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CONTABILIDADE GERAL

O QUE É CONTABILIDADE?

A Contabilidade é uma ciência que tem como campo de


estudo a Azienda (Empresa) e como objeto de estudo o Patrimônio dessa
Empresa, ou seja, é uma ciência que estuda e controla o patrimônio de
uma pessoa física ou jurídica e suas mutações, tendo ela fins lucrativos
ou não.

INÍCIO E EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE

O início da Contabilidade como ciência é atribuído a Frei


Lucca Pacciolo que escreveu, num livro sobre Geometria e Aritmética, o
princípio da partida dobrada, isto é, que cada débito corresponde a um
crédito de igual valor.
Conta-se que ele foi convidado, pelo Papa, para tomar conta
de um convento localizado numa pequena cidade italiana, próxima a
Roma, entretanto, para aceitar tal incumbência, solicitou do Sumo
Pontífice uma lista de tudo que pertencia ao convento.
A lista que lhe foi fornecida continha as seguintes informações:

Caixa......................... 2.000
Valores a Receber...... 4.000
Convento (Casa )....... 7.000
Valores a Pagar......... 2.000

No “Caixa” estava todo o dinheiro, em espécie, que pertencia


ao convento. Os “Valores a Receber” eram representados por pedaços de
papel, onde estavam escritos as mercadorias e serviços que as pessoas
tinham adquirido do convento, para pagamento futuro. O valor do
“Convento”, representava o custo pelo qual tinha sido adquirido o imóvel.
E os “Valores a Pagar” eram anotações que relatavam os serviços e
mercadorias adquiridas pelo convento às pessoas da cidade, para
pagamento posterior.
De posse dessas informações, Frei Lucca começou a refletir
sobre o significado daquela lista. Logo ele percebeu que aquelas
informações continham os valores de todos os bens, direitos e obrigações
que pertenciam ao convento. O caixa (2.000) e o Convento (7.000) eram
os bens materiais. Os pedaços de papel que registravam os valores que o
convento tinha a receber da comunidade (4.000) eram os direitos e,
finalmente, as anotações que registravam os Valores a Pagar (2.000)
eram as obrigações do convento.

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Dessa maneira, ele chegou a um conceito muito importante
para a Contabilidade, o conceito de Patrimônio:

CONJUNTO DE BENS, DIREITOS E OBRIGAÇÕES QUE


PERTENCEM A UMA PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA TENDO ELA FINS
LUCRATIVOS OU NÃO.

Esse conceito ele expressou, matematicamente, da seguinte


maneira:

BENS (B) + DIREITOS (D) + OBRIGAÇÕES (O) = PATRIMÔNIO


9.000 + 4.000 + 2.000 = 15.000

Desse modo então, surgia o que hoje chamamos de Ciências


Contábeis ou apenas Contabilidade.

A QUEM INTERESSA A CONTABILIDADE?

a) Aos Sócios, Acionistas e Proprietários de maneira geral;


b) Administradores, Diretores e Executivos dos mais variados
escalões;
c) Bancos, Capitalistas e Emprestadores de dinheiro;
d) Governo e Economistas Governamentais;
e) Fornecedores e Clientes;
f) Qualquer pessoa que precise obter informações da
empresa.

FINALIDADE PARA AS QUAIS SE USA A INFORMAÇÃO CONTÁBIL

a) Planejamento: processo de decidir que curso de ação


deverá ser tomado para o futuro da empresa.

b Controle: processo pelo qual a administração se certifica,


na medida do possível, de que a organização está agindo de
conformidade com os planos e políticas traçados pela administração.

TÉCNICAS CONTÁBEIS

a) Escrituração: é a técnica usada para registro das


mutações ocorridas no patrimônio da empresa.

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b) Demonstrações Contábeis: é a consolidação dos fatos
que foram registrados ou escriturados.

c) Análise de Balanços: técnica pela qual se determina a


situação da financeira e estrutura patrimonial da empresa.

d) Auditoria: técnica pela qual se verifica a qualidade da


informação prestada confirmando, ou não, se os demonstrativos
apresentados retratam fielmente a situação patrimonial da empresa.

EXERCÍCIO SOCIAL

É o espaço de tempo após o qual a empresa terá que


demonstrar a sua situação patrimonial e financeira na evolução dos
negócios. Esse período normalmente é de um ano e, muitas vezes,
corresponde ao ano-calendário (janeiro a dezembro). Todavia, grande
número de empresas adotam um período não coincidente com o
calendário anual, em obediência às suas peculiaridades e interesses.
Para finalidades internas, as informações dos resultados
podem ser mostradas em intervalos menores, por exemplo mês a mês, a
fim de que a administração acompanhe mais amiúde o desenvolvimento
dos negócios.

PATRIMÔNIO: CONCEITO E COMPONENTES

Conceito: Conjunto de bens, direitos e obrigações


susceptíveis de avaliação em dinheiro e vinculados a uma pessoa física
ou jurídica.

COMPONENTES:

Bens: São todas as coisas que podem ser avaliadas em


dinheiro e serem usadas ou comercializadas.

Podem ser:

Tangíveis ou Materiais: veículos, mercadorias etc.

Intangíveis ou Imateriais: marcas, patentes etc.


Direitos: São valores que entidade tem a receber de terceiros
decorrentes de operações de crédito.
Sempre que houver os seguintes termos: A RECEBER; A RECUPERAR e
A VENCER sempre será um direito.

Obrigações: São valores que a entidade tem a pagar a


terceiros decorrentes de operações de crédito. São as dívidas assumidas
com terceiros.
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Sempre que houver os seguintes termos: A PAGAR; A RECOLHER e A
DISTRIBUIR sempre será uma obrigação.

Despesas: São os gastos que a empresa tem para manter


suas atividades. O que caracteriza a despesas é o CONSUMO.

Receitas: São ingressos de recursos oriundos da atividade-


fim da empresa (Vendas e/ou Prestação de Serviços). O que caracteriza a
receita é o FATO GERADOR.

ELEMENTO GRUPO DEMONSTRATIVO


Bens
ATIVO
Direitos BALANÇO PATRIMONIAL
Obrigações c/ Terceiros PASSIVO BP
Obrigações c/ Sócios PL

Despesas DESPESAS DEMONSTRAÇÃO DO


RESULTADO DO EXERCÍCIO
Receitas RECEITAS
DRE

EQUAÇÃO PATRIMONIAL

É a representação quantitativa do patrimônio de uma entidade


através do confronto entre os elementos positivos (Bens e Direitos) e
negativos (Obrigações) que resultarão na situação líquida da empresa.

