Você está na página 1de 63

Aula 05

Direito Financeiro p/ PGM - Fortaleza/CE (Procurador do Município)

Professor: Natalia Riche


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!

AULA 05

Sumário
1. CRÉDITOS ADICIONAIS ...................................................................... 2
1.1 Aspectos Gerais: conceito, iniciativa, apreciação e votação. ........ 2
1.2 Espécies de Créditos Adicionais ................................................... 3
1.2.1 Créditos Suplementares ...................................................... 3
1.2.2 Créditos Especiais ............................................................... 4
1.2.3 Créditos Extraordinários ..................................................... 5
1.3 Fontes de recursos para abertura de créditos adicionais ........... 10
2. VEDAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS CONSTITUCIONAIS ............................. 14
2.1 Não afetação (vinculação) das receitas de impostos ................. 14
2.2 Proibição de estorno ................................................................. 19
2.3 Demais vedações ....................................................................... 20
3.RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS E PRESTAÇÃO DE
POLÍTICAS PÚBLICAS ........................................................................... 23
4. RESUMO DO CONCURSEIRO ............................................................. 28
5. QUESTÕES COMENTADAS ................................................................ 36
!

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
1. CRÉDITOS ADICIONAIS

Olá, queridos alunos!


Chegou a hora de falarmos sobre os créditos adicionais (suplementares,
especiais e extraodinários)!!
Esse conceito apareceu algumas vezes nas aulas e nos exercícios
anteriores e, na oportunidade, deixei a observação de que seria tratado
em aula específica.

1.1 Aspectos Gerais: conceito, iniciativa,


apreciação e votação.
Fazendo uma breve contextualização do assunto, lembrem-se que a LOA
contém créditos orçamentários que serão utilizados ao longo do exercício
financeiro. Entretanto, durante a execução orçamentária podem surgir
depesas não previstas ou insuficientemente previstas.
Em razão disso, será necessária a alteração da LOA, que além dos
créditos orçamentários, passará a conter os créditos adicionais, com o
intuito de atender necessidades públicas surgidas durante sua vigência.
Assim, prevê o art. 40 da Lei 4.320/64:

Art. 40
São créditos adicionais, as autorizações de despesa não computadas ou
insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento.

Quanto à vigência, o art. 45 da Lei 4.320/64 dispõe que será adstrita ao


exercício financeiro em que forem abertos, salvo expressa disposição legal
em contrário, quanto aos especiais e extraordinários.
A iniciativa das leis referentes aos créditos adicionais, assim como das
demais leis orçamentárias estudadas, é do Chefe do Poder Executivo.
Da mesma forma, a apreciação e votação dos projetos de lei relativos a
tais créditos seguirão o mesmo rito da LOA (estudado na aula 04), ou
seja, serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma
do regimento comum.
Além disso, a Lei 4.320/64 determina, em seu artigo 43, que a abertura
dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos
disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida de exposição
justificativa.
A abertura poderá ocorrer por meio de decreto, lei ou medida provisória,
como veremos ainda nessa aula. Independente de qual seja, o ato que

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
abrir o crédito adicional indicará a importância, a espécie do mesmo e a
classificação da despesa, até onde for possível (art. 46 da Lei 4.320/64).
Mais uma vez, lembro que os créditos extraordinários são os únicos que
seguirão rito diverso (art. 166, §1 e art. 167, §3 da CF). O rito será
detalhado mais adiante.
Existem três espécies de créditos adicionais (suplementares, especiais e
extraordinários). Vamos analisá-las nos próximos tópicos.

1.2 Espécies de Créditos Adicionais

1.2.1 Créditos Suplementares


•Finalidade: destinados à reforço de dotação orçamentária já existente
(art. 41, I, da Lei 4.320/64).
•Rito de apreciação: mesmo da LOA.
•Vigência: limitada ao exercício em que forem autorizados (até 31-12).
Atenção!!
A exceção prevista no art. 45 da Lei 4.320/64 não se aplica aos créditos
suplementares.

Art.45 Os créditos adicionais terão vigência adstrita ao exercício financeiro em


que forem abertos, salvo expressa disposição legal em contrário, quanto aos
especiais e extraordinários.

•Autorização e abertura: dependem de autorização legal,


conforme art. 167, §5 da CF e art. 42 da Lei 4.320/64.
A exceção é o disposto no art. 165, §8 (princípio da exclusividade), que
permite que a autorização ocorra na própria LOA em alguns casos.

Art. 165
§8 A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da
receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização
para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de
crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.

A abertura ocorre por meio de decreto (executivo), conforme art. 42 da


Lei 4.320/64 .
•Possibilidade de prorrogação: não existe.

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
•Indicação de recursos: deve haver indicação de fonte (recursos) em
relação a essa espécie de crédito adicional.

1.2.2 Créditos Especiais


•Finalidade: destinados a atender despesas não previstas no orçamento,
por isso, sempre criam um novo programa ou despesa a fim de atender
um objetivo que não foi inicialmente previsto.
•Rito de apreciação: mesmo da LOA.
•Vigência: limitada ao exercício em que forem autorizados (até 31-12).
•Autorização e abertura: dependem de autorização legal, conforme
art. 167, §5 da CF e art. 42 da Lei 4.320/64.
A abertura ocorre por meio de decreto (executivo), conforme art. 42 da
Lei 4.320/64.
•Possibilidade de prorrogação: terão vigência no exercício financeiro
em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado
nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos
limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício
financeiro subsequente (art. 167, §2 da CF).
•Indicação de recursos: deve haver indicação de fonte (recursos) em
relação a essa espécie de crédito adicional.

1)Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias,


compreendidos os créditos suplementares e especiais, destinados aos
órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da
Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês,
em duodécimos, na forma da lei complementar a que se refere o art.
165, § 9º”. (art. 168).!!
2)Como vimos no tópico referente à execução orçamentária (aula 04), a
LC a que se refere o artigo ainda não existe, portanto, são repassados
1/12 da dotação global fixada na lei orçamentária.

3)O art. 29-A da CF estabelece que o total da despesa do Poder

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
Legislativo Municipal, incluídos os subsídios dos Vereadores e
excluídos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar os seguintes
percentuais, relativos ao somatório da receita tributária e das
transferências previstas no § 5o do art. 153 e nos arts. 158 e 159,
efetivamente realizado no exercício anterior:
I- 7% (sete por cento) para Municípios com população de até 100.000
(cem mil) habitantes;
II - 6% (seis por cento) para Municípios com população entre 100.000
(cem mil) e 300.000 (trezentos mil) habitantes;
III - 5% (cinco por cento) para Municípios com população entre 300.001
(trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos mil) habitantes;
IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com
população entre 500.001 (quinhentos mil e um) e 3.000.000 (três milhões) de
habitantes;
V - 4% (quatro por cento) para Municípios com população entre 3.000.001
(três milhões e um) e 8.000.000 (oito milhões) de habitantes;
VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com
população acima de 8.000.001 (oito milhões e um) habitantes.

1.2.3 Créditos Extraordinários

•Finalidade: atender a despesas imprevisíveis e urgentes (como


guerra, comoção interna ou calamidade pública).
Portanto, poderão reforçar dotações ou criar novas dotações, desde que
estejam presentes os requisitos de imprevisibilidade e urgência.
Nesse ponto, importante destacar o entendimento do STF a respeito
desses requisitos.Confiram:
MEDIDA CAUTELAR EM AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. MEDIDA
PROVISÓRIA N° 405, DE 18.12.2007. ABERTURA DE CRÉDITO
EXTRAORDINÁRIO. LIMITES CONSTITUCIONAIS À ATIVIDADE LEGISLATIVA
EXCEPCIONAL DO PODER EXECUTIVO NA EDIÇÃO DE MEDIDAS PROVISÓRIAS.
I. MEDIDA PROVISÓRIA E SUA CONVERSÃO EM LEI. Conversão da medida
provisória na Lei n° 11.658/2008, sem alteração substancial. Aditamento ao
pedido inicial. Inexistência de obstáculo processual ao prosseguimento do
julgamento. A lei de conversão não convalida os vícios existentes na medida
provisória. Precedentes. II. CONTROLE ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE
DE NORMAS ORÇAMENTÁRIAS. REVISÃO DE JURISPRUDÊNCIA. O Supremo
Tribunal Federal deve exercer sua função precípua de fiscalização da
constitucionalidade das leis e dos atos normativos quando houver um tema ou
uma controvérsia constitucional suscitada em abstrato, independente do caráter
geral ou específico, concreto ou abstrato de seu objeto. Possibilidade de
submissão das normas orçamentárias ao controle abstrato de

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
constitucionalidade. III. LIMITES CONSTITUCIONAIS À ATIVIDADE LEGISLATIVA
EXCEPCIONAL DO PODER EXECUTIVO NA EDIÇÃO DE MEDIDAS PROVISÓRIAS
PARA ABERTURA DE CRÉDITO EXTRAORDINÁRIO. Interpretação do art. 167, §
3º c/c o art. 62, § 1º, inciso I, alínea "d", da Constituição. Além dos requisitos
de relevância e urgência (art. 62), a Constituição exige que a abertura
do crédito extraordinário seja feita apenas para atender a despesas
imprevisíveis e urgentes. Ao contrário do que ocorre em relação aos
requisitos de relevância e urgência (art. 62), que se submetem a uma
ampla margem de discricionariedade por parte do Presidente da
República, os requisitos de imprevisibilidade e urgência (art. 167, § 3º)
recebem densificação normativa da Constituição. Os conteúdos
semânticos das expressões "guerra", "comoção interna" e "calamidade
pública" constituem vetores para a interpretação/aplicação do art. 167,
§ 3º c/c o art. 62, § 1º, inciso I, alínea "d", da Constituição. "Guerra",
"comoção interna" e "calamidade pública" são conceitos que
representam realidades ou situações fáticas de extrema gravidade e de
conseqüências imprevisíveis para a ordem pública e a paz social, e que
dessa forma requerem, com a devida urgência, a adoção de medidas
singulares e extraordinárias. A leitura atenta e a análise interpretativa do
texto e da exposição de motivos da MP n° 405/2007 demonstram que os
créditos abertos são destinados a prover despesas correntes, que não estão
qualificadas pela imprevisibilidade ou pela urgência. A edição da MP n° 405/2007
configurou um patente desvirtuamento dos parâmetros constitucionais que
permitem a edição de medidas provisórias para a abertura de créditos
extraordinários. IV. MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA. Suspensão da vigência da Lei
n° 11.658/2008, desde a sua publicação, ocorrida em 22 de abril de 2008. (ADI
4048-MC/DF-DJ 22/08/08)

•Rito de apreciação:
Na aula passada, vimos o rito de apreciação das leis orçamentárias e dos
créditos suplementares e especiais.
Na oportunidade, ressaltei que os créditos extraordinários seguem
rito diverso.
Por questões didáticas, optei por abordar o rito dentre desse tópico.
Vocês já devem ter estudado o rito das medidas provisórias nas aulas de
direito constitucional, entretanto, há uma pequena diferença quando se
trata de medida provisória que abre crédito adicional, pois o parecer será
emitido pela Comissão Mista de Orçamento e Finanças.

Confiram o esquema abaixo:

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!

∀#∃%&&∋#!(%&)∗!+,!
−./∗∃,0)#!,!
1%0∗0/∗&!,∃%),!
2∗.,3,.!4∗.)5!6778!96!
+∗!∀1:!

∀∀;!+∗!∀<∃∗.∗!.,∗=%>∗!
Β#)∗/∋#!2,=#! ,?∗∃,!+,!
2=,0Χ.%#!+#!∆,0∗+#! 3#0&≅)Α3%#0∗=%+∗+,!

∀∀;!+#!∆,0∗+#!
.,∗=%>∗!,?∗∃,!+,! Β#)∗/∋#!2,=#!
2=,0Χ.%#!+∗!∀<∃∗.∗!
3#0&≅)Α3%#0∗=%+∗+,!

•Vigência: limitada ao exercício em que forem autorizados (até 31-12).

•Autorização e abertura: independe de autorização legislativa, devido


ao seu caráter de urgência e imprevisibilidade.
A abertura será por meio de Medida Provisória (âmbito federal) ou
decreto do executivo (art. 62 c/c 167, § da CF).

Atenção!
1) Devido à finalidade peculiar dos créditos extraordinários, antes de sua
abertura deverá ser decretado o estado de calamidade ou situação
equivalente, dos quais será dado imediato conhecimento ao legislativo,
justificando os motivos que determinaram a abertura.
2) No âmbito estadual e municipal existe controvérsia sobre como se dará
a abertura desses créditos.
A discussão gira em torno da possibilidade de cabimento de medida
provisória em relação a esses entes.

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
O STF entende que é possível abertura por meio de medida provisória,
desde que os requisitos para aberturas dos créditos sejam observados
nas constituições estaduais e leis orgânicas. (STF- ADI 425, DJ em
19/12/03).
Caso não exista previsão expressa, será observado o art. 44 da Lei
4.320/64:
Art. 44. Os créditos extraordinários serão abertos por decreto do Poder
Executivo, que dêles dará imediato conhecimento ao Poder Legislativo.
•Possibilidade de prorrogação: terão vigência no exercício financeiro
em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado
nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos
limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício
financeiro subsequente (art. 167, §2 da CF).
•Indicação de recursos: não necessita indicar fontes (recursos).

COMO SE DÁ A INCORPORAÇÃO DOS CRÉDITOS ADICIONAIS?

Suplementares: incorporam-se ao orçamento, passando a fazer parte da


dotação orçamentária a que se destinou reforçar.
Especiais: incorporam-se ao orçamento, mas a conta será demonstrada
separadamente.
Extraordinários: incorporam-se ao orçamento, mas a conta será
demonstrada separadamente.

Para facilitar a compreensão da matéria, confiram o quadro comparativo


abaixo:

SUPLEMENTAR ESPECIAL EXTRAORDINÁRIO

Finalidade: Reforço de atender atender a


dotação despesas não despesas
orçamentária já previstas no imprevisíveis e
existente. orçamento urgentes (como
guerra, comoção
interna ou

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
calamidade pública).

