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A dinâmica dos gases

Gases são corpos muito especiais. São facilmente comprimidos ou expandidos. Além
disso, as moléculas de corpos gasosos estão mais distantes e sempre mais agitadas
do que nos sólidos e líquidos. Por isso, eles respondem de maneira diferente às
alterações de temperatura.

Um gás é caracterizado por três grandezas físicas: temperatura, volume e pressão.


São as chamadas variáveis de estado, que definem o estado termodinâmico de um
gás. Para facilitar o estudo dos gases, os físicos adotam um modelo científico que
trata o gás como um gás ideal.
EQUAÇÃO DE CLAPEYRON
Num gás ideal, as três variáveis de estado (pressão, volume e temperatura) estão
relacionadas com a quantidade de gás existente na amostra. A relação matemática se
dá pela equação de Clapeyron, também chamada equação de estado dos gases
ideais:
→ p é a pressão exercida pela amostra, medida em N/m2 ;
→ V é o volume ocupado pelo gás, medido em m3 ;
→ n é o número de mols da amostra (a quantidade de matéria);
→ R é a constante universal dos gases ideais (vale ≈ 8,31 J/mol.K);
→ T é a temperatura do gás, medida em Kelvin (K).
Mols: é a unidade do S.I. para a quantidade de matéria, medida em átomos, moléculas
ou íons. Por definição, 1 mol contém 6,02 . 1023 partículas. Esse valor é a constante
de Avogadro. Em 1 mol de qualquer gás existem 6,02 . 1023 moléculas.
Repare que todas as medidas acima foram dadas conforme estabelecidas no S.I. Mas
a constante universal dos gases pode ser dada em outra unidade: R ≈ 0,082 atm . L
/mol . K
A equação de Clapeyron relaciona as variáveis de estado de um gás que ocupa um
único estado termodinâmico, ou seja, ela ainda não nos permite analisar o
comportamento de uma amostra de gás que sofre alguma alteração em qualquer uma
de suas variáveis de estado. Então, para determinado estado termodinâmico A, temos:
LEI GERAL DOS GASES IDEAIS
Uma transformação gasosa é caracterizada pela alteração do estado termodinâmico
de um gás, ou seja, toda transformação gasosa está atrelada a uma alteração nas
variáveis de estado que definem aquele gás. Podemos entender uma transformação
gasosa como um procedimento que “leva” uma amostra gasosa de um estado
termodinâmico inicial para um estado termodinâmico final. Uma amostra do gás A,
aprisionada em um recipiente completamente vedado, em determinado estado
termodinâmico inicial i, sofre uma transformação qualquer passando para um estado
termodinâmico f.

Repare que o recipiente é vedado. Então, não há alteração na quantidade de gás – ou


seja, o número n de mols do gás se mantém constante durante a transformação.
Como todas as três variáveis de estado se relacionam e não houve alteração na
quantidade de gás, podemos igualar a equação de Clapeyron para cada um dos
estados acima:

Para o estado inicial i:

Para o estado final f:


Repare que as duas equações acima são iguais a n . R. Então, elas são iguais entre
si:

A equação indica que, numa amostra de gás ideal, em que não há variação de massa,
essa relação entre temperatura, volume e pressão se mantém. Em uma transformação
geral, qualquer alteração em uma das variáveis (digamos, a temperatura) afeta
imediatamente as outras duas (volume e pressão) e o gás sofre transformação em seu
estado termodinâmico. Quando alteramos apenas duas variáveis de estado e
mantemos fixa a terceira, ocorrem as chamadas transformações particulares.
TRANSFORMAÇÃO ISOVOLUMÉTRICA
A transformação isovolumétrica (ou isocórica) ocorre sem que haja alteração no
volume ocupado pela massa gasosa – ou seja, apenas a pressão e a temperatura
sofrem mudança. Veja o que ocorre numa amostra de gás aprisionada em um
recipiente rígido e indeformável que sofre alteração de temperatura:

Matematicamente, a partir da lei geral dos gases ideais, concluímos que:

Essa relação matemática mostra que, numa


transformação isovolumétrica, a pressão e a temperatura de um gás são
grandezas diretamente proporcionais, ou seja, ao dobrarmos a temperatura da
amostra de gás, verificamos que a pressão exercida por ele também dobra. Repare
que as temperaturas são dadas em Kelvin. E, como não podemos fazer nenhuma
divisão por zero, então é impossível que a amostra tenha, no início ou no final,
temperatura de 0 K. Podemos representar essa transformação gasosa em um gráfico.
TRANSFORMAÇÃO ISOBÁRICA
Uma transformação gasosa que ocorre sem alteração de pressão é chamada
isobárica. Veja o que acontece com uma amostra gasosa aprisionada num recipiente
com um êmbolo móvel, ou seja, cujo volume pode ser alterado.

Matematicamente, a partir da lei geral dos gases ideais, temos:

Essa relação matemática mostra que, numa transformação isobárica, o volume e a


temperatura de um gás são grandezas diretamente proporcionais, ou seja, ao
dobrarmos a temperatura da amostra de gás, o volume ocupado por ele também
dobra. Podemos representar essa transformação gasosa em um gráfico que relacione
as variáveis de estado desse gás.
As variações numa transformação isobárica podem também ser representadas pela
relação entre pressão e volume:

TRANSFORMAÇÃO ISOTÉRMICA
A transformação isotérmica é aquela na qual a temperatura da amostra de gás não se
altera, ou seja, em uma transformação isotérmica, apenas as variáveis de estado
pressão e volume sofrem alteração. Matematicamente, pela lei geral dos gases ideais,
temos:

Note na expressão acima que, numa transformação em que a temperatura é


constante, a pressão e o volume são grandezas inversamente proporcionais – ou
seja, se uma sobe, a outra desce, porém, mantendo o produto entre elas constante. A
representação de uma transformação isotérmica em um gráfico de pressão por volume
se dá pela chamada curva isoterma.

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