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(,' FASCISMO E NAZISMO (Itália e Alemanha)
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Nos anos 30, a depressão económica acentuou a crise da democracia liberal. Uma vaga autoritária e ditatorial submergiu a Europa.
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~ ~~ A Itália e a Alemanha adotaram um regime totalitário, isto é, um sistema político no qual o poder se concentra no Estado (Estado
Q" Totalitário), que tem o controle da vida social e individual dos cidadãos, opondo-se à liberdade e aos interesses individuais.
" Este regime foi a base para o fascismo italiano, o nazismo alemão e o estalinismo na Rússia e, designaram-se por fascistas as novas
expetlênclas.políticas que viram o fascismo italiano e o nazlsmo.alemão.por toda a Europa como os.grandes.modelos.
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-Os-regimes nazi-fascistas rejeitam:
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C 't"N.;l'\~s\RI;)).-
• _OjndjviduaJismo,pojs emprlmelrolugerestavam os interessesdoEstado: __
• A igualdade, pois defendem que determinadas raças nascern.para.comandar e outras para obedecer.. - -
• A liberdade, pois era vista como uma forma de divisão e enfraquecimento do grupo;
• Ademocracia, pois era considerado um regime de fraqueza devido à inútil demagogia (forma de atuação política ~a qual existe um claro
interesse em agradar o povo, com promessas, de modo a obterem o seu voto);
• Q pll!ljpªrtl.c!lI!lsIllO, pois aexistênctadevárjospartidos gera divisõesedjscussões inúteis;
• O sistema.parlamentar, pois.era uma.manifestação de fraqueza do poder;
• -O-socialismo-e-o comunismo, pois assentam-na-luta de classes-que resulta na divisão e enfraquecimento do corpo sociak-
_OS_r~gl!nes_nazl-fasclstasdefendern:
• O ultranacionalismo, pois consideram a nação como um valor sagrado, um bem supremo;
• G imperialismo, pois defendem que o nacionalismo deve ser altivo e ambicioso;
• --O-militarismo; pois defendem-o culto-da-violência e da força que-faz com que haja-ordem e-respelto.:
• O autoritarismo, pois propõem regimes de ditadura, estados policiais em que a própria justiça é colocada às suas ordens;
• O cl!lfO _ao-c~~e. GUia=~s~lv-acfõr da na.fã-õ.;- __
• O partido único. Onde se forma a classe dirigente, na intermediação das relações entre o chefe e o povo;
• O socialismo-nacional. Na forma corporativa, considerado como-a melhor arma-para-combater o internacionalismo comunista e a luta de
classes;
• A autarcia, pois defendem que o Estado deve ser autossuficiente;
• A formação e o desenvolvimento de um homem novo, pois os indivíduos devem ser formados para acreditar, obedecer e combater.
AS PRÁTICAS NAZI-FASCISTAS
Os-regimes nazi-fascistas atuavam-de diversasmaneiras·de forma-a-impor os seus ideais:
~ Os totalitarismos nazi-fascistas contavam com o apoio de milícias armadas que intervinham na repressão violenta das greves e outras
manifestações organizadas.
A sua atuação era uma forma eficaz de combater todos os fatores de destabilização e, por isso, foram transformados numa poderosa
máquina de repressão dos opositores aos seus interesses económicos e políticos. Estas milícias vieram a constituir as forças de
sustentação.do Estado, transtormando.::se_emJoLças.policiais lnstitucionais.de.repressão dos opositores ao regirne.,
"Nà Itãlià;era
- -
a Milícia Voluntérlà
.
para a -Segurança Nacionãl (MVSN)
-- -- ~
e a-Organização
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de Vigllânciae
-
Repressão ao Antifascismo
-
(aVRA): - --
Na Alemanha, eram-as Secções de Assalto-(-5.A.-), que foram perdendo poder-para-as Secções de Segurança do Partido ($.5.), de caráter--
paramilitar; e para uma·tenebrosa polícia política, aGestapo, que-exerciãoma atenta vigilância e controle-da população, enviando-para os
campos de concentração quem manifestasse o mais pequeno sinal de oposição ou fosse denunciado como tal.
Frequentemente, as forças de-repressão-militares e paramilitares exibiam toda a-sua-capacidade de organiza çãoem espetaculares-
manifesta-ções de ordem, dlsclpllna, fbrçaeautorldade, com recurso à exibição de poderoso material bélico; sob urnafloresta de bandeiras-
ao partido transtormádo em símoolo i1àéionãI A estas manifestações- assfstía úm publico "fasclnado com tamanha grandeza e com os" -_.
_empolgados discursosdos líderes, apelando ao orgulho nacional e desenvolvendo a veneraçãodo poder e o culto do chefe.
~ Desenvolviam uma intensa propaganda de enaltecimento da_grandeza nacionale.de denúncia.violenta de todas as causas que impediam --
a afirmação dessa grandeza, apoiada em modernas técnicas audiovisuais.
• Avançam com propostas de reconstituição da grandeza da Nação pela reintegração dos territórios perdidos e pela expansão imperialista
para outros-territórios.
História Página I
• Com-maior violência na Alemanha, apelam-à pureza-da-raça, prometendo-eliminar todos os fatores de degeneração-étnica.
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~ Havia-uma-apertada censura.
-Nãliá!la! o MinistérIO aã Imprensa-e da Propaganda, e, na Alemanha,J) Mil11~térioda Cultura e da Propagan-da: _-
• Controlam-as-publicações escritas, a rádio-e o cinema, mediante uma apertada-censura.
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• Colocam a_produção intelectual ao serviço do Estado totalitário pela imposição de textos.e.de programas naclonallstas.L
-.-Proíoem e supnmem toClaa-proCluçãointelecfual contráriã-nCleolog-iadotegime-:-- - ----- -- - -- - ----
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Os trabalhadores tinham de se inscrever obrigatoriamente nas organizações corporativas propostas pelo regime (a Frente de Trabalho
Nacional-Socialista, na Alemanha; as-Corporações, na Itália), pois os sindicatos livres-foram proibidos .
• Nem a ocupação dos tempos livresescapava aocontrolo do regime. Para o efelto foram criadas instituições nacionais que_organizavam
_dLversas..ativ-ida des de ocará cter, cultu ra l.e.recreativo.mas.q uaís.os.tra balhadores-ti nha m _0_ dever, patriótico.de parfici par _(o.Dopolavoro -
Depois-do Traba lho - na-Itália; o Kraft-durch-Freude -Força com Alegria - na Alemanha).
