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2019230978
Junho 2020
Arquitetura vinculada a
métodos compositivos, a
materiais, a sistemas
construtivos e a processos
de construção emergentes
da revolução industrial
através da leitura crítica de
BETTENCOURT, António
Apontamentos sobre a prática
construtiva com o ferro nos séculos
XVIII e XIX.
Nenhum outro material até então foi tão protagonista como o ferro no ato de
descobrir novos caminhos para novos conceitos formais e espaciais.
“Somente quando a essência e a causalidade dos materiais e dos sistemas
construtivos são assimilados, quando o alcance das suas implicações são ponderadas,
quando as características dos seus comportamentos são entendidas, assim então o
aluno (o arquiteto) poderá tirar partido do potencial intrínseco dos materiais e dos
sistemas construtivos como suporte as ideias no decurso do processo de projeto”
Bettencourt, António.
Até o fim do século XVIII não se pode falar do incremento de novos materiais
ou de sistemas construtivos, mas sim do aperfeiçoamento de sistemas construtivos
tradicionais. Ao longo deste período a reconsideração da composição arquitetónica
baseada no conceito de que os edifícios eram concebidos como uma massa construtiva
unitária em que a forma resultante era um reflexo de um equilíbrio final. Esta perceção
do processo de compor forma e espaço foi alterada por um novo entendimento da
construção, fundamentada numa análise e caracterização dos elementos construtivos
dos edifícios.
Nas primeiras décadas do século XIX o ferro continuou a ampliar o seu âmbito
de incremento quer em diferenciados tipos de edifícios construídos de raiz, quer em
intervenções pontuais em estruturas pré-existentes, confirmando a irreversibilidade da
aceitação de uma inovadora prática construtiva.
expressão material do ferro, isto é, sua beleza, expondo-o num estado de “nudez
decorativa”.
Foram estes arquitetos que através das suas obras integraram o aço e o betão
armado na prática construtiva, procurando tirar partido das suas características
arquitetónicas e das suas capacidades expressivas.
Foram nomes como o de Gustav Eiffel, com formação nas escolas técnicas que,
motivados pela avalanche conceitual de conhecimentos e avanços técnicos, assumiram
como suas as ideias de verdade material e estrutural através de um desenho racional.
CONCLUSÃO
Através do estudo dos métodos construtivos, através das aulas e dos exemplos
históricos, pode-se constatar que não só através de uma síntese social e de um
pensamento artístico faz-se a arquitetura, da denominação da “arte de construir” vem
o facto de que para exercer a arquitetura é, também, preciso o domínio material, o
conhecimento de todos os “ingredientes” para um resultado final de qualidade ou que
pelo menos reflita para o mundo uma ideia projetual.