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Encerramento de contas de 2018

Avelino Azevedo Antão


Armando Tavares
João Paulo Marques

novembro / 2018

Apresentação | Autor
Enquadramento

Apresentação | Autor © 2018, ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 2


Estrutura do Manual

-Introdução

-Taxonomias, SAF-T e IES

-A prestação de contas

-A importância da contabilidade como ferramenta de gestão

-Normativos Contabilísticos

-FAQ´s e Orientações Técnicas da Comissão de Normalização Contabilística

-Operações anteriores ao encerramento de contas

-Operações de encerramento (NCRF) – (NCRF-PE / NCRF-ESNL)

-Operações de encerramento (Microentidades)

-Declaração Modelo 22

-Dossier Fiscal

Apresentação | Autor 3
Estrutura do Manual

-Anexos
-Modelos de Demonstrações Financeiras:
-Modelo Geral

-Pequenas Entidades

-Entidades do Setor Não Lucrativo

-Microentidades

-Ofícios Circulados (outubro/2017 – setembro/2018)

-Fichas Doutrinárias (outubro/2017 – setembro/2018)

Apresentação | Autor 4
1. Introdução

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1.Introdução

O ano de 2018 é marcado por uma (r)evolução nos procedimentos


contabilísticos a serem adotados, passando a existir uma necessidade
acrescida de um especial cuidado e atenção aos procedimentos dos
registos contabilísticos nos programas informáticos de contabilidade.

O programa de contabilidade tem que ter a capacidade de extrair um


ficheiro SAF-T(PT) com as características e qualidade necessárias que
permitam o preenchimento automático das Demonstrações Financeiras
e outra informação contabilística previstas nos quadros dos Anexos A e I
da Informação Empresarial Simplificada (IES).

Apresentação | Autor 6
1.Introdução

O Contabilista Certificado assume a responsabilidade pela regularidade


técnica, nas áreas contabilística e fiscal, assinando conjuntamente com
o representante legal das diversas entidades as respetivas
demonstrações financeiras.

O processo de encerramento de contas, o qual culmina na preparação


das demonstrações financeiras, é um dos aspetos primordiais para os
profissionais que preparam informação financeira, e que se pretende útil
para um vasto leque de utentes sendo fundamental uma correta
interpretação e aplicação dos normativos contabilísticos.

Apresentação | Autor 7
2. Taxonomias, SAF-T e IES

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2.1. Portaria n.º 302/2016, de 2 de dezembro

- A experiência de utilização do SAF-T (PT) evidenciou que a anterior


estrutura era insuficiente para uma completa compreensão e controlo
da informação relativa à contabilidade, em virtude da flexibilidade
existente na utilização das contas pelas diferentes entidades.

- A Portaria n.º 302/2016, de 2 de dezembro, veio proceder à criação


das denominadas taxonomias, as quais se podem definir como tabelas
de correspondência que têm como objetivo a caracterização das
contas de acordo com o normativo contabilístico utilizado pelos
diferentes sujeitos passivos.

Apresentação | Autor 9
2.1. Portaria n.º 302/2016, de 2 de dezembro

Esta Portaria procede assim ao ajustamento da estrutura do ficheiro


SAF-T (PT) com a criação de taxonomias, permitindo simplificar o
preenchimento dos Anexos A e I da IES.

Neste âmbito a Portaria n.º 302/2016, de 2 de dezembro, veio:


a) Alterar a Portaria n.º 321-A/2007, de 26 de março;

b) Alterar a estrutura de dados do ficheiro a que se refere o n.º 1.º da


Portaria n.º 321-A/2007, de 26 de março;

c) Criar as taxonomias a utilizar no preenchimento dos campos devidamente


assinalados na estrutura de dados do ficheiro SAF-T (PT).

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2.2. Autonomização de procedimentos

A medida IES+ do Programa Simplex+ 2016 prevê simplificar o


preenchimento dos Anexos A e I da Informação Empresarial
Simplificada (IES), eliminando cerca de metade do número de quadros
e campos a preencher e pré-preenchendo uma parte significativa dos
restantes campos, com informação extraída do SAF-T (Standard Audit
File for Tax Purposes).

Numa segunda fase, serão simplificados os restantes anexos.

Apresentação | Autor 11
2.2. Autonomização de procedimentos

Ainda no período de 2017, para que fosse possível essa autonomização


com o preenchimento de vários campos de informação contabilística e
fiscal dos Anexos A e I da IES através da mera submissão do referido
ficheiro de auditoria fiscal, foram criados os Códigos de Taxonomias, a
associar ao Plano de Contas da contabilidade das empresas.

Essas taxonomias permitem uma codificação específica dos valores das


operações e factos patrimoniais da empresa, que irão ser imputados a
cada rubrica das demonstrações financeiras e outras informações
contabilísticas e fiscais desses anexos da IES.

Apresentação | Autor 12
2.2. Autonomização de procedimentos

A realização com sucesso da prestação de contas das empresas para o


período em curso está, assim, dependente da correta extração e
informação constante do ficheiro SAF-T (PT) da contabilidade, para além
da necessidade do cumprimento da legislação comercial, dos
normativos contabilísticos e fiscais.

Apresentação | Autor 13
2.2. Autonomização de procedimentos

A OCC tem vindo a disponibilizar alguns documentos de trabalho e de


esclarecimento relacionados com a aplicação das Taxonomias, SAFT-T,
SVAT e IES, nomeadamente:

- Taxonomias e Plano de Contas, julho de 2017 (atualizado em


fevereiro de 2018); e

- Guia de aplicação para a contabilidade: SAF-T, SVAT, IES,


Taxonomias, fevereiro de 2018.

Apresentação | Autor 14
2.3 Taxonomias e plano de contas

• A OCC disponibilizou em julho de 2017 (atualizado em fevereiro de 2018), um


trabalho com o objetivo de criar uma ferramenta de auxílio na análise inicial
das Taxonomias e Plano de Contas, disponível em:

https://www.occ.pt/pt/noticias/taxonomias-e-plano-de-contas/

• As taxonomias são códigos associados a cada conta do Código de Contas que


irão permitir o simplificar do preenchimento do Anexo A e do Anexo I da IES,
nomeadamente no que respeita à construção do Balanço e da Demonstração
dos Resultados.

• Estas taxonomias estão previstas nos Anexos II e III à Portaria n.º 302/2016,
de 2 de dezembro e são reportadas via SAF-T (PT) da contabilidade.

Apresentação | Autor 15
2.3 Taxonomias e plano de contas

• Existem duas tabelas diferentes para as taxonomias, consoante o


normativo contabilístico usado.

- Se a entidade aplica o conjunto das 28 Normas Contabilísticas e de Relato


Financeiro (28 NCRF), ou a Norma Contabilística e de Relato Financeiro para
Pequenas Entidades (NCRF-PE), ou as Normas Internacionais de Contabilidade
(NIC) utiliza a tabela das taxonomias constante do Anexo II à Portaria n.º
302/2016, de 2 de dezembro.

- Se a entidade está a aplicar a Norma Contabilística para Microentidades (NC-


ME) pode utilizar a tabela das taxonomias descrita no Anexo III à Portaria n.º
302/2016, de 2 de dezembro, tendo também a opção de utilizar os códigos de
taxonomia do anexo 2 (SNC geral).

Apresentação | Autor 16
2.3 Taxonomias e plano de contas

Transição para o uso de taxonomias

• No momento em que se inicia o uso do programa informático


devidamente atualizado com o uso dos códigos de taxonomias, o
contabilista certificado deve rever o plano de contas de movimento
que está a usar em cada uma das entidades, por forma a verificar se
a cada conta está a corresponder a taxonomia correta e se não existe
nenhuma conta de movimento que não tenha um código de
taxonomia associado.

• Em consequência poderá ser necessário efetuar alterações ao


plano de contas usado para que tais objetivos sejam alcançados.

Apresentação | Autor 17
2.3 Taxonomias e plano de contas

Cuidados a ter no final do período

• No final do período de tributação é, ainda, essencial que se proceda


às transferências necessárias para que, relativamente, a
determinadas contas exista a correta separação entre a parcela que
deve ser reportada como “corrente” e “não corrente”.

Apresentação | Autor 18
2.4 SAF-T (PT)

A partir do período de tributação de 2018 (incluindo para declarações com período


especial de tributação no decurso do 2º semestre de 2018), as demonstrações
financeiras e outras informações contabilísticas e fiscal (alguns campos) previstas
nos Anexos A e I da IES passam a ser preenchidas automaticamente através da
submissão do ficheiro SAF-T (PT) da contabilidade.

Para tornar possível este procedimento, as entidades que estão obrigadas a


entregar o Anexo A e I da IES passam a estar obrigadas a associar as taxonomias
às contas do Plano de Contas dos programas de contabilidade, a extrair o ficheiro
SAF-T (PT) do programa de contabilidade, a efetuar a submissão desse ficheiro
para a AT com vista ao preenchimento automático dos quadros com as
demonstrações financeiras (Balanço e Demonstração de Resultados por Naturezas
com preenchimento integral) e outra informação contabilística e fiscal dos Anexos
A e I da IES.

Apresentação | Autor 19
2.5 Informação Empresarial Simplificada (IES)

Para a submissão dos Anexos A e I da IES, os quadros das


demonstrações financeiras e os outros quadros com informação
contabilística (alguns campos) terão um preenchimento automático, em
função da submissão já efetuada do ficheiro SAF-T (PT) da
contabilidade.

Com a prévia submissão do SAF-T (PT) da contabilidade para a AT, a


efetuar numa data após a aprovação das contas pelas empresas, o
preenchimento dos Anexos A e I da IES relativos à informação
contabilística e fiscal passa a ser efetuado de uma forma automatizada,
estando previsto o preenchimento integral para o Balanço e
Demonstração de Resultados e outros campos de informação
contabilística e fiscal.

Apresentação | Autor 20
2.5 Informação Empresarial Simplificada (IES)

Decreto-Lei n.º 87/2018, de 31 de outubro


(procede à sexta alteração ao DL n.º 8/2007, de 17 de janeiro)

Conforme referido neste diploma (DL n.º 87/2018), as medidas de


simplificação da IES serão objeto de uma implementação faseada:

1.ª fase: Entrega da IES com a prévia submissão do ficheiro SAF-T (PT)
relativo à contabilidade passa a ser possível a partir de novembro de
2018, relativamente ao segundo semestre de 2018, por parte dos
sujeitos passivos obrigados à sua entrega neste período, se a
declaração respeitar àquele mesmo exercício.

Apresentação | Autor 21
2.5 Informação Empresarial Simplificada (IES)

Decreto-Lei n.º 87/2018, de 31 de outubro

2.ª fase: As medidas de simplificação da IES deverão refletir-se na


declaração de 2018, a entregar em 2019.
(Assegurado o pré-preenchimento dos anexos A e I através dos dados
extraídos do ficheiro SAF-T (PT)

3.ª fase: As medidas de simplificação da IES serão igualmente


estendidas a outros anexos da declaração.

Apresentação | Autor 22
3 – A prestação de contas

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3. A prestação de contas

- A obrigação de apresentar contas decorre quer do Código Comercial,


quer do Código das Sociedades Comerciais que referem que os
comerciantes e sociedade comerciais são obrigados a submeter aos
órgãos próprios (detentores de capital) a prestação de contas de cada
exercício.

- Salienta-se que a Informação Empresarial Simplificada (IES), exigida


nos termos do Código do IRC e Código do IVA, a submeter no portal das
finanças, não substituí a elaboração do relatório de gestão e das contas
das entidades, de elaboração obrigatória, devendo pelo contrário refletir
o conteúdo destes documentos.

Apresentação | Autor 24
3. A prestação de contas

Conforme refere a Comissão de Normalização Contabilística no seu site, na


resposta à FAQ 19,

“importa ter em atenção que não se deve confundir o cumprimento das obrigações para
finalidades tributárias e outras com o das obrigações de índole contabilística para efeitos
societários.

Normalmente, o cumprimento das obrigações em matéria de normalização contabilística


para fins societários deve preceder o cumprimento das obrigações para finalidades
tributárias e outras. Acresce que a quantidade e detalhe das informações exigidas para
essas duas finalidades, não são justapostas.

Assim, a CNC entende que os documentos que constituam o dossier fiscal e a declaração
da IES não substituem os documentos exigidos pelo art.º 11.º do Decreto-Lei n.º
158/2009, de 13 de julho.”

Apresentação | Autor 25
3. A prestação de contas

A informação contida nos documentos de prestação das contas


(designadamente nas demonstrações financeiras), aprovados em
Assembleia Geral, é informação base para a elaboração da IES, num
momento futuro.

Ou seja, a IES deverá ser preparada com base em documentos de


prestação das contas, já aprovados ou não em Assembleia Geral, não
podendo em caso algum substituir esses documentos.

Apresentação | Autor 26
3.1 – Documentos que compõem a prestação
de contas

Apresentação | Autor © 2018, ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 27


3.1. Documentos que compõem a prestação de
contas

Na sequência da publicação do Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho,


que transpôs a Diretiva 2013/34/UE do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 26 de junho de 2013, os Decretos-Lei n.º 158/2009, de 13
de julho, e 36-A/2011, de 9 de março, foram objeto de alterações
substanciais, implicando a revisão dos modelos de demonstrações
financeiras neles previstos.

Apresentação | Autor 28
3.1. Documentos que compõem a prestação de
contas

Os modelos de demonstrações financeiras aprovados, para as diferentes


entidades que aplicam SNC, publicadas em anexo à Portaria n.º
220/2015, de 24 de julho, constituem um referencial que contempla a
informação a apresentar por aquelas entidades, podendo ser
adicionadas linhas de itens se tal for relevante para uma melhor
compreensão da sua posição e desempenho financeiros, devendo ser
removidas linhas de itens sempre que, em simultâneo para todas as
datas de relato, não existam quantias a apresentar.

Apresentação | Autor 29
3.1.1. Entidades que adotam as NCRF

(Modelos das demonstrações financeiras referidas nos n.º 1 e 2 do


artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13 de julho, com a redação
dada pelo Decreto–Lei n.º 98/2015, de 2 de junho):

- Balanço;

- Demonstração dos resultados por naturezas;

- Demonstração dos resultados por funções (facultativa);

- Demonstração das alterações no capital próprio;

- Demonstração dos fluxos de caixa;

- Anexo

Apresentação | Autor 30
3.1.2. Pequenas Entidades, que adotam a
NCRF-PE

(Modelos das demonstrações financeiras referidas no n.º 3 do artigo


11.º do Decreto -Lei n.º 158/2009, de 13 de julho, com a redação dada
pelo Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho, aplicáveis às entidades a
que se refere o n.º 2 do artigo 9.º do mesmo diploma):

- Balanço, modelo reduzido

- Demonstração dos resultados por naturezas, modelo reduzido

- Demonstração dos resultados por funções, modelo reduzido


(facultativa)

- Anexo, modelo reduzido

Apresentação | Autor 31
3.1.3. Entidades do Setor Não Lucrativo, que
adotam a NCRF-ESNL

(Modelos das demonstrações financeiras a apresentar pelas entidades do setor não


lucrativo, nos termos dos n.º 1 e 5 do artigo 11.º do Decreto–Lei n.º 158/2009, de
13 de julho, com a redação dada pelo Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho)

- Balanço, modelo ESNL

- Demonstração dos resultados por naturezas, modelo ESNL

- Demonstração dos resultados por funções, modelo ESNL (facultativa)

- Demonstração das alterações nos fundos patrimoniais (por opção ou por


exigência de entidades públicas financiadoras)

- Anexo, modelo ESNL

Apresentação | Autor 32
3.1.4. Microentidades, que adotam a NC-ME

(Modelos das demonstrações financeiras referidas nos n.º 3 e 4 do


artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13 de julho, com a redação
dada pelo Decreto–Lei n.º 98/2015, de 2 de junho, aplicáveis às
entidades a que se refere o n.º 1 do artigo 9.º do mesmo diploma):

- Balanço, Modelo ME

- Demonstração dos resultados por naturezas, Modelo ME

Apresentação | Autor 33
3.1.4. Microentidades, que adotam a NC-ME

Modelo de balanço
(microentidades)

Apresentação | Autor 34
3.1.4. Microentidades, que adotam a NC-ME

Microentidades – Modelo ME
(Passou a fazer parte do balanço a seguinte informação)

Apresentação | Autor 35
3.2 – Disponibilização e registo das contas

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3.2. Disponibilização e registo das contas

- O artigo 70.º do CSC dispõe que as sociedades devem disponibilizar na sua


sede e no site da internet, quando exista, cópia dos seguintes documentos:

• Relatório de gestão;
• Relatório sobre a estrutura e as práticas de governo societário;
• Certificação legal das contas;
• Parecer do órgão de fiscalização, quando exista.

- Atualmente, o registo comercial (depósito) das contas consubstancia-se na


entrega da Informação Empresarial Simplificada (IES) e respetivo pagamento do
depósito.

- O prazo para o depósito das contas é o 15.º dia do 7.º mês posterior à data do
termo do período económico, ou seja, a data limite da entrega da IES.

Apresentação | Autor 37
3.3 – Assembleia Geral de aprovação de
contas

Apresentação | Autor © 2018, ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 38


3.3. Assembleia Geral de aprovação de contas

-Convocatória

Sociedade por quotas (art.º 248.º n.º 3 do CSC) - A convocatória


compete a qualquer um dos gerentes e deve ser feita por meio de carta
registada, expedida com a antecedência mínima de quinze dias, a não
ser que a lei ou o contrato de sociedade exijam outras formalidades ou
estabeleçam prazo mais longo;

Apresentação | Autor 39
3.3. Assembleia Geral de aprovação de contas

-Convocatória

• Sociedade anónima (art.º 376.º e 377.º do CSC) - A assembleia geral é


normalmente convocada pelo presidente da mesa (no caso da assembleia
geral anual, a pedido do conselho de administração), devendo a
convocatória ser publicada (portal do Ministério da Justiça). O contrato de
sociedade pode exigir outras formas de comunicação aos acionistas. Se as
ações forem nominativas a convocatória pode ser efetuada por cartas
registadas ou, em relação aos acionistas que comuniquem previamente o
seu consentimento, por correio eletrónico com recibo de leitura.

• Entre a última divulgação e a data da reunião da assembleia deve mediar,


pelo menos, um mês, ou se a convocatória for através de expedição de
carta registada ou correio eletrónico, pelo menos, 21 dias.

Apresentação | Autor 40
3.3. Assembleia Geral de aprovação de contas

-Convocatória

Dispensa de convocatória:

• Podem os sócios ou acionistas, em qualquer tipo de sociedade e de


acordo com o art.º 54.º do CSC, reunir-se em assembleia geral, sem
observância de formalidades prévias, desde que todos estejam
presentes e todos manifestem a vontade de que a assembleia se
constitua e delibere sobre determinado assunto, devendo tal facto
ficar registado na própria ata.

Apresentação | Autor 41
3.3. Assembleia Geral de aprovação de contas

- Prazo e ordem do dia

O Prazo e a ordem do dia da assembleia geral anual de aprovação de


contas estão dispostos nos art.º 65.º n.º 5 e 376.º do Código das
Sociedades Comerciais.

A assembleia geral dos acionistas deve reunir no prazo de três meses a


contar da data do encerramento do exercício ou no prazo de cinco
meses a contar da mesma data quando se trate de sociedades que
devam apresentar contas consolidadas ou que apliquem o método da
equivalência patrimonial.

Apresentação | Autor 42
3.3. Assembleia Geral de aprovação de contas

- Prazo e ordem do dia

• Da ordem do dia deve constar:

a) Deliberar sobre o relatório de gestão e as contas do exercício;

b) Deliberar sobre a proposta de aplicação de resultados;

c) Proceder à apreciação geral da administração e fiscalização da


sociedade (se sociedade anónima);

d) Proceder às eleições que sejam da sua competência (órgãos


sociais).

Apresentação | Autor 43
3.3. Assembleia Geral de aprovação de contas

- Prazo e ordem do dia

• A partir do dia em que seja expedida a convocatória nas sociedades


por quotas, ou nos 15 dias anteriores à data da assembleia nas
sociedades anónimas, devem ser facultados aos sócios ou acionistas
os documentos de prestação de contas, incluindo a certificação legal
das contas e outros pareceres, quando aplicável.

Apresentação | Autor 44
3.3. Assembleia Geral de aprovação de contas

-Elaboração das atas das assembleias gerais

Deve ser lavrada uma ata de cada reunião da assembleia geral. De acordo com o
disposto no n.º 2 do art.º 63.º do CSC, as atas devem conter, pelo menos:

a) A identificação da sociedade, o lugar, o dia e a hora da reunião;


b) O nome do presidente e, se os houver, dos secretários;
c) Os nomes dos sócios presentes ou representados e o valor das quotas ou ações
de cada um, salvo nos casos em que a lei mande organizar lista de presenças
(sociedades anónimas), que deve ser anexada à ata;
d) A ordem do dia;
e) Referência aos documentos e relatórios submetidos à assembleia;
f) O teor das deliberações tomadas;
g) Os resultados das votações;
h) O sentido das declarações dos sócios, se estes o requererem.

Apresentação | Autor 45
3.3. Assembleia Geral de aprovação de contas

- Elaboração das atas das assembleias gerais

Nas sociedades por quotas as atas devem ser assinadas por todos os
sócios que nelas tenham participado (n. 6 do art.º 248.º do CSC).

Nas sociedades anónimas, as atas das reuniões da assembleia geral


devem ser redigidas e assinadas por quem nelas tenha servido como
presidente e secretário. (art.º 388.º do CSC).

Apresentação | Autor 46
3.3. Assembleia Geral de aprovação de contas

- Lista de presenças

De acordo com o disposto no art.º 382.º do CSC, nas assembleias gerais das
sociedades anónimas, o presidente da mesa da assembleia geral deve
mandar organizar a lista dos acionistas que estiverem presentes e
representados no início da reunião.

A lista de presenças deve indicar:


a) O nome e o domicílio de cada um dos acionistas presentes;
b) O nome e o domicílio de cada um dos acionistas representados e dos seus
representantes;
c) O número, a categoria e o valor nominal das ações pertencentes a cada
acionista presente ou representado.

Apresentação | Autor 47
3.3. Assembleia Geral de aprovação de contas

- Informação da ata que consta da IES

A ata de aprovação das contas do exercício e da aplicação dos


resultados, é um dos elementos necessários para efetuar o depósito das
contas, conforme dispõe o art.º 42º do CRC.

No entanto esta informação não é transcrita na íntegra para a IES,


sendo prestada apenas alguma informação constante na mesma.

Apresentação | Autor 48
4. A importância da contabilidade
como ferramenta de gestão

Apresentação | Autor © 2018, ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 49


4. A importância da contabilidade como
ferramenta de gestão

• A prestação de contas é a principal fonte de informação financeira


para as entidades externas.

• Uma entidade deve preocupar-se em que as suas demonstrações


financeiras sejam completas, fiáveis e compreensíveis.

• O objetivo das demonstrações financeiras é o de proporcionar


informação acerca da posição financeira, do desempenho e das
alterações na posição financeira de uma entidade que seja útil a um
vasto leque de utentes na tomada de decisões económicas.

Apresentação | Autor 50
4. A importância da contabilidade como
ferramenta de gestão

A contabilidade como sistema de informação

• A prestação de contas é a principal fonte de informação financeira das


entidades. Assim, uma entidade deve preocupar-se em que as suas
demostrações financeiras sejam:

completas Autonomia
fiáveis Financeira
compreensíveis
atuais
Fundo de
Maneio

EBITDA

Apresentação | Autor 51
4. A importância da contabilidade como
ferramenta de gestão

Relevância dos rácios e indicadores

“Analisar é tornar uma coisa simples mediante uma decomposição da mesma;


é extrair elementos de um todo, procurando conhecer-lhe as partes. Assim,
analisar é conhecer uma coisa pelos elementos que a compõem.”

Os rácios (razão ou quociente entre rubricas das demonstrações financeiras)


e indicadores (valor absoluto que reflete uma realidade) dependem
naturalmente das características da empresa, e do setor de atividade onde
está integrada, estabelecendo a sua evolução no tempo e comparando o seu
desempenho em relação a outras empresas e ao próprio setor onde se
insere.

Apresentação | Autor 52
4. A importância da contabilidade como
ferramenta de gestão

Relevância dos rácios e indicadores

 rácios da própria empresa referentes a períodos anteriores para


análises de evolução e/ou referentes a projeções ou objetivos
predefinidos para análises de desempenho face ao previsto;

 rácios de empresas concorrentes a fim de identificar a posição


relativa da empresa face aos mesmos;

 rácios do setor a fim de identificar a posição relativa da empresa


no mesmo. Este tipo de informação é fornecida pelas instituições
setoriais e/ou Centrais de Balanços.

Apresentação | Autor 53
4. A importância da contabilidade como
ferramenta de gestão

Relevância dos rácios e indicadores

-Análise da situação financeira;

-Análise da situação económica;

-Análise do risco;

-Análise da rendibilidade;

-Análise do funcionamento da empresa;

-Análise da política de dividendos.

Apresentação | Autor 54
5. Normativos Contabilísticos

Apresentação | Autor © 2018, ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 55


5.1. Enquadramento

junho de 2013 - publicada a Diretiva 2013/34/UE, do Parlamento


Europeu e do Conselho, relativa às demonstrações financeiras anuais,
às demonstrações financeiras consolidadas e aos relatórios conexos de
certas formas de empresas, que altera a Diretiva 2006/43/CE do
Parlamento Europeu e do Conselho e revoga as Diretivas 78/660/CEE e
83/349/CEE do Conselho (4.ª e 7.ª Diretivas).

