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Uma explicação possível vem de um artefato achado 100km a leste, onde hoje está o
Iraque: Um pote com um estranho conteúdo. Um cilindro de cobre, selado com betume
até a abertura, contendo um bastonete de ferro corroído bem no meio do cilindro.
Desde o começo em 1936 o escavador estava certo: Este é um dispositivo galvânico,
uma bateria. De fato, tentativas de reconstrução mostraram que é possível produzir
eletricidade com ele.
Posteriormente, desde o tempo dos árabes em torno do ano 1000 até o interior das
pirâmides tornaram-se áreas turísticas. Assim, o tempo em que pesquisadores e
ladrões de túmulos estiveram dentro das tumbas nos últimos 300 anos deve
ser maior que o tempo ocupado pelos construtores originais. Pelo menos nesse
período podemos ter certeza de que ninguém usou lâmpadas elétricas faraônicas, mas
sim tochas, velas e lamparinas.
Se você quiser se convencer isto, pode fabricar uma lamparina a óleo do tipo que até
um homem das cavernas poderia ter usado sem muito esforço. Você só precisará de
uma tigela rasa, como um cinzeiro por exemplo, um pavil com 5 a 10cm de fibra de
planta natural e algum óleo comestível. Os egípcios usavam óleo de palmeira ou de
oliva, e o último será suficientemente realístico para nosso experimento. É importante
que o pavil não contenha fibras artificiais!!!
Agora encha a tigela com óleo, embebeda o pavil com um pouco de óleo e ponha-o na
beirada da tigela, de forma a deixar aproximadamente 5-7 milímetros para fora da
tigela. Acenda o pavil e observe. Se o pavil não for muito comprido, você não
conseguirá descobrir nenhuma fuligem! Pegue uma superfície clara como um prato e a
segure a uns 50 cm da lamparina. Você não verá nenhuma fuligem mesmo depois de
horas. Apenas se você segurar o prato na parte superior da chama será possível
produzir depósitos de fuligem. O mistério em torno da fuligem ausente não existe. Não
é uma evidência ou prova válida de uma forma técnica de iluminação usada no Egito
Antigo.
A bateria de Bagdá
Desde o começo o escavador chefe Wilhelm Koenig era de opinião que esses potes
haviam sido baterias usadas para galvanizar objetos. Alguns achados e manuscritos
levaram à crença de que os Parthians conheciam um método de cobrir cobre ou prata
com ouro usando cianeto de ouro - sem o uso de eletricidade. Com a reconstrução da
suposta bateria a taxa de galvanização podia ser quadruplicada.
Bateria = energia?
Baterias = luz?
Eu fiz uma reconstrução de uma bateria do tipo Bagdá. Ela produziu em torno de
0,4~0,5 volts com contatos abertos, e teve uma amperagem em curto circuito de
50mA. O desempenho elétrico é portanto de 25 miliWatts sem dispositivos conectados
(o que torna-se 1/10 com apenas uma lâmpada ligada).
Isso significa portanto que para a operação de apenas uma lâmpada de 1 watt seria
necessária a quantidade ridícula de quarenta baterias! Já que cada bateria pesa
aproximadamente 2 quilogramas, a lâmpada egípcia sem caixa e fiação pesaria em
torno de 80Kg!
Todas essas baterias teriam que estar em algum lugar como ferro velho ou lixo. O
número de baterias achadas no Egito, entretanto, é ZERO!
No programa de televisão "Aliens - eles retornam?" de Erich Von Daniken, ele tentou
fazer uma conexão entre as baterias de Bagdá e as lâmpadas de sua forma típica. Ele
tentou sugerir que uma lâmpada de descarga de gás poderia ser alimentada por tal
bateria. Assim ele conecta um multímetro digital à bateria - um ruído alto sugere uma
alta voltagem. Então nós podemos ler uma voltagem não definida de "0293" no
medidor; depois ele apresenta uma 'reconstrução' de uma lâmpada de gás do tipo
Dendera também conectada a um medidor, e dá a impressão de que ambas as
voltagens são iguais!
Quando Volta experimentou com suas baterias (aliás, 10.000 vezes mais eficientes),
ele vivia em um era de pesquisa e progresso. Cada detalhe, cada aperfeiçoamento era
publicado e centenas de cientistas ao redor do globo estavam ocupados com o estudo
da natureza e trocavam seus resultados em inumeráveis publicações. Mesmo assim
demorou quase 200 anos até que a indução fosse descoberta, e dela no final o gerador
foi desenvolvido. Isto requeriu uma inumerável quantidade de pequenos passos, e
cada um deles pode ser reconstruído de diversas publicações.
Estranhamente, nas fotos acima você pode ver algumas lâmpadas atuais e antigas.
