Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PRINCÍPIOS
1º Princípios relacionados 2º Princípios relacionados 3º Princípios relacionados 4º Princípios relacionados
com a MISSÃO FUNDA- com o FATO DO AGENTE com o AGENTE DO FATO com a PENA
MENTAL DO DIREITO PE-
NAL
1.1- Princípio da EXCLUSIVA 2.1- Princípio da EXTERIORI- 3.1- Princípio da RESPONSA- 4.1- Princípio da DIGNIDADE
PROTEÇÃO DOS BENS JU- ZAÇÃO ou MATERIALIZAÇÃO BILIDADE PESSOAL DA PESSOA HUMANA
RÍDICOS DO FATO
1.2- Princípio da INTERVEN- 2.2- Princípio da LEGALIDA- 3.2- Princípio da RESPONSA- 4.2- Princípio da INDIVIDUA-
ÇÃO MÍNIMA DE BILIDADE SUBJETIVA LIZAÇÃO DA PENA
NPB - Complemento
Não possui natureza Possui caráter excepcional/temporária
excepcional
Ocorre abolitio na hipótese de sua revogação A norma terá ultra-atividade
Privilégio Prerrogativa
Exceção da lei comum deduzida da situação de superiori- Conjunto de precauções que rodeiam a função
dade das pessoas que a desfrutam
Subjetivo e anterior à lei Objetiva e deriva da lei
Tem essência pessoal Anexo à qualidade do órgão
Poder frente a lei Conduto para que a lei se cumpre
Aristocracias das ordens sociais Aristocracias das instituições governamentais
Conceito Analítico
Teoria Tripartite Teoria Bipartite
Crime = fato típico + ilicitude + culpabilidade Crime = fato típico + ilicitude
* Culpabilidade como pressuposto para aplicação da
pena
Crime Contravenção
Pena: reclusão/detenção Pena: prisão simples/multa
Ação penal pública incondicionada, ação penal pública Ação penal pública incondicionada.
condicionada (representação/requisição), ação penal pri-
vada.
Tentativa, em regra, punível. Tentativa não é punível.
Admite extraterritorialidade da lei penal Não admite extraterritorialidade.
Pode ser julgado pela Justiça Estadual ou Federal. Só é julgado pela Justiça Estadual.
Duração da pena não pode ser superior a 30 anos. Duração da pena não pode ser superior a 5 anos.
Ex: art. 33, §3°, L. 11343/06 – oferecer droga, eventualmente Ex: art. 33, §3°, L. 11343/06 – oferecer droga, eventual-
e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, mente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacio-
para juntos a consumirem. namento, para juntos a consumirem.
Elemento positivo: para juntos consumirem (finalidade que Elemento negativo: sem objetivo de lucro (finalidade
deve existir) que não deve existir, sob pena de se transformar em
tráfico de drogas).
CONDUTA
TEORIA CAUSALISTA TEORIA NEOKANTISTA
O delito estrutura-se sobre movimento corporal que pro- Questiona se é possível apreciar toda a realidade com a
duz modificação no mundo exterior perceptível pelos sen- ajuda do método das ciências naturais.
tidos.
Trabalha com métodos similares aos das ciências exatas. As ciências naturais explicam parcialmente a realidade (só
os fenômenos que se repetem).
Não explicam os fenômenos individuais (explicados pela
ciência da cultura – Direito).
Conduta = movimento Conduta = comportamento
Não explica os crimes omissivos Abrange crimes omissivos.
CONDUTA
Teoria causalista Teoria neokantista Teoria finalista
Dolo e culpa analisados na culpabili- Dolo e culpa analisados na culpabili- Dolo e culpa migram para o fato típico
dade dade Conduta é ato de vontade com conte-
Conduta é ato de vontade sem conte- Conduta é ato de vontade sem conte- údo
údo údo
Teoria neokantista
Fato típico Ilicitude Culpabilidade
Culpa
Dolo:
a) consciência
b) vontade
c) consciência atual da ilicitude (ele-
mento normativo).
Teoria Finalista
Fato típico Ilicitude Culpabilidade
Culpa
Dolo:
a) consciência
b) vontade
Dolo Culpa
Vontade dirigida à realização de um resultado ilícito Vontade dirigida à realização de um resultado lícito, di-
verso daquele que efetivamente se produz.
