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Sine-Data, Costa Nunes. Da. Ruy Afonso, Historia Da Educacao Na Idade Media, PT PDF
Sine-Data, Costa Nunes. Da. Ruy Afonso, Historia Da Educacao Na Idade Media, PT PDF
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
NA IDADE MÉDIA
■ HISTÓRIA DA
EDUCAÇÃO
NA IDADE
MÉDIA
file:///D|/Documenta%20Chatolica%20Omnia/99%20-%20Provvisori/mbs%20Library/001%20-Da%20Fare/00-index.htm2006-06-02 22:31:37
Rui Afonso da Costa Nunes Professor de Filosofia da Educação na Fa...ersidade de São Paulo HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA :Index.
Professor de Filosofia
da Educação na FEUSP
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
NA IDADE MÉDIA
Índice Geral
■ INTRODUÇÃO
■ PRIMEIRA PARTE
■ SEGUNDA PARTE
■ TERCEIRA PARTE
■ BIBLIOGRAFIA
■ NOTAS
file:///D|/Documenta%20Chatolica%20Omnia/99%20-%20Provv...-Da%20Fare/0-RuyNunesHistoriaDaEducacaoNaIdadeMedia.htm2006-06-02 22:31:37
RUYNUNESHISTORIADAEDUCACAONAIDADEMEDIA: INTRODUÇÃO , Index.
INTRODUÇÃO
Índice
INTRODUÇÃO
file:///D|/Documenta%20Chatolica%20Omnia/99%20-%20Provv...Da%20Fare/1-RuyNunesHistoriaDaEducacaoNaIdadeMedia0.htm2006-06-02 22:31:37
RUYNUNESHISTORIADAEDUCACAONAIDADEMEDIA: PRIMEIRA PARTE , Index.
PRIMEIRA PARTE
Índice
file:///D|/Documenta%20Chatolica%20Omnia/99%20-%20Provv...Da%20Fare/1-RuyNunesHistoriaDaEducacaoNaIdadeMedia1.htm2006-06-02 22:31:38
RUYNUNESHISTORIADAEDUCACAONAIDADEMEDIA: SEGUNDA PARTE , Index.
SEGUNDA PARTE
Índice
file:///D|/Documenta%20Chatolica%20Omnia/99%20-%20Provv...Da%20Fare/1-RuyNunesHistoriaDaEducacaoNaIdadeMedia2.htm2006-06-02 22:31:38
RUYNUNESHISTORIADAEDUCACAONAIDADEMEDIA: TERCEIRA PARTE , Index.
TERCEIRA PARTE
Índice
file:///D|/Documenta%20Chatolica%20Omnia/99%20-%20Provv...Da%20Fare/1-RuyNunesHistoriaDaEducacaoNaIdadeMedia3.htm2006-06-02 22:31:38
RUYNUNESHISTORIADAEDUCACAONAIDADEMEDIA: BIBLIOGRAFIA, Index.
BIBLIOGRAFIA
Índice
file:///D|/Documenta%20Chatolica%20Omnia/99%20-%20Provv...Da%20Fare/1-RuyNunesHistoriaDaEducacaoNaIdadeMedia4.htm2006-06-02 22:31:38
RUYNUNESHISTORIADAEDUCACAONAIDADEMEDIA: NOTAS , Index.
NOTAS
Índice
INTRODUÇÃO
Professor de Filosofia
da Educação na FEUSP
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
NA IDADE MÉDIA
INTRODUÇÃO
pensamento.
Por último, queremos informar aos leitores deste livro que o seu
estudo seria ainda mais proveitoso, se pudessem ler, também, outra
obra publicada por esta mesma Editora Pedagógica Universitária,
que redigimos na intenção de fundamentar este livro. Trata-se da
História da Educação na Antigüidade Cristã. Não se pode
compreender a pedagogia medieval, nem se lhe pode aquilatar a
Filosofia da Educação sem o prévio conhecimento do legado
doutrinário dos Antigos e dos Santos Padres. Aliás, até o século XIII,
a orientação educacional da Idade Média foi visceralmente
agostiniana e Santo Agostinho foi o último Santo Padre e o grande
inspirador do pensamento medieval.
PRIMEIRA PARTE
a) a primeira
fase após a
queda do
Império
Romano do
Ocidente (476)
até o reinado
de Carlos
Magno no fim
do século VIII,
uma faixa de
três séculos
com a mesma
duração que
no Brasil se
estende de
1650 aos
nossos dias.
Este, o período
que os
historiadores
ingleses
denominam de
Dark Ages.
b) A segunda
fase alonga-se
de 950 a 1200,
ou seja, do fim
da linguagem
carolíngia à
concessão por
Felipe Augusto
dos primeiros
privilégios
reais à
nascente
universidade
de Paris. Este
período
equivale ao do
apogeu da
Idade Feudal.
c) A terceira
fase abrange o
século XIII e
termina com o
gesto
irreverente de
Nogaret que
assinala
simbolicamente
o declínio da
Idade Média.
d) A quarta e
última fase
caracteriza-se
pelas
mudanças e
convulsões
sociais, pela
transição do
feudalismo à
monarquia,
pela crise da
cultura,
decadência
das escolas e
pelo
surgimento do
humanismo
renascentista.
A mais ordinária das fábulas reza que a Idade Média foi uma idade
das trevas, uma época de barbárie. Evidentemente, o termo trevas é
apenas uma metáfora que serviria para designar a ignorância difusa
e persistente num período de mil anos. Primeiro, releva notar que os
historiadores ingleses costumam assim denominar a primeira fase
da Idade Média, quando os povos germânicos disseminados e
fixados em vários rincões do Ocidente desarticularam as estruturas
da sociedade romana, arruinaram as cidades, talaram as
propriedades rurais e destruíram a rede escolar estabelecida pelo
Império Romano do Ocidente. Nesses primeiros séculos medievais
as tribos germânicas guerreiam umas com as outras, enquanto
novas levas de bárbaros, como os lombardos, despenham sobre a
Itália e novas invasões, como as dos sarracenos, põem em
polvorosa o litoral europeu do Mar Mediterrâneo. Nessa época de
profunda perturbação social os mosteiros beneditinos são as únicas
ilhotas de cultura onde ainda se escreve, copiam-se manuscritos;
onde se lê, se estuda e se conserva o legado cultural dos romanos.