~ At~--::~-~~m:n~:nv~~lenta
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e~a~i~;:;~r~~~ipalm-e~te- na ~Iem~n~-a:--
.---_._- - - ."----_. -
Na Alemanha, o primeiro objetivo do nazismo deveria ser a purificação da raça ariana pela seleção dos seus membros mais genuínos e
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eliminação dos-lmpuros. Para isso, desenvolveram profundos estudos para determinar as caraterísticas da raça ariana e, quando
- o encontrados-os-indivídllos-perfeitos;-machos-e-fêmeas-erarrracasalados e--submetidos à-aplicação-rigorosa das leis-da genética, a-fim de
obter novos cidadãos dotados com as qualldàdes'raclals superióres. Ao mesmo tempo, deficientes mentais, doentes, portadores de
_gu-áléi~e! ª~!T9111~~_<:>ü]~l>ilid~~~@.~á_~an~nad.<J_i"em~~o~r?í~i<:>s,_~te~ilk~io=~e.f!l:~!<:>~J-eJ~~_~Ii_miniaos:--
---O-passo-seguinte-da política-racista-era--preservar-a-pureza-da-raçãpela-eliminação-dasoraças-inferiores-que-a-contaminavam;-Entretodas,
i'fll1áis inferióTefá-tonstituídã-pelõs-jITâe-us-;queãCUSã\TamdesereIffos-{:aTJSifôoresôe-tod6s-ós mares Clâ-sócredifdeC---
Por conseguinte, fizeram do seu-extermínio um dos grandes objetivos políticos:
1. Em 193~, os judeus foram segregados, boicotados, excluídos dos serviços públicos.
1-:-Em-J:9?5,adotaram-se-as-leis-de-Nuremberga,para-a-!'proteção-do-sangue-e-da-honra-alemães", nas-quais os-alemães-de-origem judaica-
forartr'prlvados "dallal:ion-ali-chrde-e o casamenrce as rel-a-çõe-s"s"E!xO
ais-entre-ari-an os-e judeus-foram prclbtdos.: -
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3.- oEm-J91.,-houve-destruições-programadas-dos-seusJoca ís.de.culto e de.atlvldade. econórnica.. intensificando-se a sua .segregação.corn o seu
- encerrame-nto-em-guetos-e ldentlfleaçãeatrevés do-uso-obrigatórlo da estrela de David.
4.-CorT;ocomeçó~? i'i Guerr~'.fY.1uríqj,!..I~
êisjudeu~ foram submetidos às mais humilhantes condições-de trabaiho e, finalmente, a um
extermínio cientificamente preparado nos campos.de concentração.
História Página 2
-- .-.Era-proieicla-a-greve-e-o-lo€kol:Jt-.---.--.
_.- .-- ---.-es-conflitos-Iauoraiseram·submetidos-à -arbitragem-do'Estado'.- .-.
_11I a.práti ca ,..0-'lue_[esultava.desta.orga
niza çã ocorporatíva.,a eta.e ste.o.seu,o bjetivo.políti co,_er.a_éLSu
bordí naçã o.do ..trabalho.a o ca pita I,
pois os trabalhadores não eram defendidos por verdadeiros representantes-por eles escolhidos, mas por funcionários-do-partido nacional,
protegidos-e apoiados pelo patronato, com cujos interesses se identificavam .
• o - - - - - - - - - - - • __ • -
O caráter corporativista do fascismo Italiano manifestava-se na criação de um Ministério das Corporações em .1926; de um Conselho
.Nacional.da Corpo~açõesrem.(l93a;.e-,-sobçetudO-,-na-substituição-da-Câmara dos Deputados F-ascistas--pela.Câmara.dos-F-ascios.e-das
Eorpo rações-em 939r.--'Fratava~se·de-u ma-cá ma ra-d e-re prese nta nt es-fascista s-d a s-co rpo ra ções, .q ue; e rn-teo ria,co n stitufe-a-verd a de ira
-rep-reTentação-datJopula-ç-ãõ1taliêln-a-;-põi~-o-çintlivíduos êlpenà-s-exi~tiêlm-ern-fonçãoclost!u grupo orottsstorrat.raa prãtrca-;-p-orérn, era um
órgão onae os grandes Tildustriais e-proprietarios ruraiS õCüpavam-lugaraõmínanteemdetnmento aos representãiilesaos tra-6ã"lnadores,
que, ainda assim, eram ativos militantes do partido,
-
A.AUIARCIACOMO.MODELO.ECONÓMICO_NAJTÁLlAENA_ALEMANI-lA
-·Oma vez no poaer, osTêgimestofãlitifnosfízeramâã-áutossufidênciã-econ6micaedã res01uçãoáó pro61êm ãaoáes·êm prego põderosos
. -~flJ1Q~_d-eafirr1}~~ã2jrº~rja·é!9.[1affs~ni_º_RoIi!T~p-=-Er.a
o ideal d~a'ú.tarciâ tradl!iiélo~ adoç_ã.o.deYjl[ticas iCº-nÓrriicasfortê!nent~ -.
.Jntervenclonistas.iatravés das quals.as.atizldades.produtlvas.eram colocadas.ao.serviço.do Estado., __ __ _
--o Na Ilárià-MUSS62-l~ ." ~ - __ o --- --.--
Ganhou particular relevância o controlo da economia pelo enquadramento de-todas as atividades laborais nas corporações, conforme
vimos.
.- _.Mus_soJloHi.c.o_u,_Jamb.ém,Jigado _aoJançam.e.n.to_d.lLamplas.campaob_a.s..d_e.PJ.o.d_u_ç.ãJLeO'LoLv.idas
por podewsas_e,_p.oLv_eze_s,_espetacuLares
I manifestações.de.propaganda-em que-os trabalhadores eram-exortados-a-t~abalhar-intensamente, de.forma.a.consegulr.altos.nfvels de
produtivida de,"- - ---- -.---
----- - -- ------"---_.-. --- "-- -- _._-----"-
à~mais íamosasfcram.e '~bjltê!!h--ª--ºp..1dgo",_yi~jlJldQ.o
aurnentc daptcdução .o~~t.e..çe(e.aLe as.camcanbaatendc em v~lª--VecuR.eração
de terras para a agricultura. e a construção de grandes obras públicas.
As atividades industriais e comerciais passaram também por um forte controlo do Estado com o lançamento de programas de
lndustrlallzação e de controlo do volume das exportações e importações,
Os resulta-dos-dos-pmgramas'econ-ómi-cosioram--positivos;-todavi'a;'o-desenvolvimento·d0--Pâís'foi-wnse-goido-à-costa-de--grande's'
sacrifícios da pópulaçã o, quer em trabal ho, quer em impostos, quer na sua sujeição a rigorosos racionamentos do consumo. Era o tempo
do -"homem_novg~ qiãdo lior rvfu_ssoli-nj, I:Jreria_ra..CLQ..para
ágeditar .eobedecer ]iéaCIo~mentêà ic!eolog~ do~-regjl!ii
• Na Alemanha \-\'\\-\QJ\.
