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BENEVIDES – PA
2023
UM NOVO DEUS DESCONHECIDO: A EPISTEMOLOGIA DE KANT E SUA
VISÃO SOBRE OS LIMITES DA PERCEPÇÃO HUMANA
1 Introdução................................................................................................................. 4
3 Cronograma .............................................................................................................. 9
Referências ................................................................................................................... 10
No mundo moderno existe uma dúvida que permeia a mente de muitas pessoas: É
possível conhecer a Deus? Inúmeras religiões e filosofias dizem que sim, mas há uma crescente
noção de que o sagrado não pode se comunicar de maneira direta e compreensível com o ser
humano. Comentado [CD9]: CONSIDERAÇÕES INICIAIS: Uma breve
introdução ao assunto do trabalho por meio de uma questão
em aberto. Esse ainda não é o problema, apenas uma ponte
1.1 PROBLEMA até ele.
quaisquer de suas ideias não diretamente relacionadas à epistemologia que desenvolveu. Apesar
de serem feitas menções breves às consequências de suas ideias no âmbito moral, por exemplo,
o foco está naquilo que pode ou não ser conhecido, não no que deve ou não ser feito. Também
não é o propósito deste artigo defender ou refutar a epistemologia kantiana, mas apenas
descrevê-la da maneira mais objetiva possível. Comentado [CD13]: DELIMITAÇÃO: Uma explicação clara
de até onde a pesquisa vai. Para incrementar, poderiam ser
citadas obras que preenchem as lacunas deixadas por esta
1.5 METODOLOGIA pesquisa. Essa parte do trabalho pode ou não ser dispensada
pelo orientador.
Quanto à abordagem, esta pesquisa é qualitativa, pois aborda as ideias e a lógica de um Comentado [CD14]: METODOLOGIA: Uma explicação de
como pesquisa foi realizada. Conforme explicado no manual,
autor específico a respeito de determinado tema. Quanto à finalidade, é pura, e, quanto aos ela pode ser dividida em três fases. Veja um apêndice a
objetivos, descritiva, uma vez que busca apenas apresentar um panorama objetivo das ideias já respeito neste modelo.
referidas. Quanto à natureza, trata-se de um resumo de assunto, pois se baseia em parte naquilo
que já foi produzido por outros autores. Quanto ao objeto e aos procedimentos, é bibliográfica,
se fundamentando principalmente em obras literárias que expressam o pensamento dos teórico
escolhido, incluindo as suas próprias. Comentado [CD15]: METODOLOGIA (1) - Classificação
Metodológica: Uma breve explicação do que é a pesquisa
A extensa obra de Kant cobre quase todos os ramos da filosofia, mas sua tese quanto à forma de abordagem, à finalidade, à natureza, aos
objetivos, ao objeto e aos procedimentos técnicos.
epistemológica se encontra plenamente desenvolvida em sua “Crítica da Razão Pura” (2013),
de modo que este foi o livro abordado para levantar os principais dados usados neste estudo.
Também há uma menção ao seus “Prolegômenos a Toda Metafísica Futura” (2008), que
recapitulam parte de sua motivação para se lançar neste estudo epistemológico. Comentado [CD16]: METODOLOGIA (2) - Fundamentação
Teórica: A apresentação da principal obra usada para obter
as informações usadas na pesquisa.
O desenvolvimento desta pesquisa segue a ordem natural da lógica kantiana. Os
aspectos centrais de cada passo do seu raciocínio foram resumidos em frases para facilitar a
compreensão, e apresentados de acordo com os termos escolhidos pelo próprio autor. As
consequências dessa visão foram escolhidas com base no desenvolvimento posterior da própria
filosofia de Kant e no que foi apontado por diversos autores dos mais diferentes ramos da
história, filosofia e teologia. Comentado [CD17]: METODOLOGIA (3) - Processo de
Análise e Classificação dos Dados: Uma breve explicação de
como as informações retiradas das fontes foram organizadas
1.6 ESTRUTURA DO ESTUDO e "traduzidas" para serem apresentadas ao longo do
desenvolvimento da pesquisa.