Só a partir do reinado de Carlos Magno recomeçou na Gália, e se
iniciou na Germânia, a renovação cultural, a recuperação das letras
antigas e a organização das escolas. As trevas metafóricas, por
conseguinte, aplicar-se-iam com propriedade e justificativa à Gália e
à Germânia, durante os séculos V, VI e VII, e à Grã-Bretanha, com
exceção da Irlanda, até o começo do século VIII, pois a Itália dos
séculos VI VII, apesar das guerras e da invasão lombarda,
permanece um foco de civilização, enquanto a península ibérica nos
séculos V, VI e VII foi um dos principais e mais luzidos centros
intelectuais e artísticos do Ocidente, até que a Espanha sucumbiu
ante os muçulmanos em 711. No século IX temos o renascimento
carolíngio na Gália e a renovação cultural na Grã Bretanha sob o
impulso de Alfredo, o Grande, enquanto no século X se registra o
renascimento otoniano na Germânia. A partir do ano mil já surgem
13. Outra fábula ridícula sobre a Idade Média foi apregoada por
Michelet no seu livro A Feiticeira [20]. Donde se colhe, atentando-se
ademais para outras intervenções do mesmo autor, que os próprios
historiadores tomam facilmente a nuvem por Juno, especialmente se
animados de espírito sectário. Segundo Michelet, a Idade Média teria
sido um período de mil anos sem banho. Por certo, o historiador
projetou no passado medieval as características da Europa
Se hoje o
meu
amigo
soubesse,
iria migo,
que ao
rio me
vou
banhar...
Quantas
sabedes
amar
amigo
creydes
comigo
a lo
mar de
Vigo
e
banhar-
nos
hemos
nas
ondas...
Venari,
ludere,
lavari,
bibere,
Hoc
est
vivere!
15. O motivo mais forte para a difusão da novela foi a sua presença
em documentos redigidos por sérios escritores eclesiásticos mas
desprovidos de espírito crítico, numa época em que existiam
crônicas mas que ainda estava muito distante do momento em que a
história se converteria em rigorosa disciplina científica. Note-se que
o fato lendário teria ocorrido na metade do século IX e que a sua
divulgação se deu na metade do século XIII, ou seja, medeia entre a
ocorrência lendária e a sua difusão escrita um período de
quatrocentos anos, tal como se um historiador de hoje publicasse
fatos acontecidos em 1570, sem que eles figurassem em documento
algum durante todos esses séculos. A fábula surge pela primeira vez
na Crônica Universal de Metz (Chronica universalis Mettensis),
redigida cerca de 1250, provavelmente pelo dominicano João de
Mailly. O breve relato dessa Crônica atribui o fato ao ano do Senhor
de 1099, após o pontificado de Vítor III, e diz que houve uma papisa
que dissimulou o seu sexo vestindo-se de homem. Era mulher de
notável inteligência - probitate ingenii - e conseguiu tornar-se
notário da cúria pontifícia, cardeal e, por fim, papa. Um dia, ao
montar a cavalo, deu à luz um menino. Diante disso, a justiça
romana condenou-a a ser ligada pelos pés à cauda de um cavalo que
a arrastou meia légua fora da cidade, enquanto o povo a lapidava.
No lugar em que ela morreu foi sepultada e no sepulcro colocou-se a
inscrição: Petre, pater patrum, papisse prodito partum. Sob o
pontificado de Joana teria sido instituído o jejum das Quatro
Têmporas, chamado o jejum da papisa [24].
Papa,
pater
patrum,
papisse
pandito
partum
Et tibi
tunc
edam
(dicam)
de
corpore
quando
recedam,
isto é,
20. Boccacio, falecido em 1375, foi levado pela fantasia e, por certo,
inspirado em tradições populares, pois se afastava da versão de
Martinho, o Polonês, e no capítulo 99 da sua obra De claris
mulieribus diz que a papisa era alemã e se chamava Gilberta.
Estudara na Inglaterra e chegou a ser papa com o auxílio do
demônio. Deu à luz, ao celebrar missa, e terminou a vida na prisão.
25. A Igreja atravessou uma crise terrível por volta do ano mil.
Durante o século X três mulheres, Teodora, esposa de Teofilacto, e
as suas duas filhas, Marózia e Teodora, manipularam o papado a seu
bel-prazer, e entre os papas dessa época contam-se quatro
pontífices chamados João: João X (914-928), João XI (931-936), João
XII (955-964) e João XIII (965-972). O descrédito do papado levava
muita gente a dizer: "Temos mulheres por papas". Bento de Santo
André do Monte Soracto, após a eleição de João XI, diz na sua
Crônica que Roma esteve sob o podei de uma mulher (Marózia) e por
ela foi governada [32]. Essa senhora apontada por Bento de Santo
André como parenta de João XI, Johannes, pois era sua mãe, foi
naturalmente chamada de Johanna, Joana.
No entanto, com Roma a situação foi diferente, pois nela havia muito
mais de cinqüenta justos entre os fiéis, as monjas, os homens
continentes e tantos servos e servas de Deus. Por essa razão,
apesar dos estragos, dos incêndios, das rapinas, morticínios e
maltratos, a cidade continuou a existir, e os fugitivos, os que se
esconderam, puderam retornar e nela viver. Por isso, diz Santo
Agostinho, não há dúvida de que Deus poupou a cidade de Roma,
graças aos méritos dos seus justos. Além disso, a calamidade serviu
para exercitar a paciência dos cristãos, enquanto o Senhor Deus
lhes demonstrava a instabilidade e a caducidade das coisas deste
mundo, incrementando-lhes a esperança nos bens eternos e na
felicidade do céu [36].