(BENS + DIREITOS) - OBRIGAÇÕES = SITUAÇÃO LÍQUIDA ou PAT.LÍQUIDO

ou

ATIVO - PASSIVO = PATRIMÔNIO LÍQUIDO

BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO

Bens Obrigações c/ Terceiros


e
Direitos PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Obrigações c/ Sócios

TOTAL PASSIVO: Total de Obrigações


TOTAL ATIVO: Total de Bens e Direitos com Terceiros + Obrigações com
Sócios

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SITUAÇÃO LÍQUIDA
Pode ser:
a) Positiva ou Favorável ou Superavitária:
BENS e DIREITOS > OBRIGAÇÕES C/ TERCEIROS
ou
ATIVO > PASSIVO

b) Nula ou Compensada:
BENS e DIREITOS = OBRIGAÇÕES C/ TERCEIROS
ou
ATIVO = PASSIVO

c) Negativa ou Deficitária ou Passivo a Descoberto:


BENS e DIREITOS < OBRIGAÇÕES C/ TERCEIROS
Ou
ATIVO < PASSIVO

ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS

Atos Administrativos: São acontecimentos que não alteram


o patrimônio da empresa.

Ex.: Expedição de uma carta.

Fatos Administrativos: São acontecimentos que provocam


alterações no patrimônio da empresa.

Ex.: Compra de um automóvel.

CLASSIFICAÇÃO DOS FATOS CONTÁBEIS

Conforme as alterações que provocam no patrimônio da


empresa, os fatos podem ser:

Permutativos: São fatos que provocam alterações no valor


dos bens, direitos e obrigações sem, entretanto, alterar o total do
patrimônio. O que altera é a QUALIDADE da informação, a quantidade
permanece a mesma.
Esses fatos refletem trocas entre elementos.
Ex.: Compra de imóveis à vista; abertura de conta bancária.

Modificativos: São fatos que provocam alterações de valor


para mais ou para menos no patrimônio da empresa. O que altera é a
QUANTIDADE da informação.
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Podem ser:
Aumentativos: Recebimento de Aluguel.
Diminutivos: Pagamento de Conta de Luz.

Mistos: São fatos que provocam alterações simultâneas na


qualidade e quantidade dos componentes do patrimônio, representando
fato permutativo e modificativo conjuntamente.

Podem ser:
Aumentativos: Recebimento de Duplicata com Juros.
Diminutivos: Pagamento de Conta com Juros.

CONTA

É um termo técnico utilizado para representar um elemento ou


um grupo de elementos que compõem o patrimônio de uma entidade.

Ex.: Os fatos contábeis de movimentação de dinheiro de uma


empresa são registrados na conta CAIXA.

TEORIA DAS CONTAS

As contas podem ser:

Patrimoniais: São contas que representam os bens, direitos e


obrigações.
Ex.: Caixa, Contas a Pagar, Capital Social etc.

Resultado: São contas que representam as Despesas e


Receitas, e são encerradas (zeradas) no final do exercício para apuração
de lucro ou prejuízo.
Ex.: Despesas Administrativas, Receita de Serviços etc.

Compensação: São contas que representam atos que


poderão se transformar em fatos e não alteram o patrimônio. Também são
contas Patrimoniais, mas não aparecem no Balanço Patrimonial por dois
motivos: 1) Representam Atos; e 2) São zeradas no fim do ano.
São registradas em dois grupos específicos: ATIVO DE COMPENSAÇÃO
e PASSIVO DE COMPENSAÇÃO.
Ex.: Aval, Custódia, Garantias etc.

Retificadoras: São contas que trazem a valor presente ou a


valor atual os valores de outras contas. Essas contas têm por
características sempre aparecerem entre parênteses no Balanço
Patrimonial e abaixo da conta que estão retificando. NÃO SÃO
NEGATIVAS. Também são contas Patrimoniais.
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Ex.:Ajustes de Estoques, Provisão para Devedores Duvidosos,
Depreciação Acumulada etc.

Transitórias: São contas temporárias utilizadas para fins


específicos. Não podem terminar o mês com saldo.
Ex.: Valores a Regularizar, Resultado do Exercício etc.

FUNCIONAMENTO DAS CONTAS

NATUREZA = SEXO DA CONTA LANÇAMENTO = HORMÔNIO


Devedora Débito
Credora Crédito

OPERACIONALIZAÇÃO DAS CONTAS


PARA PARA
SALDO
AUMENTAR DIMINUIR
FINAL
ELEMENTO GRUPO NATUREZA SALDO SALDO
LANÇTO = LANÇTO ≠
= NATUREZA
NATUREZA NATUREZA
Bens e Direitos ATIVO DEVEDORA DÉBITO CRÉDITO DEVEDOR
Obrigações c/ Terceiros PASSIVO CREDORA CRÉDITO DÉBITO CREDOR
Obrigações c/ Sócios PL CREDORA CRÉDITO DÉBITO CREDOR
Despesas DESPESAS DEVEDORA DÉBITO CRÉDITO DEVEDOR
Receitas RECEITAS CREDORA CRÉDITO DÉBITO CREDOR

ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL

A escrituração contábil é composta pelos registros dos fatos


contábeis através dos lançamentos e pelas demonstrações financeiras.

LANÇAMENTO

É o registro de um fato contábil, sendo esse registro, pelo


método das partidas dobradas, feito em ordem cronológica e obedecendo
a determinada disposição técnica.
A escrituração é feita em livros, fichas ou relatórios contábeis e
os lançamentos no Diário seguem alguns requisitos básicos que devem
aparecer nas fichas de lançamento e são:

1) Local e data;
2) Conta Debitada;
3) Conta Creditada;
4) Histórico da Operação; e
5) Valor.

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Rio de Janeiro, 11 de maio de 1999.
Veículos
a Caixa Subtotal Total
Valor referente ao pagamento
à Concessionária ABC pela
aquisição de um veículo
conforme NF n.º 123 de 5 14.000,00 14.000,00
05/01/87.

PARA IDENTIFICARMOS AS CONTAS QUE IRÃO COMPOR UM


LANÇAMENTO DEVE-SE FAZER AS SEGUINTES PERGUNTAS:

1º - O QUE ESTOU FAZENDO (Vendendo, Comprando, Pagando, Recebendo,


Liquidando, Integralizando, Constituindo etc) ?

2º - DE QUE FORMA ESTA SENDO FEITO (a vista, a prazo, em dinheiro, em


cheque etc) ?

PARA SABER QUE CONTAS SERÃO DEBITAS E/OU CREDITADAS NUM


LANÇAMENTO:

a) Deve-se fazer as 5 perguntas abaixo para cada conta identificada.


b) A resposta da pergunta seguinte dependerá da resposta anterior.
c) Na última pergunta a resposta dependerá da resposta das questões 3 e 4.

1º - O QUE A CONTA REPRESENTA PARA A EMPRESA?


(B) Bem
(D) Direito
(O) Obrigação
(D) Despesa
(R) Receita

2º - ONDE ESSE ELEMENTO É CLASSIFICADO?


(A) Ativo
(P) Passivo
(PL) Patrimônio Líquido
(D) Despesas
(R) Receitas

3º - QUAL A NATUREZA DESSE GRUPO?


