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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE

FLUMINENSE DARCY RIBEIRO – UENF


CENTRO DE CIENCIAS DO HOMEM – CCH
PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM COGNIÇÃO
E LINGUAGEM – PPGCL

INFLUÊNCIA DAS EMOÇÕES NO PROFISSIONAL DO


ENSINO E SEUS REFLEXOS NA APRENDIZAGEM

BEATRIZ SCOLFORO RAMOS

CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ


NOVEMBRO 2018
BEATRIZ SCOLFORO RAMOS

INFLUÊNCIA DAS EMOÇÕES NO PROFISSIONAL DO


ENSINO E SEUS REFLEXOS NA APRENDIZAGEM

Projeto de Tese (Dissertação apresentado ao


Programa de Pós-graduação em Cognição e
Linguagem do Centro de Ciências do Homem da
Universidade Estadual do Norte Fluminense,
como parte das exigências para a obtenção do
título Mestre em Cognição e Linguagem.
Orientador:
Coorientador:

CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ


NOVEMBRO 2018
SUMÁRIO

1 Introdução..............................................................
2 Objetivos................................................................
3 Justificativa..............................................................
4 Marco Teórico / Fundamentação Teórica
5 Metodologia............................................................
6 Cronograma............................................................
Referências................................................................
Anexos.......................................................................
Resumo

A prática pedagógica não se restringe a transmitir o conteúdo programado,


busca associar o conhecimento profissional e pessoal do docente. Este
trabalho tem como objetivo verificar como as emoções podem influenciar na
prática do profissional do ensino e consequentemente como é a
aprendizagem dos alunos é afetada. Desta forma dadas as condições atuais
do ensino público, o nível de estresses dos profissionais podem estar acima
do esperado.

Palavras chave: Ensino, Autoconhecimento, Estresse.

1- Introdução

Atualmente podemos perceber que o ensino não tem atingido sua eficácia. O presente
trabalho pretende fazer uma análise das emoções dos professores em contexto
escolar, e verificar como isso reflete no ensino fundamental dos indivíduos.
Emoções, são a princípio algo que pode parecer simples, porém quando se
analisa o que realmente são e como faz com que as pessoas se comportem de
diferentes maneira, se torna intrigante. Segundo o dicionário Aurélio, Emoção significa
“Ato de deslocar, agitação popular, comoção; perturbação moral”, o que isso
realmente significa? Muitas pessoas tem dificuldade de dizer qual emoção estão
sentindo em determinados momentos. E é aqui que entra uma questão, qual a
diferença entre emoção e sentimentos?
A palavra sentir vem descrita no dicionário Aurélio em 28 tópicos, no qual as
cinco primeiras são: 1 - Sentimento, sensibilidade. 2 - Maneira de pensar ou de ver. 3
- Perceber por um dos sentidos; ter como sensação. 4 - Perceber o que se passa em
si; ter como sentimento. 5 - Ser sensível a; ser impressionado por.
O que isso quer dizer? As emoções sempre vão existir quanto seres humanos,
foi dado nome a elas, como alegria, tristeza, raiva, e elas nos proporcionam o
sentimento em si, que é único e individual a cada ser humano. Muitas vezes indivíduos
tomam atitudes de forma automática baseado no aqui e agora, do que estão sentido,
sem desacelerar e pensar sobre o que de fato está acontecendo.
Pensando em um dinâmica de ensino e aprendizagem dentro do contexto
escolar, o docente é um profissional que orienta, que oferta autonomia, que
compartilha experiências. É muito mais que um comunicador. Seu trabalho consiste
em fazer com que as informações transmitidas possam se consolidar no aprendizado
dos seus alunos de maneira que os mesmos saibam o que fazer com os
conhecimentos adquiridos.
Pensando nisso, as a forma como identificamos as emoções e como são
representadas no dia a dia do professor, dadas as condições não favoráveis para
exercer a sua profissão, criasse um questionamento de como isso reflete no que é
passado para os alunos em fase inicial de aprendizagem.

