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Ko si ewé kosi Orisa

"Sem folhas não há Orisa"

Desde os tempos antigos e remoto ouvimos dizeres, sortilégios, bem feitos com
nossas Ervas Sagradas, temos referências de muitas em nossas vidas atribuídas
em tudo que passamos a Ingerir, digerir, sentir, tais sensações despertam diversas
sensações, como Bem-estar, vibrações que passam por nossos músculos a cada
sentido que se choca com nosso corpo físico, sim a Energia da Natureza, a
Energia do Orisa, a energia do Mundo.

Existem diversas folhas com diversas finalidades e combinações, nomes e


considerações dos nomes, fato que muito impressiona a quem as manipulam
dentro de Asé. Temos que ter muitas consciência de como usá-las para que não
sejamos pegos de surpresa por energias que são invocadas quando a maceramos,
quando colocamos o sumo da Erva em contato com nosso corpo, quando a
colhemos.

Ewé, assunto este muito diversificado, muito delicado porque cada nação traz seu
ritual porém folha é para mesma finalidade, trazer energias boas e positivadas,
tirar energias ruins e maléficas em muitos casos, trazer resposta de algo se é
necessário para o individuo que a usa.

Abaixo aqui deixo alguns de meus conhecimentos em Ewé e que Ossanyin ouça
sempre nossas Aduras (Rezas):
Oríkì à Osànyin Agbénigi, òròmodìe abìdi sónsó Esinsin abedo kínníkínni;
Kòògo egbòrò irín Aképè nigbà òràn kò sunwòn Tíotio tin,
ó gbà aso òkùnrùn ta gìègìè.
Elésè kan jù elésè méjì lo.
Ewé gbogbo kíki oògùn Àgbénigi, èsìsì kosùn Agogo nla se erpe agbára

Ó gbà wón là tán, wón dúpé téniténi


Aròni já si kòtò di oògùn máyà Elésè kan ti ó lé elése méjì sáré

Tradução
Aquele que vive nas árvores e que tem um rabo pontudo como estaca.
Aquele que tem o fígado transparente como o da mosca.
Aquele que é tão forte quanto uma barra de ferro.
Aquele que é invocado quando as coisas não estão bem.
O esbelto que quando recebe a roupa da doença se move como se fosse cair.
O que tem uma só perna e é mais poderoso que os que têm duas.
Todas as folhas têm viscosidade que se tornam remédio.
Àgbénigi, o deus que usa palha.
O grande sino de ferro que soa poderosamente.
A quem as pessoas agradecem sem reservas depois que ele humilha as doenças.
Àròni que pula no poço com amuletos em seu peito.
O homem de uma perna que excita os de duas pernas para correr.
Asé.

Nome Yorubá- Àbámodá


Nome científico - Bryophillum calcinum/ Kalanchoe pinnata
Nome popular- Folha da Fortuna, folha grossa, Milagre de São Joaquim

Considerações: Usadas em Cerimônias em Ilè Ifé, Terra de Ifá, para Obatalá e


Yemowo conhecidas nas terras de Orisas como Erun odundun, Kantí-Kantí,
Kóropòn segundo Pierre Verger.

Alguns de seus nomes tem significado importante, Àbámodá significa "o que vc
deseja vc faz",mas caso necessária para outras atribuições como substituta do
Odundun (Folha-da-Costa), deve ser chamada erú odundun cujo nome significa
"Escravo de Odundun", é uma folha muito positiva e considerada de muito
prestígios pelos adeptos, em suas folhas nascem brotos nas bordas cujas este
representam sinal de prosperidade, fato esse de ser importante na composição do
Àgbo.

No Brasil considerada do Orisa Sango por muitos Zeladores porém muitos a usam
para os Orisas Funfun Como Osala e Ifá.

Uso medicinal- Diurético e sedativa, combate nevralgias, encefalias, dores de


dente afecções das vias respiratórias, externamente contra doenças de pele,
feridas. furúnculos, dermatoses em geral .

Nome Yorubá-Ajobi,Ajobi Pupá, Ajobi oilé


Nome científico- Schinus therebenthifolius
Nome popular- Aroeira-comum, aroeira vermelha, pimenta do Peru

Considerações:
Encontradas em regiões nordeste sudeste e Sul, nos candomblés jeje-nagôs são
usadas nos sacrifícios de animais quadrúpedes forrando-se o chão com ela,
agrada muito o Orisa para o sacrifício. As Crenças enraizadas dizem que pela
manha esta Ewé pertença a Ogun a tarde pertença a Esu e ainda sirva para vestir
Ossanyin. Seus galhos são utilizados para ebós e sacudimentos.

uso na medicina: Anti-Reumático,sua resina serve para combater bronquites


crônicas casca quando cozida, indicada contra feridas, tumores , inflamações em
geral, corrimentos e diarréias.

Nome Yorubá- Akòko


Nome científico- Newboldia laevis Seem
Nome popular-Acoco

Considerações:
Origem África, considerada arvore abundante, provedora de Propriedade, assim
diz as explicações no livro Ewé Orisa de José Flavio Pessoa de Barros, Atribuída
ao Orisa Ossanyin e Ogun, esta Arvore na África acomoda em suas sombras
assentamentos do Orisa Ogun onde seu culto é Extenso ,na cidade de Iré .

Também usada no culto aos Ancestrais goza de muito prestigio em nossa Religião.
Nome Yorubá- Amúnimúyè
Nome científico- Centratherum punctatum
Nome popular- Balainho de velho, perpétua

Considerações:
“Planta considerada misteriosa devida atribuição de seu nome cujo “significa “
apossa-de de uma pessoa e de sua Inteligência”, por isso usada na iniciação e no
agbò de Orisa seu objetivo facilitar o transe do Iyawo que está pra nascer, porém
esta folha detém este nome pela relação que tem com uma Lenda e que Ossanyin
da um preparo para Ossossi beber, no qual depois caiu em um esquecimento
profundo passando acima morar nas matas com Ossanyin. Ressalto que este
preparo vai muitos outros ingredientes no entanto está Ewé seria considerada
indispensável junto a outras.
Nome Yorubá- Apáòká
Nome científico- Artocarpus integrifolia
Nome popular- Jaqueira

Considerações:
No livro Ewé Orisa esta arvore de Origem Indiana medra em diversas regiões
inclusive África e Brasil.

