Não se acomode com nada menos do que você pode ser...
transforme sua vida em uma obra
de arte! Esta série é sobre como as idéias de Sigmund Freud sobre o inconsciente têm sido usadas pelos poderosos para controlar as massas,em uma era de democracia. No último episódio vimos como as idéias de Freud se alastraram na América, nos anos 50. Elas foram promovidas por sua filha Anna, e pelo seu sobrinho, Edward Bernays, inventor da profissão de "relações públicas. Ele trouxe as teorias de Freud para o cerne do mundo da propaganda e marketing. Um homem como você... quero dizer..com um revestimento desses...?! Ambos acreditavam que dentro de todos os seres humanos havia um "eu" irracional, oculto, que precisava ser controlado, tanto pelo bem dos indivíduos, quanto para a estabilidade da sociedade. Mas os Freud estavam prestes a perderem o poder para oponentes que diziam que eles estavam errados, sobre a natureza humana. O eu interior não precisaria ser reprimido e controlado, ele poderia ser encorajado a se expressar. Disto viria um novo tipo de ser humano e uma sociedade melhor. Mas o que surgiu de fato desta revolução, foi o oposto. Um indivíduo vulnerável, isolado, e a cima de tudo, ganancioso; muito mais aberto à manipulação, tanto pelos negócios quanto pelos políticos do que qualquer um que tenha vindo antes. Os poderosos agora controlariam o indivíduo não ao reprimi-lo, mas ao alimentar seus infinitos desejos. O Século do "Eu" Parte três: Há um policial nas nossas cabeças, e devemos destrui- lo. O que acontece aqui é a libertação dos sentimentos. Ou seja, sentimentos, não somente memórias, que têm sido suprimidos, por exemplo, os gritos, choros, a fúria. Se a pessoa está realmente furiosa, ela deve deixar isso sair. Não! Não! Eu mato você! Isso.. eu.. eu sou um velho. Ouça.. se eu posso ter toda esta força pra fazer isso, pessoas jovens também conseguem, se tiverem esses sentimentos. Nos anos 50, um pequeno grupo de psicanalistas renegados iniciou um tipo novo de terapia. Eles trabalhavam em pequenas salas em Nova lorque e encorajavam seus pacientes a expressarem abertamente seus sentimentos. Eu quero ajuda! Eu quero! Era um ataque direto ás ideias dos psicanalistas Freudianos que tinham se tornado ricos e poderosos, ensinando aos americanos como controlar seus sentimentos. No trabalho do Freud, eles tinham medo dos sentimentos. Dr. Alexander Lowen Psicoterapeuta experimental nos anos 50. O que eles queriam era restringir as pessoas a fazerem a coisa certa, e viverem a vida apropriada. Era o que eles queriam. Não uma vida emocional intensa. O próprio Freud não era emocional, quero dizer, Freud, ele era do tipo intelecto. Eu também sou do tipo intelecto, eu sei, mas também sou mais do que isso. O líder desse grupo era um homem odiado por Freud e sua família. Ele se chamava Wilhelm Reich. Reich vivia isoladamente em uma casa que ele construiu sozinho nas remotas montanhas próximas à fronteira canadense. Reich inicialmente era um devotado discípulo de Freud em Viena, nos anos 20.Mas ele discordou de Freud sobre as bases fundamentais da psicanálise. Freud dizia que os seres humanos no fundo ainda eram guiados por instintos animais primitivos. O trabalho da sociedade era reprimir e controlar estas perigosas forças. Reich acreditava no oposto. As forças inconscientes dentro dos seres humanos, ele dizia, seriam boas. Era a repressão delas pela sociedade, que as distorcia. Isto era o que tornava as pessoas perigosas. Reich e Freud tinham visões fundamentalmente diferentes sobre o que seria a natureza essencial do ser humano. Morton Herkowitz Aluno de Wilhelm Reich Em seu cerne, Freud via um inferno agitado de emoções incontroladas, violentas, belicosas. Reich disse que essas coisas não eram o que os seres humanos estavam destinados a ser originalmente, elas resultavam da proibição dos impulsos originais de se expressarem. O impulso natural, dizia Reich, era o libido, a energia sexual. Se isto fosse libertado, então os seres humanos floresceriam. Mas esta idéia o colocou em conflito direto não somente com Sigmund Freud, mas com sua filha Anna, que acreditava que as forças sexuais nos humanos eram perigosas, se não controladas. Meu pai achava que se deveria soltar a libido, e ter liberdade. E ele desenvolveu a teoria de que as neuroses eram consequência da falta de um bom orgasmo, de qualquer orgasmo. Lore Reich Rubin - Filha de Wilhelm Reich Anna Freud era uma virgem, e isso é importante porque ela nunca teve uma relação sexual com um homem; e havia aquele homem pregando que o caminho para a saúde era o orgasmo, e havia aquela mulher, que tinha sido analizada pelo pai que a viu se masturbando. De um lado há essa mulher que se opôs à realidade da sexualidade e de outro lado esse homem que pregava a liberdade sexual. Estavam destinados a uma colisão, não estavam? O conflito veio à tona em uma conferência em xxx , na Suíça. Anna Freud, que agora se tornara a reconhecida líder do mov. psicanalítico, forçou a saída de Wilhelm Reich. Ela destruiu sua carreira. Ela se livrou dele, definitivamente. E acredito que parte do que eu estou fazendo é me livrar dela. Pode explicar? Bem, eu acho que Anna Freud não pode se safar com o que ela fez, isso deve ser exposto. Ela manobrou pra fazê- lo ser expulso da Associação psicanalítica internacional. Então é uma vingança sua? Você pode dizer assim, ou que estou "errando um direito" Não, endireitando um erro! Melhor cortar isso. Não é o que chamam de deslize Freudiano?