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UNIDADE 2

ESTUDO DE FALTAS EM SISTEMAS DE POTÊNCIA

Objetivos
• Conhecer e identificar as possíveis faltas (falhas) que podem ocorrer em sistemas de potência.
• Compreender e demonstrar a importância da análise sobre a capacidade do sistema de potência de se
recuperar rapidamente de faltas que podem ocorrer.
• Compreender e caracterizar os mecanismos das faltas e de suas consequências para atuar corretamente e
manter o bom funcionamento do sistema.
• Desenvolver os cálculos relativos ao comportamento da corrente para os diversos tipos de faltas que
comprometem os sistemas.

Conteúdos
• Faltas simétricas: propriedades e características, faltas trifásicas.
• Componentes simétricas: sua teoria e propriedades, importância no estudo das faltas.
• Faltas assimétricas: características, tratamento por decomposição em componentes.

Orientações para o estudo da unidade


Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir:

1) Não se limite ao conteúdo deste material didático; busque outras informações em sites confiáveis e/ou nas
referências bibliográficas apresentadas ao final de cada unidade. Lembre-se de que, na modalidade EaD, o
engajamento pessoal é um fator determinante para o seu crescimento intelectual.

2) O estudo das faltas (falhas) que ocorrem em um sistema elétrico é muito amplo, dadas a extensão e a
complexidade do sistema. Para avaliar as causas das faltas, é necessário o domínio sobre diversos conteúdos,
por serem muito abrangentes os fenômenos que podem afetar as centrais geradoras, os diversificados tipos
de linhas de transmissão, subestações, interconexões e os consumidores (carga). Assim, um conhecimento
amplo somente pode ser adquirido na vasta literatura sobre o tema.

3) O estudo de exemplos e a resolução de exercícios também são muito importantes para o domínio dos cálculos
desenvolvidos e que são utilizados na antecipação, no controle e no manejo das faltas que ocorrem em diversas
contingências, e também aquelas associadas com as manobras de rotina. Dessa forma, a aprendizagem do
recurso do cálculo de faltas pelo profissional engenheiro é fundamental.

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1. INTRODUÇÃO
As faltas podem ser muito prejudiciais aos sistemas de potência e podem provocar
interrupções da energia, dano aos equipamentos, representar perigo às pessoas próximas, ou,
no mínimo, prejudicar a qualidade da energia fornecida, ao inserir surtos diversos no sistema
(STEVENSON JR., 1986).
Uma falta num circuito se caracteriza como qualquer falha ou evento que interfira no
fluxo normal de corrente e nos valores de tensão, frequência e sincronismo. Pode ser um
curto-circuito, uma fuga de corrente ou uma interrupção, mas, nesta unidade, trataremos
basicamente de curtos-circuitos, embora as análises desenvolvidas sejam de aplicação
geral. As principais fugas de corrente ocorrem de forma contínua e não chegam a perturbar
significativamente o sistema. Por outro lado, rupturas de circuito causam uma falta grave, pois
colocam a linha ou o sistema fora de serviço (STEVENSON JR., 1986; WEEDY, 1981).
As causas de curto-circuito mais comuns são as descargas elétricas na própria rede ou o
contato direto entre condutores em potenciais diferentes, provocado por acidentes naturais,
pela ação de animais, intempéries, incêndios etc.
No modo indireto, as causas ocorrem:
• em virtude de um arco elétrico (voltaico) entre fases ou na estrutura de suporte,
originado pela ruptura dielétrica do ar ou do material de isoladores, sendo que a
ruptura dielétrica das cadeias de isoladores ocorre devido às falhas de fabricação,
envelhecimento, sobrecargas etc.;
• pela condução superficial em isoladores se estiverem sujos e úmidos, manobras
incorretas ou sabotagem etc. (BENEDITO, 2015a; SCHMIDT et al., 1996).
As faltas podem ainda ser surtos de tensão originados por descargas atmosféricas, as
quais elevam o potencial na rede e acabam forçando a abertura de aterramento ou no caso de
extra e ultra altas tensões, por surtos de chaveamento. Nesses casos, dispositivos de proteção,
como para-raios e aterramento por centelhadores ou por resistores variáveis, são empregados
para aliviar a sobretensão (STEVENSON JR., 1986).
A análise de curtos-circuitos é de suma importância para a proteção de sistemas elétricos,
uma vez que os cálculos de redes em curto são fundamentais no dimensionamento e ajuste
dos dispositivos de proteção. A seleção de um disjuntor para um sistema de potência depende
dessa análise preliminar.
A realização do cálculo da corrente de curto-circuito é fundamental para a especificação
dos equipamentos do sistema elétrico. Isso porque, durante o curto-circuito, são estabelecidas
altas correntes, provocando solicitações térmicas, dissipação de calor e elevação de
temperatura, as quais degradam (envelhecem) o material e, ainda, provocam deformações
ou esforços mecânicos que podem provocar rupturas ou levar as peças a uma situação de não
conformidade. Os dispositivos de proteção desses sistemas devem ser ajustados para atuar
o mais rápido possível, e o tempo de resposta deve ser levado em conta na avaliação dos
requisitos do material empregado nos sistemas (ZANETTA JR., 2006).
A abordagem matricial mais avançada ou a metodologia convencional com aplicação das
componentes simétricas são as ferramentas utilizadas para o tratamento de curtos-circuitos em

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sistemas de potência. O comportamento transitório provocado pelas faltas, principalmente os


curtos-circuitos sobre as máquinas e linhas de transmissão operando em regime permanente,
também necessita ser avaliado (ZANETTA JR., 2006).
As faltas mais graves precisam ser isoladas do sistema pela atuação de disjuntores
controlados por um circuito lógico, que é baseado em sensores com diferentes respostas e
sensibilidades. Após o isolamento da parte em falta grave, ou mesmo para faltas amenas,
o sistema que estava operando em regime permanente será afetado por transitórios que o
afastarão dessa condição. O cálculo das correntes que circulam antes e depois das faltas deve
balizar a atuação do circuito de controle (STEVENSON JR., 1986).

