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IEFP · ISQ

Colecção MODULFORM - Formação Modular

Título Desenho Técnico

Suporte Didáctico Guia do Formando

Coordenação Técnico-Pedagógica IEFP - Instituto do Emprego e Formação Profissional


Departamento de Formação Profissional
Direcção de Serviços de Recursos Formativos

Apoio Técnico-Pedagógico ISQ - Instituto de Soldadura e Qualidade


Direcção de Formação

Coordenação do Projecto ISQ - Instituto de Soldadura e Qualidade


Direcção de Formação

Autor Almeida Nunes

Capa SAF - Sistemas Avançados de Formação, SA

Maquetagem e Fotocomposição ISQ / Alexandre Pinto de Almeida

Revisão OMNIBUS, LDA

Produção SAF - Sistemas Avançados de Formação, SA

Propriedade Instituto do Emprego e Formação Profissional


Av. José Malhoa, 11 1099 - 018 Lisboa

1.ª Edição Portugal, Lisboa, Novembro de 2000

Tiragem 200 Exemplares

Depósito Legal 158597/00

ISBN 972-732-610-2

Copyright, 2000
Todos os direitos reservados
IEFP

Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma ou processo
sem o consentimento prévio, por escrito, do IEFP.

Produção apoiada pelo Programa Operacional Formação Profissional e Emprego, co-financiado pelo Estado Português, e
pela União Europeia, através do FSE.
M.T.05

Desenho Técnico
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Actividades / Avaliação

Bibliografia

Caso de estudo
ou exemplo

Destaque

Índice

Objectivos

Recurso a diapositivos
ou transparências

Recurso a software

Recurso a videograma

Resumo
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Desenho Técnico
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ÍNDICE GERAL

I - CONCEITOS PRELIMINARES

• Introdução I.3
• Normas I.4
• Divisões de desenho técnico I.4
• Organismos nacionais de normalização I.5
• Organismos internacionais de normalização I.6
• Normas portuguesas de desenho I.6
• Materiais utilizados em desenho I.6
• Dimensões do papel de desenho I.7
• Legendas dos desenhos I.9
• Listas de peças I.11
• Escalas I.13
• Dobragem do papel de desenho I.14
• Tipos de linhas I.15
• Desenho completo com lista de peças I.18
• Resumo I.19
• Actividades / Avaliação I.20

II - CONSTRUÇÕES GEOMÉTRICAS

• Segmentação II.3
• Bissectriz de um ângulo II.4
• Perpendiculares II.4
• Paralelas II.6
• Construção de triângulos II.9
• Construção de quadrados II.11
• Construção do pentágono II.13
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• Construções do hexágono II.14


• Traçado de circunferências II.15
• Tangentes à circunferência II.16
• Concordâncias II.18
• Concordâncias entre segmentos de rectas e arcos II.20
• Concordâncias entre arcos II.22
• Elipses por método directo II.24
• Elipses por método rigoroso II.25
• Elipses por método prático II.27
• Resumo II.29
• Actividades / Avaliação II.30

III - PERSPECTIVAS

• Projecções III.3
• Perspectivas III.4
• Perspectivas isométricas III.6
• Elipses em perspectiva isométrica III.8
• Curvas isométricas III.10
• Perspectiva cavaleira III.12
• Traçado rigoroso de elipse na perspectiva cavaleira III.13
• Perspectiva dimétrica III.16
• Simplificação em perspectiva III.17
• Leitura de perspectiva III.18
• Tracejados em perspectiva III.20
• Cortes em perspectiva III.21
• Meios cortes em perspectiva III.22
• Desenho em vista explodida III.27
• Resumo III.28
• Actividades / Avaliação III.29
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IV - PROJECÇÕES ORTOGONAIS

• Projecções ortogonais IV.3


• Projecção de superfícies IV.4
• Projecção de sólidos IV.6
• Projecção em três planos ortogonais IV.7
• Normas de representação das projecções ortogonais IV.8
• Método europeu IV.10
• Método americano IV.11
• Mudança de vistas por rotação do objecto IV.12
• Fases sequenciais do desenho IV.15
• Número de vistas necessárias para definir um objecto IV.16
• Vistas auxiliares IV.17
• Vistas auxiliares totais e parciais IV.19
• Desenho simplificado / Vistas parciais IV.23
• Desenho de peças compridas IV.24
• Rebatimentos convencionais IV.25
• Cortes e secções IV.27
• Escolha do plano de corte IV.28
• Técnica de representação de cortes. Leitura de um desenho
cortado IV.29
• Tracejados IV.31
• Utilização de meios cortes IV.32
• Corte por planos paralelos IV.34
• Planos de corte concorrentes IV.35
• Cortes locais IV.36
• Rebatimento de secções deslocadas IV.38
• Rebatimento de secções IV.39
• Peças que não se cortam IV.40
• Resumo IV.42
• Actividades / Avaliação IV.42
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V - COTAGEM

• Cotagem V.2
• Linhas de cota e de chamada V.3
• Cotas V.5
• Cotagem de elementos V.8
• Formas de cotar V.11
• Cotagem em perspectivas V.14
• Resumo V.16
• Actividades / Avaliação V.17

VI - PEÇAS ROSCADAS

• Ligações roscadas VI.2


• Representações convencionais das roscas VI.3
• Desenho de peças roscadas agrupadas VI.6
• Peças com furo cónico roscado VI.8
• Dimensionamento VI.14
• Formas de execução das roscas VI.16
• Simbologia das roscas VI.17
• Parafuso / Normas VI.19
• Rosca fina/ grossa/ esquerda/ direita / parafusos de várias
entradas VI.21
• Diversidade de formas de cabeças de parafusos VI.22
• Resumo VI.26
• Actividades / Avaliação VI.27

BIBLIOGRAFIA B.1
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Desenho Técnico IG . 4
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Conceitos Preliminares
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Desenho Técnico
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OBJECTIVOS

No final desta Unidade Temática, o formando deverá estar apto a:

• Reconhecer todo os preceitos de execução e leitura do desenho técnico;


• Identificar as normas portuguesas relativas a formatos e arquivo de desenho
técnico;
• Identificar e aplicar os diferentes tipos de linhas que o desenho técnico
utiliza e compreender o seu significado.

TEMAS

• Introdução

• Normas

• Divisões do desenho técnico

• Organismos nacionais de normalização

• Organismos internacionais de normalização

• Normas portuguesas de desenho técnico

• Materiais utilizados em desenho

• Dimensões do papel de desenho

• Legendas dos desenhos

• Lista de peças

• Escalas

• Dobragem do papel de desenho


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• Tipos de linhas

• Desenho completo com lista de peças

• Resumo

• Actividades / Avaliação
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INTRODUÇÃO

O desenho é a linguagem escrita mais antiga; foi através do desenho que se Desenho
esboçaram as primeiras tentativas de comunicação.

Num esforço de simplificação, os desenhos tornaram-se cada vez mais


esquemáticos e deram lugar à escrita ideográfica; os hieróglifos egípcios e a
actual escrita chinesa são exemplos da mesma.

A escrita ideográfica também se racionalizou e acabou por dar origem a um


número restrito de símbolos, que hoje constitui aquilo a que chamamos alfabeto.

No entanto, o desenho continuou a usar-se para exprimir ideias e, muitas vezes,


consegue uma eficácia de expressão muito maior do que a fala e a escrita.

Todos nós, como sabemos, já tivemos necessidade de fazer um desenho para


que a nossa explicação fosse mais clara e a sua recepção mais rápida;

O desenho deve ter regras e o seu conhecimento é indispensável a quem tencione


ler ou escrever nessa linguagem.

As regras diferem consoante a área que o desenho abrange, seja ela artística Desenho artístico
ou técnica.Quando o desenho é artístico, há grande liberdade de figuração e e técnico
muita subjectividade de representação.

O mesmo tema pode dar origem a desenhos que impressionem, de maneira


diferente, o observador, quando tratado por dois artistas diferentes.

No desenho técnico, cada tema (objecto) tem sempre o mesma figuração


(desenho) e rigor, mesmo quando efectuado por pessoas diferentes. Actualmente,
as representações convencionais (normas) eliminaram todas as interpretações
subjectivas, beneficiando a clareza e a rapidez de execução.

No desenho técnico, os princípios de representação tendem a uniformizar-se


em todos os países, dando origem a uma linguagem internacional que facilita o
desenvolvimento das trocas económicas e técnicas.

O progresso da vida moderna está ligado ao desenvolvimento dos sectores


industriais e estes dependem do desenho técnico.

A construção de um automóvel está ligada ao desenho técnico; e a sua qualidade


depende do pormenor e do rigor do desenho de cada uma das suas inúmeras
peças; critérios semelhantes estão ligados à construção de todos os bens
materiais que nos rodeiam, quer sejam de natureza mecânica, eléctrica, civil
ou outra.
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NORMAS

São regras de uso comum, tanto nas áreas do desenho técnico, como nos
outros domínios da actividade humana.

Normalizar é estabelecer regras destinadas a definição, uniformização e


simplificação dos produtos acabados e dos elementos utilizados na sua
produção. Os documentos que expressam essas regras designam-se “normas”.

A normalização permite racionalizar os métodos da produção, diminuir o número Normalização


de produtos diferentes e uniformizar as características destes, permitindo a
sua intermutabilidade.

A normalização é vantajosa, reduz os tempos de produção, as ferramentas e os


stocks; embaratece os produtos e facilita a sua disponibilidade; contribui para
o intercâmbio e simplifica a circulação; sem normas, não há progresso e a vida
tornava-se difícil.

DIVISÕES DO DESENHO TÉCNICO

Independentemente do campo técnico em que se utilizam, os desenhos


classificam-se de formas diferentes consoante o seu objectivo.

Existem principalmente dois grupos distintos de desenhos:

• Desenhos de concepção

• Desenhos de execução

O desenho de concepção não é rigoroso e é mais ou menos incompleto, mas


traduz uma forma de resolver o problema e deve corresponder à solução mais
vantajosa.

Toma nomes diferentes consoante a fase de evolução em que se encontre:


esboço, anteprojecto e projecto.

• O desenho de esboço não é pormenorizado e tem fraco rigor, mas comporta


informações aproximadas do estado final do objecto.

• O desenho de anteprojecto é pormenorizado e tem algum rigor, pelo menos,


em relação aos seus elementos essenciais e é com base nele que se
estabelecem acordos definitivos.
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• O desenho de projecto define completamente todos os seus elementos,


bem como as relações mútuas entre eles.

O desenho de execução ou de fabricação contém todas as informações Desenho de execução


necessárias à execução do objecto desenhado, segundo a técnica de construção
adoptada.

O desenho de execução pode ser de vários tipos: esquemas, desenho de


pormenor e desenho de conjunto.

• Esquemas são desenhos de pormenor destinados a esclarecer determinada


função ou aspecto do conjunto.

• Desenhos de pormenor representam separadamente os elementos do


conjunto e subordinam-se às imposições do projecto.

Os desenhos de conjunto representam todos os elementos do conjunto


agrupados na posição de utilização.

Os desenhos de execução, quer sejam de conjunto ou pormenor, podem


classificar-se em desenhos de operação, de montagem ou de verificação.

Os desenhos de operação são estabelecidos para dar apoio a certas fases do


fabrico. Os desenhos de montagem dão indicação sobre o modo de montar as
peças e os desenhos de verificação fornecem indicações para verificar certas
características.

Em certas aplicações, existem ainda desenhos de definição para estabelecer


exigências funcionais a que os objectos desenhados devem obedecer.

Os desenhos de definição podem classificar-se em desenhos funcionais e


desenhos de produto acabado, conforme definam condições necessárias ao
bom funcionamento do objecto ou exigências a que o fabrico deve respeitar.

ORGANISMOS NACIONAIS DE NORMALIZAÇÃO

As normas DIN (Deutshe Industrie Normen) e as normas ASA (American


Standard Association) figuram entre as normas mais usadas, mas existem
muitas outras, tais como: a BS (British Standards), as NF (Normes Francaises),
as UNE (Une Norma Española), as NB (Normas Brasileiras) e as NP (Normas
Portuguesas).
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ORGANISMOS INTERNACIONAIS DE NORMALIZAÇÃO

As normas ISO (International Standards Organization) sucederam à organização


anteriormente existente ISA (International Standards Association).

NORMAS PORTUGUESAS DE DESENHO TÉCNICO

(NP- 48) Formatos;


(NP- 49) Dobragem das folhas de desenho;
(NP- 62) Linhas;
(NP- 89) Letras e Algarismos;
(NP-167) Figuração dos materiais de corte;
(NP-204) Legendas;
(NP-205) Listas de peças;
(NP-297) Cotagem;
(NP-327) Representação de vistas;
(NP-328) Cortes e secções;
(NP-406) Iniciação de tolerâncias;
(NP-671) Representação convencional;
(NP-716) Especificação de tolerâncias;
(NP-717) Escalas;
(NP-718) Esquadrias;

MATERIAIS UTILIZADOS EM DESENHO

O rendimento e a qualidade do trabalho de um desenhador depende da qualidade


do material com que desenha e do conhecimento da forma como funciona.

Os materiais que o desenhador necessita para executar o seu trabalho são os


seguintes:

• estiradores e pranchetas;
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• compassos para lápis e acessórios para trabalhar a tinta;

• cintel (se for trabalhar com grandes raios);

• régua T e esquadros de 45 e 60º;

• régua graduada com 20 a 50 centímetros;

• régua de escalas;

• transferidor;

• pioneses ou fita adesiva;

• escantilhões de curvas e de letras e números;

• cérceas;

• papel de desenho de qualidade e dimensões apropriadas;

• lápis de desenho e de dureza apropriada ou lapiseira e minas;

A qualidade do trabalho depende ainda de certas condições ambientais, tais


como:

• boa iluminação do local de trabalho;

• ambiente de trabalho sossegado;

• comodidade da posição de trabalho;

• arrumação do material de desenho.

DIMENSÕES DO PAPEL DE DESENHO

Os formatos das folhas que o desenho técnico deve utilizar foram fixados pela
norma (NP-48) e o seu formato base é representado por (A0), cuja área é de 1
m2.

Qualquer dos formatos que esta norma define tem por lado maior a diagonal do
quadrado construído sobre o seu lado menor e o seu lado maior é igual ao lado
menor do formato imediatamente acima.

O formato (A0) tem 0,841 m no lado menor e 1,189 m no lado maior e a sua
relação é de 1 para 2 , tal como em qualquer outro formato.
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A tabela seguinte apresenta as dimensões dos diferentes formatos da norma


(NP-48):

D imen sõ es d a D imen sõ es d as
F o rm a t o
E sq u ad ria Marg en s d o F o rmato

2A0 1 189 X 1 682 1 230 X 1 760


A0 841 X 1 189 880 X 1 230
A1 594 X 841 625 X 880
A2 420 X 594 450 X 625
A3 297 X 420 330 X 450
A4 210 X 297 240 X 330
A5 148 X 210 165 X 240
A6 105 X 148 120 X 165

Tabela I.1 - Dimensões e margens dos formatos da norma (NP -48)

Cada um dos formatos tem uma área dupla do formato imediatamente inferior.

A figura I.1 representa a divisão de uma folha 4A0 (1682 x 2460) que relaciona,
entre si, os formatos 2A0, A0, A1, A2, A3, A4, A5 e A6.

A norma (NP-48) prevê que os formatos se possam alongar.

Assim, os formatos 2A0 e A0 podem alongar 1/4 da sua dimensão menor, uma
ou mais vezes.

A5 A5
A3
A4
A1
A2

2A0

A0

Figura I.1 - Forma de obter os vários formatos da série A

Porém, os formatos restantes já podem alongar o referido lado de um número


inteiro de vezes metade da respectiva dimensão.
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LEGENDAS DOS DESENHOS

A legenda é um espaço ordenado onde se registam os elementos que


caracterizam o desenho e os que identificam os seus responsáveis, bem como
o destino a dar-lhe.

A legenda deve ser elaborada de modo a motivar a recolha dos dados que a
respectiva gestão, eventualmente, possa vir a precisar.

Tem a vantagem de arrumar os mesmos dados sempre nos mesmo locais para
facilitar a respectiva consulta.

A legenda figura sempre encostada ao canto inferior direito do desenho e junto


à margem; não deve ter dimensões superiores a 185 mm, para que figure sempre
na frente do desenho dobrado.

A norma (NP-204) mostra os tipo de legenda que o desenho técnico deve utilizar
em Portugal.

As figuras I.2 e I.3 representam tipos de legenda cujo preenchimento obedece


à especificação que segue.

Figura I.2 - Legenda tipo seis


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Figura I.3 - Legenda tipo dois (sem os campos 11, 11a 12 e 12a) e legenda tipo 4
(com os campos 11, 11a, 12 e 12a)

As cotas inseridas nos desenhos definem as dimensões dos respectivos


espaços.

O preenchimento dos espaços obedece à descrição que consta na página


seguinte.

De acordo com a norma portuguesa (NP-204), os espaços assinalados nas


legendas tem a seguinte utilização:

Espaço 1 - designação ou título do objecto representado

Espaço 2 - destino do desenho

Pessoa ou empresa que encomendou o desenho

Espaço 3 - responsáveis e executantes do desenho:

projectista, desenhador, fotocopista e verificador

Espaço 4 - entidade que executa ou promove a sua execução

Espaço 4a - entidade co-proprietária do desenho,

quando o desenho não se destinar à entidade executante

Espaço 5 - número de registo do desenho:

é o número com que o desenho foi registado por quem o executou;

é o numero de identificação no arquivo

Espaço 6 - referência de alterações ou reedição do desenho:

As alterações são indicadas através de números ou letras


maiúsculas;
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Na legenda, registam-se as datas em que as reparações se


deram.

Espaço 7 - indicação do número do desenho que o presente substitui.

Espaço 8 - indicação do número do desenho que o veio substituir.

Espaço 9 - escala ou escalas em que o desenho está efectuado

Quando houver mais do que uma escala, a 1ª linha é para a


escala principal

As restantes são inseridas nas linhas abaixo e em letra minúscula

Espaço 10 - especificação das tolerâncias

Só se indicam quando o desenho não as expressar

Espaço 11 - campo de aplicação do desenho, observações

Espaço 11a - título do que se regista no espaço 11

Espaço 12 - anotações posteriores à execução do desenho

Espaço 12a - nome da empresa e número de registo do novo proprietário do


desenho; só se preenche quando o desenho muda de proprie-
tário.

LISTA DE PEÇAS

Certos tipos de desenho técnico necessitam de referenciar os elementos


desenhados e fazem-no juntando ao desenho uma lista de peças, onde inscrevem
os elementos que interessam à identificação das peças que figuram no desenho.

Os elementos que as listas de peças referenciam podem ser todos ou apenas


alguns dos abaixo mencionados:

• Referência da peça no desenho

• Designação da peça

• Número da norma que representa a peça

• Número de exemplares iguais

• Material de que a peça é feita

• Estado de acabamento da peça

• Informações adicionais (peso, tratamentos especiais, etc.)


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Todos os desenhos de conjunto são, obrigatoriamente, acompanhados por uma


lista de peças. A lista de peças é, habitualmente, colocada sobre a legenda
com o cabeçalho na parte inferior.

O preenchimento da lista de peça deve fazer-se de baixo para cima, sempre


que a lista prolongue a legenda.

A norma (NP-205) estabelece os tipos de listas de peças que o desenho técnico


deve adoptar e sua largura é de 180 ou 190 mm, conforme o tipo de legenda
adoptada.

A figura I.4 mostra dois tipos de listas de peças e, embora defina dimensões
para a largura das colunas interiores, podem alterar-se conforme as
conveniências.

Figura I.4 - Disposições possíveis da lista de peças


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ESCALAS

A cotagem que figura nas peças desenhadas são sempre as medidas reais.

As dimensões com que as peças foram desenhadas estão relacionadas com


as medidas reais através de uma escala.

Os elementos desenhados na mesma folha estão sujeitos a uma escala geral,


mas essa folha pode conter noutras escalas diferentes, um ou vários pormenores
desenhados.

Os desenhos de peças grandes utilizam escalas que não permitem esclarecer


as peças mais pequenas. É necessário recorrer a escalas mais próximas das
reais ou até amplía-las para as tornar compreensíveis.

A escala é a relação entre as dimensões desenhadas e as respectivas


dimensões reais.

As escalas podem ser:

• de redução

• de ampliação

Nas escalas de ampliação, o desenho é maior do que o objecto.

Nas escalas de redução, o desenho é mais pequeno do que o objecto.