Junho de 2015 - A transposição para o ordenamento nacional da


Diretiva 2013/34/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de
junho de 2013, foi concretizada com a publicação do Decreto-Lei n.º
98/2015, de 2 de junho.

Apresentação | Autor 56
5.1. Enquadramento

O Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho veio introduzir no Sistema


de Normalização Contabilística (SNC) as alterações consideradas
indispensáveis para garantir a sua conformidade com a Diretiva n.º
2013/34, de 26 de junho, dentro das opções aí permitidas aos Estados
membros, sendo consequentemente alteradas as portarias e os avisos
relativos aos instrumentos contabilísticos que compõem o SNC.

As alterações são aplicáveis aos períodos que se iniciem em ou após 1


de janeiro de 2016.

Apresentação | Autor 57
Diretiva n.º 2013/34/UE, do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 26 de junho de 2013

A Diretiva n.º 2013/34/UE tem em consideração o programa "Legislar


Melhor" da Comissão, nomeadamente a Comunicação intitulada
"Regulamentação inteligente na União Europeia“

objetivo?

- conceber e assegurar uma regulamentação da mais elevada


qualidade;
- respeitar simultaneamente os princípios da subsidiariedade e da
proporcionalidade; e
- assegurar que os encargos administrativos sejam proporcionais aos
benefícios que permitem obter.

Apresentação | Autor 58
Diretiva n.º 2013/34/UE, do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 26 de junho de 2013

Considera a diretiva que as microempresas dispõem de recursos


escassos para cumprirem requisitos regulamentares exigentes.

Os Estados-Membros deverão poder dispensar as microempresas de


certas obrigações aplicáveis às pequenas empresas que representariam
encargos administrativos excessivos para elas.

No entanto, as microempresas deverão permanecer sujeitas à obrigação


nacional de manter registos das suas operações comerciais que reflitam
a sua posição financeira.

Apresentação | Autor 59
Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho

Tendo em consideração os objetivos de simplificação presentes na


diretiva, e conforme referido nos considerandos do Decreto-Lei n.º
98/2015, procedeu-se entre outros:

- a uma redução das divulgações exigidas pelas normas


contabilísticas e de relato financeiro, especialmente no que respeita
às microentidades;

- acolhimento de algumas das definições constantes da diretiva; e

- alteração dos limites que definem as diferentes categorias de


entidades.

Apresentação | Autor 60
Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho

No âmbito do processo de transposição da diretiva, o Decreto–Lei n.º


98/2015 alterou:

- O Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13 de julho, alterado pela Lei n.º


20/2010, de 23 de agosto, pelo Decreto–Lei n.º 36-A/2011, de 9 de março,
e pelas Leis n.º 66-B/2012, de 31 de dezembro, e 83-C/2013, de 31 de
dezembro;

- O Código das Sociedades Comerciais;

- O Decreto-Lei n.º 36-A/2011, de 9 de março, alterado pela Lei n.º 66-


B/2012, de 31 de dezembro, e pelo Decreto-Lei n.º 64/2013, de 13 de
maio.

Apresentação | Autor 61
Limites para categorizar as entidades

À data do balanço, não ultrapassem Pequenas Médias Grandes


Microentidade
dois dos três limites seguintes: entidades Entidades entidades

Ultrapassam
Total do balanço: 350.000 € 4.000.000 € 20.000.000 € dois dos tres
limites
anterior e
Volume de negócios líquido: 700.000 € 8.000.000 € 40.000.000 €
todas as
entidades de
N.º médio de empregados durante o interesse
10 50 250
período: público

Para definir a categoria é necessário recorrer sempre aos valores


obtidos em dois períodos consecutivos passando a Entidade a
aplicar o novo referencial a partir do terceiro período, inclusive.

Apresentação | Autor 62
Limites para categorizar as entidades

Microentidades - devem aplicar NC-ME, podendo optar pela NCRF-PE ou da


NCRF. (Opção na Mod. 22)

Pequenas Entidades - podem adotar a NCRF-PE, como alternativa adotam o


restante normativo (NCRF)

Médias e grandes - devem aplicar as NCRF

Entidades Cotadas - aplicam as Normas Internacionais de Contabilidade

Apresentação | Autor 63
Consolidação de contas

PEQUENOS GRUPOS

À data do Balanço não ultrapassem dois dos três limites seguintes:

• 6.000.000 euros Total do Balanço BASE


CONSOLIDADA
• 12.000.000 euros Volume de negócios líquido

• 50 Nº médio de empregados

Os pequenos grupos ficam dispensados de elaborar as


Demonstrações Financeiras Consolidadas.

Apresentação | Autor 64
5.2. Sistema de Normalização Contabilística

-O Sistema de Normalização Contabilística aplica-se à generalidade das


empresas, conforme definido no art. 3.º do Decreto-Lei n.º 158/2009,
de 13 de julho, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º
98/2015, de 2 de junho.

-O SNC é um modelo de normalização assente mais em princípios do


que em regras explícitas e que se pretende em sintonia com as normas
internacionais de contabilidade emitidas pelo International Accounting
Standards Board (IASB) e adotadas na União Europeia (UE), bem como
coerente com a Diretiva n.º 2013/34/UE, do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 26 de junho de 2013 (Diretiva Contabilística)

Apresentação | Autor 65
5.2. Sistema de Normalização Contabilística

O SNC, que assimila a transposição da Diretiva Contabilística da UE, é


composto pelos seguintes instrumentos:

- Bases para a apresentação de demonstrações financeiras (BADF)


- Modelos de demonstrações financeiras (MDF)
- Códigos de contas (CC)
- Normas contabilísticas e de relato financeiro (NCRF)
- Norma contabilística e de relato financeiro para pequenas entidades
(NCRF-PE)
- Norma contabilística e de relato financeiro para entidades do setor não
lucrativo (NCRF-ESNL)
- Norma contabilística para microentidades (NC-ME)
- Normas interpretativas (NI)

Apresentação | Autor 66
5.2. Sistema de Normalização Contabilística

-Sempre que o SNC não responda a aspetos particulares de transações


ou situações, e a lacuna em causa seja de tal modo relevante (…) é
estabelecido, tendo em vista tão-somente a superação dessa lacuna, o
recurso, supletivamente e pela ordem indicada:

- Às normas internacionais de contabilidade (NIC) adotadas ao abrigo do


Regulamento (CE) n.º 1606/2002, do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 19 de julho de 2002;

- Às normas internacionais de contabilidade (IAS) e normas


internacionais de relato financeiro (IFRS), emitidas pelo IASB, e
respetivas interpretações SIC-IFRIC.

Apresentação | Autor 67
5.3. Normas Contabilísticas e de Relato
Financeiro (NCRF)

- As Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro (NCRF) constituem


uma adaptação das normas internacionais de contabilidade, adotadas
na UE, tendo em conta o tecido empresarial português e o facto de
algumas entidades se encontrarem obrigadas ou terem a opção de
aplicar as citadas normas internacionais, nos termos do Regulamento
(CE) n.º 1606/2002, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de
julho de 2002.

- Conforme referido no parágrafo 4 da Estrutura Conceptual (EC)


publicada pelo Aviso n.º 8254/2015, de 29 de julho, a CNC reconhece
que em alguns casos pode haver um conflito entre a EC e uma qualquer
NCRF, estabelecendo-se que caso haja algum conflito, os requisitos da
NCRF prevalecem em relação à EC.

Apresentação | Autor 68
5.4. Norma Contabilística e de Relato
Financeiro para Pequenas Entidades (NCRF-PE)

- A Norma Contabilística e de Relato Financeiro para Pequenas


Entidades tem como objetivo estabelecer os aspetos de reconhecimento
e mensuração extraídos das correspondentes NCRF, tidos como os
requisitos mínimos aplicáveis às Pequenas Entidades (PE), tal como são
definidas pelo decreto-lei que instituiu o SNC.

- Esta Norma deve ser aplicada pelas entidades que cumpram os


requisitos para serem classificadas como PE, desde que não optem por
aplicar o conjunto completo das Normas Contabilísticas e de Relato
Financeiro (NCRF).

Apresentação | Autor 69
5.4. Norma Contabilística e de Relato
Financeiro para Pequenas Entidades (NCRF-PE)

Sempre que a NCRF-PE não responda a aspetos particulares de transações


ou situações, e a lacuna em causa seja de tal modo relevante (…) é
estabelecido que tendo em vista tão-somente a superação dessa lacuna, o
recurso, supletivamente e pela ordem indicada:

- Às NCRF e NI;

- Às NIC, adotadas ao abrigo do Regulamento (CE) n.º 1606/02 do


Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de julho de 2002;

- Às normas internacionais de contabilidade (IAS) e normas


internacionais de relato financeiro (IFRS), emitidas pelo IASB, e
respetivas interpretações SIC-IFRIC.

Apresentação | Autor 70
5.5. Norma Contabilística e de Relato Financeiro
para as Entidades do Setor Não Lucrativo
(NCRF-ESNL)

- A Norma Contabilística e de Relato Financeiro para Entidades do Setor Não


Lucrativo (NCRF-ESNL) tem como objetivo estabelecer os principais aspetos
de reconhecimento e mensuração, com as adaptações inerentes a este tipo
de entidades - ESNL.

- Esta Norma deve ser aplicada pelas entidades que cumpram os requisitos
sobre ESNL, desde que não optem por aplicar, com as necessárias
adaptações, o conjunto completo das Normas Contabilísticas e de Relato
Financeiro (NCRF).

- À semelhança da NCRF-PE, a NCRF-ESNL condensa os principais aspetos de


reconhecimento e mensuração, extraídos das NCRF, tidos como os requisitos
mínimos aplicáveis às referidas entidades.

Apresentação | Autor 71
5.5. Norma Contabilística e de Relato Financeiro
para as Entidades do Setor Não Lucrativo
(NCRF-ESNL)

Sempre que a NCRF-ESNL não responda a aspetos particulares de


transações ou situações, e a lacuna em causa seja de tal modo
relevante (…) é estabelecido que tendo em vista tão-somente a
superação dessa lacuna, o recurso, supletivamente e pela ordem
indicada:

- Às NCRF e NI;

- Às NIC, adotadas ao abrigo do Regulamento (CE) n.º 1606/02 do


Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de julho de 2002;

- Às normas internacionais de contabilidade (IAS) e normas


internacionais de relato financeiro (IFRS), emitidas pelo IASB, e
respetivas interpretações SIC-IFRIC.

Apresentação | Autor 72
5.6. Norma Contabilística para Microentidades
(NC-ME)

- A Norma Contabilística para Microentidades deve ser aplicada pelas


entidades que cumpram os requisitos para serem classificadas como
microentidades, desde que não optem pela aplicação da Norma
Contabilística e de Relato Financeiro para Pequenas Entidades (NCRF-
PE) ou das Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro (NCRF).

- Importa realçar a alteração ao artigo 66.º do Código das Sociedades


Comerciais prevista no artigo 5.º do DL 98/2015, o qual passou a
prever para as microentidades a dispensa da obrigação de
elaborar o relatório de gestão.

Apresentação | Autor 73
6. FAQ´s e Orientações técnicas da
Comissão de Normalização Contabilística

Apresentação | Autor © 2018, ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 74


6. FAQ´s e Orientações técnicas da Comissão
de Normalização Contabilística

• Com vista a contribuir para a melhor aplicação do Sistema de


Normalização Contabilística, a CNC divulga um conjunto de questões
que lhe têm sido recorrentemente apresentadas e que, pela sua
importância, considera que são merecedoras de divulgação.

• As respostas originais foram emitidas em relação a questões


concretas descritas nos pedidos endereçados à CNC.

Apresentação | Autor 75
6. FAQ´s e Orientações técnicas da Comissão
de Normalização Contabilística

• Porém, e para divulgação no site, tais respostas foram objeto de


adaptação a fim de garantir a necessária proteção de dados ou
informações que, aliás, em nada acrescentariam à compreensão
técnica das matérias.

• Importa ainda realçar que as respostas divulgadas, devem ser


apreciadas tendo em consideração a data em que foram produzidas e
que as mesmas têm um carácter meramente informativo, não
constituindo, em caso algum, um ato administrativo.

Apresentação | Autor 76
6. FAQ´s e Orientações técnicas da Comissão
de Normalização Contabilística

• FAQ's - Questões Frequentes - Setor Empresarial - Normativos


aplicáveis aos períodos que se iniciaram até 01/01/2016;

• FAQ's - Questões Frequentes - Setor Empresarial - Normativo


aplicável aos períodos que se iniciem a partir de 01/01/2016;

• Orientações Técnicas – Setor Empresarial;

• Principais questões relacionadas com a transição para o SNC 2016;

• FAQ's - Questões Frequentes – Setor Público – SNC-AP

Apresentação | Autor 77
7. Operações anteriores ao encerramento
de contas

Apresentação | Autor © 2018, ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 78


7.1. Meios financeiros líquidos

- A contagem física do dinheiro em caixa e a elaboração de conciliações


bancárias representam alguns dos principais meios de conferência dos
Meios financeiros líquidos, e que necessariamente poderá ter relevância
e impacto na análise de outras contas.

- A conciliação bancária consiste na confrontação e conciliação entre os


movimentos e saldos registados na contabilidade e os movimentos e
saldos registados nas instituições bancárias, sendo sempre
recomendável que a sua elaboração tenha uma periodicidade mensal.

Apresentação | Autor 79
7.2. Procedimentos de conferência

- O processo de conferência dos saldos incluídos no balancete, engloba


um conjunto de procedimentos que permitirão obter uma maior
segurança nos registos contabilísticos.

- Na conferência dos saldos devem ser utilizados procedimentos para


aferir o saldo final e/ou movimento ocorrido no ano. Na maioria dos
casos, esse procedimento passará pela análise dos movimentos
registados nos extratos de conta corrente e/ou movimentos que
justificam o saldo final.

Apresentação | Autor 80
7.2. Procedimentos de conferência

A título meramente exemplificativo, referimos os seguintes:

• Mapa resumo das aplicações financeiras mensuradas pelo justo valor e


impacto nos resultados;
• Conciliação das responsabilidades constantes do portal do Banco de
Portugal com as que constam das demonstrações financeiras da empresa;
• Conciliação com a contabilidade das contas bancárias (depósitos à ordem,
a prazo, financiamentos, ou outras), que constam do portal do Banco de
Portugal;
• Conciliação dos saldos das contas de impostos com os
pagamentos/recebimentos já efetuados no período/ano seguinte, bem
como a consulta dos elementos disponíveis, para a empresa, no portal da
Autoridade Tributária;

Apresentação | Autor 81
7.2. Procedimentos de conferência

A título meramente exemplificativo, referimos os seguintes:

• Identificação das faturas (ou saldos) em aberto nas contas de terceiros


(clientes, fornecedores, outros), principalmente se o seu saldo for
relevante para a entidade;
• Solicitação a clientes e fornecedores de extratos de conta corrente para
conciliação de saldos (circularização de terceiros);
• Análise dos saldos de terceiros estáveis e da necessidade do
reconhecimento de perdas por imparidades;
• Conferência das contas correntes do pessoal, dos acionistas, dos
financiamentos obtidos, dos empréstimos concedidos e de outras contas a
receber e a pagar, incluindo os saldos com entidades relacionadas;

Apresentação | Autor 82
7.2. Procedimentos de conferência

A título meramente exemplificativo, referimos os seguintes:

• Conferência das contas de devedores por acréscimos de rendimentos, de


credores por acréscimos de gastos e de diferimentos, incluindo a
regularização dos saldos de abertura;
• Conferência das contas relacionadas com subsídios recebidos ou a
receber, designadamente, o investimento/despesa realizada, o subsídio
recebido, o rendimento a imputar ao período e o imposto diferido
associado;
• Conciliação do cadastro de bens do ativo não corrente com os valores da
contabilidade;
• Comparação entre os imóveis e veículos constantes no portal da
Autoridade Tributária e os constantes na contabilidade;

Apresentação | Autor 83
7.2. Procedimentos de conferência

A título meramente exemplificativo, referimos os seguintes:

• Conciliação do valor do inventário com a conta de inventários;

• Verificação da sequência numérica dos documentos emitidos pela


entidade, tais como faturas, notas de débito, notas de crédito, bem como
dos valores resultantes do programa de faturação (ou SAF-T), e comparar
com os valores registados na contabilidade;

• Comparar os valores das declarações de faturação com a declaração de


IVA e a contabilidade;

Apresentação | Autor 84
7.2. Procedimentos de conferência

A título meramente exemplificativo, referimos os seguintes:

• Comparar os valores declarados na DMR com a contabilidade e as guias


de pagamento;

• Relação da totalidade dos processos em contencioso em que a empresa é


interveniente e conciliação desta relação com a contabilidade –
Imparidades, Provisões e Reversões de imparidades e provisões;

• Para as entidades que têm contabilidade analítica, confirmação de que


todos os gastos e rendimentos têm reflexão na contabilidade analítica.

Apresentação | Autor 85
7.2. Procedimentos de conferência

Neste processo de conferência de saldos o Contabilista Certificado pode


consultar informação, que tem ao seu dispor, entre a qual destacamos:

• Informação constante do portal da Autoridade Tributária,


designadamente:
- Consulta ao cadastro da empresa
- Consulta das declarações submetidas
- Consulta do património predial
- Consulta das viaturas da empresa
- Consulta dos movimentos financeiros
- Obtenção de certidão de inexistência de dívidas.

Apresentação | Autor 86
7.2. Procedimentos de conferência

Neste processo de conferência de saldos o Contabilista Certificado pode


consultar informação, que tem ao seu dispor, entre a qual destacamos:

- Informação constante do portal da Segurança Social, designadamente:


Consulta das declarações submetidas
Obtenção de certidão de inexistência de dívidas,

- Informação constante do portal do Banco de Portugal


Consulta do Mapa de responsabilidades de crédito
Consulta da Base de dados de contas.

Apresentação | Autor 87
7.3. Procedimentos de circularização

- No final do ano, e para confirmar os saldos e movimentos do ano das


contas de clientes, fornecedores e outros créditos a receber e a pagar, pode
justificar-se solicitar a esses terceiros a confirmação dos saldos e
movimentos ocorridos durante o ano.

- Esse procedimento, normalmente designado de circularização de terceiros,


consiste no pedido aos clientes, fornecedores ou outros terceiros
nomeadamente da seguinte informação:
- o saldo no final do período, conta corrente e títulos a
receber/pagar;

- um extrato conta corrente com os movimentos do ano;

- indicação de outras responsabilidades, garantias ou contratos.

Apresentação | Autor 88
8. Operações de encerramento (NCRF)

Apresentação | Autor © 2018, ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 89


8.1 – Políticas contabilísticas, Alterações
nas Estimativas contabilísticas e Erros

Apresentação | Autor © 2018, ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 90


8.1.1. NCRF 4 - Políticas contabilísticas,
Alterações nas Estimativas contabilísticas e Erros

- O objetivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro (NCRF 4)


é o de prescrever os critérios para a seleção e alteração das políticas
contabilísticas, bem como o tratamento contabilístico das alterações nas
estimativas contabilísticas e correções de erros.

- A Norma destina-se a melhorar a relevância e a fiabilidade das


demonstrações financeiras de uma entidade, e a sua comparabilidade
ao longo do tempo e com as demonstrações financeiras de outras
entidades.

Apresentação | Autor 91
8.1.1. NCRF 4 - Políticas contabilísticas,
Alterações nas Estimativas contabilísticas e Erros

Alterações nas políticas contabilísticas

• Uma entidade deve alterar uma política contabilística apenas se a


alteração:

a) For exigida por uma Norma ou Norma Interpretativa; ou

b) Resultar no facto de as demonstrações financeiras


proporcionarem informação fiável e mais relevante sobre os efeitos
das transações, outros acontecimentos ou condições, na posição
financeira, desempenho financeiro ou fluxos de caixa da entidade.

Apresentação | Autor 92
8.1.1. NCRF 4 - Políticas contabilísticas,
Alterações nas Estimativas contabilísticas e Erros

Alterações nas estimativas contabilísticas

• O efeito de uma alteração numa estimativa contabilística deve ser


reconhecido prospetivamente incluindo-o nos resultados do:

a) Período de alteração, se a alteração afetar apenas esse período; ou

b) Período de alteração e períodos futuros, se a alteração afetar ambas


as situações.

• O reconhecimento prospetivo do efeito de uma alteração numa estimativa


contabilística significa que a alteração é aplicada a transações, outros
acontecimentos ou condições a partir da data de alteração na estimativa.

Apresentação | Autor 93
8.1.1. NCRF 4 - Políticas contabilísticas,
Alterações nas Estimativas contabilísticas e Erros

Erros

• Uma entidade deve corrigir os erros materiais de períodos


anteriores retrospetivamente no primeiro conjunto de
demonstrações financeiras aprovadas após a sua descoberta:

a) Reexpressando as quantias comparativas para o(s) período(s)


anterior(es) apresentado(s) em que tenha ocorrido o erro; ou

b) Se o erro ocorreu antes do período anterior mais antigo


apresentado, reexpressando os saldos de abertura dos ativos,
passivos e capital próprio para o período mais antigo apresentado.

Apresentação | Autor 94
Página do manual 64

8.1.2. Caso prático

A empresa “Ir em Frente, S.A.”, no momento em que preparava as operações de


encerramento do ano de 2018, verificou que o mobiliário de escritório que tinha
adquirido no início deste ano por 48.000 €, fruto da intensa atividade desenvolvida,
se encontrava mais degradado do que seria de esperar, tendo decidido alterar a
vida útil desses equipamentos de 8 para 6 anos.

Pedido: O tratamento contabilístico e fiscal das operações no exercício de 2018,


considerando uma taxa de imposto de 21%.

Natureza do problema: Reconhecimento e mensuração das alterações de


estimativas e dos erros.

Apresentação | Autor 95
Página do manual 64

8.1.2. Caso prático

Resolução
Estamos perante uma alteração na estimativa da vida útil de um bem, o que,
de acordo com o § 31 da NCRF 4, o efeito de uma alteração numa estimativa
contabilística, deve ser reconhecido prospetivamente incluindo-o nos
resultados do:

(a) Período de alteração, se a alteração afetar apenas esse período; ou

(b) Período de alteração e futuros períodos, se a alteração afetar ambas as


situações.

Apresentação | Autor 96
Página do manual 64

8.1.2. Caso prático

No caso em concreto, o valor das depreciações aumenta 2.000 €, passando


de 6.000 € anuais, (48.000 € / 8 anos), para 8.000 € anuais, (48.000 € / 6
anos).

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

642 – Gastos de
438 – Ativos Fixos
depreciação e
Tangíveis - Depreciações 8.000 € Depreciações do período
amortização – Ativos fixos
acumuladas
tangíveis

Apresentação | Autor 97
Página do manual 64

8.1.2. Caso prático

Do ponto de vista fiscal, as depreciações dos ativos fixos tangíveis são aceites
como gasto fiscal, nos termos do n.º 1 do art.º 29.º do CIRC, aplicando-se as
taxas de depreciação ou amortização definidas no decreto regulamentar, nos
termos do art.º 31 do CIRC.

O decreto regulamentar 25/2009 estabelece, entre outras coisas, a vida útil


mínima a ser aceite em termos fiscais, o que no caso do mobiliário corresponde a
uma taxa máxima de depreciação de 12,50%, equivalendo a uma vida útil mínima
de 8 anos.

Como a estimativa da vida útil do bem, em termos contabilísticos, (6 anos), é


inferior à vida útil mínima para efeitos fiscais, (8 anos), a parte que excede a
depreciação máxima em termos fiscais deverá ser corrigida no quadro 07 da
declaração Modelo 22, no campo 719, no montante de 2.000 €.

Apresentação | Autor 98
Página do manual 65

8.1.2. Caso prático

No entanto, e tendo em consideração a redação do n.º 3 do art.º 1.º do DR


25/2009, o valor do excesso poderá ser deduzido fiscalmente em período
posterior, quando a depreciação contabilizada for inferior ao valor
correspondente à taxa máxima de depreciação, decorrendo daqui uma
diferença temporária entre o valor contabilístico e o valor fiscal do ativo,
tendo de se considerar o respetivo imposto diferido.

Apresentação | Autor 99
Página do manual 65

8.1.2. Caso prático

• Base contabilística: 40.000 € (48.000 € - 8.000 €)


• Base fiscal: 42.000 € (48.000 € - 6.000 €)
• Diferença: 2.000 €
• Ativo por imposto diferido: 420 € (2.000 € x 21%)

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

Reconhecimento do
2741 - Ativos por
8122 – Imposto diferido 420 € ativo por impostos
impostos diferidos
diferidos

Apresentação | Autor 100


8.2 – Ativos Fixos Tangíveis

Apresentação | Autor © 2018, ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 101


8.2.1. NCRF 7 – Ativos Fixos Tangíveis

- O objetivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de


prescrever o tratamento contabilístico para ativos fixos tangíveis, para
que os utentes das demonstrações financeiras possam perceber a
informação acerca do investimento de uma entidade nos seus ativos
fixos tangíveis, bem como as alterações nesse investimento.

- Os principais aspetos a considerar na contabilização dos ativos fixos


tangíveis são o seu reconhecimento e mensuração.

Apresentação | Autor 102


8.2.1. NCRF 7 – Ativos Fixos Tangíveis

Mensuração no reconhecimento

Um item do ativo fixo tangível que satisfaça as condições de


reconhecimento como um ativo deve ser mensurado pelo seu custo.

