações funcionais substitutivas. É principalmente
nesse campo que trabalha o cirurgião-dentista, o qual, entretanto, pode ampliar
seu leque de pesquisas pelo exame dos fatores ambientais. Má higiene local e
desequilíbrio dietético estimulam, como se sabe, a degeneração dos tecidos, de
sorte que, além da restauração mecânica, é preciso atentar sempre mais para as
medidas preventivas.
Essas medidas, porém, ainda se referem à causação física, ao passo que as
técnicas psiônicas introduzem uma dimensão diferente na esfera da diagnose e do
tratamento. Em bom número de casos que revelaram incidência de cáries dentárias,
a análise médica psiônica descobriu a presença de miasmas herdados - usual-
mente tuberculosos e principalmente do grupo bovino, conforme já menciona-
mos. Em suma, observa-se uma predisposição genética à doença da cárie. Os den-
tistas, é claro, devem ter suspeitado disso há muito tempo; porém, a natureza e a
causa da predisposição não apareciam no trabalho voltado para os aspectos pura-
mente físicos da diagnose e da terapia. Foi necessário o surgimento de uma pers-
pectiva nova, aberta pelas técnicas médicas psiônicas, para se chegar a compreen-
der os fatores básicos determinantes da origem da doença e os meios para sua
erradicação.
Embora as técnicas cirúrgicas em odontologia e as medidas de prevenção
ambiental conseguissem alçar o nível da eficiência funcional dentária - até certo
ponto -, não chegaram a reduzir a incidência da moléstia do ponto de vista
genético. Isso agora é possível graças à análise psiônica e à eliminação dos miasmas
causativos envolvidos.
Para o cirurgião-dentista que deseja acrescentar uma nova dimensão à sua
prática, os requisitos principais são o conhecimento da Matena Medica homeopá-
tica e a capacidade de utilizar a aptidão psiônica, coisas que exigem longo período
de adestramento. Mas, com semelhante aparato, a terapia será bem mais abrangente
e aprofundada, pois levará em conta o elemento fundamental da busca da saúde: o
homem como um todo."
A Medicina Veterinária Psiônica
o miasma sifilítico
As doenças do quadro sifilítico caracterizam-se por um esforço crônico e desespe-
rado no qual o corpo a si mesmo se destrói ao procurar sobreviver. Observam-se,
classicamente, a ulceração e o colapso de estrutura, porquanto a doença não é con-
trolável. Psicose, agressão e comportamento anti-social são identificados em pre-
sença desse miasma.
Com freqüência, tal padrão se manifesta em idade tardia.
Sintomas fisicos comuns: os que se agravam à noite, por causa de tempestades, calor
ou frio. Há melhora quando o paciente se movimenta ou recebe aplicações de
compressas frias. Também são comuns a má cicatrização de feridas, queixas de
odores irritantes para a pele e fraqueza nas articulações. A ottalmia neonatal em
cãezinhos é sintoma do problema (originário dos pais) e mostra-se mais comum
no Welsh Springer Spaniel, onde aparece ao lado da epilepsia, neuroses, malformação
(ou ausência) de ancas. Aqui, são bastante claros os traços hereditários.
É interessante notar que a obra da veterinária Ora. Susan Wynn (inédita) sobre
cinomose e vacina antiparvovírus mencionou a tendência direta a destruir a glân-
dula tireóide em algumas linhagens - prova da natureza deletéria das vacinas e
desse miasma. Seu trabalho foi comparado ao do Or. Jean Oodds, veterinário, que
demonstra a tendência das vacinas caninas a provocar doenças auto-imunes (Oodds,
W J., 1983).
Os remédios comuns adotados pela homeopatia clássica incluem Mercury, Acid nit,
Aurum e Heavy Metals, Kali bich, Asafoetida e Phytolacca.
o miasma sicótico
As moléstias sicóticas manifestam-se como hiper-respostas oriundas de uma defi-
ciência do sistema imunológico normal. Por exemplo: tumores, outras doenças
proliferativas e algumas alergias. Quer dizer, há uma super-resposta da parte do
corpo inadequadamente controlada por mecanismos normais. Neuroses.
Esses padrões são observados com freqüência em pacientes de meia-idade.
o miasma psórico
As moléstias psóricas caracterizam-se por um esforço constante e inadequado em
prol da cura, isto é, uma deficiência de resposta da força vital. Classicamente, a
reação do corpo é óbvia nas partes expostas ao mundo exterior: pele, sistema ner-
voso e intestinos. Distúrbios fUncionais. Deficiências orgânicas.
Muitas vezes, essas doenças aparecem na primeira fase da vida, antes que a
força vital renuncie à luta inútil e tenda para um dos miasmas. Nessa fase, o pro-
cesso não ameaça a vida nem é desesperador (a menos que tratado pela abordagem
médica moderna com esteróides, drogas supressivas e aprofundamento interno
dos miasmas).