Fonte: Gomes (2013a).


Figura 1 Tipos de curto-circuito para um sistema trifásico.

As faltas são classificadas, de acordo com a Figura 1, como simétricas ou assimétricas.


Qualquer contingência, seja de curto-circuito ou interrupção, envolvendo apenas uma ou
duas fases será do tipo assimétrica, enquanto somente a falta trifásica será do tipo simétrica
(STEVENSON JR., 1986).
A grande maioria (cerca de 70%) das falhas por curtos-circuitos ocorre entre uma fase
e o terra, um menor número envolve as falhas trifásicas (cerca de 5%), e as faltas envolvendo
apenas duas fases e a de duas fases envolvendo o fio terra completam as possibilidades
(STEVENSON JR., 1986).
A análise por componentes simétricas, que será vista adiante, permite tratar as faltas
assimétricas quase tão facilmente como são tratadas as faltas simétricas (trifásicas). O
tratamento das faltas assimétricas será mostrado no último tópico desta unidade.
O comportamento transitório será estudado na próxima unidade e deve fornecer o
tempo de atuação ideal para os dispositivos de proteção utilizados (STEVENSON JR., 1986).

2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA


O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma sucinta, os temas abordados
nesta unidade. Para sua compreensão integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo
do Conteúdo Digital Integrador.

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2.1. FALTAS SIMÉTRICAS

As faltas simétricas em sistemas trifásicos são somente aquelas que envolvem as três
fases, num curto entre si, ou seja, das três para o neutro ou terra, desde que as tensões sejam
idênticas nas fases e a carga esteja equilibrada entre essas fases, situação em que se diz que
o sistema está balanceado. Mas, como existe uma defasagem de 120° entre as fases, durante
a falta, cada fase terá uma curva de evolução transitória diferente, conforme apresentado na
Figura 2. Ainda assim, a solução é a mesma para as três fases, menos das constantes (valor
inicial) da solução de cada uma (STEVENSON JR., 1986; CHAPMAN, 2013). Observe:

Fonte: Chapman (2013, p. 247).


Figura 2 Evolução temporal das correntes de curto-circuito para cada fase de um sistema trifásico.

A corrente que circula numa máquina síncrona após uma falta é variável, apresentando
um valor no início da falta, depois de poucos ciclos, um valor menor e, após isso, o valor
que será sustentado em estado permanente. Tais valores diferem apreciavelmente, pois são
provocados pelo efeito da corrente de armadura sobre o fluxo de campo que gera a saída de
tensão na máquina síncrona, mais o efeito do enrolamento de amortecimento (STEVENSON
JR., 1986; CHAPMAN, 2013).
Essa corrente deve variar lentamente desde o valor inicial até o valor final, no estado
permanente, na situação de curto-circuito, mas com impedâncias diferentes em cada período
do transitório. A Figura 3 mostra o gráfico típico do transitório para uma das fases, quando a
amplitude é máxima (CHAPMAN, 2013). Vejamos:

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Fonte: Chapman (2013, p. 248).

Figura 3 Componente CA simétrica da corrente de falta.

A falta trifásica simétrica sem envolver o neutro (terra) é o curto-circuito de maior


gravidade que pode ocorrer num gerador síncrono, pois o contato franco e simultâneo entre
as três fases com maior diferença de potencial provoca as maiores correntes em todas as
fases. Os gráficos das Figuras 1 e 2 mostram que há componentes de corrente alternada, CA,
e de corrente contínua, CC, formando a corrente total, que será diferente para cada fase,
dependendo de seus ângulos de fase no momento da falta.
O comportamento transitório observado na Figura 3 está dividido em três períodos de
tempo após a falta:

• a partir do início do curto-circuito, no qual a corrente é muito elevada, mas também


cai rapidamente, denominado de período subtransitório;
• até o início do segundo período, em que a taxa de decaimento é menor, denominado
simplesmente de período transitório, que, por sua vez, termina no período de regime
permanente.
A explicação para os comportamentos distintos durante o transitório está na taxa de
decaimento, devido aos efeitos de diferentes enrolamentos do gerador síncrono: no primeiro
período, predomina o efeito das bobinas de amortecimento do gerador; no segundo período,
predominam as bobinas de campo do gerador; e, no último período, esses efeitos desaparecem
e a corrente se estabiliza, como ilustrado na Figura 4 (CHAPMAN, 2013).

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Fonte: Chapman (2013, p. 249).

Figura 4 Gráfico sublogarítimico dos períodos do transitório provocado por curto circuito.

Devido às resistências e reatâncias internas das bobinas de amortecimento e de campo


serem diferentes, as suas constantes de tempo também o serão, produzindo componentes
contínuas independentes, com taxas de decaimento distintas, as quais acabam, ambas, se
sobrepondo à corrente alternada para compor a corrente total (CHAPMAN, 2013).

Na condição anterior, antes da falta havia somente correntes CA no sistema. As


componentes CC surgem no exato momento da falta, como reação indutiva da variação brusca
de corrente provocada pelo curto-circuito. Os geradores são basicamente constituídos por
enrolamentos e, assim, possuem grande reatância, a qual deve responder ao repentino aumento
de corrente e gerar uma tensão instantânea (f.e.m.) contrária para manter a corrente próxima
do valor anterior. Essa tensão induzida no momento da falta, então, se torna a componente
contínua, CC, em decaimento. Observe como isso ocorre nas ilustrações dispostas nas Figuras
5 e 6.

