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AS FORMAS POÉTICAS DA CORRENTE TRADICIONAL

1. CANTIGA

A cantiga constitui uma composição medieval galego-portuguesa de tema religioso


ou profano, destinada a ser cantada.
Formalmente, corresponde a uma composição poética composta por um mote(1) de
quatro ou cinco versos e por uma ou várias glosas(2) de oito, nove ou dez versos, que
repetem no final pelo menos o último verso do mote.

2. VILANCETE

Etimologicamente, vilancete quer dizer "cantiguinha vilã" e o termo surge pela primeira
vez no Cancioneiro Geral. Esta composição poética nasce de um mote pequeno (de dois
ou três versos), popular ou alheio, e desenvolve-se nas voltas. Distingue-se da cantiga pelo
facto de o mote não ser repetido textualmente e o metro utilizado é o tradicional, de 5 ou 7
sílabas métricas.

3. ESPARÇA

Trova de cariz triste e melancólico generalizada na Península Ibérica a partir do século


XV que não é precedida nem de glosa nem de mote, constituída por uma única estrofe de
redondilha maior, com oito a dezasseis versos.

4. ENDECHA

Composição lírica proveniente do Cancioneiro Geral que exprime sentimentos tristes


e plangentes, aspecto que, entre nós, nem sempre foi observado. Constituída por quadras,
caracteriza-se pela utilização da redondilha menor ou pelo verso de 6 sílabas.

(1) Mote: pensamento, do autor ou alheio, que irá depois ser desenvolvido nas glosas
ou voltas, e a partir do qual se compõe um novo poema.
(2) Glosa ou volta: estância que retoma, desenvolvendo-o, o sentido de um dado tema
ou mote, do qual repete um ou mais versos em posição certa.

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