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Florianópolis, SC
2000
2
SUMÁRIO
ILUMINAÇÃO
Várias teorias tem sido utilizadas para descrever o fenômeno da luz. Estas teorias são: A
Teoria Corpuscular, a Teoria da Onda, a Teoria Eletromagnética, a Teoria do Quantum e
finalmente uma Teoria de Unificação.
Teoria do Corpuscular
Anos depois, o físico Charles Wheatstone (1802-1875) criou o modelo ondulatório que
mostrava como as ondas luminosas se comportavam. O modelo de Wheatstone mostrava que o
éter luminoso fazia o transporte vibrando em ângulo reto com as ondas luminosas, ao contrário
do que acreditava Huygens, para ele o éter vibrava na mesma direção da luz, se espremendo e
esticando enquanto transportava as ondas. Atualmente, sabe-se que o éter luminoso não existe.
Teoria Eletromagnética
demonstrou que estas ondas eletromagnéticas se deslocavam a velocidade da luz, o que o levou a
concluir que a própria luz era uma forma de onda eletromagnética. A teoria defendida por
Maxwell baseia-se nos seguintes princípios:
Os corpos luminosos emitem luz na forma de energia radiante;
A energia radiante se propaga na forma de ondas eletromagnéticas;
As ondas eletromagnéticas atingem a retina, estimulando a uma resposta que produz
uma sensação visual.
Teoria Quântica
No final da década de 1850, o físico alemão Gustav
Kirchoff (1824-1887) descobriu que todos os átomos podem
emitir ou absorver determinados comprimentos de onda. Esta
descoberta demonstrou a existência de fortes ligações entre os
átomos e a luz. Até o final do século XIX os físicos
acreditavam que a luz e outras formas de radiação
eletromagnética eram fluxos contínuos de energia. No entanto,
no início do século XX essa concepção começou a apresentar
vários problemas teóricos. Max Planck (1858-1947) desafiou a
todos sugerindo que a energia na radiação não era contínua,
mas dividida em minúsculos pacotes, ou quanta. Sua teoria
quântica mostrou que em certas circunstâncias a luz podia ser
concebida como partículas, como acreditavam os seguidores
MAX PLANCK
da teoria corpuscular de Isaac Newton.
(1858 – 1947)
Teoria de Unificação
Esta teoria foi proposta pelo físico francês De Broglie (1892-1987) e o físico alemão
Heisenberg (1901-1976) baseada no seguinte:
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Todo o elemento de massa em movimento tem associado com ele uma onda cuja
duração é determinada pela EQUAÇÃO 1.1:
h
λ= (1.1)
m⋅v
Onde: “λ” é o comprimento de onda; “h” é a constante de Planck; “m” é a massa e;
“v” a velocidade da partícula.
Esta teoria foi proposta pelo físico francês De Broglie (1892-1987) e o físico alemão
Heisenberg (1901-1976) baseada no seguinte:
Todo o elemento de massa em movimento tem associado com ele uma onda cuja
duração é determinada pela EQUAÇÃO 1.1:
h
λ= (1.1)
m⋅v
Onde: “λ” é o comprimento de onda; “h” é a constante de Planck; “m” é a massa e;
“v” a velocidade da partícula.
É impossível determinar simultaneamente todas as propriedades que são distintas de
uma onda ou de um corpúsculo.
necessitam do meio para sua transmissão. Elas passam através de sólidos, líquidos ou gases, mas
se propagam mais eficientemente no vácuo, onde não há nada para absorver a energia radiante.
Raios X Microondas
Ultravioleta Infravermelho Ondas de
Raios Gama Rádio
Radiação ultravioleta
A radiação UV-B (280 a 315 nm) é a parte mais destrutiva da radiação ultravioleta, pois
possui energia suficiente para danificar tecidos biológicos (queimaduras). Este tipo de radiação é
conhecido por causar câncer de pele. A camada de ozônio da atmosfera é capaz de bloquear a
maioria da radiação UV-B extraterrestre, por isso uma pequena diminuição desta camada poderá
aumentar dramaticamente o perigo de câncer de pele na população humana.
10
A radiação UV-C (100 a 280 nm) é praticamente absorvida em sua totalidade pelo ar.