Segundo a norma portuguesa, as escalas de redução são as seguintes:

1 : 2,5 1:5 1 : 10
1 : 20 1 : 50 1 : 100
1 : 200 1 : 500 1 : 1 000
1 / 2 000 1 : 5 000 1 : 10 000
1/ 25 000 1 : 50 000 1 : 100 000

As escalas de ampliação mais usadas são:

2:1 5:1 10 : 1

Segundo a norma portuguesa NP- 48, os dois números que figuram na escala
devem ficar separados por dois pontos e não por um traço em diagonal.
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A escala (ou escalas) devem inscrever-se sempre no respectivo lugar da legenda.

Além das escalas de redução e de ampliação, há ainda a escala natural, ou


seja, 1 : 1.

Uma vez que as cotas são reais, parece não ter sentido fazer o desenho à
escala, mas, se pensarmos bem, compreende-se ser vantajoso haver uma certa
proporcionalidade entre as peças desenhadas.

DOBRAGEM DO PAPEL DE DESENHO

Os desenhos depois de executados devem ser arquivados, para serem utilizados


sempre que necessário.

Os desenhos executados em papel são arquivados dobrados e a dobragem


deve obedecer às regras que o norma (NP-49) estabelece.

Normalmente, o desenho, depois de dobrado, deve ter as dimensões do formato


A4, ficando a legenda exposta na frente e no canto inferior direito.

A dobragem para dossier deve prever uma margem para fixação, a qual deve ser
reforçada quando se preveja intensa utilização.

A figura I.5 representa a dobragem dos diversos formatos, quando os desenhos


forem executados ao baixo.
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Figura I.5 - Dobragem de desenhos executados ao baixo

Para facilitar a operação de dobragem, devemos marcar traços finos na margem


do original, entre a esquadria e o bordo da folha, para indicar as direcções por
onde o desenho deve ser dobrado.

Estas marcações devem obedecer às dimensões apresentadas na figura I.5.

TIPOS DE LINHAS

O desenho técnico utiliza vários tipos de linhas e atribui-lhes significados


diferentes e fáceis de interpretar pelo leitor de desenho.

Para sensibilizar os utilizadores, a norma (NP-62) criou o desenho da figura I.6


que evidencia a respectiva aplicação.
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Figura I.6 - Exemplo da utilização dos vários tipos de linhas

O quadro que acompanha o desenho da figura I.6 estabelece o código de linhas


utilizado em desenho técnico.

Significado das linhas

R e fª T ip o d e L in h a Ap licaçõ es

a tra ço g ro sso co ntínuo li nha s d e co nto rno vi síve l


b tra ço i nte rro mp i d o li nha s d e co nto rno o culta s
c tra ço p o nto mé d i o li nha s q ue si na li za m mud a nça d o p la no d e co rte
li nha s q ue si na li za m zo na s d e tra ta me nto
d tra ço p o nto fi no li nha s d e e i xo
li nha s q ue ma rca m p o si çõ e s e xtre ma s d a s p e ça s
li nha s q ue d e fi ne m co nto rno s q ue o co rte e li mi no u
li nha s q ue re p re se nta m o ca mi nho d o p la no d e co rte
e tra ço co ntínuo fi no tra ce ja d o d e co rte e d e se cçõ e s
co nto rno s e a re sta s fi ctíci a s
li nha s d e co ta , d e cha ma d a e d e re fe rê nci a
li nha s d e co nto rno d e p e ça s vi zi nha s
li nha s d e co nto rno d e se cçõ e s re b a ti d a s
li nha s li mi te d e vi sta s o u d e co rte s lo ca i s

Tabela I.2 - Significado das linhas


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Linhas de contorno visível e invisível

Aplicações

Os desenhos da figura I.7 sinalizam os tipos de linhas mais correntes em


desenho técnico.

´ ´

Figura I.7 - Utilização de vários tipos de linhas

Para além destes, existem os tracejados e linhas de cotagem.


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DESENHO COMPLETO COM LISTA DE PEÇAS


∅ 55
5
5

Figura I.8 - Exemplo de um desenho completo com lista de peças


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RESUMO

Pretendeu-se deixar claro nesta Unidade Temática que o desenho técnico não
é uma arte, pelo contrário, é uma técnica que apenas requer o conhecimento
das respectivas regras e de alguma prática.

Transmitiu-se a noção de norma e identificaram-se as normas portuguesas


relativas ao desenho técnico, bem como a sua interligação com as internacionais.

Identificaram-se os materiais utilizáveis na execução dos desenhos, bem como


os formatos de papel disponíveis e a forma de os dobrar para arquivo.

Procedeu-se, igualmente, à identificação dos vários tipos de legenda e à definição


da sua função e preenchimento, bem como à explicação da forma como a lista
de peças é elaborada.

Foi dada a noção de escala, bem como a forma como o desenho técnico a
utiliza e definiram-se tipos de escala e os valores praticáveis.

Deu-se a conhecer que o desenho técnico pode dar cobertura a vários objectivos
e fases de trabalho, resultando daí outras tantas divisões e designações.

Definiram-se os tipos de linhas que o desenho utiliza, tal como a seu significado
e aplicação em peças desenhadas.

Apresentamos, ainda, um desenho de conjunto completo, com legenda e lista


de peças.
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Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico I . 19


Guia do Formando
IEFP · ISQ Conceitos Preliminares

ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO

1. Numa folha de desenho de formato A3 (ao baixo), desenhe a esquadria e a


legenda, respeitando a configuração e dimensões estudadas neste módulo.

2. Faça a esquadria e a legenda numa folha de desenho A2 (ao baixo), de


acordo com as recomendações citadas no número anterior.

3. Utilizando a folha de desenho referida no ponto 1, proceda à sua dobragem


de acordo com as regras estudadas nesta Unidade Temática e proceda à
sua furação para arquivo A4.

4. Faça a dobragem da folha de desenho mencionada na ponto 2, depois de


concluída a esquadria e a legenda, bem como a respectiva furação para
arquivo A4.

5. Se precisasse de desenhar uma mesa de uma fresadora, cujas dimensões


envolventes fossem 1,25 x 0,65 x 0,12m e tivesse que a desenhar numa
folha de desenho A3 (ao baixo), que escala utilizaria na representação?

6. Quantas folhas de formato A6 se podem obter com uma folha de desenho


de formato 2A0?
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Componente Prática Desenho Técnico I . 20


Guia do Formando
IEFP · ISQ Construções Geométricas

Construções Geométricas
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Desenho Técnico
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IEFP · ISQ Construções Geométricas

OBJECTIVOS

No final desta Unidade Temática, o formando deverá estar apto a:

• Identificar as entidades geométricas que serão apresentadas;

• Executar todas as construções descritas;

• Aplicar as entidades geométricas em casos práticos.

TEMAS

• Segmentação

• Bissectriz de um ângulo

• Perpendiculares

• Paralelas

• Construção de triângulos

• Construção de quadrados

• Construção do pentágono

• Construção do hexágono

• Traçado de circunferências

• Tangentes à circunferência

• Concordâncias
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Desenho Técnico II . 1
Guia do Formando
IEFP · ISQ Construções Geométricas

• Concordâncias entre segmentos de rectas e arcos

• Concordâncias entre arcos

• Elipses por método directo

• Elipses por método rigoroso

• Elipses por método prático

• Resumo

• Actividades / Avaliação
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Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico II . 2


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IEFP · ISQ Construções Geométricas

SEGMENTAÇÃO

Consiste em dividir um segmento de recta com um comprimento qualquer, num


número qualquer de partes iguais.

A figura II.1 representa dois métodos distintos para se dividir o segmento de


recta AB em sete partes iguais.

1 Na figura II.1 A tira-se o segmento AC pelo ponto A, com uma inclinação


qualquer;
2 Marcam-se sete divisões da régua sobre a recta AC, a começar em A;
3 Une-se a divisão 7 do segmento AC com o ponto B do segmento AB;
4 Tiram-se paralelas a B7 pelos pontos 1 a 6 do segmento AC até interceptar
o segmento AB que fica, assim, dividido em sete partes iguais.

1 Na figura II.1 B tiram-se verticais pelos pontos A e B do segmento AB;


2 Coloca-se uma escala inclinada, a cruzar as verticais de A e B, e de modo a
que o zero da régua coincida com a vertical de A e o ponto 7 coincida com a
vertical de B;
3 Tiram-se verticais pelos pontos 1 a 6 da régua até interceptar o segmento
AB;
4 AB ficou dividida em sete partes iguais.

Figura II.1 - Divisão de uma linha em partes iguais


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Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico II . 3


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BISSECTRIZ DE UM ÂNGULO

1 É dado o ângulo BAC que se mostra em (a) da figura II-2 para traçar a
bissectriz;
2 Com centro em A , traçar um arco de raio R até interceptar os lados AB e AC
nos pontos E e F, respectivamente;
3 Com centro em F e E, traçar arcos de raio ( r ) até se cruzarem no ponto D;
4 Une-se A com D;
5 AD é a bissectriz do ângulo BAC.

Figura II.2 - Bissectriz de um ângulo (sequência de operações)

PERPENDICULARES

Figura II.3 perpendicular a AB, passando pelo seu ponto médio. AB é um


segmento de recta.

1 Pelos pontos A e B, traçamos arcos de raio R, maior que metade do segmento


AB;
2 Os arcos de raio R cruzam-se acima e abaixo do segmento AB, nos pontos
C e D;
3 Unimos C com D;
4 O segmento CD é perpendicular ao ponto médio do segmento AB.
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Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico II . 4


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Figura II.3 - Perpendicular ao meio de um segmento

Figura II.4 perpendicular a AB, passando por qualquer dos seus pontos.

1 Por um ponto C fora do segmento AB, traçamos uma circunferência de raio


R (qualquer) secante à recta AB e que passe pelo ponto E qualquer do
segmento AB;
2 A circunferência corta o segmento AB nos pontos E e D;
3 Unimos o ponto D com o ponto C e prolongamos até cruzar a circunferência
P;
4 Unimos o ponto P com E;
5 O segmento PE é perpendicular ao segmento AB.

Figura II.4 - Perpendicular num ponto qualquer de um segmento

Figura II.5 perpendicular a AB, passando pelo seu ponto extremo A.

1 Pelo ponto extremo A do segmento AB, traçamos um arco de raio R, que


corta AB no ponto C;
2 Com raio R e centro sucessivamente em C e D, marcamos D e E sobre o
arco;
3 Com centro em D e E traçamos arcos de raio r que se cruzam no ponto F;
4 Une-se F com A; o segmento FA é perpendicular ao segmento AB no extremo
A.
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Figura II.5 - Perpendicular num extremo de um segmento

Figura II.6 perpendicular a AB, passando por um ponto fora dela.

1 Pelo ponto C, fora do segmento AB, traçamos um arco que corta o segmento
AB nos pontos D e E;
2 Pelos pontos D e E, traçamos arcos de raio R que se cruzam no ponto F;
3 O segmento CF é perpendicular ao segmento AB.

Figura II.6 - Perpendicular a um segmento, passando por um ponto exterior

PARALELAS

Figura II.7 paralela a um segmento de recta AB, passando por um ponto


P. AB é um segmento, recto ou curvo.

1 Com centro em P e raio R (qualquer), traçamos o arco CD que intercepta AB


no ponto E;
2 Com centro em E e raio R (o mesmo), traçamos o arco FP;
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Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico II . 6


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3 Com raio r = PG e centro em E, determinamos o ponto H sobre o arco CD;


4 Unimos P com H;
5 PH é o segmentos paralelo a AB e que passa por P.

Figura II.7 - Paralela a um segmento de recta

Figura II.8 paralela a um segmento de recta AB, tirada à distância CD

1 Com centro num ponto E (qualquer) de AB e raio R = CD, traçamos um arco


(a);
2 Com centro em outro ponto F de AB e raio R (igual), traçamos o arco (b);
3 Com a régua traçamos o segmento GH tangente aos arcos (a) e (b);
4 GH é o segmento paralelo a AB, tirado à distância CD.

(a) (b)
R=CD R=CD

Figura II.8 - Método alternativo ao da figura II.7


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Figura II.9 paralela a um segmento curvo AB, tirado à distância CD

1 Marcamos vários pontos ao longo do segmento AB;


2 Com centro em cada um deles e raio R = CD, traçamos arcos (a1), (a2),
(a3);
3 Tiramos a tangente GH a todos os arcos CD;
4 O segmento GH é paralelo ao segmento AB, tirado à distância CD.

R=CD
R=CD
(a) (a3)
(a2)

Figura II.9 - Paralela a uma linha curva qualquer

Figura II.10 alternativa à figura II.8

1 Com centro num ponto E (qualquer) e raio R = CD, traçamos o arco JK;
2 Ajustamos uma régua e o esquadro à recta AB;
3 Sem deslocar a régua, corremos o esquadro até à tangente do arco JK;
4 Traçamos o segmento GH;
5 GH é a paralela a AB tirada à distância CD.

Figura II.10 - Método alternativo ao da figura II.7 e II.8


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CONSTRUÇÃO DE TRIÂNGULOS

a) Desenhar um triângulo de lados conhecidos A, B e C:

a sequência das figuras e a sua simplicidade dispensam o texto.

Figura II.11 - Construção de triângulos de lados conhecidos

b) Desenhar um triângulo rectângulo de que se conhece a hipotenusa e um


lado:

1 Achamos o ponto médio (M) da hipotenusa (perpendicular ao meio de AB);


2 Com centro em M e raio AB : 2, traçamos a circunferência que passa por A
e B;
3 Com centro em A e raio R, determina o ponto C sobre a circunferência;
4 Une o ponto C com A e B;

Figura II.12 - Construção de um triângulo dada a hipotenusa e um cateto

5 ACB é o triângulo rectângulo procurado.


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Triângulos são figuras planas limitadas por 3 segmentos de recta (lados);

Com três lados iguais, o triângulo diz-se equilátero;

Com dois lados iguais, diz-se isósceles;

Com todos os lados desiguais diz-se escaleno.

Equilátero Isósceles Escaleno

Figura II.13 - Classificação dos triângulos quanto aos lados

Se tem três ângulos agudos, diz-se acutângulo;

Se tem um ângulo obtuso, diz-se obtusângulo;

Se tem um ângulo recto, diz-se rectângulo.

Acutângulo Rectângulo Obtusângulo

Figura II.14 - Classificação dos triângulos quanto aos ângulos


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CONSTRUÇÃO DE QUADRADOS

Definição: São figuras planas limitadas por quatro segmentos de recta (lados)
iguais e formando ângulos rectos entre si. São quadriláteros (figuras de 4 lados).

a) Figura II.15 desenhar um quadrado sendo conhecido o lado AB;

1 Tiramos a perpendicular ao segmento AB pelo ponto A;


2 Com centro em A e raio AB marcamos o ponto C sobre a perpendicular
tirada por A;
3 Com centro em C e B, sucessivamente, e raio AB, determinamos o ponto D;
4 Unimos C e B com D;
5 Completamos o quadrado.

Figura II.15 - Construção de um quadrado de lado conhecido

b) Figura II.16 alternativa à figura II.15

1 Com régua e esquadro de 45º, traçamos verticais pelos pontos A e B;


2 Com o lado maior do esquadro de 45º, traçamos diagonais por A e B;
3 As diagonais interceptam as verticais de A e B nos pontos C e D,
respectivamente;
4 Unimos C com D;
5 Fechamos o quadrado.
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Figura II.16 - Alternativa ao método da figura II.15

c) Figura II.17 desenhar um quadrado sendo dado a circunferência


circunscrita;

1 Desenhar dois diâmetros perpendiculares entre si;


2 Unimos entre si os pontos de intercepção dos diâmetros com a circunferência;
3 Fechamos o quadrado.

Figura II.17 - Construção de um quadrado inscrito numa circunferência

d) Figura II.18 desenhar um quadrado sendo dada a circunferência inscrita;

1 Desenhar dois diâmetros perpendiculares entre si;


2 Com a régua e o esquadro de 45º traçar tangentes à circunferência; (seguir
a ordem indicada no desenho)
3 Fechamos o quadrado.
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Figura II.18 - Construção de um quadrado circunscrito numa circunferência

CONSTRUÇÃO DO PENTÁGONO

Figura II.19 é dada a circunferência circunscrita ao pentágono;

1 Traçamos dois diâmetros perpendiculares entre si;


2 Traçamos a perpendicular ao meio do raio OD do diâmetro horizontal;
3 Determinamos o ponto C;
4 Com centro em C e raio CA, determinamos o ponto E no prolongamento de
OD;
5 Com centro em A e raio AE, determinamos o ponto B sobre a circunferência;
6 Com abertura AB do compasso, dividimos a circunferência em cinco partes
iguais;
7 Traçamos o pentágono.

Figura II.19 - Construção de um pentágono inscrito numa circunferência


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CONSTRUÇÃO DO HEXÁGONO

Figura II.20 o lado do hexágono é igual ao raio da circunferência


circunscrita:

1 Abrimos o compasso na distância AO e marcamos sucessivamente AF, FE,


ED, DC, etc;
2 Unem-se os pontos AF, FE, ED, DC, CB e BA;
3 Concluiu-se o hexágono.

Figura II.20 - Construção de um hexagono inscrito numa circunferência

Figura II.21 arcos de raio R centrados em pontos opostos A e B:

1 Abertura do compasso R = AP, com centro em A determina os pontos S e Z;


2 Novo arco de raio R = BQ, com centro em B determina os pontos X e U;
3 Unem-se sucessivamente os pontos AS, SX, XB, BU, UZ, ZA;
4 O hexágono ficou fechado;

Figura II.21 - Método alternativo ao da figura II.20


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TRAÇADO DA CIRCUNFERÊNCIA

Figura II.22 traçar uma circunferência por 3 pontos A, B e C;

1 Desenhar as linhas AB e BC que serão cordas da circunferência;


2 Traçar as perpendiculares OE e OD ao meio das cordas AB e BC,
respectivamente;
3 A intercepção das linhas OE e OD definem o centro da circunferência.

Figura II.22 - Circunferência a passar por três pontos

Figura II.23 determinar o centro de uma circunferência dada

1 Traçar uma corda AB, preferivelmente horizontal;


2 Desenhar perpendiculares AD e BE à corda AB tiradas por A e B;
respectivamente;
3 Desenhar as diagonais BD e AE;
4 As diagonais BD e AE interceptam-se no centro C da circunferência.

Figura II.23 - Determinação do centro de uma circunferência


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Figura II.24 desenhar uma circunferência de raio R, tangente a ponto de


uma linha dada;

1 Desenhar uma perpendicular à linha tirada pelo ponto dado (P);


2 Marcar o raio R da circunferência sobre a perpendicular;
3 Desenhar a circunferência.

Figura II.24 - Circunferência tangente a uma linha

TANGENTES À CIRCUNFERÊNCIA

Tangente a uma circunferência é a linha, recta ou curva, que mantém com a


circunferência um único ponto comum.

O segmento de recta (a) e a circunferência (c) são tangentes à circunferência


(b), porque qualquer delas tem apenas um ponto de comum com (b).

Figura II.25 - Tangente a uma circunferência num ponto


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Figura II.26 desenhar o segmento de recta AC que passa por um ponto A


exterior e tangente a uma circunferência dada;

1 Desenhamos a recta que une A com o centro O da circunferência;

2 Determinamos o ponto médio do segmento AO;

3 Com centro em B ponto médio de AO desenhamos a semi - circunferência


ACO;

4 Une-se A com C;

5 AC é a tangente pedida.

Figura II.26 - Tangente a uma circunferência passando por um ponto

Figura II.27 desenhar uma tangente exterior a duas circunferências;

1 Unem-se os centros das duas circunferências de raios (R e r) e obtém-se o


segmento AB;

2 Determina-se o ponto médio de AB, ou seja, o ponto U;

3 Com centro no ponto médio de AB, desenha-se a circunferência C;

4 Com centro em A traça-se a circunferência de raio (R – r);

5 As circunferências C e (R – r) interceptam-se no ponto G;

6 Une-se A com G até cruzar a circunferência de raio R no ponto P;

7 Por B tira paralela a AP até cruzar a circunferência de raio r no ponto T;

8 PT é a tangente às 2 circunferências.
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Figura II.27 - Tangente exterior a duas circunferências

CONCORDÂNCIAS

Concordância ou linha de concordância é a linha que faz a passagem entre


duas outras, de modo a evitar pontos angulosos.

Concordância geométrica é uma linha curva, geométrica, simples ou composta,


geralmente simples (arco), cujo centro está geometricamente bem definido e
que é utilizada para ligar linhas situadas no mesmo plano.

Este conceito aplica-se à ligação entre pontos e rectas, entre segmentos de


recta, entre arcos e entre segmentos de recta e arcos.

