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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão – IFMA

Eloi Heleno Assunção Pestana


Kindersley Macedo Mascarenhas
Luís Henrique Serra Pinheiro
Maikon Glaydson dos Santos Queiroz
Wellington Sousa

A Alvenaria Estrutural e seu desenvolvimento histórico: Materiais e sistemas


estruturais.

São Luís – MA
2014
Eloi Heleno Assunção Pestana
Kindersley Macedo Mascarenhas
Luís Henrique Serra Pinheiro
Maikon Glaydson dos Santos Queiroz
Wellington Sousa

A Alvenaria Estrutural e seu desenvolvimento histórico: Materiais e sistemas


estruturais.

Trabalho submetido ao Instituto Federal


de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão
– IFMA como exigência do Curso de Engenharia
Civil do IFMA para obtenção de nota na disciplina
de Alvenaria Estrutural.

São Luís – Ma
2014
SUMÁRIO

1 CONCEITOS BÁSICOS ........................................................................................ 3


2 BREVE HISTÓRICO ............................................................................................. 3
3 MATERIAIS E SEU DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO ..................................... 6
3.1 TIJOLO..........................................................................................6
3.1.1 Primeiros vestígios e usos ......................................................... 6
3.1.2 O período georgiano 1714-1813 ................................................ 7
3.1.3 Alvenaria victoriana 1830-1914 .................................................. 7
3.1.4 Atualidade .................................................................................. 8
3.2 ARGAMASSA................................................................................ 8
3.3 PEDRA .......................................................................................... 9
3.3.1 Utilização na construção civil ..................................................... 9
3.4 AGLOMERANTES ....................................................................... 10
3.4.1 Cal virgem ................................................................................. 10
3.4.2 Cimento Portland....................................................................... 11
3.5 BLOCO......................................................................................... 12
4 SISTEMAS ESTRUTURAIS ................................................................................. 13
4.1 Pilares e Vigas ............................................................................. 13
4.2 Abóbada ....................................................................................... 13
4.3 Cúpula .......................................................................................... 13
4.4 Gótico ........................................................................................... 15
4.5 Faróis ........................................................................................... 15
4.6 Pirâmides ..................................................................................... 16
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 17
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1 CONCEITOS BÁSICOS

A alvenaria é o resultado de uma composição básica, em obra, de tijolos


ou blocos unidos entre si por argamassa, constituindo uma estrutura com resistência
e estabilidade. Mais especificamente, a alvenaria estrutural é toda a estrutura em
alvenaria, predominantemente laminar, dimensionada por procedimentos racionais
de cálculo para suportar cargas além do seu peso próprio.
A alvenaria estrutural condicionada à função das suas armaduras pode se
dividir em:
• Alvenaria Estrutural Armada: aquela que possui armaduras colocadas
em alguns vazados dos blocos ou entre tijolos, devidamente envolvidas por graute,
para absorver os esforços calculados, além das armaduras construtivas e de
amarração;
• Alvenaria Estrutural Parcialmente Armada: quando parte da estrutura
tem paredes com armaduras passivas para resistir para resistir aos esforços
calculados, além das armaduras com finalidade construtiva ou de amarração, sendo
as paredes restantes consideradas não armadas;
• Alvenaria Estrutural Protendida: aquela na qual a armadura é pós-
tensionada, sendo, portanto ativa.

2 BREVE HISTÓRICO

A alvenaria estrutural tem suas origens na Pré-História sendo assim um


dos mais antigos sistemas de construção da humanidade. As primeiras alvenarias,
em pedra ou em tijolo cerâmico seco ao sol, apresentavam grandes espessuras em
suas obras mais imponentes e eram erguidas segundo regras puramente empíricas
e intuitivas, baseadas nos conhecimentos adquiridos ao longo do tempo.
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Obras em alvenaria estrutural

Entre os séculos XIX e XX, obras de maior porte eram construídas em


alvenaria com base em modelos mais racionais, servindo como exemplo clássico o
edifício "Monadnock", construído em Chicago entre 1889 e 1891 com 16 pavimentos
e 65 metros de altura, cujas paredes inferiores possuíam 1,80m de espessura.

