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DISSERTAÇÃO SUBMETIDA A
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAííTA CATARIIÍA
. PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE’
MESTRE EM LETRAS - LITERATURA BRASILEIRA
1 V ' L'
PR0F9-.MARIA HELENA CAMARGO REGI S V
ORIENTADORA
BANCA EXAMINADORA:
3 — ,o m . ^ ^
. . — . — — - —
Para SÉFORA RAMOS SANTIAGO,
mestra das letras do A-B-C,
■por me ter aberto a estrada da leitura,
PARTE li
1. SOBRE O MOVIMENTO MODERNISTA BRASILEIRO........ 5
2. A DÉCADA DE VINTE EM NATAL ................................. 22
3. O POETA JORGE FERNANDES........... .......................... 30
PARTE I I :
0 "LIVRO DE POEMAS", SUA MODERNIDADE................. 50
(Visão Analítica)
PARTE I I I : MUSICOGRAFAÇÃO
1. NOTA INTRODUTÓRIA ............... .......... . ................... 89
2. GLOSSÁRIO................................................................. 95
3. CANÇÃO DO INVERNO..................... ........................... 106
4. CANTILENA ............... . ....................................... .. 112
5. CANÇÃO DO L IT O R A L ................................................. 123
ANEXOS
RESUMO
' INTRODUÇÃO
NOTAS:
1 : Com o fim de mencionar melhor as citações dos poemas de Jor
ge Fernandes,usaremos as siglas LP -para o LIVRO DE POSMAS ,
e CP -para o caderno manuscrito de poemas.
-■*
te nos nossos pintores^ ainda impregnados das leis esteticas
, que nos subjugavam desde a "missão francesa". Se Aniita .■nos
.v trouxe as correntes novas do mundo pintoresco, Tarsila sinte
tizou as fonnas das nossas imagens e lançou nas suas telas as
cores vivas que saltam sob o sol brasileiro.
"Encontrei em Minas as cores que1 adorava quan
do criança. Ensinaram-me depois que elas eram
feias e caipiras. Segui o ramerrão do gosto
apurado, mas depois me vinguei, passando para
as minhas telas o azul puríssimo, o rosa vio
láceo, o amarelo vivo e o verde cantante. Es
tava criada a pintura Pau-Brasil, perfeito re
trato de um país m enino".( 4 )
Em Di Cavalcanti, há uma musa renovada, é a mula -
ta, o ser estético que pontifica os carnavais.
"Se na minha formação artistica «ama coisa tem
importância é o carnaval carioca ( . . . ) A mu
lata entrou na minha temática como procura da
síntese do sensualismo brasileiro, em sua na
tureza total". ( 5 )
Há, nestes dois depoimentos, uma sonância com o Ma
nifesto Pau Brasil:
"A poesia existe nos fatos* Os casebres de aça
frão e de ocre nos verdes da favela, sob o
azul cabralino:, são fatos estéticos.
0 carnaval do Rio é o acontecimento religioso
da raça. Pau B r a s i l ".( 6 )
A figura de Brecheret vem ocupar o espaço da escul
tura no Movimento Modernista de são Paulo. Veja-se a este res
peito, o capítulo 8 - 0 ESCULTOR TACITURNO da História do Mo
dernismo Brasileiro de Mário da Silva Brito,
O TROVADOR
"Um dia
eu hei de morar nas terras do Sem-fim
Vou andando caminhando caminhando
Me misturo no ventre do mato mordendo raizes
Depois
faço puçanga de flor de taja de lagoa
e mando chamar a Cobra Norato
Agora sim
*
me enfio nesta pele de seda elastica
e sai o a correr mundo".( 20 ) '
MARTIM CERERÊ
(síntese do poema)
COEMA PIRANGA
de primeiro no mundo
UI ARA
No país do sol
onde so havia sol
vestida de sol
cabelo muito verde
olho s-ruui t o-ouro
chamava-se Uiara.
AMOR SELVAGEM
Então Aimberê
nascido crescido
sem nunca chorar,
metido na sua
tanga de jaguar
viu ela no banho
■
LsEíEtfHORF0 33
BRASIL—MENINO .
