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A S U B L I M A Ç Ã O D O Q U A D R A D O AO C Í R C U L O

Um conceito universalmente aceito é o de que os ritos, símbolos, paramentos e orações constituem as muletas das
quais o ser humano pode eventualmente necessitar no início da sua evolução. Quando, entretanto, tiver conquistado o
amadurecimento interior, torna-se emancipado de todos esses artifícios e do próprio espiritualismo. Essa equação é
desenvolvida pelo simbolismo do quadrado, do triângulo e do círculo.
O quadrado é a pedra bruta e representa o homem embrutecido, ainda-materialista por ignorância, por
desconhecimento do universo interior que está por descortinar.
O triângulo é a pedra angular e representa o homem que começou sua caminhada através do espiritualismo.
O círculo é a pedra filosofal e representa o homem já evoluído, sem arestas, que conquistou o Conhecimento e o
Poder. Por isso, não precisa mais das ferramentas, agora para ele obsoletas e até mesmo grosseiras que o
espiritualismo proporciona. Tudo isso lhe foi útil numa etapa, mas agora encontra-se muito além. É como subir os
degraus de uma escadaria. Cada degrau pode ter sido extremamente necessário para se galgar os seguintes, mas
para continuar subindo é necessário desapegar-se dos já trilhados e prosseguir para os subseqüentes.
O Swásthya Yôga oferece um método eficaz de sublimação do quadrado diretamente para o círculo, sem passar pelo
triângulo, portanto, sem misticismo nem doutrinação.

O QUE É SUBLIMAÇÃO?
Sublimação é o fenômeno que nos permite passar de um estado mais denso para outro mais sutil, sem passar pelo
intermediário. Por exemplo, podemos ter água em estado sólido, líquido ou gasoso. Em estado sólido é gelo, em estado
gasoso é vapor d’água. Se deixarmos um bloco de gelo sem refrigeração, a tendência é que ele derreta, passando ao estado
líquido e, em seguida, comece a evaporar, passando ao gasoso. Entretanto, um cubo de gelo seco não passa pelo estado
líquido, intermediário, e vai diretamente ao gasoso, mais sutil. O mesmo ocorre com um tablete de cânfora. Isso, na Física,
chama-se sublimação. No nosso caso, a sublimação consiste em passar diretamente do estado grosseiro, representado pelo
quadrado, ao de pessoa lúcida e sensível, representada pelo círculo, sem passar pelo estado hipnótico do misticismo,
representado pelo triângulo.

QUADRADO, TRIÂNGULO, CÍRCULO


A maioria das escolas filosóficas de inspiração orientalista adota a divisão didática em sete níveis de atuação do ser
humano no universo, em ordem de sutileza crescente. Desses sete veículos de manifestação da consciência, os quatro
primeiros são considerados concretos e o quadrado é o seu símbolo.
Os três mais sutis são considerados abstratos e simbolizados pelo triângulo. O conjunto dos quatro primeiros chama-se
quaternário inferior ou personalidade. O conjunto dos outros três denomina-se tríade superior ou individualidade.
O quaternário inferior é constituído pelo corpo físico denso, físico energético, emocional e mental concreto. A tríade
superior é formada pelo mental abstrato, intuicional e mônada. Para os reencarnacionistas, a tríade é a parte que
reencarna e o quadrado consome-se totalmente, entre uma encarnação e outra.
O homem de pouca evolução tem mais desenvolvido o quaternário e bem menos a tríade. O que está no meio do
caminho, o espiritualista, tem a tríade mais desenvolvida e o quaternário bem menos. Em ambos os casos observa-se
um desequilíbrio, uma hipertrofia de um setor em detrimento de outro. Contudo, isso faz parte do plano de evolução. O
movimento oscilatório precede a estabilidade.
Tendo superado o quadrado e o triângulo, o ser humano penetra na esfera superior, representada pelo círculo, de
equilíbrio perfeito. Observamos, então, três etapas da evolução, tamas, rajas e sattwa, simbolizadas pelas formas
geométricas: quadrado, triângulo e círculo, respectivamente. Quando você atinge a evolução circular todos os veículos,
desde o físico denso até à mônada, tendem a manifestar equilibradamente o seu potencial de saúde, força e
rendimento.
Para o desenvolvimento comum é assim que se evolui: primeiro, o quaternário, depois, o triângulo e, só então, o
círculo. Contudo, há meios de acelerar a evolução, obtendo um progresso de um milhão de anos em uma década.
Consiste na sublimação da fase espiritualista, convertendo o quadrado diretamente no círculo.
Simbolicamente isso é obtido através do dinamismo (rajas) imposto ao símbolo de tamas (inércia) e transmutando-o
em um signo giratório, o círculo. Para quem sabe ler o alfabeto da simbologia, isso é feito traçando-se linhas de força
entre os ângulos do quadrado e, depois, recruzando-os. É o mesmo que tomar o quadrado e fazê-lo girar. O produto da
energia liberada é a aceleração evolutiva e a queima de etapas, logo, a eliminação de karma.
Uma alusão ocultista a esses conceitos encontra-se no desenho do homem inscrito num quadrado e num círculo, de
Da Vinci, que sugere a identidade natural do ser humano com esses dois símbolos, mas omite intencionalmente o
triângulo. Como se sabe, esse gênio não era espiritualista, logrou uma evolução bem acelerada e tentou dizer-nos, de
forma cifrada, como o conseguiu.
Conclusão: o homem comum tem que passar pelas três fases, a do quadrado (o homem bruto); a do triângulo (o
espiritualista) e a do círculo (a pessoa lúcida e evoluída, portanto descondicionada de credos e ideologias). Entretanto,
os que tiverem o privilégio de receber a iniciação no Swásthya Yôga, passam diretamente do estado bruto ao de Ser
Consciente, sem precisar perder tempo com o misticismo.

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