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DISCIPLINA: Recursos

PROFESSOR: Daniel Assumpção


MATÉRIA: Teoria Geral dos Recursos

Leis e artigos importantes:


• NCPC

Palavras-chave:

• Efeitos recursais;
• Princípios recursais

TEMA: Teoria Geral dos Recursos

PROFESSOR: Daniel Assumpção

Efeitos recursais –Continuando

3.6-Efeito substitutivo

Art. 1.008 do NCPC => A decisão do recurso substitui a decisão recorrida. A substituição em
verdade depende do resultado do recurso.

Se inadmitido o recurso não haverá substituição; se conhecido e negado provimento haverá


substituição; se houve conhecimento e provimento, mas que anule a decisão não haverá substituição,
mas ocorrendo reforma ocorrerá efeito substitutivo.

Matéria: Procedimentos Especiais – Prof: Daniel Assumpção


3.7-Efeito regressivo

É aquele que permite o juízo de retratação pelo próprio órgão prolator de decisão recorrida.
Tradicionalmente este efeito é gerado pelo agravo. Na apelação houve ampliação deste efeito
no NCPC. No CPC/73 a única possibilidade de retratação era na hipótese de sentença liminar. Já no
NCPC, toda e qualquer sentença terminativa caberá retratação. (Art. 485 §7º).

Obs1.Efeito regressivo é gerado independentemente da vontade das partes, logo pode ser de
ofício.

Obs2. O juízo de retratação depende de um juízo positivo de admissibilidade do recurso. Ocorre


que hoje o órgão que tem competência para admissibilidade não é mais o mesmo da retratação.

4-Princípios recursais

4.1-Duplo Grau de Jurisdição.

Ideia de permitir um reexame da decisão da causa.

(Corrente minoritária) (Nelson Nery) Entende que para que haja o duplo grau basta o reexame
por órgão.

(Majoritária) (Barbosa Moreira) Exige para que haja uma diferença hierárquica entre órgão que
proferi e reexamina a decisão. Barbosa Moreira diz que duplo grau e diferente de recurso, pois um
existe independente do outro.

Exemplo de duplo grau sem que haja recurso é o reexame necessário, que como já visto se
trata de um sucedâneo recursal. Recurso sem duplo grau se tem como exemplo o recuso inominado
do juizado especial e os embargos infringentes da lei de execução fiscal (Art. 34 da LEF).

Trata-se de um princípio constitucional?

(Nelson Nery) Entende que a natureza constitucional é implícita decorrente dos princípios da
ampla defesa e do contraditório e da competência recursal dos tribunais.

(Barbosa Moreira) Entende que não é princípio constitucional. Partindo da premissa que a
Constituição prevê a competência originária dos Tribunais.

RE / RESP garante duplo grau de jurisdição? Não, pois são recursos de fundamentação
vinculada podendo alegar somente as matérias previstas na CR/88. Ademais, RE / REsp somente
devolvem ao Tribunal a matéria de direito não havendo reexame dos fatos.

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(Dinamarco) O duplo grau de jurisdição é princípio constitucional implícito, mas não é garantia.

4.2-Taxatividade

Só é recurso o meio de impugnação previsto como tal em lei federal.

4.3-Singularidade / Unicidade / Unirrecorribilidade

Tal determina o cabimento de apenas uma espécie recursal contra cada decisão.
Na hipótese de decisão objetivamente complexa, ou seja, aquela com capítulos de deferentes
naturezas, por exemplo capítulo interlocutório e sentencial. Informativo 450, STJ, 4ª turma, Resp
1.035.169 entendeu-se que a decisão deve ser tratada como indivisível, não tomando como base a
natureza dos capítulos.

Exceções ao princípio:

I. RE / RESP: Do mesmo acórdão interpõe um RE ante fundamento constitucional e RESP


considerando fundamento infraconstitucional.

II. RE / RESP / ROC.

III. Embargos de declaração com qualquer outra espécie recursal.

IV. Agravo de instrumento / Apelação => Uma decisão com capítulo agravo nos termos do art.
1.015 e outra que será objeto de apelação ao final.