Figura II.28 desenhar o arco de raio R que faz concordância de um ponto


P com um segmento de recta AB.

1 Desenha-se a linha DE, paralela à linha AB à distância R;

2 Desenha-se o arco (a) de raio R com centro em P;

3 A linha DE e o arco (a) interceptam-se no ponto C;

4 C é o centro do arco de concordância entre P e AB.


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Figura II.28 - Arco tangente a uma linha, passando por um ponto

Figura II.29 Desenhar o arco de raio R que faz concordância com um


ponto T é com outro arco de raio G;

1 Desenhar um arco de raio (G + R) com centro no centro do arco (a);


2 Desenhar um arco de raio R com centro em P;
3 Com centro em C, intercepção dos dois arcos, desenhar o arco de
concordância (b).

Figura II.29 - Arco tangente a uma circunferência, passando por um ponto

Figura II.30 Desenhar o arco de raio R tangente a dois segmentos de


recta perpendiculares;

1 Com centro no ponto de intercepção dos dois segmentos; desenho o arco


(a) de raio R;
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2 Desenhar os arcos (b) e (c) de raio R com centro em T;


3 P é o ponto de intercepção dos arcos (b) e (c);
4 Com centro em P, desenha-se um arco de raio R tangente ao dois segmentos;

Figura II.30 - Concordância entre duas rectas perpendiculares

CONCORDÂNCIAS DE SEGMENTOS DE RECTAS E ARCOS

Concordância entre um segmento de recta e um arco é um outro arco que é


tangente, simultaneamente, ao arco e ao segmento de recta dados.

Figura II.31 Desenhar um arco de raio R que faz a concordância entre


dois segmentos de recta que fazem entre si um ângulo agudo ou um
ângulo obtuso;

1 Desenhar linhas paralelas aos segmentos de recta dados e à distância R


deles;
2 As duas linhas interceptam-se no ponto C;
3 Traçar perpendiculares de C para os segmentos dados, até encontrar os
pontos T;
4 Com centro em C, desenhar um arco de raio R a ligar os pontos T dos dois
segmentos.
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Figura II.31 - Concordância entre dois segmentos de recta, formando ângulos


diferentes de 90º

Figura II.32 Desenhar um arco de concordância de raio R, entre um


segmento de recta e um outro arco de raio G;

Caso A)

1 Desenhar uma linha paralela ao segmento de recta AB e à distância R dele;

2 Desenhar um arco de raio (G + R) e centro em O, do arco (x);

3 O arco de raio (G + R) e a linha paralela a AB interceptam-se no ponto C;

4 Unir C com o centro O e desenhar a perpendicular tirada de C para a linha


AB; obtiveram-se os pontos T que irão limitar o arco da concordância;

5 Desenhar o arco de raio R entre os pontos T da linha AB e do arco de raio G;

Figura II.32 - Concordância entre um segemento de recta e uma circunferência


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Figura II.33 Desenhar um arco de concordância interior, de raio R, entre


um segmento de recta AB e outro arco de raio G;

Caso B)

1 Desenhar uma linha paralela ao segmento de recta AB e à distância R dele;


2 Desenhar um arco de raio (G – R) e centro em O do arco (y);
3 O arco de raio (G – R) e a linha paralela a AB interceptam-se no ponto C;
4 Unir C com o centro O e desenhar a perpendicular tirada de C para a linha
AB; obtiveram-se os pontos T que limitam o arco de concordância;
5 Desenhar o arco de raio R entre ao pontos T da linha AB e do arco de raio G.

Figura II.33 - Concordância entre um arco e um segmento de recta

CONCORDÂNCIAS ENTRE ARCOS

Concordância entre dois arcos é um outro arco que é tangente, simultaneamente,


aos dois primeiros arcos.

Figura II.34 Desenhar um arco tangente, de raio R, a duas circunferências


exteriores de raios G e H e com centros em A e B, respectivamente;

1 Com centro em A e B, desenhamos arcos com raios (G + R) e (H + R),


respectivamente, que se cortam no ponto C;
2 Unimos C com A e B para definir os pontos de tangência da concordância;
3 Com centro em C e raio R, traço o arco de concordância entre os pontos T
dos dois arcos.
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Figura II.34 - Concordância entre duas circunferências exteriores

Figura II.35 Desenhar um arco tangente, de raio R, a duas circunferências


interiores de raios G e H e com centros em A e B, respectivamente;

1 Com centro em A e raio (G + R) desenho o arco (a);


2 Com centro em B e arco de raio (H – R) desenho o arco (b);
3 Os dois arcos (a) e (b) cruzam-se no ponto C;
4 Uno o ponto C com os pontos A e B para determinar os pontos T de tangência;
5 Com centro em C e raio R desenho o arco de concordância (d) entre os
pontos T:

Figura II.35 - Concordância entre duas circunferências interiores

É uma curva plana, fechada, que define uma área que admite um eixo de simetria
e no qual é possível definir pontos opostos (focos), que gozam da seguinte
particularidade: a soma das distâncias de qualquer ponto da curva aos dois
focos têm um valor constante.

O método directo baseia-se no conhecimento dos eixos maior e menor da


elipse ou na constância da soma das distâncias de qualquer ponto da elipse
aos focos.

O método baseia-se no mesmo, mas faz a sua aplicação por um processo


feométrico.
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ELIPSES POR MÉTODO DIRECTO

A traçagem da elipse pelo método directo baseia-se no desenho das


circustâncias cujos diâmetros se identificam com os eixos de elipse e em
paralelas aos eixos tiradas pelos pontos de intersepção das circustâncias com
os respectivos raios.

Figura II.36 Construção da elipse pelo método das circunferências


concêntricas; Eixo maior = AA; Eixo menor = CC

1 Desenham-se circunferências sobre o eixo maior (AA) e menor (CC) da


elipse;
2 Traçam-se diâmetros (XX) a interceptar as duas circunferências;
3 Nos pontos (X) sobre a circunferência maior, traçam-se paralelas ao eixo
menor;
4 Nos pontos (H) sobre a circunferência menor, traçam-se paralelas ao eixo
maior;
5 Os cruzamentos das duas paralelas são pontos da elipse;
6 Podemos ter tantos pontos quantos quisermos;
7 Um escantilhão de curvas faz a união dos pontos.

Figura II.36 - Construção de elipse pelo método das circunferências concêntricas

Figura II.37 Construção da elipse pelo método dito do jardineiro;

O método dito jardineiro é um método prático com aplicações no terreno e em


caldeiraria. Baseia-se em fazer circular um marcador (ou traçador) ao longo de
um fio com o comprimento do eixo maior da elipse e fixo aos focos pelas
respectivas extremidades.
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Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico II . 24


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Conhecidos os eixos maior e menor pode determinar os focos e traçar a elipse;


CE = CF = AO

Com centro em C e abertura do compasso = 1 / 2 do eixo maior; marca os


focos; EPF é um fio flexível = AB

Fixa as pontas nos focos.

A circulação do ponto P desenha a elipse.

Figura II.37 - Construção de elipse pelo método do jardineiro

ELIPSES POR MÉTODO RIGOROSO

Figura II.38 Construção da elipse pelo método dos focos;

O método da elipse por método rigoroso baseia-se na propriadades dos focos


que diz que a soma da distância de ambas a qualquer ponto da elipse é sempre
igual ao eixo maior da elipse.

São conhecidos o eixo maior AB e o eixo menor CD;

Com raio R = OB = AO = metade do eixo maior e centro em C, marcam-se os


focos;

1 Marcam-se vários pontos no semi-eixo maior AO (F1, G1, H1, …)


2 Faz a intercepção dos arcos de raio B-F1 e centro em F2 com A-F1 e centro
em F1; obtém-se duas intercepções por cada ponto do eixo, são dois pontos
da elipse;
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Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico II . 25


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3 Repete-se a marcação 1) no semi-eixo BO (F2, G2, H2, …);


4 Faz-se a intercepção dos arcos de raio B-F2 e centro em F2 com A-F2 e
centro em F1; obtém-se dois pontos da elipse por cada ponto do eixo;
5 Unem-se os pontos com um escantilhão de curvas para desenhar a elipse.

Figura II.38 - Construção de elipse pelo método dos focos

Construção de uma elipse de eixos oblíquos figura II.39

O método traçagem de elipses de eixos oblíquos baseia-se na correspondência


entre a elipse e a circunferência correspondente, traçadas com os mesmos
eixos, desde que se conheça a inclinação do eixo da elipse.

São conhecidos o eixo maior AB e o eixo menor DE e a inclinação deste;

1 Desenhamos a circunferência de diâmetro AB e centro em C, bem como o


eixo menor;
2 Traçamos o diâmetro FG e unimos FD e GE;
3 Por cada ponto do eixo AB, tiram-se paralelas ao diâmetro FG e ao eixo DE;
4 As paralelas a FD tiradas por cada ponto R da circunferência dá um ponto
da elipse;
5 Unem-se os pontos de intercepção obtidos:
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Figura II.39 - Construção de elipse pelo método dos focos

ELIPSES POR MÉTODO PRÁTICO

Construção de elipses isométrica em planos ortogonais figura II.40

Na perspectiva isométrica, as circunferências convertem-se em elipses cujos


eixos maior e menor têm comprimentos pouco diferentes. Isto deve-se ao facto
do quadrado circunscrito à circunferência se converter num paralelogramo com
ângulos internos diferentes.

A figura II-40 representa circunferências desenhadas nas três faces ortogonais


de um cubo representado em perspectiva isométrica.

As elipses podem desenhar-se por qualquer dos processos já vistos ou por um


processo simplificado como o que a figura representa, mas menos exacto, e
que a seguir se descreve.
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Figura II.40 - Construção de elipse pelo método dos focos

Procedimentos:

1 Desenhar o paralelogramo que irá circunscrever a elipse a eixos, formando


120º entre si e orientação dos eixos do plano de representação.
2 Desenhar a diagonal tirada pelo ângulo agudo do paralelogramo.
3 Unir os vértices dos ângulos obtusos com o meio do lado oposto.
4 As linhas definidas pelas alíneas 2 e 3 interceptam-se no centro do arco
menor.
5 Os vértices dos ângulos obtusos são os centros dos arcos maiores

Nota: Cada um dos quatro arcos começa e termina em pontos de tangência


consecutivos.
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RESUMO

A presente Unidade Temática dedicou-se a vários aspectos geográficos que


podem contribuir a resolução de problemas de desenho.

Foram definidas regras para o traçado rigoroso das figuras geométricas planas
mais correntes, tais como quadrados, triângulos, pentágonos, hexágonos e
elipses.

No que respeita às elipses, foram estudados vários métodos, uns mais simples
e outros mais rigorosos, para proceder ao seu traçado.

Foi, igualmente, definida a sequência de procedimentos referentes ao traçado


de prependiculares a vários pontos de uma recta e também as referentes ao
traçado de paralelas.

Procedeu-se ao traçado da circunferência, da qual são conhecidos três pontos,


bem como à determinação do centro de circunferência definidas no todo ou em
parte.

Estabeleceram-se as regras para dividir um segmento em um número qualquer


de partes iguais.

Definiram-se tangentes a uma circunferência e a forma de proceder ao seu


traçado rigoroso, pressupondo diversos condicionantes.

Caracterizámos várias aplicações das concordâncias e a forma de as


executarmos rigorosamente.
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ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO

1. Reproduza o desenho abaixo representado com base na matéria da Unidade


Temática que acabou de estudar.

Figura II.41 - Gancho


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Perspectivas
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Desenho Técnico
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OBJECTIVOS

No final desta Unidade Temática, o formando deverá estar apto a:

• Diferenciar, à vista, os tipos de perspectiva e relacioná-los com a posição do


objecto e a orientação das projectantes;

• Desenhar peças prismáticas e de revolução nos vários tipos de perspectiva:


cavaleira, isométrica e dimétrica;

• Desenhar perspectivas, por adição e subtracção de componentes;

• Definir a orientação mais conveniente à representação do objecto;

• Desenhar superfícies curvas não regulares nos vários tipos de perspectiva;

• Desenhar cortes em perspectiva e orientar o respectivo tracejado.

TEMAS

• Projecções

• Perspectivas

• Perspectiva isométrica

• Elipses em perspectiva isométrica

• Curvas isométricas

• Perspectiva cavaleira

• Traçado rigoroso da elipse na perspectiva cavaleira

• Perspectiva dimétrica

• Simplificação em perspectiva

• Leitura de perspectiva
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Desenho Técnico III . 1


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• Tracejados em perspectiva

• Cortes em perspectiva

• Meios cortes em perspectiva

• Desenho em vista explodida

• Resumo

• Actividades / Avaliação
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Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico III . 2


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PROJECÇÕES

A representação de um objecto pode ser feita através de dois tipos de desenho


diferentes:

• Projecções ortogonais

• Perspectivas

Ambas têm vantagens e inconvenientes;

• Nas projecções ortogonais definem-se os objectos de uma forma mais


adequada e mais rigorosa, mas estão longe de se identificarem com a imagem
visual que temos deles e não são fáceis de compreender para quem não
está familiarizado com as regras do desenho, sobretudo com objectos
complexos.

• As perspectivas dão uma imagem mais próxima da imagem que nós temos,
mas falha no rigor dos pormenores.

Há três variantes de perspectiva, mas apenas são correntes as duas últimas:

• perspectiva cónica

• perspectiva cavaleira

• perspectiva axonométrica

As figuras que seguem mostram uma mesma peça representada nas três
perspectivas acima referidas; são evidentes as diferenças que entre elas
representam.

Perspectiva axonométrica
Perspectiva cavaleira Perspectiva cónica isométrica

Figura III.1 - Diferenças de representação nas três perspectivas


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A perspectiva axonométrica pode, por sua vez, apresentar-se em três versões


ligeiramente diferentes. As figuras que seguem denotam as respectivas
diferenças.

Perspectiva axonométrica Perspectiva axonométrica Perspectiva axonométrica


isométrica dimétrica trimétrica

Figura III.2 - Eixos da perspectiva axonométrica

A perspectiva cónica (ou central) representada tem dois ângulos de fuga, isto é,
as dimensões contraem-se segundo dois eixos ( XX e YY).

PERSPECTIVAS

As figuras que seguem mostram a posição do objecto em relação ao plano de


projecção e a forma como ele se projecta no referido plano.

As figuras III.3 e III.4 mostram a forma de obter a perspectiva cavaleira e a


perspectiva cónica, respectivamente.

Em qualquer delas, o objecto é colocado paralelamente ao plano de projecção,


mas diferem na orientação das projectantes.

Em ambas as perspectivas, as projectantes são oblíquas em relação ao plano


de projecção, mas diferem na forma como se dispõem entre si; na perspectiva
cavaleira, são paralelas e na cónica, como o nome indica, convergem todas
num ponto.
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E E F
F F
F A A
A F A F
B H GB B
B
D
D
D C
D G
G
C C

Figura III.3 Figura III.4

Figura III.3 - Perspectiva cavaleira Figura III.4 - Perspectiva cónica

A perspectiva cónica adapta-se melhor ao nosso sistema de visão, mas desenhá-


-la não é fácil e, por isso, não é corrente na prática do desenho industrial.

As figuras III.5 e III.6 mostram a forma de obter as projecções ortogonais e a


perspectiva axonométrica.

Em ambas, as projectantes são paralelas entre si e perpendiculares ao plano


de projecção; diferem somente na orientação do objecto. Na projecção ortogonal,
o objecto é colocado paralelamente ao plano de projecção e na perspectiva
axonométrica toma uma posição oblíqua em relação ao mesmo plano.

Projectantes paralelas entre si e


Projectantes paralelas entre si e
perpendiculares ao plano
perpendiculares ao plano

A A
A B Objecto A
B Observador Objecto
D D B
Observador no infinito
no infinito
30º
D
C C 30º

Figura III.5 Figura III.6

Figura III.5 - Projecções ortogonais (vistas) Figura III.6 - Perspectiva axonométricas


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Todo o desenho industrial utiliza a representação da figura III.5, enquanto que


as perspectivas desempenham funções secundárias. Usam-se em desenhos
de montagem e para facilitar a leitura de certos desenhos em projecção ortogonal
ou nos sistemas de trabalho baseados na identificação visual.

PERSPECTIVAS ISOMÉTRICAS

A figura III.7 apresenta um objecto desenhado em perspectiva isométrica


(axonométrica), em que o lado AB (eixo dos ZZ) é vertical e os lados AD e AC
(eixos dos XX e dos YY) fazem ângulos de 30º com a horizontal.

Figura III.7 - Perspectiva isométrica (fases de tranformação)

Estas três linhas que fazem ângulos de 120º entre si constituem o sistema de
eixos em que a representação isométrica é feita.

A figura evidencia o paralelismo das linhas de contorno do objecto ao sistema


de eixos representado.

Nesta representação, as arestas contíguas fazem sempre ângulos iguais entre


si (120º) e as dimensões nos três eixos são as medidas reais.

A sequência que a figura mostra evidencia a vantagem de começar o desenho


por uma figura simples para a ir progressivamente complicando.

Este tipo de desenho é facilitado quando se utiliza papel com quadriculado


próprio, dito iso métrico.
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A figura III.8 apresenta a forma de marcar a direcção dos eixos representativos


do sistema isométrico, bem como todas as linhas de contorno;

Os eixos isométricos podem ser colocados em qualquer posição, desde que


se respeite o ângulo de 120º que eles devem formem entre si, como é visível na
figura III.9.

Figura III.8 - Forma prática para encontrar os eixos isométricos

Figura III.9 - Variantes da orientação dos eixos isométricos


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ELIPSES EM PERSPECTIVA ISOMÉTRICA

A figura III.10 representa a peça em projecções ortogonais, em duas vistas e a


figura III.11 mostra a mesma peça em perspectiva isométrica, que pretendemos
obter.

Figura III.10 - Vistas de uma peça

Começamos por desenhar a peça em perspectiva isométrica, sem furo, de


acordo com as regras anteriores.

Figura III.11 - Perspectiva isométrica da peça da figura III.12


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Desenho da elipse:

Desenha-se na figura III-10 o quadrado que circunscreve a circunferência e


traçamos as respectivas diagonais.

Marcamos a = ( 2 / 3 ) x b (ver figura III.12)

As linhas tiradas por (a) interceptam as diagonais sobre a circunferência

1 Marcamos os eixos na peça maciça em perspectiva;


2 Traçamos o quadrado que circunscreve a circunferência;
3 Traçamos as diagonais do quadrado;
4 Marcamos (a) igual a 2 /3 de (b = lado do quadrado);
5 As linhas (a) definem mais quatro pontos da elipse;
6 Os eixos já tinham definido quatro pontos da elipse;
7 Unindo os 4 pontos do quadrado com os quatro pontos das diagonais,
definimos a elipse.

Para traçar a circunferência da face oposta:

1 Marcam-se vários pontos sobre a circunferência da face;


2 Tiramos verticais por esses pontos;
3 Em cada uma delas marcamos a espessura da peça;
4 Unindo esses pontos na área descoberta, obtemos a elipse da base (parte).

A figura III.13 dá apoio às operações acima mencionadas.

Figura III.12 - Construção da elipse aplicada à circunferência


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Figura III.13 - Construção da elipse pelo método da figura III.12

CURVAS ISOMÉTRICAS

A figura III.14 mostra a peça em projecção ortogonal e a figura III.15 mostra a


peça que pretendemos obter.

Figura III.14 - Peça em duas vistas, com linha de contorno irregular


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Figura III.15 - Peça correspondente ao desenho da figura III.14

1 Começamos por desenhar a placa rectangular, sem qualquer corte, seguindo


a cotagem lida na projecção ortogonal;

2 Marcamos na face superior da placa os pontos do perfil, utilizando as cotas


do desenho;

3 Usando uma cércea, desenha-se a linha que une os pontos marcados;

4 Traçam-se verticais (quantas quisermos) ao longo da linha do perfil;

5 Marca-se a espessura da peça em todas as verticais;

6 Unem-se os pontos assim obtidos;

7 Assim se obtém a peça da figura 3-15.

A sequência dos desenhos da figura abaixo indicada mostra o seguimento do


desenho da curva isométrica.

Figura III.16 - Traçado isométrico da curva da figura III.12


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PERSPECTIVA CAVALEIRA

A figura III.17 representa uma perspectiva cavaleira e o respectivo desenho tem


início pela vista de frente das projecções ortogonais, só depois desenhamos a
profundidade da peça.

Figura III.17 - Fases da preparação da perspectiva cavaleira

É usual desenhar a profundidade sob um ângulo de 45º e o comprimento reduzido


a 50%. As linhas de contorno horizontal e vertical são desenhadas a 100% do
comprimento.