Edifício Monadnock, Chicago, EUA

As construções em alvenaria de pedra ou tijolo cerâmico queimado,


assentados com barro, betume e mais tarde com argamassas de cal, pozolana e
finalmente cimento Portland, predominaram até o início do século XXI.
Por volta de 1950, começam a surgir normas que permitem calcular a
espessura necessária das paredes e a resistência das alvenarias, em bases de
cálculo mais racionais e experimentações laboratoriais, principalmente na Suíça.
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Bem sucedidos empreendimentos naquele país, parecem ser


responsáveis pelo ressurgimento do sistema construtivo em alvenaria estrutural na
Europa na década de 50, quando foram construídos muitos prédios altos, com
paredes bastante esbeltas.
Os anos 60 e 70 foram marcados por intensas pesquisas experimentais e
aperfeiçoamento de modelos matemáticos de cálculo, objetivando projetos
resistentes não só a cargas estáticas e dinâmicas de vento e sismo, mas também a
ações de caráter excepcional, como explosões e retiradas de paredes estruturais.
Hoje, nos Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha e muitos outros países, a
alvenaria estrutural atinge níveis de cálculo, execução e controle, similares aos
aplicados nas estruturas de aço e concreto, constituindo-se num econômico e
competitivo sistema racionalizado, versátil e de fácil industrialização, face as
reduzidas dimensões do componente modular básico empregado (bloco).
No Brasil, os primeiros prédios em alvenaria armada foram construídos
em São Paulo, no Conjunto Habitacional “Central Parque da Lapa”, em 1966. Em
1972 foram construídos quatro edifícios de 12 pavimentos no mesmo conjunto.

Conjunto Habitacional Central Parque da Lapa

A alvenaria estrutural não armada foi inaugurada no Brasil no ano de


1977, com a construção em São Paulo de um edifício de nove pavimentos em
blocos sílico-calcário. O início da década de 80 marca a introdução dos blocos
cerâmicos na alvenaria estrutural.
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3 MATERIAIS E SEU DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO

3.1 TIJOLO

3.1.1 PRIMEIROS VESTÍGIOS E USOS

Os vestígios mais antigos de tijolos datam de 7500 a.C.; foram


encontrados em Çayönü, no sudeste da Anatólia, na Turquia. Em descobertas mais
recentes, foram encontrados tijolos de 7000 e 6395 a.C., em Jericó e
em Çatalhüyük, respectivamente. A partir de dados recolhidos nestas e outras
descobertas arqueológicas, foi concluído que os tijolos cozidos (em detrimento dos
tijolos secos ao sol - adobe) foram inventados no terceiro milénio antes do
nascimento de Cristo, no Médio Oriente. Os tijolos foram uma inovação tecnológica
importante, pois permitiram erguer edifício resistentes à temperatura e à humidade,
numa altura em que o Homem deixou de ser nómada, passando a ter a necessidade
de possuir construções resistentes e duráveis. Por volta do ano de 1200 a.C., o
fabrico de tijolos generalizou-se na Europa e na Ásia.
A popularidade deste material pode ser seguida até à revitalização da
fabricação de tijolos na Inglaterra ocidental nos finais do século XIII e princípios do
século XIV. Era o resultado direto da falta de pedra local, uma crescente escassez
de madeira de boa qualidade, e a influência da Europa onde a alvenaria de tijolo era
largamente usada.
Durante o período Tudor, os fabricantes e os assentadores de tijolo
emergiram como profissionais distintos perfeitamente capazes de rivalizarem com os
pedreiros. A partir do trabalho inicial pouco sofisticado, a construção com tijolo
entrou na sua época áurea rivalizando com a pedra na sua popularidade como
material estrutural.
O tijolo era produzido geralmente na obra, em pilhas cozidas com
madeira, mato ou turfa, por trabalhadores itinerantes. Produziam-se não só tijolos
normalizados mas também muitos com formas extravagantemente elaboradas, bem
exemplificadas pelas que formavam as fugas de chaminé enroladas em espiral que
são típicas deste período.
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3.1.2 O PERÍODO GEORGIANO 1714 – 1813

O final do século XVII e o princípio do século XVIII foram um ponto alto no


uso do tijolo. A sua fabricação foi muito melhorada, usando argila loteada, melhores
moldes e cozeduras mais uniformes que conduziam a uma maior consistência de
formas e dimensões. As cores do tijolo foram-se alterando em popularidade desde o
vermelho até aos tijolos púrpura e cinzentos que estiveram na moda desde finais do
século XVII até 1730, quando os materiais acastanhados ou cinzentos rosados
substituíram as cores quentes. Esta tendência prosseguiu até meados do século
XVIII com materiais cinzentos e, por volta de 1800, com a produção de materiais a
partir das margas amarelas de Londres, que se aproximavam mais da cor de pedra
desejada para uma fachada clássica.

