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CURSO DE APROFUNDAMENTO EM HERMENÊUTICA E EXEGESE

BÍBLICA

HERMENÊUTICA

O SENTIDO DO TEXTO

Hermenêutica: ciência (possui regras) e arte (comunicação flexível) de


interpretação bíblica. O intérprete usa as técnicas e tem a arte de aplica-las.
Hermenêutica Geral: estudo das regras que regem o texto bíblico inteiro.
Inclui os tópicos das análises histórico-cultural, léxico-sintático, contextual e
teológico.
Hermenêutica Especial: estudo de regras que se aplicam a gêneros
específicos, como parábolas, alegorias, tipos, profecias.

A Hermenêutica se relaciona com:

Estudo do
Cânon

Crítica HERMENÊUTICA Crítica


Textual Histórica

Teologia Teologia
Exegese
Bíblica Sistemátic
a

Conceitos:

CANONICIDADE: diferenciação entre os livros que trazem o selo da


inspiração (autoridade divina) e os que não trazem.
Teorias a respeito da inspiração:

1) Ortodoxia: a Bíblia é a Palavra de Deus. Permaneceu aceita por 18


séculos. O texto sagrado foi “soprado por Deus” teopneustos - 2tm 3.16; 2Pe 1.21;
a) Ditado Verbal (John R. Rice): Deus ditou suas palavras mediante a
personalidade (prepara de antemão pelo Espírito Santo) do autor. Ditada palavra por
palavra.

b) Conceitos inspirados (H. Strong): Deus inspirou apenas os conceitos.


Deus deu os pensamentos, o autor tem liberdade de exprimir.

2) Modernista ou Liberal: a Bíblia contém a Palavra de Deus. Apenas parte


dela são divinas, outras são humanas e apresentam erros. A Bíblia foi vítima de sua
época, possui muitas lentas, mitos e falsas crenças.

a) Conceito da iluminação: Deus concede apenas uma percepção religiosa, e


os autores misturam com ideias religiosas errôneas e crendices da ciência.

b) Conceito da intuição: Não há elemento divino da Bíblia, ela refere-se


apenas a um caderno de rascunho dos judeus onde se encontram suas historias, lendas,
poemas e etc. É apenas intuição humana, nada mais.

3) Neo-Ortodoxia: a Bíblia torna-se a Palavra de Deus.

a) Visão demitizante (Rudolf Bultmann e Shubert Ogden): a Bíblia foi


escrita em linguagem mitológica, a da época dos seus autores, época já passada e
obsoleta. O cristão moderno deve demitizar a Bíblia, despi-la de seus trajes lendários,
mitológicos, e descobrir o conhecimento existencial a ela subjacente. A partir do
momento que a Bíblia é despida desses mitos religiosos, a pessoa encontra a
verdadeira mensagem do amor sacrificial de Deus em Cristo.

b) Encontro Pessoal (Karl Barth e Emil Brunner): quando o homem se


encontra com Deus através das Escrituras, Deus surge no texto (com suas
imperfeições) de maneira pessoal e fala com o leitor, há o encontro pessoal.

CRÍTICA TEXTUAL: (baixa crítica) segue o desenvolvimento do cânon.


Averigua o fraseado primitivo de um texto. Não possuímos os originais. As cópias
variam entre si. Comparação de manuscritos. F.F. Bruce é um dos maiores eruditos do
NT e diz que as variantes não afetam as estruturas da fé.

CRÍTICA HISTÓRICA: (alta crítica) estuda a autoria de um livro, a data


de sua composição, circunstâncias históricas, autenticidade do conteúdo, unidade
literária.

EXEGESE: aplicação dos princípios da hermenêutica para se chegar a um


entendimento correto do texto. De ex (fora de, para fora, ou de). O intérprete deriva
seu entendimento do texto.

TEOLOGIA BÍBLICA: estudo da revelação divina no AT e no NT. A


pergunta: “como foi que está revelação específica contribuiu para o conhecimento
que os crentes já possuíam naquele tempo?”. Mostra o desenvolvimento do
conhecimento teológico através dos tempos do AT e do NT. Organiza os significados
de uma forma histórica.
TEOLOGIA SISTEMÁTICA: organiza os dados bíblicos de maneira
lógica antes que histórica. Reúne informações por tópicos. Busca o entendimento da
totalidade da revelação.

