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Bioética Vol 3 PDF
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Princípios em Bioética
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relatório, gerado em 1978, na secção B,
aponta justamente para esses princípios,
grafados como: o respeito às pessoas, a
beneficência e a justiça.
The Belmont Report, traduzido como Relatório Belmont, é o produto
de uma investigação que durou de 1974 a 1978 após o relato de três
casos ocorridos em solo americano: a) em 1963, no Hospital Israelita
de Doenças Crônica, em Nova York, foram injetadas células cancerosas
vivas em idosos doentes, com fins de experimentação científica e sem
conhecimento e consentimento desses pacientes; b) entre 1950 e 1970,
no Hospital Estadual de Willowbrook, em Nova York, injetaram o vírus da
hepatite em crianças com deficiência mental, nas mesmas condições do
caso anterior; e, c) Em 1932, no Estado do Alabama, no que foi conhecido
como o caso Tuskegee, 400 negros com sífilis foram recrutados para
participarem de uma pesquisa de história natural da doença e foram
deixados sem tratamento. Em 1972 a pesquisa foi interrompida após
denúncia no The New York Times. Restaram 74 pessoas vivas sem
tratamento, a maioria latinos, negros e empobrecidos.
Princípio de autonomia
Clotet (2003) faz uma síntese desse princípio nos seguintes tópicos:
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representante;
d) Respeito aos valores morais e crenças do paciente;
e) Domínio do paciente sobre sua própria vida;
f) Limite às intromissões aos tratamentos;
g) Respeito à individualidade.
Princípio de Beneficência
Princípio de Não-Maleficência
Princípio de Justiça
62 Curso de Bioética
Contudo, o que vem a ser isto, a justiça, não é uma definição consensual
e comporta inúmeras contradições, algumas das quais inconciliáveis.
Evocamos o trabalho de Chaïm Perelman, Ética e Direito, para elucidar isso.
Ela está por trás dos exames ou concursos, das noções de “salário
justo”, “preço justo” etc. e não se aplica a obras que necessitam, em
sua execução, de habilidades especiais ou de genialidade.
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As obras precisam ser da mesma natureza para que esse critério possa
ser aplicado.
Embora não acredite numa hierarquia dos seres, esta concepção de justiça
defende que ser justo é tomar atitudes diferentes para com membros de
classes diferentes e tomar atitudes iguais para com membros de classes
iguais, uma vez que pertençam à mesma categoria essencial.
Deve-se dar a cada um aquilo que está na lei, na forma que a lei
determina. Afinal, ser justo é aplicar as leis do lugar.
Essa concepção de justiça não é moral, mas jurídica: o juiz não pode
escolher uma concepção de justiça, mas lhe cabe tão somente aplicar
a regra estabelecida. Em moral se aplicam as regras da consciência aos
fatos, em direito se qualificam os fatos.
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investigação (evidente que nem todas as perguntas se aplicam a todos
os casos, no entanto procure aplicá-las em maior número possível):
Dados do contexto:
Alternativas e Acordos
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(Extraído de Ministério da Saúde. Capacitação para
Comitês de Ética em Pesquisa. Brasília/DF: Ministério
da Saúde/Secretaria de Ciência, tecnologia e insumos
estratégicos/Departamento de Ciência e Tecnologia,
2006, v. 2. p.115).
Questão adicional
• Hormônios
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Entre eles está Lionel Bissoon, que ficou conhecido por desenvolver
um tratamento para celulite e atualmente administra um programa de
reposição hormonal para homens e mulheres em sua clínica em Nova
York.
• Custos
“Está se tornando mais comum homens mais jovens, com pouco mais
de 30 anos (procurarem o tratamento)”, diz Michale Barber, médica e
diretora-executiva da Cenegenics Carolinas.
• Câncer
72 Curso de Bioética
Embora tratamentos do tipo estejam sendo utilizados nos EUA desde a
década de 1990, há poucos estudos amplos sobre seus efeitos e riscos.
O casal tinha outro filho, uma menina de três anos de idade, saudável. O
pai era engenheiro, com característica de inventor de novos utilitários
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entre a doença do filho e o fato de ele haver mamado em seu seio, já
com câncer. Tentei de todas as maneiras demover essas ideias de sua
cabeça e a estimulei a continuar o acompanhamento com seu médico
assistente, apesar dos problemas de seu filho.
76 Curso de Bioética
Muitas vezes, nesse período, os pais tiveram problemas com seus planos
de saúde, que ora não cobria determinados exames ou procedimentos,
ora venciam as possibilidades de internação. Os pais, muito dedicados
e criativos, se cercaram de outras famílias com problemas semelhantes
e conseguiram fornecimento gratuito de imunoglobulinas, através de
serviços de saúde pública.