(D) DEVEDORA
(C) CREDORA

4º - VOCÊ ESTA AUMENTANDO OU DIMINUINDO O SALDO DESTA


CONTA ?
(▲) Aumentando
(▼) Diminuindo

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5º - SE ESTOU ( ▲ OU ▼ ) O SALDO DE UMA CONTA DE NATUREZA ( D ou
C ) O QUE FAÇO ?
(D) DEBITO
(C) CREDITO

A natureza da conta é que irá determinar se o seu saldo será devedor ou


credor, da mesma maneira nos dirá se para aumentarmos ou diminuirmos
seu saldo devemos fazer-lhe um lançamento a débito ou a crédito.

GRUPAMENTO DE CONTAS

Para facilitar a leitura, compreensão e análise da situação


patrimonial, torna-se necessário agrupar as contas segundo a natureza de
componentes que elas representam e sua finalidade.
A lei n.º 6.404/76 estabelece a composição dos grupos de
contas do ativo e do passivo da seguinte forma:

BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO

PASSIVO CIRCULANTE
ATIVO CIRCULANTE
PASSIVO NÃO CIRCULANTE
ATIVO NÃO CIRCULANTE
Realizável a Longo Prazo PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Investimentos Capital Social
Imobilizado Reserva de Capital
Intangível Ajuste de Avaliação Patrimonial
Reserva de Lucros
Ações em Tesouraria
Prejuízos Acumulados
TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO

ATIVO
Nesse grupo são lançadas as contas que representam bens e direitos, e
devem ser classificadas na ordem decrescente de liquidez.

CIRCULANTE
(Bens + Direitos de Curto Prazo)

A Ordem Decrescente de Liquidez será a seguinte:

1º - Disponibilidades
2º - Direitos c/ Vencimento ATÉ o fim do Exercício Social Seguinte
3º - Estoques
4º - Despesas Antecipadas
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NÃO CIRCULANTE
(ARLP + INVEST. + IMOB. + INTANGÍVEL)

Realizável a Longo Prazo


Direitos c/ Vencimento APÓS o fim do Exercício Social Seguinte

Investimentos
As participações permanentes em outras sociedades e os direitos de
qualquer natureza, não classificáveis no AC e que não se destinem à
manutenção das atividades da CIA.

Imobilizado
Bens Corpóreos destinados à manutenção das atividades da empresa ou
utilizados com essa finalidade.

Intangível
Bens Incorpóreos destinados à manutenção das atividades da empresa
ou utilizados com essa finalidade, inclusive Fundo de Comércio Adquirido.

PASSIVO
Nesse grupo são lançadas as contas que representam obrigações com
terceiros e com os sócios e proprietários da empresa, e devem ser
classificadas na ordem decrescente de exigibilidade.

CIRCULANTE
Obrigações c/ Vencimento ATÉ o fim do Exercício Social Seguinte.

NÃO CIRCULANTE
Obrigações c/ Vencimento APÓS o fim do Exercício Social Seguinte.

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Capital Social
Discriminará o montante subscrito, e por dedução, a parcela ainda não
realizada.

Reservas de Capital
1º) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal
e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que
ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive
nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias.
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2º) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição.

3º) o resultado da correção monetária do capital realizado, enquanto não-


capitalizado.

Ajuste de Avaliação Patrimonial


As contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a
elementos do Ativo e do Passivo, em decorrência da sua avaliação a
preço de mercado, enquanto não computadas no resultado do exercício
em obediência ao regime de competência.

Reserva de Lucros
As contas constituídas pela apropriação de lucros da companhia.

Ações em Tesouraria
As ações da CIA que foram adquiridas pela própria CIA e retiradas
definitivamente de circulação.

Prejuízos Acumulados
Apenas a conta Prejuízos Acumulados tendo em vista que pela Lei n.º
11.638/07 a conta Lucros Acumulados não poderá ter saldo.

PLANO DE CONTAS

É uma relação dos títulos contábeis - contas - utilizadas pela


contabilidade de uma empresa que tem por finalidade racionalizar e
uniformizar a utilização das contas da empresa.

EXEMPLO DE UM PLANO DE CONTAS DE UMA EMPRESA

CONTAS PATRIMONIAIS

1- ATIVO
Ativo Circulante
- Disponível
Caixa
Bancos conta Movimento
Aplicações Financeiras de liquidez imediata
- Direitos Realizáveis
Duplicatas a Receber
(-) Duplicatas Descontadas
(-) Provisão par Devedores Duvidosos
Títulos a Receber
ICMS a recuperar
Adiantamentos a empregados
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- Estoques
Mercadorias
Matéria-Prima
Produtos em processo
- Despesas Antecipadas
Prêmios de seguro a vencer
Adiantamento de 13º salário
Adiantamento de Férias

Ativo Não Circulante


Realizável a Longo Prazo
Títulos a receber
Duplicatas a receber
(-) Provisão para devedores duvidosos
Empréstimos a sociedades coligadas
Adiantamento a diretores e acionistas
Investimentos
Participações em outras sociedades
(-) Provisão para perdas com investimentos
Obras de arte

Imobilizado
Terrenos
Móveis e utensílios
Veículos
Marcas e patentes
Prédios
Benfeitorias em imóveis de terceiros
(-) Depreciação Acumulada
(-) Exaustão Acumulada
Intangível
Marcas e Patentes
Direitos Autorais
Fundo de Comércio
Licenças de Softwares
Pesquisas e Desenvolvimento

2 - PASSIVO
Passivo Circulante
Duplicatas a pagar
Fornecedores
Títulos a pagar
Financiamento a pagar
ICMS a recolher
IRPJ a recolher
Provisão para imposto de renda
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Passivo Não Circulante
Duplicatas a pagar
Fornecedores
Financiamentos a pagar
Receitas de exercícios futuros
(-) Despesas de exercícios futuros

Patrimônio Líquido
Capital Social
Capital Subscrito
(-) Capital a integralizar

Reservas de Capital
Reserva de correção monetária do capital
Reserva de doações e subvenções
Ajuste de Avaliação Patrimonial
Ajuste de Avaliação Patrimonial
Reserva de Lucros
Reserva Legal
Reserva Estatutária
Reserva para contingências
(-) Ações em Tesouraria
(-) Ações em Tesouraria
(-) Prejuízos Acumulados
Lucros acumulados
(-) Prejuízos acumulados

CONTAS DE RESULTADO

1 - DESPESAS
Despesas Administrativas
Despesas Financeiras
Despesas Gerais
Despesas com Propaganda
Despesas de Salários

2 - RECEITAS
Venda de Mercadorias
Prestação de Serviços
Receita Financeira

LIVROS CONTÁBEIS

São os livros utilizados pelas empresas, conforme exigências


legais, onde se escrituram os registros dos fatos contábeis.

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São eles: Diário, Razão e Caixa.