Hitler não divergiu substancialmente das políticas económicas adotadas por Mussolini. Tornar a Alemanha independente dos empréstimos
estrangeiros--pelo relança mento da economia-e,ao mesmo tempo, resolver o-problema de 6 milhões de desempregados foram a bandeira
da propaganda que levou os nazis ao- poder em 1933. Para o consegui, Hitler levou a cabo uma política de grandes obras públicas, como a
construção de autoestradas e 6utrasvias de comunicação e desenvolvimento dos setores automóveis, aeronáutico, químico,
·.~i~~r~~~i~~~e
efa -~n~'~~~
élétr!~a.-"··· .. -- -- --------- - ....----.. - .- -
- Relevante no combate ao desemprego-e-na--captação-da-simpatia'dos-grandes-industriais'alemães foi o relançamento-da-indústria militar
-e necortstituiçãc:)" do exército·e·cfafot"Çaaérea,c-ontrariêlndo as imposições deversalhes.Nosfinãts dadécada; a Alemanh-a estava
plenamente remilitarizada e preparada para se lançar na conquista da Europa.
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História Página 3
o ESTADO NOVO (Portugal)
4 de junho de 20.18 0.0.:22
AQ8 deillaio é Hí26, um golpe de Estado. promovtdo pelos militares pôs fim à 18 RePilbiicã parlamentar portuguese. O pronunciamento. que não. encontrou
cposlção significativa, marcarta a integração do. nosso pars na esfera dos regimes ditatOriais. A democracia só voltou a Portugal passados quase 50 anos,
No. co.meço, instalo.u-se uma ditadura militar. Aconteceque também esta fracassou nos seus pro.pósitOSêle "regenerar a pátria" é dErlne-aevôlver a êSta5i1iClãCfe pois, a-
-impreparaçaotêênTcados cfiête5Cfa Clitãâura resultõlJ noa-grava-mento. clõ"âêfiC"eõfÇa me nta I e, então,aadesao. entusiástica doslITimeiro.stempo.s-es-mo.receu. -
Ão. afirmar, no-seu discurso. de-tõmâda deposse, "sei iTÚjito. bem o. que quero. e para onde vou", Salazar-dã-vaUrll-:-Ciãio-sfnãldo. seü propósito de-instauràr uma no.vã-
o.rdem po.líticaqú"ê-;-i:lefOrma-aefliiTtTvã, reso.lvesse o.s problemãs fíiiãncéiro.s- do.pars élnstaurasseaôrdiim-e ãdiséíjJiina-sõclais.---- ---
- ·Para·õco.ns-êgüiT, ãaõfõüomõêlelôrã·SCíslãltaliãhOnaco.nsfr'üÇãoClâslnstiWiÇões ê-noimagiilariõ-põlífiCO:-
A ordem política assentava num conlunto ãe nóVasinstituições Que iriam constituir és aücercesdo novo regime:
• Os estatutosda União. Naclo.nal, uma torçaoública oücla: criada pelo. Go.verno. em 1930, que, na prática, viria a transformar-se 'rro único. partido. autonzado, um
Partido. Nacional que congregava "todos os portugueses de boa vontade":
• O Estatuto. do. Trabalho. Naclo.nal, fo.i publicado-em )l;933.,-claramente inspirado. na Carta do. Trabalho. italiano, que regulamentava-a organização corporatlvlsta-do
setorprodutlvo.nacíonal:
• Em~-fo.i-publicada a nova Constltulção.conheclda corno Co.nstituição. de 1933, que.põe ao. regime de transição. (a Ditadura Militar) e instituclonaliza um
.novo Estado.. o. Estado. Novo.
Hcou, então, consagrado um sistema governativo conhecídopor Estado Novo, tutelado. por Salazar, do qual sobressaíram o. forte autorttarismo do. Estado. e o.
. condicionamento das liber.dades.individuais aos interesses .da Nação.,_tal.co._mo..aco.ntecia nos.Estados.Totaütários.
A IDEOLOGIAüO ESTADO.NOYO
_Na_ótica_de ..Salazar.ia.Nação.representava um.todo.orgãníco enão um.conjuntc de indivfduos ísolados.Deste pressuposto resultaram duas co.nsequências
fundamentais. ..8.prirueic.a..fo.i que o1nteres,s_e_daHaçãlJ_s.e_s_o.brepu_nha aos direltosIntíividuais. Asegundaconsequência foi.queos P_8ltidQsp.0.ILtic.os, na. medida em
q~I'H.ePIll.~Iª"lavam as o.pjDiiies_e_o.sjQle!es.§.e~_ppr:!iculares_d~ grupos de lndlvíríuos, constitujam um elemento. desagregadorda unidade da Nação e urnfator de
__el!f~a~.c.im~~o.cJ.2..~s!a.d2..:..
Para Salazar, só a valorização do. poder executivo. erao 'garante de um Estado. forte e autcritárlo. Po.r isso, a Co.nstituição de 1933 reconheceu esse poder ao.
Preslôenfeaã-Repuolieã-como. Ó prlrnelro poder centro dõ-r:stãdó, independenté do poder legislativodõ-parlámEliíto(Assembleia Naciànãl); todévta, a verdadeira
autoridade era exercida pelo. Governo, na pessoa do seu presidente - Presidente do Conselho dé Minlstros (Primeiro-Ministro). Entre elas, podemos citar o. poder de
- - legislaratravé"s-de-decreto.s-Ieis-, o.-de propor'anomeação saexoneraçãodos membros do-Go.verno-e-o-de-referendar os ates dcprôprtoPrestdente da-Repúb"lica, sob
pena de serem anulados. Apenas tinha o. dever de submeter as propostas de lei a uma Assembleia Nacional que, todavta, era co.nstituída por deputados identificado.s
corn-o Governo-provenlentes-de um-úníco-partído-ea-Unlão Nacional- e-cujatunção-se limitava-à-discussão. daspropostasde+ei submetidas-à sua aprovação,
Tratava-se-de,um-regime-fo.rtemente-presidencialista, em que o. poder executivo, na prática,-era detido.-pelo. presidente do Govemo-têalazar) que se sobrepunha-ao-
Presidente da República - um presidencialismo. bicéfalo..
O chefe era o. intérprete do.suprerno.lnteresse nacional, Salazar era apresentado. pela propaganda do. regime corno o. 'Salvado.r da Pátria', o. 'Guia da Nação.',
naturalmente apto. para governar. Figura central de governação interveniente em todos os seto.res da vida nacional, a sua imagem estava presente em tocos os
lugares públicos, era venerado. pelas multidões e só não. era efusivamente aclamado. porque eraavesso às maoifestações.
