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Dendera: lâmpadas elétricas faraônicas?

por Frank Doernenburg, original em 'Mysteries of the Past'

Os Faraós usaram lâmpadas elétricas durante a construção de suas tumbas? Há,


segundo alegam alguns, evidência para tal.

Em primeiro lugar há algo faltando: Fuligem! Em nenhum dos aproximadamente 400


sistemas subterrâneos de túmulos podemos encontrar qualquer traço de fuligem,
embora os túneis e câmaras tenham sido escavados com precisão na pedra e
freqüentemente tenham sido pintados de forma bem artística. As lamparinas
disponíveis aos egípcios - velas, tochas, lamparinas a óleo - deixariam fuligem de
forma inevitável. Então como os egípcios iluminaram tudo?

Uma explicação possível vem de um artefato achado 100km a leste, onde hoje está o
Iraque: Um pote com um estranho conteúdo. Um cilindro de cobre, selado com betume
até a abertura, contendo um bastonete de ferro corroído bem no meio do cilindro.
Desde o começo em 1936 o escavador estava certo: Este é um dispositivo galvânico,
uma bateria. De fato, tentativas de reconstrução mostraram que é possível produzir
eletricidade com ele.

O último pedaço de evidência entretanto é o desenho em relevo de um estranho


objeto, que pode ser achado em uma caverna subterrânea abaixo do templo de Hathor
em Dendera, Egito. Algumas imagens mostram dispositivos como bulbos, dentro dos
quais dois pequenos braços se estendem antes do extremo largo e redondo. Estes
braços são apoiados por uma coluna que se parece muito com um isolante de alta
voltagem moderno. No extremo fino, entretanto, há algo como um cabo dentro do
bulbo de vidro. Dele pode ser vista saindo e quase alcançando os braços na outra
extremidade uma cobra, flutuando no ar. Todo o arranjo tem uma semelhança incrível
com uma lâmpada elétrica.
Seria esta a prova? Os egípcios conheciam lâmpadas elétricas? Caso afirmativo, de
onde eles aprenderam o princípio? Será que eles inventaram por si mesmos ou alguém
lhes ensinou?

O mistério da fuligem ausente

As afirmações de que os sistemas de tumbas estão praticamente sem fuligem são de


fato intrigantes. Mas não da forma assumida por muitos autores: O mistério é por que
nenhuma fuligem é encontrada se todas tochas/chamas e lamparinas a estão emitindo.

Praticamente todos túmulos e pirâmides já haviam sido abertos em tempos antigos e


na época de Heródoto (por volta de 470 A.C.) eram populares pontos turísticos por
assim dizer. Inscrições dessa época são testemunhas dessa popularidade.

Posteriormente, desde o tempo dos árabes em torno do ano 1000 até o interior das
pirâmides tornaram-se áreas turísticas. Assim, o tempo em que pesquisadores e
ladrões de túmulos estiveram dentro das tumbas nos últimos 300 anos deve
ser maior que o tempo ocupado pelos construtores originais. Pelo menos nesse
período podemos ter certeza de que ninguém usou lâmpadas elétricas faraônicas, mas
sim tochas, velas e lamparinas.

Então onde está a fuligem?


O que autores como Peter Krassa e Reinhard, que tornaram a tese de lâmpadas
elétricas faraônicas conhecida ao grande público esquecem é que nós também
iluminamos nossas casas, igrejas, escritórios e oficinas com velas e lamparinas em
pleno século XX. E eu não me lembro de ver o castelo de Windsor, Versailles ou outras
construções de esplendor tendo que ser repintadas a cada dois anos. Depois de séculos
de iluminação as marcas de fuligem tornam-se reconhecíveis. Mas não durante os
poucos meses ou anos que foram necessários para construir uma tumba egípcia.

Se você quiser se convencer isto, pode fabricar uma lamparina a óleo do tipo que até
um homem das cavernas poderia ter usado sem muito esforço. Você só precisará de
uma tigela rasa, como um cinzeiro por exemplo, um pavil com 5 a 10cm de fibra de
planta natural e algum óleo comestível. Os egípcios usavam óleo de palmeira ou de
oliva, e o último será suficientemente realístico para nosso experimento. É importante
que o pavil não contenha fibras artificiais!!!

