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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA

DEPARTAMENTO DE LÍNGUAS E LITERATURAS

CURSO DE LETRAS

III SEMESTRE

DISCIPLINA: INTRODUÇÃO ÀS TEORIAS DO DISCURSO

PROFESSORA: CLÁUDIA REJANNE PINHEIRO GRANGEIRO

DARLEY PEREIRA DA SILVA

E-MAIL: darley.pereira@urca.br

FICHAMENTO: O SUJEITO E O PODER, MICHEL FOUCAULT

09 DE NOVEMBRO DE 2022, CRATO – CE


FACÇÃO CIENTÍFICA

“[...] foi criar uma história dos diferentes modos pelos quaís, em nossa eu lmra, os seres humanos tomaram-se sujeitos.” (p.
1)

“[..] enquanto o sujeito humano é colocado em relações de produção e de significação, é igualmente colocado em
relações de poder muito complexas.” (p. 3)

“[...] para as relações de poder, não temos instrumentos de trabalho.” (p. 3)

“[...] necessário estender as dimensões de uma definição de poder se quiséssemos usá-Ia ao estudar a objetivação do
sujeito.” (p. 3)

“[...] este trabalho analítico não pode proceder sem uma conceituaçâo dos problemas tratados, coaceituaçâo esta que
implica um pensamento critico - uma verificação constante.” (p. 3)

“Temos que conhecer as condições históricas que motivam nossa conceituação. Necessitamos de uma consciência
histórica da situação presente. A segunda coisa a ser verificada é o tipo de realidade com a qual estamos lidando.”
(p. 3)

“O que necessitamos é de uma nova economia das relações de poder entendendo-


seVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA e c o n o m ia num sentido teórico e prático.” (p. 3)

“Todos têm consciência de tais fatos tão banais. Porém, o fato de serem banais não significa que não existam.” (p.
4)

“A relação entre a racionalização e os excessos do poder político é evidente. E não deveríamos precisar esperar pela
burocracia ou pelos campos de concentração para reconhecer a existência de tais relações.” (p. 4)

“O que devemos fazer é analisar racionalidades específicas mais do que evocar constantemente o progresso da
racionalização em geral.” (p. 4)

“Gostaria de sugerir uma outra forma de prosseguir em direção a uma nova economia das relações de poder, que é
mais empírica, mais diretamente relacionada à nossa situação presente, e que implica relações mais estreitas entre a
teoria e a prática.” (p.4)

“Em suma. o principal objetivo destas lutas é atacar, Dão tanto "tal ou tal" instituição de poder ou grupo ou elite ou
classe, mas, antes, uma técnica, uma forma de poder.” (p. 6)
“É uma forma de poder que faz dos indivíduos sujeitos. Há dois significados para a palavra s u je ito : sujeito a
alguém pelo controle e dependência. e preso à sua própria identidade por uma consciência ou autoconhecimento.”
(p. 6)

“[...] existem três tipos de lutas: contra as formas de dominação (étnica, social e religiosa); contra as formas de
exploração que separam os indivíduos daquilo que eles produzem; ou contra aquilo que liga o indivíduo a si mesmo
e o submete, deste modo, aos outros (lutas contra a sujeição. contra as formas de subjetivação e submissão).” (p. 6)

“Podemos dizer que todos os tipos de sujeição são fenômenos derivados, que são meras conseqüências de outros
processos econômicos e sociais: forças de produção, luta de classe e estruturas ideológicas que determinam a forma
de subjetividade.” (p. 7)

“Estado é considerado um tipo de poder político que ignora os indivíduos. oçupando-se apenas com os interesses da
totalidade ou, eu diria, de uma classe ou um grupo dentre os cidadãos” (p. 7)

“Talvez. o objetivo hoje em dia não seja descobrir o que somos, mas recusar o que somos. Temos que imaginar e
construir o que poderíamos ser para nos livrarmos deste "duplo constrangimento" político, que é a simul1ânea
índividualização e totalização própria às estruturas do poder moderno.” (p. 10)

