o Criam uma relação jurídica de natureza especial. Dela resultam os poderes especiais do (sub) delegante. Tem ainda uma relação de natureza pessoal pelo que mudando um dos respetivos titulares, (sub) delegante ou (sub) delegado, ela extingue-se. o É esclarecer que o delegante pode delimitar o poder delegado. O poder de delegar é discricionário, pelo que não há que admirar que o delegante o possa circunscrever dentro de certos limites, emitindo, para o efeito, diretivas ou instruções vinculativas para o delegado ou subdelegado sobre o modo como os poderes delegados devem ser exercidos. Pode ser pretexto para o exercício de poderes legais de direção sobre o delegado mesmo que, sem delegação, esses poderes não existissem. A delegação gera uma relação especifica e até nova entre delegante e delegado pois que, sem a delegação, ela não existiria e que obedece a um regime jurídico próprio diferente de qualquer outra que preexistisse entre delegante e delegado. o A relação assemelha-se a uma relação de controlo mais intensa do que a que intercede eventualmente entre delegante e delegado. Pode existir fora da hierarquia administrativa. o Se preexistir uma relação de hierarquia a delegação de poderes não a derruba, ou seja, os poderes coenvolvidos na hierarquia, desde logo os disciplinares, não fornecem na relação entre o delegante e o delegado. A delegação de poderes daquela não prejudica o exercício de poderes próprios da hierarquia administrativa. O superior hierárquico continua a ter poderes para dar ordens concretas ao delegado. Estes ficam-se pela emanação de diretivas ou instruções que, embora vinculativas para o delegado, têm natureza genérica, assim se distinguindo das ordens, pelo que não impedem certa margem de manobras desde na respetiva execução. A lei apoia este entendimento porque as referidas diretivas ou instruções se reportam ao modo como devem ser exercidos os poderes delegados ou subdelegados e não ao circunstancialismo concreto do respetivo exercício. Os poderes do delegante o Art. 49º nº2 – versa sobre os poderes do (sub) delegante. o A competência dispositiva continua a pertencer ao (sub) delegante apesar da delegação. Este mantém a competência originária para dispor. É a partir daqui que se compreendem os respetivos poderes que o artigo em análise enuncia. o O (sub) delegante pode avocar, revogar, anular ou substituir o ato praticado pelo (sub) delegado e pode dirigir ao delegado diretivas e instruções sobre o modo como devem de ser exercidos os poderes delegados. Nem todos estes poderes tem os mesmos efeitos, apenas a revogação extinguem a relação jurídica em causa, nos outros casos ela mantem-se. o Mediante a evocação o órgão (sub) delegante chama a si a competência dispositiva para o tratamento de um caso concreto retirando-a ao (sub) delegado. Retira ao órgão (sub) delegado o exercício dos poderes que para ele transmitiu e chama a si a resolução da questão em causa. A evocação é um ato administrativo corporizado num despacho com efeitos circunscritos ao caso concreto pelo que a resolução de delegação continua fora dele. A competência da (sub) delegação que tem efeitos genéricos. A evocação faz do órgão (sub) delegante o autor da ato a praticar. o A evocação subtende que os poderes que foram (sub) delegados ainda não foram exercidos. Se já foram corporizam-se em atos administrativos já praticados e estes apenas poderão ser revogados. o Sem evocação não pode o órgão (sub) delegante voltar a exercer os poderes (sub) delegados pois a delegação destes poderes é do respetivo exercício. o Não prevê a lei no Art. 47º CPA que a evocação tenha de ser publicada mas os deveres gerais de informação que vinculam a administração levam-na a levar a evocação ao conhecimento do interessado através de uma invocação. o A anulação administrativa pelo (sub) delegante do ato praticado pelo (sub) delegado consiste agora na destruição dos efeitos do ato administrativo