Mensuração após o reconhecimento

Uma entidade deve escolher o modelo de custo ou o modelo de


revalorização como sua política contabilística e deve aplicar essa política
a uma classe inteira de ativos fixos tangíveis.

Apresentação | Autor 103


8.2.1. NCRF 7 – Ativos Fixos Tangíveis

Modelo de revalorização

As revalorizações devem ser feitas com suficiente regularidade para assegurar que
a quantia escriturada não difira materialmente daquela que seria determinada pelo
uso do justo valor à data do balanço.

O justo valor de terrenos e edifícios deve ser determinado a partir de provas com
base no mercado por avaliação que deverá ser realizada por avaliadores
profissionalmente qualificados e independentes. O justo valor de itens de
instalações e equipamentos é geralmente o seu valor de mercado determinado por
avaliação.

Os efeitos dos impostos sobre o rendimento, se os houver, resultantes da


revalorização do ativo fixo tangível são reconhecidos de acordo com a NCRF 25 —
Impostos sobre o Rendimento.

Apresentação | Autor 104


8.2.1. NCRF 7 – Ativos Fixos Tangíveis

Modelo de revalorização

Quando um item do ativo fixo tangível for revalorizado, qualquer depreciação


acumulada à data da revalorização é tratada de uma das seguintes formas:

a) Reexpressa proporcionalmente com a alteração na quantia escriturada


bruta do ativo a fim de que a quantia escriturada do ativo após a
revalorização iguale a quantia revalorizada. Este método é muitas vezes
usado quando um ativo for revalorizado por meio da aplicação de um
índice para determinar o seu custo de reposição depreciado.

b) Eliminada contra a quantia escriturada bruta do ativo, sendo a quantia


líquida reexpressa para a quantia revalorizada do ativo. Este método é
muitas vezes usado para edifícios.

Apresentação | Autor 105


8.2.1. NCRF 7 – Ativos Fixos Tangíveis

Modelo de revalorização

A frequência das revalorizações depende das alterações nos justos valores


dos ativos fixos tangíveis que estão a ser revalorizados. Quando o justo valor
de um ativo revalorizado diferir materialmente da sua quantia escriturada, é
exigida uma nova revalorização. Alguns itens do ativo fixo tangível sofrem
alterações significativas e voláteis no justo valor, necessitando, por
conseguinte, de revalorização anual.

Tais revalorizações frequentes são desnecessárias para itens do ativo fixo


tangível apenas com alterações insignificantes no justo valor. Em vez disso,
pode ser necessário revalorizar o item apenas a cada três ou cinco
anos.

Apresentação | Autor 106


8.2.1. NCRF 7 – Ativos Fixos Tangíveis

Depreciação

A depreciação de um ativo começa quando este esteja disponível


para uso, isto é quando estiver na localização e condição necessárias
para que seja capaz de operar na forma pretendida.

Pode ser usada uma variedade de métodos de depreciação para


imputar a quantia depreciável de um ativo numa base sistemática
durante a sua vida útil. Estes métodos incluem:
- o método da linha reta;
- o método do saldo decrescente; e
- o método das unidades de produção.

Apresentação | Autor 107


8.2.1. NCRF 7 – Ativos Fixos Tangíveis

Imparidade

Para determinar se um item do ativo fixo tangível está, ou não, com


imparidade, uma entidade aplica a NCRF 12.

Observações sobre Pequenas Entidades (PE) e Entidades do


Setor Não Lucrativo (ESNL)

As PE e as ESNL que apliquem o modelo de revalorização nos seus


ativos fixos tangíveis, devem aplicar na íntegra a NCRF 25 – Impostos
sobre o Rendimento.

Apresentação | Autor 108


8.2.2. Comissão de Normalização Contabilística
FAQ 9

Para relembrar:

» Pergunta 9: Um ativo fixo tangível que em 31 de dezembro de 2009 se


encontra totalmente amortizado, mas que continua a ser utilizado, deverá, na
transição para o SNC, ser escriturado com valor zero ou tem de ser objeto de
reavaliação?

Resposta (em 10FEV2010): - No caso em apreço não se está perante qualquer correção
de erro, alteração de política contabilística ou modificação de estimativas e não existe,
no novo normativo, qualquer disposição que impeça que o bem em causa possa migrar
com quantia zero, nem que obrigue a que seja objeto de uma revalorização.

Porém, numa situação como a descrita e atentas a relevância e materialidade que


possam estar envolvidas, é razoável que um ativo nessas condições seja expresso por
uma quantia significante.

Apresentação | Autor 109


8.2.3. Aspetos Fiscais

Art. 29.º - Elementos depreciáveis ou amortizáveis

Art. 30.º - Métodos de cálculo das depreciações e amortizações

Art. 31.º - Quotas de depreciação ou amortização

Art. 31.º-A – Mudança de métodos de depreciação e amortização e alterações


na vida útil dos ativos não correntes

Art. 31.º-B – Perdas por imparidade em ativos não correntes

Art. 33.º – Elementos de reduzido valor

Art. 34.º - Depreciações e amortizações não dedutíveis para efeitos fiscais

Apresentação | Autor 110


8.2.4. Modelo 22 – Quadro 07

A acrescer:
Perdas por imparidade de ativos não correntes (artº31.º-B) e depreciações e amortizações
719
(art.º34.º, n.º1), não aceites como gastos . . ,

Menos-valias contabilísticas 736


. . ,

Diferença positiva entre as mais-valias e as menos valias fiscais sem intenção de


739
reinvestimento (art.º 46.º) . . ,

Diferença positiva entre o valor patrimonial tributário definitivo do imóvel e o valor constante
745
do contrato [art.º 64.º, n.º 3 al. a)] . . ,

Apresentação | Autor 111


8.2.4. Modelo 22 – Quadro 07

A deduzir:

Mais-valias contabilísticas 767


. . ,

Correção pelo adquirente do imóvel quando adota o valor patrimonial tributário definitivo para
772
a determinação do resultado tributável na respetiva transmissão [art.º 64.º, nº3, al. b)] . . ,

Perdas por imparidade tributadas em períodos de tributação anteriores (art.ºs 28, 28.º-A,
781
n.º1 e 31.º-B, n.º7) . . ,

Apresentação | Autor 112


Página do manual 80

8.2.5. Caso prático

A sociedade “Boa Onda, S.A.” adquiriu, em janeiro de 2012, um escritório para


instalar a sua sede social, pelo montante de 200.000 €, tendo considerado que o
terreno afeto ao imóvel representa 25% do custo total e atribuiu uma vida útil de
50 anos ao imóvel.

No final do período de 2017 a entidade revalorizou o imóvel com base no justo


valor determinado por um avaliador independente, para o montante de 250.000€.

No período de 2018 decidiu deslocalizar a sua atividade e vendeu o imóvel por


210.000€, não tendo intenção de reinvestir o valor obtido.

Sabe-se, ainda, que em 2018 o coeficiente de atualização monetária aplicável nas


alienações de bens adquiridos em 2012 é de 1,03.

Apresentação | Autor 113


Página do manual 80

8.2.5. Caso prático

Pedido: O tratamento contabilístico e fiscal das operações nos exercícios de


2017 e 2018, considerando uma taxa de IRC de 21%.

Natureza do problema: Mensuração de ativos fixos tangíveis e a sua


repercussão fiscal.

Resolução:

1 - Após o reconhecimento como ativo, uma entidade deve escolher o


modelo do custo ou o modelo de revalorização como política contabilística,
(NCRF 7 § 29). No caso em apreço, a empresa optou, aquando da compra,
pelo modelo do custo.

Apresentação | Autor 114


Página do manual 80

8.2.5. Caso prático

A empresa procedeu à depreciação do valor da construção no montante de


150.000 € = (200.000 € * 75%), numa base sistemática, pelo método da
linha reta, tendo-lhe atribuído uma vida útil de 50 anos, obtendo um valor
anual de depreciação de 3.000 € = (150.000 ÷ 50)

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

6422 - Gastos de
4382 - Depreciações Reconhecimento da depreciação do
depreciação - 3.000
acumuladas – Edifícios ano de 2017
Edifícios

Apresentação | Autor 115


Página do manual 81

8.2.5. Caso prático

2 - No final do período de 2017, a empresa procedeu à revalorização do


imóvel, de acordo com o previsto na alínea b) do parágrafo 35 da NCRF 7.
Assim, anulou as depreciações acumuladas reexpressando a quantia líquida
para a quantia revalorizada do ativo.

As depreciações acumuladas ascendiam em 2017 a 18.000 €,


correspondendo ao somatório das depreciações dos períodos de 2012 a
2017, (3.000 € * 6 = 18.000 €), sendo a quantia escriturada da componente
da construção de 132.000 €, (150.000 € - 18.000 €), enquanto que a
componente terreno mantém o valor inicial de 50.000 €, já que não é
depreciada.

Apresentação | Autor 116


Página do manual 81

8.2.5. Caso prático

A quantia revalorizada, no montante de 250.000 € será repartida pelas


componentes terreno e construção na mesma proporção utilizada no
momento da aquisição, 25% terreno e 75% de construção, originando a
seguinte repartição:

Terreno 62.500 € (250.000 * 25%)

Construção 187.500 € (250.000 * 75%)

Com base nas quantias escrituradas até ao final de 2017, o excedente de


revalorização é obtido da seguinte forma:

Terreno 12.500 € (62.500 € - 50.000 €)

Construção 55.500 € (187.500 € - 132.000 €)

Apresentação | Autor 117


Página do manual 81

8.2.5. Caso prático

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição


4382 - Depreciações 432 - Edifícios e outras Anulação das depreciações
18.000
acumuladas – Edifícios construções acumuladas
431 - Terrenos e
12.500
recursos naturais
432 - Edifícios e outras
55.500 Reconhecimento da revalorização do
construções
ativo fixo tangível
5891 - Outros
excedentes antes de 68.000
IRC

Apresentação | Autor 118


Página do manual 82

8.2.5. Caso prático

3 - Em termos fiscais, a revalorização do ativo, não é considerada como variação


patrimonial positiva, nos termos da alínea b) do n.º 1 do art.º 21.º do CIRC, o que
pressupõe que a base contabilística difere da base fiscal. A diferença positiva entre
a quantia escriturada de um ativo revalorizado e a sua base fiscal é uma diferença
temporária e dá origem a um passivo por impostos diferidos, mesmo se a entidade
não pretender alienar o ativo, sendo a quantia escriturada revalorizada do ativo
recuperada pelo uso, originando um rendimento tributável que excede a
depreciação fiscal.

No caso do valor da construção a diferença entre a base contabilística e a base


fiscal ascende a 55.500 ascendendo o imposto a 11.655 €, (55.500 € * 21%).

Apresentação | Autor 119


Página do manual 82

8.2.5. Caso prático

No que concerne ao terreno, a quantia revalorizada do ativo não pode ser


considerada recuperada pelo uso, já que não é sujeita a depreciação, mas sim a
ótica de alienação, pelo que a base fiscal do bem é o seu valor de aquisição
corrigido pelo seu coeficiente de desvalorização da moeda para o exercício da
revalorização.

Considerando um coeficiente de desvalorização da moeda de 1,03 a base fiscal do


terreno é de 51.500 €, (50.000 € * 1,03), apurando-se assim uma diferença entre
a base contabilística e fiscal de 11.000 € (62.500 € - 51.500 €), o que perfaz um
passivo por impostos diferidos de 2.310 € (11.000 € * 0,21).

Apresentação | Autor 120


Página do manual 82

8.2.5. Caso prático

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição


5892 - Outros
2742 - Passivos por Reconhecimento de passivo por
excedentes- Impostos 13.965
impostos diferidos impostos diferidos
diferidos

13.965 € = 11.655 € + 2.310 €

Apresentação | Autor 121


Página do manual 82

8.2.5. Caso prático

4 – No ano de 2018, a venda do bem origina o seu desreconhecimento do balanço


como ativo (NCRF 7, § 66 a 70), com a consequente transferência do excedente
de revalorização para resultados transitados (NCRF 7, §41):

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição


12 - Depósitos à ordem 6871 - Alienações 210.000 Recebimento da alienação do imóvel
6871 - Alienações 250.000
431 - Terrenos e
62.500
recurso naturais Desreconhecimento do imóvel
432 - Edifícios e outras
187.500
construções
5891 - Outros Transferência do excedente de
56 - Resultados
excedentes – Antes de 68.000 revalorização para resultados
Transitados
IRC transitados
5892 - Outros Transferência do excedente de
56 - Resultados
excedentes – Impostos 13.965 revalorização para resultados
Transitados
diferidos transitados
2742 - Passivos por 8122 – Impostos Reversão do passivo por impostos
13.965
impostos diferidos diferidos diferidos

Apresentação | Autor 122


Página do manual 83

8.2.5. Caso prático

5 - A venda do imóvel originou o reconhecimento de uma menos-valia


contabilística no montante de 40.000€ (210.000 - 250.000). Em termos fiscais, o
valor apurado pela contabilidade não é considerado na formação do lucro
tributável, sendo acrescido no campo 736 o valor apurado da menos valia
contabilística.

O valor considerado para efeitos fiscais deste movimento traduz-se numa mais-
valia no montante de 22.540 €, calculada nos termos do art.º 46.º do CIRC, a
acrescer no campo 739 da declaração modelo 22, calculada como se segue:

Valor da venda - [( Valor de aquisição-Depreciações fiscais) x Coeficiente de atualização]

210.000 - [(200.000-18.000) x 1,03] = 22.540€

Apresentação | Autor 123


8.3 – Propriedades de investimento

Apresentação | Autor © 2018, ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 124


8.3.1. NCRF 11 – Propriedades de investimento

- O objetivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de


prescrever o tratamento contabilístico de propriedades de investimento.

Propriedade de investimento: é a propriedade (terreno ou um


edifício, ou parte de um edifício, ou ambos) detida (pelo proprietário ou
pelo locatário numa locação financeira) para obter rendas ou para
valorização do capital ou para ambas as finalidades, e não para:
a) Uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou para
finalidades administrativas; ou
b) Venda no decurso ordinário do negócio.

Apresentação | Autor 125


8.3.1. NCRF 11 – Propriedades de investimento

Mensuração no reconhecimento
Uma propriedade de investimento deve ser mensurada inicialmente pelo
seu custo. Os custos de transação devem ser incluídos na mensuração
inicial.

Mensuração após reconhecimento


Uma entidade deve escolher como sua política contabilística o modelo
do justo valor ou o modelo do custo e deve aplicar essa política a todas
as suas propriedades de investimento.

Apresentação | Autor 126


8.3.1. NCRF 11 – Propriedades de investimento

Esta Norma exige que todas as entidades determinem o justo valor de


propriedades de investimento, para a finalidade de mensuração (se a
entidade usar o modelo do justo valor) ou de divulgação (se a entidade
usar o modelo do custo).

Incentiva-se uma entidade, mas não se lhe exige, que determine o justo
valor das propriedades de investimento na base de uma valorização por
um avaliador independente que tenha uma qualificação profissional
relevante e reconhecida e que tenha experiência recente na localização
e na categoria da propriedade de investimento que esteja a ser
valorizada.

Apresentação | Autor 127


8.3.1. NCRF 11 – Propriedades de investimento

Incapacidade de determinar fiavelmente o justo valor

Há uma presunção refutável de que uma entidade pode fiavelmente determinar o


justo valor de uma propriedade de investimento numa base continuada.

Porém, em casos excecionais, há clara evidência quando uma entidade adquire


pela primeira vez uma propriedade de investimento (ou quando uma propriedade
existente se torne pela primeira vez propriedade de investimento na sequência de
uma alteração de uso) de que o justo valor da propriedade de investimento não é
determinável com fiabilidade numa base continuada. Isto ocorre quando, e apenas
quando, são pouco frequentes transações de mercado comparáveis e quando não
estão disponíveis estimativas alternativas fiáveis de justo valor.

Apresentação | Autor 128


8.3.1. NCRF 11 – Propriedades de investimento

Observações sobre Pequenas Entidades (PE) e Entidades do


Setor Não Lucrativo (ESNL)

Conforme previsto na NCRF-PE (§ 7.5) e na NCRF-ESNL (§ 7.5) as


designadas propriedades de investimento (terrenos e edifícios) são
reconhecidas como ativos fixos tangíveis.

Apresentação | Autor 129


8.3.2. Aspetos fiscais

Art. 29.º - Elementos depreciáveis ou amortizáveis

Art. 45.º-A – Ativos intangíveis, propriedades de investimento e ativos


biológicos não consumíveis

Apresentação | Autor 130


8.3.3. Modelo 22 – Quadro 07

A acrescer:

Ajustamentos não dedutíveis decorrentes da aplicação do justo valor (art.º 18.º, n.º 9) 713
. . ,

A deduzir:

Ajustamentos não tributáveis decorrentes da aplicação do justo valor (art.º 18.º, n.º 9) 759
. . ,

Gasto fiscal relativo a ativos intangíveis, propriedades de investimento e ativos biológicos não
792
consumíveis (art.º45.º-A) . . ,

Apresentação | Autor 131


Página do manual 89

8.3.4. Caso prático

A empresa “LocaBem, S.A.” adquiriu em janeiro de 2018 um imóvel industrial por


um valor de 500.000 €. A finalidade deste imóvel é o arrendamento sendo
reconhecido no ativo da empresa como propriedades de investimento mensuradas
pelo justo valor.

O justo valor deste imóvel, em dezembro de 2018, conforme resultado do relatório


de avaliação elaborado por um perito independente, ascendia a 620.000 €.

Pedido: O tratamento contabilístico e fiscal das operações no exercício de 2018,


considerando uma taxa de imposto de 21%.

Natureza do problema: Reconhecimento e mensuração das propriedades de


investimento e a sua repercussão fiscal.

Apresentação | Autor 132


Página do manual 89

8.3.4. Caso prático

Resolução:

Tendo a empresa optado pelo modelo de mensuração do justo valor, deve


reconhecer as alterações de justo valor nos resultados do período em que ocorra,
(NCRF 11 § 36).

No caso em concreto o aumento do justo valor do imóvel deve ser reconhecido


como um rendimento.

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição


422 – Propriedades de 773 – Ganhos por aumento de
120.000 Reconhecimento do ganho de justo valor
investimento – Edifícios justo valor

Apresentação | Autor 133


Página do manual 89

8.3.4. Caso prático

Do ponto de vista fiscal, os ganhos e perdas de justo valor de propriedades


de investimento não concorrem para a formação do lucro tributável, de
acordo com o disposto no n.º 9 do art.º 18 do CIRC, pelo que terá de ser
deduzido no campo 759 o valor de 120.000 €.

No entanto, o n.º 2 do art.º 45.º-A do CIRC permite que seja considerado


como gasto para efeitos fiscais o custo de aquisição das propriedades de
investimento, que sejam subsequentemente mensuradas ao justo valor, em
partes iguais, durante o período de vida útil que se deduz da quota mínima
de depreciação, que seria fiscalmente aceite caso esse ativo permanecesse
reconhecido ao custo de aquisição.

Apresentação | Autor 134


Página do manual 90

8.3.4. Caso prático

No caso em apreço seria possível deduzir no campo 792 do quadro 07 da


declaração modelo 22, um valor de 9.375 € (500.000 * 75%(a) * 2,5%(b)).

a) Sendo um imóvel adquirido sem menção expressa do valor terreno


considera-se que o terreno representa 25% do valor, sendo depreciado 75%;

b) Trata de um imóvel industrial integrado na tabela II do decreto


regulamentar 25/2009 com uma quota máxima de 5% e uma quota mínima
de 2,5%.

Apresentação | Autor 135


Página do manual 90

8.3.4. Caso prático

Verifica-se que, nesta situação o valor do bem tem uma base contabilística distinta
da base fiscal, pelo que terão de ser calculados impostos diferidos:

Base contabilística: 620.000,00 €

Base fiscal: 490.625,00 € (500.000 € – 9.375 €)

Diferença: 129.375,00 €

Passivo imposto diferido: 27.168,75 € (129.375,00 * 21%)

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

2742 – Passivos por impostos Reconhecimento do passivo por impostos


8122 – Imposto diferido 27.168,75
diferidos diferidos

Apresentação | Autor 136


8.4 – Ativos intangíveis

Apresentação | Autor © 2018, ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 137


8.4.1. NCRF 6 – Ativos intangíveis

- O objetivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de


prescrever o tratamento contabilístico de ativos intangíveis que não
sejam especificamente tratados noutras Normas. Esta Norma exige que
uma entidade reconheça um ativo intangível se, e apenas se, critérios
especificados forem satisfeitos. A Norma também especifica como
mensurar a quantia escriturada de ativos intangíveis e exige divulgações
especificadas acerca de ativos intangíveis.

Apresentação | Autor 138


8.4.1. NCRF 6 – Ativos intangíveis

Nem todos os itens descritos satisfazem a definição de um ativo


intangível, i.e. identificabilidade, controlo sobre um recurso e existência
de benefícios económicos futuros.

Se um item que esteja dentro do âmbito desta Norma não satisfizer a


definição de um ativo intangível, o dispêndio para o adquirir ou
gerar internamente é reconhecido como um gasto quando for
incorrido.

Apresentação | Autor 139


8.4.1. NCRF 6 – Ativos intangíveis

Um ativo intangível é identificável se:

a) For separável, i. e. capaz de ser separado ou dividido da entidade e


vendido, transferido, licenciado, alugado ou trocado, seja
individualmente ou em conjunto com um contrato, ativo ou passivo
relacionado, independentemente da intenção da entidade de o fazer; ou

b) Resultar de direitos contratuais ou de outros direitos legais,


independentemente desses direitos serem transferíveis ou separáveis da
entidade ou de outros direitos e obrigações.

Apresentação | Autor 140


8.4.1. NCRF 6 – Ativos intangíveis

Um ativo intangível deve ser reconhecido se, e apenas se:

a) For provável que os benefícios económicos futuros esperados


que sejam atribuíveis ao ativo fluam para a entidade; e

b) O custo do ativo possa ser fiavelmente mensurado.

Um ativo intangível deve ser mensurado inicialmente pelo seu


custo.

Apresentação | Autor 141


8.4.1. NCRF 6 – Ativos intangíveis

Fase de pesquisa

Nenhum ativo intangível proveniente de pesquisa (ou da fase de


pesquisa de um projeto interno) deve ser reconhecido. O dispêndio com
pesquisa (ou da fase de pesquisa de um projeto interno) deve ser
reconhecido como um gasto quando for incorrido.

Fase de desenvolvimento

Um ativo intangível proveniente de desenvolvimento (ou da fase de


desenvolvimento de um projeto interno) deve ser reconhecido se, e
apenas se, uma entidade puder demonstrar determinadas condições
previstas na Norma.

Apresentação | Autor 142


8.4.1. NCRF 6 – Ativos intangíveis

Mensuração após reconhecimento

Uma entidade deve escolher ou o modelo de custo ou o modelo de


revalorização do como sua política contabilística.

Para a finalidade de revalorizações segundo esta Norma, o justo valor


deve ser determinado com referência a um mercado ativo.

As revalorizações devem ser feitas com tal regularidade que na data do


balanço a quantia escriturada do ativo não difira materialmente do seu
justo valor.

Alguns ativos intangíveis podem sofrer movimentos significativos e voláteis no


justo valor necessitando, por conseguinte, de revalorizações anuais.

Apresentação | Autor 143


8.4.1. NCRF 6 – Ativos intangíveis

Ativos intangíveis com vidas úteis finitas

A quantia depreciável de um ativo intangível com uma vida útil finita


deve ser imputada numa base sistemática durante a sua vida útil.

Ativos intangíveis com vidas úteis indefinidas

Conforme disposto no parágrafo 105 da Norma:


Um ativo intangível com uma vida útil indefinida deve ser
amortizado num período máximo de 10 anos, aplicando-se-lhe com
as necessárias adaptações o disposto nos parágrafos 95 a 104 da
Norma.

Apresentação | Autor 144


8.4.1. NCRF 6 – Ativos intangíveis

Recuperabilidade da quantia escriturada — perdas por imparidade


Para determinar se um ativo intangível está com imparidade, uma entidade
aplica a NCRF 12 — Imparidade de Ativos.

Observações sobre Pequenas Entidades (PE) e Entidades do Setor


Não Lucrativo (ESNL)

Conforme previsto na NCRF-PE (§ 8.15) e na NCRF-ESNL (§ 8.12) não é


permitida a adoção do modelo de revalorização para ativos intangíveis.

Apresentação | Autor 145


8.4.2. Aspetos fiscais

Art. 45.º-A – Ativos intangíveis, propriedades de investimento e ativos


biológicos não consumíveis

Apresentação | Autor 146


8.4.3. Modelo 22 – Quadro 07

A deduzir:

Gasto fiscal relativo a ativos intangíveis, propriedades de investimento e ativos biológicos não
792
consumíveis (art.º45.º-A) . . ,

Apresentação | Autor 147


Página do manual 99

8.4.4. Caso prático

A empresa “Boa Imagem, S.A.” adquiriu em janeiro de 2015 a propriedade


de uma prestigiada marca de cosméticos pelo montante de 200.000 €. Tendo
em consideração as regras de reconhecimento e mensuração constantes na
NCRF 6, a marca foi considerada como um ativo intangível com vida útil
indefinida.

Pedido: O tratamento contabilístico e fiscal das operações nos exercícios de


2015, 2016, 2017 e 2018, considerando uma taxa de IRC de 21%.

Natureza do problema: Reconhecimento e mensuração de ativos


intangíveis com vida útil indefinida e a sua repercussão fiscal.