Rito de Mesmo da LOA Mesmo da LOA rito das medidas


apreciação: provisórias,havendo
uma pequena
diferença, pois o
parecer será emitido
pela Comissão Mista
de Orçamento e
Finanças (62 c/c
166, §1 da CF)
limitada ao limitada ao limitada ao exercício
Vigência:
exercício em que exercício em que em que forem
forem autorizados forem autorizados (até 31-
(até 31-12). autorizados (até 12).
31-12).

dependem de dependem de independe de


Autorização
autorização autorização autorização
e abertura:
legal, conforme legal, conforme legislativa, devido
art. 167, §5 da art. 167, §5 da ao seu caráter de
CF e art. 42 da CF e art. 42 da urgência e
Lei 4.320/64. Lei 4.320/64. imprevisibilidade.
A abertura A abertura será por
A exceção é o ocorre por meio meio de Medida
disposto no art. de decreto Provisória (âmbito
165, §8 (princípio (executivo), federal) ou decreto
da exclusividade), conforme art. 42 do executivo (art.
que permite que da Lei 4.320/64. 62 c/c 167, § da
a autorização CF).
ocorra na própria Lembra que existe
LOA em alguns divergência acerca
casos. da abertura no
âmbito estadual e
por meio de municipal.
decreto
(executivo),
conforme art. 42
da Lei 4.320/64.

não existe terão vigência terão vigência no


Possibilidade
no exercício exercício financeiro
de
financeiro em em que forem

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
Prorrogação: que forem autorizados, salvo
autorizados, se o ato de
salvo se o ato de autorização for
autorização for promulgado nos
promulgado nos últimos quatro
últimos quatro meses daquele
meses daquele exercício, caso em
exercício, caso que, reabertos nos
em que, limites de seus
reabertos nos saldos, serão
limites de seus incorporados ao
saldos, serão orçamento do
incorporados ao exercício financeiro
orçamento do subsequente (art.
exercício 167, §2 da CF).
financeiro
subsequente
(art. 167, §2 da
CF).

SIM (art. 167, SIM (art. 167, NÃO


Indicação de
V,CF) V,CF)
recursos

Incorporação incorporam-se ao incorporam-se incorporam-se ao


orçamento, ao orçamento, orçamento, mas a
passando a fazer mas a conta conta será
parte da dotação será demonstrada
orçamentária a demonstrada separadamente.
que se destinou separadamente.
reforçar.

1.3 Fontes de recursos para abertura de créditos


adicionais
Como vimos acima, os créditos suplementares e especiais só poderão ser
abertos se houver recursos disponíveis. Existem seis fontes de recursos
previstas no art. 43 da Lei 4.320/64, na CF e na LRF.

a) superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício


anterior (art. 43, §1, I e §2 da Lei 4.320/64).

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
Trata-se da diferença positiva entre o ativo e o passivo financeiros.,
conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais
transferidos e as operações de créditos a eles vinculadas e não
arrecadadas no exercício.
Embora sejam conceitos de contabilidade pública, vamos deixar
registrado que o ativo financeiro é o valor das disponibilidades apurado
no balanço patrimonial do exercício financeiro anterior e o passivo
financeiro é o valor das obrigações de curto prazo que não foram pagas
no exercício anterior.
Já os saldos de créditos adicionais transferidos, referem-se aos
créditos reabertos, nos termos do art. 167, §2 da CF.

Art. 167
§2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro
em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos
últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de
seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro
subseqüente.

Os montantes desses créditos deverão ser subtraídos no momento de


apuração do superávit financeiro, já que parte dos recursos constantes no
ativo financeiro já estão comprometidos com essa autorização.
Por fim, deve-se verificar se a reabertura desses créditos teve como fonte
operações de crédito no ano anterior.
Em caso positivo, é imprescindível verificar se ainda resta parcela do
empréstimo a ser recebida no ano seguinte , pois o montante deverá
constar no cálculo do superávit financeiro.

b) os provenientes de excesso de arrecadação (art. 43, §1, II e


§§3 e 4 da Lei 4.320/64):
Trata-se do saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre as
arrecadações prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência
do exercício. Para apurar o excesso, Deverá ser deduzida a importância
dos créditos extraordinários abertos no exercício.

Atenção!
Os recursos originados de transferências voluntárias podem ser
utilizados para abertura de créditos adicionais.

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
Embora não exista previsão legal, a doutrina entende tais recursos como
excesso de arrecadação.

c) resultantes de anulação parcial ou total de dotações


orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei (art.
43, §1, III da Lei 4.320/64):
Serão anuladas dotações já existentes a fim de obter recursos para as
novas despesas que se pretende realizar.

d) operações de crédito autorizadas, em forma que juridicamente


possibilite ao poder executivo realizá-las (art. 43, §1, IV da Lei
4.320/64):
As operações de crédito são empréstimos que o ente realiza para cobrir
déficits orçamentários ou financeiros. Há uma aula reservada para esse
tema, por enquanto, basta saber o conceito.

e) recursos sem despesas correspondentes (art 166, §8 da CF)


São aqueles decorrentes de veto, emenda ou rejeição da LOA e ,
portanto, poderão ser utilizados para abertura de créditos especiais ou
suplementares, desde que haja autorização legislativa prévia e específica.

f) reserva de contingência (art. 5, III da LRF)


Como vimos na aula 02, a reserva de contingência é uma dotação global
e genérica, colocada na Lei Orçamentária para atender passivos
contingentes e despesas imprevistas
Ainda, nos termos do art, 5, III da LRF, a LOA conterá reserva de
contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base na
receita corrente líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias, destinada ao atendimento de passivos contingentes e
outros riscos e eventos fiscais imprevistos.

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!

.,&,.Ε∗!+,!
3#0≅0ΦΓ03%∗!!

#2,.∗/Κ,&!+,!
3.Λ+%)#!
∗Α)#.%>∗+∗&8!,∃! &Α2,.ΧΕ%)!Η0∗03,%.#!
Μ#.∃∗!ΝΑ,! ∗2Α.∗+#!,∃!Ι∗=∗0/#!
ΟΑ.%+%3∗∃,0),! 2∗).%∃#0%∗=!+#!
2#&&%Ι%=%),!∗#! ,?,.3ϑ3%#!∗0),.%#.!
2#+,.!,?,3Α≅Ε#! (5Χ34;!∆4!64Ε:6;5;!
.,∗=%>ΧΠ=∗&!! Φ868!8Γ463:68!∆4!
Ε6Η∆735;!8∆7Ε75Χ87;!

∗0Α=∗/∋#!2∗.3%∗=!#Α!
,?3,&&#!+,! )#)∗=!+,!+#)∗/Κ,&!
∗..,3∗+∗/∋#!! #./∗∃,0)Χ.%∗&!#Α!+,!
3.Λ+%)#&!∗+%3%#0∗%&!

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
2. VEDAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS
CONSTITUCIONAIS
O art. 167 da CF traz diversas vedações, limitando a atuação dos
responsáveis pelas leis orçamentárias.
Como ressaltei na aula 02, incluem-se nessas vedações, dois importantes
princípios orçamentários: não afetação (vinculação) das receitas
de impostos e proibição de estorno.
Vamos análisá-los, primeiramente, partindo para as demais vedações
constitucionais:

2.1 Não afetação (vinculação) das receitas de


impostos
Encontra previsão no art. 167, IV da CF, proibindo que haja vinculação de
impostos a órgão, fundo ou despesa.

As bancas buscam confundir o candidato trocando a palavra impostos


por tributos. Repare que o artigo proíbe apenas a vinculação de
impostos, portanto, não impede que haja vinculação de outros tributos
(contribuições, taxas etc).
Existem algumas exceções previstas pela CF. Assim, dada a importância
de algumas áreas, é possível que as receitas dos impostos sejam
vinculadas a determinados fins:
1)repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem
os arts. 158 e 159 (art. 167, IV, da CF).
A CF determina o repasse obrigatório de percentuais de determinados
impostos, da União para os estados e dos estados para os municípios.
Trata-se de uma despesa vinculada a impostos, que será estudada na
aula sobre despesas.
2) a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde
(art. 167, IV e 198, §2 da CF).
3) destinação de recursos para manutenção e desenvolvimento do ensino
(art. 167, IV, da CF).

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
4)destinação de recursos para a realização de atividades da
administração tributária (art. 37, XXII c/c art, 167, IV, da CF).
5)prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de
receita (art. 167, IV, da CF).
Nos termos do art. 38 da LRF, o ente que contratar uma ARO, poderá dar
como garantia percentuais de impostos que receberá no futuro.
6) garantia, contragarantia1 à União e pagamento de débitos para com
esta (art. 167, IV, da CF).
7) vinculação de até 0,5 % da receita tributária líquida2 dos estados e do
DF a programa de apoio à inclusão e promoção social (art. 204, parágrafo
único, da CF).
Nesse caso, é vedada a aplicação desses recursos no pagamento de
despesas com pessoal e encargos sociais serviço da dívida e de qualquer
outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou
ações apoiados.
Reparem que o item fala da receita tributária líquida, incluindo os
tributos em geral, dentre eles estão os impostos, que acabarão tendo
sua receita vinculada aos programas sociais referidos no artigo.
8) vinculação de até 0,5 % da receita tributária líquida dos estados e do
DF a fundo estadual de fomento à cultura (art. 216, §6 da CF).
Também é vedada a aplicação desses recursos no pagamento de
despesas com pessoal e encargos sociais serviço da dívida e de qualquer
outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou
ações apoiados.
9) vinculação de impostos a fundos especiais que tenham sido
criados por Emenda Constitucional.
O STF enfrentou uma questão interessante acerca da alegada violação ao
art. 167, IV, nos casos em que há cláusula contratual prevendo o
pagamento a um credor com autorização de desconto bancário, oriundo
de receita própria.
No RE 397458/MT, a Corte entendeu ser inconstitucional cláusula
contratual que implique, a um só tempo, vinculação e repasse direto de
valores sem o aporte na contabilidade do município, sem o ingresso nesta
última.

RECEITA PÚBLICA – FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS – ICMS. O que


previsto no inciso IV do artigo 167 da Constituição Federal não autoriza o
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Ι
! ∀#0).∗Φ∗.∗0)%∗Θ! &,! ∗! Ρ0%∋#! 3#03,+,! Α∃∗! Φ∗.∗0)%∗! 2∗.∗! Α∃∗! ,0)%+∗+,! %0),.03%#0∗=! ,∃! .∗>∋#! +,! Α∃!
,∃2.Λ&)%∃#! )#∃∗+#! 2#.! ,&)∗+#! #Α! ∃Α0%3ϑ2%#8! #! ,0),! +,Ε,.Χ! #Μ,.,3,.! Α∃∗! 3#0).∗Φ∗.∗0)%∗! Σ! Ρ0%∋#5! Τ&&,!
3#03,%)#!&,.Χ!).∗)∗+#!0∗!∗Α=∗!,&2,3ϑΜ%3∗!∗3,.3∗!+,!#2,.∗/Κ,&!+,!3.Λ+%)#5!
ϑ
! Υ,3,%)∗! ).%ΙΑ)Χ.%∗! =ϑΝΑ%+∗Θ! ! ).%ΙΑ)#&! ∗..,3∗+∗+#&8! &ΑΙ).∗%0+#Π&,! #! Ε∗=#.! ΝΑ,! +,Ε,.Χ! &,.! .,2∗&&∗+#!
#Ι.%Φ∗)#.%∗∃,0),!2∗.∗!#&!∃Α0%3ϑ2%#&5!

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
estabelecimento de cláusula contratual que implique, a um só tempo, vinculação
e repasse direto de valores sem o aporte na contabilidade do município, sem o
ingresso nesta última – inteligência do artigo 167, inciso IV e § 4o, da Carta da
República. (STF- RE 397458/MT, DJ em 08/03/13)

Ainda de acordo com o Tribunal, a violação não ocorre nos casos em que
o desconto previsto esteja relacionado com as receitas transferidas ao
estado e aos municípios, uma vez que o art. 167, IV veda a vinculação
apenas de tributos próprios.

(…)CONDENAÇÃO JUDICIAL - ACORDO - PARCELAMENTO. Em se tratando de


acordo relativo a parcelamento de débito previsto em sentença judicial, possível
é a dispensa do precatório uma vez não ocorrida a preterição. ACORDO -
DÉBITO - ICMS - PARTICIPAÇÃO DO MUNICÍPIO. Inexiste ofensa ao inciso IV do
artigo 167 da Constituição Federal, no que utilizado o produto da participação do
município no ICMS para liquidação de débito. A vinculação vedada pelo Texto
Constitucional está ligada a tributos próprios.
(STF- RE 184116/MS,DJ em 16/02/01)

Lembrem-se que as hipóteses excepcionais de vinculação de impostos


estão previstas na CF, portanto, apenas por meio de Emenda
Constitucional é possível estabelecer outras vinculações ou alterar as já
existentes.
No caso de outros tributos, a vinculação pode ocorrer poe meio de lei
infraconstitucional.
No caso do item 9, para evitar que um fundo especial (que pode ser
criado por lei ordinária) afronte o art, 167, IV da CF, tem-se criado os
fundos por meio de emenda, para que seja possível haver vinculação da
receita de impostos ao fundo.
Um exemplo é o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza:

ADCT
Art. 80. Compõem o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza: (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 31, de 2000)
(...)
II - a parcela do produto da arrecadação correspondente a um adicional de cinco
pontos percentuais na alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI,

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
ou do imposto que vier a substituí-lo, incidente sobre produtos supérfluos e
aplicável até a extinção do Fundo.

Ο7ΧΕ:=8ΛΚ5!∆4!
7ΜΦ5;35;!8!≅:Χ∆5;!
4;Φ4Ε787;!9:4!
34ΧΠ8Μ!;7∆5!Ε678∆5;!
Φ56!%Μ4Χ∆8! Ε%03Α=∗/∋#!+,!∗)Λ!Ω8Ξ!
Φ∗.∗0≅∗8! +5Χ;Θ3:Ε75Χ8=! Ψ!+∗!.,3,%)∗!
3#0).∗Φ∗.∗0≅∗!Σ!
).%ΙΑ)Χ.%∗!=ϑΝΑ%+∗!+#&!
Ρ0%∋#!,!2∗Φ∗∃,0)#!
,&)∗+#&!,!+#!Ζ1!!∗!
+,!+ΛΙ%)#&!2∗.∗!3#∃! ΜΑ0+#!,&)∗+Α∗=!+,!
,&)∗!
Μ#∃,0)#!Σ!3Α=)Α.∗!

Ε%03Α=∗/∋#!+,!∗)Λ!
.,2∗.≅/∋#!+#!2.#+Α)#! Ω8Ξ!Ψ!+∗!.,3,%)∗!
+∗!∗..,3∗+∗/∋#!+#&! ).%ΙΑ)Χ.%∗!=ϑΝΑ%+∗!
%∃2#&)#&!∗!ΝΑ,!&,!
.,Μ,.,∃!#&!∗.)&5!6Ξ∴!,!
)Κ5!8≅438ΛΚ5!∆8;! +#&!,&)∗+#&!,!+#!Ζ1!
∗!2.#Φ.∗∃∗!+,!∗2#%#!
6Ξ]!! 64Ε4738;!∆4!7ΜΦ5;35;Ν! Σ!%03=Α&∋#!,!
2.#ϑΙ,!Ε%03Α=∗/∋#!+,! 2.#∃#/∋#!&#3%∗=!!