I .. .......... .
Meu pai era um gigante domador de leguas.
quando um dia partiu, a cavalo,
III
E eu me lembrei de procurar um par de botas
das que meu pai usava e por o par de botas
atras da porta do sertão que resmungava
^entocaiado no arvoredo.
IV
V
Por fim cresci. Hoje sou grande,
17
#. S EIS OfUSÍÂMPAG O
a forma de uma h ar p a ,
g e o g ra fic a m e n te .
£ O; B r a s il é este poema
menino
que acontece na v id a
da g e n te... (23)
*
Os l í d e r e s do grupo dos n a c i o n a l i s t a s eram: P lin io
ra a t u a l " . ( 24)
s ia P a u - B r a s il;
26. CAMP OS, Augusto.Pagu Vida -Obra, SP, Ed. Brasili ense S. A .1982,
p . 240
27.TSLBS, Gilberto Mendonça.Ibdem.p. 244
■
*
Essâ "a t u a lid a d e r e g is tr a d o r a do raoinento, e que
os inpele para a tematica do'presente, isto é, a des.truiçao .
de tcdas os estereótipos acadêmicos. A beleza, â ordem,-a .pro
porçib;-e a harmonia, sustentáculos do Parnasianismo,foram sa-
cudido® pela "rs-nova—açao" modemist& que viainelas, ideias
em:perpétua transformação» porque eram valores dinâmicos.
5 Q)Através da identificação total com os problemas
políticos e econômicos do Brasil,dá-se uma participação ati
va do artista na vida nacional. É bom lembrar a importância
do "Marâim Cererê de Cassiano Ricardo; a força crítica da "A-
ba-Poni"' <âe Tarsila; a militância política da jornalista e
poetisa Patrícia Galvão (Pagu) e ainda a poesia de crítica acs
sistemas poli ti co ír-soei ai s e estéticos de Oswald de Andrade.
Corria a n o i t e , a m eio , em p lá c id a d e r r o ia ,
Po r sobre o dorso a z u l da v ag a b o r e a l . . .
In d a v in h a bem lo n g e , a l o u r a m adrugada,
Examinando o n o r t e , in te rr o g a n d o o s u l.
Do v i g i a a b r a d a r : - Alertai V e l a a prôaí
os n o ss o s p o e t a s , o m a is r e c i t a d o ( . . . ) 0 m ais
ta e um r e p u b l ic a n o . Amando, v iv e n d o , sentindo
R epublicanos é tempo
✓
de confirmar nossa fe.
Quem fo r covarde que f u j a ,
*
com as escolas anteriores, nao so no campo so_
ciai, político, filosófico, religioso,mas, so^
bretudo no domínio das artes e das letras.
(...) somados ao conservantismo da m aioria,en
feitiçada pela forma, pelo' ritmo,pela rimafp_e
la cadência, nem sempre bem sonante do verso
estilizado e sem idéia, constituiam o maior
impecilho a um reexame da questão, já não di
zemos em forma de adesão, mas, ao menos em
sentido de compreensão e simpatia." ( 3 5 )
Constata-se pois, segundo estas irrefutáveis cità-
çoes do professor Manuel Rodrigues de Melo, que a década de
20 natalense tinha suas fixações esteticas, de modo que os no
vos padrões formais não encontravam meios_.de prosperar. A for
ma fixa do soneto -muito mais de cunho romântico .que mesmo
parnasiano- impregnava o fazer poético literário da cidade.