O livro Diário é obrigatório por lei (exigido pelo código


comercial e pela legislação do imposto de renda). Nele são registradas
todas as operações contabilizáveis de uma entidade, em ordem
cronológica, e não pode conter rasuras, emendas ou entrelinhas.

O livro diário possui as seguintes formalidades:

- Termo de abertura e encerramento;


- Registro na JUCERJA (Junta Comercial do Estado) ou
RCPJ (Cartório do Registro Civil de Pessoas Jurídicas); e
- Páginas numeradas tipografadas.

Os livros Razão e Caixa são considerados muito importantes,


sendo o Razão obrigatório para as empresas tributadas com base no
lucro real, conforme legislação do IR (Lei 8.218/91 e 8.383/91).

LIVROS FISCAIS OBRIGATÓRIOS

- Registro de Entrada de Mercadorias;


- Registro de Saída de Mercadorias;
- Registro de Controle de Estoques;
- Registro de Apuração do ICMS;
- Registro de Apuração do IPI;
- Registro de Termo de Ocorrências Fiscais;
- Registro de Inventário.

LIVROS FISCAIS EXIGIDOS PELO IR

- Registro do Inventário;
- Registro de Compras;
- Apuração do Lucro Real - LALUR;
- Razão Auxiliar em UFIR;
- Razão Analítico.

LIVROS SOCIAIS OBRIGATÓRIOS PARA AS S/A (Lei 6.404/76)

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- Livro de Atas das Assembléias-Gerais;
- Livro de Atas das Reuniões do Conselho de Administração;
- Livro de Atas das Reuniões de Diretoria;
- Livro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal;
- Livro de Registro das Ações Nominativas;
- Livro de Registro das Ações Endossáveis;
- Livro de Transferência de Ações Nominativas;
- Registro de Partes Beneficiárias Nominativas;
- Registro de Partes Beneficiárias Endossáveis.

FÓRMULAS DE LANÇAMENTO

Os lançamentos podem ser feitos de 4 maneiras diferentes


que são:

Lançamento de 1ª fórmula: Uma conta Debitada


Uma conta Creditada
Ex.: Veículos
a Caixa

Lançamento de 2ª fórmula: Uma conta Debitada


Duas ou mais contas Creditadas
Ex.: Móveis e Utensílios
a Caixa
a Duplicatas a Pagar

Lançamento de 3ª fórmula: Duas ou mais contas Debitadas


Uma conta Creditada

Ex.: Caixa
Veículos
a Capital Social

Lançamento de 4ª fórmula: Duas ou mais contas Debitadas


Duas ou mais contas Creditadas

Ex.: Móveis e Utensílios


Veículos
a Caixa
a Bancos c/ Movimento

CORREÇÃO DE LANÇAMENTOS

Tendo em vista que o livro Diário não admite rasuras,


entrelinhas ou emendas, existem formas preestabelecidas de correção,
tanto do valor quanto das contas e históricos utilizados. Exemplos:

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a) Erro no Valor: Compra de um veículo à vista por R$ 2.900,00.

Para Menos: Veículos


a Caixa................R$ 2.800,00

Para compor o valor do lançamento efetuado a menor,


devemos fazer um lançamento complementar pela diferença:

Veículos
a Caixa................R$ 100,00

Para Mais: Veículos


a Caixa................R$ 3.900,00

Procede-se a correção através de um lançamento de estorno


parcial no valor da diferença a maior invertendo-se o lançamento
anteriormente feito.

Caixa
a Veículos................R$ 1.000,00

Lembrando-se que é possível corrigir o lançamento a menor


através de um estorno total seguido do lançamento pelo valor correto.

b) Erro por Inversão dos Nomes das Contas Envolvidas:


Pagamento de salários no valor de R$ 1.500,00.

Caixa
a Despesas de Salários................R$ 1.500,00

Corrigimos este lançamento cancelando-o através de um


estorno total e efetuando o lançamento correto em seguida.

Estorno: Despesas de Salários


a Caixa....................................R$ 1.500,00

Lançamento Correto:

Despesas de Salários
a Caixa....................................R$ 1.500,00

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c) Erro na Intitulação de uma das Contas:
Compra de veículo à vista no valor de R$ 10.000,00.

Imóveis
a Caixa................R$ 10.000,00

Após constatada a utilização indevida da conta Imóveis,


regulariza-se o registro transferindo o valor dessa conta indevida para a
conta correta.

Veículos
a Imóveis................R$ 10.000,00

d) Erro por Duplicidade de Lançamento: Neste caso basta apenas


efetuar o estorno total em um dos lançamentos, anulando-o.

e) Erro na Escrituração do Histórico: Neste caso basta apenas utilizar


a expressão “digo”, todavia, não sendo possível, estorna-se todo o
lançamento e faz-se um novo.

Imóveis
a Caixa................R$ 10.000,00

Valor referente à compra de móveis e


utensílios, digo, de um imóvel situado na Rua....

ESCRITURAÇÃO NO LIVRO RAZÃO

O Razão é um dos mais importantes livros utilizados pela


contabilidade, pois e por meio dele que se pode verificar de imediato o
saldo de cada conta.

O Razão é escriturado em seguida ao Livro Diário,


obedecendo a mesma ordem cronológica, e individualizando-se uma
página ou ficha para cada conta. Exemplo:

CONTA: Mercadorias
DATA HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO D/C SALDO
10/01/87 Compra a prazo conforme NF
n.º 102/87. 2.500,00 - D 2.500,00

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Para facilitar a apuração do saldo de qualquer conta na
contabilidade, geralmente utiliza-se do RAZONETE em “T”, demonstração
gráfica que tem esse nome pela própria aparência que possui e onde
consta apenas o título da conta, a coluna do débito (à esquerda) e a
coluna do crédito (à direita), para registro dos respectivos valores. Ex.:
CAIXA

2.500,00

Lado do Débito Lado do Crédito

BALANCETE DE VERIFICAÇÃO

O Balancete de Verificação é um demonstrativo das contas do


livro razão, cada qual com sua movimentação e seu saldo (devedor ou
credor), e tem por finalidade checar a exatidão dos lançamentos
efetuados com base no método das partidas dobradas.

Saldos devedores são elencadas as contas de Ativo e


Despesas e saldos credores contas de Passivo, Patrimônio Líquido e
Receitas. Ex.:

CONTA MOVIMENTAÇÃO SALDO


Débito Crédito Débito Crédito
Caixa 13.000,00 9.000,00 4.000,00 -
Banco c/ Movimento 20.000,00 10.000,00 10.000,00 -
Dupl. a Pagar 5.000,00 10.000,00 - 5.000,00
Capital Social - 5.000,00 - 5.000,00
Fornecedores - 1.000,00 - 1.000,00
Despesas Gerais 2.000,00 - 2.000,00 -
Receita de Serviços - 5.000,00 - 5.000,00
TOTAL 40.000,00 40.000,00 16.000,00 16.000,00

REGISTRO DAS OPERAÇÕES DURANTE O EXERCÍCIO

Inicialmente vamos conhecer o conjunto de normas, diretrizes


e procedimentos que têm por objetivo nortear a escrituração e a
interpretação das operações contábeis.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE GERALMENTE
ACEITOS

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Os princípios Fundamentais de Contabilidade representam a
essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade,
consoante o entendimento predominante nos universos científico e
profissional de nosso País.