Agora encha a tigela com óleo, embebeda o pavil com um pouco de óleo e ponha-o na
beirada da tigela, de forma a deixar aproximadamente 5-7 milímetros para fora da
tigela. Acenda o pavil e observe. Se o pavil não for muito comprido, você não
conseguirá descobrir nenhuma fuligem! Pegue uma superfície clara como um prato e a
segure a uns 50 cm da lamparina. Você não verá nenhuma fuligem mesmo depois de
horas. Apenas se você segurar o prato na parte superior da chama será possível
produzir depósitos de fuligem. O mistério em torno da fuligem ausente não existe. Não
é uma evidência ou prova válida de uma forma técnica de iluminação usada no Egito
Antigo.

A bateria de Bagdá

A única indicação de eletricidade na Antigüidade até o momento é uma coleção de


pequenos potes achados perto do que hoje é Bagdá. Os mais antigos foram achados
em um assentamento Parthi, que era habitado na época do nascimento de Cristo. O
local da descoberta - presume-se um vale que coincidentemente foi descoberto como
sendo uma vila antiga em 1936 - sugere um assentamento ainda posterior. Os outros
potes podem até ter sido jogados pelo século XIII. Disso tudo, qualquer uso de tais
dispositivos no Egito Antigo parece muito improvável.

Desde o começo o escavador chefe Wilhelm Koenig era de opinião que esses potes
haviam sido baterias usadas para galvanizar objetos. Alguns achados e manuscritos
levaram à crença de que os Parthians conheciam um método de cobrir cobre ou prata
com ouro usando cianeto de ouro - sem o uso de eletricidade. Com a reconstrução da
suposta bateria a taxa de galvanização podia ser quadruplicada.

Bateria = energia?

Há certamente diferenças entre uma técnica de galvanização acelerada e a iluminação


de uma lâmpada elétrica. No primeiro caso, pequenas amperagens e voltagens são
suficientes para o trabalho, mas não no segundo. Mesmo uma pequena lampadinha
precisa em torno de um Watt para fornecer uma tênue luz.

O desempenho de uma bateria é o produto da voltagem e amperagem (volt vezes


ampére). A voltagem é dependente da distância dos assim chamados potenciais
normais na tabela eletroquímica, um princípio conhecido há aproximadamente 200
anos.

A amperagem entretanto depende da superfície dos eletrodos usados. Uma bateria


ideal possui dois eletrodos com superfícies tão grandes quanto possível, com materiais
separados tão longe quanto possível na escala eletroquímica. Por exemplo, baterias de
discos como a famosa pilha de Volta, que consistia de placas de cobre e zinco. Ou
nossas baterias de zinco e carvão, nas quais o eletrodos central é de carvão ativado
com uma superfície ativa tão grande quanto um campo de futebol americano. As
'baterias' achadas em Bagdá entretanto são muito pobres em comparação. Algumas
continham apenas metais iguais (bastonetes de cobre em cilindros de cobre) e assim
não poderiam produzir nenhuma voltagem. E aquelas poucas que contêm o par de
metais cobre/ferro que estão separados apenas 0,5 volts na escala eletroquímica, têm
bastonetes únicos de ferro com uma superfície mínima como contra-eletrodos.

Baterias = luz?

Eu fiz uma reconstrução de uma bateria do tipo Bagdá. Ela produziu em torno de
0,4~0,5 volts com contatos abertos, e teve uma amperagem em curto circuito de
50mA. O desempenho elétrico é portanto de 25 miliWatts sem dispositivos conectados
(o que torna-se 1/10 com apenas uma lâmpada ligada).

Isso significa portanto que para a operação de apenas uma lâmpada de 1 watt seria
necessária a quantidade ridícula de quarenta baterias! Já que cada bateria pesa
aproximadamente 2 quilogramas, a lâmpada egípcia sem caixa e fiação pesaria em
torno de 80Kg!

Ah, depois de aproximadamente 8 horas de fornecimento de energia o interior da


bateria decompõe-se em uma lama verde e venenosa que precisa ser jogada fora. Para
a iluminação de locais de construção com baterias isso significa:

Uma lâmpada de 1 Watt requer 40 baterias por dia útil.


Um trabalhador precisa de uma lâmpada
10 trabalhadores escavavam cada local
cada escavação levava dois anos (de cálculos muuuuito bem estimados)
-> cada sistema precisa de 292.000 baterias!
Peso total: 584 toneladas!
Há 400 grandes locais subterrâneos no Egito
-> 116 milhões de baterias seriam necessárias
--> Em um total de 233.600 toneladas!

Todas essas baterias teriam que estar em algum lugar como ferro velho ou lixo. O
número de baterias achadas no Egito, entretanto, é ZERO!