Quando os fótons de UV-C colidem com os átomos de oxigênio, existe uma troca de energia que
proporciona a formação do ozônio. Este tipo de radiação raramente é observado na natureza,
visto que rapidamente é absorvido pela atmosfera. Lâmpadas germicidas UV-C são
freqüentemente utilizadas para purificar o ar e a água, pela sua capacidade de matar bactérias,
fungos e microorganismos.
Luz
Radiação infravermelho
1. FOTOMETRIA
As grandezas físicas descritas a seguir podem ser classificadas de acordo com dois
critérios independentes:
chamado de fluxo luminoso - φ. A unidade no SI para fluxo luminoso é lumen [lm]. A FIGURA
1.2 mostra o fluxo luminoso típico de fontes luminosas conhecidas.
φ = 12 lm
φ = 48.000 lm
φ = 1 . 000 lm
Uma fonte de luz ideal seria aquela que converteria toda sua potência de entrada [W] em
luz [lm]. Infelizmente, qualquer fonte de luz converte parte da potência em radiação
infravermelho ou ultravioleta. A habilidade da fonte de converter potência em luz é chamada de
eficiência luminosa, η:
Fluxo luminoso
η= (1.2)
Potência consumida
W lm
lm/W
A eficiência luminosa permite comparar entre duas fontes luminosas, qual delas
proporcionará um maior rendimento. Infelizmente por questões culturais muitos ainda usam a
potência da fonte como termo comparativo, o que é totalmente errado. A FIGURA 1.4 mostra
como muitos fabricantes apresentam as suas lâmpadas de alta eficiência. A comparação feita é
em função da potência das fontes ao invés da eficiência luminosa.
13
=
9 x 100 W = 23 W
700
600
Eficiência luminosa
Eficiência [lm/W]
500 máxima
1 W = 683 lm
400
300
200
100
0
380 430 480 530 580 630 680 730 780
Antes de saber o que é de intensidade luminosa é importante entender o que vem a ser
ângulo plano e ângulo sólido.
Ângulo plano
Define-se ângulo plano “α” como sendo o quociente entre o comprimento de arco “l” e
o raio “R” da circunferência.
l
α= (1.3)
R
R l
α
Ângulo sólido
Visto que a luz se propaga no espaço, tem-se a necessidade de trabalhar com ângulos
sólidos. Define-se ângulo sólido “ω” como sendo o quociente entre a área superficial “A” de uma
esfera pelo quadrado de seu raio “R”.
A
ω= (1.4)
R2
R
A
ω
A área superficial de uma esfera é de “4πR2”, logo o ângulo sólido dela será de
12,56 sr. O esterradiano [sr] é para o espaço tridimensional o mesmo que o radiano [rad] é para o
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espaço bidimensional. Um esterradiano é definido como o ângulo sólido, que tem seu vértice no
centro da esfera, cuja área superficial é igual ao quadrado de seu raio (A = R2).
Intensidade luminosa
Se você olhar diretamente para um farol e depois repetir a operação mais de lado, é
aparente que não é só a quantidade total de luz emitida pela fonte que é importante. A direção de
propagação da luz também é vital. Luz se propagando numa dada direção, dentro de um ângulo
sólido unitário, é chamada intensidade luminosa, I, e sua unidade no SI é lúmen/esterradiano ou
candela [cd].
Fonte
de Luz
1.1.4. Iluminância
Quando a luz emitida por uma fonte atinge uma superfície, esta superfície será
iluminada. Assim, iluminância (E), é a medida da quantidade de luz incidente numa superfície
por unidade de área. Sua unidade no sistema internacional é lumen/m2 ou lux [lx].
φ
E= (1.6)
1 cd A
1 sr
1m
1 m2
1 lux = 1 lm/m2
Observe que quanto mais distante da fonte luminosa, o fluxo luminoso se expande cada
vez mais, tornando-se menos denso. Portanto, para uma superfície a 0,5 m da fonte a área é igual
a 1/4 da área a 1 m. Se a 1 m a iluminância é de 1 lux, a 0,5 m, com um fluxo luminoso bem mais
denso, a iluminância é de 4 lux.
Além da distância entre a fonte e a superfície, outro fator que influência no valor da
iluminância é o ângulo entre o feixe luminoso e o vetor normal a superfície. Quando o fluxo
luminoso é paralelo ao vetor normal a superfície, tem-se a iluminância máxima. Em situações em
que o fluxo luminoso é perpendicular ao vetor normal a superfície a iluminância será nula
(FIGURA 1.10). Para posições intermediárias, a iluminância varia de 0 ao valor máximo.
r
N r
N
Emáx
r θ
N E=0 E
φ
A iluminância numa superfície também pode ser relacionada com a intensidade da fonte
luminosa e a sua posição em relação ao fluxo luminoso pela EQUAÇÃO 1.7.
