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Gestão de Custos
produtos/serviços. Na segunda parte, é visto um
conteúdo de Custos para fins gerenciais, é apresentada
e Preços
utilização da Margem de Contribuição na Capacidade
Ociosa das empresas e na Limitação da Capacidade de
Produção das empresas, os Pontos de Equilíbrio
Contábil e Econômico, a Margem de
Segurança e a Alavancagem
Operacional, encerrando com a
Formação do Preço de Venda.
w w w. u n i s u l . b r
Universidade Sul de Santa Catarina
Gestão de Custos
e Preços
UnisulVirtual
Palhoça, 2017
Copyright © UnisulVirtual 2018
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.
Livro Didático
Professor conteudista Diagramação
Onei Tadeu Dutra Edison Valim
Designer Instrucional Marina Broering Righetto (1ª ed. rev. atual.)
Delma Cristiane Morari Revisão Ortográfica
Assistente Acadêmico Diane Dal Mago
Ester Konig da Silva (1ª ed. rev. atual.) ISBN
Projeto Gráfico e Capa 978-85-506-0142-7
Equipe UnisulVirtual e-ISBN
978-85-506-0143-4
D97
Dutra, Onei Tadeu
Gestão de custos e preços: livro didático/Onei Tadeu Dutra; design
instrucional Delma Cristiani Morari. – ed. rev. e atual. – Palhoça: UnisulVirtual,
2017.
229 p. : il. ; 28 cm.
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-506-0142-7
e-ISBN 978-85-506-0143-4
Gestão de Custos
e Preços
Livro didático
1º Edição Revista e Atualizada
Reimpressão 2018
UnisulVirtual
Palhoça, 2017
Sumário
Introdução | 7
Capítulo 1
Introdução à Contabilidade de Custos | 11
Capítulo 2
Nomenclaturas básicas aplicadas à Contabilidade
de Custos | 31
Capítulo 3
Elementos de Custos | 47
Capítulo 4
Classificação dos Custos | 71
Capítulo 5
Custeio | 85
Capítulo 6
Departamentalização | 101
Capítulo 7
Planilha de Custos | 115
Capítulo 8
Margem de Contribuição | 143
Capítulo 9
Relações de Custo/Volume/Lucro: Ponto de
Equilíbrio, Margem de Segurança e Alavancagem
Operacional | 177
Capítulo 10
Formação do Preço de Venda | 211
Considerações Finais | 223
Referências | 225
Anexos | 229
Introdução
Uma das ferramentas que melhor auxilia os gestores das empresas é a planilha
dos Custos Indiretos de Fabricação (CIFs), pois, com exceção da matéria-prima
(MP) e da mão de obra direta (MOD), todos os demais custos da empresa se
encontram nessa planilha. Nisso, percebe-se que essa planilha pode e deve
servir de instrumento de gestão, devido, justamente, a grande quantidade de
informações que contém. Tanto informações monetárias (custo da depreciação,
custo da mão de obra indireta, entre outros exemplos), como também os valores
físicos da empresa que servem de base de rateio para os custos indiretos (metro
quadrado dos departamentos, quantidade de MP consumida, horas de MOD
utilizadas, entre outros valores físicos). Assim, na planilha dos CIFs, os gestores
da empresa podem obter muitas informações para o melhor gerenciamento.
Em todo caso, para se analisar o custo de uma empresa, antes devemos estudar
o que seja Custo. Para tanto, a primeira parte do livro é justamente a parte teórica
do conteúdo de Custos. São as definições, as nomenclaturas, os nomes próprios
utilizados pelo conteúdo de Custos, as classificações das diversas categorias de
técnicas utilizadas no conteúdo, entre outros assuntos pertinentes à Unidade de
Aprendizagem (UA).
Já nos cursos de Administração e nos cursos afins, como Economia e nos demais
cursos correlatos, o conteúdo de Custos é utilizado para se ter uma boa ideia
do cálculo do custo unitário e se utilizar os dados do custo unitário para analisar
os custos, sem se preocupar com os lançamentos contábeis. Nos cursos de
Engenharia também é visto o cálculo da Produção Equivalente (igualmente ao
Curso de Ciências Contábeis), mas sem os lançamentos contábeis. E produção
equivalente é o grau de acabamento de uma unidade que está sendo fabricada no
final do período, ou no final do mês.
Bons Estudos!
Capítulo 1
Introdução à Contabilidade de
Custos
11
Capítulo 1
Seção 1
Noções preliminares
Caros colegas, como vocês perceberão ao longo desta Unidade de
Aprendizagem (UA), o conteúdo a ser estudado é sobre Custos, abrangendo dois
conteúdos relacionados: o primeiro conteúdo é sobre Avaliação de Estoque, que
normalmente se denomina de Contabilidade de Custos. E o segundo conteúdo é
sobre a análise de custos, o qual se denomina, geralmente, de Análise de Custos.
Mas como a presente UA Gestão de Custos e Preços é somente uma, devemos
estudar os dois conteúdos nessa UA.
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Gestão de Custos e Preços
Tenha presente que o estoque de uma indústria é composto por três contas
básicas: matéria-prima, produtos em processo e produtos acabados,
diferentemente das empresas comerciais, que somente utilizam uma conta,
ou seja, Mercadoria.
1.1.1 Matéria-Prima
A avaliação dessa conta não requer nenhum tipo de técnica contábil da
Contabilidade de Custos, pois será avaliada pelos valores lançados na
contabilidade da empresa. Ou seja, os valores dessa conta serão as compras de
materiais que a empresa adquire ao longo do período (podendo ser mensal ou
anual, dependendo do período que a empresa estiver utilizando. Se estivermos
nos referindo ao Balancete, o período é mensal, e se estivermos nos referindo ao
Balanço, então o período é anual).
Perceba, também, que se o estoque será avaliado pelo Preço Médio ou pelo
Primeiro que Entra Primeiro que Sai (PEPS) ou, ainda, pelo Último que Entra
Primeiro que Sai (UEPS), isso não depende da Contabilidade de Custos. Ademais,
perceba que o Decreto-Lei n. 1.598/77 não faz referência a essa conta, somente
às duas outras (observe o Art. 14, § 3º, do Decreto-Lei n. 1.598/77).
13
Capítulo 1
Lançamento:
D – Estoque de MP
D – Produtos em Processo
C – Estoque de Matéria-prima
14
Gestão de Custos e Preços
Produtos Acabados: este estoque deve ser avaliado em 70% do preço de venda,
com ICMS.
D – Produtos Acabados
C – Produtos em Processo
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Capítulo 1
16
Gestão de Custos e Preços
Por enquanto, para você não ficar preocupado sobre o que é essa UA, podemos
dizer, de antemão, que a Contabilidade de Custos, simploriamente falando, é uma
“planilha”. Por esse motivo, a base do nosso estudo é uma planilha de custo.
Mas para você construir a planilha deve, antes, estudar os capítulos precedentes,
para poder compreender a base da sua construção.
Peter Drucker dizia que um produto para ser vendido deveria ter o “máximo
de propaganda” e o menor custo.
17
Capítulo 1
Seção 2
Como você deve ter percebido, essa definição abrange o produto e o serviço.
É isso mesmo, a Contabilidade de Custos pode calcular o custo unitário
dos produtos, em uma indústria, ou mesmo o custo unitário do serviço, nas
prestadoras de serviços.
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Gestão de Custos e Preços
•• Matéria-prima (MP);
•• Mão de obra direta (MOD); e
•• Custos indiretos de fabricação (CIFs)
Tipo de Empresa
19
Capítulo 1
•• banco (serviços);
•• escola (serviço);
•• governo (serviço);
•• frigoríficos (indústria);
•• plantação de seringueiras (rural);
•• montadoras de carros (indústria);
•• construção civil (indústria) etc.
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Gestão de Custos e Preços
21
Capítulo 1
Seção 3
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Gestão de Custos e Preços
23
Capítulo 1
24
Gestão de Custos e Preços
Quanto à análise, não existe uma fórmula pronta de análise de custos. Como será
estruturada a planilha, quais informações farão parte da planilha, que informações
dela serão extraídas, que importância será dada a ela no gerenciamento da
empresa? Observe que todos esses tópicos de análise dependerão dos gestores
das empresas. A necessidade da empresa, a sua necessidade como gestor
do custo, a sua cultura em relação ao assunto (custo) é que vai determinar a
estrutura da planilha e, principalmente, que tipo de análise será feita.
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Capítulo 1
Atividades de autoavaliação
Ao final de cada capítulo você será instigado a realizar atividades de
autoavaliação. O gabarito está disponível no final das atividades. Mas se esforce
para resolver as questões sem ajuda do gabarito, pois assim você estará
promovendo a sua aprendizagem.
1. Para um produto existir na realidade, quais são os fatores que concorrem para
que isso aconteça?
26
Gestão de Custos e Preços
4. Qual o “Estoque” que existe nas empresas industriais e rurais e que não existe
nas empresas prestadoras de serviços?
27
8. Nos dias de hoje, com a popularização dos computadores, qual a principal
vantagem da Contabilidade de Custos?
28
Respostas e comentários das atividades de
autoavaliação
1. Os três fatores são: matéria-prima, mão de obra direta e custos indiretos de
fabricação.
8. Análise gerencial, já que o cálculo do custo unitário se torna fácil pela utilização
dos computadores.
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Capítulo 1
30
Capítulo 2
Nomenclaturas básicas
aplicadas à Contabilidade de
Custos
31
Capítulo 2
Seção 1
Em uma empresa, muito dos valores que são desembolsados do caixa (ou do
banco) da empresa são gastos, mas alguns valores não o são.
Portanto, quando a empresa sacrifica algum valor do Ativo para adquirir outro
Ativo, há o gasto. O mesmo acontece quando a empresa sacrifica algum valor do
Ativo para adquirir uma despesa (pagamento de água, por exemplo).
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Gestão de Custos e Preços
33
Capítulo 2
Seção 2
O que é custo?
Você sabe o que é custo?
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Gestão de Custos e Preços
Essa segregação, separação, justifica-se pelo fato de o gasto com a produção ser
com o produto, e o produto, por sua vez, necessariamente deve estar estocado,
ao menos durante o processo de fabricação. Se a empresa fabrica e, em seguida,
vende-o ele deve ser contabilizado na conta Produto em Processo, para quando
terminar a produção ser transferido para a conta Produto Acabado. Quando
ocorre a venda, custo é transferido para o resultado do exercício, para a conta
Custo do Produto Vendido.
35
Capítulo 2
A partir desse momento, fique atento à palavra custo, pois toda vez que você a ler
ela terá essa conotação, ou seja, gasto no processo produtivo. Mas mais importante
do que utilizar a palavra “custo” nesta Unidade de Aprendizagem, é você utilizar essa
palavra em todos os assuntos relacionados à profissão de contador.
•• Matéria-prima;
•• Produtos em Processo;
•• Produtos Acabados.
Perceba que somente podemos usar a denominação “custo” em duas contas:
Produtos em Processo e Produtos Acabados.
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Gestão de Custos e Preços
Seção 3
O que é despesa?
Você conhece a definição de despesa?
Então, para a empresa auferir, obter, uma receita deve incorrer em despesa. Se
a empresa vender um produto, ela vai conseguir uma receita (vai receber um
dinheiro ou direito), e a principal despesa vinculada a essa receita é o Custo do
Produto Vendido (ou o Custo do Serviço Prestado ou, ainda, o Custo do Produto
Rural Vendido).
Aqui você pode ter ficado em dúvida. Poderia estar se perguntando: se o Custo
do Produto Vendido é uma despesa, e o “custo” somente existe no processo de
produção, como essa nomenclatura pode estar sendo utilizada como despesa?