Apáòká significa Opa= cajado, cetro+ Oká= serpente africana, nome de uma
entidade fito mórfica considerada a mãe de Osossi, cultuada em uma Jaqueira.É
uma arvore Sagrada, suas folhas são usadas para assentar Esú e em banhos para
os filhos de Sango, porém seus frutos não devem ser consumidos por esses
iniciados.

Seu nome na África Tapónurin cita Verger.

uso medicinal: Os caroços da Jaca assados ou cozidos são afrodisíacos, a folha


é usada como estimulante, antidiarréico, antiasmático e expectorante.
Nome Yorubá- Étipónlá
Nome cientifica- Boerhaavia difussa L.
Nome popular- Erva Tostão, bredo de porco, pega pinto, tangaraca

Considerações:
Encontrada em todo território nacional atribuída a Sango e Oya goza de grande
prestígio nos terreiros como planta "contrafeitiços", ao atribuí-la ao banho deve se
ter cautela pois em demasia pode provocar reações alérgicas no
corpo.reverenciada nos rituais de folha com korin (Ifá owó ifá omo, Ewé Étipónlá
'Bà Ifá orò' cujo significado diz:" Ifá é dinheiro, Ifá são filhos, a folha de Étipónlá é
abençoada por Ifá "

uso medicinal: combate afecções renais e das raízes desta Planta se faz um vinho
que é diurético e regularizador das funções hepáticas.
Nome Yorubá- Ewé Ogbó
Nome cientifica- Periploca nigrescens
Nome popular- Cipó-de-leite, orelha de macaco, folha de leite, Rama de leite.

Considerações:
Planta trazida do continente africano pelo povo Nagôpara o Brasil, encontra-se em
florestas sombreadas ou nos próprios terreiros de Candomblé.
Todos os iniciados podem usá-la sem restrição porém seu dever que é tirar a
consciência do filho de santo só é ativado quando combinados com outras folhas.

Dizem os mais velhos que a estória dos Orisas narra esta folha como a primeira a
se liberada por Ossanyin quando se fez o Vento de Oya, passando a ser folha de
Ossossi porém em algumas outra nações ela é quista com folha principal de
Osala, citação de minha pessoa.

Uso Medicinal: Tratar Epilepsia. Outros nomes que são atribuídos a ela são, Ogbó
funun, Ogbó pupa, Asogbókan, Asóbomo e gbólogbòlo, cita Verger.

Nome Yorubá: Ewé Ojúùsajú


Nome cientifico: Petiveri Alliacea L.
Nome Popular: Guiné, guiné pipiu, erva-guiné, erva de alho.

Considerações:
Folha encontrada em todo território nacional, porém Verger diz que está Ewé foi
levada do Brasil para Nigéria.

Usada para defumações e sacudimentos de pessoas e de casas cujo ação é


contra Eguns e "Esus" negativos e em banhos para lavar fios de conta e até
cabeça de filhos de santo, atribuída a Ossossi e a caboclos.

Na África usada por Babalawos para combater feitiços e obter respeito de "Yami"
cita Verger.

Os filhos de Osala e Yemonja em cuba são proibidos de usar esta folha, pois é
considerada Ewó em suas origens.

Uso medicinal:

Contra dores de cabeças, enxaquecas, nervosismo e falta de memória, porém em


muita quantidade pode atingir as vistas chegando provocar até perda da visão
pois é uma Ewé tóxica principalmente a Raiz.

A Tintura que se obtém desta Ewé tem uso externo em fricções no combate a
paralisia em geral e reumatismo e a raiz usada contra dor de dente.

Nome Yorubá- Ewé Lárà Funfun


Nome cientifico- Ricinus communis L.
Nome popular- Mamona, Mamona Branca, mamoneira, Palma de Cristo.

Considerações:
De origem Africana que era encontrada no Antigo Egito. Ocorre com muita fartura
em todo território nacional.

Folha com diversas finalidades nas festividades como Olubajé ritual de


Obalwuayie, Sassanhe, Ebós etc...

Atribuída a Osala é uma folha muito usada pelos adeptos, sendo indispensável em
alguns rituais.

Uso medicinal:

As folhas cozidas com sal podem aliviar o inchaço dos pés, e contra prisão de
ventre uma vez que esta Ewé possui uma semente que paralelamente é absorvido
dele o óleo de Rícino, é purgativo.

Do mesmo modo como no oráculo de Ifá, os signos geomânticos (Odù)são


organizados dentro de um sistema classificatório; no culto a Osanyin, os vegetais,
também, estão inseridos nesse sistema.
A relação folha/orixá se evidencia com a existência de quatro compartimentos
estruturados a partir de uma concepção de categorias lógicas e ordenadas
segundo a visão de mundo dos jêje - nagôs. Sendo os Òrìsàs representações
vivas das forças que regem a natureza, as folhas a eles atribuídas, no contexto
litúrgico, associam-se, conseqüentemente, a esses elementos. Barros (1993:60),
estudando essas classificações, verificou que:
"Os vegetais estão dispostos em quatro compartimentos-base diretamente
relacionados aos quatro elementos;
as ewé afééfé - folhas de ar ( vento);
as ewé inón as ewé omi, - folha de água;
e as Ilé ou ewé igbó - folhas da terra ou floresta.
Nestes quatro compartimentos-base, concentram-se o panteão jêje - nagô .

