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“Temos que ser contemporâneos do futuro”

Alvin Toffler refere que temos que ser contemporâneos do futuro. Não em termos pessoais,
mas como “cidadão do mundo” das gerações vindouras. E a escola tem aqui um papel fulcral
na educação cívica dos alunos pois deve dotá-los de ferramentas essenciais para adquirirem
responsabilidade social, ser contemporâneos do futuro. Por isso é imperativo que a escola
abrace generosamente as nobres causas, informando, promovendo o espírito crítico e a
discussão partilhada de ideias. Imbuída deste espírito, a biblioteca da escola trabalhou com a
disciplina de Filosofia e fez do tema, Direitos Humanos e exploração laboral, um tema
partilhado. A Filosofia, enquanto disciplina reflexiva, abraçou e aproveitou a partilha,
debruçando-se sobre o cerne do problema que começa, como todos os problemas do
quotidiano, como não filosófico e se transforma em filosófico, pela urgência dos conceitos no
tempo. Alguém dúvida da intemporalidade da discussão do bem e do mal, problemas que
levaram Platão, Aristóteles e os estóicos à formulação de conceitos, como a necessidade de
um princípio para a ética ou a necessidade de explicarmos o movimento e a mudança?
Problemas que continuam intemporais e que subjazem às ações praticadas por aqueles que,
hoje, se dedicam ao tráfico humano ignorando a declaração dos direitos humanos. Ensinar e
aprender Filosofia, entendem-se nesta busca de sentido em que ressalta a importância de
sempre se pensar o porquê pela qual as ações são conduzidas. Filosofar é aprender a refletir
sobre o que se toma por problemas, interpretando o mundo e o fenómeno humano,
procurando investigar as suas causas e atribuindo-lhes sentido. O paradoxo existencial
mostra-nos que um problema nunca tem uma solução dada, mas que está dependente de
como se agenciam as singularidades que o compõem. Como multiplicidade, o problema é
agenciamento, e pode ser articulado de inúmeras formas, tal como atestam os textos escritos
pelos alunos. O problema é o resultado desses encontros e agenciamentos que se dão pelas
vizinhanças das singularidades e, por sua vez, também produz as possíveis soluções através
desses encontros e vizinhanças. (Borba, 2008, p. 119). Os artigos refletidos em jeito de opinião
dos alunos, apresentam possíveis soluções. Mas referir que soluções foram encontradas, será
ingénuo concluir. Mais do que soluções são o seu testemunho, meras singularidades sobre o
problema. Mas houve que construir sobre o construído, daí a importância dos conteúdos
programáticos e autores clássicos, pois escrever sem alicerces filosóficos, esvaziaria de
fundamento ou justificação os seus escritos. Neste sentido, em Filosofia continuou a ser dado

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lugar ao programa, trabalhando-se na mesma os conteúdos programáticos que incidiam sobre
a argumentação, filosofia e retórica. Articularam-se os conceitos à volta dos Direitos Humanos
e mais pontualmente o tráfico humano. Realçou-se a importância da construção do domínio
do discurso argumentativo e os elementos que constituem o seu processo. Houve reflexão,
partilha, aprofundamento de problemas apresentados, envolvimento, quer na leitura dos
textos quer nas construções dos painéis. Deleuze afirma que há no mundo alguma coisa que
força a pensar. Este algo é objeto de um encontro fundamental e não de uma recognição. O
que é encontrado pode ser Sócrates, o templo ou o demónio. Pode ser apreendido sob
tonalidades afetivas diversas, admiração, amor, ódio, dor. Mas na sua primeira característica,
e sob qualquer tonalidade, ele só pode ser sentido. É assim que se opõe à recognição, pois o
sensível, na recognição, nunca é o que pode ser sentido, mas o que se relaciona diretamente
com os sentidos. O tema levou a que uma metodologia diferente fosse aplicada para trabalhar
conteúdos programáticos. Procurou-se a emoção, o envolvimento para colar a aprendizagem.
E resultou…
Parabéns a todos os meus alunos!

Professora de Filosofia,
Maria Luísa Marques

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Tráfico de Seres Humanos
Isso Existe?