• Hipótese

Atualmente o ensino nas escolas vem sendo banalizado devido a situações diversas
no qual o Brasil se encontra. Ao perceber isso, lidamos diretamente com os
profissionais do ensino, já que os mesmos, se comportam de acordo com as
condições oferecidas. Pensando nisso, os profissionais lidam de diversas com as
emoções diante o que tem ocorrido, desta forma os níveis de estresse podem esta
altos assim como a qualidade da educação é afetada.

2- Objetivos

Objetivo geral do presente trabalho, será examinar como as emoções dos professores
no contexto atual afetam o início da alfabetização infantil. Tendo como objetivo
especifico a verificar níveis de estresse referente ao trabalho exercido, e identificar
qual a influência das emoções dos professores na aprendizagem dos alunos.

3- Justificativa

Atualmente podemos perceber que o ensino não tem atingido sua eficácia. O presente
trabalho pretende fazer uma análise das emoções dos professores em contexto
escolar, e verificar como isso reflete no ensino fundamental dos indivíduos.
4- Marco teórico ou fundamentação teórica

4.1- Papel do professor e as emoções

Muitas questões surgem quando é dado o conteúdo presente no curso de formação


de professores, as quais são compreendidas de respostas diversas e, não raro,
antagônicas.
Todo ato educativo é uma ação que envolve e constitui alguém em uma cultura.
Segundo Sforni (2004, p. 20) “cultura é toda construção humana que permeia a
relação dos homens com outros homens e destes com a natureza.”
Muitas vezes pode-se considerar que o aluno não aprende porque não
desenvolveu pré-requisitos ou não apresenta a capacidade que deveria ser básica
para o início de uma aprendizagem. Porém, segundo Sforni 2004:
“essas capacidades são consideradas um resultado natural do
processo de maturação do aluno e, por razões de limitação do
próprio indivíduo, não tiveram o desenvolvimento necessário.
Em outras situações, a não-aprendizagem é justificada pela falta
de um ambiente social, especialmente o familiar, que ofereça
desenvolvimento cognitivo do aluno (p. 28).”
Atualmente, o mais preocupante, são as crianças criadas com bases nessas
abordagens, onde a escola é tida como impotente diante do desenvolvimento do
aluno.
Segundo Sforni (2004, p. 30), “há vários trabalhos sobre como os conteúdos e
as formas de estruturação do curso de formação de professores podem influenciar no
ensino, aprendizagem e desenvolvimento”. Porém, diante do que é visto hoje, a forma
como se ensina, não tem atingido sua eficácia.
Para que uma aprendizagem ocorra, se faz necessário “a interação entre os
fatores biológicos e sociais que são determinantes e limitantes. Então, as
possibilidades mentais do indivíduo, na condição de espécie, ao nascer, continuam
ao longo da vida de cada um, conforme o lugar ocupado no quadro social, conferindo
qualidades diferenciadas de desenvolvimento psíquico.” (SFORNI, 2004 p. 33).
Desta forma, questiona-se o que seria um bom ensino e o que qualificaria uma correta
organização da aprendizagem. Segundo Sforni (2004, p. 45) “há uma necessidade de
investigar a relação entre o desenvolvimento e aprendizagem escolar no momento e
no local em que ela se verifica”.