Embora os números de 45º e 50º sejam recomendados como os mais figurativos,


podem ser usados ângulos entre 30º e 60º e reduções entre 40º e 75º.

Na frente da perspectiva cavaleira, os furos são representados por circunferências,


visto que os seus eixos são perpendiculares.

As elipses e as curvas que figurem no plano de profundidade, são desenhadas


segundo os critérios definidos para as perspectivas isométricas.

A figura III.18 mostra um apoio de veio (chumaceira) em projecção ortogonal.

Figura III.18 - Peça simples desenhadas em duas vistas


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A figura III.19 mostra a mesma peça em perspectiva cavaleira.

Figura III.19 - Fases de preparação da perspectiva cavaleira da peça da figura III.18

A figura III.20 apresenta quatro direcções de fuga (a 45º) para perspectiva cavaleira:

Figura III.20 - Variantes da orientação dos eixos em perspectiva cavaleira

TRAÇADO RIGOROSO DA ELIPSE NA PERSPECTIVA CAVALEIRA

As regras que se seguem aplicam-se ao traçado das elipses nos três planos da
perspectiva cavaleira, dado que a face da frente está definida por eixos
perpendiculares.

As regras que se seguem são válidas com todas as perspectivas e quaisquer


que sejam os ângulos dos respectivos eixos:

1 Desenhar uma circunferência com diâmetro igual ao eixo maior da elipse;


na figura III.21, foram utilizadas as faces de um cubo, mas os planos poderiam
estar separados.
2 Desenhar os eixos da circunferência e os eixos da elipse (vertical e horizontal)-
eixo menor da elipse, depende da redução que se fizer e que pode ser
qualquer uma;
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3 A relação entre o eixo maior da elipse (vertical) e o eixo da circunferência é


um, por isso, as medidas verticais passam da circunferência para a elipse
sem redução;
4 Vamos supor que a profundidade foi representada a 50%; assim, a relação
entre o eixo menor da elipse e o diâmetro da circunferência seria de 0,5; as
medidas horizontais são reduzidas a 50% na passagem da circunferência
para a elipse;
5 Traço paralelas ao eixo horizontal na circunferência (a) e na elipse (a1);
6 Meço a distância (x) na circunferência (sobre (a)) e marco (x / 2) no linha
(a1) da elipse, a medições são feitas a partir da aresta do quadrado
circunscrito, como mostra a figura;

X/2
a1

X1/2
a

X1

L/2
L

Figura III.21 - Traçado de elipses a partir da circunferência respectiva

7 Unem-se os pontos obtidos, usando cércea ou escantilhão de curvas;


8 Obteve-se a perspectiva correspondente aos eixos utilizados;

Nota: Obtém-se tantos pontos da elipse quantos se quiser.

Desenho em perspectiva cavaleira.


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Componente Prática Desenho Técnico III . 14


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Caso de Estudo III . 1

Dada a manivela representada em projecção ortogonal, desenhar a perspectiva


cavaleira correspondente.

O desenho foi feito por fases para que o formando possa acompanhar a sequência
dos traçados.

Figura III.22 - Fases de preparação de uma perspectiva cavaleira


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PERSPECTIVA DIMÉTRICA

A perspectiva dimétrica posiciona o objecto obliquamente em relação ao plano


de projecção, mas não define ângulos de posicionamento;

A figura III.23 traduz o aspecto que a perspectiva define:

Figura III.23 - Orientação dos eixos da perspectiva dimétrica

É corrente adoptar-se os seguintes valores para os ângulos a e b:

a = 7º 10’ b = 41º 25’

A consequência dos valores dos ângulos a e b reflecte-se no valor dos lados d1,
d2 e d3

d1 e d2 são desenhados à escala 1 : 1;

d2 é desenhado à escala 1 : 2;

Sem alterar os ângulos referidos, o objecto pode tomar várias posições; a figura
III.24 representa algumas delas:

Figura III.24 - Alternativas de orientação dos eixos em perspectiva dimétrica


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Em projecção dimétrica, as elipses desenham-se por intermédio da construção


geométrica utilizada na perspectiva isométrica.

A perspectiva dimétrica executa-se com esquadro próprio; usa-se menos do


que a isométrica, embora a representação esteja mais próxima da imagem que
temos dos objectos.

A figura III.25 mostra que, partindo de uma figura simples, chegamos, por
aproximações sucessivas, à forma complicada do objecto:

Figura III.25 - Preparação de uma perspectiva dimétrica por decomposição

SIMPLIFICAÇÃO EM PERSPECTIVA

Os objectos que se desenham nem sempre são bastante simples para que o
trabalho seja fácil.

Normalmente, os objectos reais com que trabalhamos são figuras compostas


por elementos simples associados de formas diferentes.

Simplifica-se o trabalho se decompusermos mentalmente o objecto e, a partir


da base, formos associando ao desenho os sucessivos componentes.

Outras vezes, partimos de uma peça simples para, pouco a pouco, subtrairmos
os excessos em relação ao objecto final.

A figura III.26 define o desenho de perspectiva por adição de elementos e a


figura III.27 define-o por subtracção de elementos.
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Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico III . 17


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Figura III.26 - Preparação de uma perspectiva por junção de elementos

São dois métodos correntes para simplificar o desenho de perspectiva. Com o


processo representado na figuras III.27 é possível chegar-se a resultados finais
complexos e com bastante facilidade.

Em ambas as soluções, o importante é respeitar rigorosamente o paralelismo


aos eixos e executar uma desagregação (ou agregação) de cada vez.

Figura III.27 - Decomposição de um modelo em perspectiva

LEITURA DE PERSPECTIVA

O desenho de perspectiva de um objecto, em esboço ou rigoroso, ficará muito


simplificado se usarmos papel próprio.

Existe papel isométrico com linhas orientadas segundo os eixos isométricos,


formando triângulos equiláteros com lados referenciados à cota de 10 mm.
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De igual forma, existe papel dimétrico com linhas paralelas aos eixos dimétricos,
formando losangos, também referenciados à cota de 10 mm.

O papel quadriculado corrente permite trabalhar em perspectiva cavaleira, se


usarmos a direcção da diagonal da quadrícula como 3º eixo.

Usando papel de desenho fino bastante para dar transparência colocando-o


sobre qualquer dos referidos papéis, podemos executar qualquer perspectiva
com muita facilidade.

Figura III.28 - Conversão entre vistas e perspectivas

Há estiradores especiais que permitem executar estes trabalhos com rigor. O


tampo de madeira foi substituído por um tampo de vidro, com caixa inferior para
iluminação.

As perspectivas devem ser orientadas, de modo a permitir o máximo


esclarecimento sobre os objectos.

A orientação geral de qualquer trabalho de perspectiva deve cingir-se,


preferencialmente, àquela que o cubo da figura III.29 representa:

Vista de frente, vista de cima e vista de esquerda.

Vista de cima
Vista de esquerda
Vista de frente

Figura III.29 - Orientação recomendada para as perspectivas

Os objectivos representados na figura III.28 foram alcançados por subtracção


dos excessos que o cubo envolvente possuia.
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TRACEJADOS EM PERSPECTIVA

Os cortes em perspectiva são sinalizados por tracejados cujas linhas devem


ser desenhadas com inclinação convencional.
A inclinação varia com o valor dos ângulos que definem a superfície a tracejar.

A figura III.30 define a inclinação, quer para os diferentes tipos de perspectiva,


quer, ainda, em cada um dos respectivos planos.

Perspectiva isométrica Perspectiva dimétrica Perspectiva cavaleira

Figura III.30 - Tracejados nos planos ortogonais de perspectiva

Foram construídos paralelogramos de lados iguais, sobre os eixos utilizados


na perspectiva;

Os lados do paralelogramo sofrem as reduções inerentes aos eixos em que


são desenhados.

A inclinação nos planos verticais é definida pela inclinação das respectivas


diagonais; no plano horizontal, a inclinação é definida pela inclinação das outras
duas.

Assim, dentro da mesma peça, a inclinação do tracejado muda com a secção


de corte. Note-se que esta situação não existe nas projecções ortogonais.

Na perspectiva, a intercepção das secções tracejadas, como se pode ver na


figura III.31, é definida por uma linha grossa de contorno visível.
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Figura III.31 - Perspectiva com corte

CORTES EM PERSPECTIVA

Os cortes em perspectiva tem o mesmo objectivo dos cortes em projecções


ortogonais, ou seja, definir os vazios interiores sem ter que recorrer a linhas
ocultas.

Quando pretendemos executar um corte numa peça em perspectiva, devemos


escolher o plano de corte mais conveniente.

É mais conveniente o plano de corte que nos mostra os contornos interiores.

Quando o corte é total, a melhor solução é começar por desenhar a secção e,


a partir dela, completar a perspectiva.

A secção foi desenhada, utilizando apenas dois dos três eixos isométricos
(figura III.32a).

Perspectiva isométrica eixos a 120º


a mesma escala nos 3 eixos.
Sequência se procedimentos para
desenhar uma perspectiva em corte.

Figura III.32 - Fases de preparação de uma perspectiva cortada


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Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico III . 21


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Paralelas ao terceiro eixo tiradas pelos vértices da secção, permitem completar


facilmente a perspectiva (figura III.32b).

Na representação isométrica, as cotas são marcadas em tamanho real (1/1).

Assim, concluímos a meia peça em perspectiva (figura III.32c).

A direcção do tracejado é tomada pela diagonal maior da secção (45º sobre o


eixo da secção); como toda a secção se encontra no mesmo plano, o tracejado
tem todo a mesma inclinação.

A distância entre linhas do tracejado é arbitrária, mas também deve ser


compatível com o tamanho da secção.

Em caso de dificuldade no completamento da figura, pode preferir desenhar


primeiro a perspectiva sem cortes, construindo-a por sobreposição de elementos
parcelares.

MEIOS CORTES EM PERSPECTIVA

Para desenhar apenas meio corte em perspectiva dimétrica (ou outra), é preferível
começar por desenhar a perspectiva inteira; só depois deve executar as duas
meias secções perpendiculares.

Seja a peça da figura III.33a), representada em duas vistas:

Eixos de perspectiva
axonométrica dimétrica

Figura III.33 - Perspectiva em corte a 1/4


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Operações:

1 Executa a peça paralelepipédica da base, segundo os três eixos dimétricos;


2 Executa o cilindro em cima, a partir do paralelepípedo;
3 Escolhe as secções para corte (III.33b);
4 Completa as secções;
5 Executa o tracejado (III.33c).

O tracejado executado no plano de 7º 30’ tem as linhas com afastamento normal;

No plano de 42º, as linhas têm metade do afastamento que foi usado no plano
de 7º.

A figura III.34, representa um desenho de uma peça em perspectiva isométrica,


a partir do seu desenho em projecções ortogonais.

Figura III.34 - Vista e perspectiva em corte

A perspectiva deve ser desenhada em corte total.

Operações:

1 Escolher os eixos em que o corte vai ser desenhado;

2 Traçar os eixos do corte;

3 Desenhar o corte representado na vista de frente à escala 1:1;

4 Pelos vértices do corte tirar paralelas ao 3º eixo;

5 Sobre os lados da 3ª dimensão, marca as distâncias medidas na vista de


cima da projecção ortoginal.

6 Inserir tracejado na secção representada em corte. Como o corte está


desenhado à escala 1:1, o tracejado é representado com inclinação a 45º.
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Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico III . 23


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Caso de Estudo III. 2

A figura abaixo indicada representa um cilindro em duas vistas (III.35a).

Altura do cilindro 50 mm
Diâmetro da base 90 mm
Cada quadrado 10 mm

Executar o cilindro em perspectiva dimétrica. O eixo do cilindro é paralelo à


linha de eixo a 7º.

Faça as elipses pelo método das diagonais (8 pontos) figura III.35b.

Figura III.35 - Construção de um cilindro em perspectiva dimétrica

a) O cilindro em projecções ortogonais com vista de frente e de cima.

b) Figura geométrica para desenhar o cilindro em perspectiva.


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Componente Prática Desenho Técnico III . 24


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Solução:

1 Traçar os eixos xyz do sistema dimétrico;

2 Traçar o paralelogramo nos eixos 42º x 90º (no eixo de 42º dimensões =
1 / 2);

3 Traçar as diagonais do paralelogramo;

4 Dividir o eixo maior em seis partes iguais;

5 Tirar paralelas ao eixo menor pelos pontos a 1 /3 dos extremos;

6 Marcar os cruzamentos das linhas ( alínea 5) com as diagonais;

7 Marcar as intercepções dos eixos maior e menor com o paralelogramo;

8 A 50 mm do paralelogramo, sobre o eixo de 7º, copiar o paralelogramo com


as respectivas diagonais;

9 Passar os pontos das alíneas 6) e 7) para o paralelogramo da alínea 8;

10 Traçar a elipse à mão livre sobre os oito pontos do primeiro paralelogramo;

11 Idem para os oito pontos do 2º paralelogramo;

12 Traçar as tangentes às duas elipses;

13 Concluiu o cilindro em perspectiva dimétrica.


M.T.05 Ut.03

Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico III . 25


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IEFP · ISQ Perspectivas

DESENHO EM VISTA EXPLODIDA

A figura III.36 representa um conjunto relativamente simples que é constituído


por várias peças, que se montam umas nas outras.

As linhas finas que ligam os três grupos indicam o local onde elas vão ligar-se.

Olhando para uma desenho deste tipo, estamos habilitados a proceder a qualquer
montagem, basta seguir as linhas de ligação.

Nestes desenhos, devem sempre figurar as peças todas, por mais pequenas
ou maiores que elas possam ser.

Este tipo de desenho é considerado de extrema utilidade nas operações de


desmontagem e montagem de sistemas mecânicos ou outros.

São apenas referenciados por números de ordem, ou part numbers ou qualquer


número de código interno. Aliás, é o sistema que utilizam as casas de
acessórios.

Neste tipo de desenho, as peças são desenhadas em perspectiva, não interessa


qual, apenas interessa que através da imagem a peça possa ser identificada.

Figura III.36 - Conjunto em vista explodida

Note-se que neste tipo de desenho as peças são representadas sem atender
às regras praticadas nas projecções ortogonais.

Repare-se que as roscas foram desenhadas esquematicamente; assim


aparentam mais realidade.
M.T.05 Ut.03

Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico III . 26


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IEFP · ISQ Perspectivas

RESUMO

Começámos por apresentar os diferentes tipos de perspectiva para que os


formandos os passam comparar e ver as diferenças quer de representação,
quer de preparação.

Posto isso, tratámos separadamente de cada uma das perspectivas, sempre


com base em desenhos dispersos e em construções sequenciais.

Assim, foram tratadas as perspectivas isométricas, cavaleira e dimétrica.

Para facilitar a compreensão deste tipo de desenho, incluímos detalhes


sequenciais do desenho de uma curva de perfil qualquer, em perspectiva
isómétrica.

Analisaram-se as perspectivas cavaleira e dimétrica, através da sucessão de


desenhos que completaram a representação final.
M.T.05 Ut.03

Componente Prática Desenho Técnico III . 27


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IEFP · ISQ Perspectivas

ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO

1. Desenhe em perpectiva isométrica as seguintes peças representadas em


projecção ortogonal
Cada quadrado = 10 mm

2. Desenhe em perspectiva cavaleira as seguintes peças representadas em


projecção ortogonal
Cada quadrado = 10 mm
M.T.05 Ut.03

Componente Prática Desenho Técnico III . 28


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IEFP · ISQ Conceitos Preliminares

3. Desenhe em perspectiva isométrica


M.T1.03 Ut.01

Componente Prática Desenho Técnico III . 29


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IEFP · ISQ Projecções Or togonais

Projecções Ortogonais
M.T.05 UT.04

Desenho Técnico
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IEFP · ISQ Projecções Ortogonais

OBJECTIVOS

No final desta Unidade Temática, o formando deverá estar apto a:

• Arrumar as vistas no papel de desenho e identificar a respectiva designação


convencional;

• Diferenciar o método europeu do método americano, quer através de símbolos,


quer pela análise de vistas;

• Orientar as peças em relação aos planos de projecção e definir as vistas


mais convenientes;

• Utilizar os planos auxiliares de projecção na representação de faces oblíquas;

• Interpretar as formas correntes de desenho simplificado;

• Interpretar desenhos com vistas de corte, sejam eles totais, parciais ou


apenas locais;

• Interpretar a representação dos diferentes tipos de corte usados em desenho


técnico;

• Diferenciar as peças que figuram inteiras nos cortes;

• Identificar e interpretar a representação de secções.

TEMAS

• Projecções ortogonais

• Projecção de superfícies

• Projecção de sólidos

• Projecção em três planos ortogonais

• Normas de representação das projecções ortogonais

• Método europeu

• Método americano

• Mudança de vistas por rotação do objecto


M.T.05 Ut.04

Desenho Técnico IV . 1
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IEFP · ISQ Projecções Ortogonais

• Fases sequenciais do desenho

• Número de vistas necessárias para definir um objecto

• Vistas auxiliares

• Vistas auxiliares totais e parciais

• Desenho simplificado / vistas parciais

• Desenho de peças compridas

• Rebatimentos convencionais

• Cortes e secções

• Escolha do plano de corte

• Técnica de representação de cortes . Leitura de um desenho cortado

• Tracejados

• Utilização de meios cortes

• Corte por planos paralelos

• Planos de corte concorrentes

• Cortes locais

• Rebatimento de secções deslocadas

• Rebatimento de secções

• Peças que não se cortam

• Resumo

• Actividades / Avaliação
M.T.05 Ut.04

Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico IV . 2


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IEFP · ISQ Projecções Ortogonais

PROJECÇÕES ORTOGONAIS

As projecções ortogonais são largamente utilizadas em desenho técnico e são


o melhor instrumento para converter ideias em desenhos.

No desenho de projecção ortogonal, o objecto espelha-se em três planos


perpendiculares entre si e paralelos às faces do objecto.

Os objectos projectam-se através dos seus vértices e linhas de contorno e,


unindo estes, obtém-se a projecção do objecto.

As linhas que transportam os pontos do objecto para o plano de projecção


dizem-se projectantes e são sempre paralelas entre si e perpendiculares ao
plano.

Assim, a partir da projecção de pontos, podemos representar linhas, superfícies


e sólidos geométricos em um, dois ou três planos de projecção.

A projecção de um segmento de recta (figura IV.1) é a linha que une as projecções


dos pontos (1 e 2) que definem o referido segmento.

Figura IV.1 - Projecção de um segmento de frente

Figura IV.2 - Projecção de um segmento de topo


M.T.05 Ut.04

Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico IV . 3


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Figura IV.3 - Projecção de um segmento oblíquo

Na figura IV.1, a projecção é paralela ao objecto e, por isso, tem as mesmas


dimensões.

Na figura IV.3, a projecção já não é paralela ao objecto e, por isso, as suas


dimensões não são iguais. É por esta razão que os objectos devem ser colocados
paralelamente aos planos de projecção.

Uma projecção deformada, como sucede na figura IV.3, não cumpre os objectivos
do desenho técnico.

Nas figuras IV.1 e IV.3, a projecção é um segmento de recta, muito embora a


segunda não seja utilizável.

Na figura IV.2, as projecções dos pontos um e dois são coincidentes e o segmento


é representado por um ponto.

PROJECÇÕES DE SUPERFÍCIES

As figuras IV4, IV.5 e IV.6 representam a projecção ortogonal de uma superfície


plana orientada de maneira diferente em relação ao plano de projecção.
M.T.05 Ut.04

Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico IV . 4


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Figura IV.4 - Projecção de uma superfície de perfil

Figura IV.5 - Projecção de uma superfície de frente

Figura IV.6 - Projecção de uma superfície oblíqua


M.T.05 Ut.04

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IEFP · ISQ Projecções Ortogonais

Quando a superfície plana é perpendicular ao plano de projecção, ele aparece


representado por um linha (figura IV.4).

Quando a superfície é paralela ao plano de projecção, ele aparece representado


em verdadeira grandeza (figura IV.5).

Porém, se a superfície está oblíqua, aparece, então, representado por uma


superfície mais pequena do que o objecto (figura IV.6).

Desta maneira, uma superfície plana projecta-se sempre como nas as figuras
IV.4 e IV.5.

PROJECÇÃO DE SÓLIDOS

Na projecção de sólidos (peças), a profundidade do objecto perde-se no plano


de projecção.

É o que demonstram as figuras IV.7, com o desenho na frente das peças.

O desenho completo de uma peça necessita de várias projecções e o observador


precisa de saber conjugá-las para identificar o objecto em todos os seus
pormenores.