Tráfico é uma palavra, por vezes, utilizada nas notícias que significa a circulação do
comércio ilícito, seja de drogas, plantas, animais ou mesmo de seres humanos. Normalmente,
no nosso dia-a-dia ouvimos falar de tráfico de drogas como se isso fosse a única mercadoria
que se trafica no mundo. Mas NÃO! Existe também o tráfico de pessoas que nunca são tema
de notícias atualmente. Porque será? Porque é que nunca são mencionados casos como este
tipo de tráfico? Porque é que acham que isto não é uma realidade? Mas É! E cada vez mais
frequente, quer no nosso país como no resto do mundo, muitas vezes, mais perto do que nós
imaginamos.
O tráfico de pessoas consiste no tráfico de seres humanos como se fossem coisas sem valor,
através de ameaças, do uso da força, rapto, fraude e engano, principalmente para fins de
escravidão sexual, trabalho forçado, para tráfico de drogas ou produtos, pois muitas vezes são
usados para vender mercadoria ilícita, para a extração de órgãos ou tecidos, para o uso de
barriga de aluguer ou até para casamentos forçados.
O tráfico de crianças envolve o recrutamento de crianças para a exploração destas. Podem
ser usadas para a prostituição, pornografia infantil, trabalhos forçados, escravidão, remoção
de órgãos, adoção ilegal, para casamentos precoces e para o recrutamento de soldados. Já
ouviram falar em crianças soldados? São crianças que foram recrutadas para o uso de armas
e que aprenderam, desde pequenos, a matarem como verdadeiros terroristas. Isto é um tipo
de tráfico. Já imaginaram o sofrimento destas crianças sabendo que nunca verão mais as suas
famílias?
O tráfico de mulheres é dos mais frequentes tipos de tráfico. Estas são usadas como um
objeto sexual. Este tipo de atividades tem baixos riscos, mas consegue obter grandes lucros.
As mulheres são enganadas pois pensam que foram escolhidas para trabalharem como
dançarinas, modelos, etc… As mulheres nunca sabem que estão a ser recrutadas para a
exploração sexual. Permanecem em cativeiro, sofrendo maus tratos, sem conseguirem
contactar as famílias nem fugir. Em média, as mulheres trabalham 10 a 13 horas diárias na
prostituição sem poder recusar clientes e são submetidas ao uso de drogas e álcool.
O Observatório de Tráficos de Seres Humanos (OTSH) sinalizou 264 situações de tráfico de
pessoas em 2016, refletindo um aumento de 36,8% relativamente ao ano anterior e

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retratando Portugal como um país de destinos das vítimas de várias formas de exploração.
Perante esta informação, acreditam que isto é feito no nosso pais sem nós sabermos?
A meu ver, este tipo de crime tem de ser banido o quanto antes! É inaceitável, tanto nas
notícias como nos governos não se falar nisto. Apesar de haver linhas de ajuda, associações
para ajudarem a acabar com o tráfico, ainda não foram vistas grandes alterações positivas,
pois este crime tem vindo a aumentar tanto em Portugal como nos restantes países. Os meios
de comunicação, em vez de se importarem com assuntos banais como o futebol, se dessem
mais relevância ao tráfico de pessoas que existe no mundo, não só no dia 30 de Julho, Dia
Mundial Contra o Tráfico de Pessoas, provavelmente o número de crimes deste tipo teria
diminuído.
Concluindo, o tráfico de pessoas é um crime que nem devia ser praticado tanto como
outros e pode ser considerado “um negócio de morte e de milhões”.
Alexandra Pereira, 11LH1

