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Trabalho Treliças

História
A historia das treliças se inicia há muitos séculos atrás, apesar de ser incerto determinar um momento
especifico e o local em que foram inventadas, uma vez que elas estavam presentes na historia de
diversas civilizações ao redor do mundo.

Uma das primeiras evidências do uso de treliças foi na


antiga Mesopotâmia, por volta de 2000 a.C. Na época, os
zigurates, que por sua vez era o nome dos templos de
e várias camadas construídos pelos sumérios e babilônios,
utilizavam estruturas de treliça para proporcionar
estabilidade e suporte às enormes estruturas de tijolos.
Inicialmente, essas treliças eram construídas em madeira e
serviam como elementos estruturais essenciais na
arquitetura da época.

Ja na Grécia Antiga, a estrutura da treliça se destacou


-
nos templos e teatros. Por exemplo, o Partenon, um
dos mais famosos templos gregos, possuía treliças de
madeira que sustentavam o seu telhado e eram
responsáveis por distribuir o peso da estrutura de
mármore. Logo, tais estruturas, conhecidas na época
como "entablamentos", eram compostas por vigas
transversais interligadas por elementos triangulares,
garantindo portanto a estabilidade e a resistência
necessárias.

-
Tempos depois, em território chinês, durante a Dinastia
Han (206 a.C. - 220 d.C.), exemplos de treliças foram
identificados nas estruturas de madeira dos templos,
palácios e edifícios públicos. Dessa forma, os
arquitetos chineses foram capazes de desenvolver
novas técnicas de encaixe de madeira, permitindo a
construção de treliças mais complexas e resistentes,
sem a necessidade de pregos ou parafusos.

Além disso, durante a Idade Média, as treliças


continuaram a aparecer estruturas como castelos e
catedrais. Na arquitetura gótica dos séculos XII ao XVI
as treliças eram bem elaboradas e detalhadas, sendo
capazes de suportar altos arcos e abóbadas das
catedrais. Essas treliças, por sua vez, eram geralmente
feitas de pedra ou de madeira esculpida, e
->
proporcionavam assim uma combinação de estética e
funcionalidade.
No Renascimento, a utilização de treliças se espalhou pela Europa de forma que os engenheiros e
arquitetos notáveis, como Leonardo da Vinci, fizeram uso das treliças em suas inovações estruturais. A
Ponte Rialto em Veneza, construída em 1591, é um exemplo icônico de ponte de treliça que demonstra a
capacidade das treliças de suportar grandes vãos.

↓ Com a Revolução Industrial, no século XVIII, o


uso de treliças se tornou mais difundido e
eficiente. Com o advento do aço e de outras
ligas metálicas, as treliças metálicas ganharam
popularidade e foram amplamente utilizadas
em pontes, coberturas de fábricas e outras
estruturas industriais.

Assim, ao longo do século XX, a evolução


das técnicas de projeto e construção
permitiu a criação de treliças cada vez mais
complexas e eficientes. As treliças
passaram a ser empregadas em uma ampla
gama de projetos arquitetônicos.

Estrutura
Uma treliça é uma estrutura composta por uma série de elementos triangulares interconectados,
formando um padrão rígido e estável. Essa configuração de elementos triangulares é o que confere às
treliças suas características distintas e sua eficiência estrutural.

A estrutura básica de uma treliça é composta por elementos principais, como vigas e barras, e
elementos secundários, como diagonais e montantes. Os elementos principais são responsáveis por
suportar as cargas e transmiti-las ao longo da treliça, enquanto os elementos secundários auxiliam na
estabilidade e resistência da estrutura.

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A forma como os elementos estão interligados
determina a resistência e a estabilidade da
treliça. Geralmente, os elementos se encontram
em nós ou juntas, onde são conectados por
meio de articulações, soldas, parafusos ou
outros métodos de fixação.
Uma característica importante das treliças é a
presença de triângulos que são formas geométricas
capazes de oferecer estabilidade e rigidez, uma vez
que não se deformam facilmente quando
submetidos a forças externas. Logo, a presença de
triângulos na estrutura da treliça ajuda a distribuir as
cargas uniformemente, evitando a concentração de
tensões em um único ponto.

Os triângulos também permitem que as treliças sejam construídas de forma leve e eficiente. Devido à
sua geometria, a força é transmitida ao longo dos elementos da treliça, reduzindo a quantidade de
material necessário quando comparado com outras formas estruturais. Assim, as treliças acabam
sendo uma escolha popular em projetos onde a leveza e a economia de materiais são relevantes.

A flexibilidade no design das treliças permite que elas sejam adaptadas a diferentes tipos de
estruturas e aplicações. Elas podem ser empregadas em pontes, coberturas de edifícios, estruturas
industriais e até mesmo em elementos decorativos em arquitetura.