Co.m efeito., Salazar n.l.!.nc;aa~sl,!llli.\! o caráter _rni!i!arJ:jo.s s~s ln~l2ir,!qo...r~l? i-º~Lé)_g!ç.9§:_.NuflÇ-ª.I,!~p_~.f~!:.@J._C91l}9.~_~?So.!!nLe):!Lt~_G e..@n!rl1.e.!'!t~ patenteava __
publicamente torça, virilidade o.u agressividade. Discrição, austeridade, sobriedade nos comportamentos eram as suas principais caraterísticas. O seu lema era: "Tudo.
pela N_as:ão.,"-<:d~co.ntraa N_ação.~._ . _. _ __ _ '"
SãTazarcõnsagrõuãtraêJTÇãõÊíii·rü-ralidãde -cõ-r;.ioimagemdetõctasas "lrtüdes:Õm-üii-do· urbanõ-é industrial erã -parâ- Saiâzarílfo.-nteldetõ"dCís osvfclos: um-esPaço.-
-- onde imperava a deso.rdem eafildTscíjJOn-a-gerã"daspeTã müdêrnTdàde do.s novoStempõS:- - - ----.-- -,--.- -- . - - - --- - . -.. -
Ã-Tamlila cato.ilca, rur1lt;"tráaiciOnãTêc-õnservad·õfã-;cfevia seí'-ãTmage-maaSõcieáaaeportÜguesa:-AmÜltíer era-reduzida a umpàpefóassfvo. submissa aomarido,
- -prõfunCllfrfientlHemiffina, uniCâmenTe-t)CiJpada cõtn õsafazeres ooméstlcose corn'a ·éducirçãõ-db';- filhós;-enquanto. o. homem seocupavado ganha pão:li rnulher a
=trabathar toraoecasaeraentendtoo corno uma-ameaça àestabtíidadetamlllar eeraa'tmagern da perversão. sociatprôprtado rnundourbanoíndustrtat,
... - ·-Nacionalista-:-a-exaltaçãodos-valores-nacionais
Para melhor conseguir esta união. nacional de todos os portugueses. o. Estado. empreendeu-uma intensa campanha de exaltação. dos valores nacionais, através da
consagração.dos heróis e do. passado. glorioso de Portugal e dê valorização das produções culturais nacionais. A inculcaçâc destes valores fazia-se numa esc Dia que
Ãsernelhança.do fascismo italiano e com os mesmos objetivos,o Estado. Novotambémpretendeu quetoda a vida económica, social e moraldopafs se organizasse
__~filll_Ç9mºLa..ÇQ?~_~ __~___ _ ~ ~______ ~ ~~_~
O corporativismo concebia a Nação representadaiJ8Jas famílias e por organisniosonde-osTr;diVídUos~se agrupa\fampelas funções que desempenhavam e os seus
~- -. interesses se harmornzavampã·ra-ãconsecuçao-do bem- comum~ ----- ----- -- -~-.-- --------- -~---- -
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- -- -- No-setor~eGonómic0-(c0rporações-eGonómiGas).-alem~dos-sindicatos~e~dos--grémios,-havia-ainda-as-Casas~d0-Pov0.onde-se~faziam-representar-0s-patr0es-e~--·
-- -- --- - -traba Ihadores.rurals.e.ias.Casas.dcs. Pescadores,-associações-de-gentes oo.mar.e.seus.em presá rios.-
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... _--_.~ ~----~_._--_._~
_ ____ _ _ __ .-Mas~l1ayi~ailJda..as_c.QrpQr:açp.e.SlDOJais~"as.s~o.cJaçõ-e.s ..cle-c.lclad.ão.s"pa
r.aJi.lls..d.e_as5.is_tê.IJ.c.i.~e_c.arid.a.d.e.,...e..as_c_Qrp_o.raç~õ_e.s_c.ultu
rals,..as.so.claç-õ.e.s...c.om
_o.bje.tivo.
_____ J<~ntificos, Iiter1ÍIi.Q§..-ª..msticos
.ll.J!~l?QQ!1ivos
... _~__ ..__ __ ~___ .__ _ _
o exercício da autoridade implicou que o regime se rodeasse de um poderoso aparelho repressivo através do qual se subordinavam aos interesses do Estado os
direitos e liberdades dos cidadãos, ãlnda-que constitucionalmente reconhecidos. -
-~AltaVénja instituição da ce-nsu-raPrêvia;etíreKé-fCiâlf urnarigorosa vigilância sobre todasas produções intelectuais escrítas ou audlovtsuals.quepassavapela
eliminaçãol:le-palavras;-Imagens-ou'il:leias constoeradassubversivasoara aldeologiadoregtme.Tratava-se de uma verdadeira ditadura intelectual que levava os
autores a procurarem as mais incríveis subtilezas literárias outonovísuaís.parapoderern materializar a sua-inteligência;
V
-Urna Polícia-Política, a~PVQE- Políciade-Vigilãnciae Defesa doEstado (mais tarde-a-tenebrosa PIDE), apetada-nume-estruturade-slntstra delação, perseguia, prendia,
torturava-e matava quem manifestasse-o-menotsinalde·oposição ao poder instituído,no toteroesrespertopetos direitos do.Homem e mesmo da constitucionalidade
do regime,taLera a arbitrariedade e a impunidade com que atuavam os seus agentes .
Para formaçãll-ide-ológica-da-juventul:le-,""toda-a-popula'çã-o1rSCblaY-era·-oorigatoriarrrel1te·lnscritalTa-Mo·cldade·Portagaesa~um-a-organlzaç-ãll-jUVel1ll··cria-da~à-ima-gem
- -das-congéneres-italiana-e-alemã:-Dotadãde-caráterparamilitar~oS"jovens·deviam·comparecer fardados··nas·sessões··deinstrução-integrada-na-formação-escolare·~
- --nas-grandes·manifestações-públicas-do,egime;-saudandoêls-autoridades-presentes-de-braço-estendido;-·-
~-O-controlo dos trabalhadores também não foi descurado. ~nquant0a~atividadelalJoraleratutelada·pelas-corp0rações,para a organização-e ocupação dos tempos
~__ .Iivres, segu ndo .os.prí ncíplos.m oraís.do.regí me.foí.críado.u m.orga nismo-do-Estado-em.@35~_a_ENAT,_Federação-Nacional-para-a-Alegria_no_Ira batho, ta mbém à-
imagem das similares.instituições italiana e alemã.
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- ~ -- - ~I--;:;D~e~v;-id'o~a"
~siC;--tl,@Ç~a-----;;ãc-o~d'~~i;-s~o'la~m-ento
internácional viVfdaporPõrtugal relativamente à política colonial e também devido à insatisfação da
população-face à ditadura instalada-e face-ao-custo de-vida elevado, surgiu em 1973 o-Movimento dos Capitães. Nasceu como forma
de protesto contra os dois diplomas legaisque-facilitavam o acesso dos oficiais milicianos ao quadro permanente do exército. Os
oficiais ae-caffeiffi,sobretudo capitães, rapidamente viam satisfeitas as suas reivindicações mas, nem por isso, o Movimento
esmorecel.!.... . __ . .__ ._ _~ _._ _ .. _. o.