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Tráfico de Seres Humanos

O Tráfico de Seres Humanos é caracterizado como o recrutamento, o transporte, a


transferência, o alojamento ou acolhimento de pessoas, recorrendo à ameaça, uso da força
ou outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade, à situação
de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o
consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para fins de exploração.
Constitui uma das formas mais graves de violação dos direitos humanos.
Normalmente, as vítimas são obrigadas a realizar trabalhos forçados sem qualquer tipo de
remuneração (prostituição, serviços braçais, domésticos, em pequenas fábricas, entre outros),
além de algumas delas terem órgãos removidos e comercializados.
O Tráfico de Seres Humanos encontra-se atualmente como o terceiro maior crime mundial,
pois gera cerca de 24 mil milhões de euros por ano e o número de vítimas ascende a mais de
2,4 milhões de pessoas por ano. A complexidade deste crime dificulta a obtenção de
resultados eficazes ao nível da intervenção, seja no âmbito dos processos judiciais seja na
proteção e assistência às vítimas.
Situações de pobreza, desemprego, exclusão social e económica, desigualdades sociais e
de oportunidades são algumas das causas que contribuem para a vulnerabilidade dos países
e populações na origem do Tráfico de Seres Humanos. Os grupos mais vulneráveis ficam
expostos com as crises políticas e humanitárias que fazem deslocar populações. As diferenças
entre países, a discriminação, os reduzidos níveis de escolaridade, a corrupção e os conflitos
armados facilitam situações de vulnerabilidade que desencadeiam processos de exploração.
Estamos perante um dos males mais terríveis do século XXI que colocam diretamente seres
humanos contra seres humanos, sendo as mulheres e crianças as principais vítimas. De facto,
traficar seres humanos para a posterior exploração, não raras vezes envolvendo crianças de
menor idade e mulheres, algumas vezes retiradas do meio em que se inserem ilegal e
violentamente, constitui um grave atentado contra a dignidade da pessoa humana.
Como disse António Guterres, Secretário-geral da ONU, "os traficantes de seres humanos
lucram com as esperanças e o desespero das pessoas. Atacam os vulneráveis privam-nos dos
seus direitos fundamentais. As crianças e os jovens, os migrantes e os refugiados são
particularmente sensíveis. As mulheres e as meninas são, mais uma vez, as mais visadas.
Vemos uma exploração sexual brutal, incluindo a prostituição involuntária, o casamento

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forçado e a escravidão sexual. Vemos o terrível comércio de órgãos humanos. O tráfico de
seres humanos assume muitas formas e não conhece fronteiras. Os traficantes de seres
humanos muitas vezes operam de modo impune, cometendo os seus crimes sem julgamento
adequado. Isso deve mudar”.
Ana Sofia Alves, 11LH1

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O tráfico Humano é uma violação aos direitos humanos do cidadão, é uma injustiça contra
a vida e a liberdade humana.
Tráfico humano… é um sofrimento que arranca gritos sem ecos em que o traficado se sente
destruído por dentro e sem o apoio de ninguém.
O tráfico humano é uma injustiça cometida contra a vida da pessoa, porque o tráfico não
magoa só o corpo, mas compromete a base psicológica com arranhões emocionais que tiram
o sentido e a esperança do ser humano.
O traficado é alguém que está impossibilitado de se movimentar para sair dessa situação
instável de vida.
O traficado é uma peça que pode ser trocada e adaptada às circunstâncias dos interesses
do traficante.
Em pleno Século XXI, esta sociedade ainda é marcada por casos de tráfico de humanos,
onde o traficado é abordado com uma oferta de trabalho irrecusável que lhe promete mudar
a vida. Enganada, a vítima é conduzida a um lugar distante, onde é submetida a práticas contra
a sua vontade. Trata-se de um mundo cruel, onde o tráfico de pessoas não passa de um
negócio onde o ser humano é transformado em mercadoria.
Nem sempre é fácil constatar que uma pessoa é vítima de tráfico humano. Muitas vezes, a
própria vítima não tem interesse em denunciar os abusos, pois pode correr o risco de ser
ameaçada. Porém, é importante que o faça, sendo que se não o fizer, a detenção deste “mal”
torna-se impossível.