Figura IV.7 - Uma única projecção é insuficiente para representar um objecto


M.T.05 Ut.04

Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico IV . 6


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PROJECÇÃO EM TRÊS PLANOS ORTOGONAIS

Para que o desenho de uma peça fique completo, normalmente recorre-se à


sua projecção em três planos ortogonais.

• Plano de frente

• Plano horizontal

• Plano de perfil

Figura IV.8 - Projecção em três planos ortogonais

A peça fica sempre entre o observador e a projecção.

A projecção toma o nome da posição do observador.

Concluídas as projecções, procede-se ao rebatimento dos três planos, tal como


surge indicado (setas R). A figura IV.8 mostra a disposição final das projecções
(vistas).
M.T.05 Ut.04

Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico IV . 7


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Figura IV.9 - Posição relativa das vistas depois de rebatidas

NORMAS DE REPRESENTAÇÃO DAS PROJECÇÕES ORTOGONAIS

Método Europeu e Método Americano

Há dois métodos de representação para as projecções ortogonais:

• O método europeu
• O método americano

Todos os desenhos com origem europeia seguem o primeiro método, como é


evidente. Porém, dada a proveniência americana de muitos dos equipamentos
que nós usamos, não é descabido dar conhecimento do segundo método.

Estes dois métodos são identificados por um pequeno símbolo que deve
acompanhar os desenhos. A ausência do mesmo obriga à identificação prévia
do método utilizado no desenho.

A figura IV.10 representa os símbolos correspondentes aos dois métodos.

Método Europeu Método Americano

Figura IV.10 - Símbolos dos métodos de desenho


M.T.05 Ut.04

Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico IV . 8


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Em qualquer dos métodos, podem definir-se seis projecções ortogonais, uma


por cada face do objecto (peça). A diferença está na forma como estão dispostas
no papel.

No método europeu, para ver a projecção circular da figura IV.10, devo colocar-
-me à direita do tronco de cone. No método americano, para ver a mesma
projecção, devo colocar-me entre elas.

Ambos os métodos utilizam uma caixa para justificar a distribuição das vistas.
Desenham nas faces internas da caixa, como mostra a figura IV.11, usando os
respectivos métodos e, ao abrirem a caixa, fica definida a posição das diferentes
vistas.

A figura IV.11 mostra o posicionamento da peça dentro da caixa, bem como as


projecções da peça e a forma de abertura da caixa pelo método europeu.

Figura IV.11 - Planificação das projecções


M.T.05 Ut.04

Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico IV . 9


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MÉTODO EUROPEU

Observando a figura IV.11, conclui-se que as vistas estão sempre do lado oposto
à imagem que o observador recolhe da peça.

Pela figura IV.12, vê-se que as quatro vistas horizontais estão todas ao mesmo
nível e as vistas verticais estão todas no mesmo enfiamento.

Figura IV.12 - Disposição das vistas segundo o método europeu

Assim:

R e fª . D esig n ação L o caliz ação

1 V i sta d e fre nte Ce tra l

2 V i sta d e Ci ma e m b a i xo

3 V i sta d e Di re i ta à e sq ue rd a

4 V i sta d e e sq ue rd a à d i re i ta

5 V i sta d e b a i xo e m ci ma

6 V i sta d e Trá s tud o á d i re i ta

A vista de trás ficou colocada à direita, mas também poderia ter ficado à esquerda
(NP-327).

O método europeu também se denomina “método do 1º diedro”.


M.T.05 Ut.04

Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico IV . 10


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MÉTODO AMERICANO

Este método é usado apenas em alguns países anglo-saxónicos, por isso surge
aqui apenas com aspecto informativo.

Pelo que dissemos deste método, já sabemos que a projecção e o observador


estão do mesmo lado em relação à peça. As vistas estão posicionadas ao
contrário do método europeu.

A planificação da figura IV.13 representa o objecto da figura IV.14 em projecções


ortogonais, segundo o método americano.

Figura IV.13 - Disposição das vistas segundo o método americano

Nota: Também neste método, a vista de trás pode figurar indiferentemente à


esquerda (como está) ou à direita (norma NP-327).

R e fª . D esig n ação L o caliz ação

1 Vi sta de frente C etral


Central
2 Vi sta de bai xo em bai xo

3 Vi sta de esquerda à esquerda

4 Vi sta de di rei ta à di rei ta

5 Vi sta de ci ma em ci ma

6 Vi sta de Trás tudo á esquerda

Para verificar as diferenças entre o método europeu e americano, as projecções


(vistas) foram referenciadas pela mesma ordem.

As vistas 2 e 5, tal como 3 e 4, estão trocadas nos métodos americano e


europeu.

Daqui em diante, apenas utilizaremos o método europeu.


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MUDANÇA DE VISTAS POR ROTAÇÃO DO OBJECTO

Obter as vistas do objecto pelo processo representado na figura IV.11, não é


fácil nem prático. Ele destina-se a justificar o porquê do posicionamento das
vistas.

A figura IV.14 mostra um processo prático de obter as vistas de uma peça sem
que o observador seja obrigado a imaginar-se a mudar de posição.

Coloca-se o objecto na posição 1 e rodamo-lo 90º sobre si próprio, para a


esquerda ou direita, para cima ou para baixo, para obter vistas adjacentes à
vista de frente.

Figura IV.14 -Prática de posicionar as vistas da peça

A configuração do objecto da figura IV.14 facilita a interpretação dos movimentos;


as posição 2 e 5 estão na mesma vertical e são opostas em relação à posição
1.

As posições 3 e 4 são horizontais e também são opostas em relação à vista de


frente.

As setas traduzem os movimentos da peça a partir da posição 1 (vista de


frente).

A vista de frente pode ser qualquer, mas é boa regra escolher aquela que traduz
melhor a configuração da peça. O desrespeito por este conceito pode obrigar a
desenhar mais vistas, resultando em mais trabalho e desenhos mais confusos.

Se as faces não ficassem paralelas aos planos de projecção, o desenho daria


faces deformadas e isso não é aceitável.

Se alguma das faces ficar oblíqua em relação aos planos de projecção, poderá
ser necessário recorrer a plano auxiliar (paralelo à face oblíqua) para obter uma
projecção complementar.
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Caso de Estudo IV . 1

Casos de relacionamento entre projecções

Perspectivas / projecções ortogonais / perspectivas

5
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Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico IV . 13


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Soluções:

Figura 1 - Representa as projecções ortogonais, no sistema europeu, da peça


desenhada em perspectiva.

Escolheu-se para vista de frente aquela que, só por si, dava melhor ideia do
objecto.

As outras duas vistas resultam da aplicação das regras referidas na página


IV.10.

Figura 2 - Supondo que a perspectiva está correcta, as projecções ortogonais


estão erradas por vários motivos que passamos a analisar:

A face que a perspectiva vira para nós é a que melhor ideia nos dá da peça e,
por isso, deve ser escolhida para vista nas projecções ortogonais. Mas a vista
de frente das projecções ortogonais mostra que o rebaixo está situado à frente
e do lado oposto ao real.

De resto, as três vistas representadas estão todas conformes entre si e com a


perspectiva.

Figura 3 - As vistas de frente e de cima estão conformes entre si e com a


perspectiva.

Note-se na vista da orientação escolhida para a vista de frente (ver figura da


página IV.12).

A vista de frente é que dá melhor informação da peça e as vistas representadas


estão todas conformes entre si e com o objecto.

Figura 4 - A vista de frente é que dá melhor informação da peça e as vistas


representadas estão todas conformes entre si e com o objecto.

Figura 5 - Ver as considerações da figura 4.


M.T.05 Ut.04

Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico IV . 14


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FASES SEQUENCIAIS DO DESENHO

Desenho da peça (a)

1 Localização do desenho na folha de papel. Fixação de margens e intervalos


entre vistas e rectângulos circunscritos.
2 Definição de pormenores nos respectivos rectângulos.
3 Limpeza do desenho (carregar linhas finais e apagar linhas de construção).

ra
su
pes
Es
Altura

Largura
(a)

Figura IV.15 - Fases sequenciais de um esboço em projecções ortogonais


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Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico IV . 15


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NÚMERO DE VISTAS NECESSÁRIAS PARA DEFINIR UM OBJECTO

Observando as peças da figura IV.14, é notório que podemos dispensar algumas


vistas. Bastavam as vistas 1 - 2 - 4.

Se a vista de frente fosse a 4, bastariam a vista de frente e a respectiva vista de


cima.

Todavia, contamos sempre com três vistas para representar qualquer peça; a
melhor solução é a que contém a vista de frente (obrigatória), a vista de cima e
a vista de esquerda (ou direita).

Quando a vista de esquerda e a de direita são igualmente informativas, opta-se


pela vista de esquerda, se bem que não seja vinculativo.

A representação em três vistas é suficiente, na maioria dos casos. Todavia, os


objectos complexos podem necessitar de mais, totais ou parciais.

Quem faz o desenho deve determinar quantas vistas é necessário fazer-se para
que a(s) peça(s) fique(m) completamente defenida(s).

As peças da figura IV.16a) precisam de duas vistas porque tem vistas de frente
iguais e as peças da figura IV.16b) têm vistas de cima iguais.

a) b)

Figura IV.16 ab - Peças representadas em duas vistas

Porém, algumas peças, muito simples, podem ser representadas, em desenho,


por uma única vista, desde que se recorra a certas formas auxiliares de
representação:
M.T.05 Ut.04

Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico IV . 16


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• Sobreposição de duas vistas (IV.16c)

• Símbolos de cotagem (IV.16d)

• Inserção de texto numa das vistas (IV.16e)

Secção circular

c) d) e)
Linha de chamada em traço mais fino

Figura IV.16c) d) e) - Peças simples representadas em uma vista

Observando a figura IV.17, pode ver-se o grau de complexidade das peças.

Figura IV.17 - Peças de complexidade média representadas em duas vistas

As peças representadas na figura IV.17 podem considerar-se de complexidade


média e, todavia, ficaram completamente definidas com apenas duas vistas, tal
como sucede a um grande número de peças.

Para que a representação fosse completa faltariam outros elementos


completamentares, nomeadamete as cotas mas isso é um assunto que será
tratado em outra Unidade Temática.

VISTAS AUXILIARES

A peça da figura IV.18a) tem todas as faces paralelas aos planos de projecção
ortogonal, mas o mesmo não sucede com a peça da figura IV.18b).

Todas as projecções da figura IV.18c) representam as faces da peça em tamanho


real, enquanto que a figura IV.18d) apresenta uma face deformada.
M.T.05 Ut.04

Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico IV . 17


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Para representar a face em verdadeira grandeza, é preciso projectá-la num


plano oblíquo, que seja paralelo à dita face (plano auxiliar).

Figura IV.18a) - Todas as faces paralelas aos planos de projecção

Figura IV.18b) - Uma face oblíqua aos planos de projecção

Figura IV.18c) - Todas as faces em verdadeira grandeza

face em
tamanho real

Vista A
plano auxiliar

faces deformadas

Figura IV.18d) - Projecção auxiliar mostra a face oblíqua em verdadeira grandeza


M.T.05 Ut.04

Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico IV . 18


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A vista auxiliar só interessa à representação das faces oblíquas aos planos de


projecção e quando nos convier que todas as faces apareçam em verdadeira
grandeza.

Nestas circunstâncias, é preciso proceder como mostra a figura IV.18d), que


combina as vistas normais com vistas auxiliares.

Além disso, deve assinalar (seta e letra) o sentido em que a vista foi observada
e sinalizar a vista com a mesma informação (letra).

VISTAS AUXILIARES TOTAIS E PARCIAIS

Desenhar uma vista completa num plano auxiliar não tem interesse.

No plano auxiliar, só se desenha a parte oblíqua da peça. A figura IV.20 confirma


isto mesmo.

Se a vista fosse completa, fornecia o desenho da figura IV.21 em que parte se


apresenta deformada.

Nestas circunstâncias, as vistas auxiliares devem tratar apenas as zonas


oblíquas da peça.

A vista auxiliar termina por linha de fecho, fina e torsa, como a figura IV.20
mostra.

A figura IV.19 representa a forma de ajustamento do plano auxiliar aos planos


ortogonais e à peça.

Figura IV.19 - Definição do plano auxiliar necessário


M.T.05 Ut.04

Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico IV . 19


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Figura IV.20 - Projecções de uma peça com faces oblíquas

A figura IV.20 mostra um objecto em três projecções ortogonais (a vista da


direita e a de cima são parciais). Apresenta também uma vista auxiliar da face
inclinada.

Desenho de uma zona


deformada a partir de
uma vista auxiliar.

Projecção num plano


ortogonal com o plano
da vista de perfil.

Figura IV.21 - Forma de obter a projecção auxiliar a partir das projecções ortogonais

A figura IV.21 mostra a forma de refazer zonas da peça por rebatimento de


pontos do contorno.
M.T.05 Ut.04

Componente Prática Desenho Técnico IV . 20


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Caso de Estudo IV . 2

Exercícios resolvidos para leitura da aplicação de planos


auxiliares

Fig. IV.22a - Projecções de uma peça com uma face oblíqua total

Fig. IV.22b - Projecções de uma peça com face oblíqua parcial

As projectantes do plano auxiliar são perpendiculares ao plano.

O afastamento da vista auxiliar em relação ao plano é arbitrário.


M.T.05 Ut.04

Componente Prática Desenho Técnico IV . 21


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DESENHO SIMPLIFICADO/ VISTAS PARCIAIS

As vistas com um eixo de simetria, têm duas partes iguais; vistas com dois
eixos de simetria, têm quatro partes iguais, duas a duas ou todas iguais. Se a
peça é de revolução.Se tiver um eixo de simetria, basta desenhar metade da
vista; se tiver dois eixos de simetria, basta desenhar um quarto.

A parte desenhada deve ficar limitada por linhas de eixo (uma ou duas, conforme
os casos). Um sinal (=) desenhado nos extremos da vista e sobre a linha de
eixo, indica que a parte que não foi desenhada é igual à que o desenho mostra.
Este procedimento permite:

• poupar tempo de desenho

• ganhar espaço de papel para desenhar mais


• aumentar a escala do desenho

Seguem-se algumas aplicações em peças com um e dois eixos de simetria.

Figura IV.23 - Vista completa à esquerda e simplificada à direita

Figura IV.24 - Vista completa com dois eixos de simetria e vista simplificada à direita
M.T.05 Ut.04

Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico IV . 22


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Figura IV.25 - Vista com furação completa à esquerda e vista simplificada à direita

Figura IV.26 - Peças recartilhadas desenhadas de forma simplificada

DESENHO DE PEÇAS COMPRIDAS

As peças compridas, quando a sua secção for uniforme, podem ser representadas
por um desenho encurtado. Também se aplica quando a variação da secção for
uniforme.

A zona média é excluída do desenho; poupa-se papel e trabalho, sem prejuízo


da sua interpretação, desde que se conheçam as regras de representação.

As partes inicial e final são fechadas por uma linha de eixo ou uma linha de
rotura, tal como as figuras IV.26 / 29 representam:

Figura IV.27 - Linhas de eixo separam as partes suprimidas. A peça é de secção uniforme
M.T.05 Ut.04

Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico IV . 23


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Figura IV.28 - Peça tronco-cónica representada pelos terminais. A secção tem variação
uniforme

Devido à conicidade da peça, os contornos são obrigatoriamente descontínuos.

Figura IV.29 - Braço de manivela; secção intermédia uniforme na vista representada

Figura IV.30 - Tubo de secção uniforme, em corte, representado pelos extremos

REBATIMENTOS CONVENCIONAIS

Devido à sua configuração e sempre que surjam vantagens para a respectiva


leitura, a projecção ortogonal não é inteiramente respeitada.

Nestes casos, a representação rigorosa torna o desenho confuso e a sua


interpretação torna-se falível.
M.T.05 Ut.04

Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico IV . 24


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Estão nesta situação peças com nervuras ou orelhas assimétricas, bem como
peças cilíndricas ocas e com furos ou saliências transversais.

As figuras que se seguem mostram a representação rigorosa e a convencional


de algumas dessas situações.

Figura IV.31 - É um prato de união com três nervuras a 120º

A primeira vista de esquerda é a convencional e está correcta.

A segunda é a rigorosa; está confusa e dá lugar a erro de leitura.

Para facilitar a leitura, é necessário sinalizar o rebatimento na vista de frente.

Figura IV.32 - É uma peça cilíndrica oca com furo transversal; furo cilíndrico (em cima),
furo quadrado (em baixo). A representação da esquerda é rigorosa e a da direita é
convencional

Figura IV.33 - São os braços de um volante; A segunda é representação convencional


M.T.05 Ut.04

Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico IV . 25


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CORTES E SECÇÕES

As peças com pormenores geram vistas com muitas linhas de contorno ocultas.

As vistas com muitas linhas, sejam de contorno visível ou ocultos, tornam-se


complicadas.

As vistas da figura IV.34a) estão carregadas de linhas e a sua leitura não é fácil.

Para simplificar a leitura, simulam-se cortes que abrem as peças, por forma a
converter as linhas de contorno ocultas em linhas de contorno visíveis (facilita a
leitura).

Simulado o corte, supõe-se que a parte da frente da peça foi retirada e ficaram
à vista as linhas de contorno internas (figura IV-34b)).

Figura IV.34 - a) Peça desenhada em vistas com invisíveis b) Peça desenhada em corte e
sem invisíveis

Cada corte figura numa única vista (a que o mostra com mais detalhe).

Nas peças em que se faz um único corte, basta uma vista para representá-lo;
as outras vistas ficam inteiras.

É preciso marcar o caminho do corte, de contrário não sabemos onde ficam os


pormenores que o corte mostra. A linha de corte é uma linha de eixo posta
onde se imaginou o corte.

Os extremos da linha são mais carregados e comportam letras que se repetem


de baixo do corte.

As linhas que indicam as áreas cortadas são sempre inclinadas a 45º, para a
esquerda ou para a direita; o seu espaçamento é uniforme dentro do mesmo
corte.
M.T.05 Ut.04

Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico IV . 26


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Quando o espaçamento é pequeno, a vista fica com mancha preta; o que não
se usa.

Figura IV.35 - Simulação do corte

ESCOLHA DO PLANO DE CORTE

A orientação do plano de corte depende da configuração da peça e da sua


orientação em relação aos planos de projecção ortogonal e, ainda, do pormenor
que se deseja ver.

Uma coisa é certa, o plano de corte tem que ser paralelo a um dos planos de
projecção e é nesse plano que a vista vai ficar cortada.

Por outro lado, o plano de corte tem que mostrar o pormenor interior pela sua
maior dimensão; as figuras IV.36a), b) mostram essa situação.

Na figura IV.36a), passou pelo maior comprimento do furo (plano de corte de


frente); na figura IV.34b), passou pelo diâmetro do furo (plano de corte horizontal).

Assim, o corte da figura IV.36a) vai aparecer no plano de frente (na vista de
frente) e o corte da figura IV.36b) vai aparecer no plano da base (na vista de
cima).
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Figura IV.36 - a) Corte por um plano de frente b) Corte por um plano horizontal

A peça da figura IV.36a) fica em corte na vista de frente; a vista de cima está
inteira, mas é nela que vai ficar a linha de corte.

A peça da figura IV.36b) fica em corte na vista de cima; a vista de frente fica
inteira e é nesta que figura a linha de corte.

As setas nos extremos da linha de corte estão voltadas para a vista em corte.
Junto de cada seta, figura uma letra; as letras podem ser iguais ou diferentes.

As duas letras juntam-se debaixo da vista em corte; Só assim sabemos onde


está aquilo que o corte mostra.

TÉCNICA DE REPRESENTAÇÃO DE CORTES. LEITURA DE UM


DESENHO CORTADO

A peça da figura IV.37a) é paralelepipédica e tem um furo central com rebaixo


cilíndrico num dos lados, segundo a leitura do desenho.

O plano de corte vai passar ao longo do eixo horizontal da vista de cima.

A metade anterior é supostamente retirada e a parte de trás corresponde à


figura IV.37b).
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Figura IV.37ab Legenda: a) Peça em duas vistas b) Corte da peça a com


identificação das linhas de contorno

Figura IV.37cd Legenda: c) Corte da peça IV.37a sem as linhas de contorno


representada d) Corte da peça IV.36a com as linhas de contorno representadas

As superfícies produzidas pelo corte têm a seguinte identificação:

(1 - 2 - 5 - 6 - 10 - 9) e (3 - 4 - 12 - 11 - 7 - 8)

A figura IV.37c) representa apenas as áreas cortadas, mas não o corte da peça;
faltam-lhe várias linhas de contorno visíveis.

