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Janeiro

Julho 2010
2010Número
Número5 0 Ano
Edição1
1

ECO da Voz di Paz


cu

   
Boletim Informativo
Boletim Informativo

Reforma do Sector de Defesa e Segurança

DOCUMENTOS

Sumário:
• Editorial………………………………………….………….........……....p.2 
• Actividades da Voz di Paz….…………………….….............….p.2 
• Lei Orgânica da Polícia de Ordem Pública ‐ POP…........p.5 
• Esquema da Reforma com base na Metodologia 
   Participativa da Voz di Paz………………………….….....….....p.16 

A Guiné quer Paz, a solução está em MIM ESPECIAL


Nº3
Reforma
Sector Defesa
e Segurança
Voz di Paz
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ECO da Voz di Paz Boletim Informativo

ESPECIAL Actividades Voz di


EDITORIAL Nº3

«Como Reformar as Forças Paz - Julho 2010


Armadas?» Parceria:
Formação de radialistas
A reforma das Forças de Defesa e Segurança é uma necessidade. É uma evidência
reconhecida por todos e proclamada pelos mais altos responsáveis do país. Como No mês de Julho terminou a
reformar? Tal é a questão que suscita divergências, hesitações e incertezas. Tal é a formação que a Voz di Paz
interrogação cuja resposta condiciona a evolução do processo que já não pode ser
organizou em parceria com a
protelado sem pôr em causa o futuro do país.
Rádio Sol Mansi.
Lições das experiências anteriores:
É claro que as respostas dadas através das experiências anteriores de reforma das O pessoal de 22 rádios
forças de defesa e segurança fracassaram. É de notoriedade pública que este comunitárias parceiras da Voz di
fracasso deve-se a causas como: a insuficiente importância dada às desigualdades Paz recebeu em Junho e Julho
denunciadas por certas categorias, nomeadamente os antigos combatentes; a uma capacitação ministrada a 44
insuficiente participação dos militares e paramilitares no processo da reforma desde jornalistas cuja escolha
a concepção até à implementação; a insuficiência das compensações distribuídas aos
respeitava o princípio da
beneficiários; e a insuficiente sustentabilidade das medidas de reinserção.
É notório que as experiências anteriores foram mal vividas pelas forças de defesa e paridade de género.
segurança, e determinam atitudes de desconfiança e hostilidade face às novas
iniciativas de reforma. Fazer, hoje, uma reforma que tenha hipóteses de sucesso
pressupõe uma resposta apropriada e um tratamento adequado à herança negativa
das tentativas anteriores de reestruturação do sector de defesa e segurança. A
resposta susceptível de mudar o rumo do sector deverá ter base em três princípios:
uma participação alargada, uma justa compensação e uma liderança nacional
voluntarista.
Os outros aspectos da reforma poderão girar em torno desta trilogia cujo
segundo pilar vem a seguir desenvolvido à semelhança do primeiro, apresentado
no Eco da Voz di Paz Nº4.

Sessão de encerramento da formação


Justa compensação das rádios comunitárias

A reforma do sector de defesa e segurança fracassou no passado devido à questão da Trata-se de uma iniciativa que
compensação financeira dos desmobilizados. Ela esbarra actualmente na mesma questão teve início em 2009 com a rádio
e poderá tropeçar ainda, devido ao mesmo problema. É que a reforma tem sido vista Sol Mansi, que sob a orientação
como um simples exercício técnico que permitirá a reestruturação do sector. Na
do Padre Davide Sciocco, se
verdade, o aspecto técnico é apenas uma pequena dimensão do exercício. Trata-se, de
facto, de um exercício complexo que possui dimensões política, histórica, afectiva transformou num media nacional
sociológica, e naturalmente económica. Quando se fala nas casernas de reforma que que tem uma cobertura do país
dignifique os beneficiários, é a esta complexidade que se quer referir. com três emissoras (Bissau,
A reforma deverá ser o momento do apuramento definitivo de muitas contas passadas, Mansoa e Bafatá) e aspira ser
soldando injustiças anteriores, e proporcionando novas perspectivas de vida para os uma escola ao serviço da
destinatários e beneficiários. A este respeito, a questão financeira é capital. Ela
formação de recursos humanos
permitirá reparar injustiças passadas, e assegurar a durabilidade dos resultados
almejados. É a este nível que se deve encarar a questão financeira sob o prisma de uma de qualidade para este ramo da
justa compensação, pois a “dignidade” subjacente às reivindicações não tem apenas a ver comunicação social.
com valores morais e tratamentos honoríficos, mas também e fundamentalmente com
reconhecimentos materiais. As características de abertura e
Por isso, a reforma será cara. Todos os actores nacionais e os parceiros internacionais tolerância desta emissora
devem aceitar que a reforma terá custos elevados. Não haverá reforma barata e durável.
católica cujo pessoal é
Mas, qualquer que seja o preço a pagar, valerá a pena ser assumido uma vez por todas,
pois ele será sempre mais barato que o custo negativo de décadas de instabilidade, maioritariamente muçulmano
guerras e outras violências. Este preço será sempre mais barato que aquele que o país permitiram o desenvolvimento
poderá ainda pagar no falhanço total do Estado, se um esforço substancial não for feito desta parceria num quadro que
agora para soldar definitivamente as contas. Aliás, o preço a pagar é um investimento serve ao mesmo tempo de
cujos benefícios políticos, sociais e económicos serão largamente compensatórios. exemplo vivo às rádios
comunitárias.
Fafali Koudawo
Director da «Voz di Paz» A formação tem por justificação
o papel central que
desempenham as rádios
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Actividades da Voz di Paz – Julho 2010  