Figura 5 Evolução temporal de transitórios de curtos-circuitos perto de geradores.

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Figura 6 Evolução temporal de transitórios de curtos-circuitos longe de geradores.

As Figuras 5 e 6 mostram que o transitório é diferenciado em distintos pontos do sistema.


As componentes contínuas caem muito rapidamente, mas, no início do curto-circuito,
podem até dobrar o valor da corrente, dependendo do ângulo de fase da componente
alternada, CA, no momento da falta. Normalmente, seu fator fica de 1,5 a 1,6 vezes o valor
máximo da corrente anterior à falta.
O valor calculado da corrente de falta para os diferentes períodos explica as mudanças
na reatância e na tensão interna da máquina síncrona à medida que a corrente varia de seu
valor inicial até seu valor final em regime permanente.
Durante uma falta de curto-circuito em um sistema de potência, determina-se a corrente
circulante por meio das forças eletromotrizes internas das máquinas no sistema, de suas
impedâncias internas e das impedâncias das linhas entre as máquinas e a falta (MATOS, 1996;
STEVENSON JR., 1986).
Para calcular a corrente inicial quando um gerador síncrono é curto-circuitado, analisa-
se a aplicação de uma tensão alternada a um circuito com resistência e indutância constantes,
em que a tensão pode ser escrita como:

Equação 1
Considerando o tempo t = 0 s no instante de aplicação da tensão, então, o ângulo α
dependerá de quanto vale o módulo da tensão ao ser fechado o circuito nesse instante.
A equação diferencial para esse circuito será:

Equação 2
Na equação, R é a resistência e L é a indutância do circuito.
A solução para o valor da corrente na Equação 2 se expressa por:

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Equação 3
Onde Z é a impedância do circuito e θ é o ângulo de defasagem entre tensão e corrente
produzido pela impedância do circuito, dados por: .
O primeiro termo da solução representa uma variação senoidal com o tempo e o
segundo termo, uma variação exponencial, cujo decaimento é determinado pela constante
de tempo L/R. Esse segundo termo não periódico é denominado de componente contínua da
corrente, enquanto o termo senoidal representa o valor da corrente num circuito RL para a
tensão aplicada ao sistema em regime permanente.
A componente contínua da corrente não existirá se o curto-circuito ocorrer no momento
em que a tensão estiver passando por zero, nos casos em que o valor de (α - θ) = 0, π, ou seja,
for igual a 0 ou a π, situação representada na Figura 7.

Fonte: Stevenson Jr. (1986, p. 266).


Figura 7 Evolução da corrente do transitório para (α - θ) = 0 ou (α - θ) = π.

Por outro lado, a componente contínua da corrente terá valor máximo se o curto-circuito
ocorrer no momento em que a tensão estiver passando por zero, nos casos em que o valor
de (α - θ) = π/2, 3π/2, ou seja, for igual a π/2 ou a 3π/2, situação representada na Figura 8.
Observe:

Fonte: Stevenson Jr. (1986, p. 267).


Figura 8 Evolução da corrente do transitório para (α - θ) = π/2 ou (α - θ) = 3π/2.

A corrente máxima no circuito durante a situação de falta dependerá de quanto cairá a


impedância do circuito e de como ocorrem os três períodos distintos no transitório; em cada

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um, haverá uma corrente respectiva à impedância (ou reatância) relevante no circuito durante
o período.
As correntes e reatâncias aplicáveis a um alternador funcionando em vazio antes da
ocorrência da falta trifásica em seus terminais são dadas por:

Equação 4
Na equação acima, I| é corrente em regime permanente, |I´| é a corrente transitória,
|I´´| é a corrente subtransitória, Xd é a reatância síncrona do eixo direto, X´d é a reatância
transitória do eixo direto, X´´d é a reatância subtransitória do eixo direto e |Eg| é a tensão
eficaz entre um terminal e o neutro, em vazio.

Exemplo 1
Um gerador síncrono trifásico de 100 MVA, 13,8 kV, 60 Hz, ligado em Y, está operando na
tensão nominal e a vazio quando uma falta trifásica acontece em seus terminais.
Suas reatâncias, por unidade em relação à própria base da máquina, são:
• e suas constantes de tempo, são:

A componente CC inicial dessa máquina é em média 50% da componente CA inicial.


a) Qual é a componente CA de corrente desse gerador no instante imediatamente
após a ocorrência da falta?
b) Qual é a corrente total (CA mais CC) que circula no gerador imediatamente após a
ocorrência da falta?
c) Qual será a componente CA de corrente após dois ciclos? E após 5 s?

Resolução do exercício:
A corrente de base desse gerador é dada pela equação:

Equação 5
As respectivas correntes subtransitória, transitória e regime permanente, por unidade e
em ampères, são:

Equação 6

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Equação 7

Equação 8

a) componente CA inicial de corrente é: .

b) A corrente total (CA mais CC) no início da falta é: .


c) A componente CA de corrente em função do tempo é dada pela equação:

Equação 9
Após dois ciclos, t = 1/30 segundos, a corrente total é:

Equação 10
Após dois ciclos, a componente transitória de corrente é claramente a maior, e isso
ocorre no período transitório do curto-circuito. Aos 5 s, a corrente desceu até:

Equação 11

Correspondendo ao regime permanente do curto-circuito.


Com esse exemplo acerca das faltas simétricas, encerramos este tópico. No tópico
seguinte, iremos trabalhar com o método de componentes simétricas.