- Sim, é sim. Reich foi para os Estados Unidos, e construiu sua casa e laboratório. Suas idéias se tornaram pomposas, ao ponto da loucura. Ele achava ter descoberto a fonte da energia libidinal. Ele a chamou de "orgone", e Reich construiu uma máquina gigante a qual ele dizia, poderia capturar essa energia da atmosfera e concentrá-la nas nuvens, para produzir chuva. Ele também dizia que a arma poderia ser usada para destruir ovnis que ameaçariam o futuro do mundo. Em xxx, Reich foi preso pelas autoridades por vender um dispositivo que ele dizia curar câncer usando energia orgone. Reich foi tratado como um louco. Ele foi preso, e seus livros e artigos, queimados, por ordem judicial. Um ano depois, Reich morreria, na prisão. Para os Freudianos, parecia que a principal ameaça tinha sido eliminada, para sempre. Mas eles estavam errados. Os Freudianos ainda não tinham percebido que sua influência na sociedade Americana também estava para ser desafiada. E de uma maneira que levaria não somente ao seu declínio mas ao dramático renascimento das idéias de Reich na América e em todo mundo capitalista. "Mas então.. "De repente, de uma só vez: O consumidor é o Rei. Ele é quem faz ou desfaz fabricantes, atacadistas e varejistas,quem ganha sua confiança, ganha o jogo. Quem perde sua confiança, perde. No fim dos anos 50, a psicanálise tinha se envolvido profundamente na condução do consumismo, na América. Muitas companhias de publicidade contrataram psicanalistas. Como vimos no último episódio, eles criaram novas formasde compreender as motivações dos consumidores, principalmente atravésdos grupos de discussão [Focus Groups] no qual consumidores associavam livremente seus sentimentos em relação aos produtos. Disso veio uma nova maneirade vender os produtosao apelar aos desejos inconscientes dos consumidores. Mas no inicio dos anos 60 surgiu uma nova geração atacou isto. Eles acusavam o empresariado Americano de usar técnicas psicológicas para manipular os sentimentos das pessoas e transformá-las em consumidores ideais. Propaganda é manipulação Robert Pardun Ativista estudantil no inicio dos anos 60 é uma forma de fazer com que você faça algo que não vem de você, vem de outra pessoa. Outra pessoa diz que: "esse ano você deve vestir camisas rosa choque, que combinam com sapatos rosa choque" e eu digo: porquê? Isso não sou eu, é outra pessoa. Eles querem que você seja alguém que compraria suas coisas. Essa sensação toda de ser ferramenta de alguém, Eu não quero ser isso. Eu não quero ser de alguém. Quero ser eu mesmo. Nos anos 60, um movimento de protesto começou nas universidades Americanas. Um dos principais alvos dos estudantes era a América corporativa. Eles acusavam as corporações de fazerem lavagem cerebral no povo Americano. O consumismo não é só uma maneira de ganhar dinheiro. Ele se tornou uma maneira de manter o povo dócil enquanto permite que os governos busquem uma guerra violenta e ilegal no Vietnã. O mentor dos estudantes era um famoso escritor e filósofo chamado Herbert Marcuse. Marcuse estudara psicanálise e era um crítico feroz dos Freudianos. Dizia que eles ajudaram a criar um mundo no qual as pessoas eram reduzidas à expressão de sentimentos e identidades através de objetos da produção em massa. Isso resultou no que ele chamava de "homem unidimensional", conformista e reprimido. A psicanálise se tornou o agente corruptor dos governantes da América. Herbert Marcuse - Entrevista em xxxx Foi um dos mais impactantes fenômenos, em que, nesta extensão, a estrutura de poder administrativo pôde manipular e controlarnão somente a consciência mas também o subconscientee o inconsciente dos indivíduos. E isso aconteceu, em termos psicológicos pelo controle e manipulação dos impulsos inconscientes expostos por Freud. Pense bem; são pessoas da América lá fora... Todos doutrinados, crianças! Sofrendo lavagem cerebral. É como se eu estivesse descansando e você dissesse: "Mate um idiota" E você me dissesse depois: "mate-me"! Seguindo a lógica dos argumentos de Marcuse, a nova esquerda estudantil iniciou o ataque a este sistema de controle social. Eles invocaram o slogan:"Há um policial dentro das nossas cabeças, ele deve ser destruído". E aquele policial seria destruído ao derrubar o estado e as corporações que o colocaram ali. Um desses grupo, os "Weatherman", começou uma série de ataques com bombas em empresas que eles diziam que controlavam as mentes das pessoas através de produtos para consumo, e que faziam armas usadas no Vietnã. “Não há como buscarmos a não-violência no meio de uma das sociedades mais violentas da história. Não estou comprometida coma não-violência, de forma alguma.” Bernadine Dohrn - Fundadora do Weatherman Queremos viver uma vida que Linda Evans - Membro do grupo revolucionário Weatherman não seja baseada em valores materialistas, mas todo o sistema governamental e a economia da América é baseada no lucro; em egoísmo e avareza. Então, para ser humano, para amarmos aos outros, para sermos iguais aos outros, e não os padronizar, temos de destruir o tipo de governo que nos impede de reforçar nossos valores positivos de vida. Mas o estado Americano revidaria violentamente. Na convenção democrática de Chicago em xxx a polícia e a guarda nacional atacaram milhares de manifestantes. Foi o início de uma fase de brutal repressão da nova esquerda, na América. Que culminou com o assassinato de quatro estudantes na universidade de Kent, meses depois. Diante disto, a esquerda começou a se retirar. “Nós vimos a força do estado. Era muito maior e mais forte e poderosa do que nós pensávamos. A partir dali, parece que aconteceu uma mudança nas táticas. Diante desta violenta repressão muitos da nova esquerda formularam uma nova idéia. Se seria impossível tirar o policial da cabeça de alguém derrubando o estado, então deveria-se encontrar um jeito de entrar em suas cabeças, e remover controles implantados pelo estado e pelas corporações. Disso viria um novo "eu", e portanto uma nova sociedade. Pessoas que foram politicamente ativas foram convencidas de que se pudessem mudar a si mesma se serem indivíduos saudáveis e se o movimento crescesse objetivando que as pessoas mudassem assim, então, de alguma maneira todas aquelas mudanças positivas que aconteceriam... Bem, digamos que