Voluntariedade
Consciência Vontade
Dolo direto
Previsão Querer
Dolo eventual Previsão Aceitar
(FODA-SE) (assume o risco)
Culpa consciente Previsão Não tem vontade quanto ao resultado
(FODEU) (agente acredita poder evitar)
Culpa inconsciente Sem previsão (com previsibilidade) Resultado involuntário.
“ABERRAIO ICTUS” POR ACIDENTE “ABERRAIO ICTUS” POR ERRO NO USO DOS MEIOS DE
EXECUÇÃO
Não há erro no golpe, mas desvio na execução. Existe erro no golpe.
Desvio na execução em razão da inabilidade do agente no
uso do instrumento.
A vítima visada pode ou não estar no local. A vítima está no local.
Ex: A coloca uma bomba no carro de B, para explodir Ex: A atira para matar B, mas por inabilidade acaba atin-
quando acionado. Naquele dia quem ligou o carro foi a gindo a esposa de B.
esposa de B.
CRIME DE PERIGO ABSTRATO CRIME DE PERIGO CONCRETO CRIME DE PERIGO ABSTRATO DE PE-
RIGOSIDADE REAL
O perigo advindo da conduta é abso- O perigo advindo da conduta deve ser O perigo advindo da conduta deve ser
lutamente presumido por lei. comprovado. comprovado (se aproxima do crime
Basta o MP comprovar a conduta de perigo concreto)
ATENÇÃO:Deve ser demonstrado o
risco para a pessoa certa e determina- Dispensa risco para pessoa certa e
da determinada (se aproxima do crime
de perigo abstrato).
ERRO DE TIPO DELITO PUTATIVO
O agente não possui vontade de cometer o delito (realiza O agente possui vontade de cometer o delito, mas, em
a tipicidade objetiva sem ter a vontade de realizá-la – não face do erro, pratica conduta atípica. Pode ser:
há tipicidade subjetiva). Delito putativo por erro de tipo: ocorre erro sobre o
elemento do tipo. O agente possui consciência e vontade
de cometer o delito, mas, em face de erro acerca dos ele-
mentos da figura típica, pratica uma conduta atípica.
Delito putativo por erro de proibição (erro de proibi-
ção invertido): o agente pratica um fato que entende ser
criminoso, mas, como não existe norma de proibição (in-
criminadora), pratica uma conduta atípica.
Delito putativo por obra do agente provocador: delito
de ensaio/delito de experiência – Súmula 145, STF: prepa-
ração do flagrante pela polícia torna impossível a consu-
mação do delito.
Conclusão: o princípio da insignificância exclui a tipicidade material do fato, excluindo a tipicidade penal, por
conseguinte, o próprio fato típico.
FASES DA TIPICIDADE
Independência (Beling): não há ligação do fato típico com a ilicitude e com a culpabilidade.
Caráter indiciário (“ratio cognoscendi”) da ilicitude (Mayer): ocorrendo o fato típico há um indício de ilicitude, que
poderá ser afastada se ocorrer alguma de suas excludentes. Adotada pelo CP.
Essência (“ratio essendi”) da ilicitude (Mezger): todas as condutas típicas são ilícitas. Tipicidade e ilicitude não são
institutos distintos.
Teoria dos elementos negativos do tipo (ilicitude sem autonomia): todas as condutas típicas são ilícitas. No en-
tanto, para essa teoria, as causas de exclusão da ilicitude integram a tipicidade.
ESTADO DE NECESSIDADE
TEORIA DIFERENCIADORA TEORIA UNITÁRIA
CPM arts. 39 e 45 CP art. 24, §2°
Estado de necessidade justificante Estado de necessidade justificante
Exclui a ilicitude Exclui a ilicitude
Bem jurídico: vale + ou = (vida) Bem jurídico: vale + ou = (vida)
Bem sacrificado: vale – ou + (patrimônio) Bem sacrificado: vale – ou + (patrimônio)
Estado de necessidade exculpante #E no caso do bem protegido valer menos que o bem sa-
Exclui a culpabilidade crificado? Pode servir como diminuição de pena.
Bem jurídico: vale - (patrimônio)
Bem sacrificado: vale + (vida)
COMMODUS DISCESSUS
Não é requisito da legítima defesa É requisito do estado de necessidade
Ataque de animal
Ataque não provocado Ataque provocado pelo dono
Configura perigo atual. Configura agressão injusta.
Estado de necessidade. Legítima defesa.
Sendo possível a fuga, a pessoa atacada não deve abater Mesmo que possível a fuga, a pessoa atacada pode reagir.
o animal.