Importante! Para solucionar os cálculos em engenharia, muitas vezes são feitas aproximações,
para simplificar as equações dentro de suposições razoáveis e aceitando certos limites na precisão
das respostas. No estudo de curtos-circuitos, são tomados modelos simplificados baseados em
modelos de circuitos, nos quais são considerados apenas os parâmetros mais relevantes. Dessa
forma, exemplos e problemas podem parecer diferentes à primeira vista, mas, na verdade, somente
estão incluindo mais ou menos detalhes na sua formulação.

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Componente contínua na solução do curto simétrico –––––––––––––––––––––––––––––

Para entender o surgimento da componente contínua na solução do curto simétrico e sua relação com o ângulo α
na Equação 1, consulte o anexo das obras de:
• MATOS, M. A. Introdução ao cálculo de curtos-circuitos trifásicos simétricos. Apostila de aula. FEUP.
1996. Disponível em: <https://paginas.fe.up.pt/~mam/curtocircuitos.pdf>. Acesso em: 4 out. 2018.
• CHAPMAN, S. J. Fundamentos de máquinas elétricas. Trad. Anatólio Laschuk. 5. ed. Porto Alegre:
McGraw-Hill, 2013.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

As leituras indicadas no Tópico 3.1 tratam das faltas


(falhas) em sistemas elétricos de potência, especialmente,
dos cálculos das correntes em situação de curto-circuito em
geradores síncronos. Neste momento, você deve realizar essas
leituras para aprofundar o tema abordado.

2.2. COMPONENTES SIMÉTRICAS

As faltas assimétricas seriam intratáveis sem um poderoso método apresentado por


Fortescue, em 1918, desenvolvido para tratar de circuitos polifásicos desequilibrados, e
denominado método de componentes simétricas. Esse método logo se tornou de fundamental
importância e foi utilizado em muitos artigos e pesquisas experimentais (STEVENSON JR.,
1986).
O trabalho demonstra que sistemas desequilibrados com N fasores correlacionados
podem ser decompostos em N sistemas de fasores equilibrados, os quais são os componentes
simétricos dos fasores originais, sendo que os N fasores de cada conjunto de componentes
são iguais em comprimento e os ângulos entre os fasores adjacentes do conjunto são iguais
também.
As faltas assimétricas em sistemas de geração, transmissão e distribuição podem
consistir em curtos-circuitos, impedância entre linhas, impedância de uma ou duas linhas para
o terra ou condutores em aberto, e todas essas faltas podem ser estudadas pelo método das
componentes simétricas.
De acordo com o teorema de Fortescue, três fasores desequilibrados de um sistema
trifásico podem ser decompostos em três sistemas equilibrados de fasores. As componentes
são:
1) Componentes de sequência positiva: são constituídas por três fasores iguais em
módulo, defasados de 120° entre si e possuem a mesma sequência de fase que os
fasores originais.
2) Componentes de sequência negativa: são constituídas por três fasores iguais em
módulo, 120° defasados entre si, possuindo uma sequência de fase oposta à dos
fasores originais.

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3) Componentes de sequência zero: são constituídas por três fasores iguais em módulo
e com defasagem nula entre si.
Embora o método seja plenamente aplicável a qualquer sistema polifásico desequilibrado,
neste tópico, focaremos o estudo de sistemas trifásicos.
A ilustração da Figura 9 mostra uma decomposição de um sistema trifásico em que as
fases "abc" não possuem o mesmo módulo e sequer seus ângulos estão distribuídos com
regularidade. Mas, em uma decomposição, é sempre possível utilizar as componentes
simétricas de sequências (+), (-) e (0). Observe:

Figura 9 Decomposição gráfica em componentes simétricas.

Também é possível a recuperação da sequência assimétrica original pela composição


das sequências simétricas obtidas como componentes na decomposição anterior, conforme
ilustramos na Figura 10.

Figura 10 Composição gráfica a partir de componentes simétricas.

Ao se resolver um problema por componentes simétricas, a prática é designar as três


fases do sistema, como (a, b, c), de tal forma que a sequência positiva de fases das tensões
e das correntes dos fasores desequilibrados no sistema seja (abc), e a sequência negativa,

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(acb). Da mesma forma, estabelecem-se, para os três conjuntos de componentes simétricas,


as componentes de sequência positiva designadas por (abc), enquanto as componentes de
sequência negativa são representadas pela sequência (acb) (STEVENSON JR., 1986).
Quando os fasores desequilibrados originais são tensões, sua nomenclatura será Va, Vb
e Vc. E os três conjuntos de componentes simétricas são indicados adicionando-se 1, 2 e 0,
respectivos às componentes de sequência positiva, negativa e zero, resultando em:

Equação 11
Na ilustração da Figura 11, observamos como o fasor desequilibrado de um sistema pode
ser escrito como uma combinação única dos conjuntos de componentes simétricas descritos
nas Equações 11.

Fonte: Stevenson Jr. (1986, p. 296).


Figura 11 Componentes simétricas de um fasor desequilibrado V(abc).

Os fasores que representam correntes são representados da mesma forma, sendo


designados por “I” com os mesmos índices que foram atribuídos às tensões.
As muitas vantagens da análise de sistemas de potência pelo método das componentes
simétricas se tornarão evidentes gradualmente, à medida que for aplicado ao estudo de faltas
assimétricas ocorridas em sistemas simétricos.
O método é bastante simples e consiste em encontrar as componentes simétricas da
corrente no ponto de falta, para, somente então, encontrar os valores da corrente e da tensão
nos vários pontos do sistema (STEVENSON JR., 1986).