%∃2#&)#&!∗!ς.Φ∋#8!
ΜΑ0+#!#Α!+,&2,&∗5!

2.,&)∗/∋#!+,!
+,&≅0∗/∋#!+,! Φ∗.∗0≅∗&!Σ&!
.,3Α.&#&!2∗.∗!∗&!∗/Κ,&! #2,.∗/Κ,&!+,!
,!&,.Ε%/#&!2[Ι=%3#&!+,! 3.Λ+%)#!2#.!
&∗[+,!! ∗0),3%2∗/∋#!+,!
.,3,%)∗!

+,&≅0∗/∋#!+,!
+,&≅0∗/∋#!+,! .,3Α.&#&!2∗.∗!∗!
.,3Α.&#&!2∗.∗!
.,∗=%>∗/∋#!+,!
∃∗0Α),0/∋#!,!
∗≅Ε%+∗+,&!+∗!
+,&,0Ε#=Ε%∃,0)#!+#! ∗+∃%0%&).∗/∋#!
,0&%0#!!
).%ΙΑ)Χ.%∗!

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!

DRU-Desvinculação das Receitas da União

No dia 08/09/16 foi promulgada a EC 93/2016, que altera o art. 76 do


ADCT para prorrogar a desvinculação de Receitas da União (DRU) e
estabelecer a possibilidade de desvinculação de receitas dos Estados,
Distrito Federal e municípios (DRE e DRM).
A Emenda possibilita a desvinculação de 30% das receitas da União até
2023 e também prevê que, em relação à DRE e à DRM, o remanejamento
não pode afetar recursos destinados à saúde e à educação.
Além disso, os efeitos serão retroativos a 1º de janeiro deste ano.
O art. 76 do ADCT previa que seriam desvinculados de órgão, fundo ou
despesa, até 31 de dezembro de 2015, 20% (vinte por cento) da
arrecadação da União de impostos, contribuições sociais e de intervenção
no domínio econômico, já instituídos ou que vierem a ser criados até a
referida data, seus adicionais e respectivos acréscimos legais.
Com o objetivo de afastar determinadas vinculações constitucionais
obrigatórias e dar maior mobilidade ao governo para gastar os valores
arrecadados com tributos, a DRU foi criada, prorrogada e modificada por
meio de diversas Emendas Constitucionais.

Por fim, embora o tema seja mais atinente ao direito tributário, o


seguinte questionamento pode também ser cobrado em provas de direito
financeiro: o que acontece se o destino da receita de um tributo é
desviado para um fim distinto daquele que motivou a sua instituição?
O STF decidiu essa questão no julgamento do RE 566007. Na
oportunidade, entendeu-se que o fato de a vinculação da receita ser
inconstitucional, não gera sua devolução ao contribuinte, mas tão
somente a vinculação do produto da arrecadação. Confiram:

DIREITOS CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL.


DESVINCULAÇÃO DE RECEITAS DA UNIÃO – DRU. ART. 76 DO ATO DAS
DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS. AUSÊNCIA DE CORRELAÇÃO
ENTRE A ALEGADA INCONSTITUCIONALIDADE DA DRU E O DIREITO À
DESONERAÇÃO TRIBUTÁRIA PROPORCIONAL À DESVINCULAÇÃO.

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
ILEGITIMIDADE PROCESSUAL. AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.
1. A questão nuclear deste recurso extraordinário não é se o art. 76 do ADCT
ofenderia norma permanente da Constituição da República, mas se, eventual
inconstitucionalidade, conduziria a ter a Recorrente direito à desoneração
proporcional à desvinculação das contribuições sociais recolhidas.
2. Não é possível concluir que, eventual inconstitucionalidade da desvinculação
parcial da receita das contribuições sociais, teria como consequência a devolução
ao contribuinte do montante correspondente ao percentual desvinculado, pois a
tributação não seria inconstitucional ou ilegal, única hipótese autorizadora da
repetição do indébito tributário ou o reconhecimento de inexistência de relação
jurídico-tributária. (STF-RE 566007/RS- Julgado em 13/11/14)

2.2 Proibição de estorno

Encontra previsão no art. 167, VI e VIII da CF e veda:


i) a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de
uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro.
Sendo que transposição é a destinação de recursos de um órgão para o
outro; remanejamento é a realocação de verbas orçamentárias no
âmbito dos programas de trabalho, dentro do mesmo órgão e
transferência é a realocação de dotações entre as categorias
econômicas de despesas, dentro do mesmo órgão ou programa de
trabalho).
Em relação a esse ponto, existe uma exceção, encontrada na EC 86/15,
que permite a transposição, o remanejamento ou a transferência de
recursos de uma categoria de programação para outra, quando estiverem
relacionadas às atividades de ciência, tecnologia e inovação, com o
objetivo de viabilizar os resultados de projetos restritos à essas funções,
mediante ato do poder executivo, sem a necessidade de prévia
autorização legislativa.

ii) a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos


orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir
déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos mencionados na
LOA.
Busca impedir que recursos públicos sejam utilizados para satisfazer
necessidades particulares (de instituições financeiras com dificuldades,
por exemplo).

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
Como se percebe pela análise dos itens acima, a intenção é de que o
executivo não possa alterar unilateralmente o orçamento, ou seja, deve
haver aprovação do legislativo.
Portanto, caso haja necessidade de novos recursos, deve haver abertura
ou alteração de crédito adicional, sempre com autorização legislativa.
Por fim, registrem que há previsão de crime de “desvio de verbas, no art.
315 do Código Penal, para quem der às verbas públicas finalidade
diversa. Também existe previsão de ato de improbidade para quem influi
na aplicação irregular de verbas ( Lei 8429/92, art, 10, XI).

2.3 Demais vedações


Além dos princípios acima, existem outras importantes vedações previstas
no art. 167.
1) O início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária
anual e a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas
que excedam os créditos orçamentários ou adicionais. (art. 167, I e II da
CF).
Lembrem-se que já abordamos esses incisos, quando falamos do princípio
da legalidade.
Ambos visam a segurança jurídica, buscando impedir que se determine a
implementação de programas não previstos na LOA, mesmo que a
realização de despesas de determinadas ações possa constar do PPA e da
LDO.

2) a realização de operações de créditos que excedam o montante das


despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos
suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder
Legislativo por maioria absoluta (art. 167, III da CF).
É a chamada regra de ouro da administração, que proíbe a realização de
empréstimos vultuosos que ultrapassem o valor das despesas de capital.
Isso porque, se o ente realiza empréstimos até para pagar despesas
correntes, isso significa que haverá dificuldades em quitá-lo.
Assim, busca-se conter o endividamento do ente, garantindo que, pelo
menos, as receitas relacionadas ao endividamento não excedam os gastos
com investimento.
Por isso, o artigo estabelece as limitações vistas acima: aprovação por
maioria absoluta do poder legislativo etc.

3) A abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização


legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes (art. 167, V da
CF).

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
Esse ponto já foi visto no início dessa aula, quando tratamos dos créditos
adicionais.

4) A concessão ou utilização de créditos ilimitados (art. 167, VII da CF).


Busca-se manter a quantificação do orçamento, impedindo que a
Administração venha a ter um gasto maior do que os recursos que possui
para pagá-lo.
Interessante desdobramento dessa vedação no direito administrativo é a
proibição contida na lei de licitações (lei 8.666/93) da realização de
contratos por prazo indeterminado. Isso porque, desde o início, deve
estar consignada a dotação orçamentária que será utilizada para o
pagamento, já que não pode existir créditos ilimitados.
5) A instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização
legislativa (art. 167, IX da CF).
Os fundos serão tratados juntamente com as receitas públicas, mas já
deixem anotado o conceito: são entes (criados por lei ordinária e cujas
condições de instituição e funcionamento são previstas em lei
complementar) para os quais são alocados recursos para determinados
objetivos.

6) A transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos,


inclusive por antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e
suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com pessoal
ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios (art. 167, X da CF).
A intenção do constituinte é de que cada ente possa cobrir seus próprios
gastos com pessoal e não recorra aos demais para cobrir excesso de
gastos nessa área.

7) A utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais do


empregado e do empregador, para a realização de despesas distintas do
pagamento de benefícios do regime geral de previdência social de que
trata o art. 201 (art. 167, XI da CF).
Não existe exceção quanto a esse ponto, até mesmo porque, como vocês
já devem ter visto em direito tributário, a regra em relação às
contribuições é de que sejam vinculadas à finalidade para a qual foram
criadas (ao contrário do que ocorre com os impostos).

Vedações orçamentárias

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!

Não afetação (vinculação) das receitas de impostos à órgão, fundo ou


despesa.

Proibição de estorno:

• veda a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos


de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro
• veda a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos
orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir
déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos mencionados na
LOA

o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual


e a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que
excedam os créditos orçamentários ou adicionais

a realização de operações de créditos que excedam o montante das


despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos
suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder
Legislativo por maioria absoluta

a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização


legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes

a concessão ou utilização de créditos ilimitados

a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização


legislativa

a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos,


inclusive por antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e
suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com pessoal
ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais do
empregado e do empregador, para a realização de despesas distintas do
pagamento de benefícios do regime geral de previdência social de que
trata o art. 201

3.RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS E PRESTAÇÃO DE


POLÍTICAS PÚBLICAS

Importante debate, que, inclusive, vem sendo cobrado em provas de


concursos públicos é o relativo ao conflito entre as previsões contidas no
orçamento e a satisfação das necessidades públicas.
A questão é complexa e envolve temas estudados em direito
constitucional, como a judicialização da poítica e a (in)devida interferência
do Judiciário na prestação de políticas públicas, bem como a observância
do mínimo existencial face à escassez de recursos públicos.
Para que vocês não sejam surpreendidos com uma eventual questão na
prova de direito financeiro, relacionei abaixo alguns julgados do STF e do
STJ sobre o tema.
Reparem que cada caso concreto é analisado pelos Tribunais de acordo
com suas especificidades, mas já existe o entendimento consolidado de
que em casos de colisão entre direitos fundamentais (saúde, educação
etc) e as normas orçamentárias, o primeiro deverá prevalecer.
Assim, estaria autorizado o Judiciário a intervir na prestação de políticas
públicas a fim de preservar o mínimo existencial:
ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL. A QUESTÃO DA
LEGITIMIDADE CONSTITUCIONAL DO CONTROLE E DA INTERVENÇÃO DO
PODER JUDICIÁRIO EM TEMA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS,
QUANDO CONFIGURADA HIPÓTESE DE ABUSIVIDADE GOVERNAMENTAL.
DIMENSÃO POLÍTICA DA JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL ATRIBUÍDA AO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. INOPONIBILIDADE DO ARBÍTRIO ESTATAL À
EFETIVAÇÃO DOS DIREITOS SOCIAIS, ECONÔMICOS E CULTURAIS. CARÁTER
RELATIVO DA LIBERDADE DE CONFORMAÇÃO DO LEGISLADOR.
CONSIDERAÇÕES EM TORNO DA CLÁUSULA DA "RESERVA DO POSSÍVEL".
NECESSIDADE DE PRESERVAÇÃO, EM FAVOR DOS INDIVÍDUOS, DA

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
INTEGRIDADE E DA INTANGIBILIDADE DO NÚCLEO CONSUBSTANCIADOR DO
"MÍNIMO EXISTENCIAL". VIABILIDADE INSTRUMENTAL DA ARGÜIÇÃO DE
DESCUMPRIMENTO NO PROCESSO DE CONCRETIZAÇÃO DAS LIBERDADES
POSITIVAS (DIREITOS CONSTITUCIONAIS DE SEGUNDA GERAÇÃO).
DECISÃO: Trata-se de argüição de descumprimento de preceito fundamental
promovida contra veto, que, emanado do Senhor Presidente da República,
incidiu sobre o § 2º do art. 55 (posteriormente renumerado para art. 59), de
proposição legislativa que se converteu na Lei nº 10.707/2003 (LDO), destinada
a fixar as diretrizes pertinentes à elaboração da lei orçamentária anual de 2004.
(...)Não deixo de conferir, no entanto, assentadas tais premissas, significativo
relevo ao tema pertinente à "reserva do possível" (STEPHEN HOLMES/CASS R.
SUNSTEIN, "The Cost of Rights", 1999, Norton, New York), notadamente em
sede de efetivação e implementação (sempre onerosas) dos direitos de segunda
geração (direitos econômicos, sociais e culturais), cujo adimplemento, pelo
Poder Público, impõe e exige, deste, prestações estatais positivas
concretizadoras de tais prerrogativas individuais e/ou coletivas.
É que a realização dos direitos econômicos, sociais e culturais - além de
caracterizar-se pela gradualidade de seu processo de concretização -
depende, em grande medida, de um inescapável vínculo financeiro
subordinado às possibilidades orçamentárias do Estado, de tal modo
que, comprovada, objetivamente, a incapacidade econômico-financeira
da pessoa estatal, desta não se poderá razoavelmente exigir,
considerada a limitação material referida, a imediata efetivação do
comando fundado no texto da Carta Política.
Não se mostrará lícito, no entanto, ao Poder Público, em tal hipótese - mediante
indevida manipulação de sua atividade financeira e/ou político-administrativa -
criar obstáculo artificial que revele o ilegítimo, arbitrário e censurável propósito
de fraudar, de frustrar e de inviabilizar o estabelecimento e a preservação, em
favor da pessoa e dos cidadãos, de condições materiais mínimas de existência.
Cumpre advertir, desse modo, que a cláusula da "reserva do possível" -
ressalvada a ocorrência de justo motivo objetivamente aferível - não pode ser
invocada, pelo Estado, com a finalidade de exonerar-se do cumprimento de suas
obrigações constitucionais, notadamente quando, dessa conduta governamental
negativa, puder resultar nulificação ou, até mesmo, aniquilação de direitos
constitucionais impregnados de um sentido de essencial fundamentalidade.
Daí a correta ponderação de ANA PAULA DE BARCELLOS ("A Eficácia Jurídica dos
Princípios Constitucionais", p. 245-246, 2002, Renovar):
"Em resumo: a limitação de recursos existe e é uma contingência que não se
pode ignorar. O intérprete deverá levá-la em conta ao afirmar que algum bem
pode ser exigido judicialmente, assim como o magistrado, ao determinar seu
fornecimento pelo Estado. Por outro lado, não se pode esquecer que a finalidade
do Estado ao obter recursos, para, em seguida, gastá-los sob a forma de obras,
prestação de serviços, ou qualquer outra política pública, é exatamente realizar
os objetivos fundamentais da Constituição. (STF-ADPF 45 MC/DF- DJ em
04/05/04).