Genericamente, vamos encontrar Exu e Xangô participando do compartimento


Fogo;
Ogun, Oxossi, Ossain e Obaluaye ligados ao elemento Terra;
Iemanjá, Oxum, Obá, Nanã e Yewá associadas as Águas, e Oxalá e Oyá ao Ar.
Todavia, ao particularizarmos veremos que alguns Òrìsàs como Logunede e
Oxumare, considerados "Meta-Meta", estarão vinculados a mais de um desses
compartimentos.
Exu está ligado com predominância ao elemento Fogo, porém, como "cada Òrìsà
possui seu Exu, com o qual ele constitui uma unidade" ( Santos, 1976:131), este
compartilhará do mesmo elemento ao qual o Òrìsà está associado. Assim, os Exus
das Iabás estarão ligados também , ao elemento Água, os de Ogun e Oxossi ao
compartimento Terra, e assim ocorrendo com os demais Exus.

Ogun atua predominantemente com no compartimento Terra. Todavia, na


qualidade Warin, encontramos um Ogun que habita nas águas , pois segundos os
mitos ele vive no Rio com Oxum; conseqüentemente, estará, também, ligado ao
compartimento Água. Já Ogun Àgbèdè Òrun, ( Ferreiro do céu), se liga, também,
ao elemento Ar, juntamente com Oxalá.

Oxossi é ligado à Terra; mas, nas suas variáveis, encontramos Inlè, modalidade
deste Òrìsà que, como Logunede, está associado tanto ao compartimento Água
quanto ao Terra; entretanto, para maioria das outras qualidades de Oxossi
predominam o elemento Terra.

Obaluaye, sendo um Òrìsà da Terra ( Oba = Rei, Aye = Terra ), mas que se
relaciona com a febre e o sol do meio-dia, está ligado, igualmente, os
compartimentos Terra e Fogo. Em algumas ocasiões ele recebe o título de : "Baba
Igbonan = Pai da quentura" ( Santos 1976:78). Título que é dado também a uma
qualidade de Xangô Airá, considerado dono do fogo e cultuado numa fogueira.

Ossaim, por ser patrono dos vegetais, automaticamente, está ligado a todos os
elementos da natureza; todavia, seu compartimento principal é o Terra,
representado pelas florestas onde nasceu todos os vegetais.

Oxumare é representado pelo arco-íris que se projeta nas águas em direção ao


céu. Liga-se, simultaneamente, aos compartimentos água e ar. Pode ser irmão de
Obaluaye, algumas vezes se relaciona, também , com o elemento Terra.
Nana, a iaba que é representada pela chuva fertilizando a terra (lama), tem como
compartimento base a Água, mas, também, a Terra.

Oiá, em um de seus diversos aspectos, é cultuada no rio Níger, na África, o que


realça suas características de "deusa da fertilidade" ligada ao compartimento
Água, bem como á responsável pelos coriscos, tempestades e ventanias, fato que
a associa tanto ao elemento Ar quanto ao elemento Fogo. Sob a denominação de
"Oya Igbale, Orisá patrono dos mortos e dos ancestrais"(Santos 1976:58),
participa, também do elemento Terra.

Xango está associado, predominantemente, ao elemento Fogo, enquanto que


Iroko, entidade fitomórfica cultuada em uma árvore, embora possua muita
afinidade com o primeiro, está ligado ao elemento Terra.

Oxum, Iemanjá e Oba são iabas ligadas, especificamente, ao elemento Água;


porém, alguns de seus aspectos poderão ligá-las aos demais compartimentos
base.

Oxalá esta ligado, com predominância, ao compartimento Ar. Todavia, Santos


(1976:59) diz que "Oxalá está associado à Água e ao Ár, Odudua está associado à
Água e a Terra".

Assim como Odudua, Orixá Okó também é um Orixá funfun (original) e, segundo
os mitos, é considerado o patrono da agricultura, possuindo estreita ligação com a
Terra.

Nesta visão do mundo Jeje-nago, direito/masculino/positivo são opostos a


esquerdo/feminino/negativo, ou seja, o masculino é positivo e se posiciona do lado
direito, enquanto o feminino é negativo e se posiciona do lado esquerdo. Neste
contexto os compartimentos que contêm as ewé inón (folhas do fogo) e ewé afééfé
(folhas do ar) estão associadas ao masculino, elementos fecundantes, enquanto
que as ewé omi (folhas da água) e as ewé ilè (folhas da terra) se ligam ao
feminino, elementos fecundáveis.

Ao determinar que as folhas são separadas por pares opostos: gún (de excitação)
x èrò (de calma), ewé apa otun (folhas da direita) x ewé apa osi (folhas da
esquerda), os Jeje-nago tomam como modelo um sistema da classificação
baseada em posições binárias.

Todavia, essa não é uma condição sine qua non quando analisamos mais
detalhadamente a utilização dos vegetais, pois percebemos que algumas folhas
positivas se relacionam com o lado esquerdo ou feminino e vice-versa, daí
encontrarmos folhas femininas usadas com fins positivos, e folhas masculinas
consideradas negativas. Verger (1995:25) cita, por exemplo, "que entre as folhas
há quatro conhecidas como (...) as quatro folhas masculinas ( por seu trabalho
maléfico) ...; e quatro tidas como antídotos..."Entre estas últimas ele inclui o
òdúndún (Kalanchoe crenata), que é uma folha feminina, porém positiva, o que nos
faz crer que as diversas condições binárias não interagem de modo rígido entre si,
pois, como vimos, uma folha masculina pode estar situada junto aos elementos da
esquerda por ser considerada negativa.

No sistema de classificação dos vegetais, a condição para que uma folha seja
masculina ou feminina é o seu formato, pois, na concepção Jeje-nago, a forma
fálica (alongada) caracteriza o elemento masculino, em contrapartida, a forma
uterina (arredondada) determina o elemento feminino.

Essa convenção é adotada, tanto com relação as folhas, quanto aos jogos
divinatórios que tiveram origem a partir do oráculo de Ifá, onde, dos dezesseis
cauris usados, oito são de forma alongada e considerados masculinos, e os
femininos são os oito restantes que possuem forma arredondada. "Por
conseguinte, Macho/Fêmea formam um par de oposição básico no que se refere
às espécies vegetais, e está diretamente relacionado ao Òrìsà" (Barros 1993:63).
As folhas consideradas masculinas estão associadas aos oborós ( orixás
masculinos), bem como as femininas pertencem às Iabas (orixás femininos);
todavia, eventualmente encontraremos algumas folhas femininas associadas aos
oborós e algumas masculinas atribuídas às iabas, o que parece refletir uma
bipolaridade característica de alguns orixás.