No seu livro, Panorama da Poesia Norte-Riogranden-
se, Rômulo Wanderley coletando 238 poemas de diferentes auto
res e fazendo comentário sobre os mesmos, diz-nos ser Nisia
Floresta nosso poetamais antigo (1810-1875) e que no Rio G-ran
de do Norte ate
'•Antes de 1922, poucos poetas haviam publicado
livro de versos". (36)
É interessante notar que na referida coletânea (pu
blilcada em 19 6 5 , já contendo autores da década de sessenta)
dos 238 poemas que a compõem, 134 têm a forma de soneto, por
tanto, mais de 50fo das unidades guardam, a velha forma, enquan
to os poemas feitos à maneira dos modernistas são apenas em
✓
numero de 27, isto quer dizer, pouco mais de 1Q?° no total de
poemas selecionados, sendo, os restantes, todos rimados, na
quela acepçao de ser a rima uma marca de fim de verso. É im -
portante dizer que, dos versos à maneira modernista, a maio -
Garotada no céu
bros de sol:
~ *
0 5 . Os sapotizeiros de estimaçao das chacaras vi-
✓
zinhas
06. Parecem ter uma grande piedade das pitombei -
£ ras
(L .P . -p.78)
01. Sinos.’
02. Oh! Velhos sinos!
03. Sino dos velhos.
t *i
A musicalidade que este poema possui e extraordma-
ria uma vez-que o poeta consegue grafar o som dos sinos enco
bertos nas palavras ME EMBALAI e DOBRAI. Se atentarmos para a
massa sonora dos versos que trazem estas palavras, vamos tam
bém encontrar o registro grafico das aleluias ( 08 . Me embalai!
Me embalaiJ) e dos dobres. ( 1 6 .Dobrai! Dobrai!)
A cozinha local, plena de d e lic ia s ,q u e enche a bo
ca d'água, ainda que na recordação, é também motivo para o
poeta:
-Mãe, embala-me
*
No ultimo sono:
Pai, calcina_me os ossos,
Para a elaboração de outras vidas!
; (c .p . )
*
08. 0 Forde vai estrada afora moendo léguas...
09. Milietas de mutucas giram zonzas ao cia -
£ rão dos olhos fó rdico s...
✓' r
das como um flash. de uma maquina fotografi—
ca". (39)
É interessante lembrar que no seu caderno de poe
mas, à pagina 1 0 , há uma composição em que ele diz, abaixo,na
folha: "Recordando a infância do Avião!" A referida composi
ção traz esta espontaneidade, estas imagens do dizer de Jor
ge Fernandes. Vejamos integralmente o poema:
nandes: (45)
"-Papai era um homem m uito sim p le s, não dava
LITOR A L.
já são p raticam ente t r i n t a anos d eco rrid o s da mor
0 1 . M a r ia "Uçam ole"
0 2 . V e lh in h a p a r t e i r a
0 6 . Soprou-lhe a m o l e i r a , . .
0 7 . Ensaiou-o p ra v id a
(C .P .)
Dona-Sinhá .
01. V e lh in h a c a d u c a ...
0 2 . . Rostinho e n g a l h a d o .. .
03«- Dizendo t o l i c e s . . .
0 4 1 Ralhando p o r tu do ,
(C .P .)
42
B ic h in h a de casa
N e g r i n h a .. .
V e s t id a
de branco engomado
bem a lv o .
bem f o r t e s , se rin d o p ra t u d o . . .
N eg rin h a a sse a d a
M o leca
ouvi da
c h e ira d a
Se lem bra de t u d o . . .
A f a l a uma f a l a
cantada
dengosa
que até se parece
com a f a l a da dona
da ca sa .
06. Borboletas?...
07. Pes descalços?...
08. (Tolices meu Casemiro)
09. Braços n u s ? ...
10. -Sim, mas para abraçarem
11. Nas praias ensolaradas
12. As "incríveis" namoradas...
13« (Ahí disto tenho saudades!. . . )
(C .P .)
*
0 poeta amou o sol e sentiu, corno ninguém, a ale -
gria do verão:
-Senhora, um "Ratinho"
Ele vai para o céu!
E o pobre "Bichinho"
De vida tão frágil,
Sofrendo cresceu!
E o pobre "Ratinho"
Por tristes~caminhos,
Procura venturas,
Amores. . . . Carinhos.
Tão s o ! ... Sem ninguém!