Como disse G. Bloch, "o Império curvava-se sob o peso dos seus
vícios internos, mas foram os Bárbaros que lhe vibraram o último
golpe e trouxeram a dissolução final" [39]. Mas, enquanto a desgraça
se abatia sobre todo o Império, cristãos e pagãos tentavam explicar-
lhes as causas, o peso e a extensão. Assim, o retórico Libânio na
oração Para vingar Juliano, dirigida a Teodósio no ano de 378,
afirma que as tropas romanas, os soldados e os generais não eram
covardes mas continuavam a honrar os antepassados, e que a causa
de desastres, como a derrota ante os persas, foi a manifestação da
cólera de um deus a combater ao lado dos inimigos, suscitada pelo
crime do sarraceno que golpeou o imperador Juliano e que, por
certo, o assassino foi a mão executora de mandantes cristãos. Se
esse crime fosse vingado, dizia o famoso retórico, e se os oráculos
voltassem a ser consultados, Roma haveria de vencer [40]. Pobre
Libânio que sonhava o inexeqüível e não se dava conta do
crepúsculo dos deuses! São Jerônimo, por sua vez, tendo escrito a
Heliodoro a tecer o elogio fúnebre de Nepociano, profere, a partir do
capítulo 15 da sua epístola, a oração fúnebre do Império. Ao se
referir às devastações causadas no Império Romano pelos godos,
sármatas, cuados, alanos, hunos, vândalos e marcomanos, "essas
feras" como os denomina, diz que a sua alma se horroriza ao narrar
os desastres do seu tempo. Romanus orbis ruit, o mundo romano
desmorona, reconhece o grande solitário de Belém, muito mais
SEGUNDA PARTE
No ano 771: Carlos Magno, único rei dos francos, após a morte de
Carlomano.
13. É preciso saber que o ensino medieval das letras, ministrado por
leigos na Itália e por monges no resto da Europa, conservou a
27. Desde os primeiros dias da sua solidão, São Bento foi procurado
pelos patrícios de Roma e pelos habitantes da redondeza, para lhes
educar os filhos. Por isso, a atividade educacional vem desde a
origem da Ordem Beneditina como uma das suas características
acidentais e por uma disposição da Providência divina. Em todo
mosteiro passou a existir, ao lado da escola interna em que
estudavam os monges, uma escola externa franqueadà a todos os
interessados e onde se aprendia a ler, escrever, contar e a cantar, e
na qual, aos poucos, veio a organizar-se o ensino completo das
artes liberais e da própria filosofia, tanto quanto ela podia servir ao
ideal monástico da formação e, assim, a Ordem de São Bento foi a
educadora da Europa.
em 690 [159].
dos mestres da vida monástica. Por isso, diz São Bento, no capítulo
48 da Regra, que a ociosidade é inimiga da alma e os monges devem
dividir o tempo livre, fora do Ofício Divino, entre o trabalho manual e
a leitura espiritual, lectio divina, mas que serão verdadeiros monges
quando viverem do trabalho das suas mãos a exemplo dos Pais e
Apóstolos. "São Bento não quer dizer absolutamente, explica D.
Ildefonso Herwegen, que o trabalho manual pesado seja da essência
do estado monástico. Apenas alega o fato de que os antigos Padres
praticaram semelhante trabalho e que, por isso, podem servir de
modelo" [176]. Foi, portanto, em conseqüência do opus primarium, o
louvor de Deus e o serviço do Senhor, que brotaram do tronco
beneditino os ramos do trabalho intelectual e manual de que os
monges foram modelos para pessoas e povos. A lectio divina
implicava a leitura, a existência de biblioteca, a cópia de
manuscritos e a composição de livros, manuscritos e livros também
para vender e assim ajudar a subsistência do mosteiro. No entanto,
toda a tradição beneditina, observa Dom Jean Leclercq, reproduzirá
a existência de São Bento; scienter nescia, et sapienter indocta que
preconiza o ensino da douta ignorância, que o vive e o conserva no
patrimônio cultural da Igreja como paradoxo necessário [177].
Capela as fixara nos Satyricon Libri IX, mais conhecidos pelo tema
dos primeiros dois livros da obra: As Núpcias de Filologia com
Mercúrio. O termo Satyricon provinha de satura, lanx, um prato
cheio ou uma travessa de metal abarrotada de iguarias. Marciano
Capela, como o vimos oportunamente, reduziu as nove disciplinas
da enciclopédia de Varrão às sete artes liberais que foram matérias
de ensino nas escolas monásticas e episcopais. Esse programa teve
a sua formulação ainda mais simplificada nas Origines sive
Etymologiae em vinte livros, obra redigida à volta de 600 por Santo
Isidoro de Sevilha, sem se falar da magra pitança que Cassiodoro
forneceu das sete artes nas suas Instituições Divinas e Seculares, e
dos escritos lógicos e matemáticos devidos ao operoso e santo
filósofo Boécio. No século IX Alcuíno compôs vários tratados sobre
as artes dos quais só nos chegaram os referentes ao trivium, isto é,
à gramática, à retórica e à dialética. O seu discípulo Rábano Mauro
compôs em 819 um livro para a educação dos clérigos, o De
Clericorum Institutione, em que ministra curtas instruções sobre as
artes e publicou, também, a enciclopédia De universo. A obra De
Clericorum Institutione divide-se em três livros e só no terceiro
Rábano trata ligeiro das sete artes liberais a mostrar o que o clérigo
deve saber dos estudos e das artes dos pagãos [220].
Rhe verba colorat, Mu canit, Ars numerat, Geo ponderat, Ast colit
astra."
"Huic
sophiae
specimen,
studium
sedemque,
librosque,
(Undique
quos
clarus
collegerat
ante
magister)."