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OPERADOR ROTAÇÃO:––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

Em sistemas polifásicos com N fases, o ângulo de separação entre as fases é dado por ϕ = 360/N.
Portanto, em um sistema trifásico, a separação é de ϕ = 120° entre as fases a, b e c.
Como as grandezas elétricas são, na maioria das vezes, expressas como fasores, seria conveniente utilizar um
fasor que funcionasse simplesmente como operador de rotação de um fasor dado.
O operador de rotação, então, é obtido com facilidade pela operação de multiplicação de dois fasores, cujas
resultantes são o produto dos módulos e a soma dos ângulos desses fasores.
Assim, os operadores que apenas provocam a rotação de um fasor qualquer por ângulos de 120°, 240°, 360°, mas
mantendo seu módulo, são dados, respectivamente, por:

––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

A Figura 11 ilustra como se escrevem os três fasores assimétricos a partir das componentes
dos três conjuntos de fasores simétricos. Agora, o objetivo é decompor os fasores assimétricos
em suas componentes simétricas. Partindo de:

Equação 12
Substituindo nas Equações 12 as expressões obtidas com o Operador Rotação, aplicando
[a], [a2] e [a3] ao conjunto de componentes simétricas, tem-se:

Equação 13
A partir da expressão anterior, obtém-se uma expressão em que o número de incógnitas
foi reduzido; nesse caso, basta determinar apenas um dos fasores de cada sequência de
componentes simétricos:

Equação 14
Na forma matricial, após trocar a ordem dos termos nas somas da Equação 14, obtém-se:

Equação 15

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Definindo, então, a matriz A, tem-se:

Equação 16
Sua matriz inversa é a equação:

Equação 17
Com essa matriz inversa, é possível, então, encontrar as componentes simétricas a partir
do conhecimento dos fasores assimétricos (desequilibrados), segundo a expressão matricial:

Equação 18
E, finalmente, essa importante relação obtida é utilizada diretamente para o cálculo das
componentes simétricas do fasor assimétrico. Escrevendo-a por extenso, tem-se:

Equação 19
Para o cálculo das demais componentes simétricas, as relações da Equação 13 podem
ser utilizadas.
Relações idênticas podem ser obtidas para as correntes das fases ou, genericamente,
para qualquer conjunto de fasores desequilibrados.

Exemplo 2

Um condutor de uma linha trifásica está aberto. A corrente que circula para uma carga
conectada em triângulo por meio da linha “a” vale 10 A. Tomando a corrente da linha "a" como
referência e considerando que a linha “c” esteja aberta, encontre os componentes simétricos
das correntes de linha.
Resolução do exercício
O diagrama do circuito é:

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Figura 12 Diagrama do circuito.

As correntes de linha são:

O desenvolvimento das Equações 19, aqui adaptadas para encontrar as correntes, resulta
na solução para a linha "a":

E o desenvolvimento das Equações 13 (adaptadas às correntes) resulta na solução para


as linhas “b” e “c”:

Observamos que os componentes lc1 e Ic2 apresentam valores definidos, embora a linha
"c" esteja aberta e não possa transportar nenhuma corrente. Entretanto, como é esperado,
a soma dos componentes na linha "c" vale zero. Naturalmente, a soma dos componentes na
linha “a” vale: e a soma dos componentes na linha “b” vale:

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UNIDADE 2 – ESTUDO DE FALTAS EM SISTEMAS DE POTÊNCIA

Com este exemplo, encerramos este tópico, analisando uma falta assimétrica numa linha
de transmissão pelo método das componentes simétricas. A seguir, abordaremos o tópico
sobre características de faltas assimétricas.

Importante! Para resolver as questões avaliativas, é necessário estudar a Seção 11.4 da obra:
STEVENSON JR., W. D. Elementos de análise de sistemas de potência. Trad. Arlindo R. Mayer. 2.
ed. São Paulo: McGraw-Hill, 1986.

A leitura indicada no Tópico 3.2 trata da utilização do


método de componentes simétricas para efetuar cálculos
sobre curtos-circuitos de sistemas de potência. Neste
momento, você deve realizar essas leituras para aprofundar o
tema abordado.

2.3. FALTAS ASSIMÉTRICAS

O estudo das faltas assimétricas é muito importante, pois a grande maioria das falhas
que ocorre em sistemas de potência é de faltas assimétricas. Estima-se que essa proporção
seja maior que 90% das ocorrências (STEVENSON JR., 1986).
As faltas assimétricas consistem em curtos-circuitos, falhas assimétricas por meio de
impedâncias ou, ainda, condutores em aberto. Os tipos de falha que ocorrem são as faltas
fase-terra simples, faltas linha-linha e faltas fase-terra duplas. O curto-circuito pode ser franco,
sem impedância alguma, ou o caminho para a corrente entre as linhas, ou entre a linha e terra,
pode conter certo valor baixo de impedância.
Os circuitos em aberto também resultam em uma falta assimétrica porque desequilibram
o sistema, pelo rompimento de um ou mais condutores, ou pela ação de fusíveis e disjuntores, ou
de outros dispositivos de controle que podem falhar ao se abrir as três fases simultaneamente.
Uma vez que as faltas assimétricas apresentam ocorrência generalizada e provocam o
fluxo de correntes desequilibradas no sistema, o método das componentes simétricas se torna
de grande valia na determinação das correntes e tensões em pontos estratégicos do sistema
na contingência de uma falta. As faltas nos terminais de um gerador em vazio serão estudadas
neste tópico.
Independentemente do tipo de falta que ocorra nos terminais de um gerador, podemos
aplicar a equação:

58 © ANÁLISE DE SISTEMA DE POTÊNCIA II


UNIDADE 2 – ESTUDO DE FALTAS EM SISTEMAS DE POTÊNCIA

Equação 20
A Equação 23, deduzida em notação matricial, será empregada para cada tipo de falta
assimétrica descrita anteriormente, juntamente com as equações que descrevem as condições
da falta, para se encontrar a corrente la1 em termos dos valores de Ea, Z1, Z2 e Z0.
Analisa-se, então, uma falta fase-terra simples para um gerador ligado em Y e em vazio,
com seu neutro aterrado através de uma reatância, conforme ilustrado na Figura 13 e com a
falta ocorrendo na fase (a).