quantidade se tornaria qualidade, e haveria um tipo de transformação espontânea da sociedade. Mas não seria necessário o ativismo político. Era sobre fazer um novo "você". Se uma quantidade suficiente de pessoas mudasse a sociedade mudaria. Então o pessoal se tornaria político. Sim, o pessoal se tornaria político. Sem mudar as pessoas, você não tem como mudar a política. Se levantar contra o poder do estado Americano não era uma opção. Nos expulsaram a tiros. E pra criar o novo "eu", eles se voltaram às idéias e técnicas de Wilhelm Reich. Desde sua morte, um pequeno grupo de psicoterapeutas tinham desenvolvido técnicas baseadas nas idéias de Reich. O objetivo deles era inventar formas de permitir aos individuos se livrarem dos controles implantados em suas mentes, pela sociedade. Sua base era um pequeno hotel em uma remota costa da Califórnia. Era chamado Instituto Esalen. A principal figura do Esalen era um psicanalista chamado Fritz Perls. Perls foi treinado por Reich, e tinha desenvolvido um tipo de encontro de grupos na qual ele leva os indivíduos a expressarem publicamente os sentimentos internos que a sociedade dizia serem perigosos e que deveriam ser reprimidos. É um medo forte daquela coisa dentro de mim como um demoniozinho lá dentro. Ele não sai com frequência. É muito difícil expressar.. então coloque essa coisa dentro de si, naquela cadeira, e fale com ela! Perls costumava chamar isso de "colocar na cadeira em frente ao grupo". Se essa for a cadeira, e vocêfor Perls, você me guiaria nesse processo de auto-atuação, de auto-revelação, de estar presente diante de todas as partes de si, e perceber isto e então tomar o controle disto.- Esse é o demônio?- Sim. Sim, eu posso sair. Eu posso sair dele.- Eu posso tirar ele pra fora.- Você... diga você.- Posso tirar você pra fora.- Sim.- Você é o demônio em cada um de nós.- Eu posso fazer todos vocês chorarem. Eu posso fazer vocês se sentirem terríveis, talvez para sempre. Eu posso.. fazer.. essa boca fazer e dizer coisas... Eu posso até destruir qualquer um... cada um de vocês. Se eu sair... Nenhum de vocês eu pouparia... Nem mesmo você. Sim. Como se sente agora? Me sinto melhor... quer dizer, me sinto muito sincero. Sim. E você percebeu o aumento de poder? Em outras palavras, assumir a propriedade de quem você é e como você age, e como se sente, sua integridade no mundo, ou seja, dando-se autonomia. Ganhando sua liberdade. Estou assustado! Quando eu tenho meu poder, eu fico assustado! - Diga, "eu assusto vocês com meu poder!"- Eu assusto vocês com meu poder! Sente agora o poder em suas mãos, em seus músculos? Levante! Eu quero que você (?) pra mim, maldito!Ok, ok! Pare com isso. Foda-se. Não foi um movimento engraçado. É o que eu quis fazer, e eu fiz! Perls e outros de Esalen acreditavam que estavam criando meios de permitir aos indivíduos expressarem seu lado interior. Eu quero que eles me aplaudam! Eles acreditavam que disto viriam novos seres autônomos, livros de condicionamento social. Para a esquerda, derrotada nos levantes de Chicago, era uma idéia muito atraente. Essas técnicas poderiam ser usadas para liberar um novo "eu" poderoso forte o bastante para derrubar a velha ordem. No fim dos anos 60, e início dos 70 milhares foram para Esalen. Uns poucos anos antes, ele era um obscuro instituto. Agora se tornara o centro de um movimento nacional pela transformação pessoal. O Movimento do Potencial Humano. Isso se tornou magnético. As pessoas queriam entrar nesta corrente de exploração. Entre sete ou oito anos havia uns duzentos destes centros na América aparentemente com o Esalen como lider. Me sinto tão liberada!- Sério? Isso é ótimo! E isso virou um grande programa político. Você não poderia separar a transformação pessoal da transformação social. Os dois andam juntos. Á medida que o movimento crescia, os líderes do Esalen decidiram tentar usar suas técnicas para resolver problemas sociais. E começaram com o racismo. Eles organizaram uma reunião para radicais brancos e negros. Ambos seriam encorajados a expressarem seus sentimentos racistas internos que Ihes foi injetado pela sociedade. Fazendo isso, transcenderiam esses sentimentos e encontrariam uma ao outro, como indivíduos. Eu comecei uma série de reuniões chamadas "confrontação racial como experiência transcedental”. Pensamos que deviamos ter esse tipo de confrontação entre negros e brancos onde se poderia mergulhar e ver o que há entre as duas raças não com a retração, ou tentando ser polido mas indo direto ao estômago da besta, desta besta chamada preconceito racial. E isso foi extremamente dramático, eram os maiores cursos já feitos no instituto Esalen. Eu estou olhando pra você, branquelo, você tem suas roupas! Você tem seus sapatos! Você tem tantas certezas olhando pra mim, nao é? Você tem a maldita polícia na sua vizinhança! É mesmo? Eles não são meus policiais! Você tem o governador! Tem o Prefeito!- É mesmo? Você tem o presidente, você tem embaixadores! Ah, é? Você pode votar também! Você tem mortes no Vietnã. Esses são os benefícios do trabalho escravo! Você tem cobradores, arranha-céus, que você domina e controla econômica e politicamente! E diga pra mim que não são de vocês! São seus também! Então os negros se juntaram e atacaram os brancos. E eles simplesmente nos deram isso. Eles chamaram de mijar nas pessoas. O que significa mijar em seus segredos. Sua discrição, e por aí vai. Como o branco liberal.. ah, eles.. eles foram fundo no branco liberal. Não me venha com essa merda, enquanto euestiver vivo. Você é um maldito mentiroso,seu branco rosado filho da ***!