Há outro item menor sempre 'esquecido' pelos proponentes de baterias antigas: O


ferro. Ferro era um metal raro e precioso no Egito, porque não há minas de ferro por
lá. As mais próximas minas de ferro estão na atual Turquia, que na época dos egípcios
estava em firme possessão dos Hititas, que tinham um monopólio em produzir itens de
ferro desde 1600 AC. Mas cada 'bateria' precisava de um bastonete central de ferro
como eletrodo principal. Assim é simplesmente impossível que um metal usado pela
primeira vez em 1600 AC tenha desempenhado um papel central em iluminar
pirâmides construídas mais de 1000 anos antes! Cada bateria continha ao redor de
150 gramas de ferro, assim para que todas 400 grandes tumbas em torno de 17.400
toneladas deste metal mais precioso que ouro eram necessárias!

Destes números podemos concluir facilmente que a operação de lâmpadas elétricas


com as assim chamadas baterias de Bagdá era simplesmente impossível. Mas
nenhuma outra fonte antiga de energia é conhecida, assim qualquer lâmpada encara o
problema da ausência de uma fonte de força.

No programa de televisão "Aliens - eles retornam?" de Erich Von Daniken, ele tentou
fazer uma conexão entre as baterias de Bagdá e as lâmpadas de sua forma típica. Ele
tentou sugerir que uma lâmpada de descarga de gás poderia ser alimentada por tal
bateria. Assim ele conecta um multímetro digital à bateria - um ruído alto sugere uma
alta voltagem. Então nós podemos ler uma voltagem não definida de "0293" no
medidor; depois ele apresenta uma 'reconstrução' de uma lâmpada de gás do tipo
Dendera também conectada a um medidor, e dá a impressão de que ambas as
voltagens são iguais!

Outras fontes de energia

"Se os egípcios já conheciam baterias, então geradores diferentes provavelmente


também teriam sido conhecidos" é uma forma alegre, mas absurda ou errada de
provar uma teoria.

Quando Volta experimentou com suas baterias (aliás, 10.000 vezes mais eficientes),
ele vivia em um era de pesquisa e progresso. Cada detalhe, cada aperfeiçoamento era
publicado e centenas de cientistas ao redor do globo estavam ocupados com o estudo
da natureza e trocavam seus resultados em inumeráveis publicações. Mesmo assim
demorou quase 200 anos até que a indução fosse descoberta, e dela no final o gerador
foi desenvolvido. Isto requeriu uma inumerável quantidade de pequenos passos, e
cada um deles pode ser reconstruído de diversas publicações.

Para a região Pártica, Babilônica ou Egípcia não há entretanto evidência conhecida de


um estudo sistemático de física ou química, o que é um pré-requisito mandatório para
o desenvolvimento de tal técnica. Mas sem esse conhecimento nenhum gênio amador
poderia "por coincidência" inventar algo como um gerador. Esta conclusão é portanto
tão razoável quanto dizer "Eles tinham rodas, portanto conheciam o motor a
combustão interna".

Enquanto nenhuma descoberta a respeito do desenvolvimento de tal tecnologia seja


feita, nós devemos excluí-la. Até Krassa/Habeck declaram o pilar Djed, para nossa
surpresa depois de defini-lo na primeira metade de seu livro como um "isolador
elétrico", como um gerador que produz eletricidade com "ar quente e poeira"...
Inquestionavelmente lâmpadas?

Os relevos de Dendera mostram, como se pode ver na foto, um bulbo em forma de


pêra com aproximadamente 2,5m, que parece ter um diâmetro máximo de 1 metro e
algo em torno de 50 cm de diâmetro no extremo
fino. Que tal objeto poderia funcionar como uma
lâmpada fluorescente foi mostrado pelo engenheiro
W. Garn, que projetou uma lâmpada que parece-se
com esta representação. Os pequenos braços,
estendendo-se adentro do bulbo de vidro, emitem
um brilho tênue quando alta voltagem é aplicada.
Assim este objeto é uma lâmpada, e representa
uma lâmpada tão 'obviamente' que outra
interpretação do objeto representado é
simplesmente impossível. Porque, como alguém
declarou: "Enquanto nenhuma outra interpretação
convincente possa ser mostrada pela ciência
acadêmica não há razão para ver algo além de
uma lâmpada no desenho".