A Bíblia: conhecendo o Livro do Criador e o Criador do Livro

Entender que as Escrituras é a revelação de Deus para o homem é o grande


passo para uma boa interpretação e compreensão dos textos sagrados.

Qual a necessidade da Hermenêutica?

A hermenêutica é, fundamentalmente, uma codificação dos processos que em


geral usamos num nível inconsciente para entender o significado que outra pessoa
tencionava transmitir.
Existem bloqueios à compreensão espontânea. Quanto maior esse bloqueio,
maior será a necessidade da hermenêutica. Para se entender o significado dos textos
primitivos, somos carentes dos métodos hermenêuticos. Temos abismos históricos
(tempo), cultural (diferenças culturais), linguísticos (hebraico, aramaico e grego)
possui estrutura e expressões idiomáticas diferentes da nossa, lacuna filosófica
(opiniões acerca da vida, morte, natureza, universo, ética, moral, justiça etc.).

Problemas que afetam a Hermenêutica:

Validez na Interpretação: O significado de um texto significa o que seu


autor quis dizer?
O significado de um texto é o que ele significa para mim? (Usurpa-se o lugar
do autor) em nome de um relativismo.
A pergunta do exegeta bíblico é: o que Deus queria dizer?
Um texto tem um significado, mas pode ter múltiplas aplicações (ligadas as
situações em que o leitor se encontra).

A controvérsia do sensus plenius. Os autores humanos e divinos


trabalharam juntos. Mas há um sentido mais pleno do texto, mais profundo, desejado
por Deus e não claro para o autor. Os autores humanos não entendiam o real
significado (1Pe 1.10-12; Dn 12.8; Jo 11.49-52). Os que contestam o sensu plenius
dizem que os autores sabiam o significado, mas não se preocupavam com o tempo do
cumprimento; entendiam o significado, mas não as implicações finais.

Interpretações das Escrituras: Literal, Figurativo e Simbólico.

Literal: foi colocada uma coroa na cabeça do rei;


Figurativo: não me chame de coroa;
Simbólico: “viu-se grande sinal no céu, a saber, uma mulher vestida do sol
com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça” (Ap 12.1).
O contexto e a sintaxe proporcionam as pistas para a intenção e o
significado. O Não regenerado terá dificuldades de entender os significados dos
textos. O regenerado tem a ajuda do Espírito Santo que ilumina a mente do crente em
Deus e explica o significado pleno do texto.

A questão da inerrância: para alguns o texto bíblico não possui erros; para
outros, nas questões de salvação e fé não há erros, mas em questões históricas e em
outras questões pode ter. Uma Bíblia que erra mesmo em pequenas questões pode se
apenas reflexo da filosofia e psicologia hebraicas antigas. Para os que acreditam que
ela não erra, em textos de aparentes contradições, procuram soluções exegéticas para
resolver as questões.

Jesus e a Bíblia

Jesus tratou as Escrituras como fatos fiéis. Jesus fez referência a diversas
personagens e fatos bíblicos. Evidenciando que Jesus conhecia o AT. Jesus embasou
seus ensinos em diversas passagens do AT. Jesus usou AT como tribunal competente
de apelação em suas controvérsias contra os escribas e fariseus. Jesus falou que nada
passaria da Lei, tudo iria se cumprir. Jesus usou as Escrituras contra Satanás. Jesus
aceitou a ideia da infalibilidade da Bíblia. Pro jovem rico, Jesus disse: “sabes os
mandamentos”.

História da Interpretação da Bíblia

Diversos métodos de interpretação ao longo da história. Ortodoxos = literal;


outros = alegóricos; outros = significado secreto que precisa ser desvendado.
Importante estudar a história da interpretação para se fugir de erros crassos.

Exegese Judaica Antiga

“E leram no livro, na lei de Deus; e declarando, e explicando o sentido,


faziam que, lendo, se entendesse” (Ne 8.8).