Quando a figura IV.37b) é vista na direcção indicada, os arcos (A), (B), (C) e (D)
são linhas de contorno visíveis e não foram representados.

A figura IV.37d) dá a conhecer as secções ligadas pelos segmentos (2 - 3),


(6 - 7), (5 - 8) e (10 - 11), que correspondem aos arcos A, B, C, e D da figura
IV.37b), respectivamente.

A face de cima da figura IV.37a) é representada pelo segmento (1 - 4) e a face


debaixo é representada pelo segmento (9 - 12).

O fundo do rebaixo é representado pelo segmento (5 - 8).


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TRACEJADOS

As superfícies cilíndricas do furo e do rebaixo estão representadas pelas secções


quadradas (6 - 7 - 11 - 10) e (2 - 5 - 8 - 3), respectivamente.

As superfícies que representam cortes e secções são tracejadas para fácil


diferenciação entre as superfícies cortadas das não cortadas.

Os tracejados correntes são linhas de traço fino e equidistantes dentro de cada


vista e de cada peça.

Quando muda a peça, o tracejado também muda; só assim distinguimos as


peças entre si.

Peças com secções descontínuas devem ter, obrigatoriamente, o mesmo


tracejado.

Por exemplo: um casquilho atravessado por um veio, quando em corte, mostra-


se com duas superfícies cortadas; ambas devem ter, obrigatoriamente, o mesmo
tracejado.

Dizer-se que tem o mesmo tracejado significa possuir linhas com a mesma
inclinação e o mesmo espaçamento.

O tracejado normalizado tem uma inclinação de 45º, para a esquerda ou para a


direita.

O espaçamento dos tracejados depende da grandeza da superfície a tracejar:

• pequenas superfícies, espaçamento de 1 mm;

• grandes superfícies, espaçamento de 5 mm.

Com superfícies muito grandes, o tracejado faz-se só junto aos contornos:

Figura IV.38 -Tracejados errados

a) - irregular;
b) - muito apertado;
c) - paralelo aos eixos;
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d) e) - paralelo aos lados


f) - perpendicular aos lados;
a) b) - tracejados a 45º;
c) - tracejado oblíquo aos eixos (30º ou 60º);
d) e) - tracejado oblíquo às faces (30º ou 60º);

Figura IV.39 - Tracejados correctos

UTILIZAÇÃO DE MEIOS CORTES

Peças com contornos interiores e exteriores de revolução ou simplesmente

simétricas podem ser desenhadas de uma forma mais simples, com economia
de papel e tempo de desenho.

As peças da figura IV.40 são simétricas e a da figura IV.41 é de revolução.

Figura IV.40 - Peças com eixos de simetria diferenciados


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Figura IV.41 - Peça com dois eixos de simetria indiferenciados

Estas peças podem representar-se metade em corte e metade em vista.

A metade em vista mostra os contornos exteriores e a metade em corte mostra


os contornos interiores:

Figura IV.42 - Perspectivas de corte total e de meio corte da mesma peça

A linha de separação entre a metade em vista e a metade em corte é uma linha


de eixo:

Figura IV.43 - Meios cortes para mostrar o interior e o exterior na mesma vista

Este tipo de corte é utilizado quando os dimensões interiores não figurem no


desenho, de contrário a parte não cortada fica sobrecarregada com linhas de
contorno ocultas;
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CORTE POR PLANOS PARALELOS

Quando o objecto não é simétrico pode haver conveniência em estabelecer


vários cortes com planos de frentes para mostrar pormenores não alinhados.

A peça da figura IV.44 é um desses caso.

O desenho tem duas soluções:

1 - Três planos de corte independentes e três vistas em corte;


Esta solução dificilmente seria recomendável, dado que os planos de corte
poderiam ser dispostos com outra orientação para proporcionar a solução
seguinte.

2 - Um plano de corte com três escalões (um para cada pormenor).


Esta solução é recomendável sempre que os pormenores estejam
desencontrados em relação ao plano de projecção, tal como mostra a figura
IV.44.

Figura IV.44 - Figuração de planos de corte paralelos

No caso figurado, duas vistas bastam para representar completamente a peça:

• vista de frente em corte.

• vista de cima, a indicar a linha por onde passa o corte.

Note-se: A vista de frente não distingue os planos que participaram no corte; a


linha de corte engrossa quando muda de plano; a passagem entre
planos faz-se na direcção perpendicular.
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Figura IV.45 - Corte total da peça IV.43 com indicação da linha de corte

PLANOS DE CORTE CONCORRENTES

Utilizam-se nas peças de revolução que contêm elementos a pormenorizar,


alinhados em planos, que formam entre si um certo ângulo.

As normas estipulam a utilização de dois planos de corte que se interceptem


no eixo da peça e que apanhem os elementos que é necessário cortar.

• Um dos planos será paralelo ao plano de projecção - é o plano principal.

• O segundo plano será oblíquo em relação ao plano de projecção - é o plano


auxiliar.

O ângulo dos dois planos deverá ser inferior a 90º.

A intercepção do plano auxiliar com a peça é rodada (rebatida) sobre o plano


principal até ao alinhamento dos dois planos.

Terminado o rebatimento, os pormenores desalinhados parecem pertencer ao


mesmo plano da peça.

Para esclarecer a posição correcta dos pormenores, a vista adjacente deve


representar a linha do corte da forma habitual, tal como mostram as figuras
IV.46 e IV.47.
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Figura IV.46 - Representação dum corte por planos concorrentes

O plano concorrente AO recolhe a imagem da secção e roda em torno do eixo


O até se tornar coincidente com o plano principal, para dar a imagem representada
pela vista de esquerda da figura IV.46.

Figura IV.47 - Representação do corte de nervuras

A plano principal passa pelo braço inferior; o plano auxiliar passa pelo braço
superior; os furos são rebatidos nos dois planos sobre o plano principal.

CORTES LOCAIS

Por vezes, basta mostrar uma pequena zona do interior do objecto para que o
interior fique esclarecido. Nestes casos, não se faz o corte total, mas, sim, o
corte local.

O corte local é um arrancamento paralelo ao plano de projecção, onde a vista


está representada.
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Os cortes locais não têm contorno definido como os cortes geométricos. As


linhas de contorno são finas, contínuas e torsas e fáceis de identificar.

Os cortes locais podem ficar limitados por uma linha de contorno exterior, mas
nunca por uma aresta visível. Termina antes ou depois.

Seguem-se desenhos elucidativos dos pormenores referidos.

Figura IV.48 - Cortes locais

As figuras IV.34a), b) representam peças com cortes locais para colocarem em


destaque pormenores de furação.

A figura IV.34c) mostra a chaveta e o respectivo escatel.

Note-se que os cortes se iniciaram nos bordos da peça e terminaram no interior


da face por uma linha fina e ondulada.

Figura IV.49 - Influência das linhas de contorno visíveis sobre o limite do corte

As figuras IV.34a),b) tornaram visíveis as linhas de contorno interior que, de


outro modo, seriam linhas de contorno ocultas. Evitou-se linhas interrompidas
que tornam os desenhos confusos.

As linhas que limitam o corte local nunca terminam numa linha de contorno; ou
acabam antes (figura IV.49a)) ou acabam depois (figura IV.49b)).
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REBATIMENTO DE SECÇÕES DESLOCADAS

Para indicar a forma de um objecto em zonas restritas, apenas interessa


representar as secções rectas do objecto nas referidas zonas.

Secção é a superfície de intercepção entre o objecto e o plano de corte; é uma


operação fictícia.

As secções apresentam-se sempre tracejadas e contornadas por uma linha


contínua, de contorno visível.

Há muitas peças cujo desenho representa sempre a secção; são disso exemplo:

• peças prismáticas
• perfis metálicos
• nervuras
• braços de tambor e de volantes

As secções podem ser rebatidas no local a que se referem (uma secção) ou


ser deslocadas para o exterior.

As figuras IV.50a), b) representam veios com pormenores de acabamento em


várias secções;

Nestas circunstâncias não se representam, mas somente secções.

Há duas formas de solução:

Figura IV.50 - a) Representação de secções em linha. b) Secções representadas sobre o


plano de corte
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As figuras IV.50a) e IV.50b) são alternativas, depende do espaço para desenhar.

Em ambos os casos, as secções produzidas pelo plano secante foram rebatidas


sobre o plano de projecção e depois arrastadas para fora.

Na figura IV.50a), as secções foram dispostas sequencialmente; cada secção


foi referenciada com letras, as mesmas do plano secante que lhe deu origem.

Na figura IV.50b), as secções foram arrastadas pelo plano secante, foram


rebatidas e ficaram ligadas à peça por uma linha de eixo.

A ligação da secção à peça referência o local a que pertence e, por isso, dispensa
as referências que a solução da figura IV.50a) precisa.

REBATIMENTO DAS SECÇÕES

As secções rebatidas e representadas no próprio lugar são designadas por


secções rebatidas e são obtidas por intersecção de um plano secante com o
objecto.

Figura IV.51 - Secções rebatidas sobre a própria peça

A figura IV.51 mostra a sequência de operações para obter uma secção rebatida.

O plano secante normal ao objecto define a secção.

Roda sobre si próprio e gera o rebatimento.


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Figura IV.52 - Representação do perfil e da sua secção na mesma vista

A figura IV.52 mostra a forma como se representa o rebatimento das secções


nos desenhos de perfis de secção uniforme.

Figura IV.53 - Representações correctas e incorrectas de secções

A secção do perfil da figura IV.53a) está correcta (em cima) e incorrecta (em
baixo).

Está incorrecta porque a secção é contínua e não deve ter linha de contorno
interior.

A figura IV.53b) está correcta (em cima) e incorrecta (em baixo).

Está incorrecta porque a altura das abas do perfil é igual de ambos os lados e
não deve ter linha de contorno ao meio.

PEÇAS QUE NÃO SE CORTAM

As peças maciças não se cortam; é o caso dos veios, parafusos, porcas,


chavetas, rebites, elos de corrente, etc.

Se quiser cortar um conjunto em que as peças acima indicadas são apanhadas


longitudinalmente, as normas dizem que elas não devem ser cortadas; porém,
já se cortam, quando são apanhadas transversalmente.
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Figura IV.54 - Cortes através de peças que não se cortam

Em todos os conjuntos representados o plano de corte é longitudinal e os


elementos acima referidos aparecem inteiros, enquanto que as outras peças
estão cortadas.

Porém, se o plano de corte fosse transversal, todos os elementos referidos


figuravam cortados:

Figura IV.55 - Cortes através de peças que não se cortam

A figura IV.55a) representa um corte transversal de um veio e respectiva chaveta,


bem como o corte longitudinal onde o veio e a chaveta ficaram inteiros.

A figura IV.55b) representa um volante cujos braços não foram afectados pelo
corte.

A figura IV.55c) representa as vistas de um prato nervurado;

A vista de cima assinala um corte longitudinal a passar pelo meio da nervura e


a vista de frente representa a nervura sem corte;

Todas as peças acima referidas representam-se em corte, quando o plano de


corte é transversal.
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RESUMO

Nesta Unidade Temática os formandos aprenderam que se chega à projecção


dos objectos através da projecção dos respectivos pontos característicos e da
sua interligação.

Definiram-se os métodos de projecção europeu e americano e salientaram-se


as respectivas diferenças.

Evidenciou-se a forma correcta de posicionar os objectos em frente aos planos


de projecção e o modo de escolher as vistas mais convenientes para a sua
representação.

Procedeu-se à citação da designação convencional das diferentes vistas que a


peça pode ter e a sua arrumação relativa, bem com as alternativas convencionais.

Analisou-se a forma prática de passar de umas vistas para as outras.

Apresentou-se a solução para representar as faces oblíquas em relação aos


planos de projecção, bem como exercícios didácticos de aplicação.

Apresentaram-se várias situações de desenho simplificado e as razões da


necessidade da sua execução.

Foram apresentadas soluções para representar faces oblíquos em relação aos


planos de projecção convencionais.

Analisou-se a representação de vistas em corte total, bem como a sua


justificação e o sistema de leitura.

Foram comparadas e justificadas as práticas dos cortes parciais e locais, como


forma de reduzir o número de vistas.

Estudou-se e analisou-se as representações de cortes paralelos e concorrentes


e, ainda, a técnica da representação de secções.

Por último, mostrou-se que existem elementos mecânicos que, só em


determinadas circunstâncias, é que se representam cortados.
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Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico IV . 41


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ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO

1. Exercício para prática de projecções ortogonais. Desenhar as seguintes


vistas:

• vista de frente;
• vista de cima;
• vista de direita;

Nota: Cada quadrado deve ser tomado como uma unidade de medida (cm
ou divisão do papel quadriculado).
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Componente Prática Desenho Técnico IV . 42


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2. Exercício para prática de projecções ortogonais. Desenhar as seguintes


vistas de cada uma das perspectivas representadas:

• vista de frente;
• vista de cima;
• vista de esquerda;

Nota: O intervalo entre dois traços corresponde a 1 cm ou 1 quadrado do


papel.

1 2

3 4

5 6

7 8
M.T.05 Ut.04

Componente Prática Desenho Técnico IV . 43


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3. Exercício para prática de projecções ortogonais. Desenhar as vistas das


projecções representadas:

• vista de frente;
• vista de cima;
• vista de direita;

Nota: Cada intervalo entre dois traços consecutivos corresponde a 1 cm.

9 10

11 12

13 14

15 16
N.T.05 Ut.05

Componente Prática Desenho Técnico V . 44


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4. Exercício para prática de projecções ortogonais. Esboce em três vistas cada


uma das peças representadas; utilize as proporções que as perspectivas
representam.

Para desenhar as elipses, utilize o método das diagonais.

17
18

19 20

21 22

23 24
N.T.05 Ut.05

Componente Prática Desenho Técnico V . 45


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5. Exercício para prática de cortes. Reproduza os desenhos a seguir


representados (a, b, c, d), convertendo as linhas de contorno ocultas em
linhas de contorno visível e usando as medidas que são tiradas do desenho.

As linhas de corte devem ser devidamente assinaladas.

Os formandos utilizarão as escalas anexas aos desenhos para executarem os


trabalhos. Conforme o formato do papel de desenho utilizado, assim atribuirão
valores de 5 ou 10 mm a cada divisão.
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Componente Prática Desenho Técnico IV . 46


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6. Exercício para prática de leitura de desenho. Complete o desenho,


representando a vista de esquerda no lugar próprio, sobre o quadriculado.

A meia vista representada como vista de cima permitirá ao formando determinar


a largura da peça em todas as partes nela visíveis.

Eventualmente, poderá, também, completar a vista de cima, a partir da metade


já desenhada.
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Componente Prática Desenho Técnico IV . 47


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7. Escolha o plano mais conveniente para fazer o corte, e faça a sua


representação gráfica.

Nota: 1 quadrado = 5 x 5 mm
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Componente Prática Desenho Técnico IV . 48


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8. Dada a perspectiva isométrica, faça o esboço das projecções ortogonais;

C = comprimento; L = largura; A = altura

Inscreva as vistas nos rectângulos:


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Componente Prática Desenho Técnico IV . 49


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IEFP · ISQ Projecções Ortogonais

9. Desenhe a 3ª vista. A seta indica a vista de frente.

A vista de direita (1 e 2); A vista de cima (3 e 4); A vista de frente (5 e 6)


M.T.05 Ut.04

Componente Prática Desenho Técnico IV . 50


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IEFP · ISQ Projecções Ortogonais

10. Desenhar três vistas dos objectos figurados:

• vista de frente

• vista de frente

• vista da direita

A seta indica a vista de frente. Cada traço = 10 mm

7 8 9
M.T.05 Ut.04

Componente Prática Desenho Técnico IV . 51


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IEFP · ISQ Cotagem

Cotagem
M.T.05 UT.05

Desenho Técnico
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IEFP · ISQ Cotagem

OBJECTIVOS

No final desta Unidade Temática, o formando deverá estar apto a:

• Especificar o significado da cotagem e a necessidade da sua exactidão;

• Inserir cotas em espaços reduzidos;

• Identificar a simbologia inerente à cotagem;

• Reconhecer toda a informação que a cotagem pode conter;

• Aplicar cotas em situações particulares do desenho;

• Identificar os vários métodos de cotagem e a forma de aplicá-los;

• Inscrever cotas em desenhos de perspectiva.

• Inscrever cotas em desenhos de perspectiva.

TEMAS

• Cotagem

• Linhas de cota e de chamada

• Cotas

• Cotagem de elementos

• Formas de cotar

• Cotagem em perspectiva

• Resumo


N.T.05 Ut.05

Actividades / Avaliação

Desenho Técnico V . 1
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COTAGEM

Um trabalho de desenho deve reunir três tipos de informação relativos ao objecto


desenhado:

• a forma dos objectos;

• o dimensionamento dos objectos;

• as especificações sobre materiais, tratamentos e acabamentos.

O dimensionamento dos objectos desenhados é uma operação muito sensível


e de grande responsabilidade e não pode conter omissões.

As dimensões são indicadas no desenho através de:

• linhas de chamada

• linhas de referência

• linhas de cota

• setas

• cotas

• notas e símbolos

As linhas e as cotas definem as condições geométricas, distâncias, diâmetros,


ângulos, etc.

especificação
Metalizado
linha de referência

Intervalo

linha de Cota Cota linha de chamada

Figura V.1 - Definição dos elementos de cotagem


M.T.05 Ut.05

Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico V . 2


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A linha de cota é paralela à linha de contorno que queremos dimensionar e


termina em setas que tocam as linhas de chamada.

As cotas são colocadas por cima e paralelas à linha de cota; quando a cota e
a linha de cota não cabem entre linhas de chamada, colocam-se por fora.

Na cotagem contígua de espaços pequenos, as duas setas interiores são


substituídas por uma pequena bola negra. Em espaços pequenos, setas ou
cotas ficam fora da linha chamada.

As linhas de chamada são perpendiculares à linha de cota.

O desenho da figura V.1 evidencia as situações apontadas.

LINHAS DE COTA E DE CHAMADA

A figura V.2 vem ao encontro de certas recomendações sobre o distanciamento


das linhas de cota entre si e ao desenho.

Para evitar que o desenho fique confuso devido à aproximação excessiva das
cotas, convencionou-se praticar, como mínimos, os valores que a figura
representa.

10 mm da primeira linha de cotas à peça;

6 mm entre linhas de cota paralelas;

1,5 mm entre a última linha de cotas e a extremidade da linha de chamada.

Quando os desenhos forem grandes, naturalmente aqueles valores poderão ser


maiores.

Figura V.2 - Afastamento das linhas de cota


M.T.05 Ut.05

Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico V . 3


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IEFP · ISQ Cotagem

N/ 2
N

Figura V.3 - Desenho de setas

A figura V.3 recomenda que as setas que terminam a linha de cota devem ter
um comprimento proporcional ao tamanho do desenho e que a sua largura está
compreendida entre metade e 1/3 a do seu comprimento.

Figura V.4 - Posicionamento das setas

8 125
30

8 125 30 30

Figura V.5 - Cotagem de espaços apertados

Na figura V.4, devemos interromper as linhas de chamada no cruzamento com


as linhas de cota e a figuraV.5 mostra duas alternativas de cotagem para evitar
substituir as duas setas.
M.T.05 Ut.05

Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico V . 4


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IEFP · ISQ Cotagem

COTAS

As cotas que interessam a duas vistas adjacentes devem ser colocadas entre
ambas, tal como mostra a figura V.6.

120 70
44

Figura V.6 - Posição relativa das linhas de cota

120
45 50 70
50

70

Figura V.7 - Forma de distribuição de cotas

As cotas de menor valor devem sempre ser inscritas na linha de cotas mais
próxima do objecto, conforme mostra a figura V.7.

Linhas de cota paralelas são postas por ordem do respectivo tamanho; as maiores
são as que ficam mais afastadas do objecto.
M.T.05 Ut.05

Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico V . 5


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IEFP · ISQ Cotagem

50
75
100
120
34 50

66
40

Figura V.8 - Posicionamento ordenado das cotas

Figura V.9 - Casos especiais de cotagem

As cotas são colocadas nas vistas em que os respectivos pormenores estejam


mais legíveis.

Nos desenhos grandes, as cotas podem ficar dentro das vistas desde que
beneficie a respectiva clareza.

A figura V.8 mostra a vista de uma peça em que as recomendações apontadas


foram respeitadas.

A figura V.9 mostra a diferença de aplicação entre uma linha de referência e


uma linha de cota na cotagem de um diâmetro de uma circunferência.

A linha de cota termina numa seta que se apoia na circunferência e é dirigida


segundo o raio.