Excesso extensivo
Sem erro Responde a título de dolo
Com erro de proibição indireto (ex- Inevitável: isenção de pena
Doloso (voluntário)
cesso sem ter o agente a consciência
Evitável: causa de diminuição
da ilicitude)
Com erro de tipo (erro sobre a atuali- Inevitável: exclui dolo e culpa
Involuntário dade da agressão)
Evitável: exclui dolo, mas não a culpa
Excesso intensivo
Sem erro Responde a título de dolo
Doloso (voluntário)
Com erro de proibição indireto (ex- Inevitável: isenção de pena
cesso sem ter o agente a consciência
Evitável: causa de diminuição
da ilicitude)
Com erro de tipo (erro sobre a gravi- Inevitável: exclui dolo e culpa
Involuntário dade da agressão ou sobre o grau de
Evitável: exclui dolo, mas não a culpa
reação)
OBSERVAÇÕES
LD Real x LD Real Não admitida.
LD Real não é uma agressão injusta.
LD Real x LD Putativa Admitida.
LD Putativa é uma agressão injusta.
Não admitida.
LD Real x Estado de Necessidade Real Estado de necessidade não é agressão injusta, mas ação
para proteger bem da vida.
LD Putativa x LD Real Possível.
No caso de duas pessoas, por erro plenamente justificado
LD Putativa x LD Putativa pelas circunstâncias, imaginam-se em situação de agres-
são injusta.
LD x Ação amparada por causa excludente de culpabi- Possível, pois mesmo não havendo culpabilidade, ocorre
lidade um fato típico e ilícito (injusto penal).
CULPABILIDADE
Teoria psicológica Teoria psicológico-normativa Teoria normativa ou normativa
pura
Franz Von Liszt/Beling Mezger Welzel
Dolo/culpa Dolo/culpa Imputabilidade
Imputabilidade Exigibilidade de conduta diversa
Exigibilidade de conduta diversa Potencial consciência da ilicitude
Embriaguez fortuita
Completa Incompleta
Exclui a culpabilidade O agente responde, mas com pena diminuída
Ausência de
Consciência da ilicitude Potencial consciência da ilicitude
Circunstância atenuante Erro de proibição (exclui culpabilidade)
Consumação Tentativa
Subjetivamente e objetivamente é completa Subjetivamente é completa e objetivamente é incompleta
Regra: Teoria objetiva (pune-se a tentativa com a pena
da consumação reduzida de 1/3 a 2/3).
Exceção: Teoria subjetiva (pune-se a tentativa com a
mesma pena da consumação – sem redução). São os cri-
mes de atentado ou empreendimento.
NÃO ADMITEM TENTATIVA
Crime culposo
Crime preterdoloso
Crime unissubsistente
Contravenção penal
Crime de atentado
Crimes habituais
Crime condicionado ao implemento de um resultado
Crimes omissivos próprios
Autoria
Teoria Objetivo Formal Teoria Objetivo Material
Autor: realiza o núcleo do tipo. Autor: contribui de forma mais efetiva para a concorrên-
Executa, total ou parcialmente, a conduta que realiza o cia do resultado (sem necessariamente praticar o núcleo
tipo. do tipo)
Partícipe: concorre sem realizar o núcleo do tipo. Partícipe: concorre de forma menos relevante
Coautoria: conjuntamente realizam o núcleo do tipo –
princípio da imputação recíproca.
Concepção majoritariamente adotada.
OBS: não explica as questões que envolvem a autoria me-
diata.
ESPÉCIES DE PRESCRIÇÃO
Prescrição da Pretensão Punitiva Prescrição da Pretensão Executória
Perda do direito de punir Perda do direito de executar a punição já imposta
Ocorre antes do trânsito em julgado Ocorre após o trânsito em julgado
Impede qualquer efeito de eventual condenação (efeitos Impede somente a execução da pena – efeito principal (os
penais e extrapenais). demais efeitos permanecem – penais e extrapenais)
Divide-se em 4 espécies:
a) Em abstrato (PPPA)
b) Retroativa (PPPR)
c) Superveniente (PPPS)
d) Virtual (PPPV)
Prescrição Pena
20 anos >12a
16 anos >8a < 12a
12 anos >4a < 8a
8 anos >2a < 4a
4 anos ≥1a < 2a
3 anos <1a
PPP PPE
Ocorre antes do trânsito em julgado para ambas as par- Pressupõe condenação para ambas as partes
tes
Rescinde eventual condenação Não rescinde eventual condenação
Impede qualquer efeito (penais e extrapenais) Extingue a pena, mas permanece os demais efeitos (pe-
nais e extrapenais)
FUNÇÕES DA PENA
Prevenção
Geral Especial
Visa a Sociedade Visa o Delinquente
Positiva/Integradora/Esta- Negativa Positiva Negativa
bilizadora
A pena tem como objetivo A pena atua como coação Busca a ressocialização. Inibir a reincidência
demonstrar a vigência da lei psicológica da sociedade Reintegrar o condenado no
(intimidação) meio social.