4.2- Como as emoções influenciam no ensino e aprendizagem

De acordo com Goleman (1995), lidar com os sentimentos é desenvolver a


autoconsciência, e a falta desta torna a pessoa vulnerável às emoções, podendo
desencadear descontrole no momento de irritabilidade, ansiedade, tristeza,
desespero, prejudicando o profissional dentro da sala de aula. Ademais, acrescenta
Goleman (2011), que a ausência do autocontrole cria uma barreira para o educador
agir com empatia. Como destaca Freire (1986), a prática pedagógica é a interação
dialógica, o professor e aluno interagem construindo e reconstruindo conhecimentos,
cabendo ao educando pesquisar e compreender a realidade, o desenvolvimento, a
capacidade cognitiva e afetiva do educando.
Conforme afirma Goleman (1995), “adquirir inteligência emocional é equilibrar
os comportamentos, desenvolver habilidades e ser produtivo. Freire (1986) destaca
que a educação além da importância do conhecimento profissional, o docente precisa
conscientizar que seus gestos, postura, humor estão intrínsecos à formação do aluno.
Segundo Silveira et al (2014), um grande número de professores tem
apresentado alterações na saúde física e mental. Dentre essas alterações, o
transtorno psíquico, também desencadeado por situações de estresse, é tratado como
principal causa de afastamento ao trabalho.
Silveira et al (2014) aponta que os docentes lidam com situações de
enfrentamento, com incidentes que envolvem o comportamento desafiador dos alunos
e a indisciplina, vistos como potenciais fatores de estresse. Além disso, há também
os desafios estruturais, enfrentados por muitos professores, principalmente em
escolas públicas.
É importante ressaltar que Silveira et al (2014) considera a regulação da
emoção uma das alternativas para a minimização do estresse, que estaria relacionada
às respostas comportamentais e emocionais, dando ao docente direcionamento frente
às situações estressantes.
4.4 – Emoções e formação dos indivíduos

A emoção, segundo Wallon, se desenvolve no indivíduo com a função de maturação,


pois ao observar as reações emotivas, constatou que não é possível falar em
afetividade e não falar da emoção, consistindo em sistemas de atitudes que
constituem uma determinada espécie de situação.
O pensamento de Darwin é interpretado nas relações entre os seres vivos,
evidenciando subordinação da criança com o adulto, sendo a emoção um instrumento
de sobrevivência para o ser humano. Sendo a primeira relação do homem no campo
cultural, entre os indivíduos. Com isso a criança supera sua inaptidão com o mundo
físico e estabelece relações sociais que assegura sua sobrevivência.
As atitudes são as primeiras formas de expressão da criança, pois revelam os
estados de necessidades, dento na sua origem a missão de representas as emoções.
O choro e o riso são vias de expressão da emoção, assim cimo expressão facial,
lagrimas, palidez, riso, confirmam a dependência da emoção.
A contagiosidade, a plasticidade e a regressividade são características que
atingem pessoas próximas do ser emocionado. Sendo a primeira, a capacidade de
contaminar o outro; a segunda a capacidade de refletir no corpo os sinais da emoção
e por último, a capacidade da emoção em fazer regredir as atividades de raciocínio,
ou seja, a emoção é contagiosa na medida em que arrebata o outro, podendo
submeter-se a atração emocional na condição de objeto da emoção.
A tendência do sincretismo para a diferenciação está presente na emoção,
sincretismo subjetivo quando não sabe como se distinguir das outras pessoas; e o
sincretismo objetivo quando não sabe como se distinguir das coisas do ambiente.
Para Wallon, o riso é o simples relaxamento dos músculos, podendo ser
provocado por circunstancias. Ambos, riso e choro possui a função de baixar o grau
do tom de voz, cada emoção é caracterizada por um determinado conjunto de
sintomas.
A alegria é uma emoção positiva, sendo uma das primeiras sensações que
podemos observar em um bebê. Já a cólera possui sua raiz na sensibilidade orgânica,
na qual muitas das vezes possui tamanha intensidade que impede a atividade do
sujeito. E o medo aparece nos primeiros meses de vida da criança, tendo como fonte
as excitações labirínticas.
Na teoria Walloniana, a afetividade é o ponto de partida para o desenvolvimento
do indivíduo, sua evolução parte de uma sociabilidade sincrética para uma
individualização psicológica, ou seja, a vida afetiva da criança é instaurada por uma
simbiose alimentar que é substituída por uma união afetiva com a mãe. Com isso, as
relações familiares exercem um papel ordenador na vida da criança, resultando um
grande papel do meio para a evolução da mesma.
Aos poucos, com a diversidade do meio social, vão-se realizando conquistas
afetivas como a diferenciação de si e do outro e essa individualização ocorre
gradativamente passando pelo processo de diferenciação que percorrerá os estágios
de desenvolvimento e essas expressões de afetividade vão se especializando,
tornando-se cada vez mais fortes as interações sociais.
Os estágios da afetividade pressupõem a evolução de algumas capacidades
que apontam o estado de maturação. As emoções, o sentimento e a paixão surgem
em seu tempo, de acordo com a maturação das atividades, as reações posturais e o
raciocínio.
A emoção possui uma ativação orgânica, não é controlada pela razão; o
sentimento possui um caráter mais cognitivo, ele surge quando a pessoa já consegue
falar das coisas que lhe afetam e a paixão aparece quando a criança possui
autocontrole, ou seja, através da paixão, a emoção pode ser contida.
Na teoria Walloniana, a afetividade é o ponto de partida para o desenvolvimento
do indivíduo, sua evolução parte de uma sociabilidade sincrética para uma
individualização psicológica, ou seja, a vida afetiva da criança é instaurada por uma
simbiose alimentar que é substituída por uma união afetiva com a mãe. Com isso, as
relações familiares exercem um papel ordenador na vida da criança, resultando um
grande papel do meio para a evolução da mesma.
Aos poucos, com a diversidade do meio social, vão-se realizando conquistas
afetivas como a diferenciação de si e do outro e essa individualização ocorre
gradativamente passando pelo processo de diferenciação que percorrerá os estágios
de desenvolvimento e essas expressões de afetividade vão se especializando,
tornando-se cada vez mais fortes as interações sociais.
Os estágios da afetividade pressupõem a evolução de algumas capacidades
que apontam o estado de maturação. As emoções, o sentimento e a paixão surgem
em seu tempo, de acordo com a maturação das atividades, as reações posturais e o
raciocínio.
A emoção possui uma ativação orgânica, não é controlada pela razão; o
sentimento possui um caráter mais cognitivo, ele surge quando a pessoa já consegue
falar das coisas que lhe afetam e a paixão aparece quando a criança possui
autocontrole, ou seja, através da paixão, a emoção pode ser contida.