Continuação
organizado em 2011 com o
comunitárias na comunicação de objectivo de consolidar, aprofundar
proximidade e a necessidade de e diversificar o conhecimento
dar ao seu pessoal uma capacidade adquirido assim como criar um
de ser um agente ao serviço de corpo de monitores encarregue do
uma informação de qualidade seguimento da aplicação dos
virada para a procura da verdade. conhecimentos granjeados desde
2009, dar um apoio às rádios
É levando em conta a importância comunitárias na perspectiva da
das rádios comunitárias nos seus consolidação de uma comunicação
respectivos meios que a Voz di Paz, social comunitária imbuída de
desde 2007 começou a estabelecer Esta formação coincidiu com o
processo da eleição presidencial e ideais de paz.
com o conjunto delas uma parceria
ao serviço da paz. Assim, todas as foi de grande utilidade na promoção
rádios comunitárias activas no país de um clima pacífico nas rádios
fazem parte dos Espaços Regionais comunitárias, tendo os formandos
de Diálogo e colaboram nas entendido o papel da linguagem de
actividades da Voz di Paz, paz e aprendido a traduzir as
beneficiando de um apoio em mensagens dos políticos em termos
formação, material de simples e livres de preconceitos ou
funcionamento e alguns subsídios avaliações.
casuais para a energia.
O ciclo de formação de 2010
enfatizou o papel do jornalista face
à problemática da paz. Entrega dos Diplomas da formação das
rádios comunitárias
Partindo do princípio de que o
jornalista não tem por função Em 2009 e 2010 a formação foi
primária a construção da paz mas a concebida e ministrada pelo
busca da verdade, que até pode jornalista António Pacheco que
originar conflitos, a formação trabalhou durante longos anos na
mostrou como o jornalista pode ter Rádio Renascença em Portugal, e
por opção a paz. Ela ilustrou as actualmente dá os seus préstimos à
Entrega dos Diplomas da formação das condições em que o jornalista pode Rádio das Nações Unidas, Fundação
rádios comunitárias ajudar a consolidar a paz, Prodignitate e Rádio Sol Mansi
sensibilizou à necessidade de entre outros. Ele foi co-adjuvado
ultrapassar as limitações individuais por Mussa Sani, responsável da
A formação iniciada em 2009 é emissora da Sol Mansi em Mansoa.
muito prezada pelas rádios e os compromissos pessoais,
comunitárias cujo pessoal nomeadamente os induzidos por
preconceitos étnicos, religiosos, e de Reforço de capacidade interna
raramente tem uma preparação
teórica e prática apropriada à sua género.
missão. Assim, nos grupos formados No plano interno, o mês de Julho
em 2009 e 2010 um número Ela desvendou também os meandros viu a conclusão de um processo
elevado não tinha tido nenhuma do relacionamento com o poder de reforço dos recursos humanos
formação específica em político, religioso e económico, da Voz di Paz, com o
comunicação social. esclareceu os textos que regem o recrutamento de três estagiários
trabalho jornalístico, mormente os seleccionados entre 18
Para compensar estas deficiências, aspectos da deontologia, dos direitos candidatos, e a finalização de
em 2009, o ciclo de formação visou e dos deveres, clarificou a um concurso interno de
ajudar os formandos a construir interpretação dos textos jurídicos recrutamento de um assistente
uma linguagem de paz, isenta de internacionais de apoio aos audiovisual.
agressividade, pois, como dizem os jornalistas, e colocou os formandos
formadores, “as palavras são armas em situações de aprendizagem pelo
em sociedades de oralidade como a trabalho de terreno.
da Guiné-Bissau”. Um outro ciclo de formação será

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FOTOGALERIA
Entrega dos Diplomas da Formação das
 
Rádios Comunitárias
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Lei Orgânica da Polícia de Ordem Pública  


– POP -
REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU informações, excluindo-se desta benefícios não menos relevantes,
última as informações de liberta valiosos recursos humanos
TááxÅuÄx|t atv|ÉÇtÄ cÉÑâÄtÜ segurança, ou, em sentido lato, a para funções operacionais.
POP exerce funções de polícia
Preâmbulo administrativa e de polícia de Estes benefícios serão ainda
investigação criminal, sem prejuízo ampliados com a dotação das forças
A presente Proposta de Lei surge das atribuições da Polícia Judiciária de segurança com novos
na sequência do Documento de neste domínio. instrumentos de trabalho,
Estratégias para a Reestruturação desmaterializando actos e
e Modernização do Sector da A adequada articulação de áreas de simplificando procedimentos
Defesa e Segurança, aprovado pela responsabilidade entre a Polícia de através do uso articulado de novas
Assembleia Nacional Popular e Ordem Pública e a Guarda tecnologias de informação e
apresentado em Genebra em 7 e 8 Nacional, pressupõe a inexistência comunicação.
de Novembro de 2006. de situações de descontinuidade ou
de sobreposição de meios, em É este objectivo de racionalização
Com a apresentação da presente especial no respectivo dispositivo do modelo de organização e da
proposta de Lei o Governo territorial. utilização dos recursos da Polícia de
pretende desencadear o processo Ordem Pública que determina a sua
de reforma que a Assembleia Importa, pois, prosseguir com a orgânica.
Nacional Popular aprovou, aprovação das leis orgânicas das
delineando as principais linhas de duas forças, e em especial os Assim, é concebida uma estrutura
orientação que devem nortear a instrumentos legais que de comando que compreende um
preparação dos actos legislativos estabelecem as respectivas Comissariado Nacional com os
necessários à sua execução, entre atribuições e âmbito territorial. respectivos órgãos de conselho, de
os quais a lei que aprova a apoio e consultadoria, um gabinete
orgânica da Polícia de Ordem Neste sentido, estabelece-se que a de secretariado directo, três
Pública. Polícia de Ordem Pública exerce as Comissariados Nacionais Adjuntos
suas atribuições em todo o que asseguram a direcção e
Quanto à natureza da força, fica território nacional, habilitando-se o coordenação das unidades orgânicas
estabelecido que a POP é uma Governo, no caso de atribuições de Operações, Recursos Humanos e
força de segurança, uniformizada simultaneamente cometidas à Logística e Finanças, habilitando o
e armada, com a natureza de um Guarda Nacional, definir, por Governo a definir o número, as
serviço público dotada de despacho do Ministro da tutela, a competências e os serviços destes
autonomia administrativa. área de responsabilidade da Polícia órgãos bem como o posto
de Ordem Pública. correspondente à respectiva chefia.
No que se refere aos serviços a
extinguir, atentos à natureza, Por outro lado, a profunda reforma Nos serviços directamente
estrutura, funções e orgânica do Ministério do Interior, dependentes do Comissário
implementação territorial da GNG ao consagrar os instrumentos Nacional, há que assinalar, a
e da POP, o Governo após uma adequados à implementação de criação do Gabinete de apoio ao
análise técnica objectiva, entende serviços partilhados nos domínios Comissário Nacional cujas
que a melhor solução para o país é da inspecção, da formação, dos competências passam por
a integração daqueles serviços na serviços sociais, das relações coadjuvar, assessorar e secretariar
Guarda Nacional, com a excepção internacionais, obras, aquisições, o comissário nacional no exercício
da Força de Intervenção Rápida sistemas de informação e das suas funções.
que será integrada na Polícia de comunicações, oferecem um
Ordem Pública. impulso decisivo às novas leis Nos órgãos de conselho, o Conselho
orgânicas das forças de segurança. Superior de Polícia funciona em
Nesta perspectiva, a Polícia de composição restrita ou alargada,
Ordem Pública passa a ter as A conjugação destes dois factores conforme a natureza e importância
competências nas seguintes quatro torna possível uma redução sem das matérias em causa, sendo
áreas tradicionais da Segurança precedentes do peso da área criado, por outro lado, o Conselho
Interna: prevenção, ordem administrativa ao longo da cadeia de Deontologia e Disciplina, órgão
pública, investigação criminal e hierárquica, o que, entre outros de consulta em matéria de justiça e