PRINCÍPIO DA BAGATELA/INSIGNIFICÂNCIA
P. Bagatela Própria P. Bagatela Própria
O fato já nasce irrelevante para o direito penal. Embora relevante o fato praticado (ex: homicídio
Causa de atipicidade material (exclui o desvalor da condu- culposo), a pena, diante do caso concreto, é desnecessá-
ta). ria.
Ex: subtração de uma caneta “Bic”. Falta de interesse de punir.
Ex: perdão judicial.
Reincidência - Espécies
Ficta/Presumida Real
Para ser considerado reincidente basta a prática de novo Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo
crime, depois de sentença penal condenatória com trânsi- crime depois de ter cumprido pena pelo delito anterior.
to em julgado, mesmo não tendo o réu cumprido a pena
do crime anterior. Adotado pelo CP.
Reincidência
Crime Contravenção
“Art. 63 C.P. - Verifica-se a reincidência quando o agente “Art. 7º LCP. - Verifica-se a reincidência quando o agente
comete novo crime, depois de transitar em julgado a sen- pratica uma contravenção depois de passar em julgado a
tença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estran-
por crime anterior.” geiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de
contravenção.”
Crime-crime Crime-contravenção
Contravenção-contravenção
Condenação definitiva
Causa extintiva antes Causa extintiva antes
Não gera reincidência (impede o trânsito em julgado). Gera reincidência.
Ex: prescrição da pretensão punitiva. Ex: prescrição da pretensão executória.
Tabela da preponderância
Tradicionalmente Posição atual do STJ
1ª Atenuantes da MENORIDADE/SENILIDADE (maior de 70 1ª Atenuantes da MENORIDADE/SENILIDADE (maior de 70
anos na data da sentença) anos na data da sentença)
2ª Agravante da REINCIDÊNCIA 2ª Agravante da REINCIDÊNCIA/ATENUANTE DA CONFIS-
3ª ATENUANTES/AGRAVANTES SUBJETIVAS SÃO ESPONTÂNEA (STJ)
4ª ATENUANTES/AGRAVANTES OBJETIVAS 3ª ATENUANTES/AGRAVANTES SUBJETIVAS
4ª ATENUANTES/AGRAVANTES OBJETIVAS
Pena de multa
Mínimo 10 máximo - 360 dias multas
Valor do dia-multa: não inferior a 1/30 do salário-mínimo nem superior a 5x.
A multa pode ser aumentada até o TRIPLO
Multa máxima que pode ser aplicada: 360 x 5 x 3 x salário-mínimo
Multa mínima 10 x 1/30
SISTEMAS DO SURSIS
FRANCO BELGA ANGLO-AMERICANO PROBATION OF FIRST OFFENDERS
Probation System ACTF
O réu é processado O réu é processado O réu é processado
É reconhecido culpado É reconhecido culpado
Existe condenação
Suspende-se a execução da pena Suspende-se o processo evitando a Suspende-se o processo sem o reco-
imposição da pena nhecimento da culpa
OBS: Foi adotado pelo Brasil para dis- OBS: Não tem previsão legal no nosso OBS: Adotado pelo Brasil para discipli-
ciplinar o “sursis” (art. 77, CP). país. nar a suspensão condicional do pro-
cesso (art. 89, lei 9099/95).
Período de Prova
Condenação Consequência
Crime doloso + PPL/PRD Revogação obrigatória (art. 81, I, CP)
Crime doloso + multa Lei: Revogação obrigatória
Rogério Greco: não revoga
Crime culposo + PPL/PRD Revogação facultativa (art. 81, §1°, CP)
Crime culposo + multa Não revoga
Contravenção penal + PPL/PRD Revogação facultativa (art. 81, §1°, CP)
Contravenção penal + multa Não revoga
Revogação facultativa:
Condenado descumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou
por contravenção, a PPL ou PRD.
Sursis etário:
Condenado maior de 70 anos.
PPL não superior a 4 anos.
Suspensão por 4 a 6 anos.