Estes acontecimentos deram força àqueles que, dentro do Movimento dos Capitães (agora designado MFA - Movimento das Forças
- -
.------" Armadas), acreditavam na urgência de um golpe militar que, restaurando as liberdades cívicas, permitisse a tão.deseiada solução para
o problema colonial,
A única falha no plano foi a prévia neutralização dos comandos do Regimento 8eTavalaria 7de Lisboa, que não aderiu ao golpe-
_ origIno...u::a-únicã--:iLt.l.l.aç.ã.o_
v.e.rdad.eirament.e_difíçilip_m_que o IYI...FAsedefrontPu:jlJ.ôto'::ãO __
T.erreirQ..dQ..e-iç-º:-Q..dis"i.acJímint.cÚt1LE.s.cola
-Pfática-de-Gavalaria·de-Santafém,Ghefiada-peI0-Gapitão Salgueim-Maiardepaf0~-se-CGm-uma-l'oder0sa-C0Iuna-de-tanques do
- - Regi m entodeCava laria4'-;--que'sa itrerrrd efestrdo regt rrrervateurrresta'a lturaro-sa ngue=frlo deSa Igue iro-Maia,-q uenã oa uto rizo U' os-
seu~~~_ª"niefi~~~~.!5nrfõg~_~~ldindo, -cor~()Jam~nteL~_fr.aniéilfar1"o~-~ l~fr:l1J.g().-- .__ _
.Goube-ta m bérn-a-Salguel re-Ma ia-di rigi r-o-cereo-ao-Ouartel do-êarmo-o nde-se-ti n ha rn-refu gia d0-0-P residente-do-Gonsel ho-I Ma reel o
Caetanoje outros membros do Governo. A resistência terminou cerca das 18h~quando Marcello Caetano se rendeu ao General
·-Sprriola.- ----- - - ------- ..------- .. ---~----- -----. -~-- .~--.. - --- ----- - -
No fim do-dia; o "Movimento dos Capitães" sagrava-se já vitorioso. Apesar dos insistentes pedidos para que, por razões de segurança,
a população civil se recolhesse em casa, a multidão acorreu às ruas em apoio dos militares a quem distribuía cravos vermelhos.
___
~_-~=
.--=-~---_-~oprõprio ai~ d~ev~~~~~-~~~~c~i~ a.]untã ae~lv~~o_f:J!~~nal, q~e ficou üo,!!~~ar Portug~~a.a~C!.õ hl!~iõ ~_in~didãs para
---0---
., --{ - __-=-~ g()~.r:no e-foram __
~RfLadQspara~Q~@~ir--- -_=_ ~.=-
--e-Em-primeiro-lugar;-Américo-Tomás-tPresidente-da-Republica)-e-Marcelo-Caetano-(Presidente-do-Conselho)-ficaram
-=-:.-~-=--- . __- ~ __ -- =~------ _ -_-
~=:.::.-=--~ ~_--.
sem-lugar no-
-
~ .- Depois-a-Polícia Política, a legião Portuguesa, as Organizações da Juventude, a Censura e a Ação Nacional Popular foram
t: proibidas.
__P
ti)
_I ~_'-A Assembleia-Nacional-e-o-Conselho-de-Estado-fo~am
- as personalidades no exilio que puderam regressar
dissolvidos-e, os-pr.esos-políticos-foram-per.doados-e-libertados,-bem-como
a Portugal.
História Página I
o PERIODOSpíNOLA A..J G\ (\ ~<t> '> ~. Qé.W(9s. / pROc.:e.-5>5() cll-R.O\à;:cot·ZG\CjiJG
o caminho para a instalaçãoe a consoliâação da democracia não foi rápido e pacífico, mas caracterizado por profunda conflitualidade
~ poJítLca..e5()~cial..nos_anos_i4__
e.Zâ.Por.um.la da.o.pozo,e o.mczirnento.npetá río,a prove ita ram.o.esta belecl tIl.ento_daJ.iherda de para __
~ ~_igir-melhores c~~~~~~=~=~~da=~urT1~ntos salariais-estalando m~~ife~-=:~~es e~r=~~pe~o~aís~ _
O desfecho destas tensões culminou com a demissão do próprio general Spínola, após o-falhanço da convocação de uma manifestação
nacional emseu apoio, e a nomeação de outro militar, o general Costa Gomes, como Presidente da-República;
OJLLde_março..acentuo_u..oJadicalIsmo_na_r€.volução_portuguesa __
e provoccu.o.aumento.da.confíltua I idade.política __
e.socía I..Ao.nível.das
forças-armadas-foleenstitufde-e Conselho-da Revolução, em substituição da anterior Junta de Salvação Nacional; como propésite-de
orientar oProcesso Revolucionarioem Curso (PREC), que deveria encaminhar Portugal-para uma sociedade socialista. Além disso, as
-- ~ fQcç_as ~~-_~~tr~ma-e~querda§!n_y~~:Çfa[ãmporüma -esirat~fgTa-a-e poae~p-Q:~~lar.--------··_-·~'- _.-..--- -.----- --- ----
- - - -
~S ELEIÇÕ~SDEl-975-c
A-inversão do processo deveu-se ao forte impulso dado pelo Partido Socialista à efetiva realização, no prazo marcado, das eleições
-- -~çCíOi~1.ulntes prometidas pelo programa do MFA. ------------------------------- ------- ----
- ---- - -Estas-eleíçõesras-prl mei ras -ern q ue-fu ncio no u-o-sufrágioverdadei ra m ente-u n iversa+rea Iíza ra rn-se no-d ia~'Áb~J11&:'"i97$,----
- --- mai'-canao-ãViClacTvica e polítícâ-portuguesã:""'TanfÕ a-ca mpáilffilêóm-Õa-atoereiroráIClecorreram-aentTod-as-riaFrriãS -ae7éSpeito-e de
------- ~==-_filüiaIidqç!_e_çL~al9~E~tk_q,.=~==_::_ ----:::-=-~===::::.=_::::._~~::::.------- - ------
A vitória do Partido Socialista, seguido do Partido Popular Democrático, nas eleições para a Assembleia Constituinte, veio criar
º
condições para travar a direç~o e o rurTl qu~ a re.'-'oluçãOportúguej.a tomara.
--Nestef""frã"Q;,de-tm (conhecido como"Verão Quente"), a oposição entre as forças políticas atinge o rubro, expressando-se em
gigantescas manifestações, assaltos a sedespartida-rias e pela multiplicação de organizaçõ-es armadas revolucionárias de direita e de
,...-.., __~g!d.~Jiª, .. ., "'__ _ _
-É-em-ple no=Verão-Ouente=q ue-u rn-gru po-d e-s-cf cia lsdo-próp rioConsel hoda-Revol u ção;--encabeçados-pelo-major-Melo-Antunes,
~_==-=- __::::'~~íflcaa~!.""!.~i!i:~!~-õs seto resma isE ar~~rs
âõ~~_~:co nt~tavaocl~i"1'la_~~~ na rqu i~~sTãlado,.!"CI.~s~_g!~~s.ãóeconó ~ lca-e sacia leã
_______ .deJ;",omp~i.ç-ª_Q .PSl.s..es!rutura_sdo E..sJ;-ªdo._ __ _ _ _
~ Estes acontecimentos Ievararrrà-destítufçãc do primeiro-ministroVascoGonçalves; àformação de novo Governo (o VI, chefiado por
- -- -- --PTr1f~rfó~àe-Àzevedo)e;--porfírn;-à nom~açãoao capit[o-VasEoToiireríço-para-6 comã-nao-ôil regfaomilitar de Llsboa, emsuostitÚição -
de.Otelo.