A linha de referência termina numa pequena bola negra que se localiza em cima
do elemento a que respeita.
N.T.05 Ut.05

Componente Prática Desenho Técnico V . 6


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IEFP · ISQ Cotagem

Figura V.10 - Peças cotadas


N.T.05 Ut.05

Componente Prática Desenho Técnico V . 7


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As peças a, b e d da figura V.10, estão desenhadas em uma vista, graças à


utilização de símbolos de cotagem (∅).

Esta figura também nos mostra todos os pormenores dimensionados.

COTAGEM DE ELEMENTOS

A figura V.11 mostra a diferença de aplicação das linhas de cota circulares em


contrastre com as linhas de cota rectilíneas.

cotagem de arco cotagem de corda cotagem de ângulo

Figura V.11 - Cotagem de um arco, corda e ângulo

A figura V.12 mostra que as cotas de um objecto simétrico, com meia vista
desenhada, podem ficar simplificadas.

As linhas de cota são diâmetros.

A cotagem, para não carregar o desenho, inscreve-se alternadamente e está


reduzida a pouco mais do que metade.

As linhas de cota representadas pela linha do diâmetro, quando incompletas,


são precedidas pelo símbolo do diâmetro.

Figura V.12 - Cotagem simplificada


M.T.05 Ut.05

Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico V . 8


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Na peça da figura V.13, as linhas de chamada não são perpendiculares à linha


de cota, para se poderem distinguir do contorno da peça.

Figura V.13 - Linhas de chamada oblíquas

Figura V.14 - Orientação das cotas

A figura V.14 representa as posições convencionais para a inscrição das linhas


de cota no desenho.

A figura V.15a) representa a forma como se devem cotar os raios de concordâncias


entre segmentos de recta.

As cotas de raios levam sempre a letra (R) antes do seu valor numérico.

As figuras V.15b), c) mostram a forma de cotar superfícies esféricas exteriores


(b) e interiores (c).

Antes do símbolo do diâmetro, inscrevem-se as três primeiras letras da palavra


esfera.
M.T.05 Ut.05

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Figura V.15 - Símbolos de escrita aplicados à cotagem

As figura V.16a), b) representam os símbolos da secção circular e da secção


quadrada e a sua utilização pode dispensar outra vista.

As diagonais da figura V.16a) significam que é plana à face em que elas figuram.

Figura V.16 - Símbolos geométricos de cotagem

A figura V.17 mostra como se inscreve a cota de um arco cujo centro cai fora do
papel;

Figura V.17 - Sinalização de centros fora do desenho


M.T.05 Ut.05

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Figura V.18 - Cotagem entre eixos

FORMAS DE COTAR

Há várias formas de cotar os objectos:

• cotagem em série
• cotagem em paralelo
• cotagem combinada
• cotagem por coordenadas
• cotagem de elementos equidistantes

A figura V.19 mostra a forma de cotagem em série;

As cotas são inscritas numa única linha; este tipo de cotagem só pode utilizar-
-se com cotas não toleranciadas.

Figura V.19 - Cotagem em série


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A figura V.20 representa duas cotagens em paralelo referenciadas a superfícies


diferentes.

As cotas medem-se todas em relação à mesma superfície;

Figura V.20 - Cotagem em paralelo

A figura V.20 mostra outra forma de cotar em paralelo; todas as cotas dão a
distância em relação a uma superfície de origem e que se identifica com a cota
zero (0).

Figura V.21 - Cotagem em paralelo simplificada

Figura V.22 - Cotagem mista


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Na cotagem por coordenadas, todas as cotas são dadas em relação a um


sistema de dois eixos (XY) e cuja origem fica num canto da peça a cotar.

A figura V.23 mostra duas variantes deste método:

Figura V.23 - Cotagem por coordenadas

O método da figura V.23a) torna-se pouco recomendável, dada a forma como o


desenho fica carregado.

A variante da figura V.23b) é mais trabalhoso de se ler, mas o desenho não fica
confuso, de resto, funciona como o anterior.

A cotagem de elementos equidistantes, figura V.24, é um processo de cotagem


utilizado em desenho simplificado.

Este metodo é equivalente a uma cotagem global:

Figura V.24 - Cotagem simplificada de elementos curtos e equidistantes


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A cota define a existência de seis vãos iguais com 18 mm, cada um e cujo
comprimento total é de 108 mm.

Figura V.25 - Cotagem simplificada de elementos longos e equidistantes

A figura V.25 representa o método anterior aplicado a um elemento comprido,


representado parcialmente.

COTAGEM EM PERSPECTIVAS

A Figura V.26 representa uma peça prismática em perspectiva e inserida nos


respectivos eixos; trata-se de uma perspectiva isométrica.

Todas as linhas de contorno são paralelas aos referidos eixos e,


consequentemente, as linhas de cota também lhes devem ser paralelas.

Figura V.26 - Direcções de cotagem em perspectiva

As linhas de chamada, pela própria natureza da construção, são perpendiculares


às linhas de cota.
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Figura V.27 - Cotagem de peça em perspectiva

A figura V.27 representa uma perspectiva isométrica cotada, cujas linhas de


cota são paralelas aos eixos de projecção.

As linhas de chamada desenham-se na direcção de um dos outros dois eixos.


Seguem o critério das linhas de chamada usadas em projecções ortogonais.
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RESUMO

Foi apresentada a nomenclatura da cotagem com apoio em elementos gráficos,


para facilitar a retenção da informação.

Foram apresentadas algumas variantes da cotagem, tendo em vista a escassez


de espaço.

Os formandos ficaram a conhecer a técnica de cotagem e os erros que não se


devem cometer.

Foi dada a conhecer a técnica de inscrever informações adicionais relativas a


acabamentos, tratamentos e outras.

Abordou-se a simbologia passível de ser adicionada à cotagem para simplificar


o desenho de vistas.

Explanaram-se as inúmeras soluções particulares de cotagem, com vista a


aliviar o desenho e facilitar a sua leitutra.

Em acréscimo, foram-lhes dadas a conhecer as várias técnicas de cotagem,


as suas áreas de aplicação e respectivas vantagens.
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ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO

1. Leitura das Cotas. Desenhe em papel quadriculado ou milimétrico ou outro


as seguintes vistas:

• vista de frente
• vista de cima
• vista da direita

Distância entre vista = 20 mm aprox.

A seta indica a vista de frente.

Atenção à forma de pôr as cotas.


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2. Cotar .
Dimensões das vistas estão à escala 1:1:
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3. Prática de projecções ortogonais. Dada a vista de frente, desenhe as vistas:


• vista de cima;
• vista de esquerda.

Nota: (1 quadrado = 5)
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Incompleto: faltam arredondamentos

4. Desenhar as seguintes vistas:

• vista de frente;
• vista de cima;
• vista de direita.

Utilize as cotas do desenho.

5. Desenhar as seguintes vistas:

• vista de frente;
• vista de cima;
• vista de esquerda.
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6. Desenhar as seguintes vistas:

• vista de frente;
• vista de cima;
• vista de esquerda.

7. Desenhar as seguintes vistas:

• vista de frente;
• vista de cima;
• vista de esquerda.
N.T.05 Ut.05

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8. Desenhar as seguintes vistas:

• vista de frente;
• vista de cima;
• vista de esquerda.

9. Desenhar as seguintes vistas:

• vista de frente;
• vista de cima;
• vista de esquerda.
N.T.05 Ut.05

Componente Prática Desenho Técnico V . 22


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10. Desenhar as vistas necessárias para completa informação da peça


representada em perspectiva; numa das vistas, deve figurar um corte através
dos furos.

Deve ser usada a escala 1:1.


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11. Para prática de representação de secções. Desenhar as projecções


ortogonais do veio representado.

Cotar em série.

Representar as secções necessárias à identificação de pormenores.


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12. Para prática de cotagem. Desenhar, à escala (1:1), pelo método europeu,
as seguintes vistas:

• vista de frente;
• vista de cima;
• vista de direita.

Cotar o desenho;
N.T.05 Ut.05

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13. Desenhar à escala (1:1), pelo método europeu, as seguintes vistas:

• vista de frente;
• vista de cima;
• vista de direita.

Cotar o desenho;
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14. Utilizar a perspectiva abaixo representada para desenhar as seguintes


vistas:

• vista de frente;
• vista de cima;
• vista de direita.

Escala a utilizar: 1:1.


Cotar o desenho.
N.T.05 Ut.05

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15. Analisar a perspectiva abaixo representada e desenhar as seguintes vistas:

• vista de frente;
• vista de cima;
• vista de direita.

Escala a utilizar 1:1.

Cotar o desenho.
N.T.05 Ut.05

Componente Prática Desenho Técnico V . 28


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16. Analisar a perspectiva abaixo representada e desenhar, à escala 1:1, as

seguintes vistas:

• vista de frente;
• vista de cima;
• vista de direita.

Cotar o desenho.
N.T.05 Ut.05

Componente Prática Desenho Técnico V . 29


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17. Observar a perspectiva abaixo representada e desenhar, à escala 1:1, as


seguintes vistas:

• vista de frente;
• vista de cima;
• vista de direita.

Cotar o desenho.
N.T.05 Ut.05

Componente Prática Desenho Técnico V . 30


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18. Observar a imagem que se segue.

1º - Identificar o tipo de perspectiva representado;

2º - Desenhar as vistas, de modo que elas transmitam toda a informação


dimensional

(Deve escolher a vista de frente e determinar o número de vistas necessárias).

3º - Cotar o desenho.

R 5 = raio de concordância nas curvas


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19. Desenhar as vistas correspondentes à perspectiva representada, de modo


a transmitir toda a informação dimensional que a peça contém;

Recorrer aos planos de projecção auxiliares necessários e representar as


faces oblíquas em verdadeira grandeza.

Cotar o desenho.
N.T.05 Ut.05

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20. Observar a perspectiva abaixo representada e desenhar, à escala 1:1, as


seguintes vistas:

• vista de frente;
• vista de cima;
• vista de direita.

Cotar o desenho.
N.T.05 Ut.05

Componente Prática Desenho Técnico V . 33


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21. Observar a perspectiva abaixo representada e desenhar, à escala 1:1, as


seguintes vistas:

• vista de frente;
• vista de cima;
• vista de esquerda.

Cotar o desenho.
N.T.05 Ut.05

Componente Prática Desenho Técnico V . 34


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22. Observar a perspectiva cavaleira abaixo representada e desenhar, à escala


1:1, as seguintes vistas:

• vista de frente;
• vista de cima;
• vista de esquerda.
Utilizar planos auxiliares para representar as superfícies oblíquas em
verdadeira grandeza;

Cotar o desenho.
N.T.05 Ut.05

Componente Prática Desenho Técnico V . 35


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23. Observar a perspectiva cavaleira abaixo representada e desenhar, à escala


1:1, as seguintes vistas:

• vista de frente;
• vista de cima;
• vista de direita.

Utilizar planos auxiliares para representar as superfícies oblíquas em


verdadeira grandeza;

Cotar o desenho.
N.T.05 Ut.05

Componente Prática Desenho Técnico V . 36


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24. A figura representa um suporte vertical em perspectiva e vistas (de frente e


de cima):

• Reproduzir a vista de frente em corte XX


• Reproduzir a vista de cima
• Desenhar a vista de esquerda
Para medidas, seguir as cotas. Cotar o desenho.
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Componente Prática Desenho Técnico V . 37


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25. A figura representa o corpo de uma bomba.

Em perspectiva e em vistas (de frente e de direita):

• Reproduzir a vista de frente em corte BB


• Reproduzir a vista de frente em corte AA
• Vista de cima

Dimensões tiradas da estampa; cotar o desenho.


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Componente Prática Desenho Técnico V . 38


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26. A figura representa a caixa apresentada em perspectiva e representada em


projecções ortogonais por duas vistas (de frente e de cima).

Note-se que a perspectiva elucida, mas não define pormenores.

• Reproduzir a vista de frente em corte YY


• Reproduzir a vista de cima em corte XX
• Desenhar a vista de direita, segundo a direcção A
Para medidas , seguir as cotas.

Cotar o desenho.
N.T.05 Ut.05

Componente Prática Desenho Técnico V . 39


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27. A figura representa um conjunto de transmissão de movimento.

Imaginar a peça 1 fora do conjunto.

Tirar medidas da estampa e desenhá -la à escala 1:1.

Cotar o desenho.

Roda dentada cónica

Rolamento de rolos

Retentor

Peça 1

Casquilho
Veio

Roda dentada cilíndrica

Chaveta
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Componente Prática Desenho Técnico V . 40


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Peças Roscadas
M.T.05 UT.06

Desenho Técnico
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OBJECTIVOS

No final desta Unidade Temática, o formando deverá estar apto a:

• Reconhecer as diferenças de representação entre peças roscadas e não


roscadas;

• Diferenciar macho e fémea nas peças roscadas;

• Diferenciar os vários tipos de rosca através do desenho cotado;

• Diferenciar roscas métricas das roscas whitworth;

• Reconhecer os condicionamentos existentes na união de peças roscadas.

TEMAS

• Ligações roscadas
• Representações convencionais das roscas
• Leitura de roscas
• Desenho de peças roscadas agrupadas
• Peças com furo cónico roscado
• Dimensionamento
• Formas de execução das roscas
• Simbologia das roscas
• Parafuso / Normas
• Rosca fina/ grossa/ esquerda/ direita / parafusos de várias
entradas
• Diversidade de formas
• Resumo
• Actividades / Avaliação
M.T.05 Ut.06

Desenho Técnico VI . 1
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LIGAÇÕES ROSCADAS

Os dispositivos de ligação são vitais para a maioria das fases e tipos de indústria.

Usam-se na montagem de produtos manufacturados, nas máquinas e


dispositivos usados na montagem de produtos manufacturados, bem como nas
máquinas e dispositivos usados na indústria e, até mesmo, na construção de
edifícios.

Os elementos de ligação podem ser semi-permanentes ou amovíveis.

Rebites são de ligação semi-permanentes; parafusos, pernos, porcas e certo


tipo de pinos, são elementos de ligação amovíveis.

Como desenvolvimento da indústria, todos os elementos de ligação foram


standartizados.

Hoje em dia , um conhecimento razoável do aspecto gráfico e da forma de


desenhar os elementos de ligação amovíveis é indispensável à boa interpretação
dos desenhos.

A figura VI.1 mostra o aspecto gráfico dos princípais elementos de ligação


amovíveis:

Fig. VI.1 - Parafusos com vários tipos de cabeça e espiga totalmente roscada

Fig. VI.3 - Pernos de pontas roscadas e todos


Fig. VI.2 - Parafuso e porca com espiga parcialmente roscados
roscada

Representação de roscas

A representação das peças roscadas, tal como as observamos, só raramente


aparece nos desenhos, devido ao tempo que se gastaria a desenhá-las e ao
custo que isso acarretaria.
M.T.05 Ut.06

Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico VI . 2


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Pode dizer-se que existem três formas de representação para peças roscadas:
A forma rigorosa, a forma esquemática e a forma convencional.

Fig. VI.4 - Forma rigorosa de desenhar peças roscadas (parafusos e furos)

Fig. VI.5 - Forma esquemática de desenhar peças roscadas

Fig. VI.6 - Forma convencional de desenhar peças roscadas (pernos, parafusos e furos)

REPRESENTAÇÕES CONVENCIONAIS DAS ROSCAS

Roscas macho

A representação rigorosa usa-se, algumas vezes, com o objectivo de evitar


confusões com outras linhas paralelas ou para evidenciar aspectos particulares
das roscas.

A representação convencional das peças roscadas faz-se por duas linhas


contínuas, uma passando pela crista dos dentes (linhas de contorno visível) e
outra passando pelo fundo do dente ( linha bastante mais fina).

O fim da rosca é assinalado por uma linha de contorno visível, transversal à


secção da peça roscada e ligando as linhas paralelas que representam as
cristas dos dentes.
M.T.05 Ut.06

Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico VI . 3


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Os parafusos não se representam em corte, excepto quando interiormente


existam pormenores, tais como, riscas ou roscados.

Com as porcas e anilhas, no que respeita a cortes, estão sujeitas às mesmas


restrições dos parafusos.

A figura VI.7 mostra a representação convencional de peças roscadas macho


(pernos e parafusos) desenhadas em duas vistas , em corte e sem corte:

Pernos Parafusos

Fig. VI.7 - Representação convencional de peças roscadas macho

A figura VI.7 mostra a diferença de espessura entre as linhas que representam


a crista e o fundo do dente e caracterizam a representação de uma rosca em
vista de frente.

A representação de cima não está cortada por ser uma peça maciça, o que já
não sucede com a representação inferior.

Na vista de direita, na parte que corresponde à rosca, a lina do fundo do dente


é uma circunferância a 3 4 e a sua figuração traduz uma peça roscada.

Note-se que uma das pontas da circunferência que representam o fundo do


dente, deve cortar um dos eixos e a outra ponta não corta.

As duas circunferências interiores representam o furo visto da direita . Os


invisíveis transversais representam a linha de fundo da rosca existente nas
costas da figura.

Note-se que a linha do fim da rosca é tirada pelos limites da rosca perfeita. Os
triângulos que ultrapassam a linha do fim da rosca representam a parte deformada
da rosca. A representação destes triângulos é facultativa.

Relativamente ao parafuso, apenas se representa a ponta roscada, visto que a


cabeça está fora da questão desta Unidade Temática.
M.T.05 Ut.06

Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico VI . 4


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Roscas fémeas

A figura VI.8a) faz a representação convencional de um furo passante,


completamente roscado, desenhado em vista e em corte.

A vista central representa a vista de frente; a circunferência a 3 diz-nos que o


4
furo é roscado, mas não nos diz que é passante.

A conclusão de furo passante obtém-se com qualquer das duas vistas, cuja
diferença está nas linhas que representam o perfil do dente: contínuas no corte
e descontínuas na vista.

Fig. VI.8a) - Representação convencional de um furo passante

Fig. VI.8b) - Representa igualmente um furo passante, não completamente


roscado, mas apenas em vistas.

A vista de frente mostra que o furo é passante, bem como a profundidade da


rosca; As vistas de esquerda e direita limitam-se a confirmar que se trata de um
furo roscado.

Diferem no tipo de linha que representa a rosca, visível na vista da esquerda e


invisível na vista da direita.

Note-se, como não poderia deixar de ser, que a linha que simboliza a rosca
está sempre do lado do material.

Fig. VI.8b) - Vistas de um furo passante parcialmente roscado


M.T.05 Ut.06

Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico VI . 5


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A figura VI.8c) representa um furo cego (não passante), parcialmente roscado,


como se conclui da vista de frente; a vista da esquerda representa um corte
passado pela rosca, enquanto que a vista da direita representa uma vista do
lado cego e, por isso, desenhado com linhas de contorno não visível.

Fig. VI.8c) - Furo cego não passante e parcialmente roscado

Repare-se que as linhas que preenchem a secção cortada devem ultrapassar a


linha que representa a rosca e chegar à linha do furo.

DESENHO DE PEÇAS ROSCADAS AGRUPADAS

Nos desenhos de conjunto, as peças mais correntes (parafusos, pernos e porcas)


não figuram isoladas, mas agrupadas.

Quando um parafuso ou perno e porca figuram agrupados, o desenho deve


respeitar as regras de acordo com a disposição relativa do macho e fémea, isto
é, a rosca de porca (furo roscado) coincide com a rosca do parafuso, mas só
fica visível na parte que excede o parafuso.

O tipo de linha depende do facto da rosca ser representada em corte (b) ou em


vista (a), figura VI.9.

Rosca do furo Fim da rosca do furo


Fim da rosca do
parafuso

Rosca do parafuso Linhas da ponta do parafuso

Fig. VI.9 - Desenho de peças roscadas agrupadas


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Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico VI . 6


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Na representação (a), o parafuso está montado num furo passante e está roscado
só parcialmente, tal como na representação (b). Nesta última, o parafuso não
chegou ao fim da rosca do furo.

Os furos cegos terminam sempre em bico;é o bico da ponta da broca que foi
utilizada para fazer o furo. O ângulo é de 120º quando o furo for aberto em
materiais ferrosos.

Ambas as representações assinalam o fim da rosca no parafuso, mas só a (b)


tem linha limite da rosca no furo.

A figura VI.10 - mostra um parafuso (p) roscado num furo cuja rosca (r) não é
passante; O agrupamento está desenhado em 2 vistas ( de frente e de esquerda),
ambas em corte.

Note-se que a zona da rosca, na parte correspondente à altura do dente, também


recebe o tracejado de corte. Repare-se, também, na inversão do tracejado da
rosca, na passagem do parafuso para a porca.

A rosca do parafuso e a rosca da porca leva um tracejado que deve diferenciar-


-se por se referirem a peças contíguas.