Nas grandes estruturas, como estádios esportivos,


pavilhões e centros de convenções, as treliças são
frequentemente utilizadas como estruturas de
suporte. Elas são capazes de suportar cargas
pesadas, como sistemas de iluminação,

equipamentos audiovisuais e outros elementos
suspensos, garantindo a estabilidade e a segurança
das estruturas.

- Ademais, as treliças são amplamente utilizadas na


construção de pontes devido à sua capacidade de
suportar grandes vãos e distribuir as cargas de forma
eficiente. Isso porque, elas permitem a construção de
pontes suspensas, pontes estaiadas e pontes de
treliça, que por sua vez oferecem resistência e
estabilidade em diferentes condições de terreno e tipos
de projeto.

Além disso, tais estruturas também são frequentemente


encontradas em telhados e coberturas de edifícios para fornecer
suporte estrutural e criar vãos livres. Isso porque, elas permitem a
criação de espaços internos sem a necessidade de paredes ou
pilares intermediários, proporcionando maior flexibilidade de
layout e design. Também, as treliças podem ser combinadas com
outros materiais, como vidro ou painéis solares, para fins estéticos
e de sustentabilidade.
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Por fim, nas estruturas industriais, as treliças são utilizadas
para suportar equipamentos pesados, como guindastes e -->
gruas, proporcionando estabilidade e segurança durante as
operações uma vez que a natureza modular das treliças
permite uma montagem rápida e simplificada, facilitando a
instalação e a adaptação a diferentes necessidades industriais.

Embora as treliças tradicionalmente tenham sido construídas com


madeira, hoje em dia são comumente fabricadas com aço, alumínio ou
materiais compósitos. Esses materiais oferecem maior resistência,
durabilidade e capacidade de suportar cargas mais pesadas.

Existem diferentes tipos de treliças que podem ser aplicadas em diferentes situações. Alguns exemplos
incluem treliças planas, treliças espaciais (que se estendem em três dimensões), treliças Warren, treliças
Pratt e treliças Howe. Cada tipo possui características específicas de design e desempenho estrutural.

É importante ressaltar que o projeto de uma treliça envolve uma análise estrutural detalhada para
determinar as forças e tensões envolvidas. Através de cálculos complexos e modelagem computacional,
os engenheiros podem dimensionar os elementos da treliça de acordo com as cargas esperadas.

Arquitetura
A forma como as treliças são aplicadas na arquitetura pode variar dependendo das necessidades
específicas de cada projeto. Elas podem ser usadas como elementos estruturais principais, fornecendo
suporte e estabilidade, ou como elementos decorativos. Isso porque, a forma geométrica dos
elementos triangulares pode ser explorada para criar designs arrojados e visualmente atraentes se
tornando elementos decorativos que agregam valor estético. dessa forma, as treliças são altamente
versáteis e adaptáveis a diferentes condições e tipos de construção. Elas podem ser dimensionadas de
inúmeras maneiras dependendo do projeto para garantir a segurança e durabilidade para construção.
Sua estrutura aberta e geométrica pode criar efeitos visuais impressionantes, além de permitir a
entrada de luz natural e a criação de espaços interiores amplos e arejados. Além disso, as treliças
podem ser empregadas tanto em estruturas horizontais, como coberturas, quanto em estruturas
verticais, como colunas e vigas.

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A arquitetura contemporânea tem explorado amplamente o uso de treliças como elementos arquitetônicos e
estéticos. As treliças podem ser projetadas de forma a criar padrões e formas interessantes, adicionando
uma dimensão visual à construção. Elas podem ser expostas ou incorporadas em fachadas, criando uma
identidade arquitetônica única e icônica. Nesse sentido, para além das aplicações tradicionais em
arquitetura e engenharia civil, as treliças têm encontrado novas utilizações no campo da construção
sustentável por exemplo. Logo, pode-se incorpora-las em projetos de energia renovável, como suporte para
painéis solares ou turbinas eólicas, aproveitando sua leveza e resistência para otimizar a eficiência dessas
estruturas.

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As treliças têm desempenhado um papel significativo na


arquitetura em todo o mundo, tanto por suas
características estéticas marcantes quanto por sua
funcionalidade estrutural. Ao longo dos séculos, o uso

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de treliças na arquitetura tem evoluído com o avanço
das tecnologias e técnicas de construção, resultando
em designs mais ousados e complexos.

Com o avanço das novas tecnologias e técnicas de construção, o design e a fabricação de treliças
foram aprimorados. A modelagem computacional e a simulação estrutural a partir de ferramentas de
modelagem 3D, simulações computacionais avançadas e técnicas de fabricação digital, como
impressão 3D e corte a laser tornaram possível a criação de treliças cada vez mais complexas,
personalizadas e eficientes.

Aqui estão alguns exemplos notáveis de construções onde as


treliças foram utilizadas de forma proeminente:
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1. Torre Eiffel, Paris, França: Um dos ícones arquitetônicos mais famosos
do mundo, a Torre Eiffel, concluída em 1889, apresenta uma estrutura de
treliça de ferro. Projetada pelo engenheiro Gustave Eiffel, a torre possui
treliças em forma de diamante que se estendem verticalmente,
proporcionando uma estrutura sólida e leve. A treliça não apenas conferiu
resistência à torre, mas também criou uma estética única que se tornou um
símbolo da cidade de Paris.