Depois de (1) apresentar um breve perfil de Kant como filósofo, bem como a aceitação
que ele possui no mundo moderno, este estudo vai (2) descrever os passos da filosofia kantiana
relacionados à sua epistemologia e à possibilidade de uma relação cognitiva entre Deus e o
homem. Em seguida, (3) serão mencionadas algumas consequências do pensamento de Kant no
mundo moderno e (4) será apresentado um resumo do que foi exposto, ressaltando a influência
kantiana para a formulação da tese de que Deus o homem não podem se relacionar de maneira
cognitiva. Comentado [CD18]: ESTRUTURA DO ESTUDO:
Apresentação dos tópicos presentes no desenvolvimento.
Esses tópicos correspondem aos objetivos específicos
apresentados anteriormente.
2 REVISÃO DE LITERATURA
1
Trombley (2014, p. 28) ainda chega a dizer que “uma caracterização mais precisa da filosofia europeia moderna
poderia ser que ela consiste em uma série de notas de rodapé referentes à obra de Kant”.
3 CRONOGRAMA
Fev. Mar Abr. Mai Jun. Jul Ago. Set Out Nov. Dez
Evento
2023 2023 2023 2023 2023 2023 2023 2023 2023 2023 2023
Revisão do tema a ser
10 X
trabalhado no TCC
Reunião com orientador 10
Entrega do cronograma. 21
Reunião com orientador 17
Coleta de Dados e Escrita do
28 X
Referencial Bibliográfico
Construção da Referencial
10 X
Teórico
Revisão 21 X
Coleta de dados para o TCC 21 X
Orientações gerais de
21
Pesquisa
Qualificação 9
COTRIM, G. Fundamentos da Filosofia: História e grandes temas. São Paulo, SP: Saraiva,
2006.
HITCHENS, C. Deus não é Grande: Como a religião envenena tudo. Rio de Janeiro, RJ:
Ediouro, 2007.
Existem diferentes tipos de pesquisa, e uma mesma pesquisa pode ser classificada de
diferentes maneiras, por meio de diferentes aspectos.
Para facilitar a compreensão, pegue uma caneta em suas mãos e tente classificá-la.
Existem algumas maneiras de fazer isso. Quanto à cor, ela é azul, preta ou vermelha? Quanto
a marca, ela é de marca X ou Y? Quanto ao tipo de bico, é fino ou redondo? Quanto à tinta, é
esferográfica ou hidrográfica? Ou seja, há diferentes maneiras de classificar uma caneta,
depende do que você está analisando. Com base nesses aspectos, é possível produzir uma
infinidade de canetas diferentes. O mesmo acontece com a pesquisa científica.
Quanto à finalidade, a pesquisa que você está fazendo será uma coisa, quanto à natureza,
outra, e assim por diante. Ela pode ser classificada por seis critérios diferentes: (1) forma de
abordagem, (2) finalidade, (3) natureza, (4) objetivos, (5) objeto, e (6) procedimentos técnicos.
A finalidade é a razão pela qual a pesquisa está sendo feito. Quanto à finalidade, a
pesquisa pode ser pura/básica ou aplicada.
A pesquisa pura, ou básica, é aquela feita com o objetivo de produzir um novo
conhecimento sobre algo, sem que haja uma aplicação prática prevista.
Por exemplo, imagine uma pesquisa que tenta descrever o Deus bíblico apenas com base
naquilo que Ele diz sobre si mesmo. Há muitos textos que poderiam ser usados. Através de
Isaías, Ele disse: “Eu fiz a terra e criei nela o homem; as minhas mãos estenderam os céus, e a
todos os seus exércitos dei as minhas ordens” (Is 45:12, ARA). Já em Malaquias, revela algo
sobre Seu caráter: “Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois
consumidos” (Ml 3:6, ARA).