Estranhamente, nas fotos acima você pode ver algumas lâmpadas atuais e antigas.
Lâmpadas halógenas, lâmpadas spots, tubos fluorescentes - e nenhum deles tem
qualquer semelhança com a construção de Dendera. Até a lâmpada de sódio de alta
pressão à direita, embora um pouco similar à primeira vista, é completamente
diferente em tamanho, estrutura e modo de operação de sua contraparte Dendera.
Particularmente eu sinto falta dos tão importantes braços adentrando as lâmpadas.
Assim, se você conhece alguma lâmpada em uso atualmente ou no passado que seja
igual à de Dendera, por favor, mande-me uma foto. Até então eu não vejo razão para
interpretar as inscrições de Dendera como lâmpadas.

Discrepâncias técnicas

Dos desenhos podemos reconstruir o tamanho dos objetos representados. Com


comprimento de 2,5 metros, um diâmetro máximo de um metro e mínimo de 50
centímetros nós podemos calcular o volume aproximado de um cone truncado de
aproximadamente 2 m de comprimento e uma semi-esfera de um metro de diâmetro.
O volume combinado é em torno de 1,12 m3, a superfície do objeto chega a
aproximadamente 6,3 m2.

O volume representa, como veremos, um ponto substancial contra a interpretação


técnica dos relevos de Dendera.
Todas construções de lâmpadas baseiam-se em poucos princípios técnicos.
Lâmpadas de estado sólido são baseadas em junções de semicondutores e têm, como
por exemplo os LEDs, volumes mínimos.

Lâmpadas de descarga de gás como lâmpadas fluorescentes ou de néon/fósforo


precisam de altos vácuos preenchidos com gases nobres (néon) ou vapores de metal
(mercúrio). Lâmpadas de filamento normalmente contêm um alto vácuo, de forma a
prevenir a queima do filamento, ou estão cheias de um caro gás nobre.
Lâmpadas halógenas são preenchidas de gases quimicamente reativos, que se opõem
ativamente à evaporação do material do filamento.
Lâmpadas de alta pressão contêm gases reativos a alta pressão e têm a melhor
eficiência luminosa.

Todas essas lâmpadas, com exceção do LED, contêm assim seja um gás em densidade
desprezível ou gases diferentes, caros.

No primeiro caso uma pressão de 63 toneladas residiria no objeto de Dendera. Para


suportar tal pressão imensa, o objeto teria de possuir uma espessa parede, com
aproximadamente dois ou três centímetros. O peso deste bulbo seria então de
aproximadamente 750 quilos. E este monstro seria ainda assim uma bomba esperando
para explodir: uma pequena fissura no vidro causada por resfriamento desigual
durante a fabricação, e a lâmpada Dendera implodiria com a força de uma bomba. O
efeito de fragmentação deveria ser mortífero na periferia de vários metros!
Pessoalmente eu também não conheço nenhum bulbo de vácuo feito de vidro com
formato e tamanho similares construído atualmente, e isto deve ter suas razões...

No segundo caso a lâmpada de Dendera teria que conter gás suficiente para preencher
pelo menos 713.000 (!!!) lâmpadas halógenas com um desempenho combinado de 14
milhões de Watts!!! Qualquer um pode adivinhar o que brilha mais: uma lâmpada
monstro Dendera ou 713.000 lâmpadas halógenas.

Em ambos casos a construção de Dendera é caracterizada primariamente por sua


inutilidade. Um bulbo simples ou uma lâmpada halógena de 500W precisa de menos
recursos, é mais simples e mais segura contra defeitos de fabricação que tal monstro.

Contra-argumento: A escala está errada

"Os egípcios desenharam pessoas e artigos importantes maiores que os menos


importantes - portanto os bulbos de Dendera são exagerados em seu tamanho" é um
contra-argumento a essas críticas.

Entretanto isto não é aplicável. É correto que os egípcios usaram várias escalas
diferentes em um mesmo desenho. Porém a mudança não é arbitrária: ela se refere,
se objetos genuínos são representados figurativamente, em todo caso a grupos. O
Faraó que se senta ao lado de sua família no trono é desenhado em uma escala maior
que a do grupo dos servos que entregam seus tributos. Mas dentro da família
faraônica, exatamente como no grupo de pagadores de tributo, uma escala constante
sempre é usada. Nenhum faraó se senta em um trono em miniatura, e nenhum
fazendeiro monta um búfalo gigante através do campo. Se as figuras de Dendera
representam objetos reais (e não são simbólicas), elas teriam que ter inevitavelmente
exatamente a mesma escala das pessoas presentes.