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disciplina. É, ainda, criada a de Intervenção Rápida, constitui


Junta Superior de Saúde, atenta a uma força de reserva à ordem do  
natureza das matérias que lhe comissário nacional e articula-se
compete apreciar. em companhias e pelotões. Tem as público e dotada de autonomia
atribuições de manter e repor a administrativa.
Nas Unidades Orgânicas, a ordem pública, combater a
Unidade de Operações e violência concertada e prestar 2. A POP tem por missão
Segurança compreende as áreas segurança a altas entidades. assegurar a legalidade
de operações, informações democrática, garantir a segurança
policiais e investigação criminal, Finalmente, o Grupo de Trânsito interna e os direitos dos cidadãos,
armas e explosivos, segurança (GT) é a unidade especializada, no nos termos da Constituição e da
privada, sistemas de informação e âmbito da fiscalização lei.
comunicações. ordenamento e disciplina do
trânsito, responsável pela 3. A POP está organizada
A Unidade Orgânica de Recursos uniformização de procedimentos e hierarquicamente em todos os
Humanos compreende as áreas de pela formação contínua dos níveis da sua estrutura, estando o
recursos humanos, formação e agentes. Articula-se em pessoal com funções policiais
saúde e assistência na doença. destacamentos de trânsito. sujeito à hierarquia de comando.

A Unidade Orgânica de Logística e Habilita-se o Governo, através do Artigo 2.º


Finanças compreende as áreas de Ministro da tutela, a aprovar, por Dependência
logística e gestão financeira. despacho, a criação e extinção de
subunidades das unidades regionais A POP depende do membro do
A definição das competências e e especiais. Governo responsável pela área da
da estrutura interna dos serviços segurança e a sua organização é
das Unidades Orgânicas, em Os serviços das unidades regionais, única para todo o território
especial daqueles que integram bem como os termos em que as nacional.
os Recursos Humanos e a Logística unidades especiais são apoiadas
e Finanças, será decisivamente pelos serviços do Departamentos Artigo 3.º
determinada pelas competências de Apoio-geral e das Unidades Atribuições
dos serviços centrais do Ministério Orgânicas, são igualmente
do Interior, designadamente da definidos por despacho do Ministro 1. Em situações de
Secretaria-Geral e da da tutela. normalidade institucional, as
Direcção-Geral de Administração, atribuições da POP são as
Finanças e Património. Assim: decorrentes da legislação de
A Assembleia Nacional Popular segurança nacional e, em situações
Os Comandos Regionais decreta, nos termos da alínea c) do de excepção, as resultantes da
constituem as Unidades Regionais n.º 1 do artigo 85.º da Constituição legislação sobre a defesa nacional
de Polícia, ajustando-se o seu da República da Guiné-Bissau, o e sobre o estado de sítio e de
âmbito territorial ao das Zonas seguinte: emergência.
Norte, Leste, Sul e Centro.
LEI N.º /2010 2. Constituem atribuições da
Os Comandos Regionais POP:
articulam-se em comando, serviço LEI ORGÂNICA DA POLÍCIA DE
e subunidades. As subunidades ORDEM PÚBLICA a) Garantir as condições de
articulam-se em Divisões e segurança que permitam o
Esquadras. TÍTULO I exercício dos direitos e liberdades
Disposições gerais e o respeito pelas garantias dos
Com esta orgânica, é conseguido cidadãos, bem como o pleno
o nível de enquadramento CAPÍTULO I funcionamento das instituições
adequado quer no Comissariado Natureza, atribuições e símbolos democráticas, no respeito pela
Nacional, quer nas unidades legalidade e pelos princípios do
territoriais e suas subunidades. Os Artigo 1.º Estado de direito;
Comandos Regionais são Definição
comandados por Intendente, as b) Garantir a ordem e a
Divisões por Subintendente, as 1. A Polícia de Ordem Pública, tranquilidade públicas, a segurança
Esquadras por Subintendente ou adiante designada por POP, é uma e a protecção das pessoas e dos
oficial subalterno. força de segurança, uniformizada e bens;
Nas unidades especiais, o Grupo armada, com a natureza de serviço
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c) Prevenir a criminalidade
em geral, em coordenação com as
substâncias proibidas, através da
vigilância e do patrulhamento das
 
demais forças e serviços de zonas referenciadas como locais
segurança; de tráfico ou consumo. segurança privada e respectiva
formação, em cooperação com as
d) Prevenir a prática dos m) Participar no cumprimento demais forças e serviços de
demais actos contrários à lei e aos das disposições legais e segurança e com a Inspecção-Geral
regulamentos; regulamentares referentes à do Ministério do Interior.
protecção do ambiente;
e) Desenvolver as acções de Artigo 4.º
investigação criminal e outras que n) Participar, nos termos da Conflitos de natureza privada
lhe sejam atribuídas por lei, lei e dos compromissos
delegadas pelas autoridades decorrentes de acordos, tratados e A POP não pode dirimir conflitos de
judiciárias ou solicitadas pelas convenções internacionais, na natureza privada, devendo, nesses
autoridades administrativas; execução da política externa, casos, limitar a sua acção à
designadamente em operações manutenção da ordem pública.
f) Velar pelo cumprimento internacionais de gestão civil de
das leis e regulamentos relativos à crises, de paz, e humanitárias, no Artigo 5.º
viação terrestre e aos transportes âmbito policial, bem como em Âmbito territorial
rodoviários e promover e garantir missões de cooperação policial
a segurança rodoviária, internacional e na representação 1. As atribuições da POP são
designadamente através da do País em organismos e prosseguidas em todo o território
fiscalização, do ordenamento e da instituições internacionais; nacional.
disciplina do trânsito;
o) Contribuir para a formação 2. No caso de atribuições
g) Garantir a execução dos e informação em matéria de cometidas simultaneamente à
actos administrativos emanados da segurança dos cidadãos; Guarda Nacional Guineense, a área
autoridade competente que visem de responsabilidade da POP é
impedir o incumprimento da lei ou p) Garantir a segurança definida por despacho do Ministro
a sua violação continuada; pessoal dos membros dos órgãos da tutela.
de soberania e de altas entidades
h) Participar no controlo da nacionais ou estrangeiras, bem 3. Fora da área de
entrada, saída e permanência de como de outros cidadãos, quando responsabilidade definida nos
pessoas e bens no território sujeitos a situação de ameaça termos do número anterior, a
nacional; relevante; intervenção da POP depende:

i) Proteger, socorrer e q) Prosseguir as demais a) Do pedido de outra força de


auxiliar os cidadãos, defender e atribuições que lhe forem segurança;
preservar os bens que se cometidas por lei. b) De ordem especial do
encontrem em situações de ministro da tutela;
perigo, por causas provenientes da 3. Constituem ainda c) De imposição legal.
acção humana ou da natureza; atribuições da POP:
4. A POP pode prosseguir a sua
j) Manter a vigilância e a a) Licenciar, controlar e missão fora do território nacional,
protecção de pontos sensíveis, fiscalizar o fabrico, desde que legalmente mandatada
nomeadamente infra-estruturas armazenamento, comercialização, para esse efeito.
rodoviárias, aeroportuárias e uso e transporte de armas,
portuárias, edifícios públicos e munições e substâncias explosivas Artigo 6.º
outras instalações críticas; e equiparadas que não pertençam Deveres de colaboração
k) Garantir a segurança nos ou se destinem às Forças Armadas
espectáculos, incluindo os e demais forças e serviços de 1. A POP, sem prejuízo das
desportivos, e noutras actividades segurança, sem prejuízo das prioridades legais da sua actuação,
de recreação e lazer, nos termos competências de fiscalização coopera com as demais forças e
da lei; legalmente cometidas a outras serviços de segurança, bem como
entidades; com as autoridades públicas,
l) Prevenir e detectar designadamente, com os órgãos
situações de tráfico e consumo de b) Licenciar, controlar e autárquicos e outros organismos,
estupefacientes ou outras fiscalizar as actividades de

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nos termos da lei. 2. Considera-se força pública,


para efeitos do número anterior, o  
2. As autoridades da efectivo mínimo de dois agentes
administração central, regional e em missão de serviço. organização hierárquica da POP, o
local, os serviços públicos e as pessoal com funções policiais da
demais entidades públicas ou 3. Os elementos da POP com POP actua sob a direcção e na
privadas devem prestar à POP a funções policiais são considerados dependência funcional da
colaboração que legitimamente agentes da força pública e de autoridade judiciária competente.
lhes for solicitada para o exercício autoridade quando lhes não deva
das suas funções. ser atribuído qualidade superior. 3. Os actos determinados
pelas autoridades judiciárias são
3. As autoridades adminis- Artigo 10.º realizados pelos elementos para
trativas devem comunicar à POP, Autoridades de polícia esse efeito designados pela
quando solicitado, o teor das respectiva cadeia de comando, no
decisões sobre as infracções que 1. São consideradas autori- âmbito da sua autonomia técnica
esta lhes tenha participado. dades de polícia: e táctica.

Artigo 7.º a) O Comissário Nacional; Artigo 12.º


Estandarte nacional Medidas de polícia e meios de
b) Os Comissários Nacionais- coerção
A POP e as suas unidades de adjuntos;
polícia, incluindo as unidades 1. No âmbito das suas
constituídas para actuar fora do c) Os Comandantes das atribuições, a POP utiliza as
território nacional, têm direito ao unidades e subunidades até ao medidas de polícia legalmente
uso do estandarte nacional. nível de esquadra; previstas e nas condições e termos
da Constituição e da lei de
Artigo 8.º d) Outros oficiais da POP, segurança nacional, não podendo
Símbolos quando no exercício de funções de impor restrições ou fazer uso dos
comando ou chefia operacional. meios de coerção para além do
1. A POP tem direito a brasão estritamente necessário.
de armas, bandeira heráldica, hino 2. Compete às autoridades de
e selo branco. polícia referidas no número 2. Quem faltar à obediência
anterior determinar a aplicação devida a ordem ou a mandado
2. O Comissariado Geral e as das medidas de polícia previstas legítimos, regularmente
unidades de polícia têm direito a na lei. comunicados e emanados de
brasão de armas, bandeiras autoridade de polícia ou agente
heráldicas e selo branco. Artigo 11.º de autoridade da POP, é punido
Autoridades e órgãos de polícia com a pena legalmente prevista
3. O Comissário Nacional tem criminal para a desobediência qualificada.
direito ao uso de galhardete.
1. Para efeitos do disposto no CAPÍTULO III
4. Os símbolos previstos nos Código de Processo Penal, Prestação e solicitação de serviços
números anteriores são aprovados consideram-se:
por despacho do Ministro da tutela.
a) Autoridades de polícia Artigo 13.º
criminal», as entidades referidas Solicitação de forças
no n.º 1 do artigo anterior;
1. As autoridades judiciárias
CAPÍTULO II b) Órgãos de polícia e administrativas podem solicitar
Autoridades e órgãos de polícia criminal», todos os elementos da à POP, através do ministro da
POP com funções policiais tutela, a actuação de forças para
Artigo 9.º incumbidos de realizar quaisquer a manutenção da ordem e
Comandantes e agentes de força actos ordenados por autoridade tranquilidade públicas.
pública judiciária ou determinados por
aquele Código. 2. A solicitação de forças é
1. Os elementos da POP no apresentada junto da autoridade
exercício do comando de forças 2. Enquanto órgãos de polícia de polícia territorialmente
têm a categoria de comandantes de criminal, e sem prejuízo da competente, indicando a natureza
força pública.
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do serviço a desempenhar e o
motivo ou a ordem que as justifica.
da administração central, regional
e local.
 