Começa com Esdras, depois do retorno do cativeiro babilônico. Ao que


parece os judeus no exílio perderam a real compreensão do hebraico. Alguns
acreditam que Esdras faziam a tradução do Livro do hebraico para o aramaico,
acrescentando exposições para dar o significado. Os escribas desempenharam um
papel importante nas cópias. Os rabinos trouxeram alguns métodos que podem ser
“perigosos”, um deles é o anseio por significados ocultos nas frases, palavras e
até em letras.
No primeiro século da era cristã, a hermenêutica judaica possuía quatro
métodos:

a) Literal – patente no texto;


b) Midrástico - significados ocultos; detalhes gramaticais incidentais,
especulações numéricas arquitetadas). Destacamos Hillel com seus dispositivos de
interpretação. Método usado por fariseus (para vincular a Tradição Oral aos textos
sagrados) e os de Qumran.
c) Pesher - entre as comunidades de Qumran. Essa interpretação seguia os
conceitos da midrash, mas colocavam certo foco na questão profético-escatológica
(interpretação apocalíptica, o Mestre de Justiça).
d) Alegórico – o verdadeiro sentido jaz sob o significado literal do texto
bíblico. O significado literal era para imaturos, o alegórico para os maduros. Uma
tentativa de unir a filosofia grega com a Escritura. Filão teve forte influência nesse
método. Os alegoristas defendiam que pairava sobre os acontecimentos um sentido
mais profundo, mais espiritual.

Uso do AT pelo NT

10% do NT constituem-se de citações diretas, alusões e de paráfrase do AT.


30 dos 39 livros do AT são citados no NT. Na interpretação, Jesus usava o método
literal do texto do AT, sem alegorias, sem mística. Usava o AT como história
verdadeira. A tradição interpretativa dos judeus invalidavam a Palavra de Deus (Mc
7.6-13; Mt 15.1-9). A questão do uso do AT nas palavras de Cristo deve ser
observada (o grão de mostarda e etc.). O ensino interpretativo de Cristo era poderoso
(Mt 7.28-29). Os apóstolos consideraram o texto do AT como sagrado e inspirado
(2tm 3.16; 2Pe 1.21). história como história, poesia como poesia, símbolos como
símbolos. “Não se faz tentativa de dividir a mensagem em níveis literais e
alegóricos”.

Exegese Patrística (100-600 d.C)

A dominação da interpretação alegórica.

Clemente de Alexandria (150? – 215?): acreditava que as Escrituras


escondiam seu verdadeiro significado, precisava de uma análise mais profundo
(histórico, doutrinal, profético, filosófico e místico).
Orígenes (185? – 254?): sucessor de Clemente. “Ele cria ser a Escritura uma
vasta alegoria na qual cada detalhe é simbólico”, baseado em 1Co 2.6-7. Como o
homem, a Escritura possui três partes: corpo (sentido literal, na prática, este sentido
foi praticamente desprezado por Orígenes), alma (sentido moral, usou pouco este
método) e espírito (sentido alegórico ou místico, para ele, este método traria o
verdadeiro conhecimento e verdade do texto).
Agostinho (354-430): foi um grande gênio teológico de sua época.
Desenvolveu diversas regras para a prática da exposição das Escrituras. Entres as
regras estão: (1) o intérprete deve ser um cristão autêntico; (2) deve possuir alta conta
o significado literal e histórico da Escritura; (3) a Escritura tem mais que um
significado e portanto o método alegórico é adequado; (4) Há significado nos
números bíblicos; (5) o Antigo Testamento é documento Cristão porque Cristo está
retratado nele do princípio ao fim. (6) Compete ao expositor entender o que o autor
pretendia dizer, e não introduzir no texto o significado que ele, expositor, quer lhe
dar; (7) o intérprete deve consultar o verdadeiro credo ortodoxo; (8) um versículo
deve ser estudado em seu contexto, e não isolado dos versículos que o cercam; (9) se
o significado de um texto é obscuro, nada na passagem pode constituir-se matéria de
fé ortodoxa; (10) o Espírito Santo não toma o lugar do aprendizado necessário para se
entender a Escritura. O intérprete deve conhecer hebraico, grego, geografia e outros
assuntos; (11) a passagem obscura deve dar preferência à passagem clara; (12) o
expositor deve levar em consideração que a revelação é progressiva.
A grande crítica que se faz a Agostinho é o fato de na sua prática exegética
ter deixado de observar muitos dos seus princípios, esvaindo-se para uma
interpretação mais alegórica, justificando isso com base em 2Co 3.6, quando se diz
que a letra mata, mas o espírito vivifica. A letra aqui, para Agostinho, seria a
interpretação literal do texto e somente uma interpretação alegórico e espiritual daria
a vida. Para ele existia no texto um sentido quadruplo: histórico, etiológico, analógico
e alegórico.
A Escola de Antioquia da Síria: eruditos que tentaram afastar-se do
“letrismo” dos judeus e do sistema de alegoria dos alexandrinos. Destacamos nessa
escola Teodoro de Mopsuéstia (350 - 428), cujo enfoque era o método histórico-
gramatical (o texto é entendido a partir da gramática e dos acontecimentos históricos),
ou seja, leva-se em conta o contexto gramatical e histórico. Para os antioquenses o
significado espiritual de um acontecimento histórico estava implícito no próprio
acontecimento. Essa escola foi fundamental para a base da moderna hermenêutica.