3.1.3 ALVENARIA VICTORIANA 1830 – 1914

Este foi um período de revivalismo na arquitetura doméstica e na


construção industrial. A primeira procurando regressar ao ‘medievalismo’ e a outras
formas exóticas de construção como alívio contra a falta de espiritualidade da Idade
da Máquina. A última, para a infraestrutura de fábricas, armazéns, pontes de
caminho de ferro etc., todas largamente conseguidas através da barata utilização do
tijolo. Durante este período, foi fabricado e assente um maior número de tijolos do
que durante todos os períodos anteriores. Os métodos de fabricação do tijolo foram
melhorados sob todos os aspectos, inclusivamente no que se refere a exatidão,
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regularidade e na gama de cores disponíveis. Desde meados do século XVIII em


diante, o processo de fabricação, tal como muitos outros, tornou-se.

3.1.4 ATUALIDADE

A Revolução Industrial trouxe a produção em massa de tijolos. As


pequenas oficinas que produziam tijolos desapareceram para dar lugar a grandes
fábricas, com fornos enormes, que tornavam a produção de tijolos mais rápida e
barata. O uso do tijolo foi generalizado; por toda a Europa apareciam novas fábricas
que precisavam ser erguidas e a indústria dos tijolos expandiu-se largamente.

3.2 ARGAMASSA

Acredita-se que a argamassa surgiu na Pérsia antiga, onde usava-se


alvenaria de tijolos secos ao sol, com assentamento de argamassas de cal. Seu
desenvolvimento como sistema construtivo, entretanto, ocorreu em Roma. Durante o
Império Romano os homens tiveram a idéia de misturar um material aglomerante, a
pozolana (cinzas vulcânicas), com materiais inertes, dando origem às primeiras
argamassas. Portanto, há mais de 2000 anos, este material vem sendo utilizado
tanto para pavimentar as edificações, como para unir e revestir os blocos que
formam as paredes e os muros das mesmas.
No entanto, a argamassa tal como conhecemos argamassa começa com
a invenção do cimento por John Aspdin, em 1824 na Inglaterra. O método de
fabricação consiste em cozinhar argila e calcário em forno giratório, a
aproximadamente 1450 ºC; para formação de silicatos de cálcio hidratados. O
produto deve ser então moído, junto com um terceiro componente, a gipsita, que tem
a função principal de impedir que o cimento endureça instantaneamente com a
água.
Resultado da mistura de cimento, areia e água a argamassa e os
concretos (quando à argamassa é incorporada pedra britada) passaram por uma
revolução com a descoberta dos aditivos plastificantes e superplastificantes. A
produção dessas argamassas e concretos compactos se deu a partir das décadas
de 70 e 80.
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Esses aditivos atuam de modo a diminuir ou aumentar a quantidade de


água utilizada em sua composição global, pois tratam-se de substâncias químicas
que fluidificam a argamassa. Com isso, a quantidade de água pode ser variada
resultando em produtos finais que apresentam porosidades e propriedades
mecânicas diversificadas.
A combinação de plastificantes, superplastificantes e sílica ativa
provocou, então, durante os anos 80, uma enorme revolução tecnológica na
fabricação de argamassas chegando-se aos anos 90 à concretos bastantes
resistentes e mais, ao superconcreto com um número muito pequeno de poros.

3.3 PEDRA

Os primeiros megalíticos apareceram cerca de 3.000 AC. (período


neolítico superior) na Espanha e mais tarde no sul da França, inicialmente sob a
forma de “dolms” (mesas de pedra) e assim usaram mais e mais a pedra, podemos
citar grandes exemplos na história como as pirâmides de Quéops, Quefren e
Miquerinos, a Esfinge, o templo de Carnac, Cova de Menga, a Acrópole em Atenas.
As civilizações americanas dos Incas e Maias também utilizavam intensamente a
pedra como elemento fundamental de suas construções, geralmente de fundo
religioso.