Quando utilizamos nos rituais de iniciação ou nos trabalhos litúrgicos, os vegetais


classificados como èrò tem a função de abrandar o transe, apaziguar o orixá ou
acalmar o iniciado; contrariamente, os considerados gún servem para facilitar a
possessão e excitar o orixá.
Dentro de sua complexidade, o sistema de classificação dos vegetais é coerente
com a visão de ordenação do mundo; desse modo, os vegetais vão além de suas
utilidades práticas, pois "estão diretamente relacionados a uma cosmovisão
específica e são constituintes de um modelo que ordena a classifica o universo,
definindo a posição do indivíduo na ordem cosmológica" Barros 1993:93).
Aqui estão alguns dos vegetais mais utilizados :

Abàfè = Pata de Vaca


Àbámodá = Folha da Fortuna
Àbàrà Òké = Baunilha de Nicuri
Ábèbè Kò = Tira Teima
Ábèbè Òsún = Erva Capitão
Abéré = Picão Preto
Ábitólá = Cambará
Àfòmón = Erva de Passarinho
Àgbá = Romanzeiro
Àgbàdó = Milho
Àgbaó = Imbaúba
Agbéye = Melão D'Água
Àgbon = Coqueiro
Àgogo = Figueira do Inferno
Àjóbi, Àjóbi Oilé, Àjóbi Pupá = Aroeira Comum, Aroeira Vermelha
Àjóbi Funfun = Aroeira Branca
Akan = Cará Moela
Akòko = Acoco
Jokonije = Jarrinha
Alékèsì = São Gonçalinho
Àlùbósà = Cebola
Àlúkerésé = Dama da Noite
Àlùmóm = Boldo Paulista
Àmù = Sete Sangrias
Apáòká = Jaqueira
Àrìdan = Aridan
Àrùsò = Alfazema do Brasil
Àsíkùtá e Efin = Malva Branca
Ata = Pimenta Malagueta
Ataare = Pimenta da Costa
Atopá Kun = Arruda
Àtòrìnà = Sabugueiro
Awùrépépé = Agrião do Para, Pimenta D'Água
Bàlá = Taioba
Balabá = Lirio do Brejo
Bánjókó = Bem me Quer
Bàrà = Melancia
Bejerekun = Pindaíba
Bujè = Jenipapeiro
Dandá = Junquinho
Dankó = Bambu
Efínfín = Alfavaca
Efínrín Kékéré = Manjericão da Folha Miúda, Manjericão
Ègé = Mandioca
Ègúsi = Melão
Èkèlegbara = Perpétua
Ekun = Sapê
Elégédé = Abóbora
Èpà = Amendoim
Eré Tuntún = Levante Miúda
Eró igbin = Erva de Bicho
Èsìsì = Urtiga da Folha Grande
Etába ou Asá = Tabaco, Fumo
Étipónlá = Erva Tostão
Ewé Bàbá = Boldo
Ewé Bíyemí = Quebra Pedra
Ewé Boyí = Bétis Cheiroso
Ewé Gbúre = Bredo
Ewé Idá Òrìsà = Espada de São Jorge
Ewé Inón = Folha Fogo
Ewé Isinisini = Mastruz
Ewé Iyá = Pariparoba
Ewé Kúkúndùnkú = Batata Docce
Ewé Lárà Funfun = Mamona
Ewé Lorogún = Abre Caminho
COLÔNIA ou COLÔNIA DO NORTE:
Uma das folhas mais importantes e utilizadas na umbanda e candomblé. Tem
como principal característica litúrgica ser o maior contra Egum que existe.
Formas de uso: Defumação e Banho.
Orixás: Yemanjá e Oxalá
Características: Folhas grandes, lisas e longas de coloração verde

GUACO, ERVA DE COBRA ou CIPÓ CATINGA:


Esta erva veio do Peru e era utilizada pelos incas contra picadas de cobras e de
insetos venenosos usando uma folha para uma xícara de água.
Os índios utilizavam a folha do guaco em banhos para afastar a cobra humana.
Da folha desta planta prepara-se xarope de bom efeito contra a bronquite e as
tosses rebeldes (derrete-se o açúcar junto com as folhas picadas, acrescenta água
e ferve até engrossar, pode adicionar mel no final)
Formas de uso: chá, xarope e banho.
Orixás: Yasã / Oya
Características: Planta trepadeira com folhas totalmente verdes e de espessura
mais grossa, flores brancas.

MÃO DE DEUS:
Muito receitada para combater vícios de drogas (cigarro, bebida, etc) utilizando na
forma de chá, também se utiliza muito em rituais de sacudimento e em pó.
Coloca sob o travesseiro para fazer dormir. O fruto maduro, por infusão, é usado
contra hemorróidas.
Pessoas que chegaram a utilizar esta planta relatam que no período do tratamento
os seus organismos passaram sentir enjoo só de pensar em ingerir o álcool. Com
isso, foram vários os números de pacientes que foram acompanhados durante
esse tipo de tratamento, e os resultados satisfatórios afirmam que eles
conseguiram deixar o vício. Existe o pó da mão de Deus, ele deve ser colocado na
ponta da língua, em pequenas pitadas, sempre que sentir grande desejo de usar
drogas. O pó não deve ser usado mais de seis vezes por dia.
Chá da Mão de Deus – Modo de preparar
Ingredientes
2 folhas da erva triturada
1 litro de água
Modo de preparar
Misture 2 colheres de sopa das folhas trituradas para cada litro de água e deixe
cozinhar por 4 ou 5 minutos a partir do momento que levantar fervura.
Retire do fogo quando já tiver cozinhado e deixe repousando com uma tampa por
10 minutos para que apure bem as propriedades da planta.
Coe e beba de 2 a 3 xícaras do chá da mão de deus ao dia, geladas ou na
temperatura que você achar melhor.
Formas de uso: Chá, pó, sacudimento.
Orixás: Oxalá
Características: Cipó muito comum em terrenos abandonados, suas folhas
lembram a palma de uma mão divididas em cinco lobos, flores amarelas.