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
REPERCUSSÃO GERAL. RECURSO DO MPE CONTRA ACÓRDÃO DO TJRS.
REFORMA DE SENTENÇA QUE DETERMINAVA A EXECUÇÃO DE OBRAS NA CASA
DO ALBERGADO DE URUGUAIANA. ALEGADA OFENSA AO PRINCÍPIO DA
SEPARAÇÃO DOS PODERES E DESBORDAMENTO DOS LIMITES DA RESERVA DO
POSSÍVEL. INOCORRÊNCIA. DECISÃO QUE CONSIDEROU DIREITOS
CONSTITUCIONAIS DE PRESOS MERAS NORMAS PROGRAMÁTICAS.
INADMISSIBILIDADE. PRECEITOS QUE TÊM EFICÁCIA PLENA E APLICABILIDADE
IMEDIATA. INTERVENÇÃO JUDICIAL QUE SE MOSTRA NECESSÁRIA E
ADEQUADA PARA PRESERVAR O VALOR FUNDAMENTAL DA PESSOA
HUMANA. OBSERVÂNCIA, ADEMAIS, DO POSTULADO DA INAFASTABILIDADE
DA JURISDIÇÃO. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO PARA MANTER A SENTENÇA
CASSADA PELO TRIBUNAL. I - É lícito ao Judiciário impor à Administração
Pública obrigação de fazer, consistente na promoção de medidas ou na
execução de obras emergenciais em estabelecimentos prisionais. II -
Supremacia da dignidade da pessoa humana que legitima a intervenção judicial.
III - Sentença reformada que, de forma correta, buscava assegurar o respeito à
integridade física e moral dos detentos, em observância ao art. 5º, XLIX, da
Constituição Federal. IV - Impossibilidade de opor-se à sentença de primeiro
grau (STF-RE 592581/RS, DJ em 13/08/15)

VÍTIMA DE ASSALTO OCORRIDO EM REGIÃO DO ESTADO DE PERNAMBUCO AO


QUAL SE ATRIBUI OMISSÃO NO DESEMPENHO DA OBRIGAÇÃO DE
OFERECER À POPULAÇÃO LOCAL NÍVEIS EFICIENTES E ADEQUADOS DE
SEGURANÇA PÚBLICA - PRÁTICA CRIMINOSA QUE CAUSOU TETRAPLEGIA À
VÍTIMA E QUE LHE IMPÔS, PARA SOBREVIVER, DEPENDÊNCIA ABSOLUTA EM
RELAÇÃO A SISTEMA DE VENTILAÇÃO PULMONAR ARTIFICIAL - NECESSIDADE
DE IMPLANTAÇÃO DE MARCAPASSO DIAFRAGMÁTICO INTRAMUSCULAR
(MARCAPASSO FRÊNICO) - RECUSA DO ESTADO DE PERNAMBUCO EM
VIABILIZAR A CIRURGIA DE IMPLANTE DE REFERIDO MARCAPASSO, A
DESPEITO DE HAVER SUPOSTAMENTE FALHADO EM SEU DEVER
CONSTITUCIONAL DE PROMOVER AÇÕES EFICAZES E ADEQUADAS DE
SEGURANÇA PÚBLICA EM FAVOR DA POPULAÇÃO LOCAL (CF, art. 144, “caput”)
- DISCUSSÃO EM TORNO DA RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO ESTADO
(CF, art. 37, § 6º) - TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO - DOUTRINA -
PRECEDENTES - ANTECIPAÇÃO DE TUTELA CONCEDIDA EM FAVOR DA VÍTIMA,
NA CAUSA PRINCIPAL, PELO SENHOR DESEMBARGADOR RELATOR DO
PROCESSO - SUSPENSÃO DE EFICÁCIA DESSA DECISÃO POR ATO DA
PRESIDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - MEDIDA DE CONTRACAUTELA
QUE NÃO SE JUSTIFICAVA EM RAZÃO DA AUSÊNCIA DE SEUS PRESSUPOSTOS -
DIREITO À VIDA E À SAÚDE - DEVER ESTATAL DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE
RESULTANTE DE NORMA CONSTITUCIONAL (CF, arts. 196 e 197) - OBRIGAÇÃO
JURÍDICO-CONSTITUCIONAL QUE SE IMPÕE AO PODER PÚBLICO, INCLUSIVE
AOS ESTADOS-MEMBROS DA FEDERAÇÃO - CONFIGURAÇÃO, NO CASO, DE
TÍPICA HIPÓTESE DE OMISSÃO INCONSTITUCIONAL IMPUTÁVEL AO ESTADO DE
PERNAMBUCO - DESRESPEITO À CONSTITUIÇÃO PROVOCADO POR INÉRCIA
ESTATAL (RTJ 183/818-819) - COMPORTAMENTO QUE TRANSGRIDE A

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
AUTORIDADE DA LEI FUNDAMENTAL DA REPÚBLICA (RTJ 185/794-796) - A
QUESTÃO DA RESERVA DO POSSÍVEL: RECONHECIMENTO DE SUA
INAPLICABILIDADE, SEMPRE QUE A INVOCAÇÃO DESSA CLÁUSULA PUDER
COMPROMETER O NÚCLEO BÁSICO QUE QUALIFICA O MÍNIMO EXISTENCIAL
(RTJ 200/191-197) - O PAPEL DO PODER JUDICIÁRIO NA
IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS INSTITUÍDAS PELA
CONSTITUIÇÃO E NÃO EFETIVADAS PELO PODER PÚBLICO - A FÓRMULA
DA RESERVA DO POSSÍVEL NA PERSPECTIVA DA TEORIA DOS CUSTOS
DOS DIREITOS: IMPOSSIBILIDADE DE SUA INVOCAÇÃO PARA
LEGITIMAR O INJUSTO INADIMPLEMENTO DE DEVERES ESTATAIS DE
PRESTAÇÃO CONSTITUCIONALMENTE IMPOSTOS AO PODER PÚBLICO - A
TEORIA DA “RESTRIÇÃO DAS RESTRIÇÕES” (OU DA “LIMITAÇÃO DAS
LIMITAÇÕES”) - CARÁTER COGENTE E VINCULANTE DAS NORMAS
CONSTITUCIONAIS, INCLUSIVE DAQUELAS DE CONTEÚDO PROGRAMÁTICO,
QUE VEICULAM DIRETRIZES DE POLÍTICAS PÚBLICAS, ESPECIALMENTE NA
ÁREA DA SAÚDE (CF, ARTS. 6º, 196 E 197) - A QUESTÃO DAS “ESCOLHAS
TRÁGICAS” - A COLMATAÇÃO DE OMISSÕES INCONSTITUCIONAIS COMO
NECESSIDADE INSTITUCIONAL FUNDADA EM COMPORTAMENTO AFIRMATIVO
DOS JUÍZES E TRIBUNAIS E DE QUE RESULTA UMA POSITIVA CRIAÇÃO
JURISPRUDENCIAL DO DIREITO - CONTROLE JURISDICIONAL DE LEGITIMIDADE
DA OMISSÃO DO PODER PÚBLICO: ATIVIDADE DE FISCALIZAÇÃO JUDICIAL
QUE SE JUSTIFICA PELA NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DE CERTOS
PARÂMETROS CONSTITUCIONAIS (PROIBIÇÃO DE RETROCESSO SOCIAL,
PROTEÇÃO AO MÍNIMO EXISTENCIAL, VEDAÇÃO DA PROTEÇÃO INSUFICIENTE E
PROIBIÇÃO DE EXCESSO) - DOUTRINA - PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL EM TEMA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DELINEADAS
NA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA (RTJ 174/687 - RTJ 175/1212-1213 - RTJ
199/1219-1220) - RECURSO DE AGRAVO PROVIDO.(STF—STA 223-Agr/PE, DJ
em 09/04/14).

DIREITO CONSTITUCIONAL E DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.


AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. GARANTIA
ESTATAL DE VAGA EM CRECHE. PRERROGATIVA CONSTITUCIONAL.
AUSÊNCIA DE INGERÊNCIA NO PODER DISCRICIONÁRIO DO PODER
EXECUTIVO. PRECEDENTES.
A educação infantil é prerrogativa constitucional indisponível, impondo ao
Estado a obrigação de criar condições objetivas que possibilitem o efetivo
acesso a creches e unidades pré-escolares.
É possível ao Poder Judiciário determinar a implementação pelo Estado,
quando inadimplente, de políticas públicas constitucionalmente previstas,
sem que haja ingerência em questão que envolve o poder discricionário do
Poder Executivo.
Agravo regimental improvido. (STF-RE 464143/SP- DJ em 18/02/10).

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
CRECHE. RESERVA DO POSSÍVEL. TESE ABSTRATA.
A tese da reserva do possível (Der Vorbehalt des Möglichen) assenta-se
na idéia romana de Por tal motivo, não se considera a insuficiência de
recursos orçamentários como mera falácia. que a obrigação impossível
não pode ser exigida (impossibilium nulla obligatio est). Todavia, observa-
se que a reserva do possível está vinculada à escassez, que pode ser
compreendida como desigualdade. Bens escassos não podem ser
usufruídos por todos e, justamente por isso, sua distribuição faz-se
mediante regras que pressupõem o direito igual ao bem e a
impossibilidade do uso igual e simultâneo. Essa escassez, muitas vezes, é
resultado de escolha, de decisão: quando não há recursos suficientes, a
decisão do administrador de investir em determinada área implica
escassez de outra que não foi contemplada. Por esse motivo, em um
primeiro momento, a reserva do possível não pode ser oposta à efetivação
dos direitos fundamentais, já que não cabe ao administrador público
preteri-la, visto que não é opção do governante, não é resultado de juízo
discricionário, nem pode ser encarada como tema que depende
unicamente da vontade política. Nem mesmo a vontade da maioria pode
tratar tais direitos como secundários. Isso porque a democracia é, além
dessa vontade, a realização dos direitos fundamentais. Portanto, aqueles
direitos que estão intimamente ligados à dignidade humana não podem
ser limitados em razão da escassez, quando ela é fruto das escolhas do
administrador. Não é por outra razão que se afirma não ser a reserva do
possível oponível à realização do mínimo existencial. Seu conteúdo, que
não se resume ao mínimo vital, abrange também as condições
socioculturais que assegurem ao indivíduo um mínimo de inserção na vida
social. Sendo assim, não fica difícil perceber que, entre os direitos
considerados prioritários, encontra-se o direito à educação. No espaço
público (no qual todos são, in abstrato, iguais e cuja diferenciação dá-se
mais em razão da capacidade para a ação e discurso do que em virtude de
atributos biológicos), local em que são travadas as relações comerciais,
profissionais e trabalhistas, além de exercida a cidadania, a ausência de
educação, de conhecimento, em regra, relega o indivíduo a posições
subalternas, torna-o dependente das forças físicas para continuar a
sobreviver, ainda assim, em condições precárias. Eis a razão pela qual os
arts. 227 da CF/1988 e 4º da Lei n. 8.069/1990 dispõem que a educação
deve ser tratada pelo Estado com absoluta prioridade. No mesmo sentido,
o art. 54, IV, do ECA prescreve que é dever do Estado assegurar às
crianças de zero a seis anos de idade o atendimento em creche e pré-
escola. Portanto, na hipótese, o pleito do MP encontra respaldo legal e
jurisprudencial. Porém é preciso ressalvar a hipótese de que, mesmo com
a alocação dos recursos no atendimento do mínimo existencial, persista a
carência orçamentária para atender a todas as demandas. Nesse caso, a
escassez não seria fruto da escolha de atividades não prioritárias, mas
sim da real insuficiência orçamentária. Em situações limítrofes como essa,
não há como o Poder Judiciário imiscuir-se nos planos governamentais,
pois eles, dentro do que é possível, estão de acordo com a CF/1988, não
havendo omissão injustificável. Todavia, a real insuficiência de recursos
deve ser demonstrada pelo Poder Público, não sendo admitido que a tese
seja utilizada como uma desculpa genérica para a omissão estatal no

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
campo da efetivação dos direitos fundamentais, principalmente os de
cunho social. Dessarte, no caso dos autos, em que não há essa
demonstração, impõe-se negar provimento ao especial do município.
(STJ-REsp 1.185.474/SC, julgado em 20/4/2010 )

!
4. RESUMO DO CONCURSEIRO
!
Esquema do trâmite ds créditos extraordinários:
!
∀#∃%&&∋#!(%&)∗!+,!
−./∗∃,0)#!,!
1%0∗0/∗&!,∃%),!
2∗.,3,.!4∗.)5!6778!96!
+∗!∀1:!

∀∀;!+∗!∀<∃∗.∗!.,∗=%>∗!
Β#)∗/∋#!2,=#! ,?∗∃,!+,!
2=,0Χ.%#!+#!∆,0∗+#! 3#0&≅)Α3%#0∗=%+∗+,!

∀∀;!+#!∆,0∗+#!
.,∗=%>∗!,?∗∃,!+,! Β#)∗/∋#!2,=#!
2=,0Χ.%#!+∗!∀<∃∗.∗!
3#0&≅)Α3%#0∗=%+∗+,!

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!

COMO SE DÁ A INCORPORAÇÃO DOS CRÉDITOS ADICIONAIS?

Suplementares: incorporam-se ao orçamento, passando a fazer parte da


dotação orçamentária a que se destinou reforçar.
Especiais: incorporam-se ao orçamento, mas a conta será demonstrada
separadamente.
Extraordinários: incorporam-se ao orçamento, mas a conta será
demonstrada separadamente.

SUPLEMENTAR ESPECIAL EXTRAORDINÁRIO

Finalidade: Reforço de atender atender a


dotação despesas não despesas
orçamentária já previstas no imprevisíveis e
existente. orçamento urgentes (como
guerra, comoção
interna ou
calamidade pública).

Rito de Mesmo da LOA Mesmo da LOA rito das medidas


apreciação: provisórias,havendo
uma pequena
diferença, pois o
parecer será emitido
pela Comissão Mista
de Orçamento e
Finanças (62 c/c
166, §1 da CF)
limitada ao limitada ao limitada ao exercício
Vigência:
exercício em que exercício em que em que forem
forem autorizados forem autorizados (até 31-
(até 31-12). autorizados (até 12).
31-12).