Exegese Medieval (600-1500)

Período marcado por pouca erudição, visto que a interpretação estava


dominada pela tradição, era uma questão mais dogmática, prevalecendo um método
alegórico. A interpretação deveria adaptar-se à tradição e à doutrina da igreja. O
método dos quatros sentidos de Agostinho era utilizado. Observava-se os quatro
níveis de significados:
“A letra mostra-nos o que Deus e nossos pais fizeram. A alegoria mostra-
nos onde está oculta a nossa fé. O significado moral dá-nos as regras da vida diária. A
anagogia mostra-nos onde terminamos nossa luta. Podemos usar a cidade de
Jerusalém como exemplo desta ideia. Literalmente, Jerusalém refere-se à própria
cidade histórica; alegoricamente, refere-se à igreja de Cristo; moralmente, indica a
alma humana; e anagogicamente (escatologicamente), aponta para a Jerusalém
celestial” (p. 46-47).
Apareceu na Europa e na palestina os cabalistas que chegaram ao extremo
com “letrismo”; mas havia judeus espanhóis que insistiam no método histórico-
gramatical dos textos bíblicos. “Os vitorinos da Abadia de São Vítor, em Paris,
defendiam a tese de que o sentido o significado da Escritura deve encontrar-se em sua
exposição literal de preferência alegórica” (p.47).
Nicolau de Lyra (1270?-1340?) buscou esse retorno ao método histórico-
gramatical. Mesmo admitindo a existência dos demais métodos, enfatizou a
preferência no sentido literal. Esse nobre exegeta teve uma grande influência na vida
de Lutero.

Exegese Reformada (XVI)

A importância do Renascimento direcionou os estudiosos para um


conhecimento das línguas originais. Erasmo publicou a primeira edição crítica do NT
grego; Reuchin contribuiu com uma tradução de uma gramática e léxicos hebraicos.
O sentido uno do texto bíblico foi notadamente ocupando os espaços dentro da
ciência da interpretação.
Lutero (1483-1546): para ele o intérprete precisa de fé e iluminação do
Espírito para uma sadia interpretação. A Bíblia é a fonte única pela qual os ensinos da
igreja devem ser pautados. Não concordava com o método de interpretação bíblica
por vias alegóricas. O método literal deveria ser adotado, ou seja, ao fazer exegese
devem-se ser observados o contexto e suas condições históricas e as questões
gramaticais. Para ele o texto bíblico é claro e objetivo. Lutero, com essa ideia, ia
contra o dogma da igreja católica que afirmava que a Bíblia é obscura e que só a
igreja podia revelar seu significado autêntico. Lutero encontrou o elo entre AT e NT:
Cristo. O intérprete devia diferenciar Lei e Evangelho.
Calvino (1509-1564): “A Escritura interpreta a Escritura”. Com esta frase, o
pensamento de Calvino ressalta a importância de um iluminação do Espírito Santo,
bem como corrobora com os pensamentos de interpretação elencados por Lutero (só
não compartilhava a ideia de que Cristo deveria ser encontrado em toda parte das
Escrituras); e ainda mostra o seu desprezo pela interpretação alegórico dos textos
bíblicos. A ideia de Calvino era: “o autor (escritor) precisa ser entendido no que ele
quis dizer e não no que o intérprete pensa ou quer entender”.
Mesmo sendo perceptível as diferenças entre os reformadores, seus estudos e
práticas interpretativas deram bases para o que hoje chamamos de moderna
interpretação protestante ortodoxa das Escrituras.