Observe que estamos usando essa terminologia, Custo do Produto Vendido, por
imposição da Lei das Sociedades Anônimas, a qual determina que essa conta
contábil receba tal denominação. E como essa é a Lei que nomeia as contas
contábeis no Brasil (ao menos as principais contas), somos forçados a segui-la.
Como a Lei é soberana, iremos nos referir a essa conta como Custo do Produto
Vendido, entretanto, sabendo que a denominação correta (teoricamente falando)
deveria ser “Despesa do Produto Vendido”.
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Capítulo 2
Vejamos um exemplo.
Um detalhe importante que você deve perceber é que toda receita possui uma
despesa vinculada, do contrário não seria receita – veja bem, sem exceção.
Algumas pessoas citam exemplos de receita sem despesa, notadamente juro da
poupança, por exemplo, e doação.
Quanto ao juro da poupança, este não é receita, mas sim o lucro da aplicação.
Se compararmos os lançamentos da compra e venda de uma mercadoria
com a aplicação financeira na caderneta de poupança, veremos que os dois
lançamentos são equivalentes.
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Gestão de Custos e Preços
Seção 4
Sabemos que a receita do produto vai contemplar essa perda, mas, se a empresa
pudesse eliminá-la, então, poderia reduzir o valor da venda e, com isto, aumentar
a quantidade vendida. Ademais, a empresa não pode vender “perdas”, ela deve
vender um produto que tenha o menor custo possível.
Outros exemplos de perdas com materiais são: evaporação dos produtos voláteis,
perda com estoques perecíveis (alimentos, por exemplo), entre outros.
39
Capítulo 2
40
Gestão de Custos e Preços
Então, o gasto com incêndio nos estoques causa uma perda anormal, assim
como o gasto com o incêndio em uma máquina que fabrica os produtos. Ambos
os gastos são perdas anormais, pois a empresa não poderia prever essa perda.
41
Capítulo 2
Atividades de autoavaliação
1. Defina, com as suas palavras, o que são gastos.
2. Dos itens abaixo, indique quais são gastos (G) e quais não são (N):
( ) Empréstimos a funcionários.
( ) Pagamento do seguro.
42
Gestão de Custos e Preços
43
Capítulo 2
10. O que devemos considerar para distinguir as perdas normais das perdas
anormais?
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Gestão de Custos e Preços
2.
45
Capítulo 3
Elementos de Custos
47
Capítulo 3
Seção 1
Veja um exemplo:
A situação acima descrita pode ser percebida pelo tempo que os produtos
levam para ficarem prontos. Se um produto é mais demorado do que outro
para ser terminado, então, não se sabe quanto de gás combustível é utilizado
efetivamente por um ou por outro no processo de fabricação. Nesse caso, como
não se conhece a quantidade de material consumido efetivamente por produto,
individualmente, considera-se o material como custo indireto.
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Gestão de Custos e Preços
pode ser exemplificado com as folhas de papel. Em uma gráfica, as folhas são
consideradas materiais diretos, já que fazem parte do produto da empresa. Em
uma oficina mecânica, as mesmas folhas são consideradas custos indiretos, pois
servem para fazer anotações gerais da parte produtiva. Perceba que devemos
conhecer o processo produtivo da empresa para definirmos se o material
será contabilizado como MP ou custos indiretos.
Então, para ser considerado matéria-prima, o gasto deve ser identificado com
o produto e manter uma relação direta de consumo do material e a quantidade
produzida, não necessitando de arbitramento para ser alocado ao produto.
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Capítulo 3
50
Gestão de Custos e Preços
1.5 Abatimentos
Os abatimentos são negociados posteriormente à emissão da nota fiscal por
motivo de avarias, qualidade do produto, atrasos, especificações não cumpridas,
entre outros motivos. Aqui, a ideia do abatimento é a seguinte: quando se compra
uma matéria-prima tem-se presente que a entrega será de acordo com o contrato
de compra e venda. Se a ela for entregue fora das especificações do contrato,
podemos recusar o seu recebimento. Agora, se a MP não está de acordo com
o contrato e o vendedor resolver conceder um “desconto” ao comprador para
este ficar com o produto, o “desconto” recebe a denominação de abatimento.
Entretanto, somente há abatimento na venda com a entrega posterior, pois se
houver a entrega da MP no ato da compra, o comprador analisará o “produto” no
momento de recebê-lo e, então, não poderá alegar problemas com a MP.
51
Capítulo 3
Para finalizar esse tópico, faça o lançamento (somente por meio de débito e
crédito) de um exemplo de Desconto Comercial, já que tal procedimento não foi
demonstrado acima.
A expressão “fechado para balanço” nada mais é do que fechar a fábrica (ou
loja) para contar os Estoques, tanto de matéria-prima como de Produtos em
Processo e também os Produtos Acabados (ou de Mercadoria, nas lojas).
Por outro lado, essa técnica não é considerada científica, pois o estoque final
deve ser contado pessoalmente, não por meio da técnica contábil.
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Gestão de Custos e Preços
Mas os sócios da empresa também podem integralizar Capital com MP. Nesse
caso, o débito será ou Estoque de matéria-prima ou Estoque de produtos em
processo (dependendo para onde foi a MP – se para o Estoque de MP ou
diretamente para a produção) e crédito na conta Capital Social.
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Capítulo 3
Compra de matéria-prima
D – Estoque de matéria-prima
C – Estoque de matéria-prima
1.8 Sucatas
Podendo ser as As sucatas são sobras de produção que eventualmente
anormais também, são comercializadas, vale dizer, são as perdas normais
desde que oriundas de produção que a empresa consegue vender. Não existe
do estoque e não do
Imobilizado.
mercado estável para a sua comercialização. Os custos
de produção são agregados aos produtos e, portanto,
não existe “Estoque de Sucata”. A Receita de Sucata
é lançada (contabilizada) no resultado do exercício, na conta contábil Outras
Receitas Operacionais (última conta do grupo Despesas Operacionais). A título de
exemplo, podemos citar a serragem, em uma serraria; aparas de papel, em uma
gráfica; entre outros.
1.9 Subprodutos
Os subprodutos são sobras de produção eventualmente comercializados. Ao
contrário da sucata, existem mercado e preço estável para o subproduto.
Contabilmente, os custos do subproduto são redutores dos produtos principais,
tomando como base o seu valor de mercado. Portanto, existe o Estoque de
Subproduto. Então, o valor desse Estoque é calculado com base no valor de
mercado, e não com base em cálculos da Contabilidade de Custos.
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Gestão de Custos e Preços
Então, o custo do produto principal será o custo total da produção menos o custo
do subproduto (repetindo: o custo do subproduto é avaliado pelo mercado). Em
outras palavras, ficaria assim: o custo do subproduto (avaliado pelo mercado)
mais o do produto principal são iguais ao do total de produção.
Subproduto Sucata
Possui um valor agregado a mais Não possui nenhum valor agregado a mais
Possui estoque Não possui estoque
Custo do estoque: valor de mercado Não possui estoque
São redutores dos produtos principais Não possui estoque
Exemplo
55
Capítulo 3
56
Gestão de Custos e Preços
57
Capítulo 3
Seção 2
Então, definindo-se mão de obra (MO), podemos dizer que é o valor pago ao
funcionário para estar à disposição da empresa. No valor gasto pela empresa,
estão incluídos o salário e os encargos sobre a folha de pagamento.
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Gestão de Custos e Preços
A MOI, por se tratar de um custo fixo, não é tratada como taxa e é lançada na
planilha de custo pelo seu valor total.
2.1.1 Encargos
Acerca do salário, não há muito para se comentar, pois, basicamente, é o que o
funcionário recebe da empresa para estar à disposição dela e decorre de contrato
de trabalho entre as partes.
Alguns valores relacionados com a MO, apesar desse relacionamento, não são
considerados encargos da MO. Tais valores integram diretamente a planilha de
custo. A título de exemplo, podemos citar: alimentação (tanto o vale-alimentação
como o refeitório próprio), vale-transporte, seguro de vida dos funcionários,
planos de saúde (o exemplo marcante é a Unimed), gastos com equipamentos de
segurança individual dos funcionários etc.
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Capítulo 3
Como exemplo de tempo não produtivo normal temos o tempo que a empresa
disponibiliza com refeições, as paradas normais por falta de material, as
interrupções da produção para manutenção, as faltas justificadas, entre outras.
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Gestão de Custos e Preços
Descrição Dias
Número de dias no ano: 365 dias
(-) Sábados 48 dias
(-) DSR (domingo) 48 dias
(-) Férias 30 dias
(-) Feriados 12 dias
(-) Faltas justificadas 1,4 dias
(=) Número de dias trabalhados 225,60 dias
226 dias x 8,800 horas = 1.985,28 horas/ano
No cálculo dos dias trabalhados, acima, utilizamos alguns dados aleatórios para
demonstrar didaticamente como se chega ao valor da hora trabalhada. Na prática,
você deve contar efetivamente os dias em um calendário para ter as informações
corretas. Entretanto, observe que se um feriado qualquer “cair” em um domingo,
ele não pode ser considerado como feriado, pois já está “anulado” pelo domingo.
61
Capítulo 3
Os valores da Previdência Social que incidem sobre a mão de obra estão a seguir.
Denominação Percentuais
INSS 20,0%
SAT 3,0%
Terceiros 5,8%
FGTS 8,0%
Total 36,8
Terceiros são os valores recolhidos ao INSS e repassados para o Senai, Sesi (ou
Senac e Sesc, quando comércio), Sebrae e salário educação (1%, 1,5%, 0,8% e
2,5%, respectivamente).
O cálculo do salário/hora para o horista está no quadro da sequência.
62
Gestão de Custos e Preços
Esse é o valor da hora que a Contabilidade de Custos irá alocar aos produtos
ou serviços. Veja que o salário contratual registrado na carteira de trabalho é
de R$10,00, mas o valor que será contabilizado no estoque é de R$ 20,91. A
diferença são os acréscimos da folha de pagamento para um ano e calculado
para uma hora. Se esse funcionário, especificamente, trabalhar em um produto
por uma hora, por exemplo, o valor da MOD do produto será de R$ 20,91.
Perceba que o acréscimo no valor da MO foi de 109,40%, já que passou de R$
10,00 para R$ 20,91 (20,9404).
63
Capítulo 3
64
Gestão de Custos e Preços
C – Salários a pagar
Seção 3
Essa percepção na definição do que seja MP, MOD e CIFs demonstra que, para
se elaborar uma Contabilidade de Custos, é necessário conhecer muito bem o
processo produtivo da empresa em estudo, sem o qual não há como definir o que
seja MP, MOD ou CIFs. Sem esse conhecimento não há como distinguir custo
direto do indireto e muito menos saber o que é custo variável e o que é custo fixo.
65
Capítulo 3
O importante nesse capítulo é o conhecimento que você deve ter dos três
elementos que constituem os produtos. Os dois principais são a MP e a MOD.
Esses custos, por serem variáveis, são os mais importantes, já que fazem parte
diretamente dos produtos. A qualidade da MP e da MOD refletirão diretamente
na qualidade do produto fabricado pela empresa. Ademais, por serem variáveis, a
empresa deve ter um bom controle sobre os mesmos, pois quanto mais produz,
mais gastos com esses custos a empresa terá.
Quanto aos CIFs, esses não são tão vitais quanto os outros dois, mas se
tornam importantes à medida que a empresa se automatiza. Isso porque quanto
mais máquinas na linha de produção, mais depreciação dessas máquinas a
empresa terá. Então, o controle dos CIFs não se torna muito relevante, mas se
torna relevante quando a empresa decide investir em máquinas, ou bens do
Imobilizado, de maneira geral. Isso no pressuposto da empresa ter um gasto
bastante alto e isso trazer necessariamente um retorno para ela. Se não houver
essa perspectiva, a empresa pode ter problemas de continuidade.