Um levantamento de todos estes textos permitiria traçar um perfil autobiográfico de
Deus, que poderia ser descrito por meio de uma pesquisa bem-organizada, mas essas
informações não podem ser usadas imediatamente para resolver alguma questão prática, como
qual a melhor estratégia para evangelizar a classe média ou qual o estilo de música adequado
para ser usado na adoração.
Obviamente, uma pesquisa assim forneceria princípios que podem ser aplicados em
ambos os casos, mas ela não possui esse fim imediato, seu objetivo é apresentar o conhecimento
sobre algo, o uso posterior está fora das intenções primárias do pesquisador. Sendo assim, todas
as pesquisas que pretendem levantar informações ou descobrir a verdade sobre algo em vez de
fornecer orientações práticas são, quanto a sua finalidade, pesquisas puras, ou básicas.
A pesquisa aplicada é feita para produzir algum conhecimento que será usado de
maneira prática, buscando resolver algum problema concreto da vida moderna.
Por exemplo, há pesquisas que tentam descobrir como aumentar o interesse de
determinada faixa etária ou classe social pelos programas evangelísticos da igreja. Muitos
artigos buscam na Bíblia os métodos corretos para atingir o maior número possível de pessoas,
inclusive se baseando em Jesus e Paulo, os maiores evangelistas das Escrituras.
Há algum tempo, um aluno pesquisou sobre a relação entre o discipulado e o
evangelismo público no ministério de Jesus. Assim como em outras pesquisas bíblicas, essa
também precisou de um levantamento de textos que correspondem ao tema, análise de versos
chave nos idiomas originais e uma organização sistemática do que foi descoberto. Nesse caso,
porém, não se busca apenas levantar a informações e apresentar de maneira compreensível, mas
fornecer orientações sobre discipulado e evangelismo das multidões com base no próprio modo
como Jesus atingia as pessoas. Ou seja, há um problema prático (Como devemos evangelizar?
Através do discipulado ou com evangelismos que atinjam as multidões?) e uma resposta bíblica,
criada a partir de uma pesquisa cuja finalidade era exatamente responder a esse problema.
A pesquisa, portanto, é aplicada quando sua finalidade é produzir conhecimentos que
serão aplicados de maneira prática na resolução de problemas reais e cotidianos.
Para diferenciar a pesquisa pura da aplicada, imagine que alguém está realizando uma
pesquisa sobre a relação de Ellen G. White com seus filhos. Depois de um levantamento de
referências em cartas e outros documentos primários, se obtém uma variada gama de
informações. Caso uma pesquisa pura seja produzida, o autor buscará apenas elencar eventos
e temas predominantes e organizá-los na apresentação de seu artigo. Podem ser fornecidas
informações interessantes, como a que filho ela escreveu mais, o tom de suas cartas ou as
palavras que mais se repetem. Caso seja produzida uma pesquisa aplicada, por outro lado, serão
escolhidas com predominância as seções que tratam de questões práticas. Nesse caso, o objetivo
será apresentar como a Serva do Senhor cuidava de seus filhos para, com base nisso, dar insights
e mesmo orientações práticas que podem ser imitadas pelos membros da igreja. Na pesquisa
pura, a informação é o suficiente para o pesquisador, na pesquisa aplicada, ele quer encontrar
um meio de fazer com que essa informação seja usada para algo, e deixa isso claro em seu texto.
A natureza é o tipo de pesquisa que está sendo feita, ou seja, sua categoria ou
classificação. Quanto à natureza, a pesquisa pode ser um trabalho científico original ou um
resumo de assunto.
