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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO
PARANÁ CURSO DE
ARQUITETURA E URBANISMO

FICHA DE LEITURA

DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA (TA086) GRR: 20235665


ALUNO(A): KELLYN CONRAD SIEG DATA: 22/10/2023
PROFESSOR: ANTÔNIO MANOEL NUNES CASTELNOU NETO CAU-UFPR

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

A lição do passado. Texto extraído de: SANTOS, P. F. A arquitetura da sociedade industrial.


Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, 1961. p. 1-4.

1. ARGUMENTO PRINCIPAL: ideia central do texto

O texto apresenta dois argumentos centrais. O primeiro deles consiste na “correlação entre
as formas arquitetônicas e os sistemas estruturais” presente nos grandes monumentos da História
da Arquitetura (SANTOS, 1961, p.1). O segundo é o de que a evolução da arquitetura se dá com o
objetivo de vencer maiores vãos com menores espessuras de material (SANTOS, 1961).

2. FICHAMENTO: síntese do aluno, resumindo o conteúdo do texto

O texto apresenta um panorama geral da produção arquitetônica desde os antigos gregos e


romanos até os renascentistas, chegando finalmente às mudanças ocorridas na Revolução
Industrial, com a utilização de novos materiais de construção, de forma a enfatizar a ideia
anteriormente mencionada de que, ao longo dos séculos, os sistemas estruturais evoluíram de
forma a vencer maiores vãos com menores espessuras (SANTOS, 1961). Esse panorama é feito a
partir da análise de alguns dos “monumentos que melhor ilustram a História da Arquitetura”
(SANTOS, 1961, p.1), dentre eles o Parthenon de Atenas, o Pantheon e a Basílica de São Paulo
Extramuros de Roma, a Notre-Dame de Reims e a Santa Maria della Fiore de Florença.
Parthenon: o telhado inclinado em duas águas é o que “fornece o motivo do frontão”
(seguindo a ideia de “correlação entre as formas arquitetônicas e os sistemas estruturais”)
(SANTOS, 1961, p.1); o sistema estrutural restrito, marcado pelas regras de proporção, reflete o
ideal de beleza ateniense.
Pantheon: “o sistema de abóbada esférica vazada no topo, de tijolo e concreto – como, em
geral, a maioria das construções dos romanos – [...], permitiu o aumento do vão livre, de
aproximadamente três metros ou pouco mais, para 43m” (SANTOS, 1961, p.1-2); essa mudança
possibilitou as construções monumentais que desejavam os imperadores romanos.
Basílica de São Paulo Extramuros: a utilização de peças estruturais tracionadas possibilitou
que, mesmo “com teto plano e cobertura levíssima de madeira, [fossem vencidos] vãos livres de
mais de duas dezenas de metros” (SANTOS, 1961, p.2).
Notre-Dame de Reims: há uma diferenciação entre elementos estruturais e de vedação até
então inexistente, de forma que as paredes passam a cumprir unicamente o papel de vedar a
construção; como consequência, há “a desmaterialização dos muros, [que passam a ser] rasgados
em vitrais” (SANTOS, 1961, p.3).
Santa Maria della Fiore: a cúpula colossal, projetada por Brunelleschi, atinge o maior vão
admitido pelos materiais até então utilizados, de forma que não se poderia superar a obra antes que
novos materiais surgissem.

3. CITAÇÕES: seleção de dois trechos do texto comentados pelo aluno


“As modificações por que passa a forma na arquitetura contemporânea, quando examinadas
à luz da técnica de construção, decorrem da substituição da produção artesanal pela fabril, do
trabalho manual pelo mecânico [como procuramos focalizar no artigo anterior]. Dentre os múltiplos
setores da técnica de construção afetados por essas mudanças nos métodos de produção, ocupam
o primeiro plano os sistemas estruturais. E aqui tocamos em outra questão de magna importância:
a da correlação entre as formas arquitetônicas e os sistemas estruturais. Essa correlação sempre
existiu, a ponto de se poder afirmar terem sempre correspondido, através da história, a cada novo
sistema estrutural, novas formas arquitetônicas, nós quase diríamos: um novo estilo.” (SANTOS,
1961, p.1)
Nesse trecho, que abre o texto “A lição do passado”, o autor apresenta seus argumentos
centrais, defendendo ainda que a mudança de sistema estrutural implica, ao longo da História, no
surgimento de um novo estilo arquitetônico.

“Novos horizontes se abririam a esse ideal de leveza, com os materiais mobilizados pela
Revolução Industrial (1750-1830): o ferro e o concreto armado.” (SANTOS, 1961, p.4)
Na conclusão do texto, cujo fechamento se dá com o trecho acima, o autor argumenta “que
a corrida dos séculos fez-se no sentido do maior vão com a menor espessura” (SANTOS, 1961,
p.4), seguindo um ideal de leveza e monumentalidade. Ele afirma que a cúpula de Santa Maria della
Fiore havia atingido o maior vão admitido pelos materiais até então utilizados, de forma que apenas
com a Revolução Industrial e a adoção de novos materiais foi possível dar continuidade a essa
“corrida”.

4. CONCLUSÃO: opinião do aluno sobre o texto

O texto lido é bastante interessante, uma vez que se utiliza um panorama geral da produção
arquitetônica ao longo dos séculos para exemplificar os argumentos, preestabelecidos pelo autor,
de que a forma arquitetônica evolui à medida que se relaciona com o sistema estrutural utilizado e
os sistemas estruturais, por sua vez, evoluem de acordo com o ideal de leveza, o que resulta, de
modo geral, no surgimento de novos estilos arquitetônicos.
Através dessa lógica, é possível observar a História da Arquitetura sob uma nova
perspectiva, mais clara e objetiva.

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