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CURSO – Delegado de Polícia Federal

DISCIPLINA – Direito Financeiro

PROFESSOR(A) – Marcela Jabor

MONITOR(A) – Bruna Ribeiro Guimarães

AULA 01

Contato: marcelajabor@gmail.com

Leituras obrigatórias:

 Constituição: arts. 70 a 75; art. 100; arts 163 a 169; art. 35, §2º, ADCT; art. 166, §9º ao 18; art.
167, §5º;
 Lei Complementar 4.320/64 – Lei orçamentária;
 Lei Complementar 101/00 – Lei de Responsabilidade Fiscal;

Doutrina indicada:

 Curso de Direito Financeiro – Harrison Leite

Sumário:

ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO E ORÇAMENTO


1. Atividade Financeira do Estado
2. Orçamento

ATIVIDADE FINANÇEIRA DO ESTADO E ORÇAMENTO

1. Atividade Financeira do Estado

Para cumprir suas finalidades constitucionais o Estado se utiliza de uma estrutura


financeira.

A estrutura financeira é desenvolvida através da arrecadação, que pode ocorrer por meio
de receitas originárias ou derivadas.

Receitas originárias são aquelas decorrentes do próprio patrimônio. Ex: produção das
empresas estatais. Receitas derivadas são as auferidas pelo Estado por meio do uso do seu
poder soberano. Ex: tributação, multas, taxas de licenciamento, operações de crédito, etc.

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2. Orçamento

Orçamento é uma norma cuja função é programar as políticas públicas. Ele é considerado
um orçamento-programa pois estabelece metas e objetivos governamentais. Não é mera norma
de natureza contábil, é instrumento de ação do Estado.

Segundo um conceito objetivo, orçamento é instrumento hábil a prever receitas e estimar


despesas.

Em que pese a existência de um conceito objetivo, os concursos públicos costumam


cobrar o conceito de orçamento proposto pelo professor Aliomar Baleeiro, conceito este de1970.

Pela clássica conceituação de Aliomar Baleeiro:

“o orçamento é considerado o ato pelo qual o Poder Legislativo prevê e autoriza ao Poder
Executivo, por certo período e em pormenor, a realizar despesas destinadas ao
funcionamento dos serviços públicos e outros fins adotados pela política econômica ou
geral do país, assim como prever a arrecadação das receitas já criadas em lei”.
BALEEIRO, Aliomar.

Diante do conceito, passemos à sua análise.

“Orçamento é ato”

Durante muito tempo discutiu-se na doutrina se o orçamento é de fato um ato. Atualmente


a questão já é pacificada. Conforme o entendimento moderno, orçamento não é mero ato, é lei em
sentido formal e material e, portanto, pode ser submetida a controle de constitucionalidade. Se
trata de uma lei na qual o Poder Legislativo autoriza o Poder Executivo a realizar despesas. Quem
tem iniciativa de lei orçamentária é somente o Poder Executivo (iniciativa exclusiva do Chefe do
Poder Executivo – art. 165, CR/88).

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:


I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.

“Por certo período de tempo”

Todas as leis orçamentárias são temporárias. O Plano Plurianual tem vigência de 4


exercícios financeiros, a Lei de Diretrizes Orçamentarias tem vigência de 1 exercício financeiro e a
Lei Orçamentária Anual também tem vigência de 1 exercício financeiro.

O STF entende que pode haver controle de constitucionalidade de lei orçamentária desde
que ocorra no prazo de vigência da lei.

“E em pormenor”

As leis orçamentárias (Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei


Orçamentária Anual) devem prever apenas matérias orçamentárias e, no caso da LOA, deve
prever especificamente a dotação orçamentária (binômio receitas X despesas).

É vedado, em sede de leis orçamentárias, a inclusão de dispositivos que versem sobre


outros temas, que não orçamento.

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“Destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e outros fins”

Toda atividade Estatal é voltada ao interesse público, seja ele primário ou secundário.

“Prever a arrecadação de receitas já autorizadas por lei “

São receitas já autorizadas em lei pois a maioria é de caráter tributário, que são leis já
existentes.

Apesar do conceito proposto por Aliomar Baleeiro, a Lei de Diretrizes Orçamentárias pode
criar receita. Ex: a LDO pode autorizar a majoração do IPTU para o exercício financeiro seguinte.

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