Apresentação | Autor 148


Página do manual 99

8.4.4. Caso prático

Resolução:

1 – No exercício de 2015 a empresa ao reconhecer e mensurar o ativo


intangível com uma vida útil indefinida não procedeu à sua amortização,
submetendo o ativo a testes de imparidade. (NCRF 6 § 106 e § 107 –
redação anterior às alterações introduzidas pelo D.L. 98/2015 de 2 de junho)

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

44x – Marcas 12 – Depósitos à Ordem 200.000 Aquisição da marca

Apresentação | Autor 149


Página do manual 99

8.4.4. Caso prático

Em termos fiscais e de acordo com o disposto no art.º 45-A do CIRC, pode-


se deduzir uma vigésima parte do custo do ativo no apuramento do lucro
tributável, originando uma diferença entre o valor contabilístico e o valor
fiscal. No caso em concreto a empresa inscreveu o valor de 10.000 € no
campo 792 da modelo 22, resultando daí um passivo por impostos diferidos
no valor de 2.100 € (10.000 € * 21% = 2.100 €).

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

2742 – Passivos por impostos Reconhecimento do passivo por impostos


8122 – Imposto diferido 2.100
diferidos diferidos

Apresentação | Autor 150


Página do manual 100

8.4.4. Caso prático

2 – No exercício de 2016, com a entrada em vigor do DL 98/2015 de 2 de


junho, um ativo intangível com vida útil indefinida passa a ser amortizado
num período máximo de 10 anos. (NCRF 6 § 105 – redação atual, após as
alterações introduzidas pelo D.L. 98/2015 de 2 de junho).

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

643 – Amortização de ativos 448 – Amortizações


20.000 Amortização do ativo no exercício de 2016
intangíveis acumuladas

Apresentação | Autor 151


Página do manual 100

8.4.4. Caso prático

Em termos fiscais esta amortização não é aceite fiscalmente apesar de o procedimento


contabilístico ter sido alterado, passando a prever uma amortização. Estes ativos
continuam a não ter uma vida útil definida, pelo que também não possuem uma vigência
temporal limitada, o que determina que o gasto com amortização continua a não ser
dedutível para efeitos de IRC.

A dedução fiscal prevista no artigo 45º-A do CIRC não deve ser confundida com a
dedução fiscal da amortização contabilizada, tratando-se de dois procedimentos
distintos, com âmbito e propósitos diferentes.

Assim, no caso concreto a empresa acresce o valor da amortização de 20.000 € no


campo 719 do quadro 07 da modelo 22, bem como, continua a deduzir no campo 792 do
mesmo quadro 07 o montante de 10.000 € que deduziu no ano de 2015.

Apresentação | Autor 152


Página do manual 100

8.4.4. Caso prático

Conforme se pode constatar no quadro seguinte, no ano de 2016 o ativo tem a mesma base
contabilística e fiscal, pelo que se deve reverter o passivo por impostos diferidos calculado no
ano anterior, no montante de 2.100 €.
Valor Diferença Diferença
Ano Valor Fiscal
Contabilístico anual acumulada
2015 200.000,00 190.000,00 -10.000,00 -10.000,00
2016 180.000,00 180.000,00 10.000,00 0,00
2017 160.000,00 170.000,00 10.000,00 10.000,00
2018 140.000,00 160.000,00 10.000,00 20.000,00
2019 120.000,00 150.000,00 10.000,00 30.000,00
2020 100.000,00 140.000,00 10.000,00 40.000,00
2021 80.000,00 130.000,00 10.000,00 50.000,00
2022 60.000,00 120.000,00 10.000,00 60.000,00
2023 40.000,00 110.000,00 10.000,00 70.000,00
2024 20.000,00 100.000,00 10.000,00 80.000,00
2025 0,00 90.000,00 10.000,00 90.000,00
2026 80.000,00 -10.000,00 80.000,00
2027 70.000,00 -10.000,00 70.000,00
2028 60.000,00 -10.000,00 60.000,00
2029 50.000,00 -10.000,00 50.000,00
2030 40.000,00 -10.000,00 40.000,00
2031 30.000,00 -10.000,00 30.000,00
2032 20.000,00 -10.000,00 20.000,00
2033 10.000,00 -10.000,00 10.000,00
Apresentação | Autor 2034 0,00 -10.000,00 0,00 153
Página do manual 101

8.4.4. Caso prático

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

2742 – Passivos por impostos


8122 – Imposto diferido 2.100 Reversão do passivo por impostos diferidos
diferidos

3 – No ano de 2017 a empresa continua a amortizar o ativo intangível pelo


mesmo valor.

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

643 – Amortização de ativos 448 – Amortizações


20.000 Amortização do ativo no exercício de 2017
intangíveis acumuladas

Apresentação | Autor 154


Página do manual 102

8.4.4. Caso prático

Em termos fiscais continua a proceder às mesmas correções no quadro 07 da


modelo 22, acrescendo a amortização contabilística no campo 719 no
montante de 20.000 € e deduzindo no campo 792 o valor de 10.000 €,
apurando neste exercício um ativo por impostos diferidos no valor de 2.100 €
decorrendo da diferença temporária entre a base contabilística e a base fiscal
do ativo.

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição


2741 – Ativos por impostos Reconhecimento do ativo por impostos
8122 – Imposto diferido 2.100
diferidos diferidos

Apresentação | Autor 155


Página do manual 102

8.4.4. Caso prático

4 – No ano de 2018 a empresa continua a amortizar o ativo intangível pelo


mesmo valor.

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

643 – Amortização de ativos 448 – Amortizações


20.000 Amortização do ativo no exercício de 2018
intangíveis acumuladas

Apresentação | Autor 156


Página do manual 102

8.4.4. Caso prático

Em termos fiscais continua a proceder às mesmas correções no quadro 07 da


modelo 22, acrescendo a amortização contabilística no campo 719 no
montante de 20.000 € e deduzindo no campo 792 o valor de 10.000 €,
apurando neste exercício um ativo por impostos diferidos no valor de 2.100 €
decorrendo da diferença temporária entre a base contabilística e a base fiscal
do ativo.

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição


2741 – Ativos por impostos Reconhecimento do ativo por impostos
8122 – Imposto diferido 2.100
diferidos diferidos

Apresentação | Autor 157


8.5 – Investimentos financeiros

Apresentação | Autor © 2018, ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 158


8.5.1. NCRF 13 – Interesses em empreendimentos
conjuntos e investimentos em associadas

O objetivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de


prescrever o tratamento para os interesses em empreendimentos
conjuntos, independentemente da forma jurídica que possam revestir e
para os investimentos em associadas.

Esta Norma proporciona orientação prática para o reconhecimento e


mensuração dos interesses em empreendimentos conjuntos e dos
investimentos em associadas.

Apresentação | Autor 159


8.5.1. NCRF 13 – Interesses em empreendimentos
conjuntos e investimentos em associadas

Associada: é uma entidade (aqui se incluindo as entidades que não sejam


constituídas em forma de sociedade, como, p. ex., as parcerias) sobre a qual
o investidor tenha influência significativa e que não seja nem uma subsidiária
nem um empreendimento conjunto.

Influência significativa: é o poder de participar nas decisões das políticas


financeira e operacional da investida ou de uma atividade económica mas
que não é controlo nem controlo conjunto sobre essas políticas. A influência
significativa pode ser obtida por posse de ações, estatuto ou acordo.

Subsidiária: é uma entidade, ainda que não constituída sob a forma de


sociedade, que é controlada por uma outra entidade, designada por
empresa-mãe.

Apresentação | Autor 160


8.5.1. NCRF 13 – Interesses em empreendimentos
conjuntos e investimentos em associadas

Influência significativa

Se o investidor detiver, direta ou indiretamente (por exemplo, através de subsidiárias),


20 % ou mais do poder de voto na investida, presume-se que tem influência
significativa, a menos que o contrário possa ser claramente demonstrado.

A existência de influência significativa por parte de um investidor é geralmente


evidenciada por uma ou mais das seguintes formas:
a) Representação no órgão de direção ou órgão de gestão equivalente da investida;
b) Participação em processos de decisão de políticas, incluindo a participação em
decisões sobre dividendos e outras distribuições;
c) Transações materiais entre o investidor e a investida;
d) Intercâmbio de pessoal de gestão; ou
e) Fornecimento de informação técnica essencial.

Apresentação | Autor 161


8.5.1. NCRF 13 – Interesses em empreendimentos
conjuntos e investimentos em associadas

Um investimento numa associada deve ser contabilizado usando o método da


equivalência patrimonial, exceto se:

a) Existirem restrições severas e duradouras que prejudiquem substancialmente o


exercício pela investidora dos seus direitos sobre o património ou a gestão dessa
entidade;

b) As participações no capital da empresa associada não forem materialmente


relevantes para a realização do objetivo das demonstrações financeiras darem uma
imagem verdadeira e apropriada. Quando duas ou mais entidades estejam nestas
circunstâncias, mas sejam, no seu conjunto, materialmente relevantes para o
mesmo objetivo, o investimento nessas associadas deve ser contabilizado usando o
método de equivalência patrimonial; ou

c) Se trate de um caso, extremamente raro, em que as informações necessárias não


podem ser obtidas sem custos desproporcionados ou sem demora injustificada.

Apresentação | Autor 162


8.5.1. NCRF 13 – Interesses em empreendimentos
conjuntos e investimentos em associadas

Transações ascendentes e descendentes entre um investidor e uma associada

Os resultados provenientes de transações «ascendentes» e «descendentes» entre um


investidor (incluindo as suas subsidiárias consolidadas) e uma associada são
reconhecidos nas demonstrações financeiras do investidor somente na medida em que
correspondam aos interesses de outros investidores na associada, não relacionados com
o investidor.

- Transações «ascendentes» são, por exemplo, vendas de ativos de uma associada ao


investidor.

- Transações «descendentes» são, por exemplo, vendas de ativos do investidor a uma


associada.

Assim, a parte do investidor nos resultados da associada resultante destas


transações é eliminada.

Apresentação | Autor 163


8.5.1. NCRF 13 – Interesses em empreendimentos
conjuntos e investimentos em associadas

Perdas por imparidade

Tendo aplicado o método da equivalência patrimonial e reconhecido as perdas da


associada, o investidor deve determinar se é necessário reconhecer qualquer
perda por imparidade adicional com respeito ao conjunto de interesses na
associada.

A totalidade da quantia escriturada do investimento numa associada deve ser


testada quanto a imparidade segundo a NCRF 12 — Imparidade de Ativos
como se de um único ativo se tratasse, comparando a sua quantia recuperável
(o mais elevado entre valor de uso e justo valor menos os custos de vender) com
a sua quantia escriturada.

Apresentação | Autor 164


8.5.1. NCRF 13 – Interesses em empreendimentos
conjuntos e investimentos em associadas

Perdas por imparidade

Uma perda por imparidade reconhecida nessas circunstâncias deve ser


imputada primeiramente ao goodwill.

Deste modo, qualquer inversão dessa perda por imparidade é


reconhecida em conformidade com a NCRF 12, na medida em que a
quantia recuperável do investimento aumente subsequentemente.

Uma perda por imparidade reconhecida para o goodwill não deve ser
revertida num período posterior.

Apresentação | Autor 165


8.5.1. NCRF 13 – Interesses em empreendimentos
conjuntos e investimentos em associadas

Observações sobre Pequenas Entidades (PE)

Conforme previsto na NCRF-PE (§ 17.7)

“A mensuração dos investimentos em subsidiárias, associadas e


empreendimentos conjuntos poderá ser efetuada de acordo com o
método da equivalência patrimonial, tal como previsto na NCRF 13,
desde que esta opção seja aplicada a todos os investimentos da mesma
natureza”.

Apresentação | Autor 166


8.5.2. A equivalência patrimonial

Pelo método da equivalência patrimonial, o investimento numa


entidade é inicialmente reconhecido pelo custo (sendo o goodwill
respetivo apresentado separadamente) e a quantia escriturada é
aumentada ou diminuída para reconhecer a parte do investidor nos
resultados da investida depois da data da aquisição.

A parte do investidor nos resultados da investida é reconhecida nos


resultados do investidor. As distribuições recebidas de uma investida
reduzem a quantia escriturada do investimento.

Apresentação | Autor 167


8.5.2. A equivalência patrimonial

Podem também ser necessários ajustamentos na quantia escriturada,


para alterações no interesse proporcional do investidor na investida
resultantes de alterações no capital próprio da investida que não
tenham sido reconhecidas nos resultados da investida.

Tais alterações incluem as resultantes da revalorização de ativos fixos


tangíveis e das diferenças de transposição de moeda estrangeira. A
parte do investidor nessas alterações é reconhecida diretamente no seu
capital próprio.

As demonstrações financeiras disponíveis mais recentes da investida são


usadas pelo investidor na aplicação do método da equivalência
patrimonial.

Apresentação | Autor 168


8.5.3. Comissão de Normalização Contabilística

Para relembrar:

Principais questões relacionadas com a transição para o SNC 2016:

2. Investimentos em subsidiárias, empreendimentos conjuntos e associadas

Que procedimentos uma empresa deve adotar na implementação das alterações


introduzidas no SNC se em 2015 adotava o regime geral SNC e tinha investimentos
em subsidiárias, associadas ou empreendimentos conjuntos mensurados pelo Método
da Equivalência Patrimonial (MEP) e em 2016 passa a adotar a NCRF-PE e opta por
não aplicar o MEP aos investimentos em subsidiárias, associadas ou
empreendimentos conjuntos ou passa a adotar a NC-ME?

Apresentação | Autor 169


8.5.3. Comissão de Normalização Contabilística

Para relembrar:
Principais questões relacionadas com a transição para o SNC 2016:

Na data de transição, os investimentos em subsidiárias, associadas ou


empreendimentos conjuntos estão mensurados pelo custo, que coincide com o valor
contabilístico do investimento sujeito à do MEP no final de 2015.

Os ajustamentos relativos ao MEP reconhecidos na conta Ajustamentos em ativos


financeiros ou Diferenças de conversão de demonstrações financeiras no capital
próprio devem ser anulados por contrapartida de resultados transitados.

A empresa não reconhece o goodwill separadamente do restante valor do


investimento nem o deve amortizar.

A empresa deverá avaliar o investimento quanto a imparidade, bem como eventuais


efeitos nos impostos diferidos.

Apresentação | Autor 170


8.5.4. Fundo de compensação do trabalho

- Para relembrar:

FAQ 28 da Comissão de Normalização Contabilística – revista pelo CNCE em


15 de fevereiro de 2017

» Pergunta 28: Como deve ser efetuado o tratamento a nível do


reconhecimento, mensuração e registo contabilístico das contribuições para o
fundo de compensação do trabalho (FCT) e para o fundo de garantia
de compensação do trabalho (FGCT), cujos regimes jurídicos foram
estabelecidos pela Lei n.º 70/2013, de 30 de agosto?

Apresentação | Autor 171


8.5.5. Aspetos fiscais

Art. 18.º - Periodização do lucro tributável

Apresentação | Autor 172


8.5.6. Modelo 22 – Quadro 07

A acrescer:
Anulação dos efeitos do método da equivalência patrimonial e do método de consolidação
proporcional no caso de empreendimentos conjuntos que sejam sujeitos passivos de IRC 712

(art.º18.º, n.º8) . . ,

A deduzir:

Anulação dos efeitos do método da equivalência patriomonial e do método de consolidação


proporcional no caso de empreendimentos conjuntos que sejam sujeitos passivos de IRC 758

(art.º18.º, n.º8) . . ,

Apresentação | Autor 173


8.6 – Custos de empréstimos obtidos

Apresentação | Autor © 2018, ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 174


8.6.1. NCRF 10 – Custos de empréstimos obtidos

-O objetivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de


prescrever o tratamento dos custos de empréstimos obtidos que sejam
diretamente atribuíveis à aquisição, construção ou produção de um
ativo que se qualifica.

-Esta Norma exige que estes custos sejam imediatamente considerados


como parte do custo do ativo que se qualifica.

-Outros custos de empréstimos obtidos são reconhecidos como gasto.

Apresentação | Autor 175


8.6.1. NCRF 10 – Custos de empréstimos obtidos

• Ativo que se qualifica: é um ativo que leva necessariamente um


período substancial de tempo para ficar pronto para o seu uso
pretendido ou para venda.

• Custos de empréstimos obtidos: são os custos de juros e outros


incorridos por uma entidade relativos aos pedidos de empréstimos de
fundos.

• Custos de empréstimos obtidos elegíveis para capitalização:


os custos de empréstimos obtidos que sejam diretamente atribuíveis
à aquisição, construção ou produção de um ativo que se qualifica são
os custos de empréstimos obtidos que teriam sido evitados se
o dispêndio no ativo que se qualifica não tivesse sido feito.

Apresentação | Autor 176


8.6.1. NCRF 10 – Custos de empréstimos obtidos

Início da capitalização

A capitalização dos custos de empréstimos obtidos como parte do


custo de um ativo que se qualifica deve começar quando:

a) Os dispêndios com o ativo estejam a ser incorridos;

b) Os custos de empréstimos obtidos estejam a ser incorridos; e

c) As atividades que sejam necessárias para preparar o ativo


para o seu uso pretendido ou venda estejam em curso.

Apresentação | Autor 177


8.6.1. NCRF 10 – Custos de empréstimos obtidos

Suspensão da capitalização

• A capitalização dos custos dos empréstimos obtidos deve ser


suspensa durante períodos extensos em que o desenvolvimento das
atividades seja interrompido, conforme descrito na Norma.

Cessação da capitalização

• A capitalização dos custos dos empréstimos obtidos deve cessar


quando substancialmente todas as atividades necessárias para
preparar o ativo elegível para o seu uso pretendido ou para a sua
venda estejam concluídas.
Apresentação | Autor 178
8.6.2. Aspetos fiscais

Art. 67.º - Limitação à dedutibilidade de gastos de financiamento

Apresentação | Autor 179


8.6.3. Modelo 22 – Quadro 07

A acrescer:

Limitação à dedutibilidade de gastos de financiamento líquidos (art.º 67.º) 748


. . ,

A deduzir:

Reporte dos gastos de financiamento líquidos de períodos de tributação anteriores (art.º 67.º) 795
. . ,

Apresentação | Autor 180


8.7 – Inventários

Apresentação | Autor © 2018, ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 181


8.7.1. NCRF 18 - Inventários

-O objetivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de


prescrever o tratamento para os inventários. Um aspeto primordial na
contabilização dos inventários é a quantia do custo a ser reconhecida
como um ativo e a ser escriturada até que os réditos relacionados sejam
reconhecidos.

-Esta Norma proporciona orientação prática na determinação do custo e


no seu subsequente reconhecimento como gasto, incluindo qualquer
ajustamento para o valor realizável líquido.

-Também proporciona orientação nas fórmulas de custeio que sejam


usadas para atribuir custos aos inventários.

Apresentação | Autor 182


8.7.1. NCRF 18 - Inventários

Inventários: São ativos:

a) Detidos para venda no decurso ordinário da atividade empresarial;

b) No processo de produção para tal venda; ou

c) Na forma de materiais ou consumíveis a serem aplicados no processo de


produção ou na prestação de serviços.

Valor realizável líquido: é o preço de venda estimado no decurso ordinário da


atividade empresarial menos os custos estimados de acabamento e os custos
estimados necessários para efetuar a venda.

Mensuração de inventários
Os inventários devem ser mensurados pelo custo ou valor realizável líquido,
dos dois o mais baixo.

Apresentação | Autor 183


8.7.1. NCRF 18 - Inventários

Custo dos inventários


O custo dos inventários deve incluir todos os custos de compra, custos
de conversão e outros custos incorridos para colocar os inventários no
seu local e na sua condição atuais.

A imputação de gastos gerais de produção fixos aos custos de


conversão é baseada na capacidade normal das instalações de
produção.

A quantia de gastos gerais de produção fixos imputada a cada unidade


de produção não é aumentada como consequência de baixa produção
ou de instalações ociosas. Os gastos gerais não imputados são
reconhecidos como um gasto no período em que sejam incorridos.

Apresentação | Autor 184


8.7.1. NCRF 18 - Inventários

Fórmulas de custeio

O custo dos inventários de itens que não sejam geralmente


intermutáveis e de bens ou serviços produzidos e segregados para
projetos específicos deve ser apurado através da identificação
específica dos seus custos individuais.

O custo dos inventários, que não sejam os referidos anteriormente,


deve ser atribuído pelo uso da fórmula “primeira entrada, primeira
saída” (FIFO) ou da fórmula do custo médio ponderado.

Apresentação | Autor 185


8.7.1. NCRF 18 - Inventários

Valor realizável líquido

A prática de reduzir o custo dos inventários (write down) para o valor realizável líquido é
consistente com o ponto de vista de que os ativos não devem ser escriturados por
quantias superiores àquelas que previsivelmente resultariam da sua venda ou uso.

As estimativas do valor realizável líquido são baseadas nas provas mais fiáveis
disponíveis no momento em que sejam feitas as estimativas quanto à quantia que se
espera que os inventários venham a realizar. Estas estimativas tomam em
consideração as variações nos preços ou custos diretamente relacionados com
acontecimentos que ocorram após o fim do período, na medida em que tais
acontecimentos confirmem condições existentes no fim do período.

Em cada período subsequente é feita uma nova avaliação do valor realizável


líquido.

Apresentação | Autor 186


8.7.2. Inventário permanente

- Conforme decorre do n.º 1 do art. 12.º do DL n.º 158/2009, de 13 de julho, com


as alterações introduzidas pelo DL n.º 98/2015, de 2 de junho, as entidades a que
seja aplicável o SNC ou as normas internacionais de contabilidade adotadas pela
UE ficam obrigadas a adotar o sistema de inventário permanente na
contabilização dos inventários, nos seguintes termos:

a) Proceder às contagens físicas dos inventários com referência ao final do


período, ou, ao longo do período, de forma rotativa, de modo a que cada bem
seja contado, pelo menos, uma vez em cada período;

b) Identificar os bens quanto à sua natureza, quantidade e custos unitários e


globais, por forma a permitir a verificação, a todo o momento, da
correspondência entre as contagens físicas e os respetivos registos
contabilísticos.

Apresentação | Autor 187


8.7.2. Inventário permanente

De acordo com o previsto no n.º 2 do art. 12.º do referido DL, a obrigação da


adoção do inventário permanente não se aplica às microentidades.

Encontram-se também dispensadas da aplicação do inventário permanente as


entidades referidas no n.º 1 do art. 12.º do mencionado DL, relativamente às
seguintes atividades:
a) Agricultura, produção animal, apicultura e caça;
b) Silvicultura e exploração florestal;
c) Indústria piscatória e aquicultura;
d) Pontos de vendas a retalho que, no seu conjunto, não apresentem, no
período de um exercício, vendas superiores a € 300 000 nem a 10 % das
vendas globais da respetiva entidade.

Apresentação | Autor 188


8.7.3. Ofício Circulado n.º 20193, de 2016.06.23

Assunto: Sistema de inventário permanente (SIP) e contabilidade


regularmente organizada como condição de atribuição de benefícios fiscais;
periodicidade de registo contabilístico em SIP

Tendo-se suscitado dúvidas relacionadas com o assunto em referência foi,


por Despacho de 23 de junho de 2016, da Diretora-Geral, sancionado o
seguinte entendimento:

(…)
“6. Assim, o facto de uma entidade não adotar o sistema de inventário
permanente, estando a tal obrigada, não é só por si razão para se concluir
que não foi adotado o SNC e que a contabilidade não se encontra
regularmente organizada.”

Apresentação | Autor 189


8.7.3. Ofício Circulado n.º 20193, de 2016.06.23

“7. Todavia, a inexistência ou insuficiência de elementos de contabilidade que


impossibilitem o controlo dos inventários e consequentemente confirmar que
as demonstrações financeiras apresentam de forma apropriada a posição
financeira, o desempenho financeiro e as alterações na posição financeira
devem levar à aplicação de métodos indiretos de determinação da matéria
coletável, nos termos do artigo 57.º do Código do IRC e dos artigos 87.º e
88.º da Lei Geral Tributária (LGT).”
(…)
9. A periodicidade do registo contabilístico em SIP não está legalmente
estabelecida, devendo a mesma atender à natureza das atividades
desenvolvidas pela entidade e à relação entre o custo a suportar com a
obtenção da informação e o benefício dela resultante.
10.Assim, é aceitável, também para efeitos fiscais, que o registo contabilístico
em SIP possa ser efetuado, pelo menos, no final de cada mês.”

Apresentação | Autor 190


8.7.4. Aspetos fiscais

Art. 26.º - Inventários

Art. 27.º - Mudança de critérios de mensuração

Art. 28.º - Perdas por imparidade em inventários

Apresentação | Autor 191


8.7.5. Modelo 22 – Quadro 07

A acrescer:
Perdas por imparidade em inventários para além dos limites legais (art.º28.º) e em créditos
718
não fiscalmente dedutíveis ou para além dos limites legais (art.ºs 28.º-A a 28.º-C . . ,

A deduzir:

Reversão de perdas por imparidade tributadas (art.ºs 28.º, n.º3 e 28.º-A, n.º3) 762
. . ,

Apresentação | Autor 192


Página do manual 132

8.7.6. Caso prático

A empresa “Compra Bem, S.A.” comercializa artigos de vestuário, tendo o seu


Contabilista Certificado verificado que no inventário final do ano de 2018
constavam 3 artigos da coleção de Verão, a saber:

- 100 pares de calças com um custo unitário de 20 €;

- 200 t-shirts com um custo unitário de 5 €;

- 50 casacos com um custo unitário de 50 €.