A vista de esquerda representa o corte BB, cuja posição obedeceu ao sentido


das setas que sinalizam o corte;

Rosca do parafuso Rosca


Rosca
Parafuso

Corte BB

Fig. VI.10 - Parafuso roscado num furo com rosca não passante

O corte apanhou a porca e o parafuso numa zona de rosca comum e a rosca


mostrada é a rosca do parafuso; Aliás, é o tracejado do parafuso que cobre a
rosca que a figura representa.
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Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico VI . 7


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PEÇAS COM FURO CÓNICO ROSCADO

A figura VI.11 mostra um furo cónico roscado e de rosca passante, representado


em três vistas, uma das quais em corte parcial.

A vista de frente define a conicidade do furo roscado, enquanto que as outras


duas vistas mostram os dois lados do furo.

Quando olhamos a vista de frente pela esquerda, vimos a rosca desse lado e
apenas o furo do lado oposto.

Quando olhamos a vista de frente pela direita, vimos apenas a rosca no diâmetro
menor e nada do lado oposto.

Fig. VI.11 - Furo cónico roscado com rosca passante.

Em vista, ambas as linhas da rosca são representadas a traço interrompido,


por serem linhas de contorno real acultas.

Fig. VI.12 - Cavilha roscada cónica


Legenda: c) Linha de transição do cónico para
o cilíndrico; d) Linha do final da rosca cónica
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Componente Científico-Tecnológica Desenho Técnico VI . 8


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Exemplos de montagens com parafusos e porcas (ou pernos)

Parafuso e porca Perno e porca Parafuso

Fig. VI.13 - Montagens com parafusos e porcas

Os furos para passagem do parafuso de aperto tem maior diâmetro do que o


parafuso; esse aumento varia com o diâmetro do parafuso e com o tipo de
rosca (fina, média ou grossa).

Nota: Com parafusos de 10 mm de diâmetro e rosca média, a diferença é de


1 mm.

Nomenclatura de parafusos e pernos

A figura VI.14 faz a identificação das partes características do parafusos ou


pernos, bem como o seu relacionamento com a rosca fêmea.

Cabeça Espiga Espiga

Rosca
Arreigada Rosca Ponta Rosca Arreigada Rosca

Fig. VI.14 - Caracteristicas dos parafusos e da rosca fêmea

Parafusos e pernos, muitas vezes não têm arreigada (a espiga é toda roscada).

A rosca do furo nunca chegará ao fim do furo.

A rosca do parafuso (ou perno) com arreigada nunca deve chegar ao fim da
rosca do furo.
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Fig. VI.15 - Rosca de parafuso ou perno com arreigada

Cotagem de roscas

Cotagem de uma rosca macho

Fig. VI.16 - Cotagem de uma rosca macho

(d) é cota nominal; mede o diâmetro exterior da rosca (ver tabela de roscas);

(X) representa o símbolo do perfil da rosca;

(L) representa o comprimento da rosca;

Cotagem de uma rosca fêmea

Fig. VI.17 - Cotagem de uma rosca fêmea


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d) é a cota nominal; mede o diâmetro exterior da rosca;

(M) símbolo do perfil da rosca “rosca metálica”;

(L1) comprimento da rosca do furo;

(L2) comprimento do furo;

Nota: Para que duas roscas macho e fêmea possam ajustar-se devem ter a
mesma cota nominal (d), o mesmo perfil e o mesmo passo;

Conversão da representação real na repartição convencional

Rosca macho

α P

exterior
Diâmetro

Perfil Completo Chanfro


M22

45
Significa peça roscada; linha a 3/4; só uma ponta
corta o eixo

Fig. VI.18 - Representação real e convencional de uma rosca macho

Tipo de rosca: triangular

α = 55º Métrica

α = 60º Whitworth

p = passo da rosca
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rosca fêmea = furo roscado

Significa peça roscada;

Diâmetro
linha a 3/4; só uma ponta

exterior
corta o eixo

M22
36

Fig. VI.19 - Representação real e convencional de uma rosca macho

Nota: A linha do fundo da rosca estão em posição oposta no furo e no parafuso.

Cotagem de uma rosca macho sem saída e com saída

Sem saída Com saída

Fig. VI.20 - Cotagem de rosca macho com e sem saída

Cota-se a rosca com saída (na rosca macho) só quando se pretende usar a
zona deformada da rosca do parafuso (ou perno) para dar o fixar na peça (furo).
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Exemplos de cotagem de elementos de ligação

Exemplo VI . 1

Parafuso de cabeça hexagonal

60 12.5
M20

40
66

Exemplo VI . 2

Perno com arreigada

70

R 28
M20

18
66
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Exemplo VI . 3

Porca hexagonal
40

M20

18.7

DIMENSIONAMENTO

A figura VI.17, representa um parafuso de cabeça sextavada, com arreigada e


ponta chanfrada (ou boleada).

O parafuso foi desenhado em duas vistas desfasadas de 90º; as dimensões da


cabeça podem obter-se da medida do hexágono entre vértices e entre faces.

Foi cotado com valores genéricos; os valores reais não podem ser definidos
através do diâmetro da rosca, mas sim através das respectivas normas.

Os pequenos triângulos desenhados acima da linha de fim de rosca, junto à


arreigada, traduzem a deformação do final da rosca e a sua representação é
facultativa.

A porca não está cotada, mas as suas dimensões são iguais às da cabeça do
parafuso, com a diferença de ter ambos os lados boleados.
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45º
e=2d

0,8d
d

d
15
d 0,1d
0,5 60 b=2d+6
º
k l
Linha grossa
5=1,7d

Linha grossa Rosca até à ponta da espiga


Linha fina

Fig. VI.21 - Parafuso de cabeça sextavada com arreigada e ponta boleada

A figura VI.22 representa um perno com duas roscadas e uma arreigada cilíndrica.

A figura mostra a forma de cotagem; a ponta menor aperta na peça e a maior


recebe a porca que fará o aperto.

Nesse caso, é necessário desenhar a zona deformada da rosca:

• a cota da parte menor inclui a zona deformada da rosca;


• a cota da parte maior só inclui a zona com rosca não deformada.
O furo da peça onde o perno vai roscar deve ter profundidade suficiente, que
permita roscar a zona da rosca deformada.

O perno apertado na peça

O perno cotado isolado peça

Fig. VI.22 - Perno com duas pontas roscadas e uma arreigada cilíndrica
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FORMAS DE EXECUCÃO DAS ROSCAS

A figura VI.23 mostra como se obtém uma rosca por corte:

Fig. VI.23 - Processo para obtenção de uma rosca por meio de corte

A espiga a roscar é montada entre pontos, num torno, que lhe dá movimentos
de rotação; montando uma ferramenta de traçagem no carro de torno, esta
recebe movimento de translação.

Na figura (a), vê-se que a conjugação dos dois movimentos dá origem a uma
hélice, de avanço uniforme, na periferia da espiga. A distância entre pontos
consecutivos de uma mesma geratriz representa o passo da hélice.

Substituindo a ferramenta de traçagem por uma ferramenta cortante, abrem-se


sulcos helicoidais no lugar da hélice obtida anteriormente.

Conforme o perfil da ferramenta utilizada, assim a configuração do sulco (rosca)


deixado na periferia da espiga.

A figura que se segue, mostra três tipos de rosca obtidos pelo processo referido:

Espira da rosca Abertura da rosca Rosca rectangular


aberta

Fig. VI.24 - Três tipos de roscas obtidos pelo processo de corte


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Segundo a ISO “Organização Internacional de Normalização” são recomendados


seis tipos de perfil para roscas industriais :

Rosca métrica (iso) (M) Rosca whitworth (inglesa) Rosca rectangular (R)

Rosca trapezoidal (Tr) Rosca redonda (Rd) Rosca rdente de serra (S)

Fig. VI.25 - Tipos de perfil para roscas industriais

SIMBOLOGIA DAS ROSCAS

Duas peças roscadas, macho e fêmea, só podem agrupar-se quando as suas


características forem exactamente iguais:

Rosca macho Rosca fémea

Fig. VI.26 - Roscas macho e fêmea


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Duas roscas são exactamente iguais, quando forem iguais as seguintes:

• Diâmetro nominal da rosca;


• Tipo de rosca;
• Sentido do fio de rosca;
• Passo da rosca;
• Número de entradas da rosca.

Furo roscado Parafuso

M 10 X 1,25 - 5.6; M 10 X 1,25 - 8.8;

Fig. VI.27 - Caracteristicas de uma rosca

Leitura Rosca macho Rosca fémea

Tipo de rosca métrica métrica

Diâmetro da rosca 10 mm 10 mm

Passo da rosca 1,25 mm 1,25 mm

Sentido da hélice direita direita

Nº de entradas 1 1

Material 8.8 5.6

Tabela VI.1 - Tabela de leitura das roscas macho e fêmea

Análise das designações das roscas:

1º - O (M) identifica o tipo de perfil (tipo de rosca) “métrica”.

2º - O (10) diz que o diâmetro exterior da rosca é 10 mm.


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3º - O (1,25) diz que o passo da rosca é 1,25mm. Nota: Há dois tipos de


passos: fino e grosso (ver tabela VI.2). Quando o passo é grosso, a
informação não aparece. Com passo grosso, o dente da rosca é maior;
com passa fino, o dente é menor.

4º - Só quando as roscas são esquerdas é que a informação aparece na


designação.

5º - O (8.8) e (5.6) identificam o material utilizado no parafuso ou porca; Ver


tabela VI.3. O 1º algarismo refere-se à tensão de rotura e o 2º refere-se à
tensão de cedência:

• se a rosca citada tivesse passo grosso, a designação da rosca do parafuso


seria M10 - 8.8.

• se a rosca citada fosse fina e esquerda, a sua designação seria: esq.M10


x 1,25 - 8.8.

• se o parafuso tivesse 3 entradas, a rosca seria designada por três fios.


esq.M10 x 1,25 - 8.8.

PARAFUSOS / NORMAS

Cabeça hexagonal

Hexagonal (H)

3 4 5 6 8 10 12 14 16 20 24 30 36
4014 20 25 25 30 35 40 45 50 55 65 80 90 110
4017 6 8 10 12 16 20 25 30 35 40 40 40 40
5,5 7 8 10 13 16 18 21 24 30 36 46 55
2 2,8 3,5 4 5,3 6,4 7,5 8,8 10 12,5 15 18,7 22,5

Fig. VI.28 - Parafuso com cabeça hexagonal


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Cabeça cilíndrica

Cabeça cilíndrica de oco hexagonal

a) todo roscado
b) com arreigada

1,6 2 2,5 3 4 5 6 8 10 12 16 20 24 30 36
2,5 3 4 5 6 8 10 12 16 20 25 30 40 45 55
25 30 30 35 40 45 55 65 80 90 110 120
16 20 25 25 25 25 30 35 40 50 60 70 80 100 110
3 3,8 4,5 5,5 7 8,5 10 13 16 18 24 30 36 45 54

Fig. VI.29 - Parafuso com cabeça cilíndrica

Cabeça de embeber

1,6 2 2,5 3 3,5 4 5 6 8 10


2,5 3 4 5 6 6 8 8 10 12
10
1,85

Fig. VI.30 - Parafuso com cabeça de embeber


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ROSCA FINA/GROSSA/ESQUERDA/DIREITA E PARAFUSOS


DE VÁRIAS ENTRADAS

Com a figura VI.31mostra, na rosca de passo fino, para o mesmo diâmetro, a


altura do dente é menor; a rosca de passo fino é melhor para ligações com
vedação e as roscas de passo grossa operam com mais rendimento.

Nas peças desenhadas e não cotadas, as roscas desenham-se da mesma


maneira, quer sejam finas ou grossos, esquerdas ou direitas e qualquer que
seja o número de entradas do parafuso.

Só em situações especiais é que a rosca é esquerda e a ausência desta


informação significa que a rosca é direita; a seguir faz-se a diferenciação visual
entre rosca esquerda e direita.

Rosca direita Rosca esquerda

Fig. VI.31 - Rosca esquerda e direita

Na rosca direita, o parafuso avança quando o rodamos da esquerda para a


direita; Olhando o parafuso, a rosca sobe para a esquerda.

Exemplo: esq. M 10; esq. M 12 X 1; M 20; M 14 X 1,5

As roscas finas destinguem-se das roscas grossas pelo tamanho dos dentes e
pela proximidade das espiras da rosca.

P 4 P 2
M36 x2
Md m36

Md xP

Passo Grosso Passo Fino

Fig. VI.32 - Passo fino e grosso de uma rosca


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Falar no número de entradas do parafuso é o mesmo que dizer quantas espiras


distintas e paralelas constituem a rosca; normalmente tem uma espira, mas
podem ter mais;

1 entrada 2 entrada 3 entrada 2 entrada 3 entrada

Fig. VI.33 - Processo de contagem do número de entradas de um parafuso

Olhando o parafuso de topo, contam-se o número de espiras que terminam na


ponta;aumentando o número de espiras, o aperto torna-se mais rápido, mas
tende a desenroscar-se.

DIVERSIDADE E FORMAS DE CABEÇAS DE PARAFUSOS

Cabeças de parafusos
A cabeça do parafuso é a parte através da qual ele recebe o movimento. Existe
uma grande diversidade de tipos para corresponderem a aplicações específicas.

A figura VI.34 mostra as principais, se bem que a mais corrente é a sextavada


exterior.

Fig. VI.34 - Tipos de cabeças de parafusos mais correntes


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Cabeças recartilhadas usam-se para aperto manual.

Parafusos de cabeça sextavada exterior admitem esforços de aperto importantes.

Os outros usam-se com esforços pequenos; diferem na elegância, forma de


alogamento ou ferramenta.

Pontas

Os acabamentos (b), chafrado, e (c), boleado, são utilizados como elementos


de ligação, exclusivamente. Os restantes acabamentos usam-se como meios
de fixação (a) e (g) ou para condicionar movimentos (d) e (e). O acabamento (f)
aparece nos parafusos com rosca laminada.

Fig. VI.36 - Tipos de ponta

Espiga

A espiga é o corpo do parafuso e é constituida por duas partes: uma lisa e outra
roscada.

A parte lisa pode existir ou não, enquanto a parte roscada pode ser executada
por corte ou por laminagem.

A rosca laminada fica saliente na espiga do parafuso; A rosca cortada abre-se


na própria espiga.

Nas roscas cortadas, o núcleo tem o diâmetro inferior ao da espiga.

Fig. VI.37 - Tipos de espiga


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Roscas métricas (M) Diâmetros nominais


Roscas ISO (M) Passos de rosca fino
Passos de rosca grossa

D iâm etro nom inal m m Passo m m D iâm etro nom inal m m Passo m m

1ª 2ª 3ª 1ª 2ª
grosso fino 3ª opção grosso fino
opção opção opção opção opção
0,25 0,075 18 17 1,5-1
0,3 0,08 2,5 2-1,5-1
0,35 0,09 20 2,5 2-1,5-1
0,4 0,1 22 2,5 2-1,5-1
0,45 0,1 24 3 2,1,5-1
0,5 0,125 25 2-1,5-1
0,55 0,125 26 1,5
0,6 0,15 27 3 2-1,5-1
0,7 0,175 28 2-1,5-1
0,8 0,2 30 3,5 _2-1,5-1
0,9 0,225 32 2-1,5-1
1 0,25 0,2 33 3,5 _2-1,5
1,1 0,25 0,2 35 1,5
1,2 0,25 0,2
1,4 0,3 0,2 3-2-1,5
36
1,6 0,35 0,2 4 1,5
1,8 0,35 0,2 38
2 0,4 0,25 39 4 3-2-1,5
2,2 0,45 0,25 40 3-2-1,5
2,5 0,45 0,35 42 4,5 4-3-2-1,5
3 0,5 0,35 45 4,5 4-3-2-1,5
3,5 0,6 0,35 48 5 4-3-2-1,5
4 0,7 0,5 50 4-3-2-1,5
4,5 0,75 0,5 52 5 4-3-2-1,5
5 0,8 0,5 55 4-3-2-1,5
5,5 0,5 56 5,5 4-3-2-1,5
6 1 0,75 58 4-3-2-1,5
7 1 0,75 60 5,5 4-3-2-1,5
8 1,25 1-0,75 62 4-3-2-1,5
9 1,25 1-0,75 64 6 4-3-2-1,5
10 1,5 1,25-0,75 65 4-3-2-1,5
11 1,5 1-0,75 68 6 4-3-2-1,5
12 1,75 1,5-1,25-1 70 6-4-3-2-1,5
14 2 1,5-1,25-1 72 6-4-3-2-1,5
15 1,5-1 4-3-2-1,5
16 2 1,5-1 76 75 6-4-3-2-1,5

Tabela VI.2 - Diâmetros de roscas


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lasse Pro as e tra ção D re a mprego

longamento
Paraf sos Por as rot ra
m nimo
g mm2

0 0 ________ ________ ________

46 4 34 30 61

48 4 40 25 64

56 5

50 70 20 10 77

58 5 94

66 6 50 80 16 8
97

88 8 80 100 12
30

10 9 10 100 120 10
36

12 9 12 120 140 8
42

Tabela VI.3 - Classes de parafusos e porcas e suas características mecânicas


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RESUMO

Esta Unidade Temática avaliou a participação dos elementos roscados na


formação de bens que caracterizam a vida moderna.

Caracterizou os elementos roscados e identificou os aspectos com que eles


podem aparecer nas peças desenhadas.

Definiu as regras relativas ao desenho convencional dos elementos roscados


correntes, quer quando separados, quer quando acoplados.

Analisou as vários aspectos que os elementos roscados podem apresentar e a


forma como as regras convencionais se aplicam.

Mostrou as variantes que as ligações roscadas podem ter, bem como os


pormenores que caracterizam essas ligações.

Apresentou a nomenclatura dos elementos roscados fundamentais, bem como


a cotagem de elementos representativos.

A título informativo apresentou formas variantes da cabeça e da ponta dos


parafusos, bem como dos vários acabamentos de espiga.

Foi apresentada a forma de obter as roscas e as variantes que elas podem ter
na área tecnológica em que estamos inseridos.

Mencionaram-se variantes construtivos relativas as aspecto funcional das peças


roscadas, tais como número de entradas, o sentido da rosca e o tamanho dos
dentes.

Foram referenciados os termos da cotagem, ISO e a maneira como esta diverge


quando variam os pâramentros que caracterizam as roscas; Incluiram-se alguns
exemplos.

No final desta Unidade Temática, foram apresentadas tabelas para roscas


métricas relacionando o seu diâmetro nominal com o respectivo passo e a
tabela de codificação dos materiais usados na construção dos parafusos.
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ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO

1. Quando se observa a peça figurada à esquerda, qual das três soluções


abaixo representadas corresponde à vista na direcção da seta (A)? Assinale
com uma cruz a resposta correcta.

2. A figura representa um acopolamento de duas peças roscadas, macho e


fêmea, atarrachadas entre si. Se considerar o corte (AA), qual das três
vistas o representa? Assinale com uma cruz a representação certa.
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3. As figuras representam o aperto de peças por intermédio de um parafuso;


só uma das respostas está certa. Assinale com uma cruz o quadrado
correspondente à resposta certa.

4. As figuras representam um perno com duas pontas roscadas; uma das


pontas irá fixar-se no furo roscado e a outra receberá a porca. Sinalize com
uma cruz o quadrado em branco, da figura que contém a cota referente ao
cálculo do furo roscado.

5. Sinalize com uma cruz o furo roscado que pode receber um parafuso com
rosca M 8 X 0,75.
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6. Sinalize com uma cruz o perfil que corresponde à rosca métrica.

7. A figura da esquerda representa a ponta de um parafuso e o sentido de


observação. Assinale com uma cruz o sentido de observação que está
correcto.

8. A figura representada à esquerda mostra um corte num furo roscado e com


chanfro na entrada. Assinale com uma cruz a representação da vista
(segundo a seta) que está correcta.
M.T.05 Ut.06

Componente Prática Desenho Técnico VI . 29


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IEFP · ISQ Bibliografia

BIBLIOGRAFIA

CUNHA, Veiga da, Desenho Técnico,Gulbenkian, Lisboa.

GIESECKE, Frederick E., Technical Drawing,Collier Macmillan, Londres.

JENSEN, Cecil H.,Interpreting E. Drawing,Delmar Publishers.

MORAIS,Simões,Desenho Técnico Básico, Volume 3º ,Gráficos Unidos.

VYCHNEPOLSKI, Desenho de Construção Mecânica,Mir.


M.T.05 An.01

Desenho Técnico B . 1
Guia do Formando

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