LIVRAMENTO CONDICIONAL
É uma forma de antecipação da liberdade do condenado antes do término do cumprimento da pena. Denomina-se
período de prova o tempo em que o condenado fica liberado (restante da pena). Durante esse período, o condenado
deverá observar certas condições.
No sursis o condenado não inicia o cumprimento da pena, ao passo que no livramento condicional o condenado co-
meça a cumprir a pena e poderá obter a sua liberdade no curso da execução.
REQUISITOS OBJETIVOS
- A PPL fixada na sentença deve ser igual ou superior a 2 anos. As penas que correspondem a infrações diversas de-
vem se somar para efeito do livramento.
- Cumprimento de mais de 1/3 da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons anteceden-
tes.
- Cumprimento de mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso.
- Cumprimento de mais de 2/3 da pena nos casso de condenação por crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilíci -
to de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa
natureza.
- Reparação do dano causado pela infração, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo.
OBS: A lei não trata do não reincidente portador de maus antecedentes. 1C) Deve cumprir 1/3 da pena, pois o cum-
primento de 1/2 é aplicável somente aos reincidentes em crime doloso; 2C) deve cumprir ½ da pena.
STJ - O paciente primário com maus antecedentes não pode ser equiparado a reincidente, em seu prejuízo – deve
cumprir 1/3.
STF – decide em sentido contrário.
REQUISITOS SUBJETIVOS
- Bom comportamento carcerário (comportamento satisfatório durante a execução da pena; bom desempenho no
trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto).
OBS: A falta grave não interrompe o prazo para obtenção do LC (Súmula 441, STJ).
- Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do LC ficará
subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinquir. Trata-
se de perícia médico-psiquiátrica.
OBS: O exame criminológico não é mais obrigatório, portanto, não mais se justifica a obrigatoriedade da perícia para
concessão do LC (STJ).
CONDIÇÕES OBRIGATÓRIAS
Obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho.
Comunicar periodicamente ao juiz sua ocupação.
Não mudar do território da comarca do Juízo da Execução, sem prévia autorização deste.
CONDIÇÕES FACULTATIVAS
Não mudar de residência sem comunicação ao juiz e à autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção.
Recolher-se à habitação em hora fixa.
Não frequentar determinados lugares.
OBS: O juiz poderá fixar outras condições que não aquelas elencadas no art. 132, §2°, LEP.
REVOGAÇÃOOBRIGATÓRIA
- Se o liberado bem a ser condenado a PPL, em sentença irrecorrível, por crime cometido durante a vigência
do período de prova
Efeitos: não poderá ser novamente concedido em relação à mesma pena. Nada impede o LC em relação à nova pena
imposta; não se computará como tempo de cumprimento da pena o período de prova (tempo em que esteve solto o
condenado); não será permitida, para a concessão de novo livramento, a soma do tempo das 2 penas.
- Se o liberado bem a ser condenado a PPL, em sentença irrecorrível, por crime anterior ao período de prova,
observado o disposto no art. 84, CP.
Efeitos: poderá ser novamente concedido em relação à mesma pena; computar-se-á como tempo de cumprimento
da pena o período de prova; será permitida, para a concessão de novo livramento, a soma do tempo das 2 penas.
REVOGAÇÃO FACULTATIVA
- Se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença.
Efeitos: não poderá ser novamente concedido em relação à mesma pena; não se computará como tempo de cumpri-
mento da pena o período de prova.
- Se o liberado for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de
liberdade.
PRORROGAÇÃO
Se o liberado for condenado em sentença irrecorrível por crime praticado durante o período de prova, o LC será re-
vogado. No entanto, a simples prática do crime não é causa de revogação, mas o juiz poderá decretar a prisão do li -
berado e suspender o curso do livramento.
Ocorrerá a prorrogação do LC enquanto não passar em julgado a sentença em processo a que responde o libe-
rado, por crime cometido na vigência do LC. Após o período de prova não perduram as condições fixadas.
EXTINÇÃO DA PENA
Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena privativa de liberdade.
O Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do Ministério Público ou mediante representação do Conselho Peni-
tenciário, julgará extinta a pena privativa de liberdade, se expirar o prazo do livramento sem revogação.
A sentença é declaratória.
O marco da extinção é o termino do período de prova.
STF - O cometimento de novo delito durante o período de prova do livramento condicional autoriza a suspensão cau-
telar do citado benefício, consoante se extrai do art. 145 da LEP, porquanto, a teor do 86 do Código Penal, apenas a
sua revogação definitiva exige condenação com trânsito em julgado.