66
Gestão de Custos e Preços
Atividades de autoavaliação
1. Explique, com suas palavras, o que é matéria-prima. Dê cinco exemplos de
matérias-primas utilizadas em indústrias da sua região.
67
Capítulo 3
68
Gestão de Custos e Preços
10. A sua tarefa neste décimo item é a seguinte: no Anexo 1 deste livro existe
uma planilha de mão de obra. Ela foi elaborada em uma planilha eletrônica
(Excel©) e originalmente está toda indexada, ou seja, alterando-se alguns
valores, todos os outros valores são calculados automaticamente. Os valores
que são alterados são os seguintes (em negrito, na planilha): número de dias no
ano, número de sábados no ano, número de dias de férias no ano, salário/hora
trabalhado, número de dias efetivamente trabalhados, número de DSR no mês
e número de dias de feriados no mês. Os outros valores ou são constantes (por
exemplo, percentagem do FGTS, horas mensais – base – 220, entre outros) ou
são valores calculados nas células por meio de fórmulas (células indexadas). A
sua tarefa é justamente montar essa planilha completa em uma planilha eletrônica,
totalmente indexada. Observação: perceba que os valores da planilha são os
mesmos que estão descritos acima para o salário do horista. A ideia é que você
monte a planilha com os mesmos valores para acompanhar a correção (caso
você não acerte uma fórmula da planilha eletrônica). Quando você conseguir
“fechar” a planilha, para outros valores de mão de obra horária, somente digite o
novo valor da mão de obra, que a planilha eletrônica irá calcular todos os dados
automaticamente.
69
Capítulo 3
3.
10. A resposta é a própria Planilha. Somente que está faltando alguns meses,
mas a planilha está “fechada”. Cabe a você comparar a planilha que construiu
com a planilha do anexo, para observar se todos os valores estão iguais.
70
Capítulo 4
71
Capítulo 4
Seção 1
Então, para definirmos quais são os custos diretos dos produtos de uma empresa,
teremos que saber antecipadamente qual o seu ramo de atividade. A título de
exemplo, a água é custo direto para a indústria de refrigerante, mas não é custo
direto para a serralheria. Outro exemplo é o gás combustível consumido em
uma caldeira da fábrica. Se ele estiver relacionado somente com um produto,
podemos dizer que é custo direto do produto. Se estiver relacionado com vários
produtos, é considerado custo indireto do produto.
O ideal em uma empresa é ter sempre custo direto. Mas esse idealismo, na
prática, é impossível, pois existem custos que não podem ser alocados
diretamente aos produtos. Nesse caso, a empresa deve alocar os custos
identificados aos respectivos departamentos. É assim que surge a figura do
custo direto do departamento. Isto são custos indiretos dos produtos e diretos
dos departamentos. A título de exemplo de custo direto dos departamentos,
podemos citar o valor da mão de obra dos supervisores (MOI), já que o setor de
pessoal mantém controle desses gastos por departamento. Como você pode
72
Gestão de Custos e Preços
perceber, não existe uma maneira de alocar esse valor diretamente aos produtos,
já que os supervisores coordenam a fabricação de vários produtos
simultaneamente. Mas a Contabilidade de Custos pode alocá-los diretamente aos
Departamento é uma departamentos, conforme a distribuição dos salários na
subdivisão da empresa. folha de pagamento elaborada pelo setor de pessoal.
Seção 2
E como os custos indiretos não possuem uma relação direta com o produto,
ou com o departamento, precisamos dividi-los, rateá-los entre os produtos
ou departamentos. Veja que aqui se encontra uma grande característica dos
custos indiretos, ou seja, o rateio dos custos indiretos. Se todos são indiretos,
precisamos encontrar uma maneira, uma forma, uma base para fazer a alocação
de tais custos ao objeto de alocação, produto ou departamento.
Então, precisamos encontrar uma base para dividir os custos indiretos e alocá-
los aos produtos ou departamentos. Essa base se denomina “base de critério de
rateio”, ou simplesmente “critério de rateio” dos custos indiretos de fabricação
(CIFs). Aqui está implícito que somente existe custo indireto se existirem dois
ou mais produtos, ou dois ou mais departamentos. Pois, se houver somente um
produto, ou um departamento, não há como se falar em custo indireto, uma vez
que, pela lógica do custo, haveria um único objeto de alocação, ou único produto
ou departamento.
Perceba que estamos falando bastante em “fábrica”. Ora, veja que todo o gasto
da fábrica é custo indireto, pois não existe uma relação direta entre o custo da
fábrica e o objeto de alocação.
73
Capítulo 4
Resumindo
Seção 3
Isto quer dizer que para um determinado nível de produção, por exemplo, de mil
a duas mil unidades, os custos fixos são os mesmos. Se o nível de produção se
alterar passando, agora, por exemplo, de mil e quinhentas unidades para duas mil
e quinhentas unidades, o custo fixo também se altera. Na prática das empresas, a
Contabilidade de Custos trabalha com um nível normal de produção, por exemplo,
entre 75% e 92% da capacidade máxima de produção, para os valores dos
custos fixos.
74
Gestão de Custos e Preços
Intervalo de
interesse
Seção 4
75
Capítulo 4
Então, para fabricar uma carteira você precisa de certa quantidade de matéria-
prima, para fabricar duas carteiras irá precisar o dobro do que utilizou na primeira
carteira, e assim sucessivamente. Dessa forma, veja que há proporcionalidade
entre a MP e a quantidade produzida.
Valor dos
custos
variáveis
(R$)
Como você pode notar na Figura 4.2, existe uma proporcionalidade entre o
custo variável e a quantidade fabricada. À medida que a empresa aumenta a
produção, aumentam, também, os custos variáveis, na mesma proporção. Mas
a proporcionalidade é aceita em teoria, pois, na prática, ela não é tão evidente
como no gráfico da Figura 4.2. No dia a dia da empresa, a experiência adquirida
no processo de fabricação dos produtos altera esta proporcionalidade.
76
Gestão de Custos e Preços
Já a MOD não é consenso para alguns autores quanto a ser custo variável. Eles
argumentam que, havendo ou não produção, a empresa irá pagar a mão de obra
direta. Também se pode argumentar que a empresa pagará a MOD, se houver
perspectiva de produção para o próximo mês, se não houver essa certeza, a
empresa dispensará os funcionários. Pode-se, então, inferir, precariamente, que
no mês em análise a “MOD é custo fixo”, mas se levarmos em consideração
dois ou mais meses, a MOD é custo variável. Em todo caso, para os propósitos
desta Unidade de Aprendizagem, como para a maioria dos autores, a MOD será
considerada custo variável.
77
Capítulo 4
Mas existe uma situação curiosa: a princípio, quanto maior o custo fixo, mais
valor agregado do produto. O inverso é verdadeiro: quanto mais custo variável,
menor é o valor agregado do produto (na suposição de que quanto mais valor
agregado, mais rentável é o produto). Então, fica o seguinte trade-off: utilizar
mais custos variáveis – facilidade de gerenciamento e menor rentabilidade ou
Trade-offs é quando custos fixos – maior dificuldade de gerenciamento, mas
abrimos mão de alguma maior rentabilidade do produto.
coisa (bem, serviço ou
direito) no presente, para Exemplificando a situação acima, imagine dois produtos:
auferirmos algo melhor móveis e computadores. O primeiro é intensivo em
no futuro. Um bom
custos variáveis (principalmente MP e MOD dos
exemplo de Trade-offs
está no jogo de xadrez. funcionários), fácil de gerenciar, mas menos rentável. O
Você pode deixar que segundo é intensivo em custos fixos (principalmente,
seu adversário ‘coma’ amortização da pesquisa e depreciação das máquinas
um peão do seu jogo,
contudo, essa atitude lhe
sofisticadas), difícil de gerenciar, mas bem mais
permitirá ‘comer’ uma rentável. Então, a pergunta que fica, é: qual empresa
torre do seu oponente você gostaria de gerenciar (fabricante de móveis ou de
na próxima jogada. Em
computadores)?
outras palavras, para
otimizar um resultado no
A par desse conteúdo, você já pode responder às
futuro, você precisa abrir
mão de algum recurso no questões a seguir, com o objetivo de aumentar os seus
presente. conhecimentos.
Atividades de autoavaliação
A partir de seus estudos, leia com atenção e resolva as atividades programadas
para a sua autoavaliação.
78
Gestão de Custos e Preços
h) ( ) Materiais indiretos.
79
Capítulo 4
80
Gestão de Custos e Preços
9. Explique por que a água em uma indústria metalúrgica não é custo variável.
10. Explique por que o aluguel do prédio da fábrica não é custo direto.
81
Respostas e comentários das atividades de
autoavaliação
1. São os valores que podem ser alocados objetivamente aos produtos, ou
departamentos, conforme o objeto de alocação de custo.
3.
5. São valores consumidos na produção e que mantêm uma relação direta com a
quantidade produzida.
6.
7. Custos indiretos – salários das pessoas que fazem limpeza, água, seguro do
prédio, depreciação do prédio, iluminação da parte externa da universidade.
Custos diretos – salário do coordenador do curso e giz das salas de aula.
10. Porque o valor gasto beneficia toda a produção, e não somente um produto
específico.
Capítulo 5
Custeio
85
Capítulo 5
Seção 1
Seção 2
86
Gestão de Custos e Preços
Se o Custeio por Absorção é aceito pelo Fisco, ele não é utilizado para análise
gerencial. Esse impedimento acontece devido aos custos fixos, pois, para alocar
custos fixos aos produtos, é preciso definir um critério de rateio para eles, devido
ao fato de os custos fixos serem comuns aos produtos. E a definição do critério
de rateio sempre será arbitrária, já que, na maioria das vezes, não existe um
critério objetivo de alocação dos custos fixos.
Gastos
Estoque de Produto em
Processo
Estoque de Produto
Acabado Demonstração de Resultado
Receita de vendas
Venda (-) Custo Produto Vendido
Lucro Bruto
(-) Despesas Operacionais
Lucro Operacional
87
Capítulo 5
Esse tipo de custeamento não é permitido pelo Fisco. A proibição se justifica pelo
fato de os custos fixos serem lançados diretamente nas contas de resultados,
aumentando, com isso, os valores dedutíveis do resultado do exercício e,
consequentemente, diminuindo o lucro do exercício. Com a utilização do Custeio
Variável, a empresa pode reduzir significativamente o lucro (e, por consequência,
o Imposto de Renda a pagar), somente lançando no resultado os custos fixos. É
por esta razão que o Fisco não permite às empresas utilizarem o Custeio Variável
para custeamento dos produtos.
Ademais, o Custeio Variável também não está de acordo com a Lei n. 6.404/76 e
com os Princípios Contábeis, notadamente o já citado Custo como Base de Valor.
Entretanto, se o Custeio Variável não é permitido pelo Fisco, é, por outro lado,
utilizado para análise gerencial. E é utilizado justamente por eliminar do custo do
produto o custo indireto, já que suprime o problema do critério de rateio. Nesse
sentido, surge uma famosa expressão na análise de custo, qual seja, Margem de
Contribuição (MC), que é o preço de venda menos os custos variáveis. A MC é
uma informação importante na análise do custo, pois nos informa qual produto é
mais rentável para a empresa e, com isto, o lucro por produto deixa de ser uma
informação relevante.
88
Gestão de Custos e Preços
Gastos
Estoque de Produto em
Processo
Estoque de Produto
Acabado
Despesas
Variáveis
Demonstração de Resultado
Receita de vendas
Venda (-) Valores Variáveis
(=) Margem de Contribuição
(-) Valores Fixos
Lucro
89
Capítulo 5
Seção 3
90
Gestão de Custos e Preços
Toda empresa rural também utiliza esse tipo de sistema. Cada plantação é uma
produção específica e, por isso, deve ser controlada individualmente no grupo
Estoque (Estoque de Produtos em Processo e Estoque de Produto Acabado),
assim como, também, cada criação específica de animais para abate.