Sankaran aventa uma interessante ligação entre os três miasmas crônicos e etapas
de nossa vida. Inclui aí o miasma agudo, que é jovem. AI; respostas são rápidas e a
doença pode ser facilmente erradicada: as ameaças são externas, com forte reação
instintiva. No início da idade adulta, há ainda energia abundante, vivacidade e
atividade (Psora), além da disposição a exprimir medo e ansiedade. AI; situações
são difíceis; luta-se para vencer. A esperança subsiste e o fracasso não é o fim do
mundo. Vem então a meia-idade (Sycosis). Percebemos nossas limitações e, com
vista a enfrentá-Ias, passamos a esconder-nos e a ocultar nossas incapacidades para
sermos aceitos. Reações e hábitos se fixam. E, o que é verdadeiro em nossa socie-
dade, os anos e a sabedoria já não são valorizados: somos vistos como instrumen-
tos e s6 garantimos nosso lugar quando acertamos o passo. Ao começar a sucum-
bir, já ninguém nos valoriza, por isso tentamos camuflar o epis6dio pelo maior
tempo possível. Chega enfim a velhice (Syphilis), a fase em que deixamos as coisas
correr e decaímos. Isso se reflete no miasma sifilítico. Ansiamos pela recuperação
- mas, ao contrário de Psora, sem esperanças. Embora seja difícil transferir seme-
lhante quadro para a medicina veterinária, os princípios em geral parecem aplicar-
se à tendência para adoecer com a idade.
Com base nessas descrições sumárias dos três miasmas, é possível abordar todas as
doenças crônicas (e chamo crônicas todas as que não desaparecem em cinco dias),
analisar seus respectivos padrões e enquadrá-Ias em um ou mais tipos. Acrescen-
tem-se a isso as moléstias que respondem à tarefa de aplicar os conceitos da Medi-
cina Psiônica à moderna prática veterinária.
194 MEDICINA PSIONICA
Associações bioplasmáticas
Na versão humana da Medicina Psiônica, muitas das associações bioplasmáticas
(melhor entendidas como tendências crônicas identificáveis, em seqüência a uma
doença infecciosa nesta vida ou em geração anterior) são hoje classificadas, por
direito próprio, como miasmas. Prefiro imaginá-Ias como fagulhas a acender um
ou mais miasmas (ou padrões de morbidez) a fim de manifestar-se em diferentes
graus, porquanto o corpo só pode responder das três maneiras descritas por
Hahnemann. Contudo, o princípio hahnemanniano do similia similibus curantur
continua aplicável, sendo assaz lógico que os nosodos ou remédios responsáveis
pela produção de padrões semelhantes de doença encaminhem a força vital para o
rumo certo e promovam a cura. O método psiônico de averiguar os fatores
causativos históricos lembra, pois, um guia de viagem ao deslindar as complexida-
des das aberrações da força vital tais quais se apresentam. Pode-se argumentar que
esse é um procedimento de mão única, porém lógico para a mente treinada em
medicina. Se se descobre um dos três miasmas principais, obviamente quer dizer
que a agressão à força vital deveu-se, ou à doença, ou a seus equivalentes na espé-
cie, o que empurrou violentamente o corpo na direção da tendência mórbida e
precisa ser levado em conta ao se fazer a prescrição.
Essas associações são usualmente encontradas nos achados de DNA e RNA,
quando se emprega a técnica analítica de Laurence-Upton.
TOxina da gonorréia: o menos comum dos três grandes miasmas em animais. Não
há doença equivalente. Nunca o encontrei em cavalos ou ruminantes (ver Capí-
tulo 6 para mais detalhes).
Estreptococo: dificilmente uma análise deixa de revelar essa toxina. Devo questio-
nar sua importância nos animais, pois raramente a tratei; nos poucos casos em que
a moléstia piorou, desapareceu depois que outras causas miasmáticas foram elimi-
nadas. S6 é significativa quando se apresentam sintomas cardiovasculares, neuro-
16gicos ou osteomusculares.
Maldria: não é encontrada no Reino Unido, mas pode ter importância em outros
lugares.
Vacinação: problema grave em todas as espécies (ver Capítulo 6 para mais detalhes
sobre os três principais miasmas). Nos Estados Unidos (e agora em algumas regiões
do Reino Unido), a vacina contra leucemia passou a ser injetada na perna dos
196 MEDICINA PSIONICA
gatos e não mais no pescoço, como antes - para, ao que parece, amputar a perna
quando o câncer aparecer!
Viróides: BSE, Scrapie, BSE felina, etc., aparecem de tempos em tempos, sendo
geralmente tratadas, como miasmas sifilíticos, com nosodos.
A análise psiônica
A técnica analítica é passada de um profissional a outro, motivo pelo qual não a
pormenorizaremos aqui. Basta dizer que a técnica original convém tanto ao ani-
mal quanto ao homem, embora as tabelas de testemunhas variem um pouco para
refletir as associações bioplasmáticas aplicáveis.