O trabalho científico original é raro, e está nas esferas de mestrado e doutorado. Se
trata das teses e dissertações, que não pertencem ao domínio de quem está fazendo seu primeiro
bacharel. Esses trabalhos são pesquisas nunca feitas antes, que contribuem para a evolução do
conhecimento da ciência em alguma área específica. Nas ciências naturais, por exemplo, é
comum especialistas tentarem estudar pela primeira vez qual a causa ou a cura de uma doença
ou como ocorre determinado fenômeno.
Nas ciências teológicas, podem haver muitos trabalhos assim. Um doutorando pode
pesquisar a fundo sobre um texto bíblico que nunca antes foi abordado de maneira acadêmica
ou mesmo produzir um relatório histórico sobre uma importante figura de algum momento
significativo do cristianismo que nunca tenha sido estudada de maneira aprofundada antes. A
nível de bacharel, porém, todos os trabalhos são resumos de assunto, pois se baseiam em outros
trabalhos científicos já realizados e possuem uma proposta menos ousada.
Os pesquisas que são resumos de assunto dispensam a originalidade, ou seja, não são
pioneiras em determinado tema, mas se baseiam em trabalhos avançados, publicados por
autoridades na área em questão. Não se trata apenas de uma cópia de ideias, mas do
levantamento e articulação dos dados fornecidos por pesquisas profundas e geralmente originais
a respeito de algo. É necessário usar a metodologia adequada para levantar e interpretar esses
dados, bem como abordar o tema da pesquisa de um ponto de vista diferente, ainda que não
totalmente pioneiro.
Para esclarecer, imagine três doutorandos. Um deles está fazendo uma pesquisa sobre
José Bates, um dos pioneiros da IASD, analisando especialmente as influências teológicas que
ele recebeu dos movimentos e igrejas americanas de sua época. Um outro está levantando todas
as menções que Ellen G. White fez a outras igrejas ou movimentos espiritualistas, buscando
compreender sua visão geral e impressões específicas sobre seu cenário religioso
contemporâneo. O último está fazendo um levantamento completo dos embates pessoais e por
meio da imprensa que Tiago White teve com líderes ou teólogos de outras comunidades ou
denominações, especialmente com os universalistas, que foram uma verdadeira pedra no sapato
desde o movimento milerita.
O que cada um desse alunos de doutorado está fazendo é um trabalho científico
original, pois estão levantando dados específicos sobre a vida de cada um desses pioneiros
sobre um enfoque totalmente novo e aprofundado. Por coincidência, todos os trabalhos têm
algo em comum, apesar de serem feitos de maneira independente.
Então surge nosso quarto personagem, um aluno do seminário que tem o interesse de
produzir uma pesquisa sobre a relação dos pioneiros adventistas com as outras igrejas em seu
tempo. Existem outras pesquisas nessa direção, então ele precisará ser um pouco criativo para
abordar o tema de maneira um pouco diferente. Seu trabalho, porém, não será original. Ele não
irá buscar todos os documentos de maneira primária ou levantar todos os dados possíveis, pois
não teria nem mesmo espaço para organizá-los. Em vez disso, poderá ler as teses doutorais
citadas acima para selecionar os dados mais importantes e mesmo usá-las como fontes, pois
foram produzidas por autoridades históricas da igreja que, cada uma a seu modo, realizaram
uma pesquisa original para garantir o máximo de inovação e precisão.
É assim que a pesquisa funciona. Alguém pesquisa algo de maneira tão profunda a ponto
de se tornar um especialista naquilo. Essa é o trabalho científico original. Vários trabalhos
assim são feitos e, depois, vem alguém que está começando e usa todo esse conhecimento
produzido para criar um bom resumo, que não é uma pesquisa tão profunda quanto as fontes
que cita mas é capaz de comparar de maneira apropriada a visão e os dados levantados e
discutidos pelos especialistas. Em outras palavras, os trabalhos científicos originais são super
delimitados, pioneiros e muito aprofundados, ao passo que os resumos de assunto são mais
breves, e geralmente usam os trabalhos científicos originais como base.