91
Capítulo 5
Quadro 5.1 - Plano de Contas do Grupo Estoque para Empresas que utilizam o Sistema de Custo por
Ordem de Produção
Atenção!
Não existe estoque de
produtos acabados para
animais a serem abatidos.
92
Gestão de Custos e Preços
Ordem de Produção n° 02
93
Capítulo 5
Analisando a Figura 5.4, a seguir, perceba que o valor monetário (R$) do custo
do mês é fácil de saber, pois está lançado pela Contabilidade. A matéria-
prima consumida no mês é informada pelo Almoxarifado, o gasto com MOD é
informado pelo Setor de Pessoal e os Custos Indiretos do mês são apurados
pela planilha de custos. O problema é justamente a quantidade produzida, já que,
na quantidade produzida no mês de fevereiro, por exemplo, existem produtos
que foram iniciados em janeiro (e foram terminados em fevereiro), produtos que
iniciaram a produção em fevereiro e foram terminados em fevereiro, e produtos
que iniciaram a produção em fevereiro e somente serão acabados em março.
Ordem de Produção n° 02
Linha do Tempo
Esse fato não existe na Ordem de Produção, pois lá, como é o controle de um
único produto, o tempo é irrelevante. A qualquer momento, temos conhecimento
do valor da produção, já que o produto (ou serviço) é único (para tanto, basta
olharmos o razão da conta contábil para sabermos o custo do produto, ou
serviço, já que é único). No Sistema por Processo, o controle é de vários
produtos, por isso esse sistema é mais trabalhoso do que o anterior.
94
Gestão de Custos e Preços
1.3 Estoques
1.31 Matéria-prima
1.32 Produto em Processo
1.32.1 Depto. ALFA
1.32.1.1 Produto VERDE
1.32.1.1.1 Matéria-prima
1.32.1.1.2 Mão-de-obra Direta
1.32.1.1.3 Custos Indiretos
1.32.2 Depto. BETA
1.32.2.1 Produto VERDE
1.32.2.1.1 Departamento Anterior
1.32.2.1.2 Matéria-prima
1.32.2.1.3 Mão-de-obra Direta
1.32.2.1.4 Custos Indiretos
1.32.3. Depto. GAMA
1.32.3.1 Produto VERDE
1.32.3.1.1 Departamento Anterior VERDE
1.32.3.1.2 Matéria-prima
1.32.3.1.3 Mão-de-obra Direta
1.32.3.1.4 Custos Indiretos
1.33 Produtos Acabados
1.33.1 Produção Acabada
1.33.1.1 Produção Terminada
1.33.1.1.1 Produto VERDE
1.33.1.1.2 Produto BRANCO
1.33.1.1.3 Produto VERMELHO
*
Observação: nas empresas rurais e de prestação de serviço não se aplica o Sistema de
Custo por Processo.
95
Capítulo 5
96
Gestão de Custos e Preços
Atividades de autoavaliação
Ao final de cada capítulo, você será instigado/a (provocado/a) a realizar atividades
de autoavaliação. O gabarito está disponível no final das atividades. Mas se
esforce para resolver as atividades sem ajuda do gabarito, pois assim você estará
promovendo (estimulando) a sua aprendizagem.
97
Capítulo 5
98
Gestão de Custos e Preços
99
Respostas e comentários das atividades de
autoavaliação
1. Custeios são os modos de alocar custos aos produtos ou estoque, conforme o
objeto de custeio. Já a palavra “custear” é um verbo que significa alocar valores a
alguma coisa.
4. Os custos fixos e indiretos, pois, para cada custo, existirá um critério de rateio
diferente e, consequentemente, um lucro diferente para cada produto, com isso
inviabilizando a análise gerencial.
Departamentalização
101
Capítulo 6
Seção 1
O que é um departamento?
Os departamentos são as subdivisões da empresa que desenvolvem atividades
homogêneas. São os locais físicos dentro da fábrica onde são fabricados os
produtos, ou prestados os serviços, nas prestadoras de serviços.
Presidência
102
Gestão de Custos e Preços
Veja que, na planilha de custos, são alocados os valores gastos para fabricar
os produtos (ou prestar o serviço, se for o caso). Assim, os departamentos
existentes na planilha são os de Produção e de Serviços. Os custos desses dois
mais os custos com MP e MOD são os custos totais dos produtos; são os valores
que serão alocados, contabilizados no Estoque de Produtos em Processo e, na
sequência, no Estoque de Produtos Acabados.
Observe, então, que estão alocados na planilha de custos somente os custos dos
produtos. Entretanto, se quisermos, podemos alocar nessa planilha também os
valores das despesas. Para tanto, devemos subtotalizar os valores da planilha em
“custos” e “despesas”. Assim, podemos utilizar a planilha para avaliar o estoque
da empresa (por meio dos custos dos produtos) e também para gerenciar as
despesas burocráticas da empresa (por meio das despesas operacionais).
103
Capítulo 6
Seção 2
104
Gestão de Custos e Preços
Seção 3
105
Capítulo 6
Depto. Auxiliar Y
Custos Diretos e
Custos Indiretos
Depto. Produtivo A
Custos Diretos e
Custos Indiretos
Depto. Produtivo B
Custos Diretos e
Custos Indiretos
Produtos e Serviços
106
Gestão de Custos e Preços
Seção 4
107
Capítulo 6
Custos Indiretos – exigem rateio. São alocados primeiramente aos departamentos (de
produção ou de serviços) para, em seguida, serem alocados aos produtos.
Custo Indireto Critério de Rateio (vários)
Depreciação do prédio m2, m3, valor venal, quantidade de funcionários etc.
Depreciação das máquinas Horas/máquinas (HM), valor das máquinas etc.
Supervisão MOD, HM etc.
Combustível Requisição do almoxarifado, HM, quantidade máquinas etc.
Luz/força Medidores de energia, potência instalada, nº lâmpadas etc.
Água Número de pessoas, m2, medidores etc.
Material limpeza Requisição do almoxarifado, m2, quantidade máquinas etc.
Aluguel Valor da área, m2 etc.
Deptos. Auxiliares HM, MOD, número de máquinas etc.
Deptos. Produtivos HM, MOD, MP, percentuais etc.
Observe, pelo Quadro 6.1, que os critérios de rateio dos custos indiretos são
vários. Para um mesmo CIF, podemos utilizar diversos critérios de divisão para
alocá-lo aos departamentos. Essa diversidade de critérios de rateio possibilita o
surgimento da planilha de custo, pois devemos primeiramente alocar os CIFs aos
departamentos, para, em seguida, alocá-los aos produtos.
108
Gestão de Custos e Preços
Neste capítulo, você aprendeu sobre a alocação teórica dos CIFs aos produtos e
departamentos. Vamos aproveitar este raciocínio para você conhecer também a
alocação dos custos diretos aos produtos.
Custos Diretos – não exigem rateio. São alocados diretamente aos produtos.
Custo Critério de Rateio (Único)
MP Requisição do almoxarifado
MOD Apontamento das horas trabalhadas
Embalagem (MP) Requisição do almoxarifado
109
Capítulo 6
O controle de tempo de produção até uns anos atrás existia nas linhas de
produção, os famosos “apontadores”, ou seja, pessoas que anotavam os
tempos de produção, notadamente quando os produtos começavam a ser
fabricados, até o seu término. Nos dias de hoje, com a utilização maciça
dos computadores, esses apontadores foram substituídos pelo controle
informatizado dos tempos de produção. Então, os próprios trabalhadores
da linha de produção controlam os tempos que os produtos levam para ser
fabricados.
Perceba, então, que não existem cálculos para alocação dos custos diretos dos
produtos, mas somente um controle para saber o gasto de cada produto.
Atividades de autoavaliação
1. Explique, com suas palavras, o que é “departamento”.
110
Gestão de Custos e Preços
111
Capítulo 6
112
Gestão de Custos e Preços
113
Respostas e comentários das atividades de
autoavaliação
1. Departamento é a subdivisão da empresa.
4. Para os produtos.
7. Requisição do almoxarifado.
Planilha de Custos
115
Capítulo 7
Seção 1
Tabela 7.1 – Custos indiretos da Metalúrgica Ouro Branco para o mês de junho
116
Gestão de Custos e Preços
117
Capítulo 7
Também foi definido que os custos dos departamentos de produção são alocados
aos produtos de acordo com o Quadro 7.5, na sequência, em horas-máquinas.
118
Gestão de Custos e Preços
119
Capítulo 7
Quadro 7.9 – Alocação das denominações e valores dos custos indiretos da empresa
120
Gestão de Custos e Preços
Esse é o valor que deve ser alocado ao departamento de usinagem, pois a base,
R$ 75.000,00, é desse departamento. Esse cálculo serviu para exemplificar o
valor da depreciação que deve ser alocado ao departamento de usinagem. Para
os outros departamentos, você deve calcular como exemplificado acima. Após
calcular os valores da depreciação, calcule os valores dos outros custos indiretos
e subtotalize.
121
Capítulo 7
Quadro 7.11 – Parte da planilha que contém os custos indiretos dos departamentos
122
Gestão de Custos e Preços
Em Contabilidade de Custos, existe uma “máxima” que diz: quem tem custo não
são os departamentos e sim os produtos. Tomando como base estse aforismo
da matéria, devemos, primeiramente, alocar os custos dos departamentos
auxiliares para os departamentos de produção, pois os auxiliares existem para
proporcionar condições de produção aos produtivos. Então, os seus custos
devem ser rateados e transferidos para os departamentos produtivos. Para fazer
a transferência de valor, devemos ter conhecimento dos critérios de rateios dos
departamentos auxiliares. Para tanto, devemos consultar os Quadros 7.4 e 7.13.
Aqui você deve atentar para um detalhe no critério de rateio. No rateio dos CIFs,
utilizamos todos os valores do critério de rateio dos departamentos, ou seja,
quando rateamos a depreciação, por exemplo, utilizamos o valor das máquinas,
com os seguintes números: usinagem, 75.000,00; pintura 40.000,00; montagem
30.000,00; manutenção 5.000,00 e almoxarifado 3.000,00. Já no zeramento
dos departamentos auxiliares, utilizam-se somente os valores da base dos
123
Capítulo 7
•• Usinagem 1.200 HM
Manutenção
•• Pintura 900 HM
(base de rateio – HM)
•• Montagem 1.800 HM
•• Usinagem 5.600 HP
Almoxarifado
•• Pintura 1.200 HP
(base de rateio – HP)
•• Montagem 500 HP
•• Usinagem 1.200 HM
Qualidade
•• Pintura 900 HM
(base de rateio – HM)
•• Montagem 1.800 HM
124
Gestão de Custos e Preços
Então, no quadro 7.14, seguinte, que é uma parte da planilha de custos, faz-se
o zeramento dos departamentos auxiliares para os departamentos produtivos. O
valor colocado entre parênteses (negativos) nos departamentos auxiliares é uma
convenção para facilitar o cálculo nas planilhas eletrônicas, pois basta totalizar a
“linha” para se encontrar o valor, que deve ser, obrigatoriamente, zero (lembre-se
de observar a coluna Total, à direita).
125
Capítulo 7
Quadro 7.15 – Rateio dos custos dos departamentos produtivos para os produtos
Na primeira vez que se faz uma planilha de custos, os cálculos devem ser
manuais, para se aprender como se faz a planilha. Em uma segunda vez, já
dominando a técnica de elaboração, os cálculos devem ser indexados em uma
planilha eletrônica.