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
dependem de dependem de independe de
Autorização
autorização autorização autorização
e abertura:
legal, conforme legal, conforme legislativa, devido
art. 167, §5 da art. 167, §5 da ao seu caráter de
CF e art. 42 da CF e art. 42 da urgência e
Lei 4.320/64. Lei 4.320/64. imprevisibilidade.
A abertura A abertura será por
A exceção é o ocorre por meio meio de Medida
disposto no art. de decreto Provisória (âmbito
165, §8 (princípio (executivo), federal) ou decreto
da exclusividade), conforme art. 42 do executivo (art.
que permite que da Lei 4.320/64. 62 c/c 167, § da
a autorização CF).
ocorra na própria Lembra que existe
LOA em alguns divergência acerca
casos. da abertura no
âmbito estadual e
por meio de municipal.
decreto
(executivo),
conforme art. 42
da Lei 4.320/64.

não existe terão vigência terão vigência no


Possibilidade
no exercício exercício financeiro
de
financeiro em em que forem
Prorrogação:
que forem autorizados, salvo
autorizados, se o ato de
salvo se o ato de autorização for
autorização for promulgado nos
promulgado nos últimos quatro
últimos quatro meses daquele
meses daquele exercício, caso em
exercício, caso que, reabertos nos
em que, limites de seus
reabertos nos saldos, serão
limites de seus incorporados ao
saldos, serão orçamento do
incorporados ao exercício financeiro
orçamento do subsequente (art.
exercício 167, §2 da CF).
financeiro
subsequente
(art. 167, §2 da
CF).

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!

SIM (art. 167, SIM (art. 167, NÃO


Indicação de
V,CF) V,CF)
recursos

Incorporação incorporam-se ao incorporam-se incorporam-se ao


orçamento, ao orçamento, orçamento, mas a
passando a fazer mas a conta conta será
parte da dotação será demonstrada
orçamentária a demonstrada separadamente.
que se destinou separadamente.
reforçar.

.,&,.Ε∗!+,!
3#0≅0ΦΓ03%∗!!

#2,.∗/Κ,&!+,!
3.Λ+%)#!
∗Α)#.%>∗+∗&8!,∃! &Α2,.ΧΕ%)!Η0∗03,%.#!
Μ#.∃∗!ΝΑ,! ∗2Α.∗+#!,∃!Ι∗=∗0/#!
ΟΑ.%+%3∗∃,0),! 2∗).%∃#0%∗=!+#!
2#&&%Ι%=%),!∗#! ,?,.3ϑ3%#!∗0),.%#.!
2#+,.!,?,3Α≅Ε#! (5Χ34;!∆4!64Ε:6;5;!
.,∗=%>ΧΠ=∗&!! Φ868!8Γ463:68!∆4!
Ε6Η∆735;!8∆7Ε75Χ87;!

∗0Α=∗/∋#!2∗.3%∗=!#Α!
,?3,&&#!+,! )#)∗=!+,!+#)∗/Κ,&!
∗..,3∗+∗/∋#!! #./∗∃,0)Χ.%∗&!#Α!+,!
3.Λ+%)#&!∗+%3%#0∗%&!

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!

Ο7ΧΕ:=8ΛΚ5!∆4!
7ΜΦ5;35;!8!≅:Χ∆5;!
4;Φ4Ε787;!9:4!
34ΧΠ8Μ!;7∆5!Ε678∆5;!
Φ56!%Μ4Χ∆8! Ε%03Α=∗/∋#!+,!∗)Λ!Ω8Ξ!
Φ∗.∗0≅∗8! +5Χ;Θ3:Ε75Χ8=! Ψ!+∗!.,3,%)∗!
3#0).∗Φ∗.∗0≅∗!Σ!
).%ΙΑ)Χ.%∗!=ϑΝΑ%+∗!+#&!
Ρ0%∋#!,!2∗Φ∗∃,0)#!
,&)∗+#&!,!+#!Ζ1!!∗!
+,!+ΛΙ%)#&!2∗.∗!3#∃! ΜΑ0+#!,&)∗+Α∗=!+,!
,&)∗!
Μ#∃,0)#!Σ!3Α=)Α.∗!

Ε%03Α=∗/∋#!+,!∗)Λ!
.,2∗.≅/∋#!+#!2.#+Α)#! Ω8Ξ!Ψ!+∗!.,3,%)∗!
+∗!∗..,3∗+∗/∋#!+#&! ).%ΙΑ)Χ.%∗!=ϑΝΑ%+∗!
%∃2#&)#&!∗!ΝΑ,!&,!
.,Μ,.,∃!#&!∗.)&5!6Ξ∴!,!
)Κ5!8≅438ΛΚ5!∆8;! +#&!,&)∗+#&!,!+#!Ζ1!
∗!2.#Φ.∗∃∗!+,!∗2#%#!
6Ξ]!! 64Ε4738;!∆4!7ΜΦ5;35;Ν! Σ!%03=Α&∋#!,!
2.#ϑΙ,!Ε%03Α=∗/∋#!+,! 2.#∃#/∋#!&#3%∗=!!

%∃2#&)#&!∗!ς.Φ∋#8!
ΜΑ0+#!#Α!+,&2,&∗5!

2.,&)∗/∋#!+,!
+,&≅0∗/∋#!+,! Φ∗.∗0≅∗&!Σ&!
.,3Α.&#&!2∗.∗!∗&!∗/Κ,&! #2,.∗/Κ,&!+,!
,!&,.Ε%/#&!2[Ι=%3#&!+,! 3.Λ+%)#!2#.!
&∗[+,!! ∗0),3%2∗/∋#!+,!
.,3,%)∗!

+,&≅0∗/∋#!+,!
+,&≅0∗/∋#!+,! .,3Α.&#&!2∗.∗!∗!
.,3Α.&#&!2∗.∗!
.,∗=%>∗/∋#!+,!
∃∗0Α),0/∋#!,!
∗≅Ε%+∗+,&!+∗!
+,&,0Ε#=Ε%∃,0)#!+#! ∗+∃%0%&).∗/∋#!
,0&%0#!!
).%ΙΑ)Χ.%∗!

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!

Lembrem-se que as hipóteses excepcionais de vinculação de impostos


estão previstas na CF, portanto, apenas por meio de Emenda
Constitucional é possível estabelecer outras vinculações ou alterar as já
existentes.
No caso de outros tributos, a vinculação pode ocorrer poe meio de lei
infraconstitucional.

Vedações orçamentárias

Não afetação (vinculação) das receitas de impostos à órgão, fundo ou


despesa.

Proibição de estorno:

• veda a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos


de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro
• veda a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos
orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir
déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos mencionados na
LOA

o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual


e a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que
excedam os créditos orçamentários ou adicionais

a realização de operações de créditos que excedam o montante das


despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos
suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder
Legislativo por maioria absoluta

a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização


legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!

a concessão ou utilização de créditos ilimitados

a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização


legislativa

a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos,


inclusive por antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e
suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com pessoal
ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios

a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais do


empregado e do empregador, para a realização de despesas distintas do
pagamento de benefícios do regime geral de previdência social de que
trata o art. 201

Chegamos ao fim de nossa aula!


Grande abraço!
Natália Riche
profnatbfr@gmail.com

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!

5. QUESTÕES COMENTADAS
!

1. PGFN-Procurador da Fazenda Nacional-2015-ESAF


(adaptada)
O primado da legalidade é medida de extrema relevância no
âmbito do Direito Financeiro, de sorte que condutas ocorridas
nessa seara devem, em regra, previamente possuir autorização
legislativa. Diante do exposto, assinale a opção incorreta.
a)Sempre há necessidade de autorização legislativa para a transposição
ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para
outra.
b)Sempre há necessidade de autorização legislativa para abertura de
crédito especial.
c)Sempre há necessidade de autorização legislativa para instituição de
fundos.
d)Sempre há necessidade de autorização legislativa para utilização de
recursos do orçamento fiscal para suprir necessidade ou cobrir déficit de
empresas.
Comentário:
Excelente questão, que exige conhecimento das exceções às proibições
contidas no art. 167 da CF.
O item A está incorreto, pois o art. 167, §5 (EC 85/15) previu a
possibilidade de transposição, remanejamento ou transferência de
recursos de uma categoria de programação, no âmbito das atividades de
ciência, tecnologia e inovação, mediante ato do Poder Executivo, sem
necessidade da prévia autorização legislativa.
O item B está correto. É vedada a abertura de crédito suplementar ou
especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos
correspondente (art. 167, V, da CF/88).
O item C também está correto.É vedada a instituição de fundos de
qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa (art. 167, IX, da
CF)

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
O item D está correto. É vedada a utilização, sem autorização legislativa
específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para
suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos,
inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º (art. 167, VIII, da CF)
Gabarito: A

2. PGFN-Procurador da Fazenda Nacional-2015-ESAF


(adaptada)
Sobre a implementação de créditos suplementares, assinale a
opção correta.
a)Os recursos que, em decorrência de veto, ficarem sem despesas
correspondentes não poderão ser utilizados mediante crédito
suplementar.
b)O crédito suplementar terá vigência no exercício financeiro em que for
autorizado, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos
quatro meses daquele exercício, caso em que, reaberto nos limites de seu
saldo, será incorporado ao orçamento do exercício financeiro
subsequente.
c)Medida provisória é instrumento idôneo para autorização de crédito
suplementar.
d)O superávit financeiro apurado em balanço patrimonial de exercício
anterior pode ser usado como recurso para dar cobertura ao crédito
suplementar.
e)Crédito suplementar não pode ser aberto mediante decreto.
Comentário:
O item A está incorreto. O art.166, § 8 da CF dispõe que os recursos
que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei
orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser
utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou
suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.
O item B está incorreto. Notem que o art. 167, § 2º da CF refere-se
apenas a créditos especiais e extraordinários. : Os créditos especiais e
extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem
autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos
quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de
seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro
subseqüente.
O item C está incorreto. Na verdade, nos termos do art. 62, § 1,I, d c/c
art. 167,§ 3 da CF, a Medida Provisória é instrumento idôneo para
autorização de crédito extraordinário.

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá
adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato
ao Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de
2001)
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:(Incluído pela
Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
I – relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e
suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;(Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
Art. 167, § 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para
atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra,
comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62.

O item D está correto. Nos termos do art. 43, § 1, I da Lei 4.320/64, a


abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de
recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida de
exposição justificativa.
(...)
§ 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que não
comprometidos:
I - o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior.

O item E está incorreto, pois o art. 165,§ 8 da CF c/c art. 42 da Lei


4.320/64 dispõe que os créditos suplementares podem ser abertos por
decreto do Executivo, desde que haja prévia
Gabarito: D

3. PGFN-Procurador da Fazenda Nacional-2012-ESAF


Algumas decisões judiciais têm exercido o controle jurisdicional
de políticas públicas, dentre as quais as relativas à saúde e à
educação. A par da sua natureza jurisdicional, tais decisões, por
vezes, acabam por interferir na programação e execução
orçamentária em curso, o que exige sua submissão ao Direito
Financeiro. Acerca do tema, assinale a opção correta.

a)Descabe a intervenção do judiciário nas políticas públicas, por atentar


contra a separação dos Poderes.
b)A jurisdicionalização da política exige complexas avaliações técnicas –
de ordem pedagógica, médica, administrativa, orçamentária e financeira –
o que inviabiliza o seu exercício ou a produção dos seus efeitos sem a
prévia inclusão das despesas no orçamento do ano subsequente.

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
c)As decisões judiciais que interfiram na formulação e execução das
políticas públicas devem ter caráter excepcional, mas podem ser obstadas
pela invocação abstrata do princípio da reserva do possível.
d)É viável o controle judicial das políticas públicas relativas à educação e
à saúde, mas não se poderá exigir a imediata efetivação do comando
fundado no texto da Carta Política quando comprovada, objetivamente, a
incapacidade econômico-financeira da pessoa estatal.
e)O direito à saúde e à educação não são absolutos, razão pela qual a
validade da decisão judicial dependerá das consequências
macroeconômicas do pedido, de forma a preservar o regular
planejamento orçamentário e o não comprometimento de outros
programas sociais tão ou mais importantes para a população em geral.

Comentário:
A questão aborda o debate relativo ao conflito entre as previsões contidas
no orçamento e a satisfação das necessidades públicas.
A questão é complexa e envolve temas estudados em direito
constitucional, como a judicialização da poítica e a (in)devida interferência
do Judiciário na prestação de políticas públicas, bem como a observância
do mínimo existencial face à escassez de recursos públicos.
Na verdade, cada caso concreto é analisado pelos Tribunais de acordo
com suas especificidades, mas já existe o entendimento consolidado de
que em casos de colisão entre direitos fundamentais (saúde, educação
etc) e as normas orçamentárias, o primeiro deverá prevalecer.
Assim, estaria autorizado o Judiciário a intervir na prestação de políticas
públicas a fim de preservar o mínimo existencial.
Para encontrar o item correto, observem a seguinte jurisprudência do STF
sobre o tema:

ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL. A QUESTÃO DA


LEGITIMIDADE CONSTITUCIONAL DO CONTROLE E DA INTERVENÇÃO DO
PODER JUDICIÁRIO EM TEMA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS,
QUANDO CONFIGURADA HIPÓTESE DE ABUSIVIDADE GOVERNAMENTAL.
DIMENSÃO POLÍTICA DA JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL ATRIBUÍDA AO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. INOPONIBILIDADE DO ARBÍTRIO ESTATAL À
EFETIVAÇÃO DOS DIREITOS SOCIAIS, ECONÔMICOS E CULTURAIS. CARÁTER
RELATIVO DA LIBERDADE DE CONFORMAÇÃO DO LEGISLADOR.
CONSIDERAÇÕES EM TORNO DA CLÁUSULA DA "RESERVA DO POSSÍVEL".
NECESSIDADE DE PRESERVAÇÃO, EM FAVOR DOS INDIVÍDUOS, DA
INTEGRIDADE E DA INTANGIBILIDADE DO NÚCLEO CONSUBSTANCIADOR DO
"MÍNIMO EXISTENCIAL". VIABILIDADE INSTRUMENTAL DA ARGÜIÇÃO DE

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
DESCUMPRIMENTO NO PROCESSO DE CONCRETIZAÇÃO DAS LIBERDADES
POSITIVAS (DIREITOS CONSTITUCIONAIS DE SEGUNDA GERAÇÃO).
DECISÃO: Trata-se de argüição de descumprimento de preceito fundamental
promovida contra veto, que, emanado do Senhor Presidente da República,
incidiu sobre o § 2º do art. 55 (posteriormente renumerado para art. 59), de
proposição legislativa que se converteu na Lei nº 10.707/2003 (LDO), destinada
a fixar as diretrizes pertinentes à elaboração da lei orçamentária anual de 2004.
(...)Não deixo de conferir, no entanto, assentadas tais premissas, significativo
relevo ao tema pertinente à "reserva do possível" (STEPHEN HOLMES/CASS R.
SUNSTEIN, "The Cost of Rights", 1999, Norton, New York), notadamente em
sede de efetivação e implementação (sempre onerosas) dos direitos de segunda
geração (direitos econômicos, sociais e culturais), cujo adimplemento, pelo
Poder Público, impõe e exige, deste, prestações estatais positivas
concretizadoras de tais prerrogativas individuais e/ou coletivas.
É que a realização dos direitos econômicos, sociais e culturais - além de
caracterizar-se pela gradualidade de seu processo de concretização -
depende, em grande medida, de um inescapável vínculo financeiro
subordinado às possibilidades orçamentárias do Estado, de tal modo
que, comprovada, objetivamente, a incapacidade econômico-financeira
da pessoa estatal, desta não se poderá razoavelmente exigir,
considerada a limitação material referida, a imediata efetivação do
comando fundado no texto da Carta Política.
Não se mostrará lícito, no entanto, ao Poder Público, em tal hipótese - mediante
indevida manipulação de sua atividade financeira e/ou político-administrativa -
criar obstáculo artificial que revele o ilegítimo, arbitrário e censurável propósito
de fraudar, de frustrar e de inviabilizar o estabelecimento e a preservação, em
favor da pessoa e dos cidadãos, de condições materiais mínimas de existência.
Cumpre advertir, desse modo, que a cláusula da "reserva do possível" -
ressalvada a ocorrência de justo motivo objetivamente aferível - não pode ser
invocada, pelo Estado, com a finalidade de exonerar-se do cumprimento de suas
obrigações constitucionais, notadamente quando, dessa conduta governamental
negativa, puder resultar nulificação ou, até mesmo, aniquilação de direitos
constitucionais impregnados de um sentido de essencial fundamentalidade.
Daí a correta ponderação de ANA PAULA DE BARCELLOS ("A Eficácia Jurídica dos
Princípios Constitucionais", p. 245-246, 2002, Renovar):
"Em resumo: a limitação de recursos existe e é uma contingência que não se
pode ignorar. O intérprete deverá levá-la em conta ao afirmar que algum bem
pode ser exigido judicialmente, assim como o magistrado, ao determinar seu
fornecimento pelo Estado. Por outro lado, não se pode esquecer que a finalidade
do Estado ao obter recursos, para, em seguida, gastá-los sob a forma de obras,
prestação de serviços, ou qualquer outra política pública, é exatamente realizar
os objetivos fundamentais da Constituição. (STF-ADPF 45 MC/DF- DJ em
04/05/04).