I
E= ⋅ cosθ (1.7)
d2
Onde: “I” é a intensidade luminosa da fonte; “d” é a distância entre a fonte e a superfície
e; “θ” é o ângulo formado entre a direção da luz e a normal da superfície
(FIGURA 1.11).
1.1.5. Luminância
Luminância pode ser considerada como uma medida física do brilho de uma superfície
iluminada ou fonte de luz, sendo através dela que os seres humanos enxergam. A luminância é
uma excitação visual e a sensação de brilho é a resposta visual desse estímulo.
Assim, luminância “L”, é definida como a intensidade luminosa por unidade de área
aparente de uma superfície numa dada direção e sua unidade no SI é candela/m2 [cd/m2]. A área
aparente, A’, é a área que a superfície parece ter do ponto de vista do observador (FIGURA 1.12):
r
N
β
A
E⋅ρ (1.9)
L=
π
O olho humano detecta luminâncias da ordem de um milionésimo de cd/m2 até um
limite superior de um milhão de cd/m2, a partir do qual a retina é danificada. Ofuscamento,
impedimento da visão, ocorre a partir de 25.000 cd/m2. Assim se explica como os olhos podem
ser facilmente danificados pela visão direta da luz solar que apresenta uma luminância 1.000
vezes maior que o limite máximo.
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Grandeza
Como medir
Nome Símbolo Significado Unidade
Esfera de Ulbricht: a fonte luminosa é colocada dentro de
uma grande esfera, cujo o interior é pintado de branco
Fluxo φ Componente do fluxo radiante que gera uma lm perfeitamente difusor. Mede-se a iluminância produzida pela
resposta visual. luz difusa através de uma pequena abertura, protegendo os
luminoso
raios que saem diretamente da fonte, esta iluminância é
proporcional ao fluxo luminoso emitido pela fonte.
É a razão entre o fluxo luminoso A eficiência luminosa é deduzida juntamente com a medição
Eficiência "φ" produzido por uma fonte e a φ lm do fluxo luminoso com a esfera de Ulbricht, medindo-se a
η potência "P" consumida. η= potência consumida pela fonte luminosa e seus
Luminosa P W equipamentos auxiliares, através de um wattímetro.
É o fluxo luminoso incidente Luxímetro: é formado por uma fotocélula que transforma a
Iluminância "φ" numa dada superfície, φ energia luminosa em energia elétrica, indicada por um
E E= lux galvanômetro cuja a escala está marcada em lux.
dividida pela área "A"da A
mesma.
A intensidade luminosa "I" e a iluminância produzida "E" são correlacionadas por duas
leis de propagação da luz:
I
E= (1.10)
d2
Esta lei advém do fato que a luz é emitida a partir da fonte para o espaço; assim, quanto
mais longe estiver a superfície menor é o fluxo de luz que ele irá interceptar. Por outro lado, se a
distância é dobrada, a área iluminada é quadruplicada, produzindo uma redução proporcional na
densidade superficial de luz incidente (FIGURA 1.14).
r2 = 2.r1
r1
Superfície
esférica 2
Fonte de luz (4 vezes área 1)
Superfície
esférica 1
A iluminação numa superfície varia com o cosseno do ângulo entre a normal à superfície
e o raio de luz. Ela é máxima quando o raio é normal à superfície, ou seja, quando o ângulo de
incidência θ = 0°. Em qualquer outro caso o raio de luz cobrirá uma área maior, com uma
conseqüente redução no nível de iluminação (FIGURA 1.15).
I (1.11)
E= ⋅ cos(θ )
d2
22
Ângulo de incidência
(cosseno = 0,5)
Distantes da fonte de
luz as linhas de fluxo Iluminância na
luminoso são paralelas superfície inclinada
50 lux
Esta lei diz que a iluminação total numa superfície, produzida por várias fontes de luz,
será a simples soma das iluminações produzidas por cada uma das fontes:
E = E1 + E2 + E3 + ....... + En (1.12)
Materiais expostos à luz se comportam de várias maneiras. Quando a luz incide numa
superfície, uma fração ρ do total incidente é refletida, isto é, retoma ao hemisfério de procedência
sem penetrar na matéria; uma outra porção, α, é absorvido dentro do material, configurando-se
num ganho de energia, enquanto a ultima fração τ pode ser transmitido (no caso de superfícies
transparentes ou translúcidas) para o outro lado (ver FIGURA 1.16).