Hermenêutica Moderna

O liberalismo teológico se relaciona intrinsecamente com o racionalismo


filosófico. Antes, a revelação ditada o pensamento da razão, no novo contexto a razão
ditava as regras, limitava a revelação.
Um outro fenômeno do século XX foi a neo-ortodoxia que afirmava que
Deus não se revelava em palavras, mas em presença. Ao ler um texto bíblico, a
revelação acontece quando o leitor reage diante da presença de Deus, uma experiência
pessoal. Diante disso, contestam a infalibilidade e a inerrância do texto bíblico. Para
os neo-ortodoxos o intérprete precisa se desfazer dos mitos a fim de encontrar a
verdade existencial em cada texto.
ANÁLISES

O autor é um ser pensante que quer exprimir ideias objetivas, sem


especulações. Isto precisa ser bem observado pelo intérprete. A Bíblia é um livro de
comunicação, e como tal, evoca os princípios basilares de interpretação.
Segundo Virkler (1981), a complexa técnica de interpretação bíblica e sua
aplicação divide-se em seis passos. São eles:
(1) Análise histórico-cultural e Contextual: leva em consideração o
ambiente e momento histórico do autor, pois expressa suas alusões e seus pontos de
referências. Dentro disso, temos o contexto autoral que nos leva para uma análise do
todo, do geral, ou seja, com a totalidade do escrito. Precisamos perguntar: o que o
texto significava para o autor? Pois se fizermos diferente, podemos incorrer em
interpretações equivocadas, buscando na verdade o que o texto significa para nós, e a
priori, isso não é honesto com o texto.
Para se ter um bom desenvolvimento nesta primeira fase precisamos
entender e buscar informações sobre o contexto histórico-cultural geral e específico
em que o autor do texto escreve, e claro, devemos buscar o contexto imediato dos
textos, bem como a intenção do autor em escrever. Outra coisa que se deve levar em
consideração é o sentimentos do autor, como ele se sente ao escrever seu texto, quais
as condições sociais, políticas, econômicas, bem como práticas e costumes culturais.
Detalhes culturais nos indica o verdadeiro significado das ações. O intérprete vai
precisar da ajuda de comentários bíblicos, geográficos, arqueológicos, históricos,
consuetudinários, culturais e etc.; quanto mais tivermos essas informações, mais
seguro será o entendimento.
Uma outra questão é uma busca sobre o próprio autor, sua biografia; estudar
sua mensagem, sua finalidade, sua intenção, além de buscar o máximo de informações
sobre os destinatários do escrito. Essas informações, geralmente, são expostas no
corpo do escrito e por dados históricos.
(2) Análise léxico-sintática: leva em consideração os estudos, definições
(lexicologia) e relação entre as palavras usadas pelo autor (sintaxe). Essa questão é
muito importante para se chegar ao que realmente o autor quis dizer.
(3) Análise teológica: leva em consideração os conhecimentos e experiências
teológicas dos autores e dos destinatários dos escritos, ou seja, o que eles entendiam
sobre determinados assuntos.
(4) Análise literária: leva em consideração a linguagem utilizada pelo autor
para expressar sua ideia. Citamos, por exemplo: história, cartas, doutrina, poesia,
profecia e etc. Essa informação nos ajudará a aplicar os métodos de interpretação de
forma mais segura.
(5) Comparação com outros intérpretes: leva em consideração o
entendimento de outros intérpretes.
(6) Aplicação: leva em consideração a tradução e transmissão do significado
do texto, tanto para os primeiros leitores como pra os demais de todas as épocas e
culturas.
Referências

VIRKLER, Henry A. Princípios e Processos de Interpretação Bíblica / Henry A.


Virkler. – Deerfield, Flórida – EUA : Editora Vida Nova, 1987.

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