São Princípios Fundamentais de Contabilidade:

1) Da Entidade;
2) Da Continuidade;
3) Da Oportunidade;
4) Do Registro pelo Valor Original;
5) Da Atualização Monetária;
6) Da Competência; e
7) Da Prudência.

a) Princípio da Entidade: Reconhece o Patrimônio como objeto da


Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da
diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios
existentes, ou seja, não se confunde o Patrimônio da entidade com o
Patrimônio dos seus proprietários.

b) Da Continuidade: A empresa funcionará por tempo indeterminado a


não ser que haja indícios do contrário ou conste no Contrato Social que
terá duração determinada.

c) Da Oportunidade: Os registros dos fatos contábeis deverão ser feitos


de imediato e com a extensão correta, independente das causas que os
originaram.

d) Do Registro pelo Valor Original: Os componentes do patrimônio


devem ser registrados pelos valores originais (custo ou aquisição) das
transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda
do País.
e) Princípio da Atualização Monetária: Os efeitos da alteração do poder
aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros
contábeis através de ajustamento da expressão formal dos valores dos
componentes patrimoniais.

f) Princípio da Competência: As receitas e despesas devem ser


incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre
simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de
recebimento ou pagamento.

g) Princípio da Prudência: Determina a adoção do menor valor para os


componentes do Ativo e do maior valor para os componentes do Passivo,
sempre que se apresentarem alternativas igualmente válidas para a

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quantificação das mutações patrimoniais que alterem o Patrimônio
Líquido.

RESULTADO DO EXERCÍCIO SOCIAL

Para sabermos se após um exercício social uma empresa teve


lucro ou prejuízo com suas operações, é necessário que apuremos o total
de suas despesas e o deduzamos do total das receitas obtidas. Uma vez
apurado o resultado de exercício, este será incorporado ao Patrimônio
Líquido da entidade, aumentando ou reduzindo a situação líquida.

Receitas: São ingressos no ativo da entidade decorrentes da


venda de mercadorias ou da prestação de serviços. A receita aumenta o
lucro e, consequentemente, o Patrimônio Líquido.

Despesas: É o gasto que a entidade teve com a aquisição de


bens e serviços utilizados para a produção de receitas e serviços. As
despesas diminuem os recursos ou aumentam as obrigações da entidade,
diminuindo, consequentemente, seu Patrimônio Líquido.

ENCERRAMENTO DAS CONTAS DE RESULTADO

As contas de receitas e despesas são transitórias, ou seja, são


abertas a cada exercício com seu saldo zerado e encerradas no final de
cada exercício social.
O encerramento das contas de receita e despesa se dá com a
transferência de seus saldos devedores para a conta Resultado do
Exercício.
Findo o exercício e encerradas as contas de resultado
(receitas e despesas), sobraram apenas as contas patrimoniais (Ativo,
Passivo e Patrimônio Líquido) que serão agrupadas ordenadamente
formando o Balanço Patrimonial.

Os lançamentos no livro Diário são:

a) Creditam-se todas as contas de despesas para transferência de


seus saldos:

Resultado do Exercício
a Despesas Administrativa
a Despesas de Salários
a Despesas Financeiras

b) Debitam-se todas as contas de receitas para transferência de seus


saldos:
20
Receita Financeira
Vendas
a Resultado do Exercício

O saldo apresentado pela conta Resultado do Exercício, se


credor, representará o Lucro Líquido Antes do Imposto de Renda.

OPERAÇÕES COM MERCADORIAS

Nas empresas há a necessidade de um controle contínuo


sobre o valor do estoque de mercadorias. Para tanto, dever-se-á baixar,
em cada operação de venda, o custo da mercadoria vendida (CMV).
Contabilização:

a) Na Compra:

Mercadoria-Estoque............................................820,00
ICMS a Recuperar........................................... 180,00
a Fornecedores (Pagamento à prazo).................. 1.000,00
a Caixa ou Banco (Pagamento à vista)

a) Na Venda:

Clientes ou Duplicatas a Receber (Venda à prazo)


Caixa ou Banco (Venda à vista)............... 2.000,00
a Vendas (Pelo valor da venda)................. 2.000,00

Custo da Mercadoria Vendida - CMV (Despesa)..........1.000,00


a Mercadorias (Pelo valor do CMV)...............................1.000,00

Despesas de ICMS.......................360,00
a ICMS a Recolher.........................360,00

Dessa forma, após cada operação de venda e sua


contabilização, teremos a conta de Vendas atualizada, a de CMV com o
total do custo acumulado até a data e a conta de Mercadorias refletindo o
valor exato do estoque.

Para apurarmos o resultado das operações com mercadorias


podemos utilizar duas equações básicas:

CMV = EI + C - EF
e
RCM = V – CMV
21
Onde:
CMV = Custo da Mercadoria Vendida;
EI = Estoque Inicial;
C = Compras;
EF = Estoque Final;
RCM = Resultado com Mercadorias ou Resultado Bruto com Mercadorias; e
V = Vendas.

Ex.: Se uma empresa possui um estoque de 15.000


mercadorias no valor de R$ 15.000,00 e vende à prazo a metade dele por
R$ 10.000,00 – ICMS 18%, teremos:
1) Clientes ou Dupl. a Receber
a Vendas.......................................10.000,00

2) CMV
a Mercadoria-Estoque.....................7.500,00

3) Despesas de ICMS
a ICMS a Recolher...........................1.800,00

3) Vendas
a RCM..............................10.000,00 (Encerramento)

4) RCM
a CMV........................7.500,00 (Pelo CMV - Encerramento)

MERCADORIAS

15.000,00 7.500,00

7.500,00

VENDAS

10.000,00 10.000,00

0,00 0,00

CMV

7.500,00 7.500,00

22
0,00 0,00

DESPESAS DE ICMS

1.800,00

1.800,00 0,00

ICMS A RECOLHER

1.800,00

0,00 1.800,00

RCM

7.500,00 10.000,00

2.500,00

CLIENTES

10.000,00

10.000,00

Aplicando as Fórmulas:

CMV = 15.000,00 + 0,00 - 7.500,00


CMV = 7.500,00

RCM = 10.000,00 - 7.500,00


RCM = 2.500,00

DESPESAS A PAGAR E RECEITAS A RECEBER

23
Para que o Resultado do Exercício de uma empresa seja mais
correto, é necessário que, além dos registros das operações normais,
sejam feitos lançamentos de ajustes para apropriação das despesas a
pagar e das receitas a receber.