(C. P .)
b i o g r a f ia e s q u e m a t iz a d a de jo r g e fsr n a n d e s
o l iv r o de p o e m a s , sua m o d e r n id a d e
Ex.n? 2:
23. Mas a grande vida brasileira esbarra a inspi -
[ração
24. Do pobre poeta que na sua terra tem palmeira
25. Onde nunca cantou o sab iá ... (Ele so canta no
[^mofumbo e nas catingas. . . )
(LP -p.49)
(LP -p.43)
54
Ex. n2 5:
04. ( . . . ) Tarde cheia de nuvens vermelhas do;
[ poente...
(LP -p.44)
JAHü
(LP - p.55)
C ll0Õe
30. Pra ler o meu grande poema do passado...
ARAPUCAS.-. .
(LP -p.84)
A RODA.
(LP -p.80)
REDE.
(LP -p.79)
Bnbaladora do so no ...
Balanço dos alpendres e dos ranchos...
Vai-e-vem das modinhas langorosas...
Vai-e-vem de embalos e canções...
Professora de v io lõ e s ...
Tipoia dos amores nordestinos...
Grande.. .larga e fo r t e ...p r a c a s a is ...
Berço de grande raça
S ü s A
3 P E N
Guardadora de sonhos.
Pra madoma ao meio-dia...
62
Grande.. . côncava...
La no fundo dorme um bichinho:
-Ô.. . ô . . . 6 . . . 0 0 . V.ôôôôôôôôô...
(LP-p.58)
Ex. n.9 2:
Mão - abre - carrascos...
Mão - abre - picadas...
(LP -p.50)
Ex. n23:
Chupando.. . espumando... rosnando...
(LP -p.63)
Ex. n^ 4 :
Acauã -grito de inverno-
Rapina...
"-Óleos.. .f i o s . . .p o lc a s .. .alavancas
Apitos. Ponteadores. Carrités".
(LP -p.41)
8 . PIGNATARI, Décio.Ibdem,p»03
67
9. ANDRADE,Mário.Ibdem,p.245
10. MEDEIROS»J.In: ESCRITA ano I I ,n ? 2 1 , Junho,1977
68
poem o livro.
Esta linguagem plena de nova feitura no ato de di
„/ f *
zer, constitue nao so uma das tônicas líricas, mas também mo-
deraas -a pessoalização do artista, imprimindo sua marca ori
ginal no tecido poético, dando asas à liberdade criadora, fa
zendo das imagens a poesia dòs versos, manipulando as pala
vras conhecidas e transformando-as através de sua chama pró
pria de criador.
Como mostra da linguagem ornamental de Jorge Fer-
nandesjVamos tomar, a guisa de exemplo, fragmentos de versos,
retirando-os dos poemas, sem preocup_ação com a ordem de dis
tribuição no livro.
METÁFORAS:.
JFalanges destes mortos1 ( p .33) referente aos poetas do passado..
Serras carecas (p .34) serras que não têm vegetação no cimo.
Olhos de gato brabo ( p . 36) farois do carro.
Moendo léguas (p., 36) percorrendo caminhos.
Caracol uma cobra de areia ( p .38) estrada nas serras.
Espelho ordinário furado no mergulho das marrecas (pc. 38 )açude.
Marmeleiros pintados de lã ( p .38) as partes que se desprendem
dos comboios de algodão
Cajus.. . virgulados de castanhas (p .44) castanha=figura da vír
gula.
Bufando motocicletas ( p .48) sons do veículo.
Bondes chiando ( p .48) sons do veículo.
Lagrimas de leite ( p . 57) seiva que escorre do corte da mani -
çoba.
Cascavel sassaricando ( p . 57) movimentos da cobra.
Tamanho de um arapua (p»62) ninho do casaca-de-couro.
A lua treme n ’ água remexida ( p .67) reflexo da lua na água.
950 cavalos suspensos no ar (p .70) aviões.
Linha do mar ( . . . ) avião amarrou (p .72) queda do avião no hori
zonte.
A areia vermelha dos barrancos é um b e iju/Tostando na caçarola
de barro (p . 7 3 )
Escamas de peixe ( p .73) nuvens.
69
lar.
SIN3STESIAS:
Sino fanhoso (p .47)
Jurema cheirando a dentifricio (v. 4, Poema das serras n24 5P'38).