5- Metodologia

O universo da pesquisa será realizar na cidade de Campos dos Goytacazes, no norte


do estado fluminense, com professores de escola pública do ensino fundamental. Será
realizado um questionário sócio demográfico (anexo I) para identificação dos sujeitos,
outro para verificar a área de cobertura da equipe (anexo II). Será aplicado também
um teste de escala de estresse do trabalho EET (anexo III) para verificar e reconhecer
como níveis de estresse pode vir a influenciar no ensino e na aprendizagem, e por fim
um inventario de esgotamento profissional de Maslach (anexo IV) e escala Indice de
capacidade para o trabalho-(ICT) (anexo V).

6- Cronograma da pesquisa

Atividade Fase 1 Fase 2 Fase 3 Fase 4 Fase 5


Definição dos critérios da pesquisa X
Pesquisa na Internet/Bibliografias X
Desenvolvimento e Aplicação de X
Instrumentos de coleta
Tabulação dos dados/ Análise e X
Gráficos
Produção da parte I ou texto X
Produção das partes II e III etc... X
Relatório final X

Referências
BRASIL. Ministério da Educação Português tem apenas 1,6% de aprendizagem
adequada no Saeb. Disponível em:<http://portal.mec.gov.br/ultimas-noticias/389-
ensino-medio-209229 7298/68271-apenas-1-6-dos-estudantes-do-ensino-medio-
tem-niveis-de-aprendizagem-adequados-em-portugues>. Acesso em 01 de outubro
de 2018.

FREIRE, P. & SHOR, Ira. Medo e ousadia: o cotidiano do professor. 11 ed. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1986.

GOLEMAN, D. Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser


inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995.

SFORNI, M.S.F. Aprendizagem conceitual e organização do ensino: contribuição da


teoria da atividade. 1ª edição. Araraquara: JM editora,2004, p. 200

WALLON, H. Psicologia e educação da infância. Lisboa: Estampa, 1975.gina 8

Anexos
Anexo I- Questionário Sócio demográfico
Anexo II- Área de Cobertura de Equipe
AnexoIII- Escala de estresse no trabalho
Anexo IV - Maslach Bornout Interventori
Anexo V - Escala Indice de capacidade para o trabalho-(ICT)

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