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2011
São Paulo
Novembro 2010
A ORDEM DO DISCURSO
Resenha por
Wagner Amodeo
INTRODUÇÃO
1
“A ordem do discurso” Pág. 49. (FOUCAULT, 2010)
2
Foucault, nessa conferência, sintetiza as noções, princípios e táticas da
organização do discurso e, em decorrência, as possibilidades de analisá-lo.
RESENHA
Menciona também de início a busca por “uma voz sem nome” a orientá-lo.
Além de fazer um jogo de palavras para dizer que as palavras são isso mesmo, um
jogo, ao final da obra irá acrescentar e revelar que essa frase também homenageia um
predecessor seu, que muito contribuiu às suas pesquisas: Jean Hyppolite.
2
Op. cit. pág. 6. Existem os discursos formais, porém, uma vez que os valores sociais
estejam incorporados torna-se possível perceber o discurso em quaisquer circunstâncias.
3
Op.cit. pág. 35
3
encadeamentos sígnicos de outros discursos dando-nos a impressão de
continuidade ou até mesmo de evolução, aprofundamento progressivo
desses discursos. O exemplo que Foucault fornece a respeito de
Mendel é ilustrativo (item anterior), entretanto poderá induzir que as
proposições mendelianas não foram aceitas apenas por uma questão
contextual e que, assim que possível, tornaram a verdade em verdade
oficial, validada. O autor, ao longo da obra, insiste que tal
acontecimento não é uma decorrência natural, nem regular.
3. O discurso é o encadeamento de significantes em si mesmo e de outros
discursos externos. Não possui foco no significado e sim no significante
e, portanto, no imaginário dos receptores. Reproduz “de” e “para” esse
imaginário consolidando a função de perpetuar as leis, regras, normas,
valores implícitos “no verdadeiro” socialmente aceito.
4
Op.cit. pág. 10
4
Tabela 1 Quadro sinótico sobre a exclusão e ordenação dos discursos
Interdição
Tabu do Objeto.
LIMITAÇÃO
Direito privilegiado.
Classificação. Permanência
2º Procedimento: Interior
Categorização. Impermanência
RAREFAÇÃO
Autoria
Produção e Divulgação
Disciplinas
ORDENAÇÃO DO DISCURSO
Especializações. Trocas e
comunicações. Rituais de
Limitam seus poderes
SUJEIÇÃOO DO DISCURSO
qualificação. Sociedades de
3º Procedimento: Exterior
discurso
Ritualizações do discurso.
Dominam aparições aleatórias Circunstâncias. Lugares
simbólicos. Posições (status)
5
na reprodução e manutenção das verdades oficiais. Logofilia e logofobia formam um
par de elementos indissociáveis para a ordem do discurso, um eixo que estrutura a
produção e divulgação dos discursos.5
TROCA
5
Este eixo é construído, no indivíduo, pela educação familiar e pela a cultura social.
Internalizam-se valores que serão, em dadas circunstâncias, os licenciadores e validadores dos
discursos.
6
Op.cit. pág.47
7
Inserido no sistema de coerção e oficialmente validado, parecerá que o autor não está
sujeito às armadilhas discursivas.
6
anteriorizados e o discurso será simplesmente a representação legítima dessa
experiência e, portanto uma verdade continuamente disponível.
7
Tabela 4 Método da análise do discurso
Postura crítica ao
os significantes. Percebem-se, igualmente, as estratégias de
discurso
INVERSÃO rarefação, especialmente a dos comentários e as falsas
universalizações. “[...] é preciso reconhecer, ao contrário, o
jogo negativo de um recorte e de uma rarefação do discurso”
(pág. 52)
8
discursos foram formados através, ou apesar, dos sistemas de coerção. Quais foram
as regras de produção e divulgação desses discursos e suas variações.
Referências
FOUCAULT, Michel. 2005. A Arqueologia do saber. Rio de Janeiro : Forense
Universitária, 2005.