Noite morna (v .16, Meu poema parnasiano n 22,p .42)
Tarde-calor ( v .06, Meu poema parnasiano n^3 /jP*44)
Voz açucarada de trovador ( v .3» Meu poema parnasiano n24 7 P* 46)
HCfvíOGRAFIAS:
Pará (= cidade e destino) (v. 5, Avoêtes ,p. 6 1 )L. -
_______ __ ____________
Arribação (=ave e retirante)(v.9, Avoêtes,p .61)
Argos (=nome próprio e navegante) ( v . 2, Aviões 3 ,p.61)
APOSTOS:
0 buso -telégrafo ( v . 20, Enchente , p . 6 3 )
Avoêtes.
-Nordestinas em revoos-
-Marias e Josés de asas libertas- ( v .4-8, Avoêtes ,p .61)
Verão -dezembro das cajuadas- (v. 1 , Verão , p.73)'
Alma de imburana -pau de abelha ( v .9, Manoel Simplício,p .7 5 )
FÚria de juazeiro -pau de espinho (v .10, Manoel Simplí cio »p. 75)
Arapucas.
-Varinhas de cabuatã ( v .2, Arapucas ,p . 8 4 ) 1
Esquecendo princípios como:
( p . 53)
Lampeiro = alegre; satisfeito; fe liz . ( p .34)
Loca = grota. ( p . 6 3 )
Milietas = em grande quantidade, ( p .36)
Mazaroio. = em grande quantidade; "ruma", ( p .38)
2. GRUPO FRA5E0LÓGIC0
2 .1 . DITOS POPULARES E GÍRIAS:
*
01. Casa dos mocos... das saramantas....
02. Escultura enigmática dos desertos...
06. Pra contemplação dos olhos de h o j e ...
(LP .p .35)
(LP -p.65-66)
bém malvada.
MA.0 líORDESTIlíA
Mão -abre- carrascos...
Vigorosa se ergue pra plantar...
Daqui...no Acre...
Ferida,tostada na queima dos cardeiros.. .
De enxadas...de cantigas... de v io la s ...
De Hazmonias...
0 BANHO DA CABOCLA
78
( LP -p.67 )
íyo St e s
02.;Serra em serra...
0 3 .Quebradas em quebradas...
04 . -Nordestinas em reroos-
05. Onde 0 seu Pará....
08 »-Marias e Josés de asas libertas-
09.Muma arribação alegre e clara
10,.Pro Horte*pro Acre das aratacas...
1 1 .Esvoaçando por-sobre as macambiras
(LP -p.61)
DemIdemidem*: - 0 auto-socorro -
-Quem vem ali?
Um operário que quebrou uma perna de uma grande al-
j^tura.
Viva o grande operário! -Viva o grande heroi do dia!
-Vivôôôôôl . . .
82
-É jôteí É jôte.'
0 varre-varre vassourinha.
0 -quem tem o anel?
Boca de forno - fornoi...
Tirando bolo - bolo.'...
j^lhas
83
0 4 .-Nordestinas em revôos-
05*Onde o seu P a r á ...
(LP -p.61)
MANHECENÇA
(LP -p.51)
l.NCTA INTRODUTÓRIA
GLOSSÁRIO
CANÇÃO DO INVERNO
CANTILENA
CANÇÃO DO LITORAL'
1. NOTA INTRODUTÓRIA
si rcr-
VOZ í --* i L Linha ligada, com subidas e des
CANTADA jcL 1 ' p " " cida, conservando o plano subi
í
FA I 1 1 da, em relação ao primeiro som,
M3* M l | | como a manter o chamamento.
ax j 1 í J
j vo ..... J _ . I . J
Te dou a força
Do meu braço*,.
Te dou manivas
Te dou enxada
-Terra molhada-
-Terra molhada-
Do sertão. . .
Te dou os eitos
De cem mil covas
pros algodões...
Terra molhada
Quero o teu milho
Quero o melão
Quero o inhame
Quero a coalhada
A carne seca
E os capuchos de algodão.