36. Aliás, foi Gilson com a sua perícia habitual quem esboçou no
livrinho Reason and Revelation in the Middle Ages o esquema
clássico das relações da razão com a fé no regime cristão da Idade
Média. Ele demonstra que os estudiosos medievais, sob tal aspecto,
se abrigam numa das três famílias espirituais que se formaram em
torno da questão. A primeira, que principiou no período patrístico,
foi a da primazia da fé cujos membros acreditavam que a Revelação
viera substituir todo o conhecimento humano. Os seus
representantes foram Tertuliano e Taciano, por exemplo, no mundo
antigo e, entre outros, São Bernardo, São Pedro Damião e os
"espirituais franciscanos" na Idade Média. A segunda família é a da
primazia da razão, fundada pelo muçulmano espanhol Averróis que
criou um racionalismo puramente filosófico em reação consciente
contra o teologismo dos crentes islâmicos. No Ocidente cristão esse
nacionalismo foi representado pela família dos averroístas latinos
que formaram dois grupos. O primeiro contou com Sigério de
Brabant e Boécio de Dácia no século XIII, averroístas em filosofia,
mas sinceros na sua fé cristã. O segundo foi dirigido e celebrizado
por Jean de Jandun e Marsílio de Pádua, ambos racionalistas e
descrentes. Finalmente, houve uma terceira família espiritual, a da
harmonia entre a razão e a revelação, cujo fundador e representante
exemplar foi Santo Tomás de Aquino. Segundo o ensinamento do
Angélico Doutor, há verdades que o homem descobre por si mesmo,
por meio do seu raciocínio, e daí o conhecimento vulgar, científico e
filosófico, e há outra espécie de saber que o homem não encontra
com os seus próprios recursos, mas recebe de Deus através da
revelação, e que ele trata de organizar, de elaborar e de aprofundar
por meio da reflexão, e daí as verdades da fé e a sagrada teologia.
TERCEIRA PARTE
"Teceremos
sempre
panos de
seda
mas nunca
estaremos
bem
vestidas.
Sempre
estaremos
pobres e
nuas
e sempre
teremos
fome e
sede..." [254].
"Sim, eles
devem
servir ao
Amor
de todo o
coração,
eles, os
Amorosos.
Pois o
amor não é
pecado
mas
virtude que
torna bons
os maus
e melhores
os bons.
Ele põe o
homem no
caminho de
sempre
fazer o
bem,
do Amor
procede
Castidade.
Quem nele
põe seu
pensamento
jamais
pode agir
por
mal" [256].
15. A volta do ano 1141 todo o Organon (conjunto dos seis escritos
lógicos de Aristóteles) apareceu no Heptatheucon de Teodorico de
Chantres, exceto os Analíticos Posteriores que existiam na tradução
antiga e adulterada atribuída a Boécio. Jacó de Veneza traduziu essa
obra do grego para o latim e até o fim do século foram feitas outras
duas traduções. Otão de Freising, que estudou em Paris, introduziu-
a na Germânia. Teodorico de Chantres no prólogo do Heptatheucon
exprimiu a sua concepção do saber e do papel das artes liberais. Ele
afirma que os dois instrumentos básicos do filosofar são a reflexão
ou compreensão intelectual e a expressão adequada. Ora, quanto à
primeira, o quadrívio ilumina o intelecto e, quanto à segunda, o trívio
permite a manifestação conveniente e elegante do pensamento
[265].
17. Outro centro reluzente das traduções no século XII foi a Sicília,
ponto de encontro das culturas latina, bizantina e muçulmana. Lá, no
tempo de Rogério II, a Óptica de Ptolomeu foi traduzida por Eugênio,
o Emir e, mais tarde, sob Frederico II, Miguel Escoto e Teodoro de
Antioquia verteram para o latim obras árabes de zoologia. Na Sicília
traduziram-se importantes obras científicas de Aristóteles,
Hipócrates, Galeno, Ptolomeu, A1 Khwarizmi, Avicena e outros.
Além disso, como observa Crombie, na Sicília não só foram feitas
traduções do árabe como apareceram, também, as primeiras obras
traduzidas diretamente do grego. A partir do fim do século XII até o
fim do XIII, diminuíram as traduções diretas do grego a favor das
obras traduzidas do árabe e no século XIV terminaram praticamente
as traduções do árabe, quando os mongóis invadiram a
Mesopotâmia e a Pérsia. Outro fato saliente ressaltado por Crombie
foi que certas obras foram traduzidas em língua popular,
especialmente para o italiano, o castelhano, o francês e o inglês,
máxime as obras de Aristóteles que deslocaram o eixo do interesse
pedagógico das letras para a filosofia e as ciências. Graças aos
árabes divulgaram-se no Ocidente a astronomia de Ptolomeu e a
trigonometria que a acompanhava, vários instrumentos
aperfeiçoados de observação científica, mapas celestes e marítimos.