Perante as indagações que realizou, o Contabilista Certificado verificou que no


início do ano seguinte a empresa conseguiu vender a um armazenista os 100
pares de calças por um valor total de 1.500 € e exportou 100 t-shirts por 500 €,
mas assumiu um custo de transporte de 100 €. Para além disso, a administração
informou-o de que a expetativa de realização dos casacos era de 30 € cada.

Apresentação | Autor 193


Página do manual 132

8.7.6. Caso prático

Pedido: O tratamento contabilístico e fiscal das operações no exercício de


2018, considerando uma taxa de IRC de 21%.

Natureza do problema: Mensuração dos inventários.

Resolução:

1 – De acordo com a NCRF 18, os inventários são mensurados pelo custo ou


pelo valor realizável líquido, dos dois o mais baixo (NCRF 18 §9).

Com base nos dados apresentados a mensuração dos inventários é efetuada


de acordo com o quadro abaixo:

Apresentação | Autor 194


Página do manual 133

8.7.6. Caso prático

Valor Unitário Mensuração


Artigo Perda
Aquisição Realização balanço
Calças 20 15 a) 15 500,00
T-shirts 5 4 b) 4 200,00
Casacos 50 30 30 1 000,00

a) 1.500 € ÷ 100 calças = 15 € por cada uma

b) [500 € - 100 € (transporte)] ÷ 100 t-shirts = 4€ cada uma

Como os valores de aquisição são superiores ao valor de mensuração há que reconhecer


uma perda, correspondendo à diferença pela qual o valor escriturado de um ativo excede
a sua quantia recuperável.

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição


652 – Perdas por imparidade 329 – Perdas por imparidade Reconhecimento de imparidades nas
1.700
em inventários acumuladas mercadorias

Apresentação | Autor 195


Página do manual 133

8.7.6. Caso prático

Em termos fiscais, de acordo com o disposto no art.º 28.º do CIRC são


dedutíveis no apuramento do lucro tributável as perdas por imparidade em
inventários até ao limite da diferença entre o custo de aquisição ou de
produção dos inventários e o respetivo valor realizável líquido referido à data
do balanço, quando este for inferior àquele. A definição de valor realizável
líquido para efeitos fiscais consiste no preço de venda estimado no decurso
normal da atividade, o que se traduz em:

• Elementos oficiais

• Os últimos que em condições normais foram praticados

• Valores correntes de mercado à data de relato, mas que sejam


considerados idóneos e controlo inequívoco

Apresentação | Autor 196


Página do manual 133

8.7.6. Caso prático

Neste caso, verifica-se que no caso das calças e das t-shirts o valor de realização é
apurado com base nos últimos valores de venda apurados, enquanto que no caso
dos casacos é calculado com base numa estimativa, que embora possa ser fiável,
não está de acordo com o normativo fiscal. Assim, a perda por imparidade deste
tipo de artigo, no valor de 1.000 € deverá ser acrescido no campo 718 do quadro
07 da modelo 22.

Decorrente desta diferença entre o valor contabilístico e a base fiscal deste ativo, a
empresa deverá registar um ativo por impostos diferidos no valor de 210 €,
correspondendo à taxa de imposto da diferença temporária.

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

2741 – Ativos por impostos


8122 – Imposto diferido 210 Reconhecimento do ativo por impostos diferidos
diferidos

Apresentação | Autor 197


8.8 – Contratos de construção

Apresentação | Autor © 2018, ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 198


8.8.1. NCRF 19 – Contratos de construção

-O objetivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de


prescrever o tratamento contabilístico de réditos e custos associados a
contratos de construção. Por força da natureza da atividade subjacente
aos contratos de construção, a data em que a atividade do contrato é
iniciada e a data em que a atividade é concluída caem geralmente em
períodos contabilísticos diferentes.

-Por isso, o assunto primordial na contabilização dos contratos de


construção é a imputação do rédito do contrato e dos custos do contrato
aos períodos contabilísticos em que o trabalho de construção seja
executado.

Apresentação | Autor 199


8.8.1. NCRF 19 – Contratos de construção

Contrato de construção: é um contrato especificamente negociado


para a construção de um ativo ou de uma combinação de ativos que
estejam intimamente inter-relacionados ou interdependentes em termos
da sua conceção, tecnologia e função ou do seu propósito ou uso final.

Rédito do contrato
O rédito do contrato deve compreender:
a) A quantia inicial de rédito acordada no contrato; e
b) Variações no trabalho, reclamações e pagamentos de
incentivos do contrato:
i) Até ao ponto que seja provável que resultem em rédito; e

ii) Estejam em condições de serem fiavelmente mensurados.

Apresentação | Autor 200


8.8.1. NCRF 19 – Contratos de construção

Custos do contrato

Os custos do contrato devem compreender:

a) Os custos que se relacionem diretamente com o contrato


específico;

b) Os custos que sejam atribuíveis à atividade do contrato em


geral
e possam ser imputados ao contrato; e

c) Outros custos que sejam especificamente debitáveis ao cliente


nos termos do contrato.

Apresentação | Autor 201


8.8.1. NCRF 19 – Contratos de construção

Reconhecimento do rédito e dos gastos do contrato

Quando o desfecho de um contrato de construção puder ser fiavelmente


estimado, o rédito do contrato e os custos do contrato associados ao
contrato de construção devem ser reconhecidos como rédito e gastos
respetivamente com referência à fase de acabamento da atividade
do contrato à data do balanço.

O reconhecimento de rédito e de gastos com referência à fase de


acabamento de um contrato é muitas vezes referido como o método da
percentagem de acabamento.

Apresentação | Autor 202


8.8.1. NCRF 19 – Contratos de construção

Alterações nas estimativas

O método da percentagem de acabamento é aplicado numa base


acumulada em cada período contabilístico às estimativas correntes de
rédito do contrato e custos do contrato.

As estimativas alteradas são usadas na determinação da quantia de


rédito e de gastos reconhecidos na demonstração dos resultados no
período em que a alteração seja feita e em períodos subsequentes.

Apresentação | Autor 203


8.8.1. NCRF 19 – Contratos de construção

Quando o desfecho de um contrato de construção não possa ser


estimado fiavelmente:

a) O rédito somente deve ser reconhecido até ao ponto em que


seja provável que os custos do contrato incorridos serão recuperáveis; e

b) Os custos do contrato devem ser reconhecidos como um gasto


no período em que sejam incorridos.

Apresentação | Autor 204


8.8.2. Aspetos fiscais

Art. 19.º - Contratos de construção

Apresentação | Autor 205


8.9 – Rédito

Apresentação | Autor © 2018, ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 206


8.9.1. NCRF 20 - Rédito

-O objetivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de


prescrever o tratamento contabilístico de réditos, entendidos como os
rendimentos que surgem no decurso das atividades ordinárias de uma
entidade, como, por exemplo, vendas, honorários, juros, dividendos e
royalties.

-A questão fundamental na contabilização do rédito é a de determinar


quando reconhecer o mesmo.

-O rédito é reconhecido quando for provável que benefícios


económicos futuros fluirão para a entidade e esses benefícios
possam ser fiavelmente mensurados.

Apresentação | Autor 207


8.9.1. NCRF 20 - Rédito

Mensuração do rédito

O rédito deve ser mensurado pelo justo valor da retribuição


recebida ou a receber.

A quantia de rédito proveniente de uma transação é geralmente


determinada por acordo entre a entidade e o comprador ou utente do
ativo.

É mensurado pelo justo valor da retribuição recebida ou a receber


tomando em consideração a quantia de quaisquer descontos comerciais
e de quantidades concedidos pela entidade.

Apresentação | Autor 208


8.9.1. NCRF 20 - Rédito

Reconhecimento do rédito

Venda de bens

O rédito só é reconhecido quando for provável que os benefícios económicos


associados com a transação fluam para a entidade.

Prestação de serviços

Quando o desfecho de uma transação que envolva a prestação de serviços possa


ser fiavelmente estimado, o rédito associado com a transação deve ser
reconhecido com referência à fase de acabamento da transação à data do balanço.

O reconhecimento do rédito com referência à fase de acabamento de uma


transação é muitas vezes referido como o método da percentagem de
acabamento.

Apresentação | Autor 209


8.9.1. NCRF 20 - Rédito

A fase de acabamento de uma transação pode ser determinada por diversos


métodos.

Uma entidade usa o método que mensure fiavelmente os serviços executados.

Dependendo da natureza da transação, os métodos podem incluir:


a) Vistorias do trabalho executado;
b) Serviços executados até à data, expressos como uma percentagem do total
dos serviços a serem executados; ou
c) A proporção que os custos incorridos até à data tenham com os custos
totais estimados da transação. Apenas os custos que reflitam serviços
executados até à data são incluídos nos custos incorridos até à data. Apenas
os custos que reflitam serviços executados ou a serem executados são
incluídos nos custos totais estimados da transação.

Apresentação | Autor 210


8.9.2. Aspetos fiscais

Art. 20.º - Rendimentos e ganhos

Apresentação | Autor 211


8.9.3. Modelo 22 – Quadro 07

A acrescer:
Vendas e prestações de serviços com pagamento diferido: diferença entre a quantia nominal
711
da contraprestação e o justo valor (art.º 18.º, n.º 5) . . ,

A deduzir:

Vendas e prestações de serviços com pagamento diferido: rédito de juros (art.º 18.º, n.º 5) 757
. . ,

Apresentação | Autor 212


Página do manual 144

8.9.4. Caso prático

A sociedade “Vende Bem, S.A.” dedica-se à produção e venda de máquinas industriais,


tendo no dia 1 de julho de 2018 vendido uma máquina por um valor de 100.000 €, que
tinha tido um custo de produção de 65.000 €. A forma de pagamento da operação foi
feita do seguinte modo:

- 40% a pronto pagamento


- 20% cheque pré-datado para 31 de dezembro de 2018
- 20% cheque pré-datado para 30 de junho de 2019
- 20% cheque pré-datado para 31 de dezembro de 2019

Pedido: O tratamento contabilístico e fiscal das operações no exercício de 2018,


considerando uma taxa de juro implícita de 5% anual e uma taxa de IRC de 21%.

Natureza do problema: Mensuração do rédito.

Apresentação | Autor 213


Página do manual 144

8.9.4. Caso prático

Resolução:

Neste caso as vendas englobam uma componente de financiamento, pelo que o rédito
deve ser reconhecido pelo valor descontado dos recebimentos futuros usando uma taxa
de juro imputada, (NCRF 20, § 11).

Para poder calcular o valor descontado será necessário calcular a taxa de juro semestral
equivalente à taxa anual de 5%, através da seguinte fórmula:

Taxa de juro semestral equivalente = [(1,05)^(1/2)-1] = 2,46951%

Com base na taxa equivalente obtém-se ao seguinte quadro financeiro:


data valor nominal valor descontado
01/07/2018 40.000,00 40.000,00
31/12/2018 20.000,00 19.518,00
30/06/2019 20.000,00 19.047,62
31/12/2019 20.000,00 18.588,57
total 100.000,00 97.154,19

Apresentação | Autor 214


Página do manual 145

8.9.4. Caso prático

O juro implícito de cada período semestral é o constante no quadro seguinte:


capital
data inicial juro amortização capital final
01-07-2018 97.154,19 0,00 -40.000,00 57.154,19
31-12-2018 57.154,19 1.411,43 -20.000,00 38.565,62
30-06-2019 38.565,62 952,38 -20.000,00 19.518,00
31-12-2019 19.518,00 482,00 -20.000,00 0,00

Neste caso, o valor do rédito em 1 de julho de 2018 será de 97.154,19 €

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

211 – Clientes conta corrente 712 – Vendas 97.154,19 Venda da máquina industrial

12 – Depósitos à Ordem 211 – Clientes conta corrente 40.000 Recebimento da primeira tranche

731 – Variação da produção


34 - Produtos acabados e Desreconhecimento dos inventários de
de produtos acabados e 65.000
intermédios produtos acabados
intermédios

Apresentação | Autor 215


Página do manual 145

8.9.4. Caso prático

No final do ano é recebida a segunda tranche do valor em dívida e calculado o juro


implícito

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

211 – Clientes conta Rédito do juro implícito do período de 1


7981 – Outros juros 1.411,43
corrente de julho a 31 de dezembro de 2018
211 – Clientes conta
12 – Depósitos à Ordem 20.000 Recebimento da segunda tranche
corrente

Em termos fiscais, e de acordo com o disposto no n.º 5 do art.º 18.º do CIRC, o


valor do rédito relativo a vendas e a prestações de serviços são imputáveis ao
período de tributação a que respeitam pela quantia nominal da contraprestação, o
que no caso em apreço é de 100.000 €, procedendo-se à correção da diferença no
campo 711 do quadro 07 da modelo 22 no montante de 2.845,81 € (100.000 € -
97.154,19 €)

Apresentação | Autor 216


Página do manual 146

8.9.4. Caso prático

Da mesma forma, não é igualmente considerado para efeitos fiscais o rédito do juro implícito,
que para o período compreendido entre 1 de julho e 31 de dezembro de 2018 ascendeu a
1.411,43 €, sendo deduzido ao cálculo da determinação do lucro tributável no campo 757 do
referido quadro 07.

Esta situação origina uma diferença temporária entre a base contabilística e a base fiscal do
ativo, pelo que se torna necessário calcular o valor dos impostos diferidos.

Assim, no final do ano de 2018 encontra-se ainda por regularizar o montante de 1.434,38 € de
rédito de juros (2.845,81 € - 1.411,43 €), devendo registar-se um ativo por impostos diferidos
no montante de 301,22 € (1.434,38 € * 21%)

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

2741 – Ativos por impostos Reconhecimento do ativo por impostos


8122 – Imposto diferido 301,22
diferidos diferidos

Apresentação | Autor 217


8.10 – Provisões, passivos contingentes e
ativos contingentes

Apresentação | Autor © 2018, ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 218


8.10.1. NCRF 21 – Provisões, passivos
contingentes e ativos contingentes

- O objetivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de prescrever


critérios de reconhecimento e bases de mensuração apropriados a provisões,
passivos contingentes e ativos contingentes.

Provisão: é um passivo de tempestividade ou quantia incerta.

Uma provisão só deve ser reconhecida quando, cumulativamente:


a) Uma entidade tenha uma obrigação presente, legal ou construtiva,
como resultado de um acontecimento passado;

b) Seja provável que um exfluxo de recursos que incorporem benefícios


económicos será necessário para liquidar a obrigação; e

c) Possa ser feita uma estimativa fiável da quantia da obrigação.

Apresentação | Autor 219


8.10.1. NCRF 21 – Provisões, passivos
contingentes e ativos contingentes

Passivo contingente é:
a) Uma obrigação possível que provenha de acontecimentos passados e
cuja existência somente será confirmada pela ocorrência ou não de um ou mais
acontecimentos futuros incertos não totalmente sob controlo da entidade; ou
b) Uma obrigação presente que decorra de acontecimentos passados, mas
que não é reconhecida porque:
i) Não é provável que um exfluxo de recursos incorporando
benefícios económicos seja exigido para liquidar a obrigação; ou
ii) A quantia da obrigação não pode ser mensurada com suficiente
fiabilidade.

Ativo contingente: é um possível ativo proveniente de acontecimentos passados


e cuja existência somente será confirmada pela ocorrência ou não de um ou mais
acontecimentos futuros incertos não totalmente sob o controlo da entidade.

Apresentação | Autor 220


8.10.1. NCRF 21 – Provisões, passivos
contingentes e ativos contingentes

Obrigação presente

Em casos raros não é claro se existe ou não uma obrigação presente. Nestes
casos, presume-se que um acontecimento passado dá origem a uma obrigação
presente se, tendo em conta toda a evidência disponível, for mais provável do que
não que tal obrigação presente exista à data do balanço.

Com base em tal evidência a entidade:


a) Reconhece uma provisão, se os critérios de reconhecimento forem
satisfeitos, quando seja mais provável do que não que uma obrigação
presente exista à data do balanço; e
b) Divulga um passivo contingente, quando seja mais provável que nenhuma
obrigação presente exista à data do balanço, a menos que a possibilidade de
um exfluxo de recursos que incorporem benefícios económicos seja remota.

Apresentação | Autor 221


8.10.1. NCRF 21 – Provisões, passivos
contingentes e ativos contingentes

Passivos contingentes
Uma entidade não deve reconhecer um passivo contingente.
Um passivo contingente é divulgado, a menos que seja remota a
possibilidade de um exfluxo de recursos que incorporem benefícios
económicos.

Ativos contingentes
Uma entidade não deve reconhecer um ativo contingente.
Os ativos contingentes surgem normalmente de acontecimentos não
planeados ou de outros não esperados que dão origem à possibilidade
de um influxo de benefícios económicos para a entidade.
Os ativos contingentes não são reconhecidos nas demonstrações
financeiras uma vez que isso poderia resultar no reconhecimento de
rendimentos que poderiam nunca ser realizados.
Apresentação | Autor 222
8.10.1. NCRF 21 – Provisões, passivos
contingentes e ativos contingentes

Mensuração

A melhor estimativa
A quantia reconhecida como uma provisão deve ser a melhor estimativa
do dispêndio exigido para liquidar a obrigação presente à data do
balanço.

Valor presente
Quando o efeito do valor temporal do dinheiro for material, a quantia de
uma provisão deve ser o valor presente dos dispêndios que se espera
que sejam necessários para liquidar a obrigação.

Apresentação | Autor 223


8.10.1. NCRF 21 – Provisões, passivos
contingentes e ativos contingentes

Alterações em provisões
As provisões devem ser revistas à data de cada balanço e ajustadas para refletir a
melhor estimativa corrente. Se deixar de ser provável que será necessário um
exfluxo de recursos que incorporem benefícios económicos futuros para liquidar a
obrigação, a provisão deve ser revertida.

Uso de provisões
Uma provisão deve ser usada somente para os dispêndios relativos aos quais a
provisão foi originalmente reconhecida.
Somente os dispêndios que se relacionem com a provisão original são
contrabalançados com a mesma.
Contrabalançar os dispêndios com uma provisão que foi originalmente reconhecida
para uma outra finalidade esconderia o impacto de dois acontecimentos diferentes.

Apresentação | Autor 224


8.10.1. NCRF 21 – Provisões, passivos
contingentes e ativos contingentes

Árvore de decisão

Apresentação | Autor 225


8.10.2. Aspetos fiscais

Art. 39.º - Provisões fiscalmente dedutíveis

Apresentação | Autor 226


8.10.3. Modelo 22 – Quadro 07

A acrescer:

Provisões não dedutíveis ou para além dos limites legais (art.ºs 19.º, nº4 e 39.º) e perdas por
721
imparidade fiscalmente não dedutíveis de ativos financeiros . . ,

A deduzir:

Reversão de provisões tributadas (art.ºs 19.º, n.º4 e 39.º, n.º4) 764


. . ,

Apresentação | Autor 227


Página do manual 156

8.10.4. Caso prático

A empresa “Representa Bem, S.A.” representa várias marcas de eletrodomésticos,


tendo sido responsável pelo lançamento e dinamização de muitas dessas marcas
em Portugal.

No entanto, em abril de 2018 uma das prestigiadas marcas que representa


terminou a relação comercial, argumentando que iria iniciar a comercialização para
Portugal diretamente através da internet.

Como a “Representa Bem, S.A.” tinha feito um grande investimento na marca,


tendo diversos clientes fidelizados intentou, em junho de 2018, uma ação judicial
contra a sua representada, onde exigiu uma indemnização de clientela no
montante de 300.000 €. O advogado referiu que a empresa tinha boas
possibilidades de obter um desfecho favorável dada a solidez da prova que reuniu.

Apresentação | Autor 228


Página do manual 156

8.10.4. Caso prático

À data do encerramento das contas de 2018 o processo corre no Tribunal,


mantendo o advogado a sua opinião inicial.

Pedido: O tratamento contabilístico da operação.

Natureza do problema: Reconhecimento e mensuração de ativos contingentes.

Resolução:
No período de 2018 a empresa deve divulgar um ativo contingente no valor de
300.000 €, mas não deve reconhecer qualquer ativo no seu balanço. (NCRF 21 §
30 a 34).

Apresentação | Autor 229


8.11 – Subsídios e outros apoios das
entidades públicas

Apresentação | Autor © 2018, ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 230


8.11.1. NCRF 22 – Subsídios e outros apoios
das entidades públicas

- O objetivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de


prescrever os procedimentos que uma entidade deve aplicar na
contabilização de subsídios e de outros apoios das entidades públicas.

Os subsídios das entidades públicas, incluindo subsídios não monetários pelo


justo valor, só devem ser reconhecidos após existir segurança de que:

a) A entidade cumprirá as condições a eles associadas; e

b) Os subsídios serão recebidos.

Apresentação | Autor 231


8.11.1. NCRF 22 – Subsídios e outros apoios
das entidades públicas

Os subsídios das entidades públicas não reembolsáveis relacionados


com ativos fixos tangíveis e intangíveis devem ser inicialmente
reconhecidos nos Capitais Próprios e, subsequentemente:

a) Quanto aos que respeitam a ativos fixos tangíveis depreciáveis e


intangíveis amortizáveis, imputados numa base sistemática como
rendimentos durante os períodos necessários para balanceá-los com os
gastos relacionados que se pretende que eles compensem;

b) Quanto aos que respeitem a ativos fixos tangíveis não depreciáveis,


mantidos nos Capitais Próprios, exceto se a respetiva quantia for
necessária para compensar qualquer perda por imparidade.

Apresentação | Autor 232


8.11.1. NCRF 22 – Subsídios e outros apoios
das entidades públicas

Os subsídios das entidades públicas reembolsáveis são contabilizados


como passivos. No caso de estes subsídios adquirirem a condição de
não reembolsáveis, deverão passar a ter o tratamento referido
anteriormente.

É fundamental que os subsídios das entidades públicas sejam


reconhecidos na demonstração dos resultados numa base sistemática
e racional durante os períodos contabilísticos necessários para
balanceá-los com os gastos relacionados.

Apresentação | Autor 233


8.11.1. NCRF 22 – Subsídios e outros apoios
das entidades públicas

Um subsídio das entidades públicas que se torne recebível como


compensação por gastos já incorridos ou para dar suporte financeiro
imediato à entidade sem qualquer futuro gasto relacionado deve ser
reconhecido como rendimento do período em que se tornar recebível.

Um subsídio das entidades públicas pode tornar-se recebível por uma


entidade como compensação por gastos incorridos num período anterior.

Um tal subsídio é reconhecido como rendimento do período em que se tornar


recebível, com a divulgação necessária para assegurar que o seu
efeito seja claramente compreendido.

Apresentação | Autor 234


8.11.1. NCRF 22 – Subsídios e outros apoios
das entidades públicas

O benefício de um empréstimo de uma entidade pública com uma taxa de


juro inferior à do mercado é tratado como um subsídio de entidade pública.
O empréstimo deve ser reconhecido e aferido em conformidade com a NCRF
27 — Instrumentos Financeiros.

O benefício da taxa de juro inferior à do mercado deve ser determinado


como a diferença entre a quantia escriturada inicial do empréstimo
determinada em conformidade com a NCRF 27 e a quantia recebida.

O benefício é contabilizado em conformidade com a presente Norma. A


entidade deve ter em conta as condições e obrigações que foram, ou devem
ser, satisfeitas ao identificar os gastos que o benefício do empréstimo visa
compensar.

Apresentação | Autor 235


8.11.1. NCRF 22 – Subsídios e outros apoios
das entidades públicas

Apresentação de subsídios relacionados com ativos


Os subsídios das entidades públicas não reembolsáveis relacionados com
ativos fixos tangíveis e intangíveis, incluindo os subsídios não monetários,
devem ser apresentados no balanço como componente do capital próprio, e
imputados como rendimentos do período numa base sistemática e racional
durante a vida útil do ativo.

Apresentação de subsídios relacionados com rendimentos


Os subsídios que são concedidos para assegurar uma rentabilidade mínima
ou compensar deficits de exploração de um dado período imputam-se
como rendimentos desse período, salvo se se destinarem a financiar
deficits de exploração de períodos futuros, caso em que se imputam aos
referidos períodos.

Apresentação | Autor 236


8.11.2. Aspetos fiscais

Art. 22.º - Subsídios relacionados com ativos não correntes

Apresentação | Autor 237


Página do manual 161

8.11.3. Caso prático

A sociedade “Investe Bem, S.A.” adquiriu e pagou um equipamento


industrial, com um período de vida útil de 8 anos, em janeiro de 2018 pelo
montante de 200.000 € e nesse mesmo mês recebeu um subsídio ao
investimento reembolsável, no montante de 50.000 €. O subsídio será
reembolsado de acordo com o quadro abaixo, não pagando juros, sendo que
a taxa média que a empresa incorre é de 5%.
capital
data inicial amortização capital final
01/01/2018 50.000,00 0,00 50.000,00
31/12/2018 50.000,00 0,00 50.000,00
31/12/2019 50.000,00 -10.000,00 40.000,00
31/12/2020 40.000,00 -10.000,00 30.000,00
31/12/2021 30.000,00 -10.000,00 20.000,00
31/12/2022 20.000,00 -10.000,00 10.000,00
31/12/2023 10.000,00 -10.000,00 0,00

Apresentação | Autor 238


Página do manual 161

8.11.3. Caso prático

Pedido: O tratamento contabilístico das operações no exercício de


2018, considerando uma taxa de IRC de 21%.

Natureza do problema: Mensuração dos subsídios e outros apoios das


entidades públicas.