pela administração com fundamento em ilegalidade, assim se distinguindo da revogação, cujos fundamentos se reportam ao mérito da decisão revogada (Art. 165º CPA). o A revogação do ato praticado pelo (sub) delegado consiste na prática de um ato secundário, dito revogatório, que tem por objeto a destruição do ato revogado no caso, o ato praticado pelo (sub) delegado. Só neste caso existe revogação, pois que mediante os referidos poderes de dirigir diretivas ao delegado o delegante não revoga o ato que este pratica, apenas o condiciona. A revogação do ato praticado pelo (sub) delegado fica sujeita a um regime especial que é diferente do regime geral. Está sujeita a obrigações de publicação (Art. 47º nº2 CPA), não tem de ser fundamentada porque a (sub) delegação de poderes não retirou ao (sub) delegante a sua competência dispositiva normal pelo que a revogação pode ocorrer a qualquer instante corporalizando a (sub) delegação de um ato administrativo precário. o Substituir, neste caso, o primeiro substitui o ato administrativo praticado pelo delegado por outro ato compreendendo uma nova disciplina do caso. Cobre a hipótese anteriormente colocada em que a revogação poder ser implícita (ou por substituição) do ato praticado pelo (sub) delegado. A distinção entre a revogação e a substituição fica assim mais clara. A substituição do ato praticado deve de ser notificada ao interessado. o Art. 47 nº 2 do CPA – possibilidade do recurso para o (sub) delegante dos atos por omissão do (sub) delegado, prevista no Art. 199º nº2 do CPA, integra a figura dos recursos administrativos especiais. o Mediante o recurso tutelar o sub (delegante) pode anular, revogar, modificar e substituir o ato do (sub) delegante. o Emitir diretivas e instruções sobre o modo como os poderes delegados devem de ser exercidos vinculam obviamente o (sub) delegado. o No entanto, se entre (sub) delegante e (sub) delegado existir uma relação hierárquica aquele pode dirigir ordens concretas ao (sub) delegado. Este poder acresce ao poder mais geral próprio da relação de delegação. o São diferentes os meios de tutela graciosa de que dispõe o lesado nos dois casos. Se existir uma relação hierárquica entre (sub) delegante e sub) delegad, haverá recurso hierárquico para o delegante, se não existir só poderá haver recurso hierárquico “impróprio”, se a lei o premitir, nos termos do Art. 199 nº2 do CPA uma vez que o (sub) delegante pode sempre revogar os atos do (sub) delegado. Os poderes delegados o O (sub) delegado tem o poder de revogar os atos praticados pelo (sub) delegante anteriormente á (sub) delegação de poderes. Uma vez habilitado, o (sub) delegado passa a ter a competência dispositiva para o tratamento dos assuntos em causa e pode, portanto, revogar os atos que sobre eles foram praticados pelo (sub) delegante. Artigo 50º do CPA A extinção da delegação e subdelegação o Para além da revogação e da anulação administrativa oficiosa do ato praticado pelo (sub) delegado, a relação entre o (sub) delegante e o (sub) delegado pode ser extinta por revogação da norma que habilita a (sub) delegar. A caducidade da delegação ou subdelegação o A relação jurídica em causa pode caducar quando se esgotam os respetivos efeitos ou com a prática do(s) atos(s) para que foi concebida. Isto ocorre por efeito da lei. o Como a relação em causa tem natureza pessoal ou intuitu personae, a mudança de um dos respetivos titulares, seja o (sub) delegante seja o (sub) delegado, gera a respetiva caducidade a esta perlonga-se por toda a cadeia de (sub) delegações. o Pode ocorrer por ser revogada a norma de habilitação ou porque nova lei altera a posição relativa do (sub) delegante e (sub) delegado. No caso especial dos órgãos colegiais, a caducidade decorre da dissolução do órgão colegial ou do termo dos mandato dos membros do colégio. o A caducidade pode resultar da verificação de um termo resolutivo aposto ao ato de (sub) delegação.