3.3.1 UTILIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

O uso da pedra se intensificou e diversificou, sendo empregada em


canais, túneis, pontes, palácios, igrejas e edifícios públicos. Posteriormente, na
Idade Média, encontra-se em todos os países europeus obras clássicas construídas
em pedra como, por exemplo: O Mosteiro de Santa Maria de Vitoria, O Louve e a
Notre-Dame de Paris e o Escorial.
As rochas, por sua durabilidade e fácil manutenção, são empregadas há
milênios em pisos e pavimentos. Na Europa, são aplicadas em calçadas e passeios
públicos na forma de placas espessas, também denominadas lajotas ou laje, desde
a antiguidade até hoje.
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Com aparecimento da construção metálica e o desenvolvimento do


concreto armado, a pedra , como material estrutural , sofreu forte impacto. Diante da
situação, a pedra de construção passou a ter seu campo de aplicação bem definido
e limitado: muro de arrimo, fundações pouco profundas, bloco para pavimentação
descontínua lastra de ferrovias e principalmente como material agregado, como
componente do concreto de cimento portland de uso estrutural ou mistura
betuminosa usada em pavimentação.
Mais recentemente, aqui no Brasil, bons exemplos do emprego são as
guias de calçadas que podem ser vistas, principalmente na cidade de São Paulo,
paralelepípedos em ruas e calçamento das praças públicas. Além desses usos
públicos, as pedras são usadas nas construções particulares revestindo pisos e
paredes internas e externas, pátios, bordas de piscinas, churrasqueiras e etc.
Seu uso também está associado a placas utilizadas no revestimento de
paredes e pisos, funcionando neste caso não como material suporte ou base, mas
como elemento de acabamento e proteção.
Em decorrência de sua alta durabilidade e qualidade, o material voltou a
ocupar importante papel nas construções, revestindo outros materiais menos nobre
para dar a impressão do uso da pedra em forma maciça, com grandes efeitos
arquitetônicos pela, textura e belíssimo aspecto.

3.4 AGLOREMANTES

3.4.1 CAL VIRGEM

Evidencia-se o emprego da cal com uma maior incidência nas


construções, a partir da civilização egípcia, no ano 5.600 a.C sendo empregada
como aglomerante numa laje de 25 cm de espessura, no pátio da Vila de Lepenke-
Vir, hoje Iugoslávia e posteriormente, em 2700 a.C ocorreu o seu emprego como
material de vedação (argamassa) na pirâmide de Quéops.
A Europa é considerada a propulsora da moderna indústria da cal,
sobretudo França, Inglaterra e Alemanha, em seguida os Estados Unidos. O Brasil
somente se destacou na década de 50, mas com poucos registros. Atualmente, o
parque industrial brasileiro possui tecnologia e capacidade produtiva semelhante às
indústrias mais modernas do mundo.
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As reservas de rochas calcárias e dolomíticas, no Brasil, são superiores a


40 bilhões de toneladas, distribuídas em todo o território nacional, sendo que os
maiores produtores se localizam na região sudeste (Minas Gerais, São Paulo e
Paraná), o consumo anual é da ordem de 58 milhões de toneladas.

3.4.2 CIMENTO PORLAND

O termo “cimento” é proveniente do latim “Caecmentun” que significa


pedaços de pedras ásperas e não talhadas. Os antigos egípcios usam gesso impuro
calcinado. Os gregos e os romanos empregaram calcários calcinados e,
posteriormente, efetuaram a mistura de cal, água, areia e pedra britada, sendo
considerado o primeiro concreto da história. Como as argamassas confeccionadas
com cal não endurecem debaixo d’água, os romanos trituraram cal com cinzas
vulcânicas ou com telhas de argilas queimadas finamente moídas, onde a sílica ativa
e a alumina da cinza e das telhas se combinavam com o calcário formando o
cimento pozolânico, denominação originada da cidade de Pozzuoli, onde foi obtida a
cinza inicialmente.
A Idade Média trouxe um declínio na qualidade e no uso do cimento e
somente no século XVIII ocorreu o seu avanço tecnológico. Em 1756, John Smeaton
constatou a importância da argila misturada ao calcário calcinado, sendo o precursor
a reconhecer as propriedades químicas da cal hidratada.
O desenvolvimento do cimento prosseguiu com os cimentos hidráulicos,
como o “cimento romano” onde se nódulos de calcário argiloso, culminando na
patente do cimento Portland. Este cimento era fabricado aquecendo-se uma mistura
de argila, finamente dividida, e calcário, num forno até a eliminação do CO2, sendo
que a temperatura era bem inferior à necessária para a formação do clínquer. O
cimento moderno foi criado em 1845, por Isaac Johnson, queimando uma mistura de
argila e greda (giz) até a formação do clínquer, possibilitando a ocorrência das
reações necessárias à formação de compostos de alta resistência.
O nome de cimento Portland, devido à semelhança de cor e de qualidade
do cimento hidratado com a pedra de Portland, é empregado até os dias atuais para
designar um cimento obtido pela mistura apropriada de materiais calcários e
argilosos, ou outros materiais contendo sílica, alumina ou óxido de ferro, aquecidos
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a uma temperatura necessária para a clinquerização e moendo-se o clínquer