Estas alterações dãoorlgem ao último golpe militar; em-[sVe nóvem6rd, péloçpata~quêdistas dê Tancos, em defesa de ateio e do
processor~voru_çioná-rioj::> país encaminhava-se rapidªmente!:lélria normalização política e social e para a consolidação de uma
democracia liberal..
Aintetvençãc do Estado em matéria económico-financeira encontrava-se já prevista-no Programa doi-Governo Provisório, que referia
a nacionalização;
Simultaneamente, foi publica da legislação que permitia ao Estado gerir e fiscalizar todas as ínstitulções.de crédito.
- -Em-nevembro, o Estado apreprla-se do direito de intervir nas empresas cujo funcionamento não contribuísse "normalmente para o
História Págil!a 2
---- aesenvõlvimentoeconorrlTcodl)"ffãíS"-. ----- .-.- -- ---------.---.---
--- --. ._------ ---.- -_._.- ---- -----_._- -_._- -- ----- ------._--
Logo no rescaldo.do.goipe, aprova-se-a nacionalização.de todas as instituições financeiras. No mês seguinte,-um novo decreto-lei
determina a nacionalização das grandes-empresasligadas aos setores económicos base.
- -
Estas nacionalizações_determinam o fim dos grupos económicos "monopolistas", considerados o expoente do capitalismo, e permitem
ao Estado um-maior-controlo sobre a economia.
'~ __ -I- Numa tentativa de controlar o-surto inflacionistà, forãmtabelados artigos-de-~nmeIra nece~tºade~!i:i em cOOJQgiÇao com.!lrna _ -
.-- Jorte-subida-CIos.salárJos-permitiu-elevar-O-níveLde-vida-das..classes-tr.abalhadoras --.---- ------
Intensificam-se, então, as negociaçõescom-o-PAIGC (para a Guiné e Cabo Verde); a FRELlMO (para Moçambique) e o MPLA, a FNLA e
aIJJlJ1TA-('p-ãraA-ngoTãr-únicos !l10vlmentos aos quais p.~,:!u~~r~~c3~fi_ece I~gltimi~aepararepres.enl~r~_0p.o:.v~_a~s r~pe1ivós
terrltórtós.,
.- --A-situaçãolTIais-complexa-era-a-de-Angola~-dada-a
consagrou-se ani!1.dep~nd~ncrã C!~-s}~qssa ~ntigãCOronia.
efetivada-Iogo em dO de setembro
=~=-_-=-_--=- -=~_=-==:-~-~._~
'existência-de-três-mo\7imentos-de-libertação~-mas,'cn11
;::.:;:::;;;...;;:;;;;;;;;;;;;;::;;;-;~:;:;:~
de 1974, os acordos institucionalizavam
de nov~mbro de 1975;
um período
de transição;báSta-ntecu-rtõ-;-e1f1qu-e-se-efetuariaa-transferênciadepoderes;-- ----.- - .- --- .. --- .------. -.
~_esse período, e~t[uiuras conjuntas de Portugal e dos movimentos de libertação assegurariam o respeito pelalegalidade e pela ordem.
No entanto; Portugal encontrava-se-num-a posição muito frágil, quer para impor condições quer-para fazer respeitar os acordos,
devido
-- ._._- _. à ._----- _._._.-- --_.- --- à_...deterioração
aesmotivação generalizada dõ êxercito, .. -- _ ..das
-_.- relações entre os militares africanos
----_._---- - -
e os -cornândôseuropeus
--- - _._. -_ .. - _. _. -- ea
_ _ _in~él.bl!idade_políj:icaq1!e se yiyia na meu..9p.QI.eretilaril!D_a_Q.nos's"Q..p-ªís.-ª-çapacidade neces.s-ªO.ll_para fazer Iace aos conflitosque
- surgiram.-Desta-forma,nãG-foi-possível-assegurar;GOmo era-previstG,-os-interesses-dos-portugueses--residentes-no-Ultramar.
Mas o caso mais gra-ve foi o de Angola. Ostrês movimentos mostraram-se incapazes de ultrapassar os seus antagonismo, acabando por
- - sererTlaballs!9nados lJeTã-FNLA-epela ÜN1TÃ~'oquê:obngouonó'sso país-a decretàr:-ã-:Suspensã"o-do' Aêordõ-a~ÃTvõr~':- .
MPLA,-FNLAE-UNIJA-reforçaram as suas-fileiras próprias, munindo-se de armamento e3straneiro e mobilizando todos os seus efetivos.
Em março de' 1975,-a guerra civil em Angola era jáum facto; As forças portuguesas, carentes de um comando decidido e de meios
militares;lihiitavam-se a controlarospfínclpals centros urbanos.
História Página 3
_ ~setembro e outubro, uma autêntica gonte aérea.evecua de_AogpJa_oscl<iadãos gortugueses gYe..gret~odem regressar. Em 10 de
ovembroo presidente da República decide transferir o poder para o povo angolano.
Esta revisã-ofoi concluída em setembro'de 1982 e, rnanteveinalterados os artigos que proibiam retrocessos nas nacionalizações e na
reforma agrária-e manteve os princípios socializantes, embora mais suavizados.
O-DEBAJE-DO ESTADO=NAÇÃO
---- - ------------
Enquanto-um-estado é-uma-entidade política-e geopolítica, uma nação é uma unidade-étnica e cultural. termo "estado-nação" °
- -- implica uma-situação onde os dois são coincidentes. O-Estado-nação aflrma-se por-meia de--omaideologia,-umaestrutora jurídica, a
____ 1-- -- caQacidade de imQor uma sobe!ania, sobre um QQYQ,num dàdo territ~rio fronteiras, c::om
uma moeda proQria e-forç~ _ com
___ +__ armadas.próprlas.tambérn. - ----- ------ _
---- ------------------------------------------
-Nó-secOlbXX, osEstados-Nação registam uma expansão planetária, tornàndõ-se 6 elemeritoestrüturadórda ordem política
- ~- --_. - ~ --- -
__JntetJ1aciQoaJ, conslderadoornodelo de organização política mais coerente doponto devistajurldlco e o mais justo-o
-------------------------------- ----------------- ------- ------------ ------------------
---Reconhecem~-no-entanto_;_os-especialistas-que-a-fórmula-do-fstado~Nação-se-revela-hoje-emdiaineficaz;_face-aos-desafios-que-a
------u-
nova_ or]"_~_1"!! int~_Qla~~~_al provoca. -------_-~~-- ..--.-_~----- ..--.------.. -"-----..------
/~ _, .!.._Çonflitos étnico_~ - _
------e-NaGienalismes-sepaFatistas,-Gemo-o-basGe-e-oGatalãe-na-é-sl3anhaj-------------------------------------
-- ------ -- ---.--Cre-s-centtnra lori zaçãrrtíasd iferençaçe-e-sp-e-çifi'cida-de-çde-gropo-çe-tn-diví-d uosr --------------- ----
_________ e A criminalidjlde_transfront.eiras_e...Q_termrLsmCLCQntIIDJJiLa_ffi_p-ªIJLa_CrisJ:._dos_e..stado-lliI_ç_ã..Q; _
------e--GFanEles-pF0blemas-ambientais-;----------------------------- --- --- ----
--------------
Mais_do_que nunca, mostram-se necessários os esfor.ços con~r!9dos de autoridades supra e transnacionais pararesponder aos
complexos desafios do novo mundo-que nos rodeia.