STF – Se o LC foi suspenso em razão da prática de novo crime durante o período de prova, a decisão de extinção da
pena só poderá ser proferida após o trânsito em julgado da sentença referente ao crime superveniente.
CONCURSO DE CRIMES
CONCURSO MATERIAL (REAL) DE CRIMES CONCURSO FORMAL (IDEAL) DE CRIMES
REQUISITOS: REQUISITOS:
1. Pluralidade de condutas 1. Unidade de conduta (uma só conduta que, no entanto,
2. Pluralidade de crimes. pode ser dividida em vários atos).
2. Pluralidade de crimes.
ESPÉCIES: ESPÉCIES:
1. Homogêneo (pluralidade de crimes da mesma espécie) a) Concurso formal homogêneo: os crimes decorrentes
2. Heterogêneo (pluralidade de crimes de espécies dife- da conduta única são da mesma espécie.
rentes) b) Concurso formal heterogêneo: os crimes são de es-
pécies distintas.
c) Concurso formal próprio / perfeito / normal: o agen-
te, apesar de provocar dois ou mais resultados, não tem
intenção independente em relação a cada crime (não há
desígnios autônomos).
Pode ocorre nas seguintes situações:
- Crimes culposos – agente não quis nem assumiu o risco
de cometer nenhum crime, mas os praticou por culpa.
- Crimes dolosos e crime(s) culposo(s): o agente quis ou
assumiu o risco de praticar apenas um único crime, mas,
além deste, praticou outro(s) crime(s) por culpa.
- Crimes dolosos sem desígnios autônomos: o agente quis
praticar apenas um único crime, mas na realidade, prati-
cou mais de um delito no mesmo contexto fático, tendo
em vista a diversidade das vítimas.
d) Concurso formal impróprio / imperfeito / anormal:
o agente age com desígnios autônomos em relação a
cada crime.
STJ – a expressão desígnios autônomos refere-se a qual-
quer forma de dolo, seja ele direto ou eventual.
REGRAS DE FIXAÇÃO DA PENA: Sistema do cúmulo ma- REGRAS DE FIXAÇÃO DA PENA NO CONCURSO FORMAL
terial PRÓPRIO/PERFEITO (não há desígnios autônomos)
O juiz primeiro individualiza as penas de cada um dos O juiz aplica a pena mais grave dentre as cominadas para
crimes (critério trifásico – art. 68 CP), somando todas ao os vários crimes cometidos pelo agente. Em seguida, ma-
final. jora essa pena de um “quantum” anunciado em lei (SISTE-
MA DA EXASPERAÇÃO)
O juiz aplica uma só pena, se idênticas, ou a maior, quan-
do não idênticas, aumentada de 1/6 até 1/2 (sistema da
exasperação). Quanto mais resultados ilícitos, maior é o
aumento, quanto menos resultados ilícitos, menor é o au-
mento.
STJ – o critério de aumento varia de acordo com a quanti-
dade de crimes.
OBS: As penas de multa no caso de concurso formal apli-
cam-se cumulativamente – CP não adotou o sistema da
exasperação.
CRIME CONTINUADO
CRIME CONTINUADO GENÉRICO/COMUM CRIME CONTINUADO ESPECÍFICO
(art. 71 “caput” CP) (art. 71, p. único CP)
REQUISITOS: REQUISITOS:
1- Pluralidade de condutas 1- Pluralidade de condutas
2- Pluralidade de crimes da mesma espécie: crimes 2- Pluralidade de crimes da mesma espécie
previstos no mesmo tipo penal, protegendo igual bem ju- 3- Elo de continuidade
rídico (STF). 4- Crimes dolosos
3- Elo de continuidade (similitude das circunstâncias ob- 5- Contra vítimas diferentes
jetivas) 6- Cometidos com violência ou grave ameaça
a) Mesmas condições de TEMPO: entre as várias infra-
ções deve-se obedecer espaço temporal de 30 dias (juris-
prudência). OBS: Crimes contra a ordem tributária não se
observa esse espaço temporal.
b) Mesmas condições de LUGAR: os vários crimes tem
que ser praticados na mesma comarca ou comarca vizi-
nha (jurisprudência).
c) Mesma maneira de EXECUÇÃO (mesmo modus ope-
randi)
d) Outras CIRCUNSTÂNCIAS SEMELHANTES
TEORIAS
Teoria Puramente Objetiva: o crime continuado é verifi-
cado apenas da análise de elementos objetivos, como
tempo, lugar, maneira de execução e outros semelhantes.