resultante.
O seu emprego é consagrado na fabricação de concreto (origem latina
“concretus” que significa "crescimento junto”). Salienta-se que a degradação das
obras executada com o concreto de cimento Portland possui causas externas como,
por exemplo, químicas, físico-químicas ou mecânicas. A extensão da deterioração
depende da qualidade do concreto embora se deva considerar as eventuais reações
com os agregados, a permeabilidade e as variações volumétricas.

3.5 BLOCO

A necessidade do homem proteger espaços em busca de abrigo, remonta


à pré-história. Utilizando recursos naturais precisava defender-se dos predadores,
dos rigores da natureza e de seus próprios semelhantes. Não demorou a perceber
que sua sobrevivência dependia da segurança destes refúgios. Fechar espaços, eis
a questão! A arte de construir evoluiu por milhões e milhões de anos.
A utilização dos ligantes na construção se fez necessária pela
necessidade em consolidar peças menores, muito mais fáceis de serem encontradas
e manuseadas.
A mescla de cal com pozolana dos romanos deu lugar ao cimento que J.
Smeaton fez na Inglaterra em 1750. A este primitivo aglomerante hidráulico - que
secava com água - juntaram-se os agregados areia e pedra. Com a utilização cada
vez maior desta mistura, era preciso definir suas propriedades. Em 1818 Vicat
estabelecia na França as primeiras propriedades do concreto simples, quais sejam,
cura, pega e resistência a compressão.
Os precursores dos blocos de concreto que conhecemos hoje talvez
sejam os que J. Bresser produziu na Virgínia/USA em 1904. A tentativa de
mecanizar um processo de moldar vários blocos numa mesma forma, mesmo que
manualmente, ganhava corpo. O início do século XX abria a corrida para a
fabricação de máquinas cada vez melhores.
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4 SISTEMAS ESTRUTURAIS

4.1 Pilares e Vigas

Os primeiros materiais a serem empregados nas construções antigas


foram a pedra natural e a madeira, por estarem disponíveis na natureza. O ferro, o
aço e o concreto só foram empregados nas construções séculos mais tarde. Os
pilares e vigas feitos de madeira foram descobertos ainda na pré-história. Utilizada
nas construções isoladamente ou combinada com outros materiais, como a palha, a
pedra, o ferro e o barro.

4.2 Abóbada

Todo o teto côncavo pode-se chamar abóbada. Cobertura encurvada. Do


ponto de vista geométrico, a abóbada tem origem num arco que se desloca e gira
sobre o próprio eixo, cobrindo toda a superfície do teto. As abóbadas variam de
acordo com a forma do arco de origem. Abóbada ogival, também chamada gótica,
cujo arco tem forma de ogiva, é uma marca da arquitetura árabe. Abóbada aviajada
tem origem num arco cujas extremidades estão em desníveis. Há ainda a abóbada
de lunetas. De menor altura, esse tipo está presente nas casas de estilo colonial
americano e facilita a iluminação interior.

4.3 Cúpula

Parte superior interna e externa de algumas construções. Uma


curiosidade das cúpulas é o aparecimento do óculo, abertura no seu ponto mais alto
que permite a entrada de luz e que, muitas vezes, conta com uma pequena edícula,
chamada lanterna ou lanternim. Outra curiosidade é que, normalmente, as cúpulas
são duplas, ou seja, é feita uma cúpula interna, oca, e outra externa, encarregada da
proteção da construção.
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Tração e Compressão na cúpula

Do ponto de vista estrutural, as cúpulas apareciam suportadas pelos


cruzeiros das igrejas ou diretamente pelo solo e transferiam aos mesmos seu peso
próprio, a pressão e sucção dos ventos e, em algumas regiões, toda carga gerada
pela cobertura de neve formada.