TERRAMICINA ou PERNA DE SARACURA:


Bom para infecções, internas ou externas, excelente depurativo do sangue, utiliza-
se em forma de chá de hora em hora ou de 2 em 2 horas.
A exemplo do guaco também é utilizado contra picadas venenosas, e antibiótico.
Formas de uso: Chá
Orixás: Xangô e Yansã / Oya.
Características: Caule e folhas arroxeadas.
folhas de terramicina têm propriedades desinfectantes e podem ajudar a curar
feridas ulcerosas, pode-se associar a erva lanceta para o tratamento de
gastrite.Preparação: Uma mão cheia de folhas, ferver em 1 litro de água durante
20 minutos.Dosagem: tomar um copo de chá 3 vezes ao dia. Lavagem de ferida 3
vezes ao dia até curar.
Características: Caule e folhas Alternanthera brasiliana, popularmente conhecida
como “penicilina”, “terramicina” e “perpetua-do mato tem açoes
antinflamatoria,analgésica e antiviral.
ARRUDA:
Mais uma erva bastante usada ritualisticamente, conhecida por todos e ao mesmo
tempo requer muitos cuidados, tanto no sentido litúrgico como medicinal. Seu uso
litúrgico é bastante vasto, principalmente como amuleto e banhos, porém este
último não pode ser aplicado na cabeça, salvo filhos de Ogum e Exu, os Orixás
desta erva.
Pó da folha seca: Seu uso medicinal é bastante moderado, pois tem ação
vermicida (ótimo contra pulgas e piolhos).
Durante a gravidez a arruda tem um efeito especial sobre o útero, ocasionando
hemorragia grave, levando ao aborto e a morte. “Acrescentamos que o aborto é
raro e que a administração desta substancia com um fim criminoso (aborto)”. Pode
acarretar a morte da mãe sem que haja parto”. (Dictionnaire des Plantes
Medicinales, Pg. 541, Pelo Dr. A. Héraud).
Repetimos a advertência que, tratando-se de uma planta muito ativa, só deve ser
administrada com muita prudência, quando usada internamente.
O chá de arruda é bom calmante dos nervos e trata urina presa.
Formas de uso: Amuleto, pó externamente e chá.
Orixás: Ogum e Exu.
Características: É um sub-arbusto com folhas pequenas verdes claras fortemente
aromáticas.
ALFAVACA, ERVA DE BOIADEIRO ou MANJERICÃO DE FOLHA LARGA:
Esta erva é muito utilizada pelos caboclos em rituais de sacudimento (geralmente
junto com peregum) tem suas folhas aromáticas, estimulantes e diuréticas. Aplica-
se nos casos de ardor ao urinar, enfermidades dos intestinos, estômago, rins e
bexiga.
Externamente usa-se para gargarejo em casos de dor de garganta, aftas, etc.
Com o chá das folhas, ou com o chá das sementes em maceração, preparam-se
compressas que as mães lactantes aplicam sobre os bicos dos seios afetados.
Forma de uso: chá, sacudimento, gargarejo.
Orixás: Oxalá, Oxossi, Oxum.
Características: Planta muito cheirosa de folhas ovais ou oval – elípticas,
compridas. Inflorência em espigas.
MANJERICÃO:
A erva boa pra tudo, esta é a melhor definição do manjericão que é bastante
conhecido na cozinha em forma de cozimento.Tem como principal característica
litúrgica o poder de elevação espiritual por isso é muito utilizada em banho da
coroa, amaci.
Formas de uso: Banho e chá.
Orixás: Oxalá.
Características: Pequenas folhas ovais arredondadas de coloração verde clara
inflorência em espigas.
- é uma boa fonte de vitamina E, B3, B6 e zinco Devido à presença do magnésio, o
manjericão melhora a saúde do sistema cardiovascular, pois estimula os músculos
e vasos sanguíneos a relaxar, melhorando o fluxo sanguíneo e reduzindo o risco
de arritmias cardíacas.
— Ele possui flavonóides, que protegem as estruturas celulares e os cromossomas
contra a radiação e contra os efeitos dos radicais livres. O alimento também é
antiinflamatório, estimulante digestivo, calmante e previne problemas digestivos e
infecções no intestino.
Também chamado de alfavaca, o manjericão é conhecido como símbolo do amor e
da coragem e tem associação de longa data com a bruxaria e a magia.O
manjericão é um arbusto pequeno, muito ramificado e perfumado.

Pode ser usado para acalmar o temperamento entre os amantes e em divinações


com fins amorosos (por exemplo, coloque duas folhas frescas de manjericão em
carvão ardente. Se elas permanecerem onde foram colocadas, queimarem
rapidamente e virarem cinzas, o casamento será harmonioso. Se houver estalidos,
a vida do casal será cheia de discussões e, casos as folhas voem para longe com
estalidos fortes, o relacionamento não é aconselhável).

Para saber se uma pessoa é promíscua, coloque uma folha de manjericão fresca
em sua mão. Se ela murchar, já sabe... (rs)
Traz riqueza para aqueles que o carregam em seus bolsos e é utilizado em
estabelecimentos comerciais (na soleira da porta ou perto do caixa) para trazer
fregueses.

Também é utilizado para que a pessoa se assegure de que o companheiro


permaneça verdadeiro no relacionamento. Para isso, espalhe o pó de manjericão
sobre o corpo da pessoa enquanto ela dorme, especialmente sobre o coração, e a
fidelidade abençoará seu relacionamento (fica aqui minha pergunta: isso não seria
magia manipulativa?).

Se for espalhado pelo chão, nenhum mal fica onde ele está. Pode ser utilizado
para exorcismos e banhos de purificação.