3. As forças solicitadas actuam 3. A prestação e o pagamento
no quadro das suas competências e das acções previstas nos números i) Oficiais generais, que
de forma a cumprirem a sua anteriores, quando não regulados compreende o posto de
missão, mantendo total por lei especial, são objecto de comissário;
subordinação aos comandos de que despacho conjunto dos membros do
dependem. Governo responsáveis pelas áreas ii) Oficiais superiores, que
da segurança e das finanças. compreende os postos de
Artigo 14.º 1º superintendente,
Prestação de serviços especiais Artigo 16.º superintendente e
Colaboração com entidades intendente;
1. A POP pode manter pessoal públicas e privadas
com funções policiais em iii) Oficiais subalternos, que
organismos de interesse público, 1. Sem prejuízo do compreende os postos de
em condições definidas por cumprimento da sua missão, a POP subintendente, inspector e
despacho do ministro da tutela. pode prestar colaboração a outras sub-inspector;
entidades públicas ou privadas que
2. O pessoal da POP pode ser a solicitem, para garantir a b) Categoria profissional de
nomeado em comissão de serviço segurança de pessoas e bens ou Chefes, que compreende os postos
para organismos internacionais ou para a prestação de outros de chefe, subchefe principal,
países estrangeiros, em função dos serviços, mediante pedidos subchefe-ajudante, primeiro-
interesses nacionais e dos concretos que lhe sejam subchefe, segundo-subchefe;
compromissos assumidos no âmbito formulados, os quais serão sujeitos
da cooperação internacional, nos a decisão caso a caso. c) Categoria profissional de
termos legalmente estabelecidos. agentes, que compreende os postos
2. A administração central de agente principal, agente de 1ª
3. O pessoal referido no n.º 1 poderá estabelecer protocolos com classe, agente de 2ª classe e agente
cumpre, para efeitos de ordem as autarquias locais para a de 3ª classe.
pública, as directivas do comando execução das responsabilidades de
com jurisdição na respectiva área. construção, aquisição ou 2. As condições e regras para
beneficiação de instalações e as promoções encontram-se
4. A POP pode ainda prestar edifícios para a POP sempre que as reguladas no Estatuto dos Agentes
serviços especiais, mediante razões de oportunidade e da POP.
solicitação, que, após serem conveniência o aconselhem.
autorizados pela entidade Artigo 18.º
competente, são remunerados 3. O pagamento dos serviços Estrutura geral
pelos respectivos requisitantes nos efectuados pela POP ao abrigo do
termos que forem regulamentados. n.º 1 é regulado no despacho A POP compreende:
referido no n.º 3 do artigo anterior.
Artigo 15.º a) O Comissariado Nacional;
Prestação de serviços a outros TÍTULO II
organismos públicos Organização geral b) As Unidades de Polícia.

1. Sem prejuízo da missão que CAPÍTULO I Artigo 19.º


lhe está cometida e no âmbito do Disposições gerais Comissariado Nacional
dever de coadjuvação dos
tribunais, a POP pode afectar Artigo 17.º 1. O Comissariado Nacional
pessoal com funções policiais para Categorias profissionais e postos compreende:
a realização das actividades de
comunicação dos actos processuais 1. O pessoal da POP agrupa-se a) O Comissário Nacional;
previstos no Código de Processo hierarquicamente nas seguintes
Penal. categorias profissionais, sub- b) Os Comissários Nacionais-
categorias e postos: adjuntos;
2. A POP pode ainda afectar a) Categoria profissional de c) O Conselho Superior de
pessoal com funções policiais para oficiais: Polícia, o conselho de deontologia
prestar serviço a órgãos e entidades
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e disciplina e a junta superior de d) Colocar e transferir o


saúde; pessoal com funções policiais e  
não policiais, de acordo com as
d) As unidades orgânicas de necessidades do serviço;
Artigo 22.º
operações e segurança, de recursos
e) Exercer o poder Gabinete
humanos e de logística e finanças.
disciplinar;  
f) Autorizar o desempenho 1. O Comissário Nacional é
2. Funcionam, ainda, na
dependência do Comissário pela POP de serviços  de carácter apoiado por um Gabinete
especial a pedido de outras constituído por um chefe de
Nacional, o departamento de apoio
entidades; gabinete, três assessores e um
geral e serviços de consultadoria
secretário pessoal.
jurídica e relações públicas.
g) Determinar a realização
de inspecções aos órgãos e 2. Compete ao Gabinete do
Artigo 20.º
serviços da POP em todos os Comissário Nacional coadjuvar,
Unidades de polícia
aspectos da sua actividade; assessorar e secretariar o
Comissário Nacional no exercício
1. Na POP existem as
h) Sancionar as licenças das suas funções.
seguintes unidades de polícia:
arbitradas pelas juntas de saúde;
3. O Gabinete é dirigido por
a) Os Comandos Regionais de
i) Homologar as decisões da um chefe de gabinete.
Polícia, do Centro, do Norte, do
Leste e do Sul; Junta Superior de Saúde;
Artigo 23.º
j) Conceder licenças, Comissários Nacionais-adjuntos
b) O Grupo de Intervenção
Rápida; autorizações e exercer as demais
competências administrativas Compete aos Comissários Nacionais-
previstas na lei; adjuntos:
c) O Grupo de Trânsito.

k) Exercer as competências a) Coadjuvar o comissário


2. Podem ser constituídas
que lhe forem delegadas. nacional no exercício das suas
forças de polícia para o
funções;
cumprimento de missões fora do
território nacional, nos termos da 3. O Comissário Nacional
pode delegar em todos os níveis b) Exercer a direcção e
lei.
de pessoal dirigente as suas coordenação da unidade orgânica
competências próprias, salvo se que lhe for atribuída por despacho
CAPÍTULO II
a lei expressamente o impedir. do comissário nacional;
Comissariado Nacional
c) Exercer as competências
4. A competência referida delegadas ou subdelegadas pelo
SECÇÃO I
na alínea a) do n.º 2 deste artigo comissário nacional.
Comissário Nacional
Artigo 21.º é delegável em qualquer
elemento do pessoal dirigente SECÇÃO II
Competência
dos quadros de pessoal da POP. Órgãos de consulta
1. Ao Comissário Nacional
5. O Comissário Nacional é Artigo 24.º
compete, em geral, comandar,
coadjuvado por três Comissários Órgãos de consulta
dirigir, coordenar, gerir, controlar
e fiscalizar todos os órgãos, Nacionais-adjuntos, que dirigem,
respectivamente, as unidades Na dependência directa do
comandos e serviços da POP.
orgânicas de operações e Comissário Nacional funcionam os
segurança, de recursos humanos, seguintes órgãos:
2. Além das competências
e de logística e finanças. a) O Conselho Superior de
próprias dos cargos de direcção
Polícia;
superior de 1.º grau, compete ao
6. O Comissário Nacional é b) O Conselho de Deontologia
comissário nacional:
substituído, nas suas faltas ou e Disciplina;
impedimentos, pelo Comissário c) A Junta Superior de Saúde.
a) Representar a POP;
Nacional-adjunto que dirige a
b) Presidir ao Conselho
Superior de Polícia; unidade orgânica de operações e
c) Presidir ao Conselho de segurança.
Deontologia e Disciplina;
ECOdadaVVozozdidiPPazaz Boletim
ECO BoletimInformativo
Informativo
Página 11