É, eu não sei porque vocêveio, nenhum de vocês.Você não tem um amigo preto, nao é?Você espera que a gente faça o que?Pra trás!Hein? O que você veio fazer aqui?Você está aqui sentado, com aspernas abertas, falando besteiras.Então, o que você veio fazer aqui?As reuniões entre negros ebrancos foram um desastre.Os radicais negros disseram que era umatentativa insidiosa de destruir seu poder,Ao tentar transformá-losem indivíduos liberados,o Esalen estava tirando deles aquiloque Ihes deu poder e confiançaem sua luta contra o racismo;sua identidade coletiva, como negros.Entao entenda! Sua razão paravir aqui é diferente da minha!Logo o movimento do potencial humanovoltou-se pra outro grupo socialque eles acreditavam que sebeneficiaria da transformação pessoal.Freiras. E dessa vez elestiveram mais sucesso.O Convento do CoraçãoImaculado em Los Angelesera um dos maiores seminários na America.Um grupo de psicoterapeutasradicais abordou o convento.Queriam experimentar suastécnicas de liberação pessoalde indivíduos cujas identidades foramdefinidas por séries de regras externasque foram profundamente internalizadas.O convento, ansioso por parecermoderno, aceitou o experimento.E nós fizemos encontros semanaispara muitas centenas defreiras do Coração Imaculado.Dizíamos às freiras, que eram reservadas,e tendiam a ser mais reservadasque as pessoas normais;"não seja reservada, deixe isso sair,você é uma boa pessoa, você não podefugir do que você é realmente""você não precisa fazer-se de freira","você não precisa mantera cabeça baixa"."A prudência é umavirtude supervalorizada. "Você está tentando se afirmar,tentando descobrir quem você é,quem está se tornando, e aomesmo tempo está tentandoviver uma vida de dedicação ao serviçoVocê está tentando fazer todas essascoisas se enquadrarem em quem você é,isso é tão turbulento, àsvezes que você explodee faz coisas estranhas.Correr pelo pomar, roubar laranjastirar refrigerantes docongelador, coisas malucas.Eu senti estar sendo uma hipócrita.e queria que as pessoas me respeitassem peloque eu era, não pelo que eu estava vestindoentão, fiquei grata pela mudança.Você ficou com medo, mas continuou.Sim, estava morrendo demedo, mas valeu a pena.O experimento começoua transformar o convento.As freiras votaram por dispensar oshabitos em favor de roupas comuns.Os psicanalistas acharam que elastinham despertado outras forças.Uma das coisas que nósliberamos foi a energia sexual.O tipo de coisa que a igrejaé muito boa em restringire que não ficou mais restrita.Uma irmã, que foi membro da comunidadeela pensou que poderia sermais livre do que era antese ela seduziu uma desuas colegas de classe,e seduziu a professora das freiras, queera uma senhora muito reservadae seu programa para libertaresta senhora era sexual.Ela a levou para o depósito, e quandovoltaram e ela a levou á garagemela se inclinou e a deuum brande beijo nos lábios.Dali em diante a irmã quetalvez nunca tenha beijado antesestava pronta para mais.O efeito da experiência noconvento foi catastrófico.Em um ano, freiras, maisda metade do convento,pediu ao Vaticano que fossemliberadas de seus votose seis meses depois, oconvento fechou as portas.Tudo que restou foi umpequeno grupo de freiras,mas elas se tornaramfreiras lésbicas radicais.O restante desistiu da vida religiosa.Desistiram de serem freiras?Sim, desistiram, se tornaram pessoas."Estou aqui pra te contar""Está acontecendo por todo lado"No fim dos anos 60, a idéiade auto-exploraçãose espalhava rapidamente na América.Grupos se tornaram o centrodo que era vista comouma cultura alternativa radical,baseada no desenvolvimento do indivíduolivre da corrupta cultura capitalista.Eu só queria liberta-los, fazê-los serem oque eram. Isso por amor, pela experiência.Um modo de vida positivo. Nãodizemos que você está errado.Só queremos ser livres,ser o que queremos sere o que descobrimos ser, enquantocontinuamos a nos procurar.Isso começava a ter um efeitomais sério na América corporativaporque esses novos "eus" não estavam secomportando como consumidores previsíveis.As empresas de seguros de vida;se preocupavam com o fato que cada vezmenos estudantes fizessem seguros de vidaquando deixassem a universidade.Eles pediram a Daniel Yankelovich,líder de pesquisa de mercado na América,para investigar.Ele estudara psicanálise.O negócio dos seguros de vidamais do que qualquer outro negócio da épocateve por base a ética protestante.Você só faz o seguro de vida se for umapessoa que se sacrifica pelo futuro.Se você vive o presente, vocênão precisa de seguro de vida.Então, ele tinham aquela sensaçãoDaniel Yankelovich - Yankelovich eCompanhia, pesquisa de mercado, Inc.de que talvez os valoresfundamentais da ética protestanteestivessem sendodesafiados por alguns dessesnovos valores quecomeçavam a aparecer.E eu fiquei realmenteatônico com o que descobri.A interpretação convencional era que issotinha a ver com radicalismo político.Mas o que ficou claro pra nós é queisso era a aparência, uma máscara.O centro disso, tinha a vercom a auto-expressão.Essa preocupação com osi mesmo, com o eu interior,era isso que era tão importante paraas pessoas, a habilidade de se expressar.Uau! Que sensação!Yankelovich começou a pesquisaro crescimento e comportamentodestes novos indivíduos expressivos.Ele disse às corporações que essesnovos seres eram consumidoresmas eles não queriam mais qualquer coisaque os colocasse entre os estratosdefinidos da sociedade americana.Em vez disso, o que eles queriam eraprodutos que expressariamsua individualidade,sua diferença em um mundo conformista.As coisas que muito particularmenteas corporações americanas não faziam.Os produtos sempre tiveramum significado emocional.O que era novo era a individualidade.A idéia de que esse produtopode me expressare seja ele um pequeno carro europeu,esse equipamento de som em particular,sua auto-apresentação, sua roupa,Para essa energia repentinanos meus músculos...se tornaram maneiras nas quais aspessoas podem gastar seu dinheiropara dizer ao mundo quem elas são.Mas os fabricantes, eles nao tinham idéiado que estava acontecendo, realmente,com os consumidores ecom o mercado da vida.Grandes empresas de propaganda prepararamo que eles chamaram de grupos operacionaispara experimentar e descobrir comoapelar a esses novos indivíduos.O líder de uma dessas agências mandouum memorando a todos os funcionários:"Temos que nos conformar", eledisse, "aos novos inconformados"."Precisamos ouvir a música deBob Dylan, e ir mais ao cinema".Mas, o problema era que poucos doindivíduos auto-expressivostomariam parte nos grupos de discussão.Os publicitários ficaramsomente com seus recursos.Tem um novo cereal queparece tão gostoso"Ele faz você dançar, até perder de vista!São gostosos quadradinhosde cereais maltadosÉ torradinho e crocante,e tem um gosto tão bom!Mas mais rápido.