Cúpula

A transferência de todas essas cargas era feita através de estruturas


internas da cúpula, algumas seções verticais, os chamados meridianos. Estes
meridianos, sob a forma de arcos funcionavam basicamente resistindo a esforços de
compressão sendo assim constituídos por materiais resistentes a esses tipos de
esforços como pedra, tijolos e concreto. Esses arcos com forte tendência a abertura
em suas bases, eram resistidos por outras estruturas internas, os chamados
paralelos (vide figura). Os paralelos, sob a forma de anéis ainda eram reforçados por
correntes de madeira ou ferro as quais funcionavam resistindo a tração gerada pela
abertura da estrutura.
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4.4 Gótico

Estilo que surgiu na França, na segunda metade do século XII, marcando


as construções com abóbadas ogivais e motivos tirados da natureza, como as
rosáceas. O gótico varia de país para país e culmina com estruturas finas de pedra
demarcando grandes janelas com vidro.

4.5 Faróis

Um farol é uma estrutura elevada, habitualmente uma torre, dotada de um


potente aparelho ótico dotado de fonte de potentes lâmpadas e espelhos refletores,
cujo facho de luz é visível a longas distâncias.
O primeiro farol de que se tem registro é o farol de Alexandria, construído
em 280 a.C. na ilha de Faros. Os romanos também construíram diversos faróis ao
longo do Mar Mediterrâneo, Mar Negro e até o Oceano Atlântico. Mas, com a
derrocada do Império Romano do Ocidente, o comércio marítimo diminuiu e os faróis
romanos desapareceram. Somente no século XI os faróis passariam a renascer na
Europa Ocidental e, com a expansão marítima das grandes navegações, para
o novo mundo. Um dos faróis dessa nova era dos faróis era a Lanterna de Gênova,
cujo faroleiro era Antônio Colombo tio do navegador Cristóvão Colombo por volta
de 1450.
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Farol de Alexandria
Atualmente são construções de alvenaria que incluem para além da torre
(geralmente redonda para minimizar o impacto do vento na estrutura), a habitação
do faroleiro, armazéns, casa do gerador de emergência, a "casa da ronca" (onde
estão instalados os dispositivos de aviso sonoro que são utilizados em dias
de nevoeiro).

4.6 Pirâmides

Blocos de mármore de até 200 toneladas sendo transportados em meio


ao deserto, por até dois mil quilômetros. Brocas egípcias, que provam as hélices
deixadas nas pedras, penetram nas rochas cem vezes mais do que qualquer broca
moderna. Ângulos medidos com precisão óptica. Pedras tão bem dispostas que se
quer passa uma agulha entre seus encaixes. Polimentos em mármores que só seria
possível com o emprego de máquinas elétricas. Os alinhamentos com os pontos
cardeais leste/oeste e norte/sul com precisão de milímetros.

Pirâmides de Gisé
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REFERÊNCIAS

CAVALHEIRO, Odilon Pancaro. Alvenaria Estrutural: Tão Antiga e tão atual.


Universidade Federal de Santa Maria. Coordenador do Grupo de Pesquisa e
Desenvolvimento em Alvenaria Estrutural (GPDAE). Disponível em: <
http://www.ceramicapalmadeouro.com.br/downloads/cavalheiro1.pdf>. Acesso em:
26 Set. 2014

FREITAS, José de Almendra. Alvenaria Estrutural. Universidade Federal do


Paraná. Disponível
em:<http://www.dcc.ufpr.br/mediawiki/images/7/70/TC025_Alvenaria_estrutural_A_x.
pdf>. Acesso em: 26 Set. 2014

http://5cidade.files.wordpress.com/2008/05/alvenaria-de-tijolo-o-seu-
desenvolvimento-historico.pdf, acessado em 27/09/2014.

M. A. Coimbra, M. R. Morelli - Desenvolvimento de argamassas microporosas para a


construção civil, Departamento de Engenharia de Materiais, DEMa-USFSCar Via
Washington Luiz, Km 235, C. P. 676, S. Carlos, SP, Brasil, 13565-905

http://piniweb.pini.com.br/construcao/noticias/alvenaria-estrutural-de-blocos-
ceramicos-patologias-e-tecnicas-inadequadas-81236-1.aspx, acesso em:
27.Set.2014

http://www.arq.ufsc.br/arq5661/Argamassas/Textos/historico.html. Acesso em:


27.Set.2014

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