• Gabarito: D

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!

Ο7ΧΕ:=8ΛΚ5!∆4!
7ΜΦ5;35;!8!≅:Χ∆5;!
4;Φ4Ε787;!9:4!
34ΧΠ8Μ!;7∆5!Ε678∆5;!
Φ56!%Μ4Χ∆8! Ε%03Α=∗/∋#!+,!∗)Λ!Ω8Ξ!
Φ∗.∗0≅∗8! +5Χ;Θ3:Ε75Χ8=! Ψ!+∗!.,3,%)∗!
3#0).∗Φ∗.∗0≅∗!Σ!
).%ΙΑ)Χ.%∗!=ϑΝΑ%+∗!+#&!
Ρ0%∋#!,!2∗Φ∗∃,0)#!
,&)∗+#&!,!+#!Ζ1!!∗!
+,!+ΛΙ%)#&!2∗.∗!3#∃! ΜΑ0+#!,&)∗+Α∗=!+,!
,&)∗!
Μ#∃,0)#!Σ!3Α=)Α.∗!

Ε%03Α=∗/∋#!+,!∗)Λ!
.,2∗.≅/∋#!+#!2.#+Α)#! Ω8Ξ!Ψ!+∗!.,3,%)∗!
+∗!∗..,3∗+∗/∋#!+#&! ).%ΙΑ)Χ.%∗!=ϑΝΑ%+∗!
%∃2#&)#&!∗!ΝΑ,!&,!
.,Μ,.,∃!#&!∗.)&5!6Ξ∴!,!
)Κ5!8≅438ΛΚ5!∆8;! +#&!,&)∗+#&!,!+#!Ζ1!
∗!2.#Φ.∗∃∗!+,!∗2#%#!
6Ξ]!! 64Ε4738;!∆4!7ΜΦ5;35;Ν! Σ!%03=Α&∋#!,!
2.#ϑΙ,!Ε%03Α=∗/∋#!+,! 2.#∃#/∋#!&#3%∗=!!

%∃2#&)#&!∗!ς.Φ∋#8!
ΜΑ0+#!#Α!+,&2,&∗5!

2.,&)∗/∋#!+,!
+,&≅0∗/∋#!+,! Φ∗.∗0≅∗&!Σ&!
.,3Α.&#&!2∗.∗!∗&!∗/Κ,&! #2,.∗/Κ,&!+,!
,!&,.Ε%/#&!2[Ι=%3#&!+,! 3.Λ+%)#!2#.!
&∗[+,!! ∗0),3%2∗/∋#!+,!
.,3,%)∗!

+,&≅0∗/∋#!+,!
+,&≅0∗/∋#!+,! .,3Α.&#&!2∗.∗!∗!
.,3Α.&#&!2∗.∗!
.,∗=%>∗/∋#!+,!
∃∗0Α),0/∋#!,!
∗≅Ε%+∗+,&!+∗!
+,&,0Ε#=Ε%∃,0)#!+#! ∗+∃%0%&).∗/∋#!
,0&%0#!!
).%ΙΑ)Χ.%∗!

O item II está correto. Trata-se da literalidade d art. 167, III da CF.


É a chamada regra de ouro da administração, que proíbe a realização de
empréstimos vultuosos que ultrapassem o valor das despesas de capital.
Isso porque, se o ente realiza empréstimos até para pagar despesas
correntes, isso significa que haverá dificuldades em quitá-lo.
Assim, busca-se conter o endividamento do ente, garantindo que, pelo
menos, as receitas relacionadas ao endividamento não excedam os gastos
com investimento.

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 41 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
Por isso, o artigo estabelece as limitações vistas acima: aprovação por
maioria absoluta do poder legislativo etc.
O Item III também está correto.
Trata-se da proibição de estorno, contida no art. 167, VI da CF, que veda
a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma
categoria de programação para outra ou de um órgão para outro.
Sendo que transposição é a destinação de recursos de um órgão para o
outro; remanejamento é a realocação de verbas orçamentárias no
âmbito dos programas de trabalho, dentro do mesmo órgão e
transferência é a realocação de dotações entre as categorias econômicas
de despesas, dentro do mesmo órgão ou programa de trabalho).
Em relação a esse ponto, existe uma exceção, encontrada na EC 86/15,
que permite a transposição, o remanejamento ou a transferência de
recursos de uma categoria de programação para outra, quando estiverem
relacionadas às atividades de ciência, tecnologia e inovação, com o
objetivo de viabilizar os resultados de projetos restritos à essas funções,
mediante ato do poder executivo, sem a necessidade de prévia
autorização legislativa.

Gabarito: I certo II certo III certo

4. PGE-PI-2014 –Procurador do Estado- CESPE


Acerca dos créditos adicionais no direito financeiro, assinale a
opção correta de acordo com a Lei nº 4.320/1964, que estatui
normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle
dos orçamentos e balanços da União, dos estados, dos
municípios e do DF.
a)Os créditos suplementares destinam-se a despesas para as quais não
haja dotação orçamentária específica.
b)Os créditos especiais destinam-se ao reforço de dotação orçamentária
insuficiente; os extraordinários, a cobrir despesas urgentes e imprevistas,
em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública.
c)Os créditos suplementares serão autorizados por decreto do Poder
Executivo e dependerão da existência de recursos disponíveis para se
atender à despesa.
d)Recursos disponíveis para legitimar a abertura de créditos
suplementares são apenas o superávit financeiro apurado em balanço
patrimonial do exercício anterior e os recursos provenientes de excesso
de arrecadação.

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 42 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
e)Os créditos adicionais, que incluem as autorizações de despesas não
computadas ou insuficientemente dotadas na LOA, terão vigência adstrita
ao exercício financeiro em que forem abertos, salvo expressa disposição
legal em contrário quanto aos especiais e extraordinários.
Comentários:
O item A está incorreto. Os créditos suplementares destinam-se a reforço
de dotação já existente. São os créditos especiais que destinam-se a
atender despesas não previstas no orçamento.
O item B está incorreto. Como vimos acima, são os créditos
suplementares que destinam-se a reforço de dotação orçamentária
insuficiente. Por sua vez, a finalidade do crédito extraordinário prevista na
questão está incorreta.
O item C está incorreto. O art, 42 da Lei 4.320/64, prevê que a abertura
desses créditos ocorre por meio de decreto (executivo) e deve indicar os
recursos correspondentes, conforme art. 167, V da CF.
No que se refere à autorização, deverá decorrer de lei, conforme art.
167, §5 da CF e art. 42 da Lei 4.320/64
O item D está incorreto. Conforme art, 43 da Lei 4.320/64, existem
outras fontes de créditos suplementares. Vejam o esquema abaixo:!

.,&,.Ε∗!+,!
3#0≅0ΦΓ03%∗!!

#2,.∗/Κ,&!+,!
3.Λ+%)#!
∗Α)#.%>∗+∗&8!,∃! &Α2,.ΧΕ%)!
Η0∗03,%.#!∗2Α.∗+#!
Μ#.∃∗!ΝΑ,! ,∃!Ι∗=∗0/#!
ΟΑ.%+%3∗∃,0),! 2∗).%∃#0%∗=!+#!
2#&&%Ι%=%),!∗#! ,?,.3ϑ3%#!∗0),.%#.!
2#+,.!,?,3Α≅Ε#! (5Χ34;!∆4!64Ε:6;5;!
.,∗=%>ΧΠ=∗&!! Φ868!8Γ463:68!∆4!
Ε6Η∆735;!8∆7Ε75Χ87;!

∗0Α=∗/∋#!2∗.3%∗=!#Α!
)#)∗=!+,!+#)∗/Κ,&!
,?3,&&#!+,!
#./∗∃,0)Χ.%∗&!#Α!
∗..,3∗+∗/∋#!!
+,!3.Λ+%)#&!
∗+%3%#0∗%&!

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 43 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
O item E está correto. O art. 167, §2 da CF, prevê que ambos terão
vigência no exercício financeiro em que forem abertos, salvo se o ato de
autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício,
caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao
orçamento do exercício financeiro subsequente .
Gabarito: E.

5. PGE-BA-2014 –Procurador do Estado- CESPE


( ) Os recursos sem as correspondentes despesas podem ser
utilizados mediante créditos extraordinários.
Comentário:
O item está incorreto. Conforme art. 166, §8 da CF, os recursos que, em
decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária
anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados,
conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com
prévia e específica autorização legislativa.
• Gabarito: errado.

6. PG-DF-2013 –Procurador - CESPE


Tendo em vista que as operações de crédito que excedam o
montante das despesas de capital poderão ser autorizadas,
desde que tenham finalidade precisa e sejam autorizadas por
lei, julgue os itens que se seguem, relativos a crédito
orçamentário e operações de crédito.

I- ( ) Segundo a Lei n.º 4.320/1964, não há necessidade da


indicação de recursos quando os créditos adicionais servirem para
adicionar valor à dotação anterior.
II- ( ) Os créditos extraordinários são espécie de créditos especiais
e, por isso, sua criação independe de autorização legal.
Comentário:
O item I está errado. Nos termos do art. 46 da Lei 4.320/64, o ato que
abrir crédito adicional indicará a importância, a espécie do mesmo e a
classificação da despesa, até onde for possível.
Acerca da indicação de recursos, lembrem-se que ela só deixa de ser
necessária no caso de créditos extraordinários.
O item II está incorreto.
Os créditos extraordinários são espécies de créditos adicionais, assim
como os suplementares e os especiais. Além disso, sua criação

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 44 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
independe de autorização legislativa, devido ao seu caráter de urgência
e imprevisibilidade.
A abertura será por meio de Medida Provisória (âmbito federal) ou
decreto do executivo (art. 62 c/c 167, § da CF).
Gabarito: I errado. II errado

7. AGU-2013 –Procurador Federal - CESPE


No que tange a normas gerais de direito financeiro, julgue os
itens que se seguem.
( ) De acordo com entendimento do STF, é inadmissível a edição
de medida provisória pelo Poder Executivo federal que determine a
abertura de crédito extraordinário em favor de órgãos componentes
desse poder, caso não estejam configuradas situações de guerra,
comoção interna ou calamidade pública.

Comentário:
O item está correto.
Confiram julgamento do STF nesse sentido:
MEDIDA CAUTELAR EM AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. MEDIDA
PROVISÓRIA N° 405, DE 18.12.2007. ABERTURA DE CRÉDITO
EXTRAORDINÁRIO. LIMITES CONSTITUCIONAIS À ATIVIDADE LEGISLATIVA
EXCEPCIONAL DO PODER EXECUTIVO NA EDIÇÃO DE MEDIDAS PROVISÓRIAS.
I. MEDIDA PROVISÓRIA E SUA CONVERSÃO EM LEI. Conversão da medida
provisória na Lei n° 11.658/2008, sem alteração substancial. Aditamento ao
pedido inicial. Inexistência de obstáculo processual ao prosseguimento do
julgamento. A lei de conversão não convalida os vícios existentes na medida
provisória. Precedentes. II. CONTROLE ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE
DE NORMAS ORÇAMENTÁRIAS. REVISÃO DE JURISPRUDÊNCIA. O Supremo
Tribunal Federal deve exercer sua função precípua de fiscalização da
constitucionalidade das leis e dos atos normativos quando houver um tema ou
uma controvérsia constitucional suscitada em abstrato, independente do caráter
geral ou específico, concreto ou abstrato de seu objeto. Possibilidade de
submissão das normas orçamentárias ao controle abstrato de
constitucionalidade. III. LIMITES CONSTITUCIONAIS À ATIVIDADE LEGISLATIVA
EXCEPCIONAL DO PODER EXECUTIVO NA EDIÇÃO DE MEDIDAS PROVISÓRIAS
PARA ABERTURA DE CRÉDITO EXTRAORDINÁRIO. Interpretação do art. 167, §
3º c/c o art. 62, § 1º, inciso I, alínea "d", da Constituição. Além dos requisitos
de relevância e urgência (art. 62), a Constituição exige que a abertura
do crédito extraordinário seja feita apenas para atender a despesas
imprevisíveis e urgentes. Ao contrário do que ocorre em relação aos
requisitos de relevância e urgência (art. 62), que se submetem a uma
ampla margem de discricionariedade por parte do Presidente da
República, os requisitos de imprevisibilidade e urgência (art. 167, § 3º)

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 45 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
recebem densificação normativa da Constituição. Os conteúdos
semânticos das expressões "guerra", "comoção interna" e "calamidade
pública" constituem vetores para a interpretação/aplicação do art. 167,
§ 3º c/c o art. 62, § 1º, inciso I, alínea "d", da Constituição. "Guerra",
"comoção interna" e "calamidade pública" são conceitos que
representam realidades ou situações fáticas de extrema gravidade e de
conseqüências imprevisíveis para a ordem pública e a paz social, e que
dessa forma requerem, com a devida urgência, a adoção de medidas
singulares e extraordinárias. A leitura atenta e a análise interpretativa do
texto e da exposição de motivos da MP n° 405/2007 demonstram que os
créditos abertos são destinados a prover despesas correntes, que não estão
qualificadas pela imprevisibilidade ou pela urgência. A edição da MP n° 405/2007
configurou um patente desvirtuamento dos parâmetros constitucionais que
permitem a edição de medidas provisórias para a abertura de créditos
extraordinários. IV. MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA. Suspensão da vigência da Lei
n° 11.658/2008, desde a sua publicação, ocorrida em 22 de abril de 2008. (ADI
4048-MC/DF-DJ 22/08/08)

Gabarito: certo.