É o que estou dizendo, use um folk-rock,um pouco mais rock do que folk!E havia um problema ainda mais sério.Fazer produtos para pessoas que queriamse expressar, significaria criar variedades.Mas o sistema de produção em massaque se desenvolvera na Américasó era lucrativo se fossem fabricadasgrandes quantidades dos mesmos objetos.Isso tinha funcionado perfeitamentecom o leque limitado de desejosde uma sociedade conformista.Os indivíduos expressivos amearavamtodo esse sistema de fabricação.E a ameaça estava paraaumentar rapidamenteComo está sua mente?porque um empresário inventara uma maneirade produzir em massa essesnovos indivíduos independentes.Ele se chamava Werner Erhard....algumas das coisas que nós pensamostradicionalmente que estão em nossa mente,na verdade estão no mundo.Onde vocês também estão.Erhard inventou um sistemachamado Curso de Treinamento ErhardEST (Erhard Seminar Training).Centenas de pessoas vinham parasessoes semanais, para aprenderemcomo serem autênticas consigo,e o curso foi rapidamentecopiado por outros gruposcomo o Exegesis, na Inglaterra.Muitas das técnicas de Erhard vieramdo movimento do potencial humano.Ele criticara o movimento pornão ter ido longe o bastante.A idéia deles, de que havia umnúcleo central nos seres humanos,seria, segundo ele, somenteoutra limitação da liberdade humana.Na verdade, não haveriaindividualidade fixao que quer dizer que vocêpode ser o que quiser ser.A teoria do movimento dopotencial humanoera que havia alguma coisarealmente boa, lá no fundo,Werner Erhard - Fundador doCurso de Treinamento Erharde que se você tirar fora as camadasvocê acaba descobrindo um núcleouma coisa que é naturalmenteauto-expressivaisso seria o verdadeiro "eu",que seria uma coisa incrível.Na verdade nós encontramos pessoasque foram até a última camadae tiraram a última camada, edescobriram que não sobrara nada.- Muito bem, empurrem!- Mexa-se! Anda!As sessões de treinamento eramintensas, e frequentemente brutais.Os participantes assinavamcontratos concordando em não saire em permitir aos treinadores fazeremqualquer coisa que achassem necessáriopara quebrar suas identidadessocialmente construídas.- Você vai virar um sanduíche aí!- Ou eu vou vencer!Se eu empurrar com mais forçaque você, eu vou te esmagar!Então é bom você empurrar com força,e rápido! Faça isso! Isso, faça isso!Isso, empurre! Bom, bom!Bom! De novo!O verdadeiro objetivo do treinamento édescer camada após camada, após camada...até que você chegue àúltima camada e a retiree onde você percebe é querealmente tudo é vazio e sem sentido.Esse é o ponto final do existencialismo.O curso vai aléme as pessoas começam a perceber queisso não somente é sem sentido e vazio,mas que o vazio e o semsentido são vazios e sem sentido!E nisso está uma enorme liberdade.Sem constrições, todas asregras que você colocou em si,se foram.E o que Ihe restou é nada,e o nada é um lugar extraordinariamentepoderoso pra se ficarporque é somente a partir donada que você pode criar.E desse nada, as pessoassão capazes de inventar a vida,permitindo que elas criem a si mesmas.- Criar a si mesmas?- Criar a si mesmas.Você pode ser o que você quer ser.Eu quero que vocêcomeçem a fazer aquele some com aquele som, criar, nas pessoas,o mundo da maneira que você quer criar.O que Erhard fez é dizer quesomente o indivíduo importaque não há questões sociais.Que viver uma vida completaé tudo com que vocêprecisa se preocupar.O pessoal de Erhard saí dessestreinos com sensação de quenão era egoísmo pensar emsi mesmo, era um grande dever.Então me beije, e sorria pra mim.Me diga que espera por mim.Me segure como se nunca fosse me deixarO treino era em duas semanasJohn Denver - Graduado doCurso de Treinamento Erharda é uma experiência muitoincrível em minha vidae eu ficarem para sempre grato pelaexperiência. Eu ganhei muito com isso.Nós realmente queremos saber quem somos,acontecem coisas, onde aprendemos maise mais sobre nós mesmos, o tempo todo,para descobrirmosrealmente o que é issoque nos faz nos descobrirmosa todo instante.O curso se tornou um grande sucesso.Cantores, atores, e centenas demilhares de americanos comunssubmeteram-se aos treinos nos anos 70. Mas no processo, a idéia política quecomeçou o movimento de transformação pessoalcomeçou a desaparecer.A idéia original, era que atravésda descoberta e expressão do eu,surgiria uma nova culturaque desafiaria o poder do estado.Nós não vamos deixa-los separarnossa cultura da nossa política!Nós somos o povo. Nósestamos juntos! F**se!O que surgia agora era a idéia de que aspessoas poderiam ser felizes sozinhas,e que mudar a sociedade era irrelevante.Um dos que proponentesdisto era Jerry Rubin.Em Rubin, como líder dosYippies, liderou a marcha em Chicago.Yip = Youth International PartyPartido Jovem InternacionalMas agora ele passarapelo treino de Erhard.Eu queria morrer, etinha complexo de mártirda maneira que todos temos, e euabandonei aquele ideal de sacrifício.Jerry Rubin - Fundador dopartido Yippie,Não sou mais tão esmagadopelas injustiças quanto era.E agora nós nos reencarnamos por dentro.Basicamente a política foi perdidae foi totalmente substituídapor esse estilo de vidaStew AlbertMembro fundador do partido Yippie.E pelo desejo de então de se tornar maisprofundo e mais profundo