Já dizia alguém bastante sábio: “Liberdade não se compra, dignidade não se vende”.
Denuncie o tráfico de pessoas.
Carolina Ferreira, 11LH1

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O mundo, os Direitos humanos e o tráfico humano

A Declaração Universal dos Direitos Humanos consta de 30 artigos que definem


explicitamente os direitos que cada um de nós possui.
No entanto, após 70 anos da sua criação, conseguimos ainda observar inúmeras violações
dos mesmos, possuindo destaque a discriminação racial, a intolerância entre povos, a
injustiça, a opressão, a tortura física e psicológica e a escravidão. Deste modo, não poderemos
constatar que os Direitos do Homem se encontram mais próximos de ser um sonho do que
propriamente uma realidade? Paradoxalmente parece que, mesmo que se tenham registado
algumas vitórias, há ainda muitas outras para se alcançar.
Tomemos o exemplo da liberdade. Os Direitos Humanos dispõem de alguns artigos que
têm em si o termo “liberdade”, como por exemplo o artigo 19 que afirma que “todos têm o
direito à liberdade de opinião e de expressão”. Porém, como outrora um filósofo dissera: “A
liberdade de um começa quando acaba a liberdade do outro". Muitas vezes a discriminação,
a intolerância ou até mesmo a opressão deriva do problemático conceito de liberdade, pois
ser livre não é sinónimo de usar a nossa liberdade de forma incondicional, pessoal e egoísta,
sobre a liberdade do outro, uma vez que se deve entender que a nossa liberdade tem limites.
Ser livre implica respeitar exatamente a liberdade do outro.
É neste conceito problemático de liberdade que insiro a problemática do trafico de seres
humanos. Onde começa a liberdade do traficante e onde acaba? Já não falamos simplesmente
do conceito comum de liberdade. Por outro lado, reparo que o tráfico humano implica tortura
física, psicológica e escravidão. Graves violações dos Direitos Humanos. Segundo o artigo 5,
“Ninguém deverá ser submetido à tortura ou a tratamento ou castigo cruel, desumano ou
degradante”. Em Darfur a violência, as atrocidades e o sequestro, são predominantes, sendo
as mulheres, as principais vítimas destes ataques incessantes. Questiono-me sobre o que é
feito da ajuda externa. Na República Democrática do Congo, serviços de segurança do governo
e grupos armados cometem rotineiramente atos de tortura e maus tratos, incluindo
espancamentos contínuos, facadas e violação por parte dos que estão detidos. E nós? que
fazemos em relação a isso? Nada. Ficamos de fora a ver e a ouvir tais atrocidades e
continuamos sem fazer nada pelos que sofrem. O artigo 4 refere que “Ninguém deverá ser
mantido em escravidão ou trabalho forçado “. Então… e o respeito por estes artigos que
compõem a Declaração dos Direitos humanos? continuam esquecidos pela comunidade

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mundial enquanto continuamos a assistir a essas violações no Uganda do norte, onde as
guerrilhas do LRA sequestraram 20 mil crianças nos últimos anos as forçaram a servir como
soldados ou como escravos sexuais do exército; em Guiné–Bissau onde crianças de 5 anos
são tiradas do país para trabalhar em campos de algodão; nas Filipinas onde a UNICEF já
estimou que existem à volta de 60 mil crianças na prostituição.
Paro para refletir!...Onde se encontram os nossos direitos? Onde se encontram os direitos
de todas aquelas mulheres, crianças, homens? A Declaração dos Direitos do Homem não está
a ser cumprida e o pior é que a mudança permanece distante.
Filipa Daniela Novais Lima, 11LH1

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Tráfico De Seres Humanos

O tráfico humano é uma das atividades ilegais que mais se expandiu no século XXI. Na busca
por melhores condições de vida muitas pessoas são manipuladas por criminosos que
aparentam oferecer boas recompensas. O tráfico de pessoas consiste no ato de comercializar,
escravizar e explorar, sendo uma injustiça contra a vida e a liberdade humana. Trata-se de
uma violação aos direitos humanos.
O traficado é aquele, a quem a vida foi roubada, aquele que se sente sozinho sem poder
contar com alguém tendo assim de viver com esta dor para o resto da sua vida. Este adapta-
se ao que o traficante deseja sendo considerado como um simples objeto. Muitas das pessoas
que são traficadas não têm coragem de denunciar o ato. São obrigadas a viver sem liberdade,
a serem tratadas como algo banal, sem sentimentos, um mero objeto. Tudo isto porque têm
medo, medo do que lhes possa acontecer. Temos de dar mais importância ao tráfico de seres
humanos, temos de fazer com que isto abrande e possivelmente pare, pois está mais que na
hora. Não é fácil acabar com este ´´mundo´´ que caracterizo como sendo cruel. No entanto
acredito que se lutarmos todos por um lugar onde a paz e o amor permanecem em primeiro
lugar, iremos finalmente conseguir viver em felicidade.
Gonçalo Lima, 11 LH1