8. AGU-2013 –Procurador Federal - CESPE


No que tange as normas gerais de direito financeiro, julgue:
( ) De acordo com dispositivo constante da Lei n.º 4.320/1964, os
créditos adicionais são autorizações de despesas não computadas ou
insuficientemente dotadas na lei orçamentária, classificando-se em
suplementares os direcionados a reforço orçamentário; em especiais,
os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária
específica; e em extraordinários, os que se destinem a despesas
urgentes e imprevistas, em casos de guerra, comoção intestina ou
calamidade pública.
Comentário:
O item está correto. Nos termos do art. 167, §3 e art 41 da Lei
4.320/64. Notem que a expressão comoção intestina é exatamente a
que aparece na lei supracitada.
Gabarito: certo.

9. AGU-2013 –Procurador Federal - CESPE


À luz das normas constitucionais relativas a matéria tributária,
julgue os itens que se seguem.

( ) Se um município criar um programa de apoio à inclusão e


promoção social, poderá financiá-lo com os recursos ordinários do
orçamento, sendo vedada a vinculação da receita tributária para tanto,
consoante o princípio da não vinculação.

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 46 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
Comentário:
O item está correto.
Trata-se de uma das exceções ao princípio da não vinculação da receita
de impostos, prevista no art. 204, parágrafo único, da CF, que permite a
vinculação de até 0,5 % da receita tributária líquida dos estados e do DF
a programa de apoio à inclusão e promoção social (art. 204,).
Reparem a pegadinha da questão, pois o artigo não menciona os
municípios, portanto, a vedação permenece.
Gabarito: certo.
10. BACEN-2013 –Procurador - CESPE
Assinale a opção correta no que diz respeito ao regramento
constitucional dos créditos adicionais ao orçamento público.
a)A abertura de crédito extraordinário serve para atender à necessidade
de recursos de programas continuados do governo federal, ou seja, que
ultrapassem um exercício financeiro.
b)Os recursos que, em decorrência de veto do projeto de lei orçamentária
anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados,
conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com
prévia e específica autorização legislativa.
c)Os créditos especiais são destinados a despesas relacionadas
acontecimentos que impliquem a decretação de estado de calamidade
pública, como enchentes e desabamentos.
d)O crédito suplementar serve para complementar recurso orçamentário,
portanto sua abertura não requer autorização legislativa.
e)Embora seja necessária autorização legislativa para a abertura dos
créditos especiais, seu caráter emergencial dispensa a indicação dos
recursos correspondentes.
Comentário:
Todos os itens da questão buscam confundir os conceitos dos créditos
adicionais. Recordem-se:

SUPLEMENTAR ESPECIAL EXTRAORDINÁRIO

reforço de atender atender a


dotação despesas não despesas
orçamentária já previstas no imprevisíveis e
existente. orçamento. urgentes (como
guerra, comoção
interna ou
calamidade pública).
Depende de Depende de

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 47 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
autorização. autorização. Independe de
autorização.

Deve indicar Deve indicar


recursos. recursos. Não precisa indicar
recursos.

Pelo quadro acima, nota-se que os itens A, C, D e E estão incorretos.


O único item correto é o B, que trata da previsão expressa do art. 166,
§8 da CF, que determina que os recursos que, em decorrência de veto,
emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem
despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso,
mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica
autorização legislativa.
Gabarito: B

11. TRF 3 Região-2011 –Juiz Federal - CESPE


Se uma autarquia receber, mediante determinação da lei
orçamentária, dotação insuficiente para determinado projeto:
a)terá de reduzir o valor do projeto para adequá-lo à dotação.
b)deve requerer a abertura de crédito suplementar pelo valor que falte,
caso necessite acrescer o valor.
c)deve requerer a abertura de crédito especial pelo valor que falte, caso
necessite acrescer o valor.
d)deve requerer a abertura de crédito extraordinário pelo valor que falte,
caso necessite acrescer o valor.
e)pode gastar acima do valor da dotação, até o limite permitido na lei
orçamentária.
Comentário:
O item B está correto. Na hipótese de dotação insuficiente, deverá ser
requerida a abertura de crédito suplementar, pois ele visa justamente
atender situações não previstas quando da sua elaboração (art.40 da
Lei nº 4.320/64).
Gabarito: B

12. TRF 1 Região-2011 –Juiz Federal - CESPE


Supondo que, em janeiro de 2014, ano de realização da Copa do
Mundo de Futebol no Brasil, o governo federal verifique a

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 48 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
necessidade de realizar uma obra de mobilidade urbana que
deverá estar pronta em junho de 2014, por ser indispensável
para a cerimônia de abertura dos jogos, assinale a opção
correspondente às normas por meio das quais pode ser criada a
dotação necessária à referida obra.
a)lei de criação de crédito especial ou lei do plano plurianual
b)lei orçamentária anual ou lei do plano plurianual
c)lei do plano plurianual ou lei de criação de crédito suplementar
d)lei orçamentária anual ou lei de criação de crédito suplementar
e)lei orçamentária anual ou lei de criação de crédito especiaL
Comentário:
A situação descrita enseja a abertura de crédito especial, pois trata de
despesas para as quais não existe dotação orçamentária específica.
Gabarito: E.

13. Prefeitura de Campinas-SP -2016 –Procurador –FCC


A chamada “regra de ouro” prevista constitucionalmente para
as operações de crédito consiste na:
a)vedação de realização de operações de crédito que excedam o
montante das despesas corrente, salvo se houver prévia autorização na
Lei Orçamentária Anual e se tratar de operação realizada entre 10 de
janeiro e 10 de dezembro do exercício financeiro de vigência da Lei
Orçamentária Anual.
b)vedação de realização de operações de crédito que excedam o
montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante
créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados
pelo Poder Legislativo por maioria absoluta.
c)abertura de crédito suplementar com aprovação do Poder Legislativo,
por maioria absoluta de votos, para realização de toda e qualquer
operação de crédito, exceto por antecipação de receita.
d)realização de operação de crédito por antecipação de receita apenas
após o dia 10 de janeiro e desde que não exista outra operação de
mesma natureza ainda não paga, ressalvadas as autorizadas mediante
créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados
pelo Senado por maior absoluta.
e)vedação de realização de operações de crédito por antecipação de
receita que excedam o montante das despesas de capital, ainda que
liquidadas até o dia 10 de dezembro de cada ano, com juros e outros
encargos incidentes.

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 49 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!

Comentário:
O item correto é o B.
A questão trata da regra de ouro, prevista no art. 167, III da CF, segundo
a qual é vedada a realização de operações de créditos que excedam o
montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante
créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados
pelo Poder Legislativo por maioria absoluta.
A regra busca proibir a realização de empréstimos vultuosos que
ultrapassem o valor das despesas de capital. Isso porque, se o ente
realiza empréstimos até para pagar despesas correntes, isso significa que
haverá dificuldades em quitá-lo.
Assim, busca-se conter o endividamento do ente, garantindo que, pelo
menos, as receitas relacionadas ao endividamento não excedam os gastos
com investimento.
Por isso, o artigo estabelece as limitações vistas acima: aprovação por
maioria absoluta do poder legislativo etc.
Gabarito: B

14. TCE-CE -2015 –Procurador –FCC


Diante de sentença judicial irrecorrível condenando o Estado a
custear tratamento de saúde de alto custo apenas fornecido nos
Estados Unidos, e não havendo dotação orçamentária suficiente
para manutenção da política pública de saúde e o tratamento a
que fora condenado judicialmente, poderá o Estado:
a)se recusar a cumprir a decisão judicial com fundamento na teoria da
“reserva do possível”.
b)abrir, por decreto, crédito suplementar, caso haja prévia autorização
legal para sua abertura e existência de recursos disponíveis, como, por
exemplo, excesso de arrecadação.
c)abrir, por medida provisória, crédito extraordinário, por se tratar de
despesa urgente e imprevista decorrente de ordem judicial inafastável.
d)realizar operação de crédito externo para pagamento direto nos
Estados Unidos, com cláusula expressa que importe na compensação
automática de débitos e créditos.
e)abrir, por medida provisória, crédito especial, por se tratar de despesa
sem prévia previsão orçamentária, mas que tem que ser paga.

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 50 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
Comentário:
A questão afirma que o estado não possui dotação suficiente,portanto,
adequa-se aos créditos suplementares, cuja finalidade é a abertura de
créditos destinados à reforço de dotação orçamentária já existente (art.
41, I, da Lei 4.320/64).
Gabarito: B

15. SEFAZ-PE -2014 –Auditor Fiscal –FCC (adaptada)


No caso de iminência de surto de vírus letal em território
nacional, as despesas necessárias para a prevenção e o
combate à doença, bem assim para o tratamento adequado das
pessoas infectadas, por meio da importação em grande
quantidade de soro produzido com exclusividade no Canadá e
em valores muito superiores à dotação orçamentária para
despesas com saúde,
I-é admissível a abertura de crédito suplementar, destinado a
despesas urgentes, como no caso de calamidade pública.
II. não poderá ser aberto crédito adicional, devendo ser promovida
relocação de receitas vinculadas proveniente de impostos.
III. como já existe dotação orçamentária específica para despesas
com saúde, admite-se a abertura de crédito suplementar, desde que
existam recursos disponíveis e haja autorização por lei e abertura por
decreto executivo.

Comentário:
A questão exige conhecimento dos créditos adicionais.
O item I está incorreto, pois refere-se aos créditos suplementares, cuja
finalidade é reforçar dotações orçamentárias já existentes.
Lembrem-se que são os créditos extraordinários que atendem despesas
imprevisíveis e urgentes (como guerra, comoção interna ou calamidade
pública).
O item II está incorreto, pois esbarra na vedação contida no art. 167, VI
da CF (Proibição de Estorno) segundo a qual é vedada a transposição, o
remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de
programação para outra ou de um órgão para outro.
Sendo que transposição é a destinação de recursos de um órgão para o
outro; remanejamento é a realocação de verbas orçamentárias no
âmbito dos programas de trabalho, dentro do mesmo órgão e
transferência é a realocação de dotações entre as categorias econômicas
de despesas, dentro do mesmo órgão ou programa de trabalho).

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 51 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
Em relação a esse ponto, existe uma exceção, encontrada na EC 86/15,
que permite a transposição, o remanejamento ou a transferência de
recursos de uma categoria de programação para outra, quando estiverem
relacionadas às atividades de ciência, tecnologia e inovação, com o
objetivo de viabilizar os resultados de projetos restritos à essas funções,
mediante ato do poder executivo, sem a necessidade de prévia
autorização legislativa.
O item III está correto e também se refere aos créditos suplementares.
Vamos relembrar os principais aspectos referentes a esses créditos:
Rito de apreciação: mesmo da LOA.
Vigência: limitada ao exercício em que forem autorizados (até 31-12).
Autorização e abertura: dependem de autorização legal,
conforme art. 167, §5 da CF e art. 42 da Lei 4.320/64.
A exceção é o disposto no art. 165, §8 (princípio da exclusividade), que
permite que a autorização ocorra na própria LOA em alguns casos.

Art. 165
§8 A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da
receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização
para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de
crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.

A abertura ocorre por meio de decreto (executivo), conforme art. 42 da


Lei 4.320/64.
Possibilidade de prorrogação: não existe.
Indicação de recursos: deve haver indicação de fonte (recursos) em
relação a essa espécie de crédito adicional.
Portanto, o I está incorreto e o III está correto.
Gabarito: I- errado II-errado III-certo

16. TCE-PI-2014 –Assessor Jurídico –FCC


Os créditos adicionais:
a)dependem de autorização legislativa, sejam eles suplementares,
especiais ou extraordinários.
b)amparam-se no superávit financeiro do ano anterior, que é a diferença
positiva entre o ativo permanente e o passivo compensado.
c)solicitam específica permissão do Legislativo, mesmo que os de
natureza suplementar já contem com prévia autorização na lei
orçamentária anual.

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 52 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
d)suplementares e especiais serão autorizados por lei e abertos por
decreto executivo.
e)não poderão, no ano seguinte, ser reabertos no limite de seus saldos.

Comentário:
Para responder a questão, bastar ter conhecimento do quadro
comparativo entres os três tipos de crédito, que vimos na aula de hoje:

SUPLEMENTAR ESPECIAL EXTRAORDINÁRIO

Finalidade Reforço de atender despesas atender a


dotação não previstas no despesas
orçamentária já orçamento imprevisíveis e
existente. urgentes (como
guerra, comoção
interna ou
calamidade pública).

Rito de Mesmo da LOA Mesmo da LOA rito das medidas


apreciação provisórias,havendo
uma pequena
diferença, pois o
parecer será emitido
pela Comissão Mista
de Orçamento e
Finanças (62 c/c
166, §1 da CF)
limitada ao limitada ao limitada ao exercício
Vigência
exercício em que exercício em que em que forem
forem autorizados forem autorizados autorizados (até 31-
(até 31-12). (até 31-12). 12).

dependem de dependem de independe de


Autorização
autorização autorização autorização
e abertura:
legal, conforme legal, conforme legislativa, devido
art. 167, §5 da art. 167, §5 da ao seu caráter de
CF e art. 42 da CF e art. 42 da urgência e
Lei 4.320/64. Lei 4.320/64. imprevisibilidade.
A abertura ocorre A abertura será por
A exceção é o por meio de meio de Medida
disposto no art. decreto Provisória (âmbito
165, §8 (princípio (executivo), federal) ou decreto

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 53 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
da exclusividade), conforme art. 42 do executivo (art.
que permite que da Lei 4.320/64. 62 c/c 167, § da
a autorização CF).
ocorra na própria Lembra que existe
LOA em alguns divergência acerca
casos. da abertura no
por meio de âmbito estadual e
decreto municipal.
(executivo),
conforme art. 42
da Lei 4.320/64.

não existe terão vigência no terão vigência no


Possibilidade
exercício exercício financeiro
de
financeiro em que em que forem
Prorrogação:
forem autorizados, salvo
autorizados, salvo se o ato de
se o ato de autorização for
autorização for promulgado nos
promulgado nos últimos quatro
últimos quatro meses daquele
meses daquele exercício, caso em
exercício, caso que, reabertos nos
em que, limites de seus
reabertos nos saldos, serão
limites de seus incorporados ao
saldos, serão orçamento do
incorporados ao exercício financeiro
orçamento do subsequente (art.
exercício 167, §2 da CF).
financeiro
subsequente (art.
167, §2 da CF).