em si mesmo;então um senso grandioso de si.E meu grande amigo e um dosfundadores do Yippie, Jerry Rubinse moveu definitivamente naquela direçaoe eu acho que ele estava começando aacreditar na idéia de que poderia ser felize completamente auto desenvolvido,por seus próprios esforços.Socialismo de uma pessoa só.Ele estava sozinho nisso?Apesar de isso ser,é claro, capitalismo.Essa é a grande piada.Eu acho que é engraçado, porque aspessoas gastam tando de suas vidassendo atormentadas pelopassado, e apegadas ao passado,e limitadas ao passado, e há uma enormeliberdade nisso, nas pessoas se criarem.O treinamento Ernhard era somente a maisvívida e intensa expressão de uma idéiaque se espalhava rapidamente por todasas camadas da sociedade Americana.Livros e programas detelevisão promoviam a idéiade que o primeiro deverdas pessoas é consigo.E aqueles que monitoravam essa viradaficaram surpresos com a velocidadecom a qual essa idéia se espalhava.Nos anos 70, era uma pequenaporcentagem da população total,talvez de 3 a 5 por cento. Daniel YankelovichYankelovich e Cia pesquisas de Mercado Em 1980, isso tinha se espalhado para a vasta maioria do público,acima dos 80 por cento.E você pergunta: como alguém se auto- realiza?Você acorda, e, enquanto sebarbeia pelas manhãs, você diz:Eu olho no espelho e medigo, digo mesmo, eu digo:"Ninguém vai estragar esse diapra você, Wayne Dyer, ninguém!"E essa preocupação com oindivíduo, com o eu interior,percorreu, e se espalhoupela sociedade nos anos 70.Ele me ajudou a parar de viver nopassado, e começar de novo hojee a usar minhas experiências passadaspara ser uma pessoa melhor, hoje e amanhã.Mas então vem o problema:Como você se expressa?E foi neste ponto que ocapitalismo Americano decidiuque entraria nessa, e ajudariaestes indivíduos a se expressarem lucrando muito, no processo.A primeira coisa que fariam, era descobrirum jeito de entrar na cabeça deles,para descobrir o que esses novos seresqueriam, para serem o que eram.Isto veio, não da avenida Madison,mas de um dos mais poderososinstitutos de pesquisacientífica da América.O Instituto de pesquisasStanford, na Califórnia,trabalhou para corporaçõese para o governo.Fez muitos dos trabalhospioneiros com computadorese trabalhava também nodepartamento de defesano que se tornaria oprojeto "Guerra nas Estrelas".Em , um grupo de economistase psicólogos do Stanforddecidiu encontrar um jeito deler, medir,e atender aos desejos dessesimprevisíveis consumidores.A idéia era criar umaferramenta rigorosapara medir um amploespectro de desejos, valores,que até aquele tempotinham sido ignorados.Nos negócios eles dizem, sabe:"o que tem medida, tem solução".Estávamos basicamente dizendo aosfabricantes que se fossem realmentesatisfazer não somente necessidadesbásicas, mas desejos individualizados,sonhos e desejos de seres humanosmais altamente desenvolvidosvocê teria de segmentar,teria de individualizar.Pra isso, o instituto Stanfordbuscou a ajudadaqueles que começarama libertação do indivíduo.Em particular, um dos líderes domovimento do potencial humano,um psicólogo chamado Abraham Maslow.Através da observação dostrabalhos em lugares como Esalen,Maslow inventara um novosistema de classes psicológicas.Ele o chamou de hierarquia denecessidades, que descreveriaos diferentes estágios emocionaispelos quais as pessoas passavamà medida que liberavam seus sentimentos.No topo estava a auto-realização.Esse era o ponto no qual os indivíduos setornavam completamente autônomos,e livres da sociedade.A equipe de Stanford pensouque a hierarquia de Maslowpoderia ser a base para umanova maneira de categorizar a sociedade.Não por classes sociais, mas por desejose impulsos psicológicos diferentes.Para testar, eles projetaram um grandequestionário, com centenas de questõessobre como as pessoas sevêem, seus valores internos.As questões eram projetadas para veronde as pessoas se enquadrariamnas categorias de Maslow.Estávamos tentando descobrir comorealmente as pessoas se sentem.Então nós fizemos essasperguntas realmente profundas,Amina Marie Spengler - Dir. do prog.de pesq. em valores psicológicos -e contratamos uma companhiapara fazer esse levantamento,e os administradores disseram quenunca tinham visto algo assim.Geralmente voce envia um cartão,e outro depois de seis semanas,então você tem de esperar a resposta,você tem de esperar chegar mais respostas.Nós tivemos um retorno de porcento,e eles enviaram somente um cartão.As pessoas adorarampreencher o questionário.Tivemos muitos questionáriosdevolvidos com um bilhete dizendo:"Você tem outros questionáriosque eu possa preencher?"Porque estavamos pedindo àspessoas que pensassem sobre coisasque elas nunca tinham pensado antes,e elas gostaram de pensar sobre isso.Sabe, sobre como elasse sentem por dentro,o que as motiva, como era a vida delas,o que era importante praelas. Era algo tipo... "uau".As respostas foram entãoanalizadas por computador.E revelaram que haviam padrões subjacentes,na maneira que as pessoas se sentem sobre sie que se enquadravamnas categorias de Maslow.E no topo da hierarquia estavaum grande e crescente grupoque passava por todas as classes sociais.O pessoal de Stanford oschamou de "auto-guiados".Auto-guiados="Inner-directed"Eram pessoas que sentiam que eramdefinidas não pelo seu lugar na sociedademas pelas escolhas que faziam por si.Mas o pessoal de Stanford descobriuque essa pessoas podem ser definidaspelos diferentes padrõs de comportamentopelos quais eles escolhem se expressar.A auto-expressão não é infinita,ela cai em categorias identificáveis.O grupo de Stanford inventou umnovo termo para isto: "estilos de vida".Eles conseguiram categorizaro novo individualismo.Eles chamaram seu sistema de "valorese estilos de vida". Resumindo: "VAL"Iniciais: "VALs" (Values and Life Stiles)à frente desta mudançaestavam três grupos "Val":Grupos que chamamosde auto- guiados.Essas são pessoas