Os objetivos são os tipos de metas que a pesquisa pretende atingir. Quanto aos objetivos,
uma pesquisa pode ser exploratória, descritiva ou explicativa.
A pesquisa é exploratória quando pretende proporcionar informações mais claras ou
novas sobre determinado assunto, facilitando assim a delimitação de um tema, a definição de
objetivos ou a formulação de hipóteses para alguma problemática que se tem em vista.
Em certo sentido, todas as pesquisas que estão começando são exploratórias, a menos
que haja um levantamento prévio feito por outras pesquisas, o que pode colocar em questão a
validade de se analisar algo que já tenha sido explorado exaustivamente. Em outras palavras,
quando um aluno ou pesquisador define o tema da sua pesquisa, ele deve começar uma pesquisa
prévia, que lhe fornecerá uma visão geral de onde está se enfiando. Dependendo do tema, pode
ser necessário ler e analisar muitas fontes. Isso é a exploração inicial.
Caso um artigo seja produzido com base nesse primeiro levantamento, na parte
metodológica deve ser especificado que a pesquisa é exploratória, quanto aos objetivos, pois
levanta informações gerais sobre algo que ainda não foi estudado antes com profundidade. A
partir dessas informações, outro pesquisador terá um guia para começar uma pesquisa mais
detalhada.
Caso o pesquisador queira prosseguir, delimitando sua pesquisa, ele precisará decidir se
seu objetivo será descritivo ou explicativo.
O objetivo de uma pesquisa é descritivo quando ela pretende observar, analisar,
classificar e interpretar dados sem interferir no que eles revelam ou manipular os resultados
para produzir algum tipo de explicação. Muitas pesquisas podem ter esse objetivo, das
bibliográficas às de campo ou laboratório.
No caso de uma pesquisa bibliográfica, imagine a seguinte problemática: Qual a
diferença entre as visões teontológicas de Joseph Smith e Ellen G. White? Ou, em outras
palavras, qual a ideia de Deus presente na teologia de cada um deles? Para responder a essa
pergunta, será necessário fazer um levantamento completo sobre o que cada um dos dois
entende ser a Divindade, e depois apresentar uma descrição imparcial do que os dados revelam.
Não se busca compreender porque o Deus de Smith precisa de uma progenitora para dar origem
aos seus filhos e o Deus descrito por Ellen G. White não, apenas deixar bem claro o que cada
um dos dois diz ser essa figura divina. Muitos outros exemplos poderiam ser dados. Em suma,
nesses casos, o pesquisador apenas levanta os dados e apresenta de maneira organizada o que
eles revelam.
Nas pesquisas sociais, que geralmente são realizadas por meio de questionários, o
objetivo também é descritivo, onde se pretende realizar algum levantamento socioeconômico
e psicossocial, por exemplo.
Finalmente, uma pesquisa é explicativa quanto ao objetivo quando pretende, além de
registrar, analisar e interpretar os fenômenos estudados, identificar seus fatores determinantes,
ou seja, suas causas. Em outras palavras, a pesquisa explicativa não pretende apenas dizer o
que as coisas são, como na descritiva, ela vai além, buscando compreender porque as coisas
são como são.
Tomando o exemplo anterior, no caso de uma pesquisa bibliográfica, a pesquisa rompe
os limites do objetivo descritivo quando, além de apresentar os dados como eles simplesmente
são, tenta estabelecer relações que explicam a origem ou o funcionamento daquilo que é
observado/estudado. Em vez de explicar a ideia de Deus presente em um autor, uma pesquisa
explicativa buscaria entender porque esse autor pensa assim, e não de outro modo. Em vez de
apenas dizer que que, para Elen G. White, Deus é um pessoa real, corpórea e soberana, um
estudo explicativo tentaria compreender a fonte de sua definição, bem como a maneira a partir
da qual ela articulou as fontes em que se baseia até chegar em sua posição.