As coisas são diferentes com representações não-figurativas. Freqüentemente as


figuras são misturadas com símbolos com certos significados, por exemplo nomes, de
forma que as duas formas possam ser separadas apenas com algum esforço pelo leigo.
Na paleta de Narmer, o Faraó está atrás do desenho de um enorme peixe-gato e um
igualmente enorme formão. Mas o peixe-gato não representa um peixe aqui, e sim
uma sílaba (Nar), exatamente como o formão faz (Mer). Ambas sílabas formam o
nome do governante (Nar-Mer) e são mostradas com quase o mesmo tamanho que o
Faraó que representam.

Para entender estas coisas um certo conhecimento sobre a estrutura e o simbolismo


dos relevos egípcios ajudaria, embora trazer tal conhecimento "acadêmico" seja
freqüentemente considerado desprezível. Provavelmente porque pode destruir
especulações tão interessantes...

Contradições

Se você der uma boa olhada nos relevos de Dender,


encontrará rapidamente uma engraçada contradição.

A "reconstrução" da lâmpada de Dendera pelo engenheiro


W. Garn já foi mencionada. Este é o único tipo de lâmpada
funcional parecido com os objetos de Dendera, mesmo que
em uma escala menor (assim ele pode ignorar os
problemas de pressão de uma "lâmpada" Dendera em
escala real). O bulbo é uma lâmpada fluorescente a baixa
pressão, e a luz é produzida por uma descarga de gás no
eletrodo. Garn vê um eletrodo no objeto parecido com uma
flor no extremo menor do bulbo, e o outro eletrodo que
emite luz é representado pelos pequenos braços
estendendo-se do 'pilar isolante' ao interior do bulbo. Com
altas voltagens e baixa pressão efeitos luminosos podem
realmente ser vistos em torno dos dois braços. Mas e
quanto à serpente? Deve ter sido um símbolo para "brilho"
e uma representação do filamento de luz - mas a lâmpada
de Garn não produz tal efeito.

E agora? Bem, é fácil. Se não há nenhuma serpente brilhante para ser vista, a
serpente subitamente transforma-se em um símbolo para a corrente elétrica, um
símbolo para algo que não pode ser visto. Então quando os egiptologistas declaram
que a serpente é um símbolo para o Sol nascente, isso é ridículo. Mas quando os pré-
astronautas declaram que a mesma serpente é um símbolo para outra coisa, é
permitido?

A lâmpada de Garn é muito fraca, e que algo está brilhando só pode ser visto em salas
muito escuras. Não é uma grande lâmpada, mas mesmo assim a construção funciona.

MAS: Você pode encontrar em Dendera vários tipos diferentes de bulbos. Um com
os braços adentrando o bulbo. Outro, onde o próprio bulbo apóia-se nos braços e não
há contra-eletrodo! E um terceiro, onde todo o objeto não está nem perto de um
pilar Djed, que é um símbolo tão eminentemente importante para corrente elétrica.
Estas duas outras construções nunca poderiam ter sido uma lâmpada!!!

Mal observadas?

"Os egípcios viram as lâmpadas apenas por um curto período e não podiam se lembrar
se os braços estavam dentro ou fora da lâmpada. Assim eles inscreveram três
diferentes versões para que pelo menos uma mostrasse o que eles realmente viram."
Má tentativa.

Já que os braços são a única coisa emitindo luz na "re"construção de Garn, qualquer
um que visse tais objetos se lembraria de que os braços eram importantes coisas
brilhantes na lâmpada. Mais: esta suposição tira a lâmpada dos inventores egípcios e
cria apenas mais outra história mal contada de culto cargo.

A propósito: O contexto cultural relativo aos objetos de Dendera pode explicar todos os
três tipos de objetos, e não apenas um. Outra coisa: em literatura arqueoufológica é
fácil encontrar o termo "reconstrução". Mas, como eu descobri, elas raramente
mercem tal nome. Estas "re"construções são geralmente apenas construções feitas de
forma que os detalhes externos combinem com elementos mostrados ou descritos em
fontes antigas. Esse é o caso de uma lâmpada parecendo com o objeto de Dendera.
Possível - mas inútil. Há uma razão pela qual nós iluminamos nossos quartos com
lâmpadas comuns e não com gigantes Dendera de 2,5m...

***

Nota: Esta é uma tradução da primeira parte das páginas de Frank Doernenburg a respeito
dos relevos de Dendera, abordando os problemas técnicos de interpretar os desenhos como
lâmpadas elétricas. A segunda parte, que pode ser encontrada em inglês no website
'Mysteries of the Past', trata de uma interpretação cultural em contexto do que os desenhos
realmente simbolizam, incluindo uma tradução das inscrições que acompanham tais
desenhos.

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