Lâmpadas halógenas, lâmpadas spots, tubos fluorescentes - e nenhum deles tem
qualquer semelhança com a construção de Dendera. Até a lâmpada de sódio de alta
pressão à direita, embora um pouco similar à primeira vista, é completamente
diferente em tamanho, estrutura e modo de operação de sua contraparte Dendera.
Particularmente eu sinto falta dos tão importantes braços adentrando as lâmpadas.
Assim, se você conhece alguma lâmpada em uso atualmente ou no passado que seja
igual à de Dendera, por favor, mande-me uma foto. Até então eu não vejo razão para
interpretar as inscrições de Dendera como lâmpadas.
Discrepâncias técnicas
Todas essas lâmpadas, com exceção do LED, contêm assim seja um gás em densidade
desprezível ou gases diferentes, caros.
No segundo caso a lâmpada de Dendera teria que conter gás suficiente para preencher
pelo menos 713.000 (!!!) lâmpadas halógenas com um desempenho combinado de 14
milhões de Watts!!! Qualquer um pode adivinhar o que brilha mais: uma lâmpada
monstro Dendera ou 713.000 lâmpadas halógenas.
Entretanto isto não é aplicável. É correto que os egípcios usaram várias escalas
diferentes em um mesmo desenho. Porém a mudança não é arbitrária: ela se refere,
se objetos genuínos são representados figurativamente, em todo caso a grupos. O
Faraó que se senta ao lado de sua família no trono é desenhado em uma escala maior
que a do grupo dos servos que entregam seus tributos. Mas dentro da família
faraônica, exatamente como no grupo de pagadores de tributo, uma escala constante
sempre é usada. Nenhum faraó se senta em um trono em miniatura, e nenhum
fazendeiro monta um búfalo gigante através do campo. Se as figuras de Dendera
representam objetos reais (e não são simbólicas), elas teriam que ter inevitavelmente
exatamente a mesma escala das pessoas presentes.
Contradições
E agora? Bem, é fácil. Se não há nenhuma serpente brilhante para ser vista, a
serpente subitamente transforma-se em um símbolo para a corrente elétrica, um
símbolo para algo que não pode ser visto. Então quando os egiptologistas declaram
que a serpente é um símbolo para o Sol nascente, isso é ridículo. Mas quando os pré-
astronautas declaram que a mesma serpente é um símbolo para outra coisa, é
permitido?
A lâmpada de Garn é muito fraca, e que algo está brilhando só pode ser visto em salas
muito escuras. Não é uma grande lâmpada, mas mesmo assim a construção funciona.
MAS: Você pode encontrar em Dendera vários tipos diferentes de bulbos. Um com
os braços adentrando o bulbo. Outro, onde o próprio bulbo apóia-se nos braços e não
há contra-eletrodo! E um terceiro, onde todo o objeto não está nem perto de um
pilar Djed, que é um símbolo tão eminentemente importante para corrente elétrica.
Estas duas outras construções nunca poderiam ter sido uma lâmpada!!!
Mal observadas?
"Os egípcios viram as lâmpadas apenas por um curto período e não podiam se lembrar
se os braços estavam dentro ou fora da lâmpada. Assim eles inscreveram três
diferentes versões para que pelo menos uma mostrasse o que eles realmente viram."
Má tentativa.
Já que os braços são a única coisa emitindo luz na "re"construção de Garn, qualquer
um que visse tais objetos se lembraria de que os braços eram importantes coisas
brilhantes na lâmpada. Mais: esta suposição tira a lâmpada dos inventores egípcios e
cria apenas mais outra história mal contada de culto cargo.
A propósito: O contexto cultural relativo aos objetos de Dendera pode explicar todos os
três tipos de objetos, e não apenas um. Outra coisa: em literatura arqueoufológica é
fácil encontrar o termo "reconstrução". Mas, como eu descobri, elas raramente
mercem tal nome. Estas "re"construções são geralmente apenas construções feitas de
forma que os detalhes externos combinem com elementos mostrados ou descritos em
fontes antigas. Esse é o caso de uma lâmpada parecendo com o objeto de Dendera.
Possível - mas inútil. Há uma razão pela qual nós iluminamos nossos quartos com
lâmpadas comuns e não com gigantes Dendera de 2,5m...
***
Nota: Esta é uma tradução da primeira parte das páginas de Frank Doernenburg a respeito
dos relevos de Dendera, abordando os problemas técnicos de interpretar os desenhos como
lâmpadas elétricas. A segunda parte, que pode ser encontrada em inglês no website
'Mysteries of the Past', trata de uma interpretação cultural em contexto do que os desenhos
realmente simbolizam, incluindo uma tradução das inscrições que acompanham tais
desenhos.