Teoria Objetivo-subjetiva: para configurar o crime conti-
nuado deverão estar reunidos os elementos objetivos,
como tempo, lugar, maneira de execução, bem como o
elemento subjetivo (unidade de desígnios).
OBS: Apesar da adoção pelo CP da teoria objetiva, a
jurisprudência entende inadmissível reconhecimento
de crime continuado sem que se verifique no agente o
}animo de praticar as condutas sucessivas em conti-
nuação.
REGRAS DE FIXAÇÃO DA PENA PARA O CRIME CONTI- REGRAS DE FIXAÇÃO DA PENA PARA O CRIME CONTI-
NUADO GENÉRICO: NUADO ESPECÍFICO
Aplica-se o sistema da exasperação (aumento de 1/6 a ½ - Aplica-se o sistema da exasperação (aumento de 1/6 a
– na 3a fase) 3x)
CUIDADO: O art. 71, §único, manda observar o cúmulo
material benéfico.
PENA MEDIDA DE SEGURANÇA
Espécies de sanção penal
É polifuncional (preventiva, retributiva, reeducativa) Tem finalidade essencialmente preventiva (não se pode
negar seu caráter aflitivo, ainda que em menor grau)
Volta-se ao passado (fato concreto cometido pelo agente) Volta-se ao futuro (fato abstrato que o agente poderá
cometer)
Trabalha com a culpabilidade do agente Trabalha com a periculosidade do agente
MEDIDA DE SEGURANÇA
MEDIDA DE SEGURANÇA DETENTIVA MEDIDA DE SEGURANÇA RESTRITIVA
- Internação. - Tratamento ambulatorial.
- Para crimes punidos com reclusão. - Para crimes punidos com detenção, quando a interna-
ção não é necessária.
INIMPUTÁVEL SEMI-IMPUTÁVEL
Art. 26, caput, CP Art. 26, §único, CP
Doença mental Pertubação mental
Periculosidade presumida Periculosidade comprovada (real)
Absolvição imprópria: absolvição + medida de segurança Condenação: o juiz, na imposição da sanção penal esco-
lhe (sistema vicariante/unitário):
a) Pena diminuída
ou
b) Substituição da pena por medida de segurança
REABILITAÇÃO
ART. 93 CP: “A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença definitiva, assegurando ao condenado o
sigilo dos registros sobre seu processo e condenação.
Parágrafo único. A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da condenação, previstos no artigo 92 desse Códi-
go, vedada reintegração na situação anterior, nos casos dos incisos I e II do mesmo artigo”
CONCEITO E CABIMENTO
Medida jurídica (de política criminal) que garante ao condenado o sigilo sobre o seu processo e condenação, poden-
do também suspender determinados efeitos extrapenais específicos ordenados na sentença (art. 93 do CP).
Notam-se, em suma, duas finalidades da medida:
a) Assegurar o sigilo da condenação
b) Suspender condicionalmente efeitos específicos da condenação previstos no art. 92 CP.
SIGILO DAS CONDENAÇÕES:
De acordo com o art. 202 da Lei de Execução Penal, cumprida ou extinta a pena, não constarão da folha corrida, ates -
tados ou certidões fornecidas por autoridade policial ou por auxiliares da Justiça, qualquer notícia ou referência à
condenação, salvo para instruir processo pela prática de nova infração penal ou outros casos expressos em lei.
O instituto da reabilitação presta-se para suspender os efeitos extrapenais específicos (perda do cargo/função públi-
ca; incapacidade para o poder familiar, tutela ou curatela; inabilitação para dirigir).
A reabilitação impede a reincidência de crime futuro? A medida da reabilitação não rescinde a condenação, logo,
permanecem todos os seus efeitos (penais e extrapenais).
Só suspende determinados efeitos (art. 92 CP).
REQUISITOS
Nos termos do artigo 94 do Código Penal, são requisitos (cumulativos) da reabilitação:
a) o transcurso do período de 2 anos desde o cumprimento ou a extinção da pena, computando-se o período de pro-
va do sursis e do livramento condicional, se não sobrevier revogação.
ATENÇÃO: Esse prazo é o mesmo, não importando se o condenado é primário ou reincidente.
b) domicílio do condenado no país pelo período anteriormente citado (2 anos).
c) bom comportamento público e privado do condenado.
d) ressarcimento do dano causado pelo crime ou comprovação da impossibilidade de fazê-lo, assim como a renúncia
do ressarcimento pela vítima ou a novação da dívida.