CANÇÃO DO INVERNO ;;
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w\or-rofj^)!)^ »10 lc>r-r<q_ iú dd 5o'.--^/H^ <Í6-tajMi>-iM-^op-vm<^. nvi-i^a -ja -
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1
Estrofe II
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Estrofe I I I
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Estrof e IV .■ '
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Estrofe V
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^íjQ.jí..foc "teu Ifi. otííQ'*-r°ó -\o. (Sjíoy/i r ü 1ü @Pr (1 ~K iéi - jj. Ikos .
M l ;j
lo \Je-Cáo ,
Como vimos,
o ritmo, que e o elemento o-rganiza -
: .’ í;
dor do poema, levou-nos a um tipo de sonoridade que: riem sem
pre coincide com o acento prosódico. Isto, acontece nos versos
5, 6, 8, 9 , 12, 20, 21, 22, 23, 26, 27 e 30. Esta freqüin -
cia, de quase 50^ no deslocamento do acento naílural ,da pala-
vra, tem a função de nos remeter aos vernos das canções po
pulares onde este efeito é comum. ’ Oswaldo de Souza '/ registía
✓ !
varias melodias cujo deslocamento do acento natural da pala
vra é notorio. A título de exemplo, citaremos um trecho de
um dos solos da cantiga de remeiros, "A piaba nada" (doc.n?
148, p . 23) e a frase inicial do "Romance de Zèzínho e Mari -
et
quinhas" (do. n^ 168, p . 62): '
—r^vr— t-
—i—1—1— I—-—
j / 4. , i/-y ' i ' '
Me-Wi - Vino-bora
±3 Ê i ^ í
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Hgq si-nkô Xú li-cen-tó v. iV'ü- e -òa-^Cj {%)
it M i)
/ — V-
jo: ;
Toda coberta (v . 9)
í De folhas verdes ( v . 10)
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*'j ...■ -- —. £ '~ ' — ... . *~ - .1_ v _ —- j
E s t r o fe I I I
£
( |S ) íe , io u ob C/av\ wv‘i( c o - u õ A ^ 5 ) 1^06 al " £^3 - - -d ó W • • •
Na e s t r o fe I V , o' ritm o , .-
p o r ; a ssim ilaç ã o i m p u l s i
Estroie IV:
1' I m _ I • I ^ T r m. m
g=d^ — --tE E I
— ------ ------------ i_t-/—
-- ------ ---- --1
f — — '= L . . g. -g—
v----g—
9----------i <
g ----e»--------
— g -- p
'A - *
<A«ct^£^o-<^<*0•
Estrofe V :
£ ^ :4 = T = F = Í * = F ^ — £ - i4_L - ^_L 5g
---- 3? ~À®—*—— -- / --jj-
/\-------*----- f--1
— •— -g--*-1
------- !- -- /-^-
----- j-
' —^— y__ *-
zn zz
fúO -ieú | n . o @>0ue -?op -fu-1 Q -v>o rq . y>a, -J u -r<u @1pra "ti
lèb=fT~'
j — *r i t T ■ r.
ÒQ . lUoiÇy ipc — \0 vje-rqo...
.11 2
CANTILENA
v .0 1 : Y p n l I ! /
A iuí. e ' (é
v .o i : y r n n j ) ] j o |
h> lu2, -\v\-C4 do wií
v . 02: n n n i â.
VLhHd tcty O \u -O cVi(Li<3
V.03: y P 1 L ^ ^ i o
-Vam ó e n ^ o òc. wm
v. 04: y t*. n f ~ I I I r í ò-
v. o s. 06: / r p i p n r n n i y è-
iQs
v-—’ o-\hsõó «9u<r<i)v)Q-tú
. s_r/ne^ço-vo•‘^> \ . - ' àob
0 - Q u e
114
v. 07e 03 r pn n nr, a .