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O tráfico de seres humanos, também chamado de tráfico de pessoas, é uma das atividades
ilegais que mais se expandiu no século XXI, pois, na busca por melhores condições de vida,
muitas pessoas são enganadas por criminosos que oferecem empregos com alta
remuneração. Esses criminosos atuam em tudo que é lado, privando a liberdade de indivíduos
que sonham com um futuro melhor.
O tráfico humano é caracterizado como: o recrutamento, o transporte, a transferência, o
alojamento ou acolhimento de pessoas, recorrendo à ameaça ou uso da força ou outras
formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à entrega ou
aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha
autoridade sobre outra para fins de exploração. Portanto, o tráfico de pessoas consiste no ato
de comercializar, escravizar, explorar, privar vidas, ou seja, é uma forma de violação dos
direitos humanos. Normalmente, as vítimas são obrigadas a realizar trabalhos forçados sem
qualquer tipo de remuneração – prostituição, serviços domésticos em pequenas fábricas,
entre outros. As mulheres são o principal alvo, pois o retorno financeiro para os traficantes é
maior, visto que a prostituição é a atividade mais desenvolvida por pessoas do sexo feminino,
é o destino das vítimas do tráfico humano.
Contudo, o tráfico de pessoas é considerado uma das mais graves violações dos direitos
humanos e deve ser compreendido como um fenomeno social, altamente violador e que
envolve, em muitos casos, a privação de liberdade, a exploração, o uso da violência. Hoje, este
fenomeno representa um tema de grande importância.
João Araújo, 11LH1

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O Tráfico Humano

Não fosse uma realidade atual, porém cruel e por muitos ignorada, provavelmente custaria
e custa aceitar as estatísticas do tráfico humano que, em pleno século XXI, se traduzem em
cerca de 800 mil pessoas traficadas por ano, em todo o mundo.
O tráfico de seres humanos encontra-se atualmente como o terceiro maior crime mundial,
seguido do tráfico de armas e do tráfico de droga, em segundo e primeiro lugar
respetivamente. A Organização das Nações Unidas (ONU), no Protocolo de Palermo (2003),
define tráfico de seres humanos como “o recrutamento, o transporte, a transferência, o
alojamento ou o acolhimento de pessoas, recorrendo-se à ameaça ou ao uso de força ou,
ainda, a outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou
à situação de vulnerabilidade, entrega, aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o
consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para fins de exploração.
Segundo a ONU, o tráfico de pessoas movimenta atualmente 32 bilhões de dólares em todo o
mundo. É de realçar que deste valor, 85% provêm da exploração sexual.
Este verdadeiro drama das sociedades atuais, encarna um verdadeiro negócio no sentido
exato do termo, na medida em que é extraordinariamente rentável comprar e vender pessoas,
pessoas essas que, quer pela sua vulnerabilidade, iliteracia, pobreza, quer por outras razões,
se sentem aliciadas por uma vida melhor. Efetivamente, estas mesmas pessoas tornam-se
vítimas, que são retiradas do seu ambiente, da sua cidade, e até do seu país, passando a
possuir mobilidade reduzida e falta de livre-arbítrio que lhes permita sair da situação de
exploração laboral, infantil ou sexual, ou de remoção de órgãos ou tecidos. Esta mobilidade
reduzida é conseguida através de ameaças à própria vítima ou a familiares próximos e diversas
formas de pressão psicológica utilizadas pelos traficantes.
Os aliciadores, homens e mulheres são, na maioria das vezes, pessoas com que as vítimas
têm laços afetivos. Normalmente, apresentam um bom nível de escolaridade, são completos
sedutores com uma elevada capacidade de persuasão. As propostas de emprego que fazem
geram na vítima perspetivas de um futuro melhor e de uma melhor qualidade de vida.
De igual modo, não podemos ficar indiferentes a um dos grandes problemas que atinge
todas as sociedades no geral, quer dos países onde existem pessoas cujo nível socioeconómico
é muito baixo, quer dos “ditos” países desenvolvidos. Contrariamente ao que acreditamos
enquanto seres humanos, este problema também poderá, sim, atingir cada um de nós. Com