Fonte: Stevenson Jr. (1986, p. 327).


Figura 13 Diagrama do circuito de gerador com neutro aterrado através de reatância.

As condições na falta são expressas pelas equações:

Equação 21
o que implica:

Equação 22
Essas componentes simétricas da corrente são todas iguais a Ia/3. Então:

Equação 23

© ANÁLISE DE SISTEMA DE POTÊNCIA II 59


UNIDADE 2 – ESTUDO DE FALTAS EM SISTEMAS DE POTÊNCIA

Substituindo, então, Ia0 e Ia2 por Ia1 na Equação 19, obtém-se:

Equação 24
Efetuando as operações da Equação 24 e multiplicando ambos os lados pela matriz linha:

Equação 25
Tem-se a seguinte expressão:

Equação 26
Como:

Equação 27
a expressão da Equação 26 se reduz a:

Equação 28
E, finalmente, obtém-se a componente simétrica da corrente da fase (a).
As equações 23 e 27 são especificas para uma falta fase-terra simples e são utilizadas
juntamente com a Equação 20 e as relações de componentes simétricas para determinar todas
as tensões e correntes durante o curto-circuito.
Quando as três redes de sequência do gerador se conectam em série, como ilustrado
na Figura 14, verifica-se que as correntes e tensões assim resultantes satisfazem as equações
desenvolvidas anteriormente, desde que as impedâncias das sequências estejam em série
com a tensão Ea. A tensão em cada rede de sequência será a componente simétrica de Va
daquela sequência, se as redes de sequência estiverem conectadas dessa maneira.
Com as conexões das redes de sequência apresentadas na Figura 14, foi possível
memorizar as equações da solução de curto-circuito fase-terra simples, em que todas as
equações necessárias podem ser determinadas a partir dessa conexão das redes de sequência.
Observe:

60 © ANÁLISE DE SISTEMA DE POTÊNCIA II


UNIDADE 2 – ESTUDO DE FALTAS EM SISTEMAS DE POTÊNCIA

Fonte: Stevenson Jr. (1986, p. 327).


Figura 14 Conexão das redes de sequência para um gerador em vazio e falta na fase (a).

Na situação em que não houver aterramento do neutro do gerador, sua rede de sequência
zero estará em aberto e Z0 terá valor infinito. A Equação 27 mostra que a corrente Ia1 é zero
quando Z0 é infinito, e, segundo a Equação 23, as correntes la2 e Ia0 também devem ser nulas.
Isso implica que, na fase (a), não haverá nenhuma corrente, pois a corrente Ia é a soma dessas
três componentes de corrente nulas.

Exemplo 3
Um gerador de polos salientes sem amortecedores tem os valores nominais de placa
de 20 MVA, 13,8 kV e uma reatância subtransitória de eixo direto de 0,25 p.u. As reatâncias
de sequência negativa e zero são, respectivamente, de 0,35 e 0,10 por unidade. O neutro
do gerador está solidamente aterrado. Determine a corrente subtransitória no gerador e as
tensões de linha em condições subtransitórias quando ocorre uma falta fase-terra simples nos
terminais do gerador, operando sem carga com tensão nominal. Despreze a resistência.
Resolução do exercício:
Em uma base de 20 MVA, 13,8 kV, Ea = I por unidade, pois a tensão interna em vazio é
igual à tensão terminal. Então, por unidade, tem-se:

© ANÁLISE DE SISTEMA DE POTÊNCIA II 61


UNIDADE 2 – ESTUDO DE FALTAS EM SISTEMAS DE POTÊNCIA

A corrente subtransitória na linha (a) é dada por:

As componentes simétricas da tensão entre o ponto (a) e o terra são:

As tensões entre fase e terra são:

As tensões de linha são:

62 © ANÁLISE DE SISTEMA DE POTÊNCIA II


UNIDADE 2 – ESTUDO DE FALTAS EM SISTEMAS DE POTÊNCIA

Sendo a tensão gerada entre fase e neutro Ea, tomada igual a 1,0 p.u., as tensões de linha
anteriormente descritas são representadas em p.u. da tensão de base ao neutro. Em volts,
podem-se representar as tensões de linha após a falta como:

Antes da falta, as tensões de linha eram equilibradas e iguais a 13,8 kV. Para comparação
com as tensões de linha após a falta, as tensões antes da falta, em que Van = Ea é utilizado como
referência, são dadas por:

O diagrama fasorial das tensões pré-falta e o das tensões pós-falta são mostrados na
Figura 15.

Fonte: Stevenson Jr. (1986, p. 330).


Figura 15 Diagramas fasoriais das tensões de linha antes e depois das faltas.

Encerramos este último tópico analisando como exemplo uma falta assimétrica em um
gerador de polos salientes, sem enrolamentos amortecedores, pelo método das componentes
simétricas. Na próxima unidade, você estudará a estabilidade dos sistemas de potência.

© ANÁLISE DE SISTEMA DE POTÊNCIA II 63


UNIDADE 2 – ESTUDO DE FALTAS EM SISTEMAS DE POTÊNCIA

Antes de prosseguir seus estudos, realize a leitura indi-


cada no Tópico 3.3, que aborda as faltas assimétricas e o trata-
mento pelo método das componentes simétricas.

Vídeo complementar ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar.


• Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual, clique no ícone Videoaula, localizado na barra superior. Em
seguida, selecione o nível de seu curso (Graduação), a categoria (Disciplinar) e o tipo de vídeo (Complementar).
Por fim, clique no nome da disciplina para abrir a lista de vídeos.
• Para assistir ao vídeo pelo seu CD, clique no botão “Vídeos” e selecione: Análise de Sistemas de Potência II –
Vídeos Complementares – Complementar 2.
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3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR


O Conteúdo Digital Integrador é a condição necessária e indispensável para você
compreender integralmente os conteúdos apresentados nesta unidade.

3.1. FALTAS SIMÉTRICAS

O estudo do material indicado deve complementar seus conceitos e aumentar o


entendimento do conteúdo tratado, especialmente, diante da abordagem que necessita de
cálculos, com justificativa de modelos e apresentação de exemplos:
• BENEDITOa, R. A. S. Análise de curtos-circuitos ou faltas: introdução geral a curtos
simétricos. Apostila de aula. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. 2015.
Disponível em: <http://paginapessoal.utfpr.edu.br/raphaelbenedito/sistemas-
eletricos-de-potencia-i/aulas/SEP%201%20-%20Cap%205.1%20Analise%20de%20
Curtos%20Simetricos.pdf/at_download/file>. Acesso em: 4 out. 2018.
• GOMESa, F. V. Curto-circuito simétrico. Apostila de aula. Universidade Federal Juiz de
Fora 2013a. Disponível em: <http://www.ufjf.br/flavio_gomes/files/2012/11/Aula-
14_ENE005.pdf>. Acesso em: 4 out. 2018.
• MOREIRA, C. Análise de curto-circuito simétrico. Apostila de aula. Faculdade de
Engenharia - Universidade do Porto. Portugal. 2010. Disponível em: <https://paginas.
fe.up.pt/~ee06226/images/bibliografia/17.pdf>. Acesso em: 4 out. 2018.

3.2. COMPONENTES SIMÉTRICAS

Para conhecer mais sobre a solução para o comportamento dos sistemas elétricos de
potência na condição de curto-circuito, leia as apostilas referenciadas a seguir:

64 © ANÁLISE DE SISTEMA DE POTÊNCIA II


UNIDADE 2 – ESTUDO DE FALTAS EM SISTEMAS DE POTÊNCIA

• BENEDITO, R. A. S. Análise de curtos-circuitos ou faltas: componentes simétricos.


Apostila de aula. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. 2015. Disponível
em: <http://paginapessoal.utfpr.edu.br/raphaelbenedito/sistemas-eletricos-de-
potencia-i/aulas/SEP%201%20-%20Cap%205.%202%20Componentes%20Simetricas.
pdf/at_download/file>. Acesso em: 4 out. 2018
• GOMESb, F. V. Componentes simétricas. Apostila de aula. Universidade Federal Juiz
de Fora 2013. Disponível em: <http://www.ufjf.br/flavio_gomes/files/2012/11/Aula-
10_ENE005.pdf>. Acesso em: 4 out. 2018.
• GUEDES, M. V. Corrente alternada: sistemas polifásicos. Faculdade de Engenharia -
Universidade do Porto. Portugal. Disponível em: <https://paginas.fe.up.pt/maquel/
AD/CA_Asistpoli.pdf>. Acesso em: 4 out. 2018.

3.3. FALTAS ASSIMÉTRICAS

A resolução para faltas assimétricas é necessária em mais de 95% dos casos, sendo a
situação mais comum de curto-circuito. Essa metodologia se torna de fundamental importância
para a abordagem no caso de curtos-circuitos em apenas uma das fases do sistema.
• BARBOZA, L. V. Faltas simétricas e assimétricas e análise de estabilidade. Apostila de
Aula. Universidade Católica de Pelotas. 2015. Disponível em: <https://docslide.com.
br/download/link/analisedesistemasdepotenciaii1-faltas-simetricas-e-assimetricas-
e-enalise-de-estabilidade>. Acesso em: 4 out. 2018.
• BENEDITO, R. A. S. Análise de curtos circuitos ou faltas: curtos-circuitos assimétricos.
Apostila de aula. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. 2015. Disponível
em: <http://paginapessoal.utfpr.edu.br/raphaelbenedito/sistemas-eletricos-de-
potencia-i/aulas/SEP%201%20-%20Cap%205.3%20Curtos%20Assimetricos.pdf/at_
download/file>. Acesso em: 4 out. 2018
• YOUTUBE. Componentes simétricos aula 1. Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=7xR0SgNxF18>. Acesso em: 4 out. 2018.
• YOUTUBE. #13 SEP2 – Estudo de faltas assimétricas. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=QuClOpLXb3U>. Acesso em 4 out. 2018.

4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu desempenho.
Se encontrar dificuldades em responder as questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos
estudados para sanar as suas dúvidas.

1) Dois geradores são ligados em paralelo ao lado de baixa tensão de um transformador trifásico Δ-Y, como
mostrado nas figuras 16 e 17, a seguir. O gerador 1 possui valores nominais de 50.000 kVA e 13,8 kV. O
gerador 2 tem 25.000 kVA e 13,8 kV. Cada gerador tem uma reatância subtransitória de 25%. O transformador
apresenta como valores nominais 75.000 kVA e 13,8Δ/69Y kV, com uma reatância de 10%. Antes de ocorrer a
falta, a tensão do lado de alta tensão do transformador era de 66 kV. O transformador está em vazio, e não há
corrente circulando entre os geradores. Calcule a corrente subtransitória em cada gerador quando ocorre um

© ANÁLISE DE SISTEMA DE POTÊNCIA II 65


UNIDADE 2 – ESTUDO DE FALTAS EM SISTEMAS DE POTÊNCIA

curto-circuito trifásico no lado de alta do transformador. (Dica: escolha como base, no circuito de alta tensão,
valores de 69 kV e 75,000 kVA; então, a tensão base no lado baixa tensão será 13,8 kV.)