paraas quais a satisfação pessoalé mais importante do que status ou dinheiro.Elas tendem a ser expressivas,complexas, e individualistas.Rob é um "eu sou eu".Os "Eu-sou-eu's" buscam por novos valores,se afastam de tradições,e inventam seus padrõesRob até inventou seupróprio nome, Rob Noxious.Jody é uma "Experimentadora".Esse é um grupo que busca o crescimentointerior através de experiências diretas.Os experimentadores estão em cada lugar umavez, é o grupo do "tente de tudo um pouco",e toda essa atividadedemanda produtos e serviços.Seus hobbies são passageiros e suasposses são simples, mas nem sempre baratas.Eu sou um vendedorde livros. Eu vendo livros.Sou um homem de negócios,mas isso não significa que euacredito no capitalismoacontece de ser o queestou fazendo agora.O grupo de Stanford criou um questionariosimplificado com perguntas-chave.Qualquer um que as respondessepoderia ser imediatamente enquadradoentre uma dezena ou maisdesses novos grupos.Isso permitiu aos empresáriosidentificarem quais gruposestavam comprando seus produtos.E desses, quais os produtospoderiam ser divulgadosde maneira a se tornarem poderosos símbolosdos valores e estilos de vida desses grupos.Foi o começo do marketing do estilo de vida.Então isso permitiu ás pessoas não somenteolhar para as outras como demográficosgrupos por idade ou recursos, ouo que seja, mas realmente entenderas motivações subjacentes.Quer dizer, muito da publicidadebuscava as atitudes das pessoase tentavam descobrir oquefazer, mas o que nós fizemos foitentar ver os valoressubjacentes às pessoasde maneira que poderíamosprever qual seu estilo de vida,que tipo de casa elas vivem,que tipo de carros dirigem..Então as corporações ficaram aptas avender coisas para eles ao compreende-lostendo rótulos, sabendo comoparecem ser essas pessoas,onde vivem, qual seu estilo de vida.Se um novo produto expressa osvalores de um grupo em particular,ele será comprado por eles.Isso é o que fez o sistema dos valores eestilos de vida tão poderoso.Esse poder logo seriademonstrado dramaticamente.Os "Vals" estavam para mostrar nãosomente quais produtos eles comprariam,mas os políticos queeles escolheriam votar.Senhoras e Senhores, o próximopresidente dos EUA, Ronald Reagan!Em , Ronald reaganconcorria à presidência.Ele e seus conselheiros achavam que poderiamganhar com uma agenda de novo individualismoque atacaria 50 anos de interferênciados governos na vida das pessoas.Eu escrevi um discurso sobre deixaras pessoas tomarem decisões básicas,Jeffrey Bell - Escritor de discursosde Ronald Reagan -tirar do caminho osjuízes, tirar os burocratas,tirar um governo centralizado do caminho.Dei ao Reagan muitostítulos para ele escolher,e ele escolheu "Deixem o Povo Governar,Deixe o Povo Recuperar o Governo,recuperar o controlede seu próprio destinoà parte de uma distanteelite em Washington.Eu gostaria de dizer,que o tipo de liderança queeu vou exercer em Washingtonnão é o tipo de liderançaem que vou fingirque posso resolver todosos problemas que discutimos aqui,mas, juntos, vocês e eu podemos.Eu quero assumir a liderança,na retirada do governo das costasdo povo americano, e libertá- lo.para fazer o que eu seique nós podemos fazer.Foi radical.Os Modernos Republicanospensaram que foi um suicídio,Jimmy Carter disse que era ridículo,a imprensa foi extremamentenegativa, mas o mais estranho é quefoi muito bem acolhidoem New Hampshire,primeiro lugar onde teríamosde ganhar as primárias.O que era estranho,é que parecia haver um estranho mosaicode apoios às políticas de ReaganAs pesquisas tradicionaisnão mostravam padrões coerentesdentro de classes, idade ou gênero.Mas aqueles que projetaramo Sistema de Valores e Estilos de Vidaachavam que sabiam porquê.Eles estavam testando seu sistematanto na América quanto na Inglaterrae estavam convencidos que tantoa mensagem de Reagan quanto a de Thatchersobre liberdade individualapelaria ao grupo no topo da hierarquia:os auto-governados, porque seenquadrava na maneira que ele se viam.Eles realmente se preocupavam sobreser indivíduos, serem individualistas,logo nos estágios iniciais,quando vimos as mensagensde Reagan e Thatcher, e analisamosnós dissemos que eles estavam usandotermos que realmente apelariama muitas das pessoas mais novase particularmente às pessoas quedirigiam-se à auto-realização.Nós as chamamos de auto- guiadas.Muitos de nossos colegas disseramque isso era ridículoporque os auto-guiados erammuito conscientes socialmente,preocupados com coisas sociais,que eles nunca votariam nos republicanosou não votariam como conservadores,mas nós dissemos quese Thatcher e Reagan continuassema apelar a eles daquela maneira,eles iam sim.A idéia de que os novos indivíduosem busca da realização pessoalescolheriam um político da direita,não da esquerda, pareceu incomum.Para testar sua previsão, aequipe do "Valores e Estilos de vida"fez uma pesquisa de intenção de votos,e a correlacionaram com suasnovas categorias psicológicas.Quando vimos em nossas pesquisasem quem eles iriam votar, comcerteza foram os auto-guiadosque disseram que votariampara Thatcher e em Reagan.E eles fizerama diferençanaquelas eleições,por terem votado em Thatcher e Reagan.E isso realmente surpreendeu meuscolegas, mesmo em minha própria equipe.Isso realmente mostrou opoder dessa abordagemporque é muito difícil identificaros auto-guiados nas ruas.Essas pessoas que votaram emThatcher e Reagan, esses auto-guiados,vêm de qualquer histórico de vida.Dificilmente encontra-secorrelação com classes sociais.Quer dizer, se você só olhar poridade, sexo, ou classes sociais,você nunca os encontra.Mas se você fizer o questionárioque busque seus valoresaí você pode identifica-los facilmente,e isso era completamente novo.No início de , Reaganassumiu como presidente.Mas ele assumiria um paísdiante de um desastre econômico.A terrível inflação dos anos 70 destruiu muitas das tradicionaisindústrias