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efeito, todos os estados deverão ter a obrigatoriedade de cooperar entre si, conjuntamente
com organizações não governativas pelo mundo fora. Neste sentido, a prevenção e a
sensibilização são sempre as melhores iniciativas. Devemos duvidar sempre de propostas de
trabalho fáceis e lucrativas, sugerir a leitura de um possível contrato de trabalho, evitar tirar
fotocópias de documentos pessoais e deixar um endereço, uma localização aquando uma
possível deslocação.
Concluindo, segundo o meu ponto de vista, o tráfico de pessoas existe porque continuamos
a ignorar este flagelo que se traduz de forma dramática, numa grave e inequívoca violação
dos direitos humanos.
Lídia Ferreira, 11LH1

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Novos tempos, diferentes formas de pensar?

O tráfico de seres humanos é um dos problemas mais preocupantes e mais graves do


presente século ocorrendo sob a forma de verdadeiros atentados contra a dignidade humana
em que as vítimas são exploradas ou na forma de abuso sexual ou para fins laborais.
Desde o local onde são raptadas até ao seu destino, a viagem que os espera é violenta,
desgastante e brutal sendo-lhes negado os cuidados básicos de higiene, alimentação, etc.
No entanto, se andarmos para trás 500 anos e recuarmos ao tempo em que Portugal era
uma potência mundial, podemos observar que era feita exatamente a mesma coisa com os
escravos negros.
Assim sendo, é notável uma falta de aprendizagem com os erros do passado porque a única
evolução foi em novas formas perversas e repugnantes de tratar o ser humano.
Vivemos atualmente numa sociedade cada vez mais tolerante e recetiva ditada por um
“boom” tecnológico, nunca antes visto, e tudo graças ao nosso cérebro. Porém este nosso
cérebro, paradoxalmente é tão capaz de criar as coisas mais maravilhosas e espantosas como
também capaz de fazer coisas completamente atrozes e horrendas. E isto deixa-me a pensar
e a perguntar:
Será que evoluímos com o tempo para nos tornar uma espécie cada vez mais desenvolvida
ou iremos ter sempre esta faceta cruel e impiedosa?
Rui Pedro do Vale Faria, 11LH1

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Tráfico humano

Tráfico humano. Conhecemo-lo como sendo um dos negócios mais lucrativos de sempre e
por privar milhares em troca de bilhões. Mas, será que estamos inteiramente cientes desta
realidade? Somos realmente capazes de sentir e de tentar compreender o desespero que é
posto à flor da pele?
Em boa verdade, são raros os casos em que a vítima é, de facto, levada à força para
qualquer lugar, dado que, as próprias são vítimas de míseras ilusões, da ambição por uma vida
melhor e vêm nas propostas que lhes são apresentadas um rumo para um futuro próspero.
Pensamos nós, como é possível alguém deixar-se levar de tal forma, largar tudo do dia para
a noite e partir; partir sem um rumo traçado, sem saberem o que lhes espera do outro lado.
Questionamo-nos sobre isto e é necessário perceber que é desenvolvida uma relação de
confiança entre o traficante e a vítima e este tira partido da sua vulnerabilidade e assegura-
lhe falsas promessas, ajudando-a a sair da infeliz realidade em que vive. Mais tarde, só quando
o sonho perde toda aquela essência e um denso nevoeiro sufoca o corpo, é que a vítima infere
que fora aliciada e entregue a um destino inteiramente cego.
Percebe que está à mercê de um outro. Defronta-se com a crueldade e com a frieza que
enlaça certas almas, a partir do momento, em que depreende que não há nenhum bilhete de
avião à sua espera e que não vai caminhar entre as nuvens, mas sim, numa ignóbil embarcação
destinada a dezenas de pessoas. São assim feitas as transições ilegais, usualmente marítimas,
nas quais todos os traficados são expostos a condições deploravelmente desumanas,
acabando uma grande parte por morrer por asfixia, afogamento, choques térmicos. Outros,
chegam mesmo a atingir o extremo e cometem suicídio.
Na travessia dos mares, que ligam países africanos e latinos aos destinos dos traficados,
entre os quais a europa, a ásia e a américa do norte, há uma complexa dificuldade em
reconhecer as vítimas por parte das autoridades, nas diversas fronteiras.
Por outro lado, não são só mulheres e homens que são privados de crescer e de viver, mas
também, crianças que na sua pura e delicada inocência são na sua maioria destinadas à
indústria do sexo, como a prostituição e a pornografia.
Já no que diz respeitos aos traficantes, estes diferenciam-se fisicamente, mas cruzam-se
psicologicamente pois têm controlo sobre a vida do outro, o traficado, tendo um intimidante