Comentário: Entender o poder é entender como se exerce o poder. É compreender como se dá origem a esse
sujeito. De certa forma o sujeito é uma produção das relações do poder externo, da sociedade, mas também dele
mesmo. Porque o ser humano é uma série de conflitos da relação de poder consigo mesmo. Desse modo, o sujeito
ele é criado nas relações de poder. O sujeito tem três formas de subjetivação: O modo de investigação que visa
atingir o estatuto de ciência; os indivíduos são objetivados cientificamente (a ciência dita como o indivíduo deve se
portar). A objetivação dos indivíduos em práticas divisoras que são divididos entre loucos e sãos, normais e
anormais (isso é uma forma de criar indivíduos; o ser humano se analisa com certa preocupação que
automaticamente está criando um sujeito de si mesmo), O modo pelo qual o ser humano se torna sujeito (a própria
ideia de que o indivíduo ao interagir com o meio possui uma subjetividade que o faz interagir de maneira diferente e
essas relações de poder tem o objetivo de objetivação em termos de sujeito). Para Foucault a subjetividade tem
caráter político, pois algo já é nos sobreposto historicamente. Há três tipos de lutas para o filósofo Foucault, são
elas: As lutas contra a forma de dominação seja étnica, social ou religiosa (pode-se fazer referência as lutas raciais).
As lutas contra forma de exploração que separam os indivíduos daquilo que eles mesmos produzem (ele faz
referência ao Marxismo que cria a consciência que os indivíduos produzem algo e não obtêm algo de retorno, pois
produzem para outrem). E por último as lutas contra as formas de subjetivação que liga os indivíduos a si mesmos e
o submetem aos outros (faz referência a o modo de assumir-se de acordo com sua essência; de ser aquilo que o
indivíduo é; analisando quais são as relações de poder que de certo modo o faz oprimir ou o levando a resistência).
Foucault reflete sobre o ser humano ser construção das relações de poder do meio e deles mesmos.
COMO SE EXERCE O PODER?

“[..] o ´poder´ que analisamos aqui, é que ele coloca em jogo relações entre indivíduos (ou entre grupos).” (p. 11)

“[...] não devemos nos enganar: se falamos do poder das leis, das instituições ou das ideologias, se falamos de
estruturas ou de mecanismos de poder, e apenas na medida em que supomos que "alguns' exercem um poder sobre
os outros.” (p. 11)

“[...] comunicar é sempre uma certa forma de agir sobre o outro ou os outros. Porém, a produção e a circulação de
elementos significantes podem perfeitamente ter por objetivo ou por conseqüências efeitos de poder, que não são
simplesmente um aspecto destas. Passando ou não por sistemas de comunicação, as relações de poder têm sua
especificídade. (p. 11)

“´Relações de poder´, `relações de comunicação´, `capacidades objetivas´ não devem, então, ser confundidas.” (p.
11)

Comentário: Neste tópico Foucault vem dissertar como se exerce o poder; para ele não importa o que é o poder,
mas sim como ele exerce. Inicialmente o autor buscar entender de onde surge o poder com suas interrogações. Não
existe dicotomia, o poder está disseminado na sociedade em todas as camadas sociais. Até mesmo nas relações mais
intimas. O poder como capacidade, aquilo que nos capacita a mudar coisas (por exemplo, o poder que o professor
tem de transmitir conteúdos). O poder como jogo de relações (a relação entre os indivíduos e como se desloca esse
poder, como por exemplo, o deslocamento do poder/conhecimento entre professores/alunos). Ele afirma que um dos
objetivos da filosofia é impedir que a razão (dedução) ultrapasse os limites daquilo que é dado pelo empirismo.
Dentro deste tópico ele afirma que “relações de poder”, “relações de comunicações” e “capacidades objetivas” são
diferentes, porém se conectam, se completam, são instrumentos mútuos. Foucault remete ao deslocamento de poder
saindo da relação de hierarquia para a horizontalidade, transversalidade do poder, no qual em todo eixo há poder (o
poder está também na micro relações/microfísica do poder).

EM QUE CONSISTE A ESPECIFICIDADE DAS RELAÇÕES DE PODER?

“O exercício do poder não é simplesmente uma relação entre "parceiros" individuais ou coletivos; é um modo de
ação de alguns sobre outros.” (p. 13)

“[...]só há poder exercido por • 'uns" sobre os "outros"; o poder só existe em ato, mesmo que, é claro, se inscreva
num campo de possibilidade esparso que se apóia sobre estruturas permanentes.” (p. 13)

“[...] o poder não é da ordem do consentimento; ele não é, em si mesmo, renúncia, uma liberdade [...]” (p. 13)
“[...] aquilo que define uma relação de poder é um modo de ação que não age direta e imediatamente sobre os
outros, mas que age sobre sua própria ação. Uma ação sobre a ação, sobre ações eventuais, ou atuais, futuras ou
presentes.” (p.13)

“O poder, no fundo, é menos da ordem do afrontamento entre dois adversários, ou do vínculo de um com relação ao
outro, do que da ordem do 'governo. ´” (p. 14)

“O poder só se exerce sobre "sujeitos livres", enquanto "livres" - entendendo-se por isso sujeitos individuais ou
coletivos que têm diante de si um campo de possibilidade onde diversas condutas, diversas reações e diversos
modos de comportamento podem acontecer.” (p. 14)

“Não há relação de poder onde as determinações estão samradas - a escravidão não é uma relação de poder, pois o
homem está acorrentado (trata-se então de uma relação física de coação) - mas apenas quando ele pode se deslocar
e, no limite, escapar.” (p.14)

“Não há, portanto, um confronto entre poder e liberdade [...]” (p. 15)