Os árabes também contribuíram de modo notável para a divulgação
da ciência médica de Hipócrates, Galeno e das enciclopédias de
Haly Abbas (+994), Avicena (980-1037) e Rhazés (+ cerca de 924). A
contribuição mais importante dos sábios muçulmanos foi quanto à
óptica e à perspectiva com os estudos de Al-Kindi (+ cerca de 873) e
Alhazen (cerca de 965-1039) a promover grande avanço em relação
às obras de Euclides, Herão e Ptolomeu. Em matemática os árabes
não foram propriamente originais e divulgaram o pensamento
matemático da índia nos domínios da aritmética e da álgebra. Assim,
através dos árabes, puderam os cristãos tomar conhecimento do
sistema de numeração no qual o valor de um algarismo depende da
sua posição (unidade, dezena, centena, etc.), do uso do zero, da
extração das raízes quadradas e cúbicas, da resolução de equações
determinadas e indeterminadas de 1. e 2. graus, etc. Esses
conhecimentos procediam dos matemáticos hindus Aryabhata,
nascido em 476 d.C., Brahmagupta, nascido em 598 d.C., é Bhâskara
nascido em 1114. Durante o século XII o sistema de numeração
20. Nas cidades o ensino corria por conta dos clérigos diocesanos,
dos cônegos regulares e dos mestres agregados. Os clérigos
diocesanos eram os cônegos das catedrais ou das colegiadas, os
sacerdotes, diáconos ou clérigos das catedrais e paróquias, e os
mestres agregados que eram simples clérigos (não recebiam ordens
sacras, mas só a tonsura, sinal da sua inclusão no serviço da Igreja)
com licença de ensinar dada pelo Escolástico, o cônego que servia
de secretário da educação do bispado. Os cônegos a serviço da
catedral eram sacerdotes diocesanos ou seculares, sem vínculo com
nenhuma ordem religiosa, que prestavam serviços à igreja do bispo,
recitavam o Ofício em comum, podiam viver juntos e tinham uma
prebenda, isto é, uma função administrativa com a devida côngrua
ou renda fixa. O conjunto dos cônegos formava o Capítulo ou
Cabido. Havia igrejas que, sem serem catedrais, tinham um cabido.
Eram as Colegiadas. Ora, tanto nas catedrais havia escolas - as
27. Émile Mâle ensina que a arte do século XII, sobre narrar a obra da
30. Outra fonte valiosa para se saber dos livros usados no ensino de
gramática e de retórica no século XII são o Accessus ad Auctores e
o Commentarium in Theolum de Bernardo de Utrecht e o Dialogus
super Auctores de Conrado de Hirsau, assim como os outros
Accessus ad Auctores da época. O Accessus ad Auctores de
Bernardo de Utrecht é uma pequena introdução à leitura dos autores
cristãos e pagãos de língua latina onde figuram os escritores que já
conhecemos e citamos como Ovídio, Lucano, Cícero, Catão, Sedúlio,
Prudêncio, etc. Bernardo e Conrado de Hirsau, tal como os outros
professores de letras do seu tempo, ao apresentarem a obra de um
autor, indagavam qual o título, a intenção do autor, o assunto do
livro, a parte da filosofia a que pertence e procuravam responder às
perguntas tradicionais dos professores de letras: Quis, quid, ubi,
quibus auxiliis, cur, quomodo, quando, indicando deste modo a
ordem a ser seguida na explicação dos autores. É interessante notar
que Bernardo de Utrecht no início do Accessus ad Auctores repete
Cassiodoro, ao declarar que livro vem de livrar, liber dicitur a
liberando, porque o livro nos livra do erro. No Diálogo entre mestre e
Bulgarus
os
aureum,
Martinus
copia
legum,
Mens
legum
est Ugo,
Jacopus
id quod
ego.
e Orleães nutre com o leite dos autores antigos os que ainda estão
no berço."
16. O século XIII, tão extraordinário sob vários aspectos, foi também
a época de ouro das universidades, pois, exceto a de Bolonha
nascida no século XII, nele se organizaram as de Paris, Oxford e
Salamanca, as primeiras e as mais importantes. No século XIII
contam-se dezenove fundações universitárias. No século XIV foram
fundadas umas vinte e oito e, no século XV, mais de trinta. Como já
dissemos algo das primeiras grandes universidades de Bolonha,
Paris e Oxford, observemos que a de Salamanca, "the queen of
spanish universities", segundo Compayré, fundada à volta de 1227,
só obteve a sua carta patente de Fernando III, rei de Castela e Leão,
em 1243, deveu a sua prosperidade a Afonso X, o Sábio, é nela
tiveram realce especial os estudos musicais, tendo sido a
universidade de Salamanca a primeira a outorgar graus acadêmicos
em música. Paris e Bolonha foram os protótipos das universidades
medievais. Paris, chamada por Mullinger de "o Sinai da instrução"
na Idade Média, serviu de modelo para as universidades de Oxford e
Cambridge na Inglaterra; de Praga, Viena, Heidelberg e Colônia na
Germânia, enquanto Bolonha inspirou principalmente as
universidades da Itália, exceto a de Nápoles, as de Montpellier e
Grenoble na França, e outras.
20. O dever mais importante dos conselheiros era eleger o reitor que
devia ser estudante, clérigo, solteiro, de vinte. e cinco anos, ter
estudado leis durante cinco anos, ser membro da universidade que
o escolheu, ser adornado das virtudes da prudência e da
honestidade [297]. Cabia ao reitor-estudante exercer jurisdição civil
e criminal sobre os alunos e os professores e resolver as
pendências entre as escolas de direito. O reitor da universidade
ultramontana era escolhido no dia primeiro de maio e, desde 12_56,
cada grupo de nações apresentava por um ano o seu candidato num
ciclo de quatro anos. O reitor cismontano era eleito por dezenove
conselheiros, a primeiro de maio, e cada ano as nações dos
mas proibidos ex certa causa, não deviam ser usados em Paris até
que fossem examinados e ficassem isentos da suspeita de erro
[358]. A comissão nomeada pelo papa, composta de três membros,
não chegou a conclusão alguma, pois se desfez com a morte do seu
membro mais ilustre, Guilherme de Auxerre, a 3 de novembro de
1231. A proibição dos libri naturales só se referia ao ensino público
e não à leitura em particular. Embora sempre estivesse presente aos
adversários do aristotelismo, ela foi permanecendo sem efeito para
os estudiosos da filosofia, ao mesmo tempo em que os mestres de
teologia das novas ordens mendicantes se aplicavam ao exame e ao
estudo aprofundado da obra aristotélica. Os Estatutos dos Artistas
da Nação Inglesa da universidade de Paris, promulgados em 1252,
não mencionam os "livros naturais" nem a Ética, mas prescrevem os
tratados de Órganon e, o que é significativo, o De anima que se
incluía antes entre os libri naturales [359]. Finalmente, nos Estatutos
da Faculdade de Artes de Paris, promulgados pelos mestres a 19 de
março de 1255, todas as obras de Aristóteles foram prescritas para o
ensino, e desse modo a Faculdade das Artes converteuse, de fato,
em Faculdade de Filosofia [360].