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impacto sobre as vítimas, sendo praticamente impossível estas avistarem a chamada luz ao
fundo do túnel, isto é, recorrer a qualquer tipo de auxílio.
As vítimas são todas dominadas pela vergonha, conduzidas pela apatia em relação a tudo,
consecutivas perdas de memória e cansaço. Sujeitas a trabalhos forçados, a uma vida
acorrentada ao medo, céus emergidos em nuvens escuras, estrelas sem um único raio de luz,
rodeadas por multidões e abraçadas por nada, solidão e gritos sufocantes que rompem os
últimos fios de esperança. Conhecem uma vida de sofrimento, tornam-se frias. Sofrem
caladas, lutam em silêncio contras as próprias inseguranças, dia após dia, deixando-se
apoderar pelo receio que preenche infindos vazios.
Não estamos mentalmente cientes do que temos em mãos, da catastrófica realidade que
é pouco noticiada, apenas somos sensíveis e é aqui que surgem os contrastes. Temos medo
de fazer algo, desconhecendo os porquês; defendemos problemas que nós mesmos
impulsionamos. Queremos sempre ajudar, estender a mão e ser nobres, mas sentimos que
nos vamos deparar com algo extremamente perigoso. A partir daqui, somos também vítimas
de algo, neste caso do receio de uma realidade à qual fechamos os olhos.
Sofia Freitas, 11LH1

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Tráfico de seres humanos e exploração laboral

O tráfico de seres humanos permanece no mundo, como uma realidade que implica o
comércio ilegal de seres humanos, para fins de trabalho forçado, escravidão sexual ou
extração de órgãos.
A exploração laboral ou trabalho forçado consiste na violação dos direitos do trabalhador
e a dependência deste a condições de vida degradantes e ofensas a diversos níveis, pois este
é obrigado a trabalhar sob condições laborais abusivas, sem direitos alguns.
Já a exploração ou escravidão sexual consiste na comercialização ilegal, maioritariamente,
de menores de idade com a finalidade de violência sexual e/ ou prostituição.
Existe também o comércio de órgãos que consiste na troca ilegal de órgãos humanos por
dinheiro.
Há diversas formas de recrutamento ou angariação de vítimas, dependendo do tipo de
vítima e do tipo de exploração a realizar. Assim, é possível que as vítimas sejam recrutadas
através de falsos anúncios de trabalho, promessas de oportunidades de estudo, promessas de
relacionamento amoroso, propostas de apoio e facilitação de emigração/ imigração ou
simplesmente o seu rapto. Todas estas promessas, têm como base o engano, pois elas existem
apenas com o intuito de atrair a vítima até à situação de exploração. Deste modo, a fase de
exploração conclui o ciclo do tráfico.
Todos estes tipos de violação contra a pessoa humana, são extremamente cruéis e
desumanos, pois privam o ser humano da sua liberdade e violam os seus direitos.
Para prevenir a ocorrência de tráfico humano é fundamental que as pessoas conheçam os
seus direitos, aprendendo a reconhecer possíveis situações de exploração. Saibam também
procurar ajuda, caso verifiquem que os seus direitos não estão a ser respeitados, mas acima
de tudo, é essencial divulgar informação e sensibilizar a população para estes fenómenos.
Este verdadeiro drama das sociedades atuais, é negócio, pois é extraordinariamente
rentável comprar e vender pessoas, pessoas essas que, quer pela sua vulnerabilidade, pobreza
ou até ignorância e desconhecimento, se sentem aliciadas por uma vida melhor e acabam por
ser vítimas de rapto e/ ou violência.
Por fim, o tráfico de seres humanos traduz-se num verdadeiro problema social e
económico, no qual todos os governos deveriam ser obrigados a cooperar entre si,
conjuntamente com sindicatos e organizações não governamentais existentes em todo o