Afasta bodes e cabras, mas atrai escorpiões. Usado para invocar salamandras.
Previne embriaguez.

Diz-se que as bruxas bebiam meia xícara de suco de manjericão antes de


voarem.Para quem gosta de dietas: diz-se que se colocarmos secretamente um
pedaço de manjericão debaixo de uma pessoa, ela não conseguirá comer nada.

O manjericão dado como presente traz boa sorte para uma casa nova.Age como
pacificador e integrador na família, daí ser chamado de erva da harmonia.

Ele transmuta a energia agressiva, transformando-a em vontade e força para


brigar por coisas mais importantes como metas e ideais. Ajuda a brigar pela vida e
pelas coisas que nós queremos.

É ótima para os desorganizados e indisciplinados. Ajuda-nos também a ver o brilho


e o perfume da vida.Na alimentação, atua como energizante. Por ser muito
delicado, deve ser usado na cozinha delicadamente. Coloque-o sempre por último
nos alimentos cozidos para que ele não perca os princípios ativos.

O manjericão, por ser um poderoso energizante, deve entrar em toda a


alimentação de uma casa. Experimente trocar o alho, que deflagra agressividade,
pelo manjericão que traz suavidade.Também é ótimo para dar banho em crianças
agressivas e que dormem mal.

O escalda-pés de manjericão é ótimo para quem está agressivo, com raiva e


pronto para explodir. Tira a raiva na hora.Já o chá de manjericão ajuda pessoas
muito contidas a liberarem o amor.

Bom para casos de confusão mental. Pode ser usado ainda como tintura ou
vinagre, queimado no aromatizador ou aspergido. Galhos nos vasos funcionam
bem.

Utilize em banhos de limpeza, saúde e cura, fertilidade.Serve para cessar


violência, abençoar, acalmar, divinação, casamento, agradecimento,
compreensão, entendimento, sabedoria e cura do meio ambiente.
Protege contra todas as formas do mal e atrai boa sorte.Cultivar manjericão, eu um
vaso ou em uma horta, traz paz e felicidade para a casa.

Esmague uma folha e inale o cheiro: ajuda a clarear a mente e o caminho correto
irá se revelar.Usar como um sabonete ritual de autodedicação. Também é
altamente associado a iniciações.

Pode-se também utilizar o manjericão no cálice ritual, bebendo o chá magicamente


preparado a fim de meditar com dragões e salamandras e para estabelecer uma
comunhão com esses seres ancestrais.

Para proteção, coma o manjericão nos pratos que preparar com a devida
visualização.

USO MEDICINAL

Indicações: Infecções da pele e vias respiratórias, rachaduras nos mamilos,


bronquite, cólicas, febres, flatulência, insônia, problemas digestivos, reumatismo.

Propriedades: Analgésica, antitérmica, antiséptica, digestiva, emenagoga,


expectorante, sedativa.Partes usadas: Folhas.
O Manjericão favorece aos que têm digestão difícil, gazes, asia, dores de cabeça
em conseqüência de alimentação pesada ou inadequada. Facilita o funcionamento
dos intestinos, é diurético. Ë bom para tosses, vômitos, mau hálito. Ajuda, junto
com a Malva e a sálvia nas infecções de boca.

Também é ótimo para cistite.O manjericão age como pacificador e integrador na


família..Ele transmuta a nossa energia agressiva, transformando-a em vontade e
força para brigar por coisas mais importantes como metas e ideais. Ajuda a brigar
pela vida e pelas coisas que nós queremos.É ótima para os desorganizados e
indisciplinados.

Ajuda-nos a ver o brilho e o perfume da vida.- Podemos abusar do manjericão


como os italianos, usando-o em pizzas, pães, saladas e molhos.

- Para os convalescentes, um suco de manjericão é o máximo: bata o manjericão


no liqüidificador com pouca água, coe o suco em coador fino e sirva com mel. - por
ser muito delicado ele deve ser usado na cozinha com muito carinho. Coloque-o
sempre por último nos alimentos cozidos para que ele não perca os princípios
ativos.

- é uma boa fonte de vitamina E, B3, B6 e zinco, cálcio, vitamina A e B2Devido à


presença do magnésio, o manjericão melhora a saúde do sistema cardiovascular,
pois estimula os músculos e vasos sanguíneos a relaxar, melhorando o fluxo
sanguíneo e reduzindo o risco de arritmias cardíacas.

— Ele possui flavonóides, que protegem as estruturas celulares e os cromossomas


contra a radiação e contra os efeitos dos radicais livres. O alimento também é
antiinflamatório, estimulante digestivo, calmante e previne problemas digestivos e
infecções no intestino,contra gases.
- O escalda pés de Manjericão é ótimo para quem está agressivo, com raiva e
pronto para explodir. Tira a raiva na hora.- O chá de manjericão ajuda pessoas
muito contidas a liberarem o amor.

- Pode também ser colocado em vasos para evitar a entrada de energias


negativas.- As compressas de manjericão ( uma pasta pilada com as folhas ) ajuda
as mães que ficam com os seios doloridas ou com rachaduras depois da
amamentação.

- os gargarejos com manjericão são ótimos para dor de garganta, aftas ou mau
hálito.

USO LITURGICO

Tem como principal característica litúrgica o poder de elevação espiritual por isso é
muito utilizado em banhos de amací- equilíbrio, renova as células do organismo

- oxalá,oxossi,oxum-manjericão roxo pertence a xangô-banhos,sacudimentos,


limpezas-afasta espíritos perturbados do ambiente Deve-se cultivá-lo sob sol
pleno, em solo fértil, bem drenável, enriquecido com matéria orgânica e irrigado
regularmente.