E -roin ôc vto'-\)c> \cyy\X>f(j-òos, (JsY\-(x& •&*- vyi>w>
v . 09:
v.io= if n n ;; r n j
5e 'pO- fc- Cí - c i:jí.0<net 5QLL-*c>a -òc
v. 1 1 : 7 ^ f \~] / f5 í i
D Ob \ c o - \ j ú - è o ~ r i (, n a í, O ucr. CQb
v .1 2 : y f ( j F m I 1 O
O /1-òt lu- VM-O - . -. D$
/ ^
Duas células ritmicas aparecem, nesta quadra,pe
la primeira vez. Trata-se de dois grupos de semicolcheias
que, nor seu andamento mais ráuido, se salientam como também
se salientam, por duração inversa, as mínimas e semibreve.
Sobre a função destes grupos de semicolcheias, vejamos: elas
recaem justamente nas palavras TROVADORES ( v .11) e LUTAVAM
(v .1 2 ). Ora, esta disposição não é gratuita, vem nos chamar
atenção para a posição do trovador como guerreiro. Esta po
sição vem se encontrar com mais um caráter saudosista da vi
•»
"... as noites publicas do Natal terminavam
as 9 hóras com os fogos apagados, as vozes
caladas ( . . . ) Tempo fe r o z ,( . . . ) depois do
toque de recolhida - isto é, as badaladas
do sino, pouco depois da caixa: idas nove,
quem estivesse na venda ou tabernas pagava
dois mil reis de multa e ia para a Cadeia,o
duplo na reincidência'. A noite então os boê
mios, de certo, lutavam então cos seus vio
lões em guerras fantasticas". (1?)
Aparentemente estranha, a imagem do trovador
guerreiro é mais um instante refletido na recordação lírica
do remanescente, no caso, o "eu-lírico" expresso no poema*é
sob seu ponto de vista que a lua é AMARELA, e TRISTE (v.9)p a
ra se parecer com a saudade(v.lO), a saudade dos violões s_e
resteiros e brigões. 0 emparelhamento ritmico. se faz, nesta
quadra, em duas linhas verticais. A primeira, nO término
dos versos 9 ,1 0 e 12; a segunda linha vertical no meio dos
versos 11 e 12.
v. 09 : PI j ) 1 o
.... ct-<^á-fc -lq£ tvio-
3Z
v .1 0 : -- ' 1 ! Ò -
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■■-o/a baa -òú. .
v .1 2 : ___ [ \ O
— \jt-o -lÒto
V .l l : Vf -H-M J cJ.. P J I
Dos iMcr-Jcs PCKi cjuer.raA
v .1 2 : yp n F F P 1 1 o
0 ^ ' àb lu-lo.Vdwatíoí) vn—0 - \õ-io
) -1. r n s J
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j o 'x.u \ ^ßr-'^o
V .16: n Í T l J J
Dot> W - Q - 1-
6 - c^reô. • •
V P r~i r~i P P 1! i— i i s J
Zj.0. Wid lon-w* aw VOCÔVÍ \o^òáo f\S CÁKJÇfe T£I5.-“Í6£>
______________________ 1 1 \ J
. . . . . i-OQ-~T<Lè>
v .1 6 : y p | | | | i í Q
-U-M á-UO^é6 A-
A quadra V e a que guarda em seus versos, um: ma
v. 17: n n n n .n f 0\
|u-d lao-jG cta-Cd-i-Q ° yo- ç*7
o prolongamento rítmico-sonoro da palavra poço ressalta a
metáfora onde se encobre ou se incorpora agora o "eu-líri -
co".
I No verso seguinte:
J ! í | l 1 | l i
I
o ritmo atua como reforço para a ação das "VOZES ELI SILÊN -
CIO" (v .1 8 ), agora é a palavra - SOBSM - que tem grifo por
meio do prolongamento rítmico-sonoro.
v. 19: --- 1 i i I I I
C S e e / ) v\q \iC'
v. 01 y r i i ;r~i s ) J ;J: ’ o ;i
/i lui c ~ \e - - cá òo w\gu ie.v* ' /|pO f
V .20: y [> | | I I í í I; ) I I O
c/-
- ^ ■
; í— . i -d
* -h l T V"
— : © \Ji- ) ty Q
m t~> i 1 )
- h-
fab±)iziz ¥t 7^——y—y
:/: / - A ...