Na hipótese de indeferimento do pleito de reabilitação, o mesmo poderá ser renovado? Sim, art. 94, §único, CP. A re-
novação deve ser instruída com novos elementos comprovadores dos requisitos.
REVOGAÇÃO
Uma vez concedida, a reabilitação pode ser revogada, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, se o reabili -
tado for condenado, como reincidente, por decisão definitiva, a pena que não seja de multa (art. 95 do CP).
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
MORTE DO AGENTE
#Certidão de óbito falta?
1C) É possível a revogação da decisão, pois teve como fundamento fato juridicamente inexistente, não produzindo
quaisquer efeitos - STJ
2C) Não é possível, por inexistir revisão pro societate.
ANISTIA
Consiste no esquecimento jurídico da infração. Atinge fatos e não pessoas. A competência é do CN
Espécies:
- Própria: concedida antes do trânsito em julgado.
- Imprópria: concedida depois do trânsito em julgado.
- Especial: concedida a crimes políticos.
- Comum: aplicada a crimes comuns.
- Geral/Plena: aplica-se a todos os agentes.
- Condicionada: é imposta a prática de algum ato como condição para a concessão.
Efeitos: ex tunc, cessando os efeitos penais da sentença condenatória. Não cessam os efeitos civis da sentença (ex:
obrigação de reparar o dano).
Efeitos: extingue a pena (efeito principal da condenação). Persistem os efeitos secundários (penais e extrapenais) da
sentença.
OBS: em regra, concedido após o trânsito em julgado da sentença, pois se refere à pena imposta.
OBS: A comutação nada mais é do que uma espécie de indulto parcial (em que há apenas a redução da pena). Daí
porque a vedação à concessão de indulto em favor daqueles que praticaram crime hediondo - prevista no art. 2º, I, da
Lei nº8.072/90 - abrange também a comutação (STF).
OBS: Não se aplica ao crime de tráfico “privilegiado”. A causa de diminuição de pena não descaracteriza a he -
diondez do crime.
ABOLITIO CRIMINIS
Art. 2, CP - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a
execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
Não cessam os efeitos extrapenais.
OBS: Pode haver revogação formal da lei sem que ocorra a abolitio criminis, em razão de inexistir a descontinuidade
normativo-típica.
A abolitio somente ocorrerá quando não houver, na nova lei, previsão da conduta proibida, ocorrendo uma
revogação material e formal da lei.
DECADÊNCIA
Consiste na perda do direito de propor, mediante, queixa, ação penal privada ou privada subsidiária, ou de oferecer
representação nos crimes de ação penal pública condicionada, em virtude do decurso do prazo legal.
Não ocorre decadência nos crimes de ação penal pública incondicionada e os de ação penal pública condicio -
nada à requisição do MJ.
PEREMPÇÃO
Sanção processual imposta ao querelante omisso na ação penal exclusivamente privada, impedindo o seu prossegui-
mento.
Art. 60, CPP. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal:
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos;
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no
processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto
no art. 36;
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar
presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais;
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.
RENÚNCIA
Ato voluntário do ofendido desistindo do direito de propor ação penal privada. Pode ser expressa ou tácita.
Havendo concurso de pessoas, a renúncia em relação a um dos autores a todos se estenderá.
Lei 9099/95 – acordo homologado acarreta renúncia.
PERDÃO ACEITO
Ato voluntário do ofendido que visa obstar o prosseguimento da ação penal privada. Pode ser expresso ou tácito, e
concedido dentro ou fora do processo.
OBS: o que extingue a punibilidade não é o perdão, mas o perdão aceito.
O perdão deve ser exercido após a propositura da ação penal privada, mas antes do trânsito em julgado da sentença
condenatória.
No caso de concurso de pessoas, se o ofendido concedê-lo a qualquer um dos autores, a todos os outros se estende -
rá.
O perdão concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros.
RETRATAÇÃO
A retratação realizada por um dos querelados não se aplica aos demais (ato pessoal).
A retratação deve ser irrestrita e incondicional, e não deve ser confundida com a retratação da representação nas
ações penais públicas condicionadas.
O CP prevê a retratação nos crimes de calúnia e difamação e no crime de falso testemunho ou falsa perícia.
PERDÃO JUDICIAL
Consiste na possibilidade de o juiz deixar de aplicar a sanção penal ao autor do crime se evidenciadas certas circuns -
tâncias.