Artigo 25.º
Conselho Superior de Polícia
Artigo 26.º
Conselho de Deontologia e
 
Disciplina
1. O Conselho Superior de
Polícia (CSP) é um órgão consultivo 3. Quando funcionar como
1. O Conselho de Deontologia
do Comissário Nacional ao qual junta de recurso, a JSS é composta
e Disciplina (CDD) é um órgão de
compete pronunciar-se sobre os pelo comissário nacional-adjunto
carácter consultivo do Comissário
assuntos relativos à actividade da da unidade orgânica de recursos
Nacional, ao qual compete apreciar
POP e sua relação com as humanos, que preside, por um
e emitir parecer sobre os assuntos
populações, apoiar a decisão do médico designado pelo comissário
que lhe sejam submetidos em
Comissário Nacional em assuntos de nacional, que não tenha intervindo
matéria de deontologia e disciplina
particular relevância e, em anteriormente no processo, e por
e exercer as competências que a lei
especial: um médico escolhido pelo
e o regulamento disciplinar lhe
requerente, o qual, não sendo
conferem.
a) Emitir parecer sobre os indicado no prazo que para o efeito
objectivos, necessidades e planos for fixado pelo comissário nacional,
2. Compõem o CDD:
estratégicos da POP e a sua é substituído pelo médico que este
execução; designar.
a) O Comissário Nacional, que
preside;
b) Pronunciar-se sobre as SECÇÃO III
providências legais ou Unidades orgânicas
b) Os Comissários Nacionais-
regulamentares que digam respeito adjuntos;
à POP, quando solicitado; Artigo 28.º
Operações e segurança
c) Dois Comandantes Regionais
c) Pronunciar-se, a solicitação a designar pelo Comissário
do Ministro da tutela, sobre A unidade orgânica de operações e
Nacional;
quaisquer assuntos que digam segurança compreende as áreas de
respeito à POP. operações, informações policiais e
d) O Director do serviço de
investigação criminal, armas e
deontologia e disciplina;
2. Compõem o CSP em explosivos, segurança privada,
funcionamento restrito: sistemas de informação e
3. O regulamento de
comunicações.
funcionamento do CDD e a forma
a) O Comissário Nacional, que de designação dos membros é
preside; Artigo 29.º
aprovado por regulamento do
Recursos humanos
ministro da tutela.
b) Os Comissários Nacionais-
adjuntos; A unidade orgânica de recursos
Artigo 27.º
c) Os Directores das áreas e humanos compreende as áreas de
Junta Superior de Saúde
serviços do Comissariado Nacional; recursos humanos, formação e
saúde e assistência na doença.
1. A Junta Superior de Saúde
3. Compõem o CSP em Artigo 30.º
(JSS) é o órgão a que compete
funcionamento alargado: Logística e finanças
julgar o grau de capacidade para o
serviço do pessoal da POP que, por
a) As Entidades referidas no A unidade orgânica de logística e
ordem do Comissário Nacional, lhe
número anterior; finanças compreende as áreas de
for presente, bem como emitir
logística e gestão financeira.
parecer sobre os recursos relativos
b) Os Comandantes das a decisões baseadas em pareceres
unidades de polícia; Artigo 31.º
formulados pelas juntas médicas da
Serviços
POP.
c) Representantes das
categorias profissionais de oficiais, O número, as competências, a
2. A JSS é constituída pelo
sargentos e agentes. estrutura interna e os cargos de
Comissário Nacional-adjunto da
direcção das áreas das unidades
unidade orgânica de recursos
4. O regulamento de orgânicas são definidos por
humanos, que preside, e por dois
funcionamento do CSP é aprovado despacho do Ministro da tutela.
médicos nomeados pelo Comissário
por despacho do Ministro da tutela. Nacional.
SECÇÃO IV
Apoio geral

A Guiné quer Paz, a solução está em MIM ESPECIAL


Nº3
Reforma
Sector Defesa
e Segurança
Voz di Paz
Página 12 ECO da Voz di Paz Boletim Informativo

Artigo 32.º com sede em Bafatá, responsável


Departamento de Apoio Geral pelo cumprimento da missão da  
POP, nas Regiões de Bafatá e Gabú;
1. Ao Departamento de Apoio de polícia podem delegar as suas
Geral (DAG) compete o d) Comando Regional do Sul, competências nos respectivos
enquadramento administrativo, com sede em Buba, responsável comandantes adjuntos, salvo se a
para efeitos operacionais e de pelo cumprimento da missão da lei expressamente o impedir.
disciplina, do pessoal, bem como a POP, nas Regiões de Quínara,
administração e o controlo das Tombalí e Bolama. 3. Compete, em especial, aos
instalações, dos equipamentos e comandantes regionais de polícia:
demais material, e a recepção, Artigo 34.º
expedição e arquivo de toda a Organização a) O comando de todas as
correspondência do Comissariado forças da POP na área da respectiva
Nacional. Os comandos regionais de polícia região;
compreendem o comando, serviços
2. O DAG pode, ainda, prestar e subunidades. b) Promover as acções de
apoio administrativo a outras fiscalização do cumprimento das
unidades da POP. Artigo 35.º disposições legais e regulamentares
Comandantes regionais sobre viação terrestre e transportes
3. Compete ainda ao DAG rodoviários;
assegurar o funcionamento do 1. Aos Comandantes regionais
Arquivo Central. de polícia, na sua área de c) Manter informado o
responsabilidade, compete: Comissário Nacional da situação de
CAPÍTULO III segurança na respectiva região;
Unidades de polícia a) Representar a POP;
d) Cooperar com os órgãos da
SECÇÃO I b) Exercer o comando do região em matérias do âmbito das
Unidades regionais de polícia respectivo comando territorial, atribuições da POP e na resolução
através da gestão e emprego dos dos problemas relacionados com as
Artigo 33.º meios humanos, materiais e funções policiais que
Caracterização financeiros que lhe estão desempenham.
atribuídos;
1. As unidades regionais de 4. A competência referida na
polícia tomam a designação de c) Propor a nomeação dos alínea a) do n.º 1 é delegável em
comandos regionais de polícia e são comandantes das subunidades; qualquer elemento dos quadros da
unidades territoriais na POP do respectivo comando.
dependência directa do comissário d) Colocar e transferir o Artigo 36.º
nacional que prosseguem as pessoal de acordo com as Comandante Regional Adjunto
atribuições da POP na respectiva necessidades do serviço;
área de responsabilidade. 1. Os comandantes regionais
e) Exercer o poder disciplinar; de polícia são coadjuvados por um
2. O dispositivo territorial da comandante regional adjunto.
POP, compreende os seguintes f) Determinar inspecções a
Comandos Regionais: todas as actividades do comando e 2. Os comandantes regionais
das subunidades; adjuntos substituem, nas suas
a) Comando Regional do faltas ou impedimentos, o
Centro, com sede em Bissau, g) Exercer as competências respectivo comandante regional de
responsável pelo cumprimento da delegadas, ou subdelegadas, pelo polícia e, são substituídos, nas suas
missão da POP, no Sector Autónomo Comissário Nacional, bem como faltas ou impedimentos, pelo
de Bissau e na região de Biombo; executar e fazer executar todas as oficial mais graduado ou, se houver
determinações deste; vários de igual graduação, pelo
b) Comando Regional do mais antigo.
Norte, com sede em Bissorá, h) Exercer as demais
responsável pelo cumprimento da competências em matéria de Artigo 37.º
missão da POP, nas Regiões de segurança pública e privada Subunidades
Cacheu e Oio; prevista na lei.
1. As subunidades dos
c) Comando Regional do Leste, 2. Os comandantes regionais comandos regionais de polícia são
ECO da Voz di Paz Boletim Informativo
Página 13