Despesa a Pagar é aquela que o fato gerador ocorreu dentro


do período contábil, mas ainda não foi paga (não houve o desembolso).
Ex. : Pagamento de Despesas de Salário.

a) Lançamento no mês:

Despesas de Salários
a Salários a Pagar................................R$ 1.000,00

b) Lançamento no mês seguinte:

Salários a Pagar
a Caixa.................................................R$ 1.000,00

Receita a Receber é aquela proveniente da prestação de um


serviço (fato gerador) que não foi faturado ao cliente e,
consequentemente, não recebido, mas que deverá ser registrada.

a) No mês da Prestação do Serviço:

Serviços a Faturar
a Receita de Serviços......................R$ 1.000,00

b) No mês seguinte quando o serviço for faturado:

Contas a Receber
a Serviços a Faturar........................R$ 1.000,00

c) Quando do recebimento da fatura:

Caixa
a Contas a Receber........................R$ 1.000,00

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUES

Critério Básico: Pela Lei das Sociedades Anônimas


(6.404/76), os Direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do
comércio da companhia, assim como matérias-primas, produtos em
fabricação e bens em almoxarifado, serão avaliados pelo custo de
aquisição ou produção, deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de
24
mercado, quando este for inferior, ou seja, custo ou mercado, dos dois
o menor.
Este método tem como finalidade, portanto, eliminar dos
estoques a parcela dos custos que provavelmente não seja recuperável. A
aplicação desse critério deve ser na avaliação dos inventários de final de
cada ano, no sentido de que as perdas resultantes de estragos,
deterioração. obsoletismo, reduções na estrutura de preços de venda ou
de reposição sejam reconhecidas nos resultados do exercício em que tais
perdas ocorrem e não no exercício em que a mercadoria é vendida,
reposta ou transformada em sucata.
Vamos agora analisar as diversas possibilidades existentes de
avaliação de estoques, todavia, cabe lembrar, que no Brasil, a legislação
do Imposto de Renda tem permitido, apenas, a utilização do método do
Preço Específico, do Custo Médio ou a dos bens adquiridos mais
recentemente (FIFO ou PEPS), não permitindo, para fins fiscais, o uso do
LIFO ou UEPS, sendo esse um dos grandes motivos pelo qual as
empresas, no Brasil, utilizam principalmente o Custo Médio.

Preço Específico: Método de avaliação que consiste em


valorizar cada unidade do estoque ao preço efetivamente pago para cada
item especificamente determinado, entretanto, somente utiliza-se desse
método quando é possível fazer determinação do preço específico de
cada unidade em estoque, mediante identificação física. Normalmente só
é aplicável em alguns casos onde a quantidade, o valor ou a própria
característica da mercadoria ou material o permitam, sendo no maioria da
vezes impossível ou economicamente inconveniente.

Ex.: Revenda de automóveis usados.

FIFO ou PEPS (First In First Out ou Primeiro a Entrar é o


Primeiro a Sair): Esse método consiste em darmos baixa no estoque à
medida em que ocorrem as vendas ou o consumo a partir das primeiras
compras, o que eqüivale dizer o seguinte: vendem-se ou consomem-se
antes as primeiras mercadorias compradas.

Ex.: Imagine uma empresa que possui um estoque inicial do


produto “A” de 20 unidades a R$ 10,00 cada uma, perfazendo um total de
R$ 200,00 em determinado período, no qual ocorreram as seguintes
movimentações:

- Compra de 20 unidades por R$ 30,00 cada;


- Venda de 10 unidades por R$ 50,00 cada;
- Venda de 20 unidades por R$ 50,00 cada;
- Compra de 30 unidades por R$ 30,00 cada; e
- Venda de 10 unidades por R$ 50,00 cada.
As Despesas no período foram no montante de R$ 200,00.

25
APURAÇÃO PELO MÉTODO PEPS:

SIGLA QTDADE P.un/C.un P.Total/C.Total


EI 20 10,00 200,00
C1 20 30,00 600,00
V 10 50,00 500,00
S1 10 10,00 100,00
EIsd 10 10,00 100,00
C1sd 20 30,00 600,00
V 20 50,00 1.000,00
S2 10 10,00 100,00
S2 10 30,00 300,00
C1sd 10 30,00 300,00
C2 30 30,00 900,00
V 10 50,00 500,00
S3 10 30,00 300,00
C2sd 30 30,00 900,00
CMV = 10 un x 10,00 = 100,00 (S1)
10 un x 10,00 = 100,00 (S2)
10 un x 30,00 = 300,00 (S2)
10 un x 30,00 = 300,00 (S3)

800,00 ou
CMV = EI + C - EF
CMV = 200,00 + 1.500,00 - 900,00
CMV = 800,00

LB = V – CMV
LB = 2.000 – 800
LB = 1.200

LL = V – CMV – DESP
LL = 2.000 – 800 – 200
LL = 1.000

LIFO ou UEPS (Last In First Out ou Último a Entrar é o


Primeiro a Sair): Esse método consiste em darmos baixa no estoque à
medida em que ocorrem as vendas ou o consumo a partir das últimas
compras, o que eqüivale dizer o seguinte: vendem-se ou consomem-se
antes as mercadorias compradas recentemente.

APURAÇÃO PELO MÉTODO UEPS:

SIGLA QTDADE P.un/C.un P.Total/C.Total


EI 20 10,00 200,00
C1 20 30,00 600,00
26
V 10 50,00 500,00
S1 10 30,00 300,00
EIsd 20 10,00 200,00
C1sd 10 30,00 300,00
V 20 50,00 1.000,00
S2 10 30,00 300,00
S2 10 10,00 100,00
EIsd 10 10,00 100,00
C2 30 30,00 900,00
V 10 50,00 500,00
S3 10 30,00 300,00
EIsd 10 10,00 100,00
C2sd 20 30,00 600,00

CMV = 10 un x 30,00 = 300,00 (S1)


10 un x 30,00 = 300,00 (S2)
10 un x 10,00 = 100,00 (S2)
10 un x 30,00 = 300,00 (S3)

1.000,00
ou

CMV = EI + C - EF
CMV = 200,00 + 1.500,00 - 700,00
CMV = 1.000,00

LB = V – CMV
LB = 2.000 – 1.000
LB = 1.000

LL = V – CMV – DESP
LL = 2.000 – 1.000 – 200
LL = 800
Custo Médio ou Média Ponderada Móvel: Nesse método, o
valor médio de cada unidade em estoque se altera pelas compras de
outras unidades por um preço diferente.
É o mais comumente utilizado no Brasil, pois evita o controle
de custos por lote de compras, como nos métodos anteriores, mas obriga
a maior número de cálculos, dando como custo da mercadoria vendida o
valor médio das compras.
APURAÇÃO PELO MÉTODO DO CUSTO MÉDIO:
SIGLA QTDADE P.un/C.un P.Total/C.Total
EI 20 10,00 200,00
C1 20 30,00 600,00
V 10 50,00 500,00

