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SIMBOLISMO DO MONTE NA TRADIÇÃO CRISTÃ

MONTE DAS OLIVEIRAS - PRECES

“E naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o
monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e
metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele para o sul”.

ּ‫לַםֹ נְמדֶּקדֶּדְםֹ גַוננְגַבעקע ההרַ ההזַזיִתֵּתיִם נְּמדֶּחגַציָוּ נְמז גַלְרלְחהַ לְויָ לְלְמהַ נְּגיָא‬
ְ‫ש ע נ‬
ְ‫ גַפנְּניָ גַיָרו ל‬-ַ‫שר עעל‬ ֶּ‫ההרַ ההזַזתֵּתיִם אאּ ד‬-ַ‫ עהַהַואּ עעל‬-ֹ‫גַולְעגַמדְו ערגַגלְלַיָו עביַּוּם‬
.ַ‫ נדֶּגַגלְבה‬-ּ‫אּדְ ולְמש אחנְציָ לְהַלְהַר לְצפָוּלְנהַ גַודֶּחגַציָו‬
ְ‫גַגדְוּלְלַהַ גַמ א‬Y

Getsêmani apareceu no original grego dos Evangelhos (Mateus 26:36 e Marcos 14:32) como Γεθσημανι
(Gethsēmani), nome derivado do aramaico ּ‫( גת שמנא‬Gaṯ-Shmānê), que significa "prensa de azeite". Em Marcos,
ele é chamado de chorion, "lugar" ou "propriedade"; já em João 18:1, ele aparece como um kepos, "horto" ou
"jardim".

Acredita-se ser este o lugar por onde Deus começará a redimir os mortos quando o Messias chegar, os Judeus
sempre procuraram ser enterrados aqui. As mais famosas dessas sepulturas que se encontram ao pé da montanha,
no resplendor dos muros da Cidade Velha, incluem a sepultura de Zacarias, as tumbas dos filhos de Hezir e Yad
Absalão.

MONTE TABOR - TRANSFIGURAÇÃO – REGENERAÇÃO

Muitos acreditam que foi no topo deste monte que, segundo os Evangelhos do Novo Testamento da Bíblia, terá
ocorrido a transfiguração de Jesus Cristo, sendo por isso considerado como um dos lugares místicos da Terra
Santa, ligado ao culto da Transfiguração, particularmente reverenciado pelas igrejas orientais, nomeadamente pela
Igreja Ortodoxa Grega.

É também conhecido como "Har Tavor", "Itabyrium", "Jebel et-Tur" ou "Monte da Transfiguração".

Jebel et-Tor – é um monte notável, isolado, em forma de cúpula, que abruptamente se ergue a nordeste da
planície de Jezreel, com a altura de 400 metros, estendendo-se do seu topo a vista até grande distância (Sl 89.12 –
Jr 46.18). Estava entre as tribos de issacar e Zebulom (Js 19.22). Tabor foi o ponto de reunião das forças de
Baraque (Jz 4.6,14), para a guerra contra Jabim e Sísera – foi teatro da mortandade dos filhos de Gideão (Jz 8.18)
e centro de uma corrompida forma de religião, característica do reino do Norte (os 5.1). Desde o terceiro século se
diz que o monte Tabor foi o lugar onde se deu o fato da Transfiguração (*veja esta palavra) – mas o nome do ‘alto
monte’ não o dizem os Evangelhos, sendo mesmo provável que naquele tempo fosse o cume do Tabor habitado e
em parte fortificado. 2. Cidade de Zebulom, sobre o monte Tabor, ou perto dele, a qual foi cedida aos filhos de
Merari (Js 19.22 – 1 Cr 6.77). 3. ‘Planície’, ou mais corretamente ‘carvalho’ do Tabor, perto de Betel, no caminho
que tomou Saul depois de ter sido ungido por Samuel (1 Sm 10.3).

Depois que o Povo Judeu entrou na Terra de Israel, o primeiro lugar que lhes foi ordenado parar foi na Cidade de
Shechem, onde os Cohanim e os Leviim os abençoariam se eles cumprissem a Torá e os amaldiçoariam se eles
pecassem. Seis tribos deveriam subir o Monte Guerizim, ao sul de Shechem, para serem abençoadas, e as seis
tribos restantes deveriam subir no Monte Eival, ao norte de Shechem, para serem amaldiçoadas.

A benção e a maldição estão visualmente aparentes nas próprias montanhas.


O Monte Guerizim, a montanha da benção, é verde e fresca.

O Monte Eival, a Montanha da Maldição é cinza e árida

Na Cabalá aprendemos que estas duas montanhas representam dois olhos. O Monte Guerizim representa o olho
direito da sabedoria, do qual emana a benção pura. O Monte Eival representa o olho esquerdo do entendimento,
do qual julgamentos – mesmo julgamentos severos – se manifestam.

A Fonte da Maldição
O fato de que seis tribos permaneceram no Monte Eival significa que havia um elemento positivo na maldição.
Em hebraico, a palavra para “maldição” é klalá (kuf, lamed, lamed, hei). A raiz de klalá é kalal (kuf, lamed,
lamed) que significa “luz brilhante e resplandecente”, como na expressão nechoshet kalal, “cobre brilhante”. Na
sua fonte, uma maldição é uma luz brilhante e resplandecente. Este esplendor pode ser ofuscante, tornando
impossível para nós entendê-lo e incorporá-lo em nossas consciências. Mesmo sendo uma maldição o resultado de
uma transgressão, não é uma punição ou uma expressão da vingança Divina, D’us o proíba. Em vez disso, a
maldição da Torá vem de uma fonte muito elevada, cujo objetivo é purificar as almas daqueles que transgrediram.