Resolução:

1 – Os subsídios das entidades públicas reembolsáveis são contabilizados como


passivos, (NCRF 22 § 13), no entanto o benefício de um empréstimo de uma
entidade pública com uma taxa de juro inferior à do mercado é tratado como um
subsídio de entidade pública, (NCRF 22 § 21).

Apresentação | Autor 239


Página do manual 161

8.11.3. Caso prático

O empréstimo deve ser reconhecido e aferido em conformidade com a NCRF 27 —


Instrumentos Financeiros, sendo o benefício da taxa de juro inferior à do mercado deve
ser determinado como a diferença entre o valor descontado e a quantia recebida.

No caso concreto, tendo em consideração uma taxa de mercado de 5%, o valor


descontado do subsídio reembolsável sem juros será o apresentado no quadro abaixo:

capital
data inicial juro amortização capital final
01/01/2018 41.233,11 0,00 0,00 41.233,11
31/12/2018 41.233,11 2.061,66 0,00 43.294,77
31/12/2019 43.294,77 2.164,74 -10.000,00 35.459,51
31/12/2020 35.459,51 1.772,98 -10.000,00 27.232,48
31/12/2021 27.232,48 1.361,62 -10.000,00 18.594,10
31/12/2022 18.594,10 929,71 -10.000,00 9.523,81
31/12/2023 9.523,81 476,19 -10.000,00 0,00
total 8.766,89 -50.000,00

Apresentação | Autor 240


Página do manual 162

8.11.3. Caso prático

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

433 – Ativos fixos tangíveis


12 – Depósitos à ordem 200.000 Aquisição da máquina industrial
– Equipamento Básico

12 – Depósitos à Ordem 258 – Outros financiadores 50.000 Recebimento do subsídio reembolsável

Reconhecimento do subsídio referente à


258 – Outros financiadores 5931 – Subsídios atribuídos 8.766,89
diferença de taxa

O subsídio reconhecido nos capitais próprios suscita dificuldades de enquadramento


internacional em matéria de impostos diferidos, no entanto, e uma vez que os subsídios estão
sujeitos a tributação, o aumento do capital próprio apenas se circunscreve à quantia do
subsídio, deduzida da quantia do imposto que lhe está associado, (FAQ 13 CNC), que no caso
em apreço ascende a 1.841,05 € (8.766,89 € * 21%).

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

5932 – Ajustamentos em subsídios 278 – Outros credores 1.841,05 Reconhecimento do imposto

Apresentação | Autor 241


Página do manual 163

8.11.3. Caso prático

2 – No final do ano de 2018, será necessário reconhecer a depreciação do equipamento, bem


como a imputação do subsídio e o respetivo imposto, bem como o gasto do juro implícito do
subsídio reembolsável. No caso em concreto, os valores obtidos são os seguintes:
Depreciação 25.000,00 € (200.000 € ÷ 8 anos)
Imputação do subsídio 1.095,86 € (8.766,89 ÷ 8 anos)
Imposto 230,13 € (1.095,86 € * 21%)

Juro implícito 2.061,66 €

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição


6423 – Depreciação de ativos
4383 – Depreciações acumuladas Reconhecimento da depreciação do ano de
fixos tangíveis – Equipamento 25.000
– Equipamento básico 2018
básico
7883 - Imputação de subsídios
5931 – Subsídios atribuídos 1.095,86 Reconhecimento da imputação do subsídio
para investimentos
278 – Outros credores 5932 – Ajustamentos em subsídios 230,13 Imputação do imposto relativo ao subsídio
Reconhecimento do juro implícito do período
6988 – Outros juros 258 – Outros financiadores 2.061,66
de 2018

Apresentação | Autor 242


8.12 – Impostos sobre o rendimento

Apresentação | Autor © 2018, ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 243


8.12.1. NCRF 25 – Impostos sobre o rendimento

-O objetivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de


prescrever o tratamento contabilístico dos impostos sobre o rendimento
e, em especial, no que respeita a:

a) Recuperação futura (liquidação) da quantia escriturada de ativos


(passivos) que sejam reconhecidos no balanço de uma entidade; e

b) Transações e outros acontecimentos do período corrente que


sejam reconhecidos nas demonstrações financeiras de uma entidade.

Apresentação | Autor 244


8.12.1. NCRF 25 – Impostos sobre o rendimento

Está inerente no reconhecimento de um ativo ou passivo que a entidade


que relata espera recuperar ou liquidar a quantia escriturada do ativo ou
passivo.

Se for provável que a recuperação ou liquidação dessa quantia


escriturada fizer com que os pagamentos futuros de impostos sejam
maiores (menores) do que seriam se tais recuperações ou liquidações
não tivessem consequências fiscais, esta Norma exige que uma
entidade reconheça um passivo por impostos diferidos (ativo por
impostos diferidos), com certas exceções limitadas.

Apresentação | Autor 245


8.12.1. NCRF 25 – Impostos sobre o rendimento

Diferenças temporárias: são diferenças entre a quantia escriturada


de um ativo ou de um passivo no balanço e a sua base de tributação.

As diferenças temporárias podem ser:

a) Diferenças temporárias tributáveis, que são diferenças temporárias de


que resultam quantias tributáveis na determinação do lucro tributável
(prejuízo fiscal) de períodos futuros quando a quantia escriturada do
ativo ou do passivo seja recuperada ou liquidada; ou

b) Diferenças temporárias dedutíveis, que são diferenças temporárias de


que resultam quantias que são dedutíveis na determinação do lucro
tributável (prejuízo fiscal) de períodos futuros quando a quantia
escriturada do ativo ou do passivo seja recuperada ou liquidada.

Apresentação | Autor 246


8.12.1. NCRF 25 – Impostos sobre o rendimento

Ativos por impostos diferidos: são as quantias de impostos sobre o


rendimento recuperáveis em períodos futuros respeitantes a:

a) Diferenças temporárias dedutíveis;

b) Reporte de prejuízos fiscais não utilizados; e

c) Reporte de créditos tributáveis não utilizados.

Passivos por impostos diferidos: são as quantias de impostos sobre


o rendimento pagáveis em períodos futuros com respeito a diferenças
temporárias tributáveis.

Apresentação | Autor 247


8.12.1. NCRF 25 – Impostos sobre o rendimento

Diferenças temporárias dedutíveis


Um ativo por impostos diferidos deve ser reconhecido para todas as
diferenças temporárias dedutíveis até ao ponto em que seja provável que
exista um lucro tributável relativamente ao qual a diferença temporária
dedutível possa ser usada.

Prejuízos fiscais não usados e créditos por impostos não usados


Um ativo por impostos diferidos deve ser reconhecido para o reporte de
prejuízos fiscais não usados e créditos tributáveis não usados até ao ponto
em que seja provável que lucros tributáveis futuros estarão disponíveis
contra os quais possam ser usados prejuízos fiscais não usados e créditos
tributáveis não usados.

Apresentação | Autor 248


8.12.1. NCRF 25 – Impostos sobre o rendimento

Prejuízos fiscais não usados e créditos por impostos não usados

Os critérios para reconhecer ativos por impostos diferidos provenientes do


reporte de prejuízos fiscais e de créditos de impostos não utilizados são os
mesmos que os critérios para o reconhecimento de ativos por impostos
diferidos provenientes de diferenças temporárias dedutíveis. Porém, a
existência de prejuízos fiscais não usados é forte prova de que podem não
estar disponíveis lucros tributáveis futuros.

À data de cada balanço, uma entidade reavalia os ativos por impostos


diferidos não reconhecidos. A entidade reconhece previamente um ativo por
impostos diferidos não reconhecido até ao ponto em que se torne provável
que os lucros tributáveis futuros permitirão que o ativo por impostos
diferidos seja recuperado.

Apresentação | Autor 249


8.12.1. NCRF 25 – Impostos sobre o rendimento

Prejuízos fiscais não usados e créditos por impostos não usados

Quando uma entidade tenha uma história de perdas recentes, a entidade


reconhece um ativo por impostos diferidos proveniente de prejuízos fiscais ou de
créditos tributáveis não utilizados somente até ao ponto que a entidade tenha
suficientes diferenças temporárias tributáveis ou que haja outras provas
convincentes de que lucros tributáveis suficientes estarão disponíveis contra os
quais os prejuízos fiscais não utilizados ou créditos tributáveis não utilizados
possam ser utilizados pela entidade.

Em tais circunstâncias exige-se a divulgação da quantia do ativo por


impostos diferidos e da natureza da prova que suporta o seu
reconhecimento.

Apresentação | Autor 250


8.12.1. NCRF 25 – Impostos sobre o rendimento

Mensuração
Os ativos (passivos) por impostos correntes dos períodos correntes e
anteriores devem ser mensurados pela quantia que se espera que seja paga
(recuperada de) às autoridades fiscais, usando as taxas fiscais (e leis fiscais)
aprovadas à data do balanço.

Os ativos e passivos por impostos diferidos devem ser mensurados pelas


taxas fiscais que se espera que sejam de aplicar no período em que seja
realizado o ativo ou seja liquidado o passivo, com base nas taxas fiscais (e
leis fiscais) que estejam aprovadas à data do balanço.

Ativos e passivos por impostos diferidos não devem ser descontados.

Apresentação | Autor 251


8.12.1. NCRF 25 – Impostos sobre o rendimento

Apresentação - Compensação

Se bem que os ativos e passivos por impostos correntes sejam


reconhecidos e mensurados separadamente, uma entidade deve
compensar ativos por impostos correntes e passivos por impostos
correntes nas suas demonstrações financeiras se, e somente se, a
entidade:
a) Tiver um direito legalmente executável para compensar quantias
reconhecidas; e
b) Pretender liquidar numa base líquida, ou realizar o ativo e liquidar
simultaneamente o passivo.

Apresentação | Autor 252


8.12.2. Modelo 22 – Quadro 07

A acrescer:
IRC, incluindo as tributações autónomas, e outros impostos que direta ou indiretamente
724
incidam sobre os lucros [art.º 23.º-A, n.º 1, al. a)] . . ,

Impostos diferidos [art.º 23.º-A, n.º 1, al. a)] 725


. . ,

A deduzir:

Restituição de impostos não dedutíveis e excesso da estimativa para impostos 765


. . ,

Impostos diferidos [art.º 23.º-A, n.º 1, al. a)] 766


. . ,

Apresentação | Autor 253


8.13 – Instrumentos financeiros

Apresentação | Autor © 2018, ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 254


8.13.1. NCRF 27 – Instrumentos financeiros

- O objetivo desta Norma é o de prescrever o tratamento contabilístico


dos instrumentos financeiros e respetivos requisitos de apresentação.

Esta Norma deve ser aplicada no reconhecimento e mensuração dos


instrumentos financeiros.

Alguns conceitos previstos na Norma:

- Instrumentos financeiros;

- Ativos financeiros;

- Custo amortizado;

- Passivos financeiros.

Apresentação | Autor 255


8.13.1. NCRF 27 – Instrumentos financeiros

Reconhecimento
Uma entidade deve reconhecer um ativo financeiro, um passivo financeiro ou um
instrumento de capital próprio apenas quando a entidade se torne uma parte das
disposições contratuais do instrumento.

Uma entidade deve reconhecer instrumentos de capital próprio no capital próprio


quando a entidade emite tais instrumentos e os subscritores fiquem
obrigados a pagar dinheiro ou entregar qualquer outro recurso em troca dos
referidos instrumentos de capital próprio.

Se os instrumentos de capital próprio forem emitidos antes dos recursos serem


proporcionados a entidade deve apresentar a quantia a receber como ativo.

Apresentação | Autor 256


8.13.1. NCRF 27 – Instrumentos financeiros

Mensuração

Mensuração inicial de ativos e passivos financeiros


Quando um ativo financeiro ou um passivo financeiro é inicialmente
reconhecido, uma entidade deve mensurá-lo pelo seu justo valor.
Os custos de transação que sejam diretamente atribuíveis à aquisição do
ativo financeiro ou à emissão do passivo financeiro devem ser incluídos no
justo valor, no caso dos ativos e passivos financeiros cuja mensuração
subsequente não seja ao justo valor.

Mensuração subsequente de ativos e passivos financeiros


- Justo valor;
- Custo amortizado.

Apresentação | Autor 257


8.13.1. NCRF 27 – Instrumentos financeiros

Exemplos de instrumentos financeiros que são mensurados ao justo valor através


de resultados:
a) Investimentos em instrumentos de capital próprio com cotações divulgadas
publicamente;

b) Instrumentos de dívida perpétua ou obrigações convertíveis;

c) Ativos financeiros classificados como detidos para negociação, ou seja


ativos financeiros adquiridos principalmente para a finalidade de venda num
prazo muito próximo; que façam parte, aquando do reconhecimento inicial, de
uma carteira de instrumentos financeiros identificados, que são geridos em
conjunto e para os quais exista evidência de terem recentemente
proporcionado lucros reais; ou que sejam derivados (exceto se for um
instrumento de cobertura designado e eficaz).

Apresentação | Autor 258


8.13.1. NCRF 27 – Instrumentos financeiros

Exemplos de instrumentos financeiros que são mensurados ao custo amortizado:


a) Clientes e outras contas a receber ou a pagar, bem como empréstimos
bancários, uma vez que satisfaçam tipicamente as condições previstas no
parágrafo 12 da Norma;
b) Investimentos em obrigações não convertíveis;
c) Contas a receber ou a pagar em moeda estrangeira, uma vez que
satisfaçam tipicamente as condições previstas no parágrafo 12 da Norma.
Porém, qualquer alteração no montante a pagar ou a receber devido a
alterações cambiais é reconhecida na demonstração de resultados;
d) Empréstimos a subsidiárias ou associadas que sejam exigíveis, uma vez
que satisfaçam as condições previstas no parágrafo 12; ou
e) Um instrumento de dívida que seja imediatamente exigível se o emitente
incumprir o pagamento de juro ou de amortização de dívida.

Apresentação | Autor 259


8.13.1. NCRF 27 – Instrumentos financeiros

Imparidade

Reconhecimento
Em cada data de relato, uma entidade deve avaliar a imparidade de todos os
ativos financeiros que não sejam mensurados ao justo valor através de
resultados. Se existir uma evidência objetiva de imparidade, a entidade deve
reconhecer uma perda por imparidade na demonstração de resultados.

Evidência objetiva de que um ativo financeiro ou um grupo de ativos está em


imparidade inclui dados observáveis que chamem a atenção ao detentor do
ativo sobre eventos de perda.

Apresentação | Autor 260


8.13.2. Aspetos fiscais

Art. 18.º - Periodização do lucro tributável

Art. 28.º-A – Perdas por imparidade em dívidas a receber

Art. 28-º-B – Perdas por imparidade em créditos

Apresentação | Autor 261


8.13.3. Modelo 22 – Quadro 07

A acrescer:
Perdas por imparidade em inventários para além dos limites legais (art.º28.º) e em créditos
718
não fiscalmente dedutíveis ou para além dos limites legais (art.ºs 28.º-A a 28.º-C . . ,

A deduzir:

Perdas por imparidade tributadas em períodos de tributação anteriores (art.ºs 28, 28.º-A,
781
n.º1 e 31.º-B, n.º7) . . ,

Reversão de perdas por imparidade tributadas (art.ºs 28.º, n.º3 e 28.º-A, n.º3) 762
. . ,

Apresentação | Autor 262


8.13.4. Ficha doutrinária – processo 2014 002462

Assunto: Desreconhecimento de créditos incobráveis não abrangidos


pelo art.º 41 do CIRC – consequências fiscais

- Processo 2014 002462, com Despacho do SEAF XXI n.º 97/2016, de


2016-05-12

Alteração do entendimento sancionado por Despacho do Diretor-Geral,


de 2014-01-28, no âmbito do Processo n.º 2013 001629 e vertido na
ficha doutrinária relativa ao tema “Créditos incobráveis não abrangidos
pelo art.º 41.º - consequências fiscais do seu desreconhecimento”.

Apresentação | Autor 263


Página do manual 182

8.13.5. Caso prático

O Contabilista Certificado da sociedade “Recebe Bem, S.A.”, ao analisar a


conta de clientes no processo de encerramento de contas de 2018 deparou-
se com três situações:

• Uma fatura por liquidar do cliente “A. Dias & Dias, S.A.” no montante
de 5.000 €, com data de vencimento no dia 3 de julho de 2018, cujo
processo foi entregue ao advogado que já deu entrada no Tribunal da
reclamação judicial;

• Um saldo do cliente “Fora de Horas, S.A.” relativo a diversas faturas


do ano de 2018 no montante de 30.000 €. Este cliente foi considerado
insolvente no início do ano de 2019, antes da aprovação das contas;

Apresentação | Autor 264


Página do manual 182

8.13.5. Caso prático

• Uma fatura em mora do cliente “Paga Tarde, S.A.” no montante de


1.000 €, com data de vencimento em janeiro de 2018. Perante as indagações
do Contabilista Certificado sobre acerca das diligências para o recebimento
da fatura, a Administração respondeu que tentou várias vezes telefonar sem
que tenha conseguido obter resposta.

Pedido: O tratamento contabilístico e fiscal das operações no exercício de


2018, considerando uma taxa de IRC de 21%.

Natureza do problema: Mensuração dos instrumentos financeiros.

Apresentação | Autor 265


Página do manual 182

8.13.5. Caso prático

Resolução:

À data de cada período de relato financeiro, deve ser avaliada a imparidade


de todos os ativos financeiros que não sejam mensurados ao justo valor
através de resultados. Nesse sentido, se existir uma evidência objetiva de
imparidade, a entidade deve reconhecer uma perda por imparidade na
demonstração de resultados. (NCRF 27, §§24 e 25).

No caso em apreço, tendo em consideração os elementos apresentados a


empresa deverá reconhecer uma perda por imparidade no montante de
36.000 € (5.000 + 30.000 + 1.000)

Apresentação | Autor 266


Página do manual 183

8.13.5. Caso prático

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

217 – Clientes de cobrança Transferência de clientes conta corrente para


211 – Clientes conta corrente 36.000
duvidosa cobrança duvidosa
6511 – Perdas por imparidade – 219 – Perdas por imparidade
36.000 Reconhecimento de imparidade
Dívidas de clientes acumuladas
Em termos fiscais, o art.º 28-B do CIRC determina em que condições as perdas por
imparidade dos créditos podem ser dedutíveis para efeitos fiscais.

Aplicando ao caso em concreto, verifica-se na primeira situação que o crédito foi reclamado
judicialmente, pelo que o risco de cobrabilidade se encontra enquadrado na alínea b) do n.º
1 do referido artigo, sendo o valor da imparidade aceite em termos fiscais.

Na segunda situação, não obstante, ter sido declarado a insolvência do devedor, esta
ocorreu após a data do fim do período de tributação, pelo que terá de se acrescer 30.000 €
no campo 718 do quadro 07 da modelo 22.

Apresentação | Autor 267


Página do manual 183

8.13.5. Caso prático

No terceiro caso, embora a dívida esteja em mora desde o mês de janeiro verifica-
se que não existem provas de terem sido feitas diligências para o seu
recebimento, pelo que terá de se acrescer o montante de 1.000 € no campo 718
do quadro 07 da declaração modelo 22.

Nesta situação verifica-se uma diferença temporária entre a base contabilística e a


base fiscal do ativo, pelo que deverá ser reconhecido um ativo por impostos
diferidos, no montante de 6.510 € (31.000 € * 21%).

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

2741 – Ativos por impostos Reconhecimento do ativo por impostos


8122 – Imposto diferido 6.510
diferidos diferidos

Apresentação | Autor 268


8.14 – Benefícios dos empregados

Apresentação | Autor © 2018, ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 269


8.14.1. NCRF 28 – Benefícios dos empregados

- O objetivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de


prescrever a contabilização dos benefícios dos empregados.

A Norma exige que uma entidade reconheça:

a) Um passivo quando um empregado tiver prestado serviços em


troca de benefícios dos empregados a serem pagos no futuro; e

b) Um gasto quando a entidade consumir o benefício económico


proveniente do serviço proporcionado por um empregado em troca
dos benefícios dos empregados.

Apresentação | Autor 270


8.14.1. NCRF 28 – Benefícios dos empregados

Planos de participação nos lucros e de bónus

Uma entidade deve reconhecer o custo esperado dos pagamentos de


participação nos lucros e bónus conforme descrito anteriormente quando, e
só quando:

a) A entidade tenha uma obrigação presente legal ou construtiva de


fazer tais pagamentos em consequência de acontecimentos passados; e

b) Possa ser feita uma estimativa fiável da obrigação.

Existe uma obrigação presente quando, e só quando, a entidade não tem


alternativa realista senão a de fazer os pagamentos.

Apresentação | Autor 271


8.14.1. NCRF 28 – Benefícios dos empregados

Planos de participação nos lucros e de bónus

Uma entidade pode não ter obrigação legal de pagar uma gratificação.
Não obstante, em alguns casos, uma entidade tem a prática de pagar
bónus. Em tais casos, a entidade tem uma obrigação construtiva porque
não tem alternativa realista senão de pagar a gratificação.

Uma obrigação segundo planos de participação nos lucros e de bónus


resulta do serviço dos empregados e não de uma transação com os
proprietários da entidade. Por conseguinte, uma entidade reconhece o
custo de planos de participação nos lucros e de bónus não como uma
distribuição do lucro líquido mas como um gasto.

Apresentação | Autor 272


8.14.1. NCRF 28 – Benefícios dos empregados

Benefícios de cessação de emprego

Uma entidade deve reconhecer um passivo e um gasto relativo aos


benefícios de cessação de emprego na mais antiga das seguintes datas:

a) Quando a entidade já não pode retirar a oferta de tais benefícios; e

b) Quando a entidade reconhece os custos de uma reestruturação que se


inscreve no âmbito da NCRF 21 e que implica o pagamento de benefícios
de cessação de emprego.

Apresentação | Autor 273


8.14.2. Aspetos fiscais

Art. 18.º - Periodização do lucro tributável

Art. 23.º-A – Encargos não dedutíveis para efeitos fiscais

Apresentação | Autor 274


8.14.3. Modelo 22 – Quadro 07

A acrescer:

Gastos de benefícios de cessação de emprego, benefícios de reforma e outros benefícios


715
pós emprego ou a longo prazo dos empregados (art.º 18, n.º12) . . ,

Ajudas de custo e encargos com compensação pela deslocação em viatura própria do


730
trabalhador [art.º23.º-A, n.º 1, al. h)] . . ,

Gastos não dedutíveis relativos à participação nos lucros por membros dos orgãos sociais
735
[art.º 23.º-A, nº 1, al. o)] . . ,

A deduzir:

Pagamento ou colocação à disposição dos beneficiários de benefícios de cessação de


emprego, benefícios de reforma e outros benefícios pós emprego ou a longo prazo dos 761

empregados (art.º 18.º, n.º12) . . ,

Apresentação | Autor 275


Página do manual 193

8.14.4. Caso prático

A sociedade LUCROMAIS, S.A., tem vindo há vários anos a garantir aos seus
trabalhadores um plano de participação nos lucros, como incentivo à manutenção
do nível de produtividade dos seus empregados. De acordo com aquele plano, o
total dos pagamentos relativos à participação nos lucros será de 2% do lucro
líquido, se não houver qualquer saída de pessoal durante o ano, ou, caso contrário,
os pagamentos serão reduzidos a 1,5% do lucro líquido distribuível.

No período de 2018 saíram da empresa seis trabalhadores e estima-se que o lucro


líquido distribuível ascenderá a 400.000 €.

Pedido: Contabilize a participação dos trabalhadores nos lucros da empresa em N,


de acordo com o disposto no SNC.

Natureza do problema: Reconhecimento e mensuração do gasto com o pessoal e


do passivo associado.

Apresentação | Autor 276


Página do manual 193

8.14.4. Caso prático

Resolução:

Nos termos do § 9 da NCRF 28, constituem benefícios de curto prazo de


empregados a participação nos lucros pagáveis no prazo de 12 meses após o
final do período em que os empregados prestam o respetivo serviço.

Uma entidade pode não ter obrigação legal de pagar uma gratificação, não
obstante, em alguns casos tem a prática de pagar este tipo de remuneração,
considerando-se uma obrigação construtiva, dado que não tem uma
alternativa realística, de acordo com § 18 da NCRF 28. A mensuração desta
obrigação construtiva deve refletir a possibilidade de alguns empregados
poderem sair sem receber.

Apresentação | Autor 277


Página do manual 193

8.14.4. Caso prático

No caso em apreço, verifica-se que a empresa não tem uma obrigação legal,
mas sim uma obrigação construtiva, pela prática utilizada de participação nos
lucros pelos seus empregados. Assim, contabilizará esta participação nos
lucros como um gasto por contrapartida de um passivo no ano de 2018.

Relativamente à mensuração da obrigação construtiva, existe no caso


concreto uma evidência da mesma, aos estarem fixadas percentagens sobre o
resultado, estando mesmo refletida a possibilidade de saída de alguns
funcionários, tal como dispõe a Norma, obtendo como obrigação o valor de
1,5% sobre o resultado líquido distribuível.

Valor do gasto estimado = 6.000 € (400.000 € x 1,5%)

Apresentação | Autor 278


Página do manual 194

8.14.4. Caso prático

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

Estimativa de
638 - Outros gastos com o 2722 - Credores por
6.000 € participação nos lucros
pessoal acréscimos de gastos
de 2018

Em termos fiscais, este gasto é, em termos genéricos, dedutível, existindo


contudo, uma norma, (al o) do n.º 1 do art.º 23-A do CIRC), que coloca em
algumas situações um limite na dedução deste tipo de gasto. Os gastos relativos à
participação nos lucros por membros de órgãos sociais, quando os beneficiários
sejam titulares, direta ou indiretamente, de partes representativas de, pelo menos,
1 % do capital social, na parte em que exceda o dobro da remuneração mensal
auferida no período de tributação a que respeita o resultado em que participam.