Por longo período E.M teve que ser alimentado por sonda nasogástrica,
que ficava permanentemente localizada em seu nariz. Pensamos
em colocar uma gastrostomia para que seus colegas de colégio não
percebessem seu problema, mas ele mesmo disse se sentir bem assim.
Gostava muito de roupas bem coloridas, de passear pelo pátio do
hospital e de fazer compras na lojinha do hospital. Sempre fazíamos de
tudo para que pudesse ter esses prazeres. Sempre que possível suas
irmãs estavam com ele. Como gostava muito de um time de futebol,
sempre cuidávamos para não fazer procedimentos ou interná-lo
quando seu time jogava, para que pudesse acompanhá-lo na TV.
Em julho de 1994, nova internação, desta vez sem alta hospitalar até o
óbito, em dezembro. Todas as tentativas de controle das diarreias eram
infrutíferas. As infecções se repetiam. Sobreveio a falência de órgãos:
os rins não funcionavam direito, o fígado estava comprometido, a
ventilação mecânica foi instalada e drogas inotrópicas de suporte
à circulação foram introduzidas. A evolução do caso clínico parecia
irreversível e nossa preocupação, minha e da família, passou a ser
prioritariamente com o conforto de E.M. Os pais ainda alimentavam
a esperança de levá-lo para casa no Natal, nem que fosse para morrer
em casa, a casa nova com um quarto especialmente montado para
cuidar de seu menino. No dia 20 de dezembro pela manhã, ao visitá-
lo, constatamos que seu quadro clínico era terminal. Mesmo com a
ventilação mecânica, sua gasometria era péssima. Não urinava mais.
Estava muito ictérico. As arritmias eram frequentes, seu pulso débil e
a perfusão periférica muito comprometida. O abdômen estava muito
distendido. As pupilas estavam midriáticas e não reagiam à luz. Ao
aspirar suas vias aéreas superiores, junto com a secreção, veio parte
de sua mucosa. Os pais, segurando as mãos de seu filho, olharam para
mim. Foram momentos de silêncio, de reflexão e de reavaliações que
não esquecerei. Após alguns segundos, que pareciam séculos, lhes
perguntei: Chega? A resposta veio rápida e segura: Chega. Nos vinte
minutos seguintes foram suspensas as medicações e a ventilação
mecânica. Os pais, com um choro suave e abraçados acompanharam
os últimos batimentos cardíacos de seu filho.
Um ano depois fui visitar a família e fomos colher uvas juntos. Não
falamos de E.M, mas no abraço que me deram ao me despedir, senti o
quanto ele estava entre nós.
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Caso 4: - Caso Ryan Gracie
Segundo a Polícia, ele ainda tentou roubar outro carro, mas, sem
sucesso, investiu contra um motoqueiro.
Foi a terceira vez que o atleta teve problemas com a Justiça. Em 2000,
passou 18 dias preso no Rio de Janeiro, acusado de esfaquear um
estudante e, cinco anos depois, teria agredido fisicamente um policial
e ofendido uma delegada do 78º DP, na região dos Jardins, em São
Paulo. Dessa vez foi a última, seu corpo foi encontrado por volta das
7h30 na cela, segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública). Ele
estava sentado em um dos cantos da cela. Os carcereiros encontraram
o lutador morto na troca de turnos.
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também aparecem nos laudos: Midazolam, Alprazolam, Prometazina,
Clozapina, Haloperidol. Todas são substâncias usadas para combater a
ansiedade e acalmar o paciente. De acordo com o laudo oficial as doses
dadas foram terapêuticas. Mesmo assim, o promotor que investiga o
caso, Paulo D´Amico Jr., diz que foi a combinação de remédios, e não
as doses, que provocou a morte do lutador: “Reunidos num coquetel,
afetaram sobremodo a situação do coração do Ryan Gracie. Ele tinha
um coração já sofrido, sofrido por esse histórico de dependência”.
O uso anterior de cocaína pode ter piorado ainda mais o quadro clínico.
Os problemas de Ryan se agravaram quando ele saiu no IML e voltou
para uma delegacia. O advogado do médico, Pedro Lazarini Neto, nega
a culpa de seu cliente.
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No primeiro caso, nota-se a importância de um julgamento sobre
a assistência à comunidade pesquisada após o encerramento da
pesquisa, bem como a intervenção nas condutas já existentes.
RESUMO
• Princípio de autonomia;
• Princípio de Beneficência;
• Princípio de Não-Maleficência; e,
• Princípio de Justiça.
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BBC BRASIL: Executivos nos EUA tentam retardar envelhecimento
com hormônios. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/
bbc/1092222-executivos-nos-eua-tentam-retardar-envelhecimento-
com-hormonios.shtml>. Acesso em 18 jun. 2012.