39. A 28 de. abril de 1277, João XXI dirigiu a Estêvão Tempier a bula
Flumen aquae vivae em que lhe pedia um inquérito sobre os erros
ensinados pelos mestres de artes e de teologia de Paris. Tempier
reuniu uma comissão de dezesseis teólogos que atabalhoadamente,
em menos de três semanas, compilaram uma lista de erros em 219
artigos, precedida de um prólogo no qual o bispo fulminava os erros
detestáveis inoculados na obra De Deo amoris, de André o Capelão,
em escritos de geomancia e de artes mágicas, nas obras dos
averroístas e em outras, e excomungava quem os ensinasse ou
aceitasse como ouvintes. Tempier, entretanto, exorbitou de suas
atribuições, pois o papa ordenara apenas uma sindicância e ele se
saíra com o inquérito apressado, a condenação e a pena de
excomunhão [363]. Essa condenação cominada por Tempier aos
chefes do averroísmo, Sigério de Brabant e Boécio de Dácia, autores
das proposições reprovadas, atingiu o peripatetismo em geral e, até
mesmo, por má fé, teses de Santo Tomás de Aquino referentes à
unidade do mundo, à individuação dos espíritos e dos corpos, à
localização das substâncias espirituais e à operação voluntária
[364]. Essa condenação do ensino do aristotelismo e da doutrina de
Santo Tomás sob pena de excomunhão teve efeitos danosos para o
estudo da filosofia no fim da Idade Média, pois atrasou-o e impediu
que muitos filósofos sinceramente cristãos se lançassem nas novas
sendas do pensamento abertas pelo gênio do Aquinate.
57. Não resta dúvida que a obra pedagógica mais vasta do século
XIII foi a do dominicano Vicente de Beauvais cuja morte os autores
modernos geralmente reconhecem ter ocorrido em 1264, pouco se
sabendo a respeito da sua biografia. O seu pensamento educacional
exprimiu-se através de três obras. O De eruditione filiorum nobilium,
livro escrito para a orientação do tutor de crianças da família real,
terminado entre 1246 e 1249, é uma compilação de trechos seletos
sobre a formação intelectual e moral dos meninos, sobre a seleção
dos tutores, sobre métodos e disciplina, a educação das meninas, a
conduta social dos adultos, os estados de viuvez e virgindade. O De
morali princips institutione é um longo escrito sobre a natureza do
poder secular e a sabedoria do príncipe ideal, e contém extensa
diatribe contra os alcoviteiros da corte. Finalmente, a obra principal
de Vicente de Beauvais, a enciclopédia Speculum Maius, composta à
volta de 1256-1259 e que, pela extensão e temário, se distinguia de
obra anterior composta à volta de 1244, o Speculum Minus ou Imago
Mundi, reservou ao autor lugar saliente na galeria dos educadores
medievais.
15. Abuso que lavrou em Paris no século XIV foi cometido por
estudantes ineptos, cobiçosos dos graus universitários e que, tendo
estudado em Paris, conseguiam fortes patronos que lhes facultavam
ir prestar exames e tornar-se mestres em outras cidades. Exemplo
do encurtamento dos cursos na Faculdade de Artes parisiense
achase na biografia de Gerard Groot que se tornou, depois de
convertido à vida mais fervorosa, um reformador dos costumes
entre os cristãos. Conta o seu biógrafo Van Zijl que Gerard se
bacharelou em Artes antes do prazo devido e se tornou mestre com
dezoito anos apenas, e três de estudos universitários, graças aos
seus brilhantes dotes de estudante [394]. Ainda bem que se
abreviava o curso para um aluno de talento excepcional e não a
peso de dinheiro ou de influências políticas. Ocorre que, apesar do
talento, o aluno notável devia fazer o curso regular, como era dos
estatutos da universidade.
BIBLIOGRAFIA
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Schulbericht sus dem Jahre 984. Berlin, Walther de Gruytes und Co.,
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Pra, Mario dal - Nicola di Autrecourt. Milano, Fratelli Bocca, 1951, 195
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NOTAS
INTRODUÇÃO
file:///D|/Documenta%20Chatolica%20Omnia/99%20-%20Provv...Da%20Fare/RuyNunesHistoriaDaEducacaoNaIdadeMedia5-1.htm2006-06-02 22:32:03
Rui Afonso da Costa Nunes Professor de Filosofia da Educação : L.5, C.2.
[3] Régine Pernoud, Pour en finir avec le Moyen Âge, pág. 136.
[9] Grégoire de Tours, Histoire des Franca, Lib. VIII, cap. XX. Tome II,
pág, 150.
[15] "... Le mariage entre gens qui n'étaient pas d'un même tènement
était assujetti à la licence seigneuriale. Les mariages réalisés dans
ces confurent quelquefois en certains lieux, soumis à un impôt qui
était perçu à titre de droit de formariage, foris maritagium. Le
mariage entre gens d'un même seigneur donnait lieu aussi, dans
quelques seigneuries à Ia perception d'un impôt spécial: gâteaux,
porc salé, quelques bouteilles de vin... C'est pour n'avoir pas
compris ce qu'étaient ces droits de formariage, de mariage, de
marquette, etc., qu'une foule d'écrivains ont osé parler du "droit du
Seigneur." Guilleux, P., "Le droit du Seigneur", in Dictionnaire
Apologétique de Ia Foi Catholique, t. 1, CI. 1190-1196.
[19] "Nul bain pendant mille ans! Soyez súr que pas un de ces
chevaliers, de ces belles si éthérées, les Parceval, les Tristan, les
Iseult, ne se lavaient jamais. De là un cruel accident, si peu poétique,
en plein roman, la furieuse démangeaison du treizième siècle."
Michelet, La Sorcière, pág. 106, nota 1.