126
Gestão de Custos e Preços
127
Capítulo 7
Com esses valores podemos, agora, montar a segunda planilha, que informará o
custo unitário dos produtos. Para tanto, já sabemos o valor total da MP, da MOD
e dos CIFs. A soma desses valores, dividida pela quantidade produzida, informa o
custo unitário, conforme o Quadro 7.18, seguinte.
128
Gestão de Custos e Preços
Para tanto, iremos apresentar uma estrutura de DRE, que será preenchida
parcialmente, somente com os valores dos quais dispomos. Essa DRE tem por
objetivo o cálculo do CPV, principalmente, e da Receita, conforme abaixo. O
cálculo da Receita e do CPV será comentado na sequência.
Despesas Operacionais
129
Capítulo 7
Somente não existe CPV para o produto C, pois a empresa não vendeu nenhum
desses produtos, assim, não existe custo de venda para o produto. Nesse
caso, toda a produção está registrada na conta contábil Estoque de Produtos
Acabados (Estoque físico de C: 3.980 unidades avaliadas em R$ 78.209,98).
Para finalizar esse capítulo, apresentamos no anexo “2” o Quadro 7. 16, anterior,
mas construído em uma planilha eletrônica (Excel®). Perceba que, para se
calcular em uma folha de papel, não precisamos escrever as bases e os critérios
de rateios. Mas, na planilha eletrônica, precisamos informar esses dados para,
justamente, informarmos os valores (bases e critérios) para a planilha eletrônica
poder calcular os valores monetários automaticamente.
Por outro lado, podemos elaborar a planilha manual também neste layout (layout
da planilha eletrônica). É bem mais trabalhoso, pois a quantidade de valores a
ser escrita é maior, mas também a probabilidade de erro é menor, justamente
por visualizarmos todos os valores da planilha. Então, você possui a opção de
elaborar a planilha manualmente em dois layouts: ou simplificada, ou no modelo,
digamos, completo.
130
Gestão de Custos e Preços
Atividades de autoavaliação
1) Para exemplificarmos a montagem da planilha neste capítulo 7, tomamos como
base uma empresa industrial. O exercício que é proposto abaixo se baseia em
uma empresa prestadora de serviço. A metodologia de cálculo das duas planilhas
é a mesma. Você somente deverá prestar atenção na montagem da segunda
planilha, pois o serviço é unitário, ou seja, o cliente é como se fosse um único
produto.
131
Capítulo 7
Força HP
Água Área
Luz Área
Seguro Área
Aluguel Área
132
Gestão de Custos e Preços
A empresa possui cinco clientes, aos quais estão alocados os seguintes valores,
conforme Quadro 4, seguinte. Com os valores apresentados no exercício, a
empresa deseja saber:
133
Capítulo 7
134
Gestão de Custos e Preços
135
Capítulo 7
Com esses cálculos, você termina a planilha dos CIFs da empresa, conforme está
informado no Quadro 1, abaixo:
Com o conhecimento dos CIFs, calculados na planilha acima (Quadro 1), agora
você deve construir outra planilha, ou seja, a planilha dos custos totais dos
produtos, ou serviço, como é o caso desse exercício. Para tanto, os custos
variáveis diretos dos produtos já foram informados na redação do exercício,
basta transportar os valores para esta planilha. Na sequência, você também
deve transportar os valores dos CIFs, calculados na primeira planilha, para essa.
Com esses valores, basta somá-los para você saber o custo total dos serviços,
conforme Quadro 2, a seguir:
136
Gestão de Custos e Preços
137
Universidade do Sul de Santa Catarina
UnisulVirtual - Educação Superior a Distância
Departamento de Ciências Contábeis
Unidade de Aprendizagem: Contabilidade de Custos
Resolução do Exercício Número 1.
M. P. M. O. D. Total
Bradesco 1.520,00 32.650,00 6.449,40 40.619,40
Votorantin 1.630,00 30.980,00 6.622,74 39.232,74
Itaú 1.450,00 34.060,00 6.351,58 41.861,58
Unibanco 980,00 36.430,00 5.439,78 42.849,78
Safra 1.320,00 30.460,00 5.946,51 37.726,51
Total 6.900,00 164.580,00 30.810,00 202.290,00
139
Safra 37.726,51 202.290,00
Lucro 104.620,00
Universidade do Sul de Santa Catarina
UnisulVirtual - Educação Superior a Distância
Deparetamento de Ciências Contábeis
Unidade de Aprendizagem: Contabilidade de Custos
Resolução do Exercício n. 2
141
Capítulo 8
Margem de Contribuição
143
Capítulo 8
Seção 1
144
Gestão de Custos e Preços
Valores Variáveis
Denominações Valores Fixos
Alfa Beta
M.O.D. 3,50/unidade 1,80/unidade Depreciação 17.500,00/mês
M.P. 2,30/unidade 1,60/unidade Aluguel 15.300,00/mês
Embalagem 0,60/unidade 0,80/unidade Supervisão 2.800,00/mês
Para responder a essas perguntas a primeira coisa que vem à mente é o lucro: o
produto que der mais lucro deve ser o mais “interessante” para a empresa, dessa
forma, a empresa deve fazer o melhor esforço para vender. Então, se o lucro é a
melhor resposta, iremos apresentar a Demonstração de Resultados do Exercício
(DRE), simplificada, para sabermos o lucro dos dois produtos. E então responder
as perguntas.
Alfa Beta
DRE
Critério de Rateio dos Valores Fixos: MOD
Receita 54.000,00 56.000,00
Valores Variáveis 28.800,00 33.600,00
Valores Fixos 21.159,00 9.672,00
Lucro 4.041,00 12.728,00
145
Capítulo 8
Entretanto, o critério de rateio utilizado foi a MOD. Por isso, fica a dúvida: será
que se utilizarmos as horas-máquinas de produção como critério de rateio, o
produto Beta continuaria sendo o mais interessante para a empresa?
Para sanarmos essa dúvida, iremos apresentar abaixo a DRE mudando o critério
de rateio. Faremos a DRE utilizando as HMs como critério de rateio dos valores
fixos. Verifique o Quadro 8.3.
Alfa Beta
DRE
Critério de Rateio dos Valores Fixos: HM
Receita 54.000,00 56.000,00
Valores Variáveis 28.800,00 33.600,00
Valores Fixos 12.816,00 17.088,00
Lucro 12.384,00 5.312,00
Observando as duas DREs, verifica-se que o lucro foi invertido: utilizando como
critério de rateio as HMs, o produto que gera mais lucro é o Alfa; lucro de R$
12.384,00, e o produto Beta gera um lucro de 5.312,00.
Então, mudando o critério de rateio, o lucro por produto é alterado. Nesse caso,
o que devemos utilizar para se analisar qual o produto é mais “interessante”
para a empresa? Aqui surge justamente a Margem de Contribuição, pois no dela
não entram os valores fixos. Não utilizando os valores fixos no cálculo da MC,
não se utiliza o critério de rateio. E o critério de rateio é o problema justamente
por não haver uma definição na legislação sobre o assunto; ficando a definição
ao livre-arbítrio das pessoas que trabalham na área de custos.
146
Gestão de Custos e Preços
147
Capítulo 8
Seção 2
Como se desprende dos dados citados acima, à primeira vista a empresa não
poderia aceitar a encomenda, pois seu preço de venda normal é de R$ 95,00/
tonelada e o cliente está disposto a pagar somente R$ 60,00/tonelada. Com isso,
a empresa perderia “dinheiro”, pois venderia por R$ 35,00/tonelada (95-60=35) a
menos.
Em todo caso, para responder adequadamente a essa dúvida, vende ou não vende
a 60,00/tonelada (?), devemos montar a DRE das duas situações: uma situação de
venda das 200 toneladas à R$ 60,00/tonelada e a outra situação de não se vender
as 200 toneladas a R$ 60,00/tonelada. Vejamos agora o Quadro 8.5.
148
Gestão de Custos e Preços
A diferença dos dois lucros é causada pelos valores fixos; já que, para qualquer
produção acima de uma unidade, essa produção arcará com os valores fixos.
Logo, se a empresa produzir a sua capacidade de produção (800 toneladas), ou
se a empresa produzir somente as 500 toneladas, haverá necessariamente os
valores fixos (R$ 21.000,00/período).
149
Capítulo 8
Seção 3
150
Gestão de Custos e Preços
Vamos agora calcular e montar as DREs pelo Sistema de Custeio por Absorção e
pelo Sistema de Custeio Variável.
152
Gestão de Custos e Preços
continuação
Despesas Fixas
Despesas ADM R$ 5.057,00/mês
Despesas com vendas R$ 5.920,00/mês
Despesas financeiras R$ 8.540,00/mês
Despesa Variável
Comissão sem Vendas 2,30%
Receita (+)
Despesas Operacionais
153
Capítulo 8
Custo Unitário =
10.000
154
Gestão de Custos e Preços
Despesas Operacionais
155
Capítulo 8
Receita (+)
Valores Variáveis
Valores Fixos
Lucro (=)
156
Gestão de Custos e Preços
Pode-se perceber que o Estoque Final pelo Variável (R$ 10.000,00) é menor do
que o Estoque Final pelo Absorção (R$ 11.168,00) – e sempre será assim. Os
dois Estoques Finais somente serão iguais em uma ocasião: quando a empresa
vender todo o Estoque (quando os dois Estoques Finais serão iguais a zero).
E, para terminar esse assunto, chama a atenção que na DRE por Custeio Variável
foram inseridos os Valores Fixos. A bem da verdade, não deveríamos inserir os
valores fixos na DRE por Custeio Variável - devido, justamente, ao Critério de
Rateio dos Valores Fixos (Custos Fixos e Despesas Fixas). Qual (is) critérios de
rateio deveríamos utilizar para ratear os valores fixos? Como no exemplo
citado acima, existe somente um produto, podemos inserir os valores fixos na
DRE pelo Variável, porque para a fabricação de somente um produto não há
necessidade de critérios de rateio; pois a produção é de somente um produto.
Entretanto, se considerarmos dois ou mais produtos em qualquer cálculo,
devemos ratear os valores fixos - com isso devemos perceber que qualquer valor
fixo abaixo da Margem de Contribuição não possui importância para a Análise de
Custos – devido, justamente, na definição do critério de rateio.
Por isso, em Análise de Custos, devemos nos restringir somente até a Margem
de Contribuição. Na Análise de Custos o Lucro do produto não possui a menor
importância em termos de informação, devido, justamente, à definição arbitrária
do critério de rateio dos valores fixos (custos fixos, notadamente).
157
Capítulo 8
Seção 4
Entre os fatores de produção que podem faltar à empresa, podemos citar a falta
de matéria-prima (água, energia elétrica, embalagem, gás liquefeito de petróleo
(GLP), entre outros exemplos de MP), a falta de máquinas (expresso em número
de horas-máquinas (HM)), mão de obra direta (MOD) etc.
Entretanto, quando a empresa fabrica dois ou mais produtos, irá surgir a dúvida:
a empresa deve fabricar mais o produto Alfa ou fabricar mais o produto Beta,
para ter o maior retorno sobre o capital investido, maior rentabilidade?
158
Gestão de Custos e Preços
Exemplo:
Produto
Alfa
Beta
159
Capítulo 8
Produto MC unitária
Alfa R$ 450,00
Beta R$ 380,00
Fator Limitante
Produto MC unitária HM/unidade
Alfa R$ 450,00 12,0 HM/unidade
Beta R$ 380,00 8,0 HM/unidade
160
Gestão de Custos e Preços
Neste caso, a pergunta que se faz é a seguinte: qual produto a empresa deve
diminuir a produção e ter a maior rentabilidade possível?