As identidades agitam-se-no mundo com uma intensidade acrescida desde as últimas décadas do.séc. XX.
Quase sempre,-astensões-étnicas-eseparatistas são despoletadas pela pobreza-e-pela marginalidade-emque vivem os seus-
=-:~==--e-NO~~fega~~tão,_as~l~imas-décadas-tê~~~~-S~~~~d~-~~~~-cresce~dode-violência-e-desentendime~~~:-
___,u_ ----- .--------=~~.___
~
:..;::. e __Nojndostão.n.lndla vê-se a bracos.com a etoia sikh, que professa um sincretlsmo.hlndu e.muçulrnano e que se disputa com a
C
...'<l,). ..
maiona h'IA d u;
--~ ----------------------~---- ----- --------- ------------------- -- ---- ------ ------ -----------
História Página 1
-------t-e-nha-um-r-os-.,.t-o-:-h-u-m-él-no-.
-------------- ------------------- - -- ----------------------------------
~MIG~Ç?~S=\I
--o-xenofoba,quando-a-s populações nativas passam a encararostntrntgcscorrro concorrentes à oferta de emprego e-aos benefícios
sociª-is~u5Iiçºjs-ªúdj!J ed-Ucªção, habitação), sob retu do_quando o@~º-e acºlhlrilentº se confronta com_problemas de desemprego
___________ e-dificuldades-o~çamentais;-------- -------- ------------ --------- _
=-~=_==~=§i!5.ª-~~
o Étnica; quando as populações nativasreceiam que as populações imigrantes cresçam ao ponto de se transformarem em fortes
~~lcàs qu~.~ode~ p~r em ca usa~_~oesãon~!9~~X-ine-r~nt~~=ra~Ia~~e-s-t~®~~N~5!E-"_.~_~':~.-'---'---~'
_._--
-I~-~:~~':~;-J~-\~,
_u __ •. ,_ •• _. _
De todas-a mais preocupante é a proliferação do terrorismo internacional associados aos múltiplos conflitos étnicos, religiosos e
.... Tf6líticosqué'dêflãgfarn por tõdo o Globo. --------
--_=_:=~ -==- Tratã~aeu-m fen ómenoRPI ítlkQ_~rnat~IiJado gelo.ieiiirsQ:s.Lite--'nJitlc.Q'.f)ylQ Lên:º-ª-gene-@iizªdi_êoiltiÚ~:Yltlmaiii1a.Ls_çrLm_iD_a-º~s,
.
---- --- -- ---visando-criar-na-soeiedade-sentlm entos-co Ietivos-de-medo-e-de-l nsegu ~ança. ReGonendo-ao-teHor,-t~ansfo~mado-em-espetáGu lo--
amplificado pelos meios de comunicação, em especial pela TV,grupos organizados procuram alcançar, pelo uso da violência,
___ ~I:lle:!i~_~s que -d~ve~ia~ser.~dquiriâos mediante a expressão dem_oc;r~i_c:.a__
d_~yontad~põli!~il.___________ _ _
__ Cada vez.mais.gloha üza.do_e.mais_o.rganizado_,_gra_ças-à-po-tencialidad.es
proporcionadas.pela s.JJ.o_v.as_tecnologias_dainfmmação,.o
terrorismo-internacienal-passou-a constituir um cério desafio para os Estados-que-se veem confrontados com uma ameaça sem
-p-átriae-sem exército convencional; e-mqu-epossam ser combatidos, e que não necessita de declarar guerra para destruir
lndíscrtrntnadamentealvos milítaresouclvls.-
_______NosJinais..do..século-XX,_oseparatismo-eJuta-pela_autodeterminação-de-nadonalidades,-de.que.são..exemplos-as-ações-te~roristas
----------levadaSâ-cabo;-a-descredi biIização-de-regimes-democráticos -ou-a-ef rmação-de-convicções-rel íglosas-co nstituem as-principais
-- --raZões dasameaçasasegurançã-dõSTstaOós-. ------ ------ ------
As preocupações com a proteção do ambiente e a procura de um equilíbrio entre o Homem e a Natureza tive3ram as suas primeiras
grandes rnãnlfêstações nosanos 6pê ãssümlrarn formãlnstitucionalnc anos 70, graçasããtivldade política dê partidos ecologistas
História Página 2
-,--.,-----;---;;:-:----c:--;-;----------------------
chamados "Verdes" e ao reconhecimento internacional de Organizações Não Governamentais. __
E,-com efeito-num-quadro de crescentes-preocupações com a destruição.do.ecosslsterna-rnundial que organizações-ambientalistas,
-- partidos-políticos;--governos e comunidade-cientifica se empenham na-denúncia dos perigos que põem em causa-a-vida na Terra e
levamaTa50 amprasca~pa-n.bas de de-n~ciadas agressõ~s à Naturez~. _ _
_ _ anifestaç_õ_eH0.rrLcaIateunaisjnstitudona Isãoosencontros multílatera isSeo_do_eOLvistaacelebraçãCLde_pLotocolo!Lde__ _
- --entendimento-soore-a-neeessidade-de-evitar-a-efeseeflte-destruição-e0-l3laneta-. -- - - ---
F<5ineste-âmoito que-decorreu, em-a.992, no-Rio de Janeiro, A Conferencia-das-Nações Unidas para o Ambiente-e o
Desenvolvimento. Mais conhecida or Cimeira da Terra, tratou-~e de-um encontro de Estados empenhados em resolver "num
_____ espidto_de-par:ceda_mundial~os-gr:a)J.es-pr:o.blemas..ambientais._____ __ _ __ _ _
No-mesmo-sentido se-reuniram os países industrializados, sob a égide das Nações Unidas, em Quioto, no Japão, em 1997, onde foi
dlscufldõ e aprovaooum protocolo - o Protocolõ de Quiofo - cujoÇsignatarloSsecomprometeram a reduiir os níveis- de-emissão de
__ gases in-dustrlais'-Rrincigalmente de dióxido d-e carbono, tendo em-vista combatera a~cimelJtoglob~ do_glaneta e 09s _
----I--G:onsequentes-GataGlismos naturais. ---- - -------------- -
_-==
----1-------------- ------------ ---- --
-------
---Aexpr6sãOcfemog~~íCaeoaeseriVOlVTiliei1tOeCOnómíc01rveramLimlmpactoSempreceaentes~nj=-9~E!:~1ão
violentas.têrn.sido.as pressões sobre os recursos.naturais.