Reflexão
Material
semitransparente Absorção
Transmissão
FIGURA 1.16 - Fluxo luminoso incidente em uma superfície.
23
Caso φi, φr, φa e φt, sejam, respectivamente, o fluxo luminoso total incidente, refletido,
absorvido e transmitido, pode-se denominar:
Refletância
φr
ρ= (1.13)
φi
Absortância
φa
α= (1.14)
φi
Transmitância
φt
τ= (1.15)
φi
resultando em:
ρ +α +τ = 1 (1.16)
1.3.1. Reflexão
A FIGURA 1.17 mostra como a direção da luz refletida é afetada pela textura da
superfície, variando de difusa (luz refletida igualmente em todas as direções) a especular (luz
refletida somente numa direção, isto é reflexão de espelho). Superfícies rugosas refletem de modo
predominantemente difuso, independente do ângulo de incidência, fazendo que, desta forma, a
luminância da superfície seja resultado apenas da iluminação no plano da mesma e de sua
refletância (FIGURA 1.17a). Superfícies polidas e brilhantes produzem reflexão especular (de
espelho), com o raio de luz refletido localizando-se no plano de incidência e com ângulo de
reflexão igual ao de incidência (FIGURA 1.17b). A reflexão especular é dita "como de espelho"
porque ela mantém a aparência, direcionalidade e tamanho da fonte original. Superfícies que
refletem especularmente podem ser bastante úteis, mas igualmente prejudiciais caso as reflexões
não sejam adequadamente controladas. Entretanto, em geral, as superfícies encontradas na prática
não são nem perfeitamente difusas nem especulares, refletindo luz em várias direções em
diferentes proporções (FIGURA 1.17c).
(a)
(b) (c)
1.3.2. Absorção
Parte do fluxo luminoso incidente em uma superfície não é refletido nem transmitido,
passando a ser absorvido por ela. A parcela absorvida pela superfície depende das características
da mesma, sendo que sua cor será definida em função das parcelas do fluxo luminoso incidente
que é absorvido e refletido.
1.3.3. Transmissão
mesmo de uma forma combinada, produzindo resultados distintos no ambiente lumínico (ver
FIGURA 1.18).
1.3.4. Refração
O fenômeno de refração da luz ocorre quando a luz atravessa materiais com índices de
refração distintos; a direção do facho de luz e alterada durante sua trajetória através do material.
Esta modificação na direção é causada por uma modificação na velocidade da luz. A velocidade
diminui se o novo meio é mais denso do que o primeiro, e aumenta, quando este meio é menos
denso. A modificação na velocidade é seguida por um desvio da luz que é conhecido como
refração (ver FIGURA 1.19).
α1
η1
η2
α2
η1
α1
A lei da refração é descrita pela EQUAÇÃO 1.17, onde η1 e η2 são os índices refrativos
do primeiro e segundo meio respectivamente, α1 o ângulo de incidência do fluxo luminoso e α2 o
ângulo de refração da luz.
η1 sen(α 2 )
= (1.17)
η2 sen(α1 )
A TABELA 1.4 fornece alguns índices de refração. Como pode ser visto o índice de
refração do ar é 1 (ηar =1), o que torna a EQUAÇÃO 1.17 mais simples, resultando na EQUAÇÃO
1.18.
2. COR
Sob um ponto de vista subjetivo, a cor é a resposta a um estímulo luminoso captado pelo
olho e interpretado no cérebro. Assim, a cor é uma sensação que depende de diversos fatores, tais
como: posição que ocupa dentro de um conjunto de cores, iluminação que recebe, composição
com outras cores, etc.
Quando duas ou mais cores são superpostas, gera-se uma cor diferente das que lhe
deram origem. Existem dois processos através dos quais é possível misturar cores:
Ao se descrever uma superfície vermelha a uma outra pessoa, ela tem uma idéia geral
sobre a mesma, o problema surge quando se ordena a essa pessoa que reproduza esta superfície
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vermelha com exatidão. Surge então a necessidade de especificar a cor com precisão (Qual seu
colorido?; Qual seu brilho?). Um dos primeiros sistemas criados e também um dos mais
conhecidos de classificação de cores, foi desenvolvido em 1915 pelo americano Albert H.