Já que não podemos falar em lucro, dado que são dois produtos e para sabermos
o lucro necessariamente devemos ratear os valores fixos (notadamente o custo
fixo) entre os dois produtos. E como o critério de rateio depende da arbitrariedade
das pessoas que trabalham na área de custos, não há como definir o melhor
critério de rateio dos valores fixos (custo fixo, notadamente).
Considerando que a empresa possui somente 60.000 HM para ser utilizada, e que
deve diminuir a produção do produto Alfa, produzir o máximo de produto Beta
e que a Demanda do produto Beta irá consumir 30.400 HM (8 X 3.800), então,
devemos diminuir a quantidade de HM disponível da quantidade de HM do produto
Beta para sabermos quantas HM iremos utilizar no produto Alfa. Por isso, a conta
é a seguinte: 60.000 - 30.400 = 29.600. Em todo caso, a quantidade de HM de Alfa
mais a quantidade de HM de Beta deve ser de, no máximo, 60.000 HM.
161
Capítulo 8
Fator FL p/
Limitante
MC MC/ Produção
Produto F. L. Demanda Previsto Produção
Unitária FL ou HM p/
ou HM Produção
Prevista
29.600 / 12
Alfa 450,00 12,0 37,50 3.000 36.000 29.600
= 2.466
30.400 / 8 =
Beta 380,00 8,0 47,50 3.800 30.400 30.400
3.800
Valores Totais è 66.400 60.000
162
Gestão de Custos e Preços
Variável, e não pelo Absorção. Se fosse pelo Absorção, teríamos que ratear
os valores fixos (custos fixos, notadamente), e definir os critérios de rateio dos
custos é uma subjetividade que depende de cada pessoa que trabalha na área de
custo.
Quantidade MC Total
Produto MC unitária Produzida e Vendida
Alfa R$ 450,00/unidade 2.466 R$ 1.109.700,00
Beta R$ 380,00/unidade 3.800 R$ 1.444.000,00
Margem de Contribuição Total è R$ 2.553.700,00
Valores Fixos è xxx,xx
Lucro è xxx,xx
Assim, para justificarmos que a resposta acima está correta, a melhor opção
para a empresa iremos montar na sequência, ou seja, o quadro da Limitação na
Capacidade de Produção diminuindo a produção de Beta e depois montarmos a
DRE. Para comprovarmos que a primeira opção é a mais rentável para a empresa.
De outra forma: a primeira opção é que proporciona a maior MC Total.
Fator FL p/
Limitante
MC MC/ Produção
Produto F. L. Demanda Previsto Produção
Unitária FL ou HM p/
ou HM Produção
Prevista
36.000 / 12 =
Alfa 450,00 12,0 37,50 3.000 36.000 36.000
3.000
24.000 / 8 =
Beta 380,00 8,0 47,50 3.800 30.400 24.000
3.000
Valores Totais è 66.400 60.000
163
Capítulo 8
Com esta nova opção de produção, temos que a empresa pode fabricar 3.000
unidades de Alfa e 3.000 unidades de Beta. Agora, somente falta fazermos a DRE
pelo Custeio variável desta opção de produção para sabermos se a MC Total será
maior ou menor que o calculado na primeira opção. Então, temos a seguir a DRE
pelo Custeio Variável:
Quantidade MC Total
Produto MC unitária Produzida e Vendida
Alfa R$ 450,00/unidade 3.000 R$ 1.350.000,00
Beta R$ 380,00/unidade 3.000 R$ 1.140.000,00
Margem de Contribuição Total è R$ 2.490.000,00
Valores Fixos è xxx,xx
Lucro è xxx,xx
Mas, o conceito de MC unitária dividido pelo Fator Limitante unitário deve ser usado
somente na análise de qual produto a empresa irá diminuir ou manter na produção.
Na DRE devemos utilizar a MC unitária, digamos, normal. Pois a MC unitária é um
valor monetário; já a MC unitária dividida pelo Fator Limitante unitário não é um valor
monetário, e sim um índice.
Então, como demonstrado acima, percebe-se que é fácil calcular a melhor otimização
da rentabilidade da empresa quando a empresa apresenta Limitação na Capacidade
de Produção. Entretanto, ressalta-se que esse tipo de cálculo é fácil quando existe
somente um limitador na capacidade de produção: quando a empresa apresenta mais
de um limitador na capacidade de produção, o raciocínio apresentado acima não é
válido. Se a empresa apresentar mais de um limitador na capacidade de produção,
então, devemos utilizar os conceitos da Pesquisa Operacional (Programação Linear,
Programação Não-linear, Método Simplex, entre outros Métodos).
164
Gestão de Custos e Preços
Atividades de autoavaliação
1. Determinada empresa fabrica dois produtos: Amarelo e Laranja. Abaixo são
informados os valores pertinentes aos dois Produtos e outros valores de produção.
Resposta:
Resposta:
165
Capítulo 8
Resposta:
Resposta:
A empresa informa também que os Impostos sobre Vendas são de 21,3 % sobre
as vendas brutas e que a Comissão dos Vendedores é de 2,0 %, também sobre
as vendas brutas. Com esses valores pede-se a DRE pelo Custeio por Absorção
e a DRE pelo Custeio Variável.
Resposta:
166
Gestão de Custos e Preços
6. A empresa da Serra S.A. tem uma produção mensal de 74.460 unidades. Para
esse período está prevista uma venda de 52.340 unidades. A referida empresa
informa que seus valores (ganhos e gastos) para o período em análise estão
assim estimados:
Com estes valores pede-se a DRE pelo Custeio por Absorção e a DRE pelo
Custeio Variável.
Matéria-prima
Mesa Preço de Venda M.O.D. Embalagem
m3 Valor Demanda
(------------------------- valores unitários -----------------------)
4 pessoas R$ 230,00 R$ 50,00 2,0 R$ 38,00 R$ 14,00 500 unidades
6 pessoas R$ 280,00 R$ 60,00 3,0 R$ 38,00 R$ 20,00 420 unidades
8 pessoas R$ 351,00 R$ 80,00 4,0 R$ 38,00 R$ 23,00 400 unidades
Resposta:
167
Capítulo 8
Outros
Preço M. P.
Custos MOD Embalagem Demanda
Venda Acetona
Produto Variáveis (em Reais) (em Reais) (em
(em Reais) (em litro)
(em Reais) unidades)
(----------------------------valores unitários----------------------------)
Alfa 60,08 12,50 18,60 4,30 3,9361 2.200
Beta 81,94 14,50 35,58 4,80 5,6456 2.880
Gama 75,25 13,20 22,60 3,80 7,7371 1.820
Sabe-se que a Petrobrás somente poderá fornecer 30.441 litros de acetona para
o período em análise, devido a problemas de manutenção na refinaria que produz
a acetona, ao preço total de R$ 71.226,86. A área de Custos também informa que
os CIFs totalizaram, no mês em análise, o valor de R$ 32.057,26 e são rateados
aos produtos em proporção à quantidade de MP física unitária. Com os dados
citados acima, pergunta-se: qual o lucro máximo possível que a empresa
consegue auferir no período? Justifique a sua resposta.
Resposta:
Comentários às Perguntas:
168
Gestão de Custos e Preços
2.
Impostos
Preço de Custos MC
Produtos Valor Monetário
Venda Variáveis Percentual Unitária
Unitário
Cachaça 16,80 2,20 55% 9,24 5,36
Uísque 17,60 3,20 42% 7,39 7,01
3.
Comentários às Perguntas:
169
Capítulo 8
5.
DRE
Absorção Variável
Receita Bruta 42.228,00 Receita Bruta 42.228,00
Imp. s/ Vendas 8.994,56 Valores Variáveis 26.399,12
Receita Líquida 33.233,44 Custos Variáveis 16.560,00
C.P.V. 24.369,82 Impostos 8.994,56
Lucro Bruto 8.863,62 Desp. V. Var. 844,56
Desp. Operacional Marg. Contrib. 15.828,88
Desp. ADM 3.240,00 Valores Fixos 18.650,00
Desp. Vendas 3.464,56 Custos Fixos 12.790,00
Fixas 2.620,00 Desp. ADM 3.240,00
Variáveis 844,56 Desp. Vendas 2.620,00
Lucro Operacional 2.159,06 Lucro Líquido (2.821,12)
4.520
170
Gestão de Custos e Preços
6.
DRE
Custeio por Absorção Custeio Variável
Receita Bruta 664.718,00 Receita Bruta 664.718,00
Imp s/ Vendas 235.530,00 C. Variável 79.556,80
Receita Liquida 429.188,00 Imp. s/ Vendas 235.530,00
C.P.V. 294.977,44 Desp. Variável 26.170,00
Lucro Bruto 134.210,56 Valores Variáveis 341.256,80
Desp. Operacional M. C. 323.461,20
Desp. ADM 4.250,00 Custos Fixos 306.462,00
Desp. Vendas Desp. ADM 4.250,00
Fixas 4.820,00 Desp. Vendas 4.820,00
Variáveis 26.170,00 Desp. Financ. 7.930,00
Desp. Financ. 7.930,00 Valores Fixos 323.462,00
Lucro Líquido 91.040,56 Lucro Líquido (0,80)
171
Capítulo 8
Fator FL p/ FL p/
Produtos M. C. MC / FL Demanda Produção
limitante demanda produção
Quatro 90,00 2,0 45,00 500 1.000 1.000 500
Seis 86,00 3,0 28,67 420 1.260 1.260 420
Oito 96,00 4,0 24,00 400 1.600 690 172
3.860 2.950
Assim, se a empresa vender 500 mesas de quatro lugares, vender 420 mesas
de seis lugares e vender 172 mesas de oito lugares, terá a maior rentabilidade
possível. Para sabermos o quanto a empresa ganhará com a Margem de
Contribuição total, é apresentada abaixo a DRE pelo Custeio Variável:
Se quisermos ter certeza de que esta Margem de Contribuição total será a maior
MC total que a empresa consegue diminuindo a produção da Mesa para Oito
Pessoas, devemos na sequência diminuir a produção da Mesa para Quatro
Pessoas e depois diminuir a produção da Mesa para Seis Pessoas. Com estas
próximas duas DREs verificaremos que a primeira opção sempre será melhor
para a empresa. Então, na sequência as duas outras DREs.
Fator FL p/ FL p/
Produtos M. C. MC / FL Demanda Produção
limitante demanda produção
Quatro 90,00 2,0 45,00 500 1.000 90 45
Seis 86,00 3,0 28,67 420 1.260 1.260 420
Oito 96,00 4,0 24,00 400 1.600 1.600 400
3.860 2.950
172
Gestão de Custos e Preços
E a DRE é a seguinte:
Fator FL p/ FL p/
Produtos M. C. MC / FL Demanda Produção
limitante demanda produção
Quatro 90,00 2,0 45,00 500 1.000 1.000 500
Seis 86,00 3,0 28,67 420 1.260 350 116
Oito 96,00 4,0 24,00 400 1.600 1.600 400
3.860 2.950
E a DRE é a seguinte:
173
Capítulo 8
Fator MC / FL p/ FL p/
Produtos M. C. Demanda Produção
limitante FL demanda produção
Alfa 15,47 3,9361 3,93 2.200 8.659,42 8.659,42 2.200
Beta 13,85 5,6456 2,45 2.880 16.259,33 16.259,33 2.880
Gama 17,55 7,7371 2,27 1.820 17.081,52 5.522,10 713
39.000,27 30.441
174
Gestão de Custos e Preços
Fator MC / FL p/ FL p/
Produtos M. C. Demanda Produção
limitante FL demanda produção
Alfa 15,47 3,9361 3,93 2.200 8.659,42 100,00 25
Beta 13,85 5,6456 2,45 2.880 16.259,33 16.259,33 2.880
Gama 17,55 7,7371 2,27 1.820 14.081,52 14.081,542 1.820
39.000,27 30.440,85
E a DRE é a seguinte:
Fator MC / FL p/ FL p/
Produtos M. C. Demanda Produção
limitante FL demanda produção
Alfa 15,47 3,9361 3,93 2.200 8.659,42 8.659,42 2.200
Beta 13,85 5,6456 2,45 2.880 16.259,33 7.699,91 1.363
Gama 17,55 7,7371 2,27 1.820 14.081,52 14.081,52 1.820
39.000,27 30.440,85
E a DRE é a seguinte:
175
Capítulo 9
Relações de Custo/Volume/
Lucro: Ponto de Equilíbrio,
Margem de Segurança e
Alavancagem Operacional
177
Capítulo 9
Seção 1
Receita Total
R$
Custo Total
Quantidade
Significa que a Receita menos o total de Valores Variáveis, menos o total dos
Valores Fixos é igual a um Lucro Zero. Esquematicamente, temos:
178
Gestão de Custos e Preços
PV X Q = (VV X Q) + VF
(PV X Q) - (VV X Q) = VF
Q X (PV - VV) = VF
Assim, se passarmos o “PV - VV” para o outro lado da Equação, temos a seguinte
Fórmula:
Q = Valores Fixos
PV - VV
Ora, mas já sabemos que Preço de Venda menos Valores Variáveis unitário é a
Margem de Contribuição (unitária). Assim, a equação do Ponto de Equilíbrio é a
seguinte:
179
Capítulo 9
Acompanhe o exemplo abaixo para melhor visualizar o que foi visto até aqui.