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mundo. É altamente lamentável que uma realidade tão cruel como esta, por muitos ignorada,
em pleno século XXI, se possa traduzir em cerca de 800 mil pessoas traficadas por ano, em
todo o mundo. Infelizmente, se nada for feito, este número irá apenas, continuar a aumentar.
Arrisco ainda a dizer que este crime atinge estes números apenas e só porque o continuamos
a ignorar.
Adriana Ferreira, 11LH2
.

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O tráfico de seres humanos é um crime bastante complexo pois implica várias formas de
violência e de exploração.
A prática do crime de tráfico consiste em entregar, recrutar, aliciar, aceitar, transportar,
alojar ou acolher uma pessoa com a intenção de a submeter à exploração, nomeadamente a
exploração sexual ou laboral.
Os países de destino, especificamente países desenvolvidos e centros de grandes
oportunidades são as escolhas das vítimas. Esses países devem ser alertados para o tráfico e
não devem culpabilizar a vítima ou diminuir os seus direitos pois o que está em causa é a
proteção à vida, o que transcende, qualquer protocolo de legalização.
Crianças, homens e mulheres são espalhados por grandes empresas para trabalho escravo.
Há empresas ligadas à indústria de roupa e calçado que carregam um grande número de mão
de obra escrava. Por isso verifico que a escravidão não acabou, mas apenas mudou de forma.
Gente vendendo gente em pleno século XXI. É preciso sair da bolha de conforto e abrir os
olhos para esta realidade pois estas pessoas precisam de vozes que as defendam, as protejam
e as ajudem. É urgente lutar a favor desta causa e denunciar um crime que se alimenta das
desigualdades, vulnerabilidade e da desordem e caos. É recorrente os casos de pessoas pobres
que tentam ir em busca de um futuro melhor. A grande maioria são pessoas com baixa
escolaridade e por isso ignorantes e um alvo fácil para a manipulação. O grande alvo são as
mulheres que são obrigadas a venderem o próprio corpo, venderem a própria carne para não
serem mortas ou não terem familiares feridos ou atacados. Desta forma, é importante
identificar as vítimas, reunir reforços, prestar assistência. Por outro lado, devem ser
reforçadas as leis que impliquem punição aos infratores. É também preciso agir através da
informação, visto que, esta é uma atividade velada que funciona como uma espécie de
multinacional. Classificada, como a terceira atividade criminosa mais lucrativa, o tráfico
humano origina grandes impérios com um enorme retorno monetário. Em contrapartida as
pessoas traficadas são agredidas constantemente ou privadas de comida, água, sono,
cuidados médicos e outras necessidades básicas. Segundo a ONU entre 2012 e 2014
registaram-se cerca de 63,2 mil vítimas de tráfico de pessoas em 106 países. Destas, mais de
dois terços das vítimas foram mulheres e meninas frequentemente designadas à exploração
sexual, jovens desencaminhadas pela necessidade.

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Portanto, as autoridades devem agir e não se calar perante o tráfico porque a vítima é
sempre uma vítima e uma vida é sempre uma vida que deve ser preservada e respeitada.

Ciovana, 11LH2

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