Na situação em concreto, como nenhuma destas questões se coloca, não existe


qualquer correção a efetuar.

Apresentação | Autor 279


8.15 – Acontecimentos após a data do
balanço

Apresentação | Autor © 2018, ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 280


8.15.1. NCRF 24 – Acontecimentos após a data
do balanço

-O objetivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de


estabelecer quando uma entidade deve ajustar as suas demonstrações
financeiras quanto a acontecimentos após a data do balanço e os
princípios gerais de divulgação de acontecimentos após a data do
balanço.

-A Norma também exige que uma entidade não deve preparar as suas
demonstrações financeiras numa base de continuidade se os
acontecimentos após a data do balanço indicarem que o pressuposto da
continuidade não é apropriado.

Apresentação | Autor 281


8.15.1. NCRF 24 – Acontecimentos após a data
do balanço

Acontecimentos após a data do balanço:

São aqueles acontecimentos, favoráveis e desfavoráveis, que ocorram entre a data


do balanço e a data em que as demonstrações financeiras forem autorizadas para
emissão, pelo órgão de gestão. Podem ser identificados dois tipos de
acontecimentos:

a) Aqueles que proporcionem prova de condições que existiam à data do


balanço (acontecimentos após a data do balanço que dão lugar a
ajustamentos); e

b) Aqueles que sejam indicativos de condições que surgiram após a data


do balanço (acontecimentos após a data do balanço que não dão lugar a
ajustamentos).

Apresentação | Autor 282


8.15.1. NCRF 24 – Acontecimentos após a data
do balanço

Acontecimentos após a data do balanço que dão lugar a ajustamentos

Uma entidade deve ajustar as quantias reconhecidas nas suas demonstrações


financeiras para refletir os acontecimentos após a data do balanço que dão lugar a
ajustamentos.

Exemplos:

-A resolução, após a data do balanço, de um caso judicial que confirma que a


entidade tinha uma obrigação presente à data do balanço.
-A descoberta de fraudes ou erros que mostrem que as demonstrações financeiras
estão incorretas.
-A determinação, após a data do balanço, da quantia de participação no lucro ou
de pagamentos de bónus, caso a entidade tivesse uma obrigação presente legal ou
construtiva à data do balanço de fazer tais pagamentos em consequência de
acontecimentos antes dessa data;

Apresentação | Autor 283


8.15.1. NCRF 24 – Acontecimentos após a data
do balanço

Acontecimentos após a data do balanço que dão lugar a ajustamentos

Exemplos:

- A receção de informação após a data do balanço que indique que um ativo


estava em imparidade à data do balanço, ou que a quantia da perda por
imparidade anteriormente reconhecida para esse ativo necessita de ser ajustada,
tal como ocorre, designadamente, nas seguintes situações:
i) A falência de um cliente que ocorre após a data do balanço confirma,
normalmente, que existia uma perda por imparidade à data do balanço numa
conta a receber comercial e que a entidade necessita de ajustar a respetiva
quantia escriturada; e
ii) A venda de inventários após a data do balanço pode dar evidência acerca
do valor realizável líquido à data do balanço;

Apresentação | Autor 284


8.15.1. NCRF 24 – Acontecimentos após a data
do balanço

Acontecimentos após a data do balanço que não dão lugar a


ajustamentos

Uma entidade não deve ajustar as quantias reconhecidas nas suas


demonstrações financeiras para refletir os acontecimentos após a data do
balanço que não dão lugar a ajustamentos.

Exemplos:

- Um declínio no justo valor dos investimentos entre a data do balanço e a


data em que foi autorizada a emissão das demonstrações financeiras. O
declínio no justo valor não está normalmente ligado ao estado dos
investimentos, à data do balanço, mas reflete circunstâncias que surgiram
posteriormente.

Apresentação | Autor 285


8.15.1. NCRF 24 – Acontecimentos após a data
do balanço

Acontecimentos após a data do balanço que não dão lugar a


ajustamentos

Exemplos:

- Uma importante concentração de atividades empresariais após a data


do balanço ou a alienação de uma importante subsidiária;

- O anúncio de um plano para descontinuar uma unidade operacional;

- A destruição por um incêndio de uma importante instalação de


produção;

- O anúncio ou início do processo de uma reestruturação importante;

Apresentação | Autor 286


8.15.1. NCRF 24 – Acontecimentos após a data
do balanço

Acontecimentos após a data do balanço que não dão lugar a


ajustamentos

Exemplos:

-Alterações nas taxas fiscais ou leis fiscais aprovadas ou anunciadas,


que tenham um efeito significativo nos ativos e passivos por impostos
correntes e diferidos;

-O início de litígios importantes que provenham unicamente de


acontecimentos que ocorreram após a data do balanço.

Apresentação | Autor 287


8.15.1. NCRF 24 – Acontecimentos após a data
do balanço

Continuidade

Uma entidade não deve preparar as suas demonstrações financeiras


numa base de continuidade se o órgão de gestão determinar, após a
data do balanço, que pretende liquidar a entidade ou cessar de negociar,
ou que não tenha alternativa realista a não ser fazer isso.

Se o pressuposto da continuidade deixar de ser apropriado, o efeito é


tão profundo que esta Norma exige uma alteração fundamental
no regime contabilístico, em vez de um ajustamento nas quantias
reconhecidas no âmbito do regime contabilístico original.

Apresentação | Autor 288


Página do manual 199

8.15.2. Caso prático

Na empresa ACONTECE, S.A., que se dedica à transformação de madeiras


para a construção civil, ocorreram as seguintes situações após 31 de
dezembro de 2018.

a) O cliente PAGAVAS, Lda. interrompeu pagamentos a partir de


02/03/2019, tendo-se conhecimento que o cliente está praticamente falido.
A entidade tem sobre ele um crédito datado de novembro de 2018.

Apresentação | Autor 289


Página do manual 199

8.15.2. Caso prático

b) A entidade tem um processo judicial em curso desde outubro de 2018,


movido por um ex-funcionário que reclama uma indemnização à ACONTECE,
S.A. no valor de 10.000 €, por doença profissional. Em 14/02/2019 foram
conhecidos os resultados dos exames médicos periciais, realizados ao ex-
funcionário, que confirmam a presença de danos em órgãos internos
provocados por uma substância tóxica libertada no processo de corte de
algumas madeiras. A entidade não efetuou até à data o reconhecimento
deste facto nas suas demonstrações financeiras.

c) Uma alteração da taxa de imposto sobre o rendimento em fevereiro de


2019, na sequência da aprovação da Lei do Orçamento, tendo esta alteração
um efeito significativo nos ativos e passivos por impostos diferidos
reconhecidos em 2018.

Apresentação | Autor 290


Página do manual 199

8.15.2. Caso prático

Pedido:

Classificar os acontecimentos após a data do balanço apresentados e indicar o


correspondente tratamento contabilístico, sabendo que a data da autorização
para emissão das demonstrações financeiras de 2018 é 15 de março de 2019.

Resolução:

Situação a):

Embora a dívida do cliente possa ainda nem sequer estar em mora, o


conhecimento, no período subsequente, de que o cliente está na iminência de
entrar em processo de insolvência, é um facto que confirma que à data do
balanço já existia uma perda por imparidade, que deverá ser reconhecida nas
demonstrações financeiras da ACONTECE, S.A. em 2018.

Apresentação | Autor 291


Página do manual 200

8.15.2. Caso prático

Este é, portanto, um acontecimento que dá lugar a ajustamentos, que


dependerão dos eventuais registos que a entidade já tenha efetuado
relativamente a esta dívida:

• Se a entidade já reconheceu em 2018 uma perda por imparidade sobre a


totalidade da dívida o cliente: não terá de efetuar mais nenhum
ajustamento, apenas atualizar eventualmente as divulgações no Anexo;

• Se a entidade já reconheceu em 2018 uma perda por imparidade por um


montante inferior ao valor total da dívida do cliente: deverá ajustar a
respetiva quantia de perda por imparidade para o valor total da dívida, e
atualizar as respetivas divulgações no Anexo.

• Se a entidade não reconheceu em 2018 qualquer perda por imparidade


sobre a dívida do cliente: deverá reconhecer a perda pelo valor total da
dívida e atualizar as respetivas divulgações no Anexo.

Apresentação | Autor 292


Página do manual 200

8.15.2. Caso prático

Situação b):

O conhecimento dos resultados dos exames médicos periciais efetuados ao


ex-funcionário vêm, muito provavelmente, aumentar o risco de a ACONTECE,
S.A. ter de pagar a indemnização requerida em tribunal, ou seja, vem
reforçar uma condição que já existia à data do balanço de 2018, i.e., uma
obrigação presente, devendo dar lugar a um ajustamento em 2018. Como a
entidade não efetuou qualquer registo, deve reconhecer uma provisão nas
demonstrações financeiras de 2018, pela melhor estimativa do valor da perda
potencial, a qual poderá ser o valor requerido em tribunal, ou seja, 10.000 €.

Apresentação | Autor 293


Página do manual 200

8.15.2. Caso prático

Situação c):

A análise deste acontecimento à luz estritamente da NCRF 24 poderia indiciar


que a alteração da taxa de imposto, ainda que no período subsequente,
consubstanciaria um acontecimento que desse lugar a ajustamentos, mais
concretamente no montante dos ativos e passivos por impostos diferidos. No
entanto, uma leitura conjunta da NCRF 24 e do § 44 da NCRF 25 – Impostos
sobre o rendimento, permite concluir que este acontecimento apenas dará
lugar a divulgação no Anexo.

Com efeito, se a alteração da taxa do imposto ocorreu apenas em 2019, o


que significa que à data do balanço de 2018 ainda não estava aprovada e
vertida em lei, pelo que não deve originar qualquer ajustamento nos ativos e
passivos por impostos diferidos reconhecidos em 2018. Não obstante, se for
expectável que o impacto da alteração possa ter efeitos futuros
materialmente relevantes para a entidade, dever-se-á divulgar o
acontecimento no Anexo de 2018.

Apresentação | Autor 294


9 – Operações de encerramento
(Microentidades)

Apresentação | Autor © 2018, ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 295


9.1. Políticas contabilísticas, Alterações nas
Estimativas contabilísticas e erros

A política ou políticas contabilísticas a aplicar a determinado item será a que


decorrer do capítulo que especificamente tratar da transação, outro
acontecimento ou condição.

Uma entidade deve selecionar e aplicar as suas políticas consistentemente


para transações semelhantes, outros acontecimentos e condições, a menos
que determinado capítulo desta Norma especificamente exija ou permita a
categorização de itens para os quais possam ser apropriadas diferentes
políticas. Se um outro capítulo exigir ou permitir tal categorização, uma
política contabilística deve ser selecionada e aplicada consistentemente a
cada categoria.

Apresentação | Autor 296


9.1. Políticas contabilísticas, Alterações nas
Estimativas contabilísticas e erros

No que respeita a alterações nas políticas contabilísticas uma entidade


deve alterar uma política contabilística apenas se a alteração:

a) For exigida por uma Norma ou Norma Interpretativa; ou

b) Resultar no facto de as demonstrações financeiras


proporcionarem informação fiável e mais relevante sobre os efeitos
das transações, outros acontecimentos ou condições, na posição
financeira e no desempenho financeiro da entidade.

Apresentação | Autor 297


9.1. Políticas contabilísticas, Alterações nas
Estimativas contabilísticas e erros

O efeito de uma alteração numa estimativa contabilística, que não seja uma
alteração à qual se aplique o parágrafo anterior, deve ser reconhecido
prospetivamente incluindo-o nos resultados do:

a) Período de alteração, se a alteração afetar apenas esse período; ou

b) Período de alteração e períodos futuros, se a alteração afetar ambas


as situações.

A correção de um erro material de um período anterior é excluída dos


resultados do período em que o erro é detetado, sendo efetuada diretamente
em resultados transitados.

Apresentação | Autor 298


Página do manual 206

9.1. Políticas contabilísticas, Alterações nas


Estimativas contabilísticas e erros

Caso prático

A empresa Microcosmos, Lda. identificou no ano N-1, já após a divulgação


das contas do exercício anterior, que no pagamento de uma prestação de um
empréstimo bancário, havia sido contabilizado na conta de gastos financeiros
a amortização de capital no montante de 5.000 €.

Pedido: contabilização das operações no exercício N.

Natureza do problema: Correção de erros

NC-ME (capítulo aplicável): 6

Apresentação | Autor 299


Página do manual 206

9.1. Políticas contabilísticas, Alterações nas


Estimativas contabilísticas e erros

Reconhecimento e Mensuração:

De acordo com o disposto no § 6.8 da NC-ME, a correção de um erro


material de um período anterior é excluída dos resultados do período em que
o erro é detetado, sendo efetuada diretamente em resultados transitados.

Neste caso, o erro decorreu no exercício anterior, tendo sido identificado já


após as contas terem sido encerradas, pelo que o lançamento foi efetuado
diretamente na conta de resultados transitados, de forma a não influenciar o
resultado do exercício N, em que foi identificado.

Apresentação | Autor 300


Página do manual 206

9.1. Políticas contabilísticas, Alterações nas


Estimativas contabilísticas e erros

Resolução:

Apresentação | Autor 301


9.2. Ativos fixos tangíveis

- O custo de um item de ativo fixo tangível deve ser reconhecido


como ativo se, e apenas se, cumprir as condições de reconhecimento
definidas no capítulo 3 da NC-ME e desde que se trate de um item que
seja detido para uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços,
para arrendamento a outros, ou para fins administrativos e se espera
que seja usado durante mais do que um período.

Apresentação | Autor 302


9.2. Ativos fixos tangíveis

- As designadas propriedades de investimento (terrenos e edifícios),


bem como os ativos biológicos de produção, são reconhecidos como
ativos fixos tangíveis.

Os animais ou plantas vivos detidos pela entidade e que não se


enquadrem na atividade agrícola integram a subcategoria de
equipamentos biológicos.

Na rubrica “terrenos e edifícios” devem figurar os direitos imobiliários e


outros direitos similares tal como são legalmente definidos.

Apresentação | Autor 303


9.2. Ativos fixos tangíveis

Sobressalentes e equipamentos de serviço são geralmente escriturados como


inventários e reconhecidos nos resultados quando consumidos. Porém, os
sobressalentes principais e equipamento de reserva classificam-se como
ativos fixos tangíveis quando uma entidade espera usá-los durante mais do
que um período. Da mesma forma, se os sobressalentes e os equipamentos
de serviço puderem ser utilizados em ligação com um item do ativo fixo
tangível, eles são contabilizados como ativo fixo tangível.

Partes de alguns itens do ativo fixo tangível poderão necessitar de


substituições a intervalos regulares. Uma entidade deve reconhecer na
quantia escriturada de um item do ativo fixo tangível o custo da peça de
substituição desse item quando o custo for incorrido, se os critérios de
reconhecimento forem cumpridos.

Apresentação | Autor 304


9.2. Ativos fixos tangíveis

- O método de depreciação é o método da linha reta.

A quantia escriturada de um item do ativo fixo tangível deve ser


desreconhecida:
a) No momento da alienação; ou

b) Quando não se espere futuros benefícios económicos do seu uso ou


alienação.

O ganho ou perda decorrente do desreconhecimento de um item do ativo fixo


tangível deve ser incluído nos resultados quando o item for desreconhecido.

Apresentação | Autor 305


9.3. Ativos intangíveis

Um ativo intangível deve ser reconhecido se, e apenas se, for identificável, e
cumprir as condições de reconhecimento definidas no capitulo 3 desta Norma,
desde que se trate de um ativo não monetário, identificável e sem substância
física, que se espera que seja usado durante mais do que um período.

Um ativo intangível deve ser mensurado pelo seu custo, o qual deve ser
determinado como preconizado para os ativos fixos tangíveis.

Não deve ser reconhecido nenhum ativo intangível proveniente de pesquisa, ou da


fase de pesquisa de um projeto interno, sendo os correspondentes dispêndios
reconhecidos como um gasto quando forem incorridos.

Apresentação | Autor 306


9.3. Ativos intangíveis

A quantia amortizável de um ativo intangível com uma vida útil finita


deve ser imputada numa base sistemática durante a sua vida útil, tal como o
previsto para os ativos fixos tangíveis. A amortização deve cessar na data
em que o ativo for desreconhecido.

Um ativo intangível com uma vida útil indefinida deve ser amortizado
num período máximo de 10 anos.

Um ativo intangível deve ser desreconhecido no momento da alienação ou


quando não se esperam futuros benefícios económicos do seu uso ou
alienação.

Apresentação | Autor 307


9.4. Locações

Uma locação é classificada como locação financeira se ela transferir


substancialmente todos os riscos e vantagens inerentes à propriedade. Uma
locação é classificada como locação operacional se ela não transferir
substancialmente todos os riscos e vantagens inerentes à propriedade.

No início do prazo de locação, os locatários devem reconhecer as locações


financeiras como ativos e passivos nos seus balanços por quantias iguais ao
valor dos pagamentos mínimos da locação, cada um determinado no início
da locação.

Apresentação | Autor 308


9.4. Locações

Uma locação financeira dá origem a um gasto de depreciação relativo ao


ativo depreciável assim como a um gasto financeiro em cada período
contabilístico.

A política de depreciação para os ativos locados depreciáveis deve ser


consistente com a dos ativos depreciáveis que sejam possuídos e a
depreciação reconhecida deve ser calculada nas bases estabelecidas nos
capítulos 7 e 8 da Norma (Ativos Fixos Tangíveis e Ativos Intangíveis).

Os pagamentos de uma locação operacional devem ser reconhecidos


como um gasto numa base linear durante o prazo da locação.

Apresentação | Autor 309


9.5. Custos de empréstimos obtidos

Quanto aos custos de empréstimos obtidos, a NC – ME apenas


considera o regime do reconhecimento dos mesmos como um gasto no
período em que sejam incorridos, não considerando que os mesmos
possam ser capitalizados.

Os custos de empréstimos obtidos devem ser reconhecidos como um


gasto no período em que sejam incorridos.

Apresentação | Autor 310


9.5. Custos de empréstimos obtidos

Os custos de empréstimos obtidos considerados na norma incluem:

a) Juros de descobertos bancários e de empréstimos obtidos a curto e


longo prazo;

b) Encargos financeiros com respeito a locações financeiras reconhecidas


de acordo com o capítulo 9 (Locações) desta Norma; e

c) Diferenças de câmbio provenientes de empréstimos obtidos em moeda


estrangeira até ao ponto em que sejam vistos como um ajustamento do
custo dos juros.

Apresentação | Autor 311


9.6. Inventários

Os inventários são tratados pela NC – ME no seu § 11, sendo reconhecidos


como tal os Ativos:

-Detidos para venda no decurso ordinário da atividade empresarial;

-No processo de produção para tal venda; ou

-Na forma de materiais ou consumíveis a serem aplicados no processo


de produção ou na prestação de serviços.

São igualmente tratados como inventários os ativos biológicos consumíveis e


os produtos agrícolas.

Apresentação | Autor 312


9.6. Inventários

Em termos de mensuração, os inventários devem ser considerados pelo


seu custo ou pelo seu valor realizável líquido, dos dois o mais baixo.

A prática de reduzir o custo dos inventários para o valor realizável


líquido é consistente com o ponto de vista de que os ativos não devem
ser escriturados por quantias superiores àquelas que previsivelmente
resultariam da sua venda ou uso.

Os inventários podem ser movimentados em sistema de inventário


intermitente ou permanente, podendo ser utilizado, como forma de
custeio, o custo médio ponderado ou o FIFO.

Apresentação | Autor 313


9.7. Rédito

O capítulo 12 da NC-ME respeita à contabilização do rédito proveniente


da venda de bens, prestação de serviços e uso por outros de Ativos da
entidade que produzam juros, royalties e dividendos.

Refere a norma que o rédito deve ser mensurado pela quantia da


contraprestação acordada a qual, em geral, é determinada por acordo
entre a entidade e o comprador ou utente do ativo, tomando em
consideração a quantia de quaisquer descontos comerciais e de
quantidade concedidos pela entidade.

Apresentação | Autor 314


9.7. Rédito

O rédito proveniente da venda de bens deve ser reconhecido quando


tiverem sido satisfeitas todas as condições seguintes:
a) A entidade tenha transferido para o comprador os riscos e vantagens
significativos da propriedade dos bens;

b) A entidade não mantenha envolvimento continuado de gestão com grau


geralmente associado com a posse, nem o controlo efetivo dos bens vendidos;

c) A quantia do rédito possa ser fiavelmente mensurada;

d) Seja provável que os benefícios económicos associados com a transação


fluam para a entidade; e

e) Os custos incorridos ou a serem incorridos referentes à transação possam


ser fiavelmente mensurados.

Apresentação | Autor 315


9.7. Rédito

Quando o desfecho de uma transação que envolva a prestação de


serviços possa ser fiavelmente estimado, o rédito associado com a
transação deve ser reconhecido com referência à fase de acabamento
da transação à data do balanço.

Quando o desfecho da transação que envolva a prestação de serviços


não possa ser estimado com fiabilidade, o rédito somente deve ser
reconhecido na medida em que sejam recuperáveis os gastos.

Apresentação | Autor 316


9.8. Provisões

Só devem ser reconhecidas provisões quando cumulativamente:


a) Uma entidade tenha uma obrigação presente (legal ou construtiva) como
resultado de um acontecimento passado;

b) Seja provável que um exfluxo de recursos que incorporem benefícios


económicos será necessário para liquidar a obrigação; e

c) Possa ser feita uma estimativa fiável da quantia da obrigação.

Presume-se que um acontecimento passado dá origem a uma obrigação


presente se, tendo em conta toda a evidência disponível, for mais provável
do que não que tal obrigação presente exista à data do balanço.

Apresentação | Autor 317


9.8. Provisões

No que respeita à mensuração a quantia reconhecida como uma


provisão deve ser a quantia estimada que uma entidade racionalmente
pagaria para liquidar a obrigação à data do balanço ou para a transferir
para uma terceira parte nesse momento.

As provisões devem ser revistas à data de cada balanço e ajustadas


para refletir a melhor estimativa corrente.

Se deixar de ser provável que será necessário um exfluxo de recursos


que incorporem benefícios económicos futuros para liquidar a obrigação,
a provisão deve ser revertida.

Apresentação | Autor 318


9.9. Contabilização dos subsídios atribuídos por
entidades públicas

Os subsídios atribuídos por entidades públicas só devem ser reconhecidos


após existir segurança de que:

a) A entidade beneficiária cumprirá as condições a eles associadas; e

b) Os subsídios serão recebidos.

A forma pela qual um subsídio é recebido não afeta o método contabilístico a


ser adotado com respeito ao subsídio. Por conseguinte, um subsídio é
contabilizado da mesma maneira, quer ele seja recebido em dinheiro, quer
como redução de um passivo para com a entidade pública.

Apresentação | Autor 319


9.9. Contabilização dos subsídios atribuídos por
entidades públicas

Os subsídios atribuídos por entidades públicas que sejam não


reembolsáveis e relacionados com ativos fixos tangíveis ou intangíveis
devem ser inicialmente reconhecidos nos capitais próprios e,
subsequentemente, imputados numa base sistemática como
rendimentos, durante os períodos necessários para balanceá-los com os
gastos relacionados que se pretende que eles compensem.

Os subsídios atribuídos por entidades públicas que sejam reembolsáveis


são contabilizados como passivos.

Apresentação | Autor 320


9.9. Contabilização dos subsídios atribuídos por
entidades públicas

No que respeita à apresentação de subsídios relacionados com ativos


refere a NC-ME que os subsídios atribuídos por das entidades públicas
que sejam não reembolsáveis e relacionados com ativos fixos tangíveis
ou intangíveis, incluindo os subsídios não monetários, devem ser
apresentados no balanço como componente do capital próprio, e
imputados como rendimentos do período, na proporção das
depreciações e amortizações efetuadas em cada período.

Apresentação | Autor 321


9.10. Os efeitos de alterações em taxas de
câmbio

Uma transação em moeda estrangeira deve ser registada, no momento do


reconhecimento inicial na moeda funcional, pela aplicação à quantia de moeda
estrangeira da taxa de câmbio entre a moeda funcional e a moeda estrangeira à
data da transação.

À data de cada balanço, exceto se a taxa de câmbio estiver contratualmente


fixada:

a) Os itens monetários em moeda estrangeira devem ser transpostos pelo


uso da taxa de fecho;

b) Os itens não monetários que sejam mensurados em termos de custo


histórico numa moeda estrangeira devem ser transpostos pelo uso da taxa de
câmbio à data da transação.

Apresentação | Autor 322


9.10. Os efeitos de alterações em taxas de
câmbio

As diferenças de câmbio resultantes da liquidação de itens monetários


ou do relato de itens monetários de uma empresa a taxas diferentes das
que foram inicialmente registadas durante o período, ou relatadas em
demonstrações financeiras anteriores, devem ser reconhecidas nos
resultados do período em que ocorram.

Quando a transação é liquidada num período contabilístico subsequente


àquele em que ocorreu, a diferença de câmbio reconhecida em cada
período até à data de liquidação é determinada pela alteração nas taxas
de câmbio durante cada período.

Apresentação | Autor 323


9.11. Impostos sobre o rendimento

O tratamento contabilístico dos impostos sobre o rendimento é o método do


imposto a pagar.