as divisões e as esquadras. 2.
comandos
O GIR colabora ainda com os
regionais no  
2. As esquadras são patrulhamento, em condições a
subunidades operacionais. definir por despacho do Comissário 1. A nomeação para o cargo
Nacional. de Comissário Nacional é feita, por
Artigo 38.º escolha, de entre 1ºs
Comando de subunidades 3. O GIR articula-se em superintendentes, dos quadros de
subunidades de ordem pública, de carreira policial.
1. O comando das subunidades operações especiais, de segurança
é exercido por um comandante, pessoal e de inactivação de 2. O Comissário Nacional é
coadjuvado por um adjunto. engenhos explosivos. um Comissário e o provimento do
Artigo 41.º cargo é feito mediante despacho
2. Salvo designação em Grupo de Trânsito conjunto do Primeiro-Ministro e do
contrário do comandante regional Ministro da tutela.
de polícia, o adjunto é o elemento 1. O Grupo de Trânsito (GT) é a
mais graduado colocado na unidade especializada no âmbito da Artigo 45.º
respectiva subunidade. fiscalização ordenamento e Comissário Nacional-adjunto
disciplina do trânsito, e é
3. Caso existam vários responsável pela uniformização de 1. O recrutamento para o
elementos com a mesma procedimentos e pela formação cargo de comissário nacional-
graduação, prefere o mais antigo. contínua dos elementos. adjunto é feito, por escolha, de
entre os 1ºs superintendentes ou
SECÇÃO II 2. Quando se justifique, o GT superintendentes dos quadros de
Unidades Especiais de Polícia pode realizar, directa e carreira policial.
excepcionalmente, acções especiais
Artigo 39.º de fiscalização em qualquer parte 2. Quando o recrutamento
Unidades Especiais do território nacional abrangida pela referido nos números anteriores
competência territorial da POP, sem recair sobre um superintendente,
São unidades especiais de polícia: prejuízo das competências das este será promovido a 1º
respectivas unidades territoriais. superintendente.
a) O Grupo de Intervenção 3. O provimento é feito
Rápida; SECÇÃO III mediante despacho do Ministro da
Subunidades e serviços tutela.
b) O Grupo de Trânsito.
Artigo 42.º Artigo 46.º
Artigo 40.º Subunidades Recrutamento de comandantes
Grupo de Intervenção Rápida regionais e comandantes
A criação e extinção de subunidades regionais adjuntos
1. O Grupo de Intervenção dos comandos regionais de polícia e
Rápida (GIR) constitui uma força de unidades especiais de polícia são 1. O recrutamento para os
reserva à ordem do Comissário aprovadas por despacho do Ministro cargos de comandante regional é
Nacional, especialmente preparada da tutela. feito, por escolha, de entre os
e destinada a ser utilizada em: intendentes ou subintendentes
Artigo 43.º
a) Acções de manutenção e Serviços 2. O recrutamento para os
reposição de ordem pública; cargos de comandantes regionais
A criação, extinção e o adjuntos é feito, por escolha, de
b) Combate a situações de funcionamento dos serviços dos entre subintendentes e
violência concertada; comandos regionais de polícia e inspectores.
unidades especiais de polícia são
c) Gestão de incidentes aprovados por despacho do Ministro Artigo 47.º
tácticos; da tutela. Recrutamento de comandantes e
comandantes adjuntos das
d) Segurança pessoal de altas TÍTULO III unidades especiais
entidades, membros de órgãos de Provimento
soberania, protecção policial de 1. O recrutamento para os
testemunhas ou outros cidadãos Artigo 44.º cargos de comandante de unidade
sujeitos a ameaça. Comissário Nacional

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Nº3
Reforma
Sector Defesa
e Segurança
Voz di Paz
Página 14
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especial é feito, por escolha, de