Munsell baseado em três atributos distintos:
Matiz (ou Tom): é a qualidade que distingue uma cor da outra, é o conceito de cor
usando os termos comuns das cores, vermelho, amarelo, azul, etc, com cores de
transição e outras subdivisões. A matiz depende do comprimento de onda
dominante.
V ⋅ (V − 1)
ρ= (1.19)
100
Saturação (ou croma): é dada pela intensidade ou pureza da cor. Munsell estabeleceu
uma escala ascendente de até 14 graus para correlacionar as diferenças entre a
cor pura e o cinza neutro.
Neste sistema,
cada cor possui uma
notação feita em três
partes: Matiz-
Valor/Saturação. Deste
modo um certo tom
(matiz) de verde com um
valor médio na escala de
brilho (valor) e com 8
graus distante do cinza
neutro será representado
da seguinte forma: 5G-
5/8.
Um outro sistema de especificação de cores, não tão simples como o sistema proposto
por Munsell, foi proposto em 1931 pela CIE (Commission International de L'Eclairage). O
sistema proposto pela CIE é baseado no seguinte procedimento:
coloca-se um observador em frente a uma tela branca;
em uma metade da tela é projetada uma fonte de luz arbitrária (fonte teste);
na outra metade da tela é projetada uma combinação das três cores primárias de luz
(vermelho (λ=700 nm), verde (λ=546,1 nm) e azul (λ=435,8 nm));
observador tem que ajustar a intensidade das três cores primárias até que ambos os
lados da tela apresentem a mesma cor e o mesmo brilho.
Cabe salientar que, embora os dois lados da tela tenham a mesma cor, eles podem não
possuir a mesma composição espectral e que as quantidades de luz vermelha, verde e azul que
especificam a cor observada são valores únicos para a mesma.
1.8
1.6
1.4
1.2
Tristímulos
0.8
0.6
0.4
0.2
0
380 430 480 530 580 630 680 730 780
Com prim ento de onda [nm ]
X
x= (1.20)
X +Y + Z
Y
y= (1.21)
X +Y + Z
Z
z=
X +Y + Z (1.22)
x+ y + z =1 (1.23)
Cabe salientar que a referência feita a cores quentes ou frias (quanto a sua aparência)
tem o significado inverso ao da temperatura da cor. O vermelho "quente" tem na verdade a menor
temperatura da cor, enquanto o azul "frio" é emitido pelos corpos a mais alta temperatura.
As fontes de luz podem ser divididas, com uma certa aproximação de acordo com sua
aparência de cor e temperatura de cor correlata (ver TABELA 1.5).
Diversas experiências têm mostrado que para uma iluminação de boa qualidade, a
aparência de cor das fontes de luz deve estar de acordo com o nível de iluminação. A TABELA 1.6
mostra a aparência de cor em função do nível de iluminação para ambientes iluminados com
lâmpadas fluorescentes. Analisando a TABELA 1.6 nota-se que quanto maior for o nível de
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iluminação, maior deve ser a temperatura de cor, proporcionando ao ambiente uma aparência de
cor mais fria.
Embora a luz branca contenha as sete cores do espectro, nem todas as fontes de luz
branca, tais como lâmpadas, luz natural ou solar, contém iguais quantidades de cada cor. Por
exemplo, luz do sol ao meio-dia apresenta um espalhamento das cores bastante uniforme
(FIGURA 1.27a), enquanto uma lâmpada incandescente contem uma grande quantidade de
vermelho (FIGURA 1.27b). Lâmpadas fluorescentes são normalmente deficientes no vermelho,
mas apresentam picos de amarelo/verde e algumas partes de azul (FIGURA 1.27c). Lâmpadas de
vapor de mercúrio são deficientes no azul (FIGURA 1.27d).
(a) (b)
(c) (d)
FIGURA 1.27 - Curva de distribuição espectral de algumas fontes de luz.
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Cor da luz
Cor do objeto
Amarelo Vermelho Azul Verde
TABELA 1.8 - Classificação das fontes de luz conforme o índice de reprodução de cores.