[20] Enlart, Manuel d'archéologie française, t. II, 1904, pág. 86. Citado
por Cerejeira, A Idade Média na História da Civilização, pág. 95. A
respeito do assunto, veja-se Lecoy de la Marche, "Bains au Moyen
Âge", in Revue du monde catholique, 1866, t. XIV, págs. 870-881.
[29] "Item papa Jutta, qui non fuit alamannus, sicut mendosa
fabulatur chronica martiniana." Ignaz Von Doellinger, Die
Papstfabeln des Mittelalters, pág. 50, nota 2.
[33] Chronicon Salernitanum, ed. Ulla Westerbergh, cap. 16, págs. 21-
22. Monumenta Germaniae Historica, Scriptorum Tomus III, pág. 481.
[44] Villari, ib., pág. 127. Jordanis, Getica, XLV, 241, pág. 120.
"51. Le saint et
oecuménique
concile condamne
les mimes et leurs
pièces théatrales;
de même leurs
tréteaux pour les
chasses et les
danses théatrales.
Quiconque
s'adonne à ces
choses sera, s'il est
clerc, déposé; s'il
est laïque,
excommunié."
[56] Hefele-Leclercq, Histoire des Conciles, tome III, lère Partie, págs.
481-482.
[57] "Per te, clementissime rex, per te, inquam, disciplinae studia
moliuntur iura barbaricae gentis invadere, quae sibi velut vernacula
proprietate soles inscitiam vindicare." S. Fulgentii, Ad Trasamundum
Libri III, Lib. I, II, 2, pág. 99. Migne PL 65 (1892), cl. 226 D.
"Senhores:
[74] O. Marques, História de Portugal, vol. I, pág. 126. 40. 41. 42.
[87] "Servitus autem est constitutio iuris gentium, qua quis dominio
alieno contra naturam subiicitur." lnstituciones de Justiniano, Livro
I, título 111, 2, pág. 33. "Além dos que nascem das escravas há os
que o chegam a ser ou segundo o direito das gentes pelo cativeiro
ou segundo o direito civil, quando um homem livre, maior de vinte
anos, se deixa vender para ganhar dinheiro:" Ib., pág. 33. K.
Bihlmeyer-H. Tuechle, História da Igreja, vol. 2, pág. 147.
[92] São Paulo, Aos Galatas, III, 28; I Corintios, XII, 13; Colossenses,
III, 11.
[97] Régine Pernoud, Pour en finir avec le Moyen Âge, pág. 64.
[141] "Et ut ante 25 annis aetatis annos nec clerici ordinentur, nec
virginea consecrentur. Ut primam Scripturis divinis instructi, vel ab
infantis eruditi propter fidei professionem et assertionem clerici
promoveantur." PL 56 (1865), cl. 420 B - 421 A.
pág. 1101.
[169] Montalembert, Les Moines d'Occident, T. VI, chap. IV, págs. 142-
143.
[179] Santos Padres Españoles, T. II, págs. 99, 103, 121, 143-144.
[181] Sobre São Martinho de Dume cf. Mário Martins, S. J., Correntes
da Filosofia Religiosa em Braga (Séculos IV-VII), cap. VIII: S.
Martinho de Dume, pág. 215 e seguintes. A respeito da obra de
Pascácio, cf. José Geraldes Freire, A versão latina por Pascácio de
Dume dos Apophthegmata Patrum, 2 vol.
[205] "Ut parentes filios suos et patrini eos, quos de fonte lavacri
suscipiunt, erudire summopere studeant; illi, quia eos genuerunt, et
eis a Domino dati sunt: isti, quia pro eis fidejussores existunt."
"Concilium Arelatense VI", anno Christi 813, canon XIX, in Mansi,
Sacrorum Conciliorum Nova et Amplissima Collectio, t. XIV, cl. 62.
[211]
"Discebant
juvenes
divina
volumina
passim.
Littereas
artes
puerorum
corda
bibebant...
Claruit
hinc
nimium
foto gens
Francica
mundo."
[212] "Ut de scholis tam divinae quam humanae literarum, nec non,
et ecclesiasticae cantilenae, juxta exemplum praedecessorum
nostrorum, aliquid inter nos tractetur, et, si potest fieri, statuatur
atque ordinetur: quia ex hujus studii longa intermissione, pleraque
ecclesiarum Dei loca et ignorantia fidei et totius scientiae inopia
invasit. Placet firmatum." "Conciliam Valentinum III (Valença)", Anno
Christi 855. Canon XVIII in Mansi, Sacrorum Conciliorum Nova et
Amplissima Collectio, T. XV, cl. 11.
[216] Beril Smalley, The Study of the Bible in the Middle Ages, pág.
43.
[220] "Tertius vero liber edocet quomodo omnia quae in divinis libris
scripta sunt, investiganda sunt atque discenda, nec non et a quae in
gentilium studiis et artibus ecclesiastico viro scrutari utilia sunt."
Beati Rabani Mauri De Clericorum Institutione ad Heistulphum
Archiepiscopum Libri Tres. Praefatio, Migne PL 107 (1862), cl. 296 B.
No livro III a apresentação das estritas artes liberais ocupa os
capítulos XVIII a XXV, oito capítulos. Acontece que, além de
consagrar um capítulo a cada uma das artes do quadrívio, Rábano
dedica o XXI à matemática, como introdução ao estudo das
disciplinas matemáticas. E ao tratar da dialética no capítulo XX,
realça a sua importância para a refutação dos sofismas heréticos. E
logo depois de tratar da astronomia, Rábano discorre no capítulo
XXVI sobre os livros dos filósofos. Quando se lê o texto da
Patrologia Latina parece que tudo na obra de Rábano é original,
mas, na edição crítica de Aloisius Knoepfler, os excertos do De
Doctrina Christiana de Santo Agostinho são escritos em letras
cursivas, e aí se percebe que Rábano no seu livro III do De
Clericorum Institutione apenas fez uma cuidadosa compilação a
respeito das artes liberais, sem nada ter de original.