27
ET 40 20,00 800,00
S1 10 20,00 200,00
ETsd 30 20,00 600,00
V 20 50,00 1.000,00
S2 20 20,00 400,00
ETsd 10 20,00 200,00
C2 30 30,00 900,00
V 10 50,00 500,00
ET 40 27,50 1.100,00
S3 10 27,50 275,00
ETsd 30 27,50 825,00

CMV = 10 un x 20,00 = 200,00 (S1)


20 un x 20,00 = 400,00 (S2)
10 un x 27,50 = 275,00 (S3)
875,00
ou

CMV = EI + C - EF
CMV = 200,00 + 1.500,00 - 825,00
CMV = 875,00

LB = V – CMV
LB = 2.000 – 875
LB = 1.125

LL = V – CMV – DESP
LL = 2.000 – 875 – 200
LL = 925

COMPARAÇÃO ENTRE OS MÉTODOS

Comparando os resultados obtidos no exemplo utilizado acima


para os três critérios, teremos:

CONTA PEPS UEPS CUSTO MÉDIO


Vendas 2.000,00 2.000,00 2.000,00
CMV ( - ) (800,00) (1.000,00) (875,00)
Lucro Bruto 1.200,00 1.000,00 1.125,00
Lucro Líquido 1.000,00 800,00 925,00
Est. Final em R$ 900,00 700,00 825,00
Est. Final em Qtdade 30 un 30 un 30 un

Observa-se claramente no quadro acima que, se três


empresas tivessem adquirido e vendido mercadorias nas mesmas
condições (quantidade e preço), suas situações reais seriam as mesmas,
28
com a mesma quantidade em estoque, todavia, os resultados obtidos
seriam diferentes, devido o método de avaliação dos estoques.

PROVISÕES RETIFICADORAS DO ATIVO

Provisão para Depreciação: O cálculo para depreciação tem


como base os bens tangíveis do ativo permanente que sofrem
deterioração pela ação do tempo (Ex.: prédios), obsolência por evolução
tecnológica (equipamentos de informática), ou desgaste por uso (veículos,
móveis e utensílios), observando-se percentuais preestabelecidos pela
legislação fiscal para cada bem e o seu tempo de vida útil.

Edificações - 4% ao ano (Vida Útil = 100% : 4% = 25 anos);

Móveis e Utensílios - 10% ao ano (Vida Útil = 100% : 10% = 10 anos);

Máquinas e Equipamentos - 10% ao ano (Vida Útil = 100% : 10% = 10


anos);

Equipamentos de Informática - 20% ao ano (Vida Útil = 100% : 20% = 5


anos) ; e

Veículos - 20% ao ano ( Vida Útil = 100% : 20% = 5 anos ).

Após o cálculo da provisão temos que fazer os registros


contábeis competentes:

Ex.: Um veículo adquirido em 01/01/98 no valor de R$


12.000,00.

Cálculo:
R$ 12.000,00 x 20% = R$ 2.400,00 ao ano.
R$ 2.400,00 : 12 = R$ 200,00 ao mês.

OBS.: Note que deverá ser apurado o valor mensalmente


devido a contabilização das despesas pelo regime de competência.

Despesas de Depreciação
a Depreciação Acumulada de Veículos..............R$ 200,00

DESPESAS DE DEPRECIAÇÃO

200,00

29
200,00

DEPRECIAÇÃO ACUMULADA DE VEÍCULOS

200,00

200,00

PROVISÃO PARA DEVEDORES DUVIDOSOS

As empresas mercantis e de prestação de serviço que


vendem a prazo somente terão certeza do recebimento do saldo de
duplicatas a receber após o vencimento das mesmas. Desta forma,
efetua-se esta provisão a fim de que possíveis prejuízos com duplicatas
incobráveis sejam apropriados ao exercício social da venda da
mercadoria ou serviço.
A estimativa aplicável (taxa) é obtida pela relação das somas
das perdas efetivamente ocorridas nos últimos três anos calendário e a
soma dos créditos a receber.

ANO SALDO DE VENDAS NO PREJUÍZOS COM % DOS PREJUÍZOS


INÍCIO DO ANO DEVEDORES INSOLVÁVEIS SOBRE AS VENDAS
19X6 30.000,00 280,00 0,93
19X5 24.000,00 150,00 0,62
19X4 19.000,00 137,00 0,72

PERCENTAGEM MÉDIA = 0,93 + 0,62 + 0,72 : 3 = 0,75

Aplica-se a percentagem média sobre o valor das vendas e


obtém-se a importância que constituirá a Provisão para fazer face a
perdas do ano seguinte, observado o máximo de provisão permitido pela
legislação do Imposto de Renda.

BALANÇO PATRIMONIAL

IMPORTÂNCIA

Face a necessidade de se resumir e apresentar os dados


contábeis de forma adequada, que permita aos interessados na empresa -
sócios, acionistas, proprietários, administradores, diretores, bancos etc.
cada um deles, do seu próprio ângulo de interesse, analisar, verificar e

30
conhecer a situação patrimonial-financeiro-econômica da empresa, bem
como as variações nela ocorridas durante certo período de tempo.

FINALIDADE

A finalidade de mostrar a situação patrimonial da empresa em


dado momento é alcançada, pois o demonstrativo indica a natureza e o
valor do ativo, do passivo e do patrimônio líquido da empresa.

OBRIGATORIEDADE

As empresas são obrigadas a levantar balanços pelo menos


uma vez em cada período de doze meses, podendo esse período coincidir
ou não com o ano civil.

Para fins de gestão administrativo-financeiro-econômica dos


negócios, quanto maior número de balanços for levantado, tanto melhor
para a empresa e para as pessoas interessadas em sua atividade, pois
estas terão oportunidade de conhecer, em menor intervalo de tempo,
patrimônio, suas variações, as causas dessas variações e, como
conseqüência, poderão verificar o grau de acerto ou desacerto das
decisões passadas, bem como fixar novas políticas para o futuro.

Levanta-se o balanço, também, nos seguintes casos


especiais:
- Abertura de escrita, quando a empresa já operava;
- Organização de escrita;
- Nas liquidações, transformações, incorporações e fusões.

APRESENTAÇÃO E FORMA DO BALANÇO SEGUNDO A LEI 6.404/76

O artigo 178, dessa Lei determina que “no balanço, as contas


serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registre, e
agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação
financeira da companhia”.

O nome da empresa para a qual é levantado, o nome da


demonstração, bem como a data em que é feito, acham-se indicadas no
seu cabeçalho.