Figura 16 Diagrama unifiliar do circuito.

Figura 17 Diagrama das reatâncias.

a) .

b)

c)

d)

e)

2) Um gerador e um motor síncronos possuem os valores nominais de 30.000 kVA e 13,2 kV, e ambos possuem
reatância subtransitória de 20%. A linha de conexão entre eles apresenta uma reatância de 10% na base dos
valores nominais da máquina. O motor consome 20.000 kW, sob fator de potência capacitivo igual a 0,8, com
uma tensão de 2,8 kV em seus terminais quando ocorre uma falta trifásica nos terminais do motor. Calcule
a corrente subtransitória no gerador, no motor e no ponto de falta, usando a tensão interna das máquinas.
(Dica: escolher como base 30.000 kVA e 13,2 kV).

Figura 18 Circuitos equivalentes.

66 © ANÁLISE DE SISTEMA DE POTÊNCIA II


UNIDADE 2 – ESTUDO DE FALTAS EM SISTEMAS DE POTÊNCIA

a) .

b) .

c) .

d) .

e) .

3) Três resistores idênticos estão conectados em Y ao lado Y de baixa tensão de um transformador Δ-Y. As tensões
na carga de resistores são:
Suponha que o neutro da carga não está ligado ao neutro do secundário do transformador. Calcule as tensões
e correntes de linha em p.u. no lado Δ do transformador.

a)

b)

c)

d)

e)

Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões autoavaliativas propostas:
1) d.

2) a.

3) c.

© ANÁLISE DE SISTEMA DE POTÊNCIA II 67


UNIDADE 2 – ESTUDO DE FALTAS EM SISTEMAS DE POTÊNCIA

5. CONSIDERAÇÕES
Esta unidade apresentou a abordagem para tratar de curtos-circuitos em sistemas de
potência, especialmente, para as máquinas síncronas, como geradores e transformadores,
com foco em cálculos para determinar as correntes máximas a que essas ficam submetidas e
determinar a evolução dos transitórios que permanecem na condição de falta.
O tema é extremamente amplo e, portanto, o ideal é que você complemente seus
estudos por meio das referências bibliográficas citadas no Conteúdo Digital Integrador. Como
continuação do assunto, a próxima unidade tratará da estabilidade transitória, da dinâmica e
do regime permanente.

6. E-REFERÊNCIAS

Lista de figuras
Figura 1 Tipos de curto-circuito para um sistema trifásico. Disponível em: <http://www.ufjf.br/flavio_gomes/files/2012/11/
Aula-14_ENE005.pdf>. Acesso em: 4 out. 2018.
Figura 5 Evolução temporal de transitórios de curtos-circuitos perto de geradores. Disponível em: <https://paginas.fe.up.
pt/~mam/curtocircuitos.pdf> Acesso em: 4 out. 2018.
Figura 6 Evolução temporal de transitórios de curtos-circuitos longe de geradores. Disponível em: <https://paginas.fe.up.
pt/~mam/curtocircuitos.pdf>. Acesso em: 4 out. 2018.
Figura 9 Decomposição gráfica em componentes simétricas. Disponível em: <http://www.ufjf.br/flavio_gomes/files/2012/11/
Aula-10_ENE005.pdf>. Acesso em: 4 out. 2018.
Figura 10 Composição gráfica a partir de componentes simétricas. Disponível em: <http://www.ufjf.br/flavio_gomes/
files/2012/11/Aula-10_ENE005.pdf>. Acesso em: 4 out. 2018.

Sites pesquisados
BENEDITO, R. A. S. Análise de curtos-circuitos ou faltas: introdução geral a curtos simétricos. Apostila de aula, Universidade
Tecnológica Federal do Paraná. 2015. Disponível em: <http://paginapessoal.utfpr.edu.br/raphaelbenedito/sistemas-eletricos-
de-potencia-i/aulas/SEP%201%20-%20Cap%205.1%20Analise%20de%20Curtos%20Simetricos.pdf/at_download/file>.
Acesso em: 4 out. 2018.
GOMES, F. V. Componentes simétricas. Apostila de aula. Universidade Federal Juiz de Fora, 2013a. Disponível em: <http://
www.ufjf.br/flavio_gomes/files/2012/11/Aula-14_ENE005.pdf>. Acesso em: 4 out. 2018.
______. Componentes Simétricas. Apostila de aula. Universidade Federal Juiz de Fora, 2013b. Disponível em: <http://www.
ufjf.br/flavio_gomes/files/2012/11/Aula-10_ENE005.pdf>. Acesso em: 4 out. 2018.
MATOS, M. A. Introdução ao cálculo de curtos-circuitos trifásicos simétricos. Apostila de aula. FEUP. 1996. Disponível em:
<https://paginas.fe.up.pt/~mam/curtocircuitos.pdf>. Acesso em: 4 out. 2018.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHAPMAN, S. J. Fundamentos de máquinas elétricas. Tradução de Anatólio Laschuk. 5. ed. Porto Alegre: McGraw-Hill, 2013.
SCHMIDT, H. P. et al. Introdução a sistemas elétricos de potência. São Paulo: Edgard Blucher, 1996.
STEVENSON JR., W. D. Elementos de análise de sistemas de potência. Tradução de Arlindo R. Mayer. 2. ed. São Paulo: McGraw-
Hill, 1986.
ZANETTA JR., L. C. Fundamentos de sistemas elétricos de potência. São Paulo: Livraria da Física, 2006.
WEEDY, B. M. Sistemas eléctricos de gran potencia. Madrid: Reverté, 1981.

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