entre os superintendentes e
Artigo 49.º
Outros cargos de comando  
intendentes para o GIR e
intendentes e subintendentes para 1. O provimento dos cargos de publicações e as quantias cobradas
o GT. comandante de divisão e esquadra por actividades ou serviços
é feito por despacho do Comissário prestados;
2. O recrutamento para os geral sob proposta do respectivo c) Os juros dos depósitos
cargos de comandante adjunto é comandante regional. bancários;
feito, por escolha, de entre os d) As receitas próprias
intendentes ou subintendentes para 2. O provimento dos cargos de consignadas à POP;
o GIR e entre os subintendentes e comandante de subunidade das e) Os saldos das receitas
os inspectores para o GT. unidades especiais de polícia é consignadas;
feito por despacho do Comissário f) Quaisquer outras receitas
Artigo 48.º geral sob proposta dos respectivos que lhe sejam atribuídas por lei,
Provimento em comissão de comandantes. contrato ou a outro título.
serviço
Artigo 50.º Artigo 53.º
1. O provimento dos cargos de Cargos de direcção intermédia de Despesas do funcionamento
comandante regional e 1.º grau
comandantes de unidade especial é Constituem despesas da POP as que
feito em comissão de serviço por 1. O recrutamento para cargo resultem de encargos decorrentes
um período de três anos, de direcção intermédia de 1.º grau do funcionamento dos seus órgãos e
renovável, mediante despacho do é feito em comissão de serviço por serviços e da actividade
Ministro da tutela, sob a proposta um período de três anos, mediante operacional, na prossecução das
do Comissário Nacional. despacho do Comissário Nacional, atribuições que lhe estão
por escolha de entre cometidas.
2. A renovação da comissão de Superintendentes ou Intendentes.
serviço é comunicada ao 2. É aplicável aos dirigentes a Artigo 54.º
interessado pela entidade que se refere o presente artigo o Recrutamento excepcional
competente até 30 dias antes do disposto nos nºs 2 a 4 do artigo 48.º
seu termo, cessando a mesma 1. Por despacho do Ministro da
automaticamente no final do Artigo 51.º tutela, sob a proposta do
respectivo período na ausência de Cargos de direcção intermédia de Comissário Nacional, pode o oficial
comunicação, caso em que o 2.º grau de polícia com formação e
dirigente se mantém no exercício experiência adequadas desem-
de funções de gestão corrente até 1. O recrutamento para cargo penhar funções correspondentes ao
à tomada de posse do novo titular de direcção intermédia de 2.º grau posto imediatamente superior.
do cargo. é feito em comissão de serviço por
um período de três anos, mediante 2. O pessoal provido nos
3. Para efeitos de eventual despacho do Comissário Nacional, termos do número anterior tem os
renovação da comissão de serviço, por escolha de entre Intendentes direitos e deveres inerentes à
deve a entidade competente ser ou Subintendentes. função desempenhada.
informada, com a antecedência
mínima de 90 dias do termo de 2. Ao provimento e 3. O pessoal provido retoma a
cada comissão, cessando esta recrutamento para estes cargos é remuneração devida no posto de
automaticamente no fim do aplicável o disposto nos nºs 2 a 4 do origem, quando cessar as funções
respectivo período sempre que não artigo 48.º. que desempenhava, sendo-lhe
seja dado cumprimento àquela contado o tempo de permanência
formalidade. TÍTULO IV no posto em que tiver sido provido,
Disposições financeiras para efeitos de mudança de escalão
4. Em qualquer momento e e antiguidade.
por conveniência de serviço, as Artigo 52.º
comissões de serviço podem ser Receitas 4. Se, durante o tempo em
dadas por findas por despacho da que estiver provido no posto
entidade competente para a Constituem receitas da POP: imediato, ocorrer a sua promoção,
nomeação, por sua iniciativa, por a) As dotações atribuídas pelo o elemento manterá o escalão em
proposta do Comissário Nacional ou Orçamento Geral do Estado; que se encontrar até que, pelo
a requerimento do interessado. b) O produto da venda de normal desenvolvimento da
ECO da Voz di Paz Boletim Informativo
Página 15

progressão esse escalão lhe pessoal da POP com funções


competir, devendo, para efeitos de
antiguidade, ser colocado na
policiais pode ser afecto a
organismos de interesse público;
 
posição que lhe competiria no
normal desenvolvimento da d) A criação e extinção de
carreira. subunidades dos comandos
regionais de polícia e das unidades
Artigo 55.º especiais de polícia;
Taxas
e) A criação e extinção e o
A actividade da POP pode implicar funcionamento dos serviços dos
a aplicação de taxas e a cobrança comandos regionais de polícia e das
de despesas a cargo de entidades unidades especiais de polícia.
que especialmente beneficiem com
aquela actividade, nos termos a 4. Os tipos de armas em uso
regular em diploma próprio. pela POP, bem como as regras do
respectivo emprego.
TÍTULO V
Disposições finais Artigo 57.º
Entrada em vigor
Artigo 56.º
Regulamentação A presente lei entra em vigor no
prazo de 30 dias após a sua
1. São regulados por diploma publicação no Boletim Oficial
próprio:
Aprovada em 13 de Maio de 2010
a) A aplicação de taxas e a
cobrança de despesas a cargo de Presidente da Assembleia
entidades que especialmente Nacional Popular,
beneficiem com a actividade da Raimundo Pereira
POP;
b) O estatuto remuneratório O Presidente da República,
do Comissário Nacional. Malam Bacai Sanhá

2. A prestação e o pagamento
dos serviços requisitados à POP nos
termos dos artigos 14.º a 16.º da ______________________________
presente lei são objecto de
despacho conjunto do Ministro da
tutela e do membro do Governo
Imagens da participação
responsável pela área das finanças. da POP em sessões de
3. São aprovados por despacho auscultação realizadas
do Ministro da tutela:
pela Voz di Paz
a) O número, as competências
e a estrutura interna dos serviços
das unidades orgânicas, bem como
o quadro de dirigentes da POP;

b) A área de responsabilidade
da POP, no caso de atribuições
simultaneamente cometidas à
Guarda Nacional Guineense, bem
como dos comandos regionais de
polícia e respectivas subunidades;

c) As condições em que o

A Guiné quer Paz, a solução está em MIM ESPECIAL


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Reforma
Sector Defesa
e Segurança
Voz di Paz
ECO
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Esquema da Reforma com base na Metodologia


Participativa da Voz di Paz
 
Voz  di  Paz,  facilitadora  por  excelência  da  Reforma  do 
Conceptores   Sector de Defesa e Segurança: 
‐  Escuta  activa  de  grupos  seleccionados  em  todas  as 
  unidades de militares e serviços de polícias; 
  ‐ Seminários de decisores a nível das instituições parceiras 
da Reforma do sector de Segurança e Defesa; 
  ‐ Informação sobre o conteúdo da Reforma; 
‐ Debates radiofónicos; 
Destinatários Implementadores   ‐ Inquéritos ligeiros sobre as expectativas dos actores da 
Reforma.
 

Militares

Forças de 
Segurança

Autorida‐
des  Elaborado por
Nacionais Joacine Katar Moreira
e Fafali Koudawo

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FICHA TÉCNICA: Eco da Voz di Paz – Boletim Informativo Proprietário: Voz di Paz - Iniciativa para a
Consolidação da Paz Coordenador: Fafali Koudawo Editora: Joacine Katar Moreira;
Redactores: Fafali Koudawo; Joacine Katar Moreira; Manuela Lopes Concepção gráfica e fotocomposição:
Joacine Katar Moreira Número: 5 Data: Julho 2010 Local: Guiné-Bissau Periodicidade: Mensal
Tiragem: 1500 exemplares
Parceiro: Interpeace
Financiado pelo Governo da Finlândia

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