180
Gestão de Custos e Preços
181
Capítulo 9
E com esses valores devemos calcular o Ponto de Equilíbrio Contábil, que fica da
seguinte maneira:
MC unitário 23,00
182
Gestão de Custos e Preços
183
Capítulo 9
Seção 2
184
Gestão de Custos e Preços
A interpretação para o valor acima é a seguinte: isto quer dizer que a empresa
está produzindo a 25,0% acima do seu Ponto de Equilíbrio Contábil. Ou, de outra
forma: a empresa pode reduzir a produção em 25,0% sem entrar em prejuízo. E
185
Capítulo 9
E para terminar este tópico, perceba que o resultado das duas fórmulas sempre
serão iguais: dado que os valores são proporcionais. Assim, a quantidade
produzida (e vendida) é proporcional à Receita da quantidade produzida (e
vendida). E a quantidade produzida no PE Contábil é proporcional à Receita no
PE Contábil. Daí que, matematicamente falando, os dois resultados não podem
ser diferentes; dada a proporcionalidade dos valores.
Seção 3
186
Gestão de Custos e Preços
AO = Ʌ% de acréscimo no lucro
Ʌ% de acréscimo no volume
187
Capítulo 9
86.480
92.500
6,69%
188
Gestão de Custos e Preços
Para ter uma melhor percepção, observe que a MS está aumentando - que é
uma questão óbvia: quanto mais a empresa produz e vende, melhor Segurança
financeira a empresa terá. Agora, quanto mais a empresa produz e vende, menor
será sua rentabilidade (ou Alavancagem Operacional), pois um pequeno aumento
na produção gera uma Alavancagem de 2.148,00% (ou aumento no Lucro). Já na
produção longe do Ponto de Equilíbrio Contábil, a AO é de apenas 307,71% (ou
aumento do Lucro).
189
Capítulo 9
PEC Quantidade
190
Gestão de Custos e Preços
191
Capítulo 9
Atividades de autoavaliação
1. Uma indústria produz e vende apenas dois tipos de lancheiras. A do tipo
exportação apresenta uma margem de contribuição unitária de R$ 30,00 e a do
tipo nacional, de R$ 50,00. Os custos fixos totalizam R$ 2.100.000,00 por mês,
rateados de acordo com a margem de contribuição total, de cada tipo de produto.
A indústria tem vendido seus produtos conjuntamente, nas seguintes quantidades
mensais: tipo exportação, 70.000 unidades e tipo nacional, 42.000 unidades.
Com esses dados, pergunta-se: qual o Ponto de Equilíbrio para cada produto
(CFC - Exame de Suficiência)?
192
Gestão de Custos e Preços
193
Capítulo 9
Nomenclaturas Valores
Despesas variáveis por apartamento 16,40 % sobre o preço de venda
Custos variáveis por apartamento R$ 41,40/ apto
Custos fixos R$ 260.450,00/ano
Despesas fixas R$ 32.590,00/ano
194
Gestão de Custos e Preços
Pergunta-se:
Nomenclaturas Valores
Tijolos Barro Limpo S.A.
Custos e despesas fixas R$ 500.000,00/mês
Custos e despesas variáveis R$ 5,00/unidade
Preço de venda R$ 7,00/unidade
Tijolos Pirâmides Ltda
Custos e despesas fixas R$ 750.000,00/mês
Custos e despesas variáveis R$ 4,00/unidade
Preço de venda R$ 7,00/unidade
Tijolos Da Terra Ltda ME
Custos e despesas fixas R$ 600.000,00/mês
Custos e despesas variáveis R$ 4,00/unidade
Preço de venda R $7,00/unidade
195
Capítulo 9
196
Gestão de Custos e Preços
197
Capítulo 9
Então, com os dados acima, podemos resolver a questão. Que fica assim:
198
Gestão de Custos e Preços
2.
Interpretação: isto quer dizer que se a empresa vender 24.361 unidades, o Lucro
da empresa será Zero.
Interpretação: isto quer dizer que se a empresa vender 26.108 unidades, o Lucro
da empresa será R$ 76.860,00, pois é o Lucro que foi considerado na fórmula,
como valor fixo a ser, digamos, recuperado.
3.
a)
b)
199
Capítulo 9
c)
d)
Calculadoras
D.R.E Total
Científica Financeira
Quantidade Vendida 25.640 30.520
Receitas 1.653.780,00 1.483.272,00 3.137.052,00
Custo Variável 1.086.110,40 1.081.018,40 2.167.128,80
C.F. Identificados 362.580,00 264.390,00 626.970,00
C.F. Comuns 156.470,00
Lucro 186.483,20
e)
Para respondermos à Letra “e”, iremos utilizar a Resposta da Letra “d”. Assim,
na Letra “d” temos a produção de 25.640 calculadoras Científicas e 30.520
calculadoras Financeira. Como a pergunta pede a diminuição na produção de
uma calculadora Científica, então, usaremos no cálculo 25.639 (25.640 - 1) e
iremos encontrar a quantidade de calculadoras Financeira para o Lucro da
produção de 25.639 calculadoras Científicas e “X” de calculadora Financeira ser
R$ 186.483,20. A fórmula básica é:
Assim, temos:
200
Gestão de Custos e Preços
f)
g)
201
Capítulo 9
h)
PVc = 55,01
60.000 = 759.223,20
PVc – 42,36
PVc = 3.300.823,20
60.000
PVc = 55,01
4.
a)
202
Gestão de Custos e Preços
b) Para se responder à Letra “b”, antes devemos calcular a capacidade de produção do Hotel.
Assim, o hotel possui 100 (cem) quartos para alugar por dia. Então, a capacidade do hotel
multiplicado pela quantidade de dias no ano, informará a capacidade total do hotel. O cálculo
é o seguinte: 100 (quartos do Hotel) X 365 (dias no ano) = 36.500 diárias. Como o exercício
pede somente 80% dessa capacidade total, devemos fazer o seguinte: 36.500 x 80 % = 29.200
/ diárias. Essa é a capacidade do hotel em 80% de seu total. O cálculo do PE Contábil é
informado na sequência:
5.
a)
b)
203
Capítulo 9
c)
d)
1. Aumentou
2. Diminuiu
3. Custo Fixo
4. Por que o custo fixo foi diluído em uma quantidade maior de produtos.
5. Nesse caso, basta fazer uma regra de três simples. Assim, se a produção
aumentar 1,0%, o Lucro da empresa aumenta 11,0%, então, se a produção
aumentar 13,82%, o Lucro aumentará 152,02% (11 X 13,82 / 1).
6.
b) Em relação à letra “e”, não há uma resposta objetiva, pois a resposta vai
depender de cada pessoa, particularmente. Assim, por exemplo, se uma pessoa
é conservadora, vai escolher, provavelmente a empresa Da terra, pois a Margem
de Segurança é a maior - 33,33%. Agora, se a pessoa é mais, digamos, arrojada
ou empreendedora, provavelmente irá escolar a empresa Barro Limpo ou a
empresa Pirâmides, pois a Alvancagem Operacional é maior.
204
Gestão de Custos e Preços
7.
a) Assim, a empresa mais Rentável é a empresa “A”, pois possui o maior valor
da divisão da AO/MS, informando que a AO é maior do que a MS. Ou de outra
forma: possui o menor valor da divisão da MS/AO, informando, com isso, que
é a empresa mais Segura (que possui a maior Margem de Segurança), pois a
Alavancagem Operacional é inversamente proporcional à Margem de Segurança -
quando a AO cresce, a MS diminui e vice-versa.
c) A empresa que proporciona menos lucro é a empresa “A”, pois é a mais rentável.
d) A empresa que proporciona mais lucro é a empresa “F”, pois possui mais
Segurança.
205
Capítulo 9
206
Gestão de Custos e Preços
9. Como nos dados informados não foi mencionado o Lucro do produto, então,
devemos calcular o Ponto de Equilíbrio Contábil. Ademais, relembrando a fórmula
do PE Contábil: Valores Fixos / MC unitária. Assim, temos, para as Letras a., b., c.,
d. e e.
a)
b)
Assim, podemos generalizar e dizer que sempre que todos os Valores Fixos forem
aumentados por um porcentual (aqui, 10,0%), o PE Contábil será aumentado por
esse mesmo valor porcentual (aqui, repetindo, 10,0%).
3.312 = 49,15%
4.940
207
Capítulo 9
PE Contábil = (12.000 + 15.000 + 2.000 + 15.000 + 5.000 + 5.000) X 1,1 = 3.312 unidades
(70,00 - 23,00 - 25,00 - 3,00 - 2,00 - 0,70) X 1,1
g)
2. O Lucro antes do reajuste pode ser calculado pela DRE normal ou pela
seguinte fórmula, como já visto: (produção - PE Contábil) X MC unitária. Assim,
temos:
208
Gestão de Custos e Preços
3. Como o único valor que será alterado é o custo unitário da MOD, temos: MOD
X 1,08. Efetuando o cálculo, temos: 25,00 X 1,08 = 27,00; que será o novo custo
da MOD. Ademais, como o custo da MOD se alterou, a MC unitária será alterada.
Assim, temos a nova MC unitária:
Nova MC unitária = 70,00 - 23,00 - 27,00 (25*1,08) - 3,00 - 2,00 - 0,70 = 14,30
209
Capítulo 10
211
Capítulo 10
Seção 1
A resposta é uma das tarefas mais complexas da gestão da empresa, pois envolve
muitas variáveis. Existem muitas teorias sobre o assunto e certamente não iremos
esgotar as teorias sobre definição do preço de venda aqui. Para a finalidade deste
Capítulo, existem três técnicas para definir preço de venda, com base:
212
Gestão de Custos e Preços
Seção 2
O RKW foi uma técnica usada pela Alemanha na Segunda Guerra Mundial.
Como durante a Guerra todo o esforço de produção da Alemanha era
direcionado ao campo de batalha, as indústrias alemãs não possuíam
concorrentes, assim, ficavam sem uma base de comparação de preço para
ter uma noção do preço dos produtos que deveriam cobrar do Governo
alemão. Devido à falta de comparação entre preços dos produtos das
empresas alemãs, o Governo alemão criou um Órgão para controlar e fixar
os preços dos produtos, o qual ficou conhecido como “RKW”.