A maioria das pesquisas explicativas usa o método experimental, que se caracteriza pela
manipulação e controle das variáveis, com o objetivo de identificar qual a variável independente
que determina a causa da variável dependente ou do fenômeno em estudo. Dificilmente uma
pesquisa dessas é desenvolvida dentro do escopo teológico.
Sendo assim, (1) um estudo exploratório pretende levantar os primeiros dados sobre um
tema para oferecer uma visão panorâmica, (2) um estudo descritivo pretende descrever algo, do
pensamento de um ou mais autores ao funcionamento de determinado processo ou evento e (3)
um estudo explicativo procura estabelecer as relações entre causa e efeito, para que fique claro
porque o objeto estudado é como é.
O objeto, como já explicado, é o tema, sujeito, fato, ideia, lugar, processo ou texto que
será abordado. Ou seja, é aquilo que será pesquisado. Quanto ao objeto, a pesquisa pode ser
bibliográfica, de laboratório ou de campo.
A pesquisa é bibliográfica quanto ao objeto quando os materiais usados para se
conseguir as informações são exclusivamente bibliográficos, ou seja, vêm de publicações e
outros tipos de textos. Todas as pesquisas são bibliográficas em alguma medida, pois esse
geralmente é o ponto de partida para responder a qualquer indagação: levantar o que outros
pesquisadores já descobriram. Quando, porém, não são usados outros materiais além de livros,
artigos, outros textos ou documentos não publicados, é dito que ela é bibliográfica quanto ao
objeto. Caso se usem dados obtidos por meio de laboratório ou pesquisa de campo, ela não será
mais classificada assim, apesar de esse ter sido seu ponto inicial.
As pesquisas de laboratório, como o próprio nome já diz, são realizadas em laboratório,
compreendido aqui como um ambiente controlado, podendo ser real ou artificial. Nele, o
pesquisador tem condições de provocar, produzir e reproduzir os fenômenos observados,
obtendo os dados necessários para identificar as relações de causa e efeito e fazer previsões. Se
trata de um método aplicado quase exclusivamente nas ciências naturais e sociais. Pesquisas
assim incluem, por exemplo, as que são feitas para descobrir a taxa de eficácia de um remédio
em comparação com o outro, no caso das ciências naturais; e os conhecidos “experimentos
sociais”, em que se observa o comportamento das pessoas diante de situações provocadas.
As pesquisas de campo, por sua vez, coletam “a informação diretamente com a
população pesquisada, no próprio local onde os fatos ou fenômenos ocorrem espontaneamente”
(MÜCKENBERGER et al., 2013b, p. 47). É o caso das pesquisas que contam a história de uma
igreja ou instituição. O pesquisador vai até o lugar, entrevistas pessoas envolvidas e procura
fotos, monumentos, documentos ou qualquer outra coisa típica do local pesquisado para reunir
as informações necessárias.
Em resumo, a questão aqui é a seguinte: Onde estão os dados que serão usados na
pesquisa? Em publicações/documentos (bibliográfica), experiências laboratoriais (de
laboratório) ou nalgum lugar em que acontece ou aconteceu aquilo que se pretende estudar (de
campo)?
3.6 QUANTO AOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS
2
https://viacarreira.com/pesquisa-acao/
adotados. O lugar de fazer isso é na metodologia, presente na introdução. Depois de apresentar
os diferentes aspectos do estudo, como seu problema, as obras que já foram escritas a respeito
(revisão de literatura), os objetivos, a justificativa e a delimitação, é hora de explicar qual a
metodologia adotada. O primeiro passo da metodologia é a classificação metodológica, onde a
pesquisa deve ser classificada segundo cada um dos critérios enumerados acima. É preciso
dizer: “Quanto à finalidade, esta pesquisa é pura, pois busca fornecer dados relativos ao objeto
estudado sem uma aplicação prática prevista”. Prosseguindo, é necessário explicar se ela é,
quanto à natureza, um trabalho científico original ou um resumo de assunto, e assim por diante.