Pode ser plantado em vasos, ou diretamente em canteiros adubados. Suas


pequenas flores atraem abelhas e o lugar ideal para o plantio do manjericão é
próximo a cozinha, onde ficará disponível ao cozinheiro. Não tolera frio, geadas ou
calor excessivo. Aprecia o clima subtropical, tropical e mediterrâneo. Não suporta
muitas colheitas subseqüentes, exigindo o replantio. Multiplica-se facilmente por
estacas de ponteiro, postas a enraizar na primavera ou por sementes.
pesquisa: aurea oliveira

PEREGUM, PAU D’ÁGUA ou IPEREGUM:


Uma erva de uso extremamente ritual difere em suas cores para diferenciar os
orixás que pegam cada uma delas e são extremamente apreciadas para rituais de
sacudimento, acompanhadas de outras ervas ou não, muito utilizadas também em
banho de amaci ou que antecedem cada trabalho de seu respectivo orixá.
Formas de uso: Banho de sacudimento.
Orixás: De acordo com as cores, sendo verde de ogum, verde e amarelo de
Oxossi e Logunedé, verde e branco de Ossain, vermelho de Oia e Xangô.
Características: São folhas lisas e compridas, um pouco mais estreitas e menores
do que a colônia, por exemplo, encontradas nas cores acima citadas.
O Peregum vermelho (Xangô e Oya) também é chamado de folha de fogo

ABRE CAMINHO ou PERIQUITINHO DE OGUM:


Sua aplicação é também de cunho litúrgico. Nas formas de banho de defesa,
sacudimento e defumação, com o principal objetivo de abrir os caminhos seja no
trabalho ou na vida pessoal.
Os pós feitos de suas folhas secas e triturados servem para misturar no pó de
pemba ou pó de abre caminho.
Também se usa a folha seca no meio da carteira profissional ou da carteira (a
exemplo do acocô) e o correto é devolver a folha de onde foi retirada.
Orixás: Ogum
Características: Folhas bem finas e de coloração roxa de um lado e verde do outro
ALECRIM:
Esta também é uma erva utilizada para quase tudo nos rituais, mau olhado,
quebrante, etc. Seu uso medicinal está voltado para o coração, como um tônico,
mas Poe ser dilatador seu efeito, deve-se tomar cuidado com a quantidade do uso.
Não confundir com alecrim do cruzamento, também conhecido por alfazema do
Brasil, ou alecrim do norte, como é conhecido na Bahia, este já tem maior
aplicação litúrgica no seu poder de afastar Egum.
Formas de uso: Alecrim – Chá
Alecrim do Cruzamento – Banho, defumação, pó e sacudimento
Orixás: Oxalá, Oxossi.
Características: Alecrim – Folhas opostas cruzadas, e estreitas, de bordas voltadas
para baixo de coloração verde escuras, exala cheiro aromático, forte e agradável.
Alecrim de Cruzamento – Caule estirado esgalhado, com folhas bem pequenas e
verdes.

LOURO:
Outra erva muita conhecida nas cozinhas, como condimento e tempero e que
também tem qualidades litúrgicas e medicinais, no ritual é muito utilizada em
defumação e banho para atrair prosperidade. Tem bons resultados para combater
a ausência da menstruação (amenorréia) em forma de chá, ou no combate da
nevralgia e reumatismo fazendo fricções com o azeite extraído das folhas. Sobre
as partes doloridas.
Forma de Uso: Defumação, banho e chá.
Orixás: Yasã / Oya
Características: Árvore de tronco liso.
Folhas semelhantes as da laranjeira, são mais duras que o normal, como se
estivessem secas.

Benefícios medicinais do louro


1. Digestão
Na hora em que estiver preparando aquele prato saboroso na cozinha, lembre-se de
acrescentar algumas folhas de louro, principalmente nas comidas mais pesadas e gordurosas.
Essa erva facilita a digestão, porque aumenta a produção de saliva e enzimas que, por sua
vez, ajudam na quebra de partículas dos alimentos.
Um chá da planta após a refeição também vai bem, combatendo a azia e o inchaço. Basta
preparar uma infusão de água fervente com três folhas da erva e beber ainda quente.
2. Cólica
Anti-inflamatório, o chá de louro diminui a dor e o desconforto causados pela cólica e regula o
fluxo e ciclo menstrual. Prepare um chá junto com camomila e erva doce, potencializando a
cura. Coloque uma pouco de camomila, meia colher (sopa) de erva doce e uma folha de ouro.
Ferva tudo, coe e beba sempre que estiver com dor. Esse remédio natural também pode ser
usado para cólicas em bebês, quando dado uma colher (sopa) a cada duas horas à criança.
Mulheres grávidas não devem beber esse chá.
3. Reumatismo
Uma das principais substâncias do louro se chama ácido fólico. Ela é muito eficaz no alívio das
dores de todos os tipos de reumatismo, melhorando a circulação do sangue e impedindo o
entupimento das artérias.
Para fazer o chá você só precisa ferver 15 folhas frescas de louro em 500 ml de água. Depois
deixe descansar por cinco horas e tome uma xícara a cada três horas, durante três dias
seguidos. Se preferir, pode preparar um banho, fervendo 20 folhas em cinco litros e
despejando na banheira depois de morno.
4. Câncer
Aposte no louro para reduzir o número de células cancerígenas. Devido a seus compostos anti-
cancerígenos, o ácido cafeico, quercetinas e eugenol, a planta faz isso, além de minimizar o
crescimento das células do câncer cervical, de mama e medula.
Acrescente cinco folhas da erva em água fervente e deixe parado por 10 minutos. Em seguida,
adoce e beba de três a quatro vezes ao dia. Não esqueça que esse chá pode
causar sonolência.
5. Gripe
Antibacteriano e anti-inflamatório, o chá dessa planta combate as bactérias causadoras
da gripe e resfriado, aliviando o congetionamento das vias respiratórias. Faça o chá fervendo
um litro de água, adicionando quatro folhas da erva em seguida. Passados 10 minutos, tire do
fogo, coe e acrescente uma casca de limão cortada. Beba três vezes ao dia até que esteja se
sentindo melhor.
6. Emagrecimento
Rico em vitaminas e minerais, o louro melhora o funcionamento do organismo, facilitando os
movimentos peristálticos. Um composto chamado ácido linoléico ainda reduz os níveis
de gordurado corpo, favorecendo o emagrecimento. Ferva um litro de água com três folhas da
planta e consuma durante o dia.