O termo “impostos sobre o rendimento” inclui todos os impostos baseados


em lucros tributáveis, bem como as tributações autónomas, que sejam
devidos em qualquer jurisdição fiscal.

As quantias de impostos sobre o rendimento relacionadas com as transações


correntes ou outros acontecimentos geradores de imposto no período
deverão ser contabilizadas como um gasto a afetar os resultados do período.

Apresentação | Autor 324


9.11. Impostos sobre o rendimento

No que respeita aos aspetos de reconhecimento e mensuração, os impostos sobre


o rendimento para períodos correntes e anteriores devem, na medida em que não
estejam pagos, ser reconhecidos como passivos. Se a quantia já paga com
respeito a períodos correntes e anteriores exceder a quantia devida para esses
períodos, o excesso deve ser reconhecido como um ativo.

Os passivos (ativos) por impostos sobre o rendimento dos períodos correntes e


anteriores devem ser mensurados pela quantia que se espera que seja paga
(recuperada de) às autoridades fiscais, usando as taxas fiscais (e leis fiscais)
aprovadas à data do balanço.

O gasto de impostos sobre o rendimento deve ser apresentado na demonstração


dos resultados.

Apresentação | Autor 325


9.12. Ativos e passivos financeiros

O capítulo 17 da NC-ME aplica-se aos ativos e passivos financeiros


decorrentes de relacionamentos contratuais de aquisição e venda de bens e
serviços e de outros direitos e obrigações relacionados com a atividade
económica da entidade, designadamente clientes, fornecedores,
financiamentos concedidos e obtidos, participações de capital, locações,
seguros e outras contas e receber e a pagar relativas à sua atividade
corrente, de financiamento e de investimento.

Uma entidade deve reconhecer um ativo financeiro ou um passivo


financeiro apenas quando se torne uma parte de disposições contratuais
geradoras de direitos e obrigações.

Apresentação | Autor 326


9.12. Ativos e passivos financeiros

Uma entidade deve mensurar os seus ativos e passivos financeiros ao


custo, entendido como a quantia nominal dos direitos e obrigações
contratuais envolvidos. Ativos financeiros relativos a contas a receber e
a participações de capital são mensurados ao custo de aquisição, sujeito
a ajustamentos subsequentes derivadas de eventuais imparidades.

Para determinar se um ativo financeiro está ou não com imparidade,


uma entidade deve rever a sua quantia escriturada, bem como
determinar a sua quantia recuperável e reconhecer (ou reverter o
reconhecimento de) uma perda por imparidade, designadamente em
contas a receber (por exemplo, clientes).

Apresentação | Autor 327


9.12. Ativos e passivos financeiros

Uma entidade deve desreconhecer um ativo financeiro (ou parte de um


ativo financeiro) apenas quando os direitos contratuais aos
recebimentos resultantes do ativo financeiro se realizam, expiram ou
são transferidos para outra entidade.

Uma entidade deve desreconhecer um passivo financeiro (ou parte de


um passivo financeiro) apenas quando este se extinguir, isto é, quando
a obrigação estabelecida no contrato seja liquidada, cancelada ou
expire.

Apresentação | Autor 328


9.13. Benefícios dos empregados

Os benefícios dos empregados aos quais este capítulo se aplica são os


seguintes:

a) Benefícios de curto prazo, tais como salários, ordenados e


contribuições para a segurança social, licença anual paga e licença por
doença paga, participação nos lucros e gratificações (se pagáveis dentro
de doze meses a contar do final do período) e benefícios não monetários
(tais como cuidados médicos, alojamento, automóveis e bens ou
serviços gratuitos ou subsidiados) relativos aos empregados; e

b) Benefícios de cessação de emprego.

Apresentação | Autor 329


9.13. Benefícios dos empregados

Em termos gerais, uma entidade deve reconhecer:

a) Um gasto quando consumir o benefício económico proveniente


do serviço proporcionado por um empregado em troca desses
benefícios; e

b) Um passivo quando um empregado tiver prestado serviços em


troca de benefícios a pagar no futuro, ou quando ainda não tiverem sido
pagos os serviços passados.

Apresentação | Autor 330


9.13. Benefícios dos empregados

Uma entidade deve reconhecer o custo esperado dos pagamentos de


participação nos lucros e gratificações quando, e só quando:

a) A entidade tenha uma obrigação presente de fazer tais


pagamentos em consequência de acontecimentos passados; e

b) Possa ser feita uma estimativa fiável da obrigação.

Os benefícios de cessação de emprego não proporcionam a uma


entidade futuros benefícios económicos e são reconhecidos como um
gasto imediatamente.

Apresentação | Autor 331


10 – Declaração Modelo 22

Apresentação | Autor © 2018, ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 332


10.1. Prejuízos fiscais

Esta é uma matéria que tem sido objeto de sucessivas alterações,


nomeadamente quanto ao prazo de dedução sendo por vezes complexa a
determinação dos limites para dedução dos prejuízos fiscais.
- Os prejuízos fiscais apurados em 2013 podem ser reportados por um período de 5 anos;

- Os prejuízos fiscais gerados em exercícios iniciados em ou após 1 de janeiro de 2014 até


31 de dezembro de 2016, podem ser reportados por um período de 12 anos;

- Os prejuízos fiscais gerados em exercícios iniciados em ou após 1 de janeiro de 2017,


podem ser reportados:

- por um período de 5 anos; ou

- por um período de 12 anos se os sujeitos passivos foram considerados micro,

pequena ou média empresa.

Apresentação | Autor 333


10.1. Prejuízos fiscais

Período de reporte e respetivos limites


2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030
Ano em 2013 PF PF PF PF PF
que são 2014 PF PF PF PF PF PF PF PF PF PF PF PF
gerados 2015 PF PF PF PF PF PF PF PF PF PF PF PF
os 2016 PF PF PF PF PF PF PF PF PF PF PF PF
prejuízos 2017 PF PF PF PF PF PF* PF* PF* PF* PF* PF* PF*
fiscais 2018 PF PF PF PF PF PF* PF* PF* PF* PF* PF* PF*

PF * - Micro, Pequenas ou Médias empresas definidas nos termos do DL 372/2007, de 6 de novembro

Apresentação | Autor 334


10.1. Prejuízos fiscais

Para os prejuízos não deduzidos em virtude do disposto no n.º 2 do


artigo 52.º do CIRC, que refere que “A dedução a efetuar em cada um
dos períodos de tributação não pode exceder o montante
correspondente a 70% do respetivo lucro tributável…”, poderão sê-lo,
nas mesmas condições, até ao final do período de dedução.

Apresentação | Autor 335


10.2. Tributações autónomas

- Determinados encargos suportados ou efetuados por sujeitos passivos de


IRC são objeto de tributação autónoma, tal como previstos no artigo 88º
CIRC, às taxas subsequentemente indicadas.
Descrição Taxa 2018 (%)
Encargos com viaturas ligeiras de passageiros, viaturas ligeiras de mercadorias, motos ou
10 / 27,5 / 35 (1)
motociclos
Despesas de representação 10

Despesas não documentadas 50 / 70 (2)


Pagamentos a entidades residentes em regime fiscal claramente mais favorável ou contas
35 / 55 (2) (3)
abertas em instituições financeiras aí residentes ou domiciliadas
Ajudas de custo e compensação por deslocações em viatura própria não faturadas a clientes 5
Gastos ou encargos relativos a indemnizações decorrentes da cessação de funções de gestor,
35
administrador e gerente
Gastos ou encargos relativos a bónus e outras remunerações variáveis pagas a gestores,
35 (4)
administradores e gerentes
Lucros distribuídos a sujeitos passivos que beneficiam de isenção total ou parcial 23

Apresentação | Autor 336


10.2. Tributações autónomas

(1) A aplicação destas taxas poderá ser diminuída em determinadas


situações e /ou depender do preenchimento de condições:

Exclusivamente
Descrição Híbridos Plug-in GPL ou GNV Outros
Elétricos
Custo de aquisição inferior a €
5% 7,50% 0% 10%
25.000
Custo de aquisição igual ou
superior a € 25.000 e inferior a € 10% 15% 0% 27,50%
35.000
Custo de aquisição igual ou
17,50% 27,50% 0% 35%
superior a € 35.000

Apresentação | Autor 337


10.2. Tributações autónomas

(2) A taxa mais elevada é aplicável aos sujeitos passivos total ou


parcialmente isentos, ou que não exerçam a título principal atividade
comercial, industrial ou agrícola e ainda por sujeitos passivos que
aufiram rendimentos diretamente resultantes do exercício de atividade
sujeita ao imposto especial de jogo.

(3) Não aplicável se o sujeito passivo puder provar que tais encargos
correspondem a operações efetivamente realizadas e não têm um
carácter anormal ou um montante exagerado.

(4) Quando representem uma parcela superior a 25% da remuneração


anual e possuam valor superior a (euro) 27 500, salvo se o seu
pagamento estiver subordinado ao diferimento de uma parte não
inferior a 50% por um período mínimo de três anos e condicionado ao
desempenho positivo da sociedade ao longo desse período.

Apresentação | Autor 338


10.2. Tributações autónomas

- Agravamento das taxas em caso de prejuízo fiscal

As taxas de tributação autónoma são elevadas em 10 pontos


percentuais quando os sujeitos passivos apresentem prejuízo fiscal no
período de tributação a que respeitem quaisquer dos factos tributários
referidos no artigo 88.º.

Apresentação | Autor 339


10.3. Benefícios fiscais

- Os benefícios fiscais podem assumir duas naturezas, a saber:

Dedução ao rendimento

Dedução à coleta

Nota: Importa referir a publicação da Lei n.º43/2018, de 9 de agosto que


procedeu a algumas alterações no Estatuto dos Benefícios Fiscais, revogando
nomeadamente o seu artigo 19.º no âmbito da criação líquida de postos de
trabalho. Este diploma produz efeitos a partir de 1 de julho de 2018.

Apresentação | Autor 340


10.3. Benefícios fiscais

- Os benefícios fiscais podem assumir duas naturezas, a saber:

• Dedução ao rendimento
- Criação líquida de postos de trabalho (revogado Lei 43.º/2018)
- Remuneração convencional do capital social
- Donativos

• Dedução à coleta
- Regime fiscal de apoio ao investimento (RFAI)
- Sistema de incentivos fiscais em investigação e desenvolvimento
empresarial (SIFIDE)
- Dedução por Lucros Retidos e Reinvestidos - DLRR

Apresentação | Autor 341


10.3. Benefícios fiscais

- Remuneração Convencional do Capital Social

• De acordo com o artigo 41.º-A do EBF, pode ser deduzido ao lucro


tributável um montante resultante da aplicação anual de uma taxa de 7%
das entradas realizadas, até 2.000.000 euros, por entregas em dinheiro
ou através da conversão de créditos, ou do recurso aos lucros do próprio
exercício no âmbito da constituição de sociedade ou do aumento do
capital social.
• Este benefício foi objeto de revisão pela Lei 114/2017, de 29 de dezembro
(Lei de Orçamento de Estado de 2018), passando a ser elegíveis para o
benefício a conversão de quaisquer créditos (anteriormente, apenas eram
elegíveis as conversões de suprimentos ou outros empréstimos de sócios
que tenham sido concedidos em dinheiro) ou dos lucros do próprio
exercício.
• A dedução em apreço é efetuada no apuramento do lucro tributável
relativo ao período de tributação em que ocorram as mencionadas
entradas e nos cinco períodos de tributação seguintes.

Apresentação | Autor 342


10.3. Benefícios fiscais

- Donativos

• Para efeitos fiscais, os donativos constituem entregas em dinheiro ou


em espécie, concedidos sem contrapartidas que configurem
obrigações de carácter pecuniário ou comercial, às entidades públicas
ou privadas, previstas no artigo 62.º do EBF e seguintes, cuja
atividade consista predominantemente na realização de iniciativas
nas áreas social, cultural, ambiental, desportiva ou educacional.

• Os benefícios fiscais para sujeitos passivos de IRC, encontram-se


descritos no Capítulo X do EBF. Nesta secção são descritos os tipos
de donativos, o limite fiscal para serem aceites, bem como as
majorações.

Apresentação | Autor 343


10.3. Benefícios fiscais

- Regime Fiscal de Apoio ao Investimento - RFAI

• O Capítulo III do Código Fiscal do Investimento estabelece as regras


aplicáveis relativamente ao Regime Fiscal de Apoio ao Investimento
(“RFAI”).

• O RFAI possibilita, entre outros benefícios, uma dedução à coleta do


IRC de 25% das aplicações relevantes, relativamente ao investimento
realizado até ao montante de 10.000.000€, e no caso de se tratarem
de investimentos em regiões elegíveis nos termos da alínea c) do n.º
3 do artigo 107.º do Tratado de Funcionamento da União Europeia.

• No caso de investimentos efetuados em algumas regiões da Grande


Lisboa, Algarve e Península de Setúbal a dedução à coleta do IRC é
de 10%, tal como previsto no artigo 23.º do CFI.

Apresentação | Autor 344


10.3. Benefícios fiscais

- Regime Fiscal de Apoio ao Investimento - RFAI

• Para tal, é necessário observar, entre outras, as seguintes condições:

- Desenvolver uma atividade tipificada no n.º 2 do artigo 2.º do CFI;

- Efetuar investimento relevante que proporcione a criação de postos de


trabalho;

- Mantenham na empresa e na região durante um período mínimo de 3


anos os bens objeto de investimento e os postos de trabalho, no caso de
micro, pequenas e médias empresas tal como definidas na
Recomendação n.º 2003/361/CE, da Comissão, de 6 de maio de 2003
(sendo de 5 anos nos restantes casos).

Apresentação | Autor 345


10.3. Benefícios fiscais

- Regime Fiscal de Apoio ao Investimento - RFAI

A dedução deverá ser justificada por documento a integrar o Dossier


Fiscal, o qual deverá conter:

- Discriminação das aplicações relevantes e respetivo montante;

- Outros elementos considerados relevantes;

- Evidência do cálculo do benefício fiscal;

- Documentos comprovativos das condições de elegibilidade;

- Identificação de outros auxílios de Estado concedidos ao mesmo


investimento.

Apresentação | Autor 346


10.3. Benefícios fiscais

- Regime Fiscal de Apoio ao Investimento - RFAI

• Quanto às regras relativas à dedução do benefício apurado, descreve


o artigo 23.º n.º 2 e n.º 3 que se poderá deduzir o montante apurado
até à concorrência da coleta do IRC, no caso de investimentos
realizados no período de tributação do início de atividade e nos dois
períodos seguintes, exceto quando a empresa resultar de cisão e nos
restantes casos até à concorrência de 50% da coleta, podendo
reportar o montante, quando não possa ser deduzido integralmente
por insuficiência de coleta, até aos 10 períodos de tributação
seguintes.

Apresentação | Autor 347


10.3. Benefícios fiscais

- Sistema de incentivos fiscais em investigação e desenvolvimento


empresarial - SIFIDE

• O Capítulo V do Código Fiscal do Investimento estabelece as regras


aplicáveis relativamente ao Sistema de Incentivos Fiscais em Investigação
e Desenvolvimento Empresarial (“SIFIDE”).

• O SIFIDE visa apoiar as atividades de Investigação e de Desenvolvimento,


relacionadas com a criação ou melhoria de um produto, de um processo,
de um programa ou de um equipamento, que apresentem uma melhoria
substancial e que não resultem apenas de uma simples utilização do
estado atual das técnicas existentes.

Apresentação | Autor 348


10.3. Benefícios fiscais

- Sistema de incentivos fiscais em investigação e desenvolvimento


empresarial - SIFIDE

• No âmbito deste incentivo consideram-se:

- Despesas de investigação, as realizadas pelo sujeito passivo de IRC com


vista à aquisição de novos conhecimentos científicos ou técnicos;

- Despesas de desenvolvimento, as realizadas pelo sujeito passivo de IRC


através da exploração de resultados de trabalhos de investigação ou de
outros conhecimentos científicos ou técnicos com vista à descoberta ou
melhoria substancial de matérias-primas, produtos, serviços ou processos
de fabrico.

Apresentação | Autor 349


10.3. Benefícios fiscais

- Sistema de incentivos fiscais em investigação e desenvolvimento


empresarial - SIFIDE

• O SIFIDE permite deduzir ao montante da coleta do IRC apurado, e até à


sua concorrência, o valor correspondente às despesas com investigação e
desenvolvimento, na parte que não tenha sido objeto de comparticipação
financeira do Estado a fundo perdido, realizadas nos períodos de
tributação com início entre 1 de janeiro de 2014 e 31 de dezembro de
2020, numa dupla percentagem:
• Taxa de base – 32,5% das despesas realizadas naquele período;
• Taxa incremental – 50% do aumento da despesa face à média dos dois
anos anteriores (máximo de 1.5 M€).

Apresentação | Autor 350


10.3. Benefícios fiscais

- Dedução por Lucros Retidos e Reinvestidos - DLRR

• O Capítulo IV do Código Fiscal do Investimento estabelece as regras


aplicáveis relativamente à Dedução por Lucros Retidos e Reinvestidos
(“DLRR”).

• A DLRR constitui um regime de incentivos fiscais ao investimento em


favor de micro, pequenas e médias empresas, sendo cumulável com o
RFAI.

Apresentação | Autor 351


10.3. Benefícios fiscais

- Dedução por Lucros Retidos e Reinvestidos - DLRR

• À luz deste benefício, os sujeitos passivos podem deduzir, à coleta do


IRC, 10% dos lucros retidos que sejam reinvestidos em aplicações
relevantes, no prazo de três anos contados a partir do final do
período de tributação a que correspondem os lucros retidos, sendo
que se traduz, com a alteração introduzida pela Lei 114/2017, de 29
de dezembro (Lei do Orçamento de Estado para 2018), num
montante máximo de dedução de lucros retidos e reinvestidos de
7.500.000 €, e até à concorrência de 25% da coleta do IRC, ou nos
casos das micro e pequenas empresas, até ao limite de 50%.

Apresentação | Autor 352


10.3. Benefícios fiscais

- Dedução por Lucros Retidos e Reinvestidos - DLRR

• As aplicações em que seja concretizado o reinvestimento dos lucros


retidos devem ser detidas e contabilizadas de acordo com as regras que
determinaram a sua elegibilidade, por um período mínimo de 5 anos.

• Os sujeitos passivos que beneficiem da DLRR devem proceder à


constituição, no balanço, de reserva especial correspondente ao montante
dos lucros retidos e reinvestidos, a qual não pode ser utilizada para
distribuição aos sócios antes do fim do quinto exercício posterior ao da
sua constituição.

Apresentação | Autor 353


10.3. Benefícios fiscais

- Dedução por Lucros Retidos e Reinvestidos - DLRR

• A dedução deve ser justificada por documento a integrar o Dossier Fiscal,


que identifique o montante dos lucros retidos e reinvestidos, as aplicações
relevantes, o respetivo montante e outros elementos considerados
relevantes.

• Caso não se concretize a totalidade do investimento até ao termo do


prazo de dois anos, haverá que devolver o montante de imposto que
deixou de ser liquidado na parte correspondente, acrescido dos
correspondentes juros compensatórios majorados em 15 pontos
percentuais.

Apresentação | Autor 354


11 – Dossier fiscal

Apresentação | Autor © 2018, ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 355


11. Dossier fiscal

- Obrigatoriedade

• A obrigação da organização e preparação do dossier fiscal está


prevista nos artigos 130.º do CIRC e artigo 129.º do CIRS.

• Atualmente, o artigo 130º do CIRC tem como título “Processo de


documentação fiscal”, sendo esta a designação oficial do dossier
fiscal.

Apresentação | Autor 356


11. Dossier fiscal

- Regulamentação

• No decorrer do ano de 2018 foi publicada a Portaria nº 51/2018, de


16 de fevereiro, que veio proceder à alteração da Portaria n.º 92-
A/2011, de 28 de fevereiro, modificando o conjunto de documentos
integrantes do dossier fiscal, aplicando-se tal alteração aos períodos
de tributação iniciados em, ou após, 1 de janeiro de 2017.

Apresentação | Autor 357


11. Dossier fiscal

- Regulamentação

Assim, a mais recente Portaria prevê a continuidade de todos os elementos


elencados na Portaria sucedida, não obstante, confere a inserção de novos
elementos no dossier fiscal, nomeadamente:

• Modelo 34.7 – mapa de reavaliação de ativos não totalmente


depreciáveis;
• Modelo 34.8 – mapa de reavaliação de ativos totalmente depreciáveis;
• Mapa de controlo da dedução de prejuízos fiscais;
• Mapa de reporte dos gastos de financiamento líquidos de períodos de
tributação anteriores.

Apresentação | Autor 358


11. Dossier fiscal

- Regulamentação

• A Portaria n.º 92-A/2011, de 28 de fevereiro (alterada pelas Portarias


n.º 94/2013, de 4 de março e 51/2018, de 16 de fevereiro)
regulamenta e estabelece o conjunto de documentos que devem
integrar o dossier fiscal e aprova os mapas de determinação das mais
ou menos valias fiscais, bem como de gastos respeitantes a
provisões, perdas por imparidade, ajustamentos em inventários,
amortizações e depreciações.

Apresentação | Autor 359


11. Dossier fiscal

- Quem está obrigado a organizar o dossier fiscal

• De acordo com o disposto no art.º 130º do CIRC,

“os sujeitos passivos de IRC, com exceção dos isentos nos termos
do artigo 9.º, são obrigados a manter em boa ordem, durante um
período de 10 anos, um processo de documentação fiscal relativo a
cada período de tributação, que deve estar constituído até ao termo
do prazo para entrega da declaração a que se refere a alínea c) do
n.º 1 do artigo 117.º, com os elementos contabilísticos e fiscais a
definir por portaria do membro do Governo responsável pela área
das finanças”

Apresentação | Autor 360


11. Dossier fiscal

Os sujeitos passivos de IRC abrangidos pela obrigação de possuir e


organizar o dossier fiscal são:

Residentes:
- Sujeitos passivos que exercem a título principal atividade comercial,
industrial ou agrícola, tais como sociedades comerciais, cooperativas, as
empresas públicas e as demais pessoas coletivas de direito público ou
privado, com sede ou direção efetiva em território português;

- Sujeitos passivos que não exercem a título principal atividade


comercial, industrial ou agrícola, tais como associações, fundações e
outras entidades sem fins lucrativos.

Apresentação | Autor 361


11. Dossier fiscal

• Os sujeitos passivos de IRC abrangidos pela obrigação de possuir


e organizar o dossier fiscal são:

Não Residentes:

- As entidades que possuam estabelecimento estável em território


português;

- As entidades que não possuem estabelecimento estável em


território português (apenas aqui obtenham rendimentos).

Apresentação | Autor 362


11. Dossier fiscal

- Quem está obrigado a organizar o dossier fiscal

• Os sujeitos passivos de IRS com rendimentos da categoria B, que


possuam ou devam possuir contabilidade organizada – excluindo os
que estejam integrados no regime simplificado (art.º 129.º do CIRS).

Apresentação | Autor 363


11. Dossier fiscal

- Entidades abrangidas e obrigadas à entrega em conjunto com a IES

• Os sujeitos passivos que integrem a lista de contribuintes, cuja situação


tributária é acompanhada pela Unidade dos Grande Contribuintes (UGC),
são obrigados a proceder à entrega do dossier fiscal conjuntamente com a
declaração anual de informação contabilística e fiscal – IES (art.º 117.º,
n.º 1, alínea c) do CIRC).

• Também, no caso das entidades a que seja aplicado o Regime Especial de


Tributação de Grupo de Sociedades (RETGS), é obrigatória a entrega do
processo de documentação fiscal, conjuntamente com a IES, conforme
prevê o nº 3 do artigo 130º do CIRC.

Apresentação | Autor 364


11. Dossier fiscal

- O Dossier dos Preços de Transferência

• Para os sujeitos passivos que no período anterior tenham atingido um


valor anual de rendimentos e ganhos, igual ou superior a €
3.000.000, estão obrigados a incluir no dossier fiscal os elementos
previstos no artigo 13º da Portaria n.º 1446-C/2001, de 21/12 –
“Dossier dos preços de transferência”.

• Regra geral, os sujeitos só fazem a entrega do dossier fiscal, e da


documentação respeitante à política adotada em matéria de preços
de transferência prevista no n.º 6 do art.º 63.º (dossier de preços de
transferência), quando notificados para o efeito.

Apresentação | Autor 365


11. Dossier fiscal

- Qual o prazo de organização e/ou entrega do dossier fiscal?

• O dossier fiscal deve ser organizado com respeito a cada período de


tributação, devendo estar organizado até ao final do prazo para a
entrega da IES, normalmente até 15 de julho do ano seguinte do
período de tributação a que respeita (ou até ao 15º dia do 7º mês
após o final do período de tributação, quando este não coincida com
o ano civil).

Apresentação | Autor 366


11. Dossier fiscal

- Quem é o responsável pela organização e detenção do dossier fiscal?

• A organização e manutenção do dossier fiscal são da responsabilidade dos


sujeitos passivos a quem a Autoridade Tributária e Aduaneira pede
responsabilidade pela sua boa organização.

• Ainda que seja o órgão de gestão das empresas que responde perante a AT, a
organização e preparação do dossier fiscal faz parte das funções do Contabilista
Certificado.

• No caso dos sujeitos passivos que sejam não residentes sem estabelecimento
estável, o dossier fiscal deve ser organizado e mantido pelo representante
fiscal, com direção em território português.

Apresentação | Autor 367


OBRIGADO

Apresentação | Autor

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