Por causa da natureza sublime da maldição, o altar sagrado construído depois da cerimônia nas duas montanhas
foi erguido especificamente no Monte Eival, o local mais apropriado ao brilho ofuscante da maldição.

Obviamente, D’us quer que nós apreciemos somente o bem revelado. Para isto, Ele nos deu a Torá e os
mandamentos para nos guiar. Em um nível mais profundo, entretanto, a relação entre a benção e a maldição cria
um estado de equilíbrio e estabilidade na consciência e alma do Povo Judeu, sendo ambas necessárias.

A Coroa Acima dos Olhos


A porção de Devarim discute o Monte Hermon no norte de Israel. Esta é a primeira montanha que será vista pelo
Povo Judeu no retorno a Israel na era Messiânica. O Hermon é uma montanha alta, cujo cume é coberto por neve
no inverno. Ele representa o pico da fé no nível superconsciente da coroa da alma judia.

Junto com o Monte Guerizim e o Monte Eival, o Hermon forma um trio com o formato de um triângulo, chamado
segolta. O Monte Hermon representa a coroa na alma judaica e está no pico do triângulo. Ele pode ser percebido
como o terceiro olho no meio da testa, que pode antever a coroa. O Monte Guerizim, representando sabedoria e o
olho direito, está no canto direito, enquanto o Monte Eival, representando entendimento e o olho esquerdo, está
no canto esquerdo no triângulo.

A imagem das três montanhas também pode ser vista em cores. No topo está o Monte Hermon branco como a
neve. À direita, está o Monte Guerizim verde e florescente e, à esquerda, o cinza e árido Monte Eival. Cinza está
mais próximo do branco do que o verde, indicando que há aqui um ciclo começando com o Monte Hermon e indo
ao Monte Guerizim, ao Monte Eival e retornando, então, ao Monte Hermon.

“Eu Ergo Meus Olhos para as Montanhas”


No Salmos (121:1) está escrito:

Esah Einai el heharim, mayayin yavo ezri

Eu ergo meus olhos às montanhas, de onde minha ajuda virá?

Este versículo alude às duas montanhas Guerizim e Eival. Os Kohanim e os Leviim permaneceram no vale entre
os montes Guerizim e Eival, erguendo seus olhos primeiro para a direita depois para a esquerda ao recitarem a
benção e maldição.

Em hebraico, a palavra para “de onde” no versículo acima é mayayin. Esta palavra também pode ser entendida
como significando “do ayin”, do Nada Divino, a essência oculta do olho (também pronunciado ayin). Quando
erguemos nossos olhos físicos aos Céus, atingimos a visão do Nada Divino, que é a fonte de toda ajuda e
salvação.

Em Jó (28:12) está escrito:

Vehachochmah mayayin timatze

De onde a chochmá pode ser encontrada?

A Chassidut ilumina este versículo com uma luz mais profunda: Chochmá vem de ayin, do Nada Divino. A
Cabalá e a Chassidut explicam que chochmá, representada aqui pelo Monte Guerizim, passa a existir somente
quando se une com o entendimento, representado pelo Monte Eival. Mesmo que o Monte Guerizim represente a
benção aparente, ele tem uma unidade oculta com a maldição do Monte Eival, que equilibra o segredo da benção.

Monte Moriá
No versículo do Salmo 121 acima, a palavra para “as montanhas” é heharim. Quando as letras de heharim são
rearranjadas, elas soletram hamoriá, o Monte do Templo em Jerusalém. A palavra moriá significa “incenso” ou
“ensinamento”, aludindo à palavra de D’us ao Povo judeu e a toda humanidade que emana do Templo Sagrado no
Monte Moriá (“ensinamento”) e ao serviço e união fundamentais com D’us no Templo Sagrado (“incenso”).

Claramente, Hamoriá equivale a 260, o mesmo valor numérico de Guerizim. De acordo com o princípio de que o
esquerdo é incluído dentro do direito, o Monte Eival é incluído dentro do Monte Guerizim. Estes dois números se
unem ao Monte Moriá.

Na Cabalá, o Monte Moriá corresponde a ainda outro ponto na configuração geométrica das montanhas. O
Hermon é a coroa no topo, o Monte Guerizim e o Monte Eival são os dois olhos da chochmá (“sabedoria”) e biná
(“entendimento”) à direita e à esquerda, e o Monte Moriá corresponde a daat (“conhecimento”). A Cabalá ensina
que daat é o ponto entre os ombros. O Templo Sagrado de Jerusalém estava situado no vale entre os sopés das
montanhas que o circundavam. Esta imagem é chamada daat, o poder que conecta a mente (sabedoria) às
emoções do coração (entendimento). Quando algo conecta duas faculdades aparentemente opostas, sua fonte é
mais elevada que as faculdades que ela conecta. Assim, a fonte de daat está acima da sabedoria e do
entendimento. Ela deriva da coroa do Monte Hermon. A ponta do Monte Moriá reflete a coroa e está situada entre
e abaixo do Monte Guerizim e do Monte Eival, diretamente oposta ao Monte Hermon. O Monte Moriá é o cume
das três montanhas precedentes.

Monte Sinai
As quatro montanhas mencionadas acima correspondem às sefirot de keter, chochmá, biná e daat. Estas
montanhas estão todas na Terra de Israel. Outra montanha que também tem profundo significado para o Povo
Judeu é o Monte Sinai, onde D’us nos deu a Torá. O Monte Moriá, que representa a Torá manifestada no mundo,
deve se relacionar ao Monte Sinai, onde a Torá nos foi entregue. O valor numérico de Sinai é 130. Este é o mesmo
valor de ayin e é a metade de 260, Moriá. A relação do Sinai com Moriá é o profundo segredo cabalístico da
metade de um todo.

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