Comentário: Na perspectiva de Foucault o poder não é centralizado em um indivíduo, mas o exercício do poder é a
ação de um/uns sobre outro/outros. É uma ação vai desencadeando outras ações, que podem ser ações do futuro, do
presente ou até mesmo do passado. O ponto crucial é que essa ideia de uma ação sobre outra ação é leva o exercício
do poder. Há o poder como modo de governar. Essa concepção de governo, porém, não se limita às formas
políticas de governo, o governo do Estado, mas deve estar relacionada à noção ampla de que no século XV, fazendo
referência a um poder ligado à pastoral cristã, no qual o ato de governar se referia à “práticas múltiplas”, na medida
em que muitas indivíduos pode governar: o pai de família, o superior do convento, o gerente bancário para um
aprendiz bancário e o professor em relação à criança e ao discípulo. Segunda a óptica de Foucault não há confronto
entre poder e liberdade, pois quando uma existe a outra não existe. Ou seja, tendo liberdade não haverá poder, pois
ela desaparece, e assim vice-versa.

COMO ANALISAR AS RELAÇÕES DE PODER?

“[...]a análise das relações de poder nos espaços institucionals fechados apresenta alguns inconvenientes.” (p. 15)

““ [...] na medida em que as instituições agem essencialmente através da colocação de dois elementos em jogo:
regras (explícitas ou silenciosas) e um aparelho, corremos o risco de privilegiar exageradamente um ou outro na
relação de poder, e assim, de ver nestas apenas modulações da lei e da coerção. [...] é necessário, antes, analisar as
instituições a partir das relações de poder , e não o inverso; e que seu ponto de apoio fundamental [...] devem ser
buscado aquém.” (p. 14-15)

“[...]o que seria próprio a uma relação de poder é que ela seria um modo de ação sobre ações.” (p. 15)
“[...]as relações de poder se enraízam profundamente no nexo social; e que elas não reconstítuem acima da
"sociedade”. (p. 16)

“Ao nos referhmos ao sentido restrito da palavra "governo", poderíamos dizer que as relações de poder foram
progressivamente govemamentalizades, ou seja, elaboradas, racionalizadas e centralizadas na forma ou sob a caução
das insti tuíções do Estado.” (p. 17)

Comentário: Neste penúltimo módulo a perspectiva sobre analisar as relações de poder é dissertada por Foucault.
Ele disserta que a análise das relações de poder nos espaços institucionais fechados apresenta alguns inconvenientes
devido ao fato terem algumas incongruências. O filósofo retoma alguns pontos que já foram discutidos, o poder na
perspectiva de ações sobre ações e o governo como meio de governar.

RELAÇÕES DE PODER E RELAÇÕES ESTRATÉGICAS

“A palavra estratégia é corretamente empregada em três sentidos [...] para designar a escolha dos meios
empregados para se chegar a um fim [...] Para designar a mentira pela qual um parceiro, num jogo dado, age em
função daquilo que ele pensa deve ser a ação dos outros e daquilo que ele acredita que os outros pensarão ser a sua
[...] para designar o conjunto dos procedimentos utilizados num confronto a fim de privar o adversário dos seus
meios de combate reduzi-lo à renúncia de luta.” (p. 18)

“Podemos também falar de estratégia própria às relações de poder na medida em que estas constituem modos de
ação sobre a ação possível, eventual, suposta dos outros.” (p. 19)

[...] cada instante, a relação de poder pode tornar-se, e em certos pontos se toma, um confronto entre adversários.”
(p. 19)

“A cada instante também as relações de adversidade, numa sociedade, abrem espaço para o emprego de mecanismos
de poder.” (p. 19)

“[...] o que torna a dominação de um grupo, de uma casa ou de uma classe, e as resistências ou as revoltas às quais
ela se opõe, um fenômeno central na história das sociedades, é o fato de manifestarem, numa forma global e maciça,
na escala do corpo social inteiro, o entrelaçamento das relações de poder com as relações e seus efeitos de interação
recíproca.” (p 19)

Comentário: Neste último módulo da obra o Sujeito e o Poder de Foucault foca no embate de adversários. Uma
relação de poder se forma no momento em que alguém tem vontade de ter algo que depende unicamente da vontade
de outro. Esse querer determina uma relação de sujeição de ou pessoas em relação a outras. Como podemos
observar atualmente, as relações de poder estão cada vez mais espalhadas por todas as situações, em grupo de
amigos, em uma instituição, em uma empresa, ou em relações familiares.
REFERÊNCIAS
http://repositorio.ufpa.br/jspui/bitstream/2011/5177/1/Dissertacao_ModosSubjetivacaoEstrategias.pdf
https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/47320952/FOUCAULT_o-sujeito-e-o-poder-with-cover-page-v2.pdf?
Expires=1668353934&Signature=XyZzQnwyezCChb84jUicMqx6esQLXY1io0AsG2DNO9wwz7A8k5-
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https://www.youtube.com/watch?v=UArlKXaK7xs
https://www.youtube.com/watch?v=ms7CcWIDzU0
https://www.youtube.com/watch?v=ameYCcO-0CI&t=395s

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