Obs. Na hipótese de decisão denegatória de RE e RESP cabem: Se o fundamento da decisão


for repercussão geral ou tese fixada em julgamento repetitivo o recuso cabível é o agravo interno; se
qualquer outro for o fundamento usado para negar o seguimento cabível será agravo disposto no art.
1.042 do NCPC.

Enunciado CJF nº 77 => Para impugnar decisão que obsta trânsito a recurso excepcional e que
contenha simultaneamente fundamento relacionado à sistemática dos recursos repetitivos ou da
repercussão geral (art. 1.030, I, do CPC) e fundamento relacionado à análise dos pressupostos de
admissibilidade recursais (art. 1.030, V, do CPC), a parte sucumbente deve interpor,
simultaneamente, agravo interno (art. 1.021 do CPC) caso queira impugnar a parte relativa aos
recursos repetitivos ou repercussão geral e agravo em recurso especial/extraordinário (art. 1.042 do
CPC) caso queira impugnar a parte relativa aos fundamentos de inadmissão por ausência dos
pressupostos recursais.

Contrariamente ao enunciado se tem o precedente STJ, 1ª turma, AgRg no AResp 538.962/SC


entendendo que nesse caso basta interposição de agravo em RE /RESp.

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4.4-Fungibiliade

Ideia de recebimento de uma espécie recursal por outra. Para que ocorra a fungibilidade há de
ser ter uma previsão legal ou o preenchimento de requisitos.

Fungibilidade Típica

Art. 1.024, §3º do NCPC => Receber embargos de declaração como agravo interno.

§ 3o O órgão julgador conhecerá dos embargos de declaração como agravo interno se


entender ser este o recurso cabível, desde que determine previamente a intimação do
recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões recursais, de modo a
ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1o.
Art. 1.032 Fungibilidade quando interposto RESP e recebido como RE. No CPC/73 não existia
tal fungibilidade sendo considerado erro grosseiro.

Art. 1.032. Se o relator, no Superior Tribunal de Justiça, entender que o recurso especial
versa sobre questão constitucional, deverá conceder prazo de 15 (quinze) dias para que o
recorrente demonstre a existência de repercussão geral e se manifeste sobre a questão
constitucional.

CJF ENUNCIADO 79 – Na hipótese do art. 1.032 do CPC, cabe ao relator, após possibilitar que
o recorrente adite o seu recurso para inclusão de preliminar sustentando a existência de repercussão
geral, oportunizar ao recorrido que, igualmente, adite suas contrarrazões para sustentar a
inexistência da repercussão.

Art. 1.033 do NCPC: RE (STF)

Art. 1.033. Se o Supremo Tribunal Federal considerar como reflexa a ofensa à


Constituição afirmada no recurso extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação de
lei federal ou de tratado, remetê-lo-á ao Superior Tribunal de Justiça para julgamento como
recurso especial.

ENUNCIADO 80 – Quando o Supremo Tribunal Federal considerar como reflexa a ofensa à


Constituição afirmada no recurso extraordinário, deverá, antes de remetê-lo ao Superior Tribunal de
Justiça para julgamento como recurso especial, conceder prazo de quinze dias para que as partes
complementem suas razões e contrarrazões de recurso.

Obs. A intimação somente se justifica se o recorrente de fato adaptar a manifestação.

Fungibilidade Atípica

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Requisitos:

I- Dúvida fundada a respeito do recurso cabível. Origem da dúvida.

a. Originada na lei=> Quando esta confundi a natureza da decisão;

b. Originada pelo juiz => Quando proferi uma decisão no lugar de outra;

c. Originada na doutrina e/ou na jurisprudência => Divergência de entendimento.

II- Inexistência de erro grosseiro. A fungibilidade não se aplica quando tiver o recurso
manifestamente incabível.

III- Ausência da má-fé. Por não e presumir se deve comprovar que a escolha equivocada
do recurso foi opção do recorrente em má-fé.

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