2. Sydney Opera House, Sydney, Austrália: Projetado pelo arquiteto


dinamarquês Jørn Utzon e concluído em 1973, esse ícone mundial da
arquitetura possui uma estrutura composta por treliças de concreto pré-

~
fabricadas. As treliças de concreto em forma de casca suportam as
"conchas" distintas do edifício, que são características pela sua forma
curva e ondulada. A utilização de treliças permitiu a criação das formas
esculturais únicas que tornaram o Opera House tão reconhecível.
Importância
A importância das treliças para o mundo é significativa uma vez que elas desempenham um
papel fundamental na arquitetura e engenharia modernas. Suas qualidades as tornam elementos
fundamentais para a construção de estruturas duráveis, seguras e visualmente atraentes. Dessa
forma, com seu uso contínuo e o avanço das tecnologias de projeto e construção, as treliças
continuarão a desempenhar um papel essencial no desenvolvimento de projetos arquitetônicos
e na construção

Aqui estão algumas das razões pelas quais as treliças são tão importantes:

1. Resistência e estabilidade: As treliças são projetadas para oferecer


resistência e estabilidade. A geometria triangular presente nas treliças distribui
as cargas uniformemente ao longo da estrutura, reduzindo a concentração de
tensões. Isso as torna capazes de suportar grandes cargas e resistir a forças
externas, como ventos, terremotos e pressões estruturais. -

2. Leveza e eficiência: As treliças são estruturas leves em relação à sua


capacidade de carga. Devido à sua forma geométrica, que utiliza triângulos, a-
força é transmitida ao longo dos elementos, permitindo a redução na
quantidade de material necessário. Isso resulta em estruturas mais econômicas
e sustentáveis, uma vez que o uso de treliças em projetos arquitetônicos e de
engenharia pode resultar em uma redução no consumo de materiais,
diminuindo o impacto ambiental.
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3. Vãos maiores: O uso de treliças permite a criação de vãos maiores sem a
necessidade de suportes intermediários. Isso proporciona maior flexibilidade de
design e liberdade na distribuição dos espaços internos. As treliças permitem a
construção de estruturas com espaços abertos, proporcionando uma sensação
de amplitude e permitindo uma melhor utilização do espaço.

4. Versatilidade e flexibilidade: As treliças são extremamente versáteis e podem


ser aplicadas em uma ampla variedade de projetos. Elas podem ser utilizadas
em pontes, edifícios, coberturas, estruturas industriais e muito mais. Além
disso, as treliças podem ser adaptadas a diferentes condições e necessidades
específicas de cada projeto, oferecendo flexibilidade de design. -
5. Rapidez de construção: As treliças podem ser pré-fabricadas e montadas no
local de forma relativamente rápida. A natureza modular das treliças permite
uma montagem simplificada e eficiente, reduzindo o tempo de construção. Isso
pode resultar em economia de custos e menor interferência em áreas urbanas

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densamente povoadas. Além disso, as treliças têm desempenhado um papel
crucial na construção de estruturas temporárias, como palcos de eventos,
arquibancadas e estruturas para exposições. Sua montagem rápida,
desmontagem e capacidade de suportar grandes cargas fazem delas uma
escolha popular nessas situações.

6. Estética e inovação: Além de suas propriedades estruturais, as treliças ->


também podem ser elementos estéticos e de design. Elas podem adicionar um
apelo visual interessante a uma construção, proporcionando uma identidade
única ao projeto. O uso de treliças tem sido explorado de forma criativa por
arquitetos e designers, resultando em estruturas icônicas e inovadoras ao redor
do mundo.
Bibliografia
• "Structures: Or Why Things Don't Fall Down" por J.E. Gordon.
• "Why Buildings Stand Up: The Strength of Architecture" por Mario Salvadori.
• "Trusses - A Brief History" por The Institution of Structural Engineers (https://www.istructe.org/learning/structural-engineering-
history/trusses-a-brief-history).
• "Truss" na Encyclopaedia Britannica (https://www.britannica.com/technology/truss).
• "The History of Trusses" por Advanced Structural Design (https://advancedstructuraldesign.wordpress.com/2016/08/01/the-history-
of-trusses/).
• "The Architecture of the Renaissance" por Leonardo Benevolo.
• "Modern Architecture Since 1900" por William J.R. Curtis.
• "Structural Elements Design Manual: Working with Eurocodes" por Trevor Draycott.
• "Structural Engineering: A Very Short Introduction" por David Blockley.
• "Structural Analysis" por R.C. Hibbeler.
• "Analysis and Design of Steel Truss Structures" por Terrence P. Maechtlen e Shih-Ho Chao.

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