[229]
"Caelica
regna
monet
primam
tibi
quaerere
Christus...
Sitque
statuta
dies
venaticis
utier
armis,
Sitque
statuta
dies
utiliora
sequi
Nec puer
esse
velis iam
nunc
aetate
nec actu,
Esto vir:
hoc
quoque,
rex,
nomen
habere
vales."
[250] Do século XII diz Haskins: "... the very century of St. Bernard
and his mule, was in many respects an age of fresh and vigorous
life. The epoch of the Crusades, of the rise of towns, and of the
earliest bureaucratic states of the West, it saw the culmination of
Romanesque art and the beginnings of Gothic; the emergence of the
vernacular literature; the revival of the Latin classics and of Latin
poetry and Roman law; the recovery of Greec science, with its Arabic
additions, and of much of Greek philosophy; and the origin of the
first European universities. The twelfth century left its signature on
higher education, on the scholastic philosophy, on European
systems of law, on architecture and sculpture, on the liturgical
drama, on Latin and vernacular poetry.'' Charles Homer Haskins, The
Renaissance of the Twelfth Century, Preface, pág. VIII.
[251] " ... et tamen gratia Dei victi sunt a nostris." Histoire Anonyme
de la Première Croisade, pág. 52.
"In
morbis
sanat
medici
virtute
Salernum
Aegros.
In causis
Bononia
legibus
armat
Nudos.
Parisius
dispensat
in artibus
illos
Panes,
unde
cibat
robustos.
Aurelianis
Educat in
canis
auctorum
lacte
tenellos.
"
[275] "En tout cas il est absolument certain que, dès le XIIe siècle, la
population urbaine s'efforce de se pourvoir d'écoles répondant à ses
besoins et placées sous son contrôle." H. Pirenne, "L'Instruction des
Marchands ou Moyen Âge", in Annales d'Histoire Économique et
Sociale, t. I, pág.
[276] Emile Mâle, L'Art Religieux du XIIe Siècle en France, pág. 315.
[282] Charles Homer Haskins, "A list of text-books from the Glose of
the twelfth century", in Studies in the History of Mediaeval Science,
chapter XVIII, págs. 356-376.
[284] Cf. dísticos III, 1; IV, 19, in Disticha Catonis, ed. Marcas Boas,
pág. 152 e 215. Vejam-se, ainda, os dísticos IV, 21, pág. 217; IV, 23,
pág. 219; IV, 27, pág. 227; IV, 29, pág. 229; IV, 48, pág. 257.
[310] Gabriel Compayré, Abelard and the Origin and Early History of
Universities, pág. 87.
1521.
[323] "In dieser Darlegung stellt der Aquinate als die beiden
treibenden Faktoren der theologischen Methode die auctoritas und
ratio in der Weise hin, dass durch die auctoritas uns das Dass die
Wirklichkcit und Wahrheit der übernatürlichen Geheimnisse und
Tatsachen verbürgt ist, und dass durch die ratio ein Eindrigen in das
Wie und Warum dieser Glaubensinhalte und hiermit eine gewisse
Einsicht in dieselben erstrebt wird." Ib., pág. 35. Grabmann,
Geschichte der jcholastischen Methode, t. I, pág. 35.
[327] "Illa ergo prima significatio, qua voces significant res, pertinet
ad primam sensum, qui est sensus historicus vel litteralis. Illa vero
significatio qua res significatae per voces, iterum res alias
significant, dicitur sensus spiritualis, qui super litteralem fundatur, et
eum supponit." E esse sentido espiritual comporta três subdivisões:
o alegórico, o moral e o anagógico. Santo Tomás dá o seguinte
exemplo dessas três acepções: enquanto o conteúdo da antiga Lei
significa o que contém a nova, temos o sentido alegórico. Enquanto
no que se cumpriu em Cristo ou nas coisas que a Cristo
representam, temos sinais do que devemos fazer, exprime-se o
sentido moral, e enquanto significam o que existe na eterna glória,
temos o sentido anagógico. Summa Theologiae, I, q. I, a. 10.
[337] "I should like to characterize briefly the spirit of this revival of
legal studies. It presents at bottom an application to law of the
method which was employed by the new scholarship of Westen
Europe for the treatment of all problems of theology and science -
the so-called scholastic method. The dark centuries preceding the
year 1000 A.D., when learning meant merely the salvage of fragments
of ancient knowledge, were followed by a period when organization
again appeared. The great instrument for the advancement of
learning at that time was the dialectical process by which formal and
universal logic analvses conceptions and construas syllogisms."
Paul Vinogradoff, Roman Law in Medieval Europe, pág. 56. "While
their fellows in the school of Divinity operated on Scripture and
Canonic tradition, and the masters of arts struggled, by the help of
distorted versions of Aristotle, with the rudiments of metaphysics,
politics, and natural science, the lawyers exercised their dialectical
acumen on a material really worthy of the name, namely, on the
contents of the Corpus Iuris. And as legal reasoning largely consists
of dialectical analysis and coordination, they were able to produce
remarkable results even at this early stage." Ib., págs. 56-57. Quanto
ao caráter "autoritário" do Corpus Iuris: "For the doctors of the new
study the books of Justinian were sacred books, the sources of
suthority from which all deductions must proceed." Ib., pág. 57.
[340] "... studium philosophiae non est ad hoc quod saciatur quid
homines senserint sed qualiter se habeat veritas rerum." S. Thomas
Aquinas. In Libros Aristotelis de Caelo et Mundo Expositio, Lib. I,
Lectio XXII, n. 228, pág. 109.
[346] "I should like to characterize briefly the spirit of this revival of
legal studies. It presents at bottom an application to law of the
method which was employed by the new scholarship of Western
Europe for the treatment of ali problems of theology and science -
the so-called scholastic method." Paul Vinogradoff, Roman Law in
Medieval Europe, pág. 56.