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Turma: D5AM
Esse trabalho tem como objetivo fazer uma análise sob dois pontos de vistas: o
patrimônio público e o patrimônio privado, dando ênfase no segundo ponto. O
patrimônio público leva em conta a preservação pela presença de valor cultural do bem,
já o privado pauta-se no direito fundamental de herança, da propriedade, de livre
disposição do patrimônio.
A herança digital é muito ampla, e por isso pode ser apresentado vários conceitos, e o
Código civil de 2002 trata ela como “ complexo de relações jurídicas dotadas de valor
econômico”. Os bens digitais não se limitam a só um conjunto informacional, pois
também podem constituir verdadeira fonte de renda, como é o caso de quem produz
vídeos para a plataforma do Youtube.
Existe distinção entre herança e legado, e como bem pontua o Rolf Madaleno, ele diz:
“A herança é uma universalidade, mas o legado é apenas uma parte da herança”, Logo
o legado constitui uma disposição bem específica. Uma diferença entre a função e a
concepção clássica de legado seria o momento em que é feita a transmissão do mesmo.
O legado se transmite por meio da partilha, a qual deferirá a posse do legado ao
legatário. Ocorre que, ao se tratar do contato herdeiro, o momento de seu deferimento
dependerá de prévia transformação do perfil em memorial e posterior gerenciamento
pelo contato herdeiro, para o qual não é fixado um limite determinado para que exerça
a função.
No que tange a capacidade testamentária para dispor dos bens digitais, o art. 1.857 do
Código Civil de 2002, diz quem possui desta. As plataformas digitais dizem em seus
termos de uso, quem pode usar as mesmas, possuindo restrição de idade.
Para Instagram e o Facebook, por exemplo, é necessário ser maior de 13 anos. A
possibilidade da aprovação do Projeto de Lei nº 4.099/2012, exigirá adaptações para
que os termos de uso da plataforma estejam de acordo com o ordenamento de modo a
possibilitar o acesso ao conteúdo pelos herdeiros.
Fala no artigo 7º, inciso VII, da Lei nº 12.965/14, mais conhecida como Marco Civil da
Internet, que será assegurado ao usuário o não fornecimento de seus dados pessoais
(incluídos registros de conexão, de acesso e aplicações de internet) a terceiros, a não
ser que haja consentimento livre, expresso e informado, ou em hipótese prevista por lei.
No cenário atual, ainda que o entendimento seja voltado para a possibilidade de eleição
do foro judicial brasileiro para a solução de controvérsias que envolvam serviços
prestados por empresas estrangeiras no Brasil, destaca-se que ainda terão de ser
observadas as leis estrangeiras no que diz respeito à obtenção de informações e
documentos que não se encontrem no país, em respeito ao princípio da soberania.
Deve-se atentar ao fato de que, ainda que as relações tratadas digam respeito a
relações consumeristas de fornecimento de produtos e serviços, é necessário que a
invalidação diga respeito tão somente à cláusula que visa a impossibilitar o acesso à
jurisdição nacional pelo usuário. Conforme se verifica no Código do Consumidor, seu
artigo 51, parágrafo 2º, institui que “[...] a nulidade de uma cláusula contratual abusiva
não invalida o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de
integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes” (BRASIL, 1990). A
necessidade de conservação do contrato, portanto, diz respeito à cláusula geral da
função social do contrato, o qual produziu diversos efeitos, durante a sua vigência, que
ultrapassaram o mero interesse dos contratantes. Desta forma, deve-se conservar o
contrato naquilo em que ainda possui validade, de modo a tutelar os efeitos devidamente
produzidos