31
EMPRESA EXEMPLO S/A
BALANÇO PATRIMONIAL ENCERRADO EM 31/12/9X
ATIVO PASSIVO
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
Caixa Dividendos a Distribuir
Bancos Conta Movimento Duplicatas a Pagar
Duplicatas a Receber Empréstimos a Pagar
(-) Prov. p/ Créditos de Liq. Duvidosa Títulos a Pagar
Depósito a Prazo Fixo Provisão para o Imposto de Renda
Adiantamento a Fornecedores Impostos a Recolher
Mercadorias em Estoque Encargos Sociais a Recolher
Juros Pagos Antecipadamente
Seguros Pagos Antecipadamente PASSIVO NÃO CIRCULANTE
Títulos a Pagar
ATIVO NÃO CIRCULANTE Empréstimos Imobiliários

Realizável a Longo Prazo PATRIMÔNIO LÍQUIDO


Empréstimos a Diretores
Investimentos Capital Social
Participação em outras empresas Capital Integralizado
Imobilizado (-) Capital a Integralizar
Móveis e Utensílios Reserva de Capital
Veículos Produto da Alienação de Parte Beneficiárias
Imóveis de Uso Produto da Alienação de Bônus de Subscrição
(-) Depreciação Acumulada Ajuste de Avaliação Patrimonial
Intangível Ajuste de Avaliação Patrimonial
Benfeitoria em Imóveis de Terceiros Reserva de Lucros
(-) Amortização Acumulada Reserva Legal
Reserva Estatutária
Reserva para Contingências
(-) Ações em Tesouraria
(-) Ações em Tesouraria
(-) Prejuízos Acumulados
Lucro do Exercício
(-) Prejuízo do Exercício

TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO

As etapas para a elaboração do Balanço são as seguintes:


1º ) Elaboração do Balancete de Verificação do último mês;
2º ) Ajustes das contas;
3º ) Encerramento das contas de despesas e receitas;
4º ) Elaboração das demonstrações.

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS OBRIGATÓRIAS:

Balanço Patrimonial; Demonstração do Resultado do Exercício;


Demonstração dos Fluxos de Caixa; Demonstração de Lucros ou
Prejuízos Acumulados e Demonstração do Valor Adicionado (se Cia
Aberta).

EMPRESA EXEMPLO S/A

32
CNPJ n.º 12.345.678/0001-90
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ENCERRADA EM 31/12/20XX - Em R$ 1,00
DISCRIMINAÇÃO 20X1 20X0
RECEITA OPERACIONAL BRUTA - ROB = (Vendas + Receita de Serviços)
Receitas oriundas da atividade fim da Empresa
Vendas
Receita de Serviços
(-) Devolução de vendas
(-) Abatimento sobre vendas
(-) Impostos s/ Faturamento (IPI, ICMS, ISS, PIS, COFINS, SIMPLES e SUPER
SIMPLES)
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA - ROL
ROL = ROB - Devoluções - Abatimentos - Imposto s/ Faturamento
(-) CMV
(-) CSP
(-) CPV
LUCRO BRUTO = ROL - CMV - CSP - CPV
(-) DESPESAS (OPERACIONAIS) = ( a + b + c - d + e )
(-) Despesas Administrativas (a)
(-) Despesas com vendas (b)
(-) Despesas Financeiras (c)
Receitas Financeiras (d)
(-) Despesas Gerais (e)
LUCRO OU PREJUÍZO OPERACIONAL = (LUCRO BRUTO - DESPESAS
(OPERACIONAIS)
Outras Receitas (Receitas que não estão ligadas a atividade fim da Empresa)
(-) Outras Despesas (Despesas que não estão ligadas a atividade fim da
Empresa)
RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES DA CSLL = (L/P OPERAC + Outras Rec
- Outras Desp.)
(-) Provisão para a CSLL
RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES DO IR = (RE ANTES DA CSLL - PROV.
P/ CSLL)
(-) Provisão para o IR
RESULTADO DO EXERCÍCIO APÓS O IMPOSTO DE RENDA = (RE ANTES
DO IR - PROV. P/ IR)
(-) PARTICIPAÇÕES = Distribuições do Lucro
(-) Debêntures
(-) Empregados
(-) Administradores
(-) Partes Beneficiárias
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO = RE APÓS O IR - PARTICIPAÇÕES
LUCRO LÍQUIDO POR AÇÃO = LUCRO LÍQUIDO / QTDADE DE AÇÕES DA
EMPRESA
Debênture é um título de crédito representativo de empréstimo que uma companhia faz junto a terceiros e
que assegura a seus detentores direito contra a emissora, nas condições constantes da escritura de emissão.
Partes Beneficiárias são títulos negociáveis sem valor nominal e estranho ao Capital Social, que podem ser
criados pela Sociedade por Ações em qualquer tempo.

PROVISÃO PARA O IMPOSTO DE RENDA

33
O Imposto de Renda a ser provisionado é normalmente
apurado com base num cálculo estimado, que poderá ter pequenas
diferenças com o que finalmente será declarado e pago no período
seguinte.

ESCRITURAÇÃO

Despesa com Provisão p/ Imposto de Renda


a Provisão Para o Imposto de Renda.(Passivo).............2.250,00

LUCRO LÍQUIDO POR AÇÃO

O artigo 187, da Lei 6.404/76, no seu item VII, determina a


indicação do montante do lucro ou prejuízo líquido por ação do Capital
Social, mais comumente denominado Lucro Por Ação.
O Lucro Por Ação é apurado, numa forma bem simplista de
raciocínio, pela divisão do Lucro Líquido do Exercício pelo número de
ações em circulação do Capital Social.

Dessa forma, se tivermos um Lucro Líquido no exercício de R$


2.000.000,00 e 10.000.000 de ações em circulação, teremos:

Lucro Por Ação = Lucro Líquido


N.º de Ações

Lucro Por Ação = 2.000.000 = R$ 0,20


10.000.000

NOTAS EXPLICATIVAS

A Lei 6.404/76, Art. 176, § 4º, determina que as


Demonstrações Financeiras serão complementadas por Notas
Explicativas e outros quadros analíticos necessários para esclarecimento
da situação patrimonial e dos resultados obtidos.

As notas deverão indicar:

- Os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais,


principalmente dos estoques; dos cálculos de depreciação,
amortização e exaustão; de constituição de provisões para encargos e
riscos; e dos ajustes para atender prováveis perdas na realização de
elementos do ativo.
- Os investimentos em outras sociedades, quando relevantes;

34
- Os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias
prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou
contingentes;
- A taxa juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações de
longo prazo;
- O número, espécie e classe das ações do capital social;
- As opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício;
- Os ajustes de exercícios anteriores; e
- Os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que
tenham, ou possam vir a ter efeito relevante sobre a situação
financeira e os resultados futuros da companhia.

Como podemos observar, as Notas Explicativas procuram


informar os dados mais importantes sobre os Demonstrativos e sobre a
situação econômico-financeira da companhia.

35

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