Uso litúrgico:

Planta que simboliza a vitória, por isso pertence a Oyá. Não tem aplicação nas
obrigações de cabeça, mas é usada nas defumações caseiras para atrair recursos
financeiros. Suas folhas também são utilizadas para ornamentar a orla das
travessas em que se coloca o acarajé para arriar em oferenda a Iansã.
O dendezeiro é encontrado desde o Senegal até Angola.
Trazido para o Brasil no século XVII, adaptou-se bem ao clima tropical úmido do
litoral da Bahia.
A palmeira do dendezeiro chega a 15 m de altura. Seus frutos são de cor
alaranjada, e a semente ocupa totalmente o fruto, do qual se extrai o principal
produto —comercialmente falando —, o azeite de dendê.
O dendezeiro produz mais 10 vezes mais óleo que a soja, 4vezes mais que o
amendoim e 2 vezes mais que o coco.
Da noz é extraído um subproduto usado na fabricação de cosméticos e de
chocolates.
O azeite de dendê é livre de colesterol ruim e, por suportar altas temperaturas, é
usado em motores de aviões. Hoje, no Brasil, é plantado em larga escala para a
produção de biodiesel.
A palmeira do dendezeiro é conhecida pelos Yorùbá(s) por igi-òpe.
Mas, em termos culturais, referem-se a ela como Igi-Àgunlá — uma expressão
usada para descrever sua importância no culto tradicional, social e econômico,
pelo fato de fornecer:
— O emu, vinho de palma, usado principalmente em comemorações da Tradição;

— O epo, azeite de dendê, é usado na culinária comum, e principalmente na


culinária dos Òrísà(s) por ser considerado um elemento apaziguador;

— A mànrìwò – folha tenra da palmeira, é usada em roupas “isolante da força


caótica” de Ògún, Egúngun e Òsányìn. Além disso, desfiado e posto na soleira da
porta do Ilé Àse, significa dizer que aquilo que está do outro lado é Sagrado – é um
recado para os invasores físicos e espirituais. Além disso, é com as nervuras do
mànrìwò desfiado para Ògún que se faz o Sàsàrà de Obàlúwàiyé porque passam a
representar os Egúns, mortos;

— Por ser uma folha que concentra grande quantidade de ferro, beber o suco da
folha tenra da palmeira (mànrìwò), cura anemia;

— As fibras da palmeira são usadas em artes e/ou artesanatos;

— Depois de extraído o óleo, as fibras retiradas das sementes são usadas, para
atear fogo, em fogões a lenha;

— A folha é usada em construções de casas;

— As sementes com 4 orifícios – Ikin(s) –, são usadas pelos Bàbálawo(s) para


proceder divinações;

— As sementes comuns são usadas pelos ferreiros, para atear o fogo, de suas
forjas;

— As cinzas resultantes do fogo do ferreiro são usadas para fazer: sabão-da-


costa, tinturas para tecidos e estatuetas, magia de proteção e, em especial, uma
magia que, em nome de Ògún, pode matar;

— Das nozes é extraído um óleo chamado de àdí, usado em magias negativas


(feitiços), na fabricação de cosméticos e de chocolates.

Uma Orin (cântico antigo) nos lembram:

Ogege
Igi-Àgunlá
Ogege o
Igi-Àgunlá.
E n’igún ogege o.
Igi ni olà L’Ògún o.

O frescor e o verde da palmeira;


Que árvore não se importa com nada – simplesmente, cresce;
Que ela vive como o abutre, no frescor;
Que é a árvore da fortuna de Ògún.

A mànrìwò, folha tenra da palmeira, tem a conotação de uma espada, e, por conter
ferro — elemento de Ògún, é usada nos rituais para representar a sua arma; é
usada como roupa de Ògún porque isola a força caótica do Òrísà; é usada como
roupa de Òsányìn porque é remédio; é usada como roupa de Egúngun porque
cobre o corpo do Òje e não o deixa passar vergonha.
Dessa maneira, rasgando uma mànrìwò diante de Ògún, sabendo o seu
significado, é como usar um facão para limpar o caminho.

Quando fazemos saudações aos Primórdios do Tempo, dizemos:

Ìbà Àkodá to dá tie lorí ewé.


Ìbà Àsedá to dá tie lorí òpe.

Àkodá é o Início da Criação. É Obàtálá, o Criador do Homem.


A citação nos faz lembrar que ele criou o homem em cima de folhas tenra da
palmeira do dendezeiro.

Àsedá é o Início da Lei. A citação serve para nos lembrar sobre a importância
daquele Ser Criado por Obàtálá. Percebemos claramente que o primeiro Ser a
ficar de pé em cima desse mundo foi Egúngun. Egúngun é a própria mànrìwò —
instabilidade. Ògún é o primeiro Ser humano que aparece para nos garantir a
estabilidade, porque Ògún é feito da combinação de mànrìwò e estrutura humana
– Egún, osso. Enquanto que a estabilidade não fala, a instabilidade, por ter
movimentos, fala.
Mànrìwò, cuja essência é composta de ferro, vem da Terra, alcança o Ar, junta-se
a Água que tem origem no Fogo. É uma folha que conta a história da humanidade
e pode abrir o caminho de qualquer pessoa que saiba usá-la. Essa é a folha que
conhece a história do nascimento do Homem na Terra.
Desse modo, não é possível praticar o Culto de Òrísà sem fazer referência ao dia
da Criação do Homem.
No dia em que Orúnmìlà sentiu-se envergonhado com a própria nudez, abrigou-se
em um buraco. Egúngun veio do Céu e fez-lhe uma casa cercada e coberta com
folhas da palmeira e uma roupa de mànrìwò. Nesse dia, Orúnmìlà admitiu que
Egúngun era mais sabido do que ele.
Dessa maneira, por sustentar a Tradição do Povo de Òrísà é que Igi-òpe se tornou
uma Igi-Àgunlá — Árvore Sagrada.

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