-------- --------------------
ao-pl~r:'efã~fã"ª---
- ------------------------
---=
,---, ~-A-explor:açãojntensiva
_~==__=__=~-====-==-=-~ __-====-~=-
> A destruição de-imensas áreas florestais essenclals à respiração do planeta e, com elas, a destruição de espécies animais e vegetais
que infegravam os res[1etlvosecossistemas;_
da-Natur:eza-(arráguarr:ecur:sos-miner:ais,-Ilegetais-e.animais)-em-busca-de allmentos.e.de.matéríasspnmas __
necessárias-à produção dos bens-essenciais-à-subsistência humana. Se-grande-parte destes-produtos se renova-naturalmente, alguns
há que, pela intensidade do seu consumo, vão dando sinais de esgotamento e oütros cuja récolha se vartomándõ mais difícil pela
__ intensiva degradaÇão dos solos e subsolos onde são exglorados;__ - - ~ _
--- >-A-poluição~VivemoS-/'lum-mUnaO-Gada-vez-mais-poiao-e-insalubre SãO-tantos-os-pmautos-químiGos,dióxido-de-carbono,resíduos
só Iidos-Iança-dos-no-a r;--na-ágrra-e-no-s-so-Ios-e-é-tã-o-eleva do-o-seo-nível-de-toxiddade-qoe-ãN atureza-já-os-não-consegu-e-d ecornpcre -
eliminar. -
- -- --- Enfirri:col1Ul_destruição ao_planeta, é ª-própria sobreViVência da Humànidade que~é_posta em causa,a menos que-sejãm tomadas
medidas-de correção urgentes.
1.- -- ------------- ._-_. - -- ~- _. ---
A CRISE-DO-ESTADOPROVIDENCIA
História Página 3
----r------ •• -------------.-.---
__ --A.AELRMAÇÃO_D_03'l1EQLIB.ERALISNLO
__
----1------------
Nestaconjontura, osgoverrrosconservadores do- Ocidente, com Margaret Thatchern-a-Inglarerra, Ronald Reagan nos EUA e Helmut
Koiil.naAfen,ajih~, néllíélerança, repensam as te~e~J~ynesiªllase empreelldel'l1urna atuação ma~pragrnát1ca, qU~f)~sa por:
____ .__~_._RestrJção-dajnter:venção-dO-Estado.na.economiarque..só-deve.acontecer:,_no_mínimo_gr:au_possível,.em_setor:es_considerados-como_
·----·---·imprescindíveis-:-Assim;-é-defendida-umô-prôticamente-absoluta-liberdade-de·mercado;-de-que-decorre-a-valorização-do-setor-----
--------privado, a "culturaãe empresa";------- -----.--------.- ..-------.------------- ..---------.- ..--.
> \laTofliáç-ª.o da livre iniciativa e dallvre concorrência; -
>-Implementação de uma politica-de.prlvatieação-de-servlços públicos;
------>-A-ssonção-de-políticas-de-rigoroso-controlo-das-despesas-públicas-;-cojos-refeitos-imediatos-se-refleterrrna-diminoição-dollúmero-de-·-
==-----fUncTonarios, reouçâoaesalarios realselTmitãÇãOaascrespesas-SOêIais; ----.------.---
> Implementaçãode medidas.tendentes ..a_estimularoemprego_no setor privado;
. > -Implementação de politieastendentes-areduzir a lnflação-entre-as-quals se destacam das-emissões monetárias e-as-restrlçêes-
"salariais.
---- -----_._ .._----------- ----
---- -_ .._----_._------_ .._----- -----_._. .... - ._-------------_. __ .__ ._--._---_._ __ _
.. ..
---OS-MECANISMOS-DA-GI.OBAlIZAÇÃO---- ----
. --_._--- --------_. ------_._----_._. __-.------------
._._-_ __ .. . _ ... __ ..._----_
.
_-_._
.. .._----_ .._-------_._--_._-_ .. _.- -_.
o fatar mais poderoso da crise da sindicalisma relaciona-se com a.rarefação.da.classe.operárla. Nãa nasceram.as sindicadas da vigoroso mavimentaaperária que, desde
meadas da século XIX,pugnau par transfarmações saciais epalíticas, fassemde.cariz.revalucianária_aude teauefarmista? Cama esperar, então, nas países
.desenvolvidos, que a ocupação.do.setor secundária par apenas.um quarta da população ativa nãa se.refletlsse.numa.dirnlnulção.do númera de sindicalizadas?
.._ ... .__ ....5egundo.alguns.analistas,..a ..declínio_do_sindicalismCLtraduz.uma..outra.crise,..que..é_adoexercício.da cidadania..oas..sodedades.democráticas.J.aLdé.fice..e..participaçãa _
. __ . .. _.democr.ática_denotacse.nomeadan:u!nte..oas..partidos..p.olíticos,que_perdern.militantes.e_mastram.pouca_eficácia ..na.mobtlízação.das.massas .. ....._. __ ._. __ . -.- - -
--- .. ._Nas..atuais..democr.acias_ocidentais,_os.p.ar.tidos.são..mais_do.queJocais_de_reflexão.e..debate,.são_empresas_ou.apar.elhos_destinados..conquista_do.podeepolítica._. _
_ . . __ Á-id.eologia.cedeJugaeao_utilitarismo ...os_militantes..partidários_já.não.se..distinguem_pelaJorça_das_suas-ideias..e..das.suas..convicçõ.es.mor.ais._Espera.,se_que.sejam_._ .. _._
.abedientes,.deconfiança,.e_tecnicamente preparadas.para preencherem os cargcs.oficiais no.partido, as.listas de candidatos aosórgãas do Gaverna laca I, regianal ou
nacional, as.posíções de canfiança nas aparelhas polltlcos.e.administrativo da Estado.e.nas.ernpresas públlras.e.sernipúblicos. A militância palitica converte-se, assim,
-.em carreira ..Adiminuiçãa da militância polltlca.não preocupaporém.os dirigentes partidárias. Dantes, quantas mais militantes, mais hipóteses havia.de.rnobilizar.os
____ . ...votantes ..Agara,.as.mod.emas..me.ios_de.comuni.caçãa_rev.elaITl=se..poderasos_na_canquista_do_eleitarada__ .-------.-----.--.---.--- ...--- .....- ....
__ ._À.nallaJace..das..partidas palíticas_e..da_p.alíti.ca.se_atribui,.entre..outrasfatoces.io.deslnteresse crescente..que_as.cidadãosmanifestam_pelas_atas_eleitarais.Aabstençãa - ...
_. afigura=Se.cama_sintama..de.deser.çãa_cívica_e_de..desvitalizaçãa.palítica.. . .. ..- - ---- ..- -.- .. - ---- .- .. ------.--- .--- -
_ . Mas nem todos corroboram.aquele.ponto de vista. Outras farmas de assoclativismo.ou de militância,que não a palítica ou a sindical, mativam as cidadãas .