Grupo de Índice de
Aplicação típica
reprodução de cor reprodução de cor
Ao escolher a cor dos ambientes de trabalho, deve-se dar preferência a tons suaves, pois
embora as cores vivas sejam mais interessantes, elas se tornaram cansativas para aqueles que
terão que passar uma jornada de trabalho de 8 horas ou mais neste ambiente. Isto não quer dizer
que o uso de cores vivas deve ser descartado, muito pelo contrário, existem certos ambientes que
elas proporcionarão um efeito psicológico muito mais eficaz, tais como: halls de entrada, salas de
espera, salas de lazer, etc.
iluminamento geral do ambiente sem que seja necessário aumentar o fluxo luminoso das fontes
de luz. Na TABELA 1.9 são apresentados os índices de reflexão média de algumas cores.
Cores de tetos e forros: Na escolha da cor do teto deve-se optar por cores mais claras.
Quanto mais estas se aproximem do branco, melhor serão as condições de iluminação do
ambiente. A luz difusa refletida pelo teto proporcionará uma melhor uniformidade dos
níveis de iluminação do ambiente, reduzindo os problemas de sombras excessivas e de
ofuscamentos produzidos por reflexões dirigidas.
Cores de paredes: O fundo de qualquer ambiente é limitado por suas paredes, e sobre
este fundo se destaca tudo que nele existe. É para este fundo que a visão é direcionada
quando se afasta de sua atividade, portanto, deve-se evitar diferenças acentuadas entre a
cor do plano de trabalho e o fundo, pois isto exigirá do olho um grande esforço de
adaptação a nova cor, resultando em uma fadiga visual. A cor das paredes e do plano de
trabalho deverá sempre que possível possuir o mesmo tom.
Pisos: Recomenda-se que o piso tenha uma cor mais escura que as que foram utilizadas
para as paredes e o teto.
Teto 90 - 70
Paredes 70 - 50
Piso 40 - 20
A grande vantagem do uso das cores para sinalização é que ela possibilita uma reação
instantânea no observador. Um cartaz faz com que um observador pare, leia, analise e só então
depois de todas estas etapas, tome a atitude recomendada pelo mesmo. Para que com as cores a
reação fosse imediata, foi necessária uma uniformidade na aplicação destes sinais, de tal forma
que o seu significado seja sempre o mesmo.
A norma brasileira NB-76/59 determina as cores dos locais de trabalho com a finalidade
de evitar acidentes. A aplicação de cada uma das cores é mostrada na TABELA 1.11.
39
Cor Aplicação
A TABELA 1.12 apresenta algumas cores fixadas pela norma brasileira NB-54/57 para
tubulações, outros códigos poderão ser obtido consultando-se a norma.
Cor Aplicação
3. ILUMINAÇÃO ESPACIAL
Um outro conceito utilizado para caracterizar um sistema de iluminação, que não seja
somente a iluminância no plano de trabalho é proposto adotando-se dois novos conceitos:
iluminância escalar e vetor iluminação.
Utilizando-se a EQUAÇÃO 1.6, e admitindo-se que a pequena esfera possui um raio "r", a
iluminância escalar pode ser representada pela EQUAÇÃO 1.24:
φ
ES = (1.24)
4π ⋅ r 2
E1
É uma grandeza composta, apresentando
magnitude e direção. A magnitude do vetor
iluminação em um ponto é a diferença máxima de
iluminâncias entre dois pontos diametralmente
opostos na superfície de uma pequena esfera
colocada neste ponto. Sua direção é dada pelo
diâmetro que liga os dois pontos que apresentam a
máxima diferença. É designado por ∆Emáx e é E2
medido em lux.
φ
E= (1.25)
π ⋅r 2
Área
parafoveal
Pálpebra
Abertura
Córnea
Íris
Pupila
Área Foveal Lentes Filme
Diafragma
100%
90%
60%
Visão diurna
50%
(Fotópica)
40%
30%
20%
10%
0%
380 430 480 530 580 630 680 730 780
Comprime nto de onda [nm]
A curva V(λ) é de fundamental importância nas medições de luz uma vez que é
internacionalmente usada como base em qualquer medição de luz, independentemente do nível de
iluminação.