SIM (art. 167, SIM (art. 167, NÃO


Indicação de
V,CF) V,CF)
recursos

incorporam-se ao
Incorporação incorporam-se ao incorporam-se ao
orçamento, orçamento, mas a orçamento, mas a
passando a fazer conta será conta será
parte da dotação demonstrada demonstrada
orçamentária a separadamente. separadamente.
que se destinou

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 54 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
reforçar.

O item A está incorreto, pois os créditos extraordinários não necessitam


de autorização legislativa.
O item B está incorreto. Existem seis fontes de recursos previstas no art.
43 da Lei 4.320/64, na CF e na LRF, uma delas é o superávit financeiro,
cujo conceito é o seguinte:
Superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício
anterior (art. 43, §1, I e §2 da Lei 4.320/64).
Trata-se da diferença positiva entre o ativo e o passivo financeiros,
conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as
operações de créditos a eles vinculadas e não arrecadadas no exercício.
Embora sejam conceitos de contabilidade pública, vamos deixar
registrado que o ativo financeiro é o valor das disponibilidades apurado no
balanço patrimonial do exercício financeiro anterior e o passivo financeiro
é o valor das obrigações de curto prazo que não foram pagas no exercício
anterior.
Já os saldos de créditos adicionais transferidos, referem-se aos créditos
reabertos, nos termos do art. 167, §2 da CF.

Art. 167
§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício
financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for
promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que,
reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do
exercício financeiro subseqüente.

Os montantes desses créditos deverão ser subtraídos no momento de


apuração do superávit financeiro, já que parte dos recursos constantes no
ativo financeiro já estão comprometidos com essa autorização.
Por fim, deve-se verificar se a reabertura desses créditos teve como fonte
operações de crédito no ano anterior.
Em caso positivo, é imprescindível verificar se ainda resta parcela do
empréstimo a ser recebida no ano seguinte , pois o montante deverá
constar no cálculo do superávit financeiro.
O item C está incorreto.

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 55 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
Primeiro porque os créditos suplementares dependem de autorização
legal, conforme art. 167, §5 da CF e art. 42 da Lei 4.320/64.
Entretanto, existe uma exceção no art. 165, §8 (princípio da
exclusividade), que permite que a autorização ocorra na própria LOA em
alguns casos.
Ademais, como já dissemos, os créditos extraordinários não necessitam
de autorização legislativa.
O item D está correto. Conforme art. 167, §5 da CF e art. 42 da Lei
4.320/64.
O item E está incorreto. Os créditos suplementares não podem ser
reabertos. Entretanto, os especiais e extraordinários terão vigência no
exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de
autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício,
caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao
orçamento do exercício financeiro subsequente (art. 167, §2 da CF).
Gabarito: D.

17. TCE-PI-2014 –Assessor Jurídico –FCC (adaptada)


Nos termos da Constituição Federal, é correto:
I-( ) utilizar transferência voluntária no pagamento de despesa de
pessoal.
II- ( )vincular receita de impostos ao fundo da criança e do
adolescente.
III- ( )usar empréstimos bancários no pagamento da folha salarial,
desde que assim autorize o Legislativo, por maioria absoluta.
IV- ( )abrir fundos especiais por decreto do Poder Executivo, vez que
isso se caracteriza um ato de gestão.
Comentário:
O item I está incorreto. O artigo 167, X da CF proíbe a transferência
voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por
antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas
instituições financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo,
inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
O item II também está incorreto. Trata-se do princípio da não afetação
da receita de impostos a órgão, fundo ou despesa (art. 167, IV da CF)
salvo nos seguintes casos:
1)repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem
os arts. 158 e 159 (art. 167, IV, da CF).

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 56 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
2) a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde
(art. 167, IV e 198, §2 da CF).
3) destinação de recursos para manutenção e desenvolvimento do ensino
(art. 167, IV, da CF).
4)destinação de recursos para a realização de atividades da
administração tributária (art. 37, XXII c/c art, 167, IV, da CF).
5)prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de
receita (art. 167, IV, da CF).
6) garantia, contragarantia à União e pagamento de débitos para com
esta (art. 167, IV, da CF).
7) vinculação de até 0,5 % da receita tributária líquida dos estados e do
DF a programa de apoio à inclusão e promoção social (art. 204, parágrafo
único, da CF).
8) vinculação de até 0,5 % da receita tributária líquida dos estados e do
DF a fundo estadual de fomento à cultura (art. 216, §6 da CF).
9) vinculação de impostos a fundos especiais que tenham sido
criados por Emenda Constitucional.
O item III está correto. Trata-de da exceção à proibição contida no art.
167, III da CF, que proíbe a realização de operações de créditos que
excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas
mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa,
aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta.
O item IV está incorreto, pois o art. 167, IX da CF, proíbe a instituição de
fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa .

Gabarito: III

18. TCE-PI-2014 –Auditor Fiscal –FCC (adaptada)


Os créditos especiais e extraordinários:
a)destinam-se ao reforço de dotações previstas originalmente no
orçamento.
b)vigoram apenas no próprio exercício em que são autorizados.
c)podem, por decreto executivo, ser abertos até o limite autorizado na lei
orçamentária anual.
d)podem ser reabertos no exercício seguinte, desde que autorizados a
partir do mês de setembro.

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 57 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
Comentário:
Mais uma questão que exige conhecimento amplo dos créditos adicionais.
O item A está errado. Os créditos especiais tratam de despesas não
previstas e os extraordinários de despesas imprevisíveis e urgentes (como
guerra, comoção interna ou calamidade pública).
O item B está incorreto. Ambos os créditos terão vigência no exercício
financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for
promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que,
reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do
exercício financeiro subsequente (art. 167, §2 da CF).
O item C está incorreto. O crédito especial é aberto por decreto, mas o
crédito extraordinária é aberto por meio de MP.
O item D está correto. Trata-se da exceção citada logo acima no item B.
Gabarito: D

19. AL-PI-2014 –Analista Legislativo- FCC (adaptada)


Um determinado Estado brasileiro aumentou, de 17% para
20%, a alíquota do ICMS incidente sobre operações internas de
circulação de mercadorias.
A lei ordinária estadual que majorou esse tributo, durante um
ano, estabeleceu expressamente que o aumento da receita
proveniente dessa majoração seria investido, necessariamente,
em obras públicas de infraestrutura para os jogos da Copa do
Mundo de 2014.
Considerando as informações acima e as normas constitucionais
que estabelecem regras orçamentárias, é:
a)permitida essa vinculação, desde que a lei que majorou o tributo
especifique as causas do aumento e desde que ele seja feito por prazo de
tempo determinado.
b)permitida essa vinculação, desde que haja anuência expressa dos
Municípios localizados nesse Estado, aos quais cabem 25% da receita do
ICMS.
c)vedada a vinculação de receita de imposto a uma determinada despesa,
ressalvados os casos expressamente previstos no texto constitucional.
d)permitida essa vinculação, desde que 75%, pelo menos, dos Municípios
localizados nesse Estado concordem em não receber a quota parte de
25% que lhes pertence na arrecadação desse imposto.

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 58 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
e)vedada essa vinculação, pois não foi feita mediante a edição de lei
complementar, como determina a Constituição Federal, mas por lei
ordinária.

Comentário:
Para responder a questão basta ter conhecimento do princípio da não
afetação das receitas de impostos e de suas exceções:

Ο7ΧΕ:=8ΛΚ5!∆4!
7ΜΦ5;35;!8!≅:Χ∆5;!
4;Φ4Ε787;!9:4!
34ΧΠ8Μ!;7∆5!Ε678∆5;!
Φ56!%Μ4Χ∆8! Ε%03Α=∗/∋#!+,!∗)Λ!Ω8Ξ!
Φ∗.∗0≅∗8! +5Χ;Θ3:Ε75Χ8=! Ψ!+∗!.,3,%)∗!
3#0).∗Φ∗.∗0≅∗!Σ!
).%ΙΑ)Χ.%∗!=ϑΝΑ%+∗!+#&!
Ρ0%∋#!,!2∗Φ∗∃,0)#!
,&)∗+#&!,!+#!Ζ1!!∗!
+,!+ΛΙ%)#&!2∗.∗!3#∃! ΜΑ0+#!,&)∗+Α∗=!+,!
,&)∗!
Μ#∃,0)#!Σ!3Α=)Α.∗!

Ε%03Α=∗/∋#!+,!∗)Λ!
.,2∗.≅/∋#!+#!2.#+Α)#! Ω8Ξ!Ψ!+∗!.,3,%)∗!
+∗!∗..,3∗+∗/∋#!+#&! ).%ΙΑ)Χ.%∗!=ϑΝΑ%+∗!
%∃2#&)#&!∗!ΝΑ,!&,!
.,Μ,.,∃!#&!∗.)&5!6Ξ∴!,!
)Κ5!8≅438ΛΚ5!∆8;! +#&!,&)∗+#&!,!+#!Ζ1!
∗!2.#Φ.∗∃∗!+,!∗2#%#!
6Ξ]!! 64Ε4738;!∆4!7ΜΦ5;35;Ν! Σ!%03=Α&∋#!,!
2.#ϑΙ,!Ε%03Α=∗/∋#!+,! 2.#∃#/∋#!&#3%∗=!!

%∃2#&)#&!∗!ς.Φ∋#8!
ΜΑ0+#!#Α!+,&2,&∗5!

2.,&)∗/∋#!+,!
+,&≅0∗/∋#!+,! Φ∗.∗0≅∗&!Σ&!
.,3Α.&#&!2∗.∗!∗&!∗/Κ,&! #2,.∗/Κ,&!+,!
,!&,.Ε%/#&!2[Ι=%3#&!+,! 3.Λ+%)#!2#.!
&∗[+,!! ∗0),3%2∗/∋#!+,!
.,3,%)∗!

+,&≅0∗/∋#!+,!
+,&≅0∗/∋#!+,! .,3Α.&#&!2∗.∗!∗!
.,3Α.&#&!2∗.∗!
.,∗=%>∗/∋#!+,!
∃∗0Α),0/∋#!,!
∗≅Ε%+∗+,&!+∗!
+,&,0Ε#=Ε%∃,0)#!+#! ∗+∃%0%&).∗/∋#!
,0&%0#!!
).%ΙΑ)Χ.%∗!

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 59 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
Gabarito: C

20. AL-PE -2014 –Agente Legislativo- FCC (adaptada)


Em um determinado Estado brasileiro, movimentos populares
reivindicatórios de rua foram tomando vulto cada vez maior, a
ponto de representar séria ameaça à vida e ao patrimônio das
pessoas, criando uma situação social sem precedentes naquele
Estado. Em razão disso, as autoridades estaduais decidiram que
seria necessário equipar, com urgência, a polícia estadual local,
com elementos tecnológicos e humanos capazes de enfrentar o
aumento da violência. Como essa situação de comoção intestina
não tinha sequer sido prevista por ocasião da elaboração da lei
orçamentária, gastos dessa natureza não chegaram a ser
previstos no orçamento estadual para aquele exercício. Com
base no disposto na Lei Federal nº 4.320/64, e como resultado
dessa falta de previsão:
a)poderá haver autorização para a realização de créditos adicionais,
classificados como extraordinários.
b)não poderá ser autorizada qualquer despesa dessa natureza, em razão
de falta de previsão orçamentária.
c)poderá haver autorização para a realização de créditos adicionais,
classificados como ordinários.
d)poderá haver autorização para a realização de créditos adicionais,
classificados como suplementares.
e)poderá haver autorização para a realização de créditos adicionais,
classificados como urgentes.

Comentário:
O item A está correto. A situação trazida permite a abertura de créditos
extraordinários, que são justamente aqueles destinados a despesas
urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção intestina ou
calamidade pública.(art. 41 da Lei 4.320/64).
Gabarito: A

21. TCE-SP-2013 –Auditor- FCC (adaptada)


Determinado Estado-membro realizou operação de crédito com uma
instituição financeira privada em valor que ultrapassou as despesas de
capital, na forma de crédito extraordinário, para cobrir despesas
decorrentes de investimento público na área de geração de energia.
Neste caso, é correto afirmar que

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 60 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
a)a operação de crédito atende plenamente às exigências constitucionais
e legais.
b) existe vedação constitucional para operação de crédito que exceda o
montante das despesas correntes, o mesmo não acontecendo em relação
às despesas de capital.
c)esta operação de crédito só poderia ocorrer na forma de crédito
suplementar, desde que aprovada pelo Poder Legislativo com quorum de
2/3, hipótese em que estaria perfeita à luz da Constituição Federal.
d)é vedada constitucionalmente operação de crédito que exceda o
montante das despesas de capital, salvo se autorizadas por crédito
suplementar ou especial e aprovada pelo Poder Legislativo por maioria
absoluta.
e)operação de crédito que tenha por objeto crédito extraordinário não
pode ser contratada com instituição financeira privada, por expressa
previsão constitucional.
Comentário:
O item D é o correto, trata-se de previsão expressa do art. 167, III da CF
que veda a realização de operações de créditos que excedam o montante
das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos
suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder
Legislativo por maioria absoluta.
Gabarito: D

22. TCM-BA-2011 –Procurador- FCC (adaptada)


A Constituição Federal traz várias vedações em matéria
orçamentária. NÃO há vedação constitucional para:
a)o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária
anual.
b)a realização de operações de crédito que excedam o montante das
despesas de capital.
c)a abertura de crédito suplementar ou especial com prévia autorização
legislativa e com indicação dos recursos correspondentes.
d)a concessão ou utilização de créditos ilimitados.
e)a transferência voluntária de recursos pelo Governo Estadual e suas
instituições financeiras, para pagamento de despesas com pessoal dos
Municípios.
Comentário:
A única vedação que não se encontra no art. 167 da CF é a constante no
item C. Na verdade, o art. 167, V, prevê que é vedada a abertura de

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 61 de 62


∀#∃%#&∋!(#)∗)+%#∃∋!,!−./0(∋∃&∗1%2∗!
345678!4!9:4;3<4;!
!
∗:=8!>?!,!−65≅4;;568!)∗&Α1#∗!∃#+Β%!!
!
crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e com
indicação dos recursos correspondentes.
Gabarito: C

Professora Natália Riche www.estrategiaconcursos.com.br Página 62 de 62

Você também pode gostar