213
Capítulo 10
Para fins didáticos, a construção de uma planilha pelo RKW é bastante trabalhosa
e se torna bastante extensa pela quantidade de departamentos e de produtos
(quanto mais departamentos e quanto mais produtos, mais extensa a planilha).
Mas na prática diária das empresas, a construção de uma planilha naquele molde
é vantajosa, pois é uma planilha eletrônica, sendo assim, será construída somente
uma única vez. Vinculando-se ou indexando-se as células da planilha, no mês
seguinte não há necessidade de se construí-la novamente, basta alterar os
valores que devem ser alterados e a planilha eletrônica calcula automaticamente
todos os seus valores.
214
Gestão de Custos e Preços
Preço de Venda
Mark-up Multiplicador Mark-up Divisor
Custo R$ 1.500,00 Custo R$ 1.500,00
Mark-up (X) 1,77462 Mark-up (/) 56,35%
Preço de venda R$ 2.661,93 Preço de Venda R$ 2.661,93
215
Capítulo 10
Seção 3
216
Gestão de Custos e Preços
Assim, fatores como, estrutura de produção, noção do total dos custos fixos,
automatização, qualidade da mão de obra, noção do número de clientes,
noção da quantidade de fornecedores, noção do capital de giro, entre outras
informações são deveras importantes para a empresa ter uma boa noção da
formação do preço de venda do concorrente e levar em consideração para
determinar seu preço de venda.
Seção 4
217
Capítulo 10
E criar valor para os produtos é um dos maiores desafios para os gestores das
empresas. É aqui que se revela importante o marketing das empresas: a criação
de valor para os produtos. Pois o desafio da empresa não é vender commodities,
pois os demais concorrentes já vendem commodities. O desafio da empresa é
vender “valor”, é vender satisfação para os clientes e produtos que melhorem a
autoestima dos clientes.
Essa criação de valor possui uma importância muito grande para a empresa,
qual seja, pode-se aumentar o preço de venda somente criando-se valor para
os produtos. E quanto mais se aumenta o preço de venda, mais lucro a empresa
terá. O exemplo clássico de um alto preço de venda e um custo de produção e
venda baixo são as grifes. Esses produtos, muitas vezes, têm um baixo custo de
produção, mas há um preço de venda bastante alto.
218
Gestão de Custos e Preços
Atividades de autoavaliação
1. Indique uma característica positiva e outra negativa para os três Métodos de
formação de preço de venda, conforme quadro abaixo.
Resposta:
Fundamentos
Características Custos Marketing
Econômicos
Positiva
Negativa
219
Capítulo 10
Fundamentos
Características Custos Marketing
Econômicos
É o melhor Método,
A empresa irá praticar
pois é planejado
um preço de venda
Objetividade no conforme a realidade da
compatível com os
Positiva cálculo do preço fabricação do produto
preços de venda
de venda. e leva em consideração
praticados pelo
a preferência dos
mercado.
consumidores.
É muito dispendioso
O preço de O preço de venda
o cálculo do preço de
venda calculado da empresa pode
venda considerando
pode estar muito ser muito diferente
as muitas variáveis
Negativa diferente dos dos preços de venda
inerentes à fabricação
preços de venda praticados pelo
do produto e a
praticados pelo mercado - para maior
preferência dos
mercado. ou para menor.
consumidores.
2. Selecionando os valores:
220
Gestão de Custos e Preços
Mark-up Divisor
Preço de Venda (+) 100,00 %
Impostos e Comissões (-) 27,07 %
Margem de Contribuição (-) 20,57%
Mark-up Divisor (-) 52,36 %
Mark-up Multiplicador
Preço de Venda 100,00 %
Mark-up Divisor ÷ 52,36 %
Mark-up Multiplicador = 1,90985
Preço de Venda
Mark-up Multiplicador Mark-up Divisor
Custo R$ 547,00 Custo R$ 547,00
Mark-up (X) 1,90985 Mark-up (/) 52,36%
Preço de venda R$ 1.044,69 Preço de Venda R$ 1.044,69
221
Considerações Finais
Estudamos neste livro didático o conteúdo de Gestão de Custos e Preços.
Primeiramente, analisamos a visão teórica da Unidade Curricular. Na sequência,
estudamos o cálculo do custo unitário por meio da planilha dos CIFs, somado
com o gasto da MP e o gasto da MOD.
Com isso, queremos salientar que o profissional que irá atuar na área de Custos
deve perceber a diferença primordial entre o conceito de custo e o de despesa
- o que é Custo e o que é Despesa; e o que é Despesa Operacional. São
nomenclaturas basilares na área de atuação. O profissional de custos também
deve perceber que a dicotomia custo fixo/custo variável é mais importante que a
dicotomia custo direto/custo indireto, devido justamente à influência da primeira
dicotomia no Caixa da empresa.
Sucesso na caminhada.
Onei T. Dutra
223
Referências
BRUNI, Adriano Leal; FAMÁ, Rubens. Gestão de custos e formação de preço:
com aplicação na calculadora HP 12C e Excel. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
225
Sobre o Professor Conteudista
Onei Tadeu Dutra
É mestre em Contabilidade, com ênfase em Controladoria, pela FEA-USP. É
especialista em Economia de Empresas pela UFSC/FEPESE e graduado em
Ciências Contábeis pela UFSC. É professor nos cursos de graduação e pós-
graduação, na Universidade do Sul de Santa Catarina e na Universidade do Vale
do Itajaí, das disciplinas Controladoria, Análise de Custos e Contabilidade de
Custos.
227
Anexos
229
Universidade do Sul de Santa Catarina
230
Quadro das Bases
Dias no Ano 365 (-) Faltas Justificadas 1,40 Salário/Hora Trabalhada 10,00
Anexo 1.
(-) Sábados 48 (=) Dias Trabalhados no Ano 225,60 Sal/hora p/ Contab. de Custo 20,9404
(-) D. S. R. 48 Hora Diária (44/5) 8,80 Salário/dia (8,8 x 10) 88,00
(-) Férias 30 Horas Trabalhadas no Ano 1.985,28 INSS (empresa) 28,8%
(-) Feriados 12 Horas Mensais (Base) 220,00 FGTS (empresa) 8,0%
Contabilidade de Custos
N. de Dias trabalhados 22 19 19 22 18,6 225,6
Horas Diárias 8,8 8,8 8,8 8,8 8,8
Horas Mensais 193,60 167,20 167,20 193,60 163,68 1.985,28
Custo/Hora 20,94 20,94 20,94 20,94 20,94
Universidade do Sul de Santa Catarina
Folha de Pagamento Janeiro Fevereiro Março ... Outubro Novembro Férias 13 Salário Total
Salário Bruto Mensal 2.376,00 2.200,00 2.288,00 2.376,00 2.200,00 2.933,33 2.200,00 30.389,33
Débito -
Produto em Processo 4.054,07 3.501,24 3.501,24 4.054,07 3.427,53 41.572,61
Provisão de Férias 2.200,00 2.200,00
Provisão 1/3 Férias 733,33 733,33
Provisão 13 salário 2.200,00 2.200,00
Provisão p/ Acerto 93,56 213,94 167,27 585,20 1.089,65
Total 4.054,07 3.594,80 3.715,18 4.054,07 3.594,80 3.518,53 2.200,00 47.795,59
Crédito
Salário Líquido a Pagar 2.346,00 2.170,00 2.258,00 2.346,00 2.170,00 2.903,33 2.170,00 29.999,33
Provisão 13 Salário 183,33 183,33 183,33 183,33 183,33 183,33 2.200,00
Provisão de Férias 183,33 183,33 183,33 183,33 183,33 183,33 2.200,00
Provisão 1/3 Férias 61,11 61,11 61,11 61,11 61,11 61,11 733,33
INSS a Recolher (empresa) 684,29 633,60 658,94 684,29 633,60 7.273,73
INSS a Recolher (empreg) 10,00 10,00 10,00 10,00 10,00 10,00 10,00 130,00
IR a Recolher (empreg) 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00 260,00
FGTS a Recolher (empresa) 190,08 176,00 183,04 190,08 176,00 2.020,48
Provisão INSS s/ Prov. Férias 52,80 52,80 52,80 52,80 52,80 52,80 633,60
Provisão INSS s/ Prov. 13 Sal 52,80 52,80 52,80 52,80 52,80 52,80 633,60
Provisão INSS s/ Prov. 1/3 Férias 17,60 17,60 17,60 17,60 17,60 17,60 211,20
Provisão FGTS s/ Prov. Férias 14,67 14,67 14,67 14,67 14,67 14,67 176,00
Provisão FGTS s/ Prov.13 Sal 14,67 14,67 14,67 14,67 14,67 14,67 176,00
Provisão FGTS s/ Prov.1/3 férias 4,89 4,89 4,89 4,89 4,89 4,89 58,67
Provisão p/ Acerto 218,50 - 218,50 - 1.089,65
Total 4.054,07 3.594,80 3.715,18 4.054,07 3.594,80 3.518,53 2.200,00 47.795,59
231
Deptos de Produção Deptos Auxiliares Critério Base de
CIFs Uzinagem B.R. Pintura B.R. Montagem B.R. Manuten. B.R. Alomox. B.R. Qualidade B.R. Total Rateio Rateio
Depreciação 7.671,57 75.000 4.091,50 40.000 3.068,63 30.000 511,44 5.000 306,86 3.000 - 15.650,00 Val. Maq. 153.000
Mat. Ind 4.893,66 1.200 3.670,24 900 7.340,49 1.800 815,61 200 - - 16.720,00 H. M. 4.100
232
M. O. I. 1.589,27 1.200 1.191,95 900 2.383,90 1.800 264,88 200 - - 5.430,00 H. M. 4.100
Luz 1.614,95 900 538,32 300 1.256,07 700 89,72 50 269,16 150 71,78 40 3.840,00 Área 2.140
Anexo 2.
Força 9.512,43 5.600 2.038,38 1.200 849,32 500 84,93 50 84,93 50 - 12.570,00 H. P. 7.400
Aluguel 9.735,98 900 3.245,33 300 7.572,43 700 540,89 50 1.622,66 150 432,71 40 23.150,00 Área 2.140
Total CIFs 35.017,86 14.775,72 22.470,85 2.307,47 2.283,62 504,49 77.360,00
C. Diretos
Depreciação 2.350,00 1.240,00 3.870,00 980,00 1.210,00 540,00 10.190,00
Seguro 540,00 230,00 460,00 - 4.580,00 - 5.810,00
Refeição 230,00 120,00 350,00 980,00 64,00 40,00 1.784,00
Mat. Ind 590,00 670,00 610,00 84,00 30,00 - 1.984,00
M. O. I. 3.870,00 1.320,00 4.530,00 - - - 9.720,00
Universidade do Sul de Santa Catarina
Mão-de-obra Direta
Uzinagem Pintura Montagem
Total
Unitário Total Unitário Total Unitário Total
Produto A 2,10 7.392,00 0,90 3.168,00 1,30 4.576,00 15.136,00
Produto B 2,50 11.600,00 3,70 17.168,00 2,40 11.136,00 39.904,00
Produto C 2,90 11.542,00 3,10 12.338,00 3,70 14.726,00 38.606,00
Total 30.534,00 32.674,00 30.438,00 93.646,00
Qtidade P. V. Custo
D.R.E Receita C.P.V. Lucro
Vendida Unitário Unitário
233
Produto A 3520 25,4 89408 16,31696166 57435,7051 31972,29494
Produto B 4320 50,8 219456 101427,185 118028,8149
23,47851508
Produto C 0 22,4 0 19,65075 0 0
Total 308864 158862,89 150001,1098
capa_grafica.pdf 1 01/06/15 14:43
w w w. u n i s u l . b r