Resumo
O uso das técnicas de análise psiônica é oportuno no nosso mundo atual cada vez
mais apressado e estressante. Bichos e homens acham-se sob crescente pressão
ambiental, química e mórbida - e só podemos esperar obter níveis elevados de
sucesso com pacientes que não falam se percebermos o que precisa ser tratado neles.
Sem isso eu não teria feito carreira nem compreendido o alcance da homeopatia.
Esta obra é apenas o começo da tarefa de perscrutar o vasto acervo de dados
que o uso da Medicina Psiônica irá, espero eu, revelar para os animais.
A MEDICINA VETERINÁRIA PSIÚNICA 197
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Conclusão
sofia e sabedoria. Trata-se de uma concepção das mais lúcidas e brilhantes, que
propicia explicações viáveis para inúmeras questões antes imponderáveis no âmbi-
to da ciência, filosofia e espiritualidade. Ela é a Grande Teoria Unificada.
Houve, é claro, outros pensamentos profundos cujas idéias a respeito da Na-
tuteza foram inspiradas por seu tempo. A.kenaton, Swedenborg, Hahnemann,
Steiner, McDonagh e Jung contam-se entre eles - e nossa referência a esses no-
mes, no livro, ilustra até que ponto suas teses se harmonizam com a Hipótese do
Campo Psi de Laszlo.
O uso do simbolismo do antigo Egito, em particular a pirâmide e o conceito
akenatoniano de Aton, o disco solar, não deve sugerir que a Medicina Psiônica
seja, em qualquer sentido, um sistema espiritual ou filosófico. Não é. Em verdade,
ela não chega a ser mais filosófica ou espiritual que a medicina e a cirurgia ociden-
tais. Os modelos foram escolhidos unicamente porque se prestam a ilustrar uma
idéia.
Uma das belezas da Hipótese do Campo Psi é a amplitude territorial que
recobre. Não se trata, repetimos, de um conceito espiritual; não oferece subsídios
sobre deuses ou divindade, mas ao mesmo tempo é compatível com praticamente
todas as filosofias e religiões - e também com a física teórica avançada, a nova
biologia, as mais recentes pesquisas sobre a consciência e a parapsicologia.
Nós, os profissionais psiônicos, saudamos a hipótese de Laszlo porque ela
explica, em termos científicos, boa parte da abordagem pioneira desenvolvida por
George Laurence. A natuteza da não-localidade, a interconexão e a interação ener-
gia-matéria, tudo isso é fundamental para a Medicina Psiônica. O campo psi pes-
soal torna-se uma realidade óbvia, de modo que a sintonização com esse campo
parece a coisa lógica a fazer para ajudar uma pessoa a recuperar a saúde.
Não se sabe ao certo se a Medicina Psiônica é uma ciência ou uma arte. Al-
guns ressalvariam que a utilização do pêndulo não passa de um indicador, de um
amplificador da resposta ideomotora que ocorre quando o especialista se vale de
uma de suas faculdades superiores. A maneira como esse indicador é usado de
modo analítico, com tabelas quantificáveis, espécimes e testemunhas, deve ser
considerada absolutamente científica. A outra face da moeda é o fato de o profis-
sional ter de ser, até certo ponto, um adepto. É de fato uma habilidade. E nessa
base a Medicina Psiônica será talvez melhor caracterizada como uma arte científica.
O Instituto tem consciência da necessidade de realizar pesquisas, assim como
de verificar, validar e publicar seus achados. A revista Journal ofthe Psionic Medical
Society and the Institute of Psionic Medicine sempre publicou pesquisas individuais;
mas um outro periódico, com revisão coletiva, acha-se em preparo para documen-
tar essa parte de nosso trabalho. Paralelamente, o sr. John Fryer, secretário da
Sociedade Médica Psiônica, determinou a gravação de nossos arquivos em disquetes
CONCLUSÃO 201
a fim de que toda a literatura pertinente à Medicina Psiônica esteja disponível aos
pesquisadores.
Nossa posição com respeito ao adestramento foi tratada no Capítulo 9. Pre-
sentemente, ele está ao alcance apenas de médicos, dentistas e veterinários com
diplomas válidos no Reino Unido.
Cumpre reiterar que a Medicina Psiônica não é uma panacéia. Trata-se de um
meio altamente eficiente e científico de encontrar as causas profundas da doença.
Se a doença evoluiu a ponto de provocar mudança estrutural, com alteração ou
destruição de tecidos, não é mais possível reverter semelhante patologia. Entretan-
to, a descoberta e a remoção homeopática (ou por qualquer outro método) da
causa da moléstia pelo menos deterá o "processo" evolutivo que está provocando a
morbidez. Os mecanismos homeostático ou autocurativo do corpo farão então o
melhor que puderem.
Uma coisa é certa: este livro não será a palavra final. Nós, na qualidade de
profissionais psiônicos, continuaremos a buscar e pesquisar - pois nosso lema é
TO/te Causam, "Procura a Causa".
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