Contrate é a diferença de
brilho entre a figura e o
fundo. Se o contraste não
existir a figura ficará
camuflada
Analisando o gráfico da FIGURA 1.35 nota-se que até 1.000 lux o rendimento visual
cresce enquanto a fadiga visual decresce. A partir deste ponto até 2.000 lux há um aumento
discreto do rendimento visual com um acréscimo da fadiga visual. Ultrapassado os 2.000 lux o
rendimento visual tende a permanecer constante com um aumento da fadiga. Por isso,
recomenda-se que somente em situações especiais utiliza-se níveis de iluminamento maiores que
2.000 lux.
4.3.2. Contraste
Lmaior − Lmenor
C= (1.27)
Lmaior
Lmáxima − Lmínima
C=
Lmáxima + Lmínimo (1.28)
A Equação 1.26 resultará em contrastes que variam entre 0 e 1 para um objeto que é
mais escuro que o seu entorno, e de 0 a ∞ (infinito) para aquele objeto que é mais luminoso que o
fundo. Esta equação é mais freqüentemente utilizada em casos que o fundo é mais luminoso que
o objetivo.
A EQUAÇÃO 1.28 apresenta uma outra maneira de determinar o contraste figuras e seus
respectivos fundos. Esta formulação define o que é conhecido como modulação.
A luminância de uma superfície varia com o ângulo de incidência da luz e o ângulo de
observação. Quando estes ângulos forem semelhantes o contraste será mínimo e o reflexo da luz
47
Em pleno dia pode-se perceber diferenças de luminâncias de até 1%, mas sob condições
precárias de iluminação até diferenças de 10% podem passar despercebidas. A sensitividade ao
contraste melhora com o aumento da luminância, que por sua vez é função da iluminação, até um
certo limite (possibilidade de ocorrer ofuscamento). Uma aplicação importante da sensitividade
ao contraste é a iluminação de sinalização de emergência tipo SAÍDA; deve haver um alto
contraste entre o sinal e o ambiente cheio de fumaça para permitir que o mesmo seja visível.
α
d
Tipicamente, um adulto pode perceber detalhes com um ângulo visual de 1' (min),
resultando numa acuidade visual de 1. A acuidade visual de uma criança pode chegar até 2,5,
enquanto que com a idade a acuidade pode decrescer até menos que 1. Assim, a distância máxima
para visão com precisão, limite de percepção, pode ser obtida pela EQUAÇÃO 1.29:
d
D≤ (1.29)
tan(1' )
Portanto, o menor detalhe que o olho normal pode distinguir com precisão deve ter uma
dimensão de pelo menos 1/3.438 da distância de observação:
D
d≥ (1.30)
3.438
Acuidade visual, e por conseqüência,
as distâncias do observador ao objeto e as
dimensões deste objeto, são também afetadas
pelo nível de contraste, contraste de cor,
tempo de visão e qualidade ótica do olho. O
projetista deve estar consciente do grau de 5a
detalhe provável a ser requerido num a
determinado ambiente. Acuidade é
normalmente medida através do anel de
Landolt (FIGURA 1.38). Consiste em círculos
com uma interrupção na sua circunferência. O
teste envolve a visão de uma imagem com
mais ou menos 100 anéis, onde se deve dizer FIGURA 1.38 –Anel de Landolt para teste de
onde a falha ocorre (isto é, 12, 3, 6 ou 9 horas). acuidade visual.
Os dois aspectos vistos anteriormente são expressões da eficiência visual sob condições
estáticas. Dado tempo suficiente, a maioria das pessoas serão capazes de perceber um objeto
mesmo se o contraste e a acuidade visual forem fracos. Entretanto, eficiência precisa ser medida
em relação a tarefas visuais transientes, em relação a mudanças; desta forma, o tempo também é
considerado. Desempenho visual é quantificado tanto pelo tempo necessário para se perceber um
objeto, como pelo número de objetos percebidos por unidade de tempo. Este aspecto apresenta
conseqüências importantes quanto à segurança com respeito à circulação, escadas, vias de
tráfego, etc. A FIGURA 1.39 mostra que o tempo necessário para a realização de uma determinada
tarefa visual diminui com o aumento do nível de iluminação. Existirá um momento em que,
aumentar do nível de iluminação, não diminuirá o tempo de realização da tarefa. Para cada tarefa
tem-se o nível de iluminação ideal.
49
Tempo necessário
para ver
Este termo fornece uma descrição geral de como os três parâmetros discutidos acima se
combinam para dar uma medida da habilidade do olho em desempenhar tarefas visuais. Ele ajuda
a responder:
4.4. OFUSCAMENTO
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