pesadas da América.Milhões ficaram desempregados.Mas fiel às suas promessas decampanha, Reagan disse ao paísque não buscaria ajudar, como os governantesanteriores fizeram, desde a segunda guerra.Os Estados Unidos estão diante de umaaflição econômica de grandes proporções.Presidente ReaganSofremos com uma das mais longase piores inflações da nossa história.Indústrias ineficientes têm levadotrabalhadores ao desemprego,à miséria humana, e à indignidade pessoal.Na crise atual, o governo não éa solução para nosso problema;o govenro é o problema.Mas a aflita economia da Américaseria resgatada, não pelo governo,mas pelo que os novos grupos depesquisa de mercado tinham identificado:Os indivíduos auto- realizadores.Eles estavam pra se tornar o motor doque seria chamado de a nova economia.Você pode ser o que quer ser!Então vamos ver: oque você realmente quer?Um produto agradável,que seja bom pra mim.E pra que você quer isso?Uma técnica é perguntarmos às pessoasa mesma coisa, de novo e de novo.E perguntamos o que você quer, o quevocê realmente quer, pra que você quer,e elas começam a falar sobre isso, eficam meio que acostumadas com aquilo.O que fazemos com essatécnica é retirar as camadas.Imagine as pessoas como tendocamadas e camadas de proteção,pensamentos, comportamentos e crenças;nós queremos chegar ao núcleo.Após a criação dos"Valores e Estilos de Vida"uma grande indústria de pesquisapsicológica de mercado floresceu.E a velha técnica dos grupos de discussão,inventada pelos psicanalistasfreudianos nos anos 50 foi usada de uma maneira nova e poderosa.O objetivo original dos grupos de discussãoera encontrar maneiras de induzir as pessoasa comprar um leque limitadode produtos produzidos em massa.Mas agora os grupos de discussãoeram usados de maneira diferente,para explorar os sentimentos dosgrupos de determinados estilos de vidae daí inventar todo umnovo leque de produtosque permitiriam a esses grupos expressaremo que pensam ser sua individualidade.E a geração que uma vez rebelara-se contrao conformismo imposto pelo consumismo,agora o adotava, porque osajudara a serem si-mesma.O que o capitalismoconsegui fazer foi brilhante;foi criar realmente produtos quepessoas como eu estariam interessadas.Que pessoas como JerryRubin estariam interessadas.O Capitalismo desenvolveu toda umaindústria de desenvolvimento de produtosque invocam uma maiorsensação de individualidade,que parecem concordarconosco, que o "eu" é infinito,que você pode ser qualquer coisa que queira.Nisto pegando nossa filosofia,e concordando com ela,e então criando produtos quesupostamente te ajudam, a seus objetivos,que te ajudariam a sereste indivíduo irrestrito.Os produtos vendem umestilo de vida, um jeito de ser.Os produtos vendem valores.Você se veste assim,você vive em uma casaassim, você tem móveis assim,você usa esse computador,você come nessesrestaurantes, e há valores lá.Rebeldia, descolamento,Isso não é, e repito, não é,um esquema de marketing!Phil Knight - Executivo da Nikeentão a idéia de que vocêpode comprar uma identidadesubstituiria a noção do movimento original,de que você é perfeitamente livrepara criar uma identidade.E que você é perfeitamente livrepara mudar o mundo,e fazer do mundoqualquer coisa que se queira.Bem, o que eu visto é um manifesto.E este vasto grupo de novos desejosse enquadrou perfeitamente comas mudanças na produção industrial.Os computadores então permitiram aosfabricantes produzir economicamentepequenos lotes de bens de consumo.As velhas restrições da produçãoem massa desapareceram,assim como a preocupaçãoque assombrou a América corporativadesde a invençãoda produção em massa:O excesso de produção.Com o novo indivíduo consumidor,o desejo parecia não ter limites.A preocupação das empresasnos Estados Unidos sempre foique a oferta ultrapassasse a demanda.Daniel YankelovichQue estaríamos produzindo demais,e que não houvesse mercado pra isso.Você não ouve maisesse tipo de conversaporque você saiu de uma concepçãode mercado de necessidades limitadas,e que se você o satisfizesseeles ficariam satisfeitos,para um mercado denecessidades ilimitadas e mutáveis,dominados pela expressividade individual,que produtos e serviços podemsatisfazer de infinitas formase de maneiras que mudam todo o tempo...Consequentemente, as economiasteriam horizontes ilimitados.Dessa explosão de desejos veio o quepareceu uma explosão de consumo infinitaque regenerou a economia Americana.A idéia original era quea liberação do indivíduocriaria novos tipos de pessoas,livres de restrições sociais.Esta transformação radical aconteceu.Mas enquanto os novos seresse sentiam libertados,eles se tornavam cada vez mais dependentesdos negócios, para sua individualidade.As corporações perceberamque era de seu interesseencorajar as pessoas a sentiremque são indivíduos especiais.E então oferecê-las maneiras deexpressar essa individualidade.O mundo na qual as pessoas sentiamestar se rebelando contra o conformismonão era uma ameaça para os negócios,mas sua maior oportunidade.Foi de certa formaum triunfo do indivíduo,foi um triunfo de umacerta auto-indulgênciaRobert Reich - Economista e membroo gabinete de Clinton -uma visão de que tudo nomundo e todos os julgamentos moraissão vistos apropriadamente atravésdas lentes da satisfação pessoal.De fato, a conclusão definitiva destalógica é que não há sociedade,há só um monte de pessoasindividuais fazendo escolhas individuaispara promoverem suaprópria satisfação individual.O próximo programa contarácomo os políticos da esquerdatanto na Inglaterra quanto na América,voltaram-se para técnicasdesenvolvidas pelos negóciospara recuperar o poder.Mas o que eles não perceberam, foique o que funcionava para os negócioserodiria as próprias basesde suas crenças políticas.Eles se veriam presos na armadilha dosdesejos egoístas do novo indivíduo.Downloaded From www. 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