lu- Ho éc vnitvi (Z£) ~\o-
3ZEÍ2==^EzEy.:-: ZC2ZE
/■ W
® §Ë ÏË Ë
^feiT- , ,
<^05 06 1 r-t?' u tf -áp-ub 00 yqS'iÛ-- òo-> ■
ração. Revejamos:
Regi stro
melodico
(2 ) hi 'u2- 6 - -
”k* - ^ iM.*u -7»
Regi stro / M i l I J ) ) ) o
ritmico
(J) /S lu-2. 6 ' ào
--#r=ÍE
-h
‘(E )(- J fre-VÓ-àa- rcs Ào y ú O - S O - -------- - èo- -
h ! , ’ --------------{ f
1 -----------^--------------
........P - t— a-— ^ ---------------- \ ---------------- , -------------( -------------- ------------------------------------ | ------------------- 1----------
------------- !--------------- n — \ ---------------- ‘ ----------------------1—
----------- 1 ---------------i ------------- , ------------------------------------ ✓ — - < = ? ------------
----------- : --------------y ----------- = ----------------------------------------- -----------------------------------------
T
= 2? — — : £ _ > ± = i = t = = 4 = 1 --------------- h — F = í = ^
v = f ---------------------------------------- * — i ----------------------r / ~ =F
jz . / -6 h
t
Oi - O -
121
s ±= h _ _ ^
— #ZZZZL
(0) ^ucJK-áo d a o « -
v. 02: y Pl I 'I I I í l Á
ti<j n&ivvicr-roí ^ &o\...
IX l. ■
i i i r O C7
-re i- a “W - ÒC
5<o\ • -
passo que os versos 1 e 2,; pois seu ritmo esta ligado ao dos
versos anteriores enquanto, no verso 4, o ritmo sera regis -
trado em compasso binário que dará mais sentido de movimen
to, ficando, portanto, mais coerente com a ação I R : J;
I r*l<M^ ÍJfíM-dC-
p \ m [n Y
/V, ÁC òt-ÒC
v. 6: P I m n
v.7 f | n
£<<n^ ò a iv)ú-íó5
K a <x
m IJ^
ò£ - òc c .« » « -
U
u a ■■
v.Ó3: y f [ P i I T 1
%v*.-f6n.è<2 túC- rat, -U?
v. 09 : f r n i r I
/Pq ‘í -W \q - je -òoò
Os versos agora são curtos e similares ao verso
6 qúe contém a mesma feitura rítmica (exceto a última unida
de do verso 9 que corresponde às sílabas JE-DOS -da palavra
LAJEDOS. Veja-se o registro do verso 9 acima). Isto tem uma
razão de ser, pois a ação destes verbos é o proprio movimen
to: ANDANDO - concretização da ida; ROMPENDO - abrindo o ca
minho; e, finalmente, PASSEI - no sentido de ir além.» Agora
0 litoral ficou para trás.
Se a. sede acossou o viajante agora, na estrofe
III, é a fome que o apanha. Novamente movimentos 'são empre
gados para que a fome também seja saciada. Aí, as células
f . < %
rítmicas vao aparecer muito semelhantes as da estrofe II,
exceto nos dóis ú ltim o s compassos. Vejamos p o i s o desenv o l
v. 10 -1 1 -1 2 .* r*1 n ^ ï ^ 1 f i ^ 1 n ^ i
doHA Io - w c -kú-<&Cl 'Q .s t ja C t fd ci *~Ú{A utM . . .
v .13-14: P [ \ \ I
~ n ^ F 1 ^ j
Av-COUM C|f<j - 'ioi £0 \ç>'0jO cu
De novo os versos se unem ritmicamente e são
agora absolutamente iguais. No ultimo verso, da estrofe I I I ,
0 poeta deixa fluir sua imaginação quando diz que 0 fogo com
que assou sua comida, foi )fogo de artifício” :
•1 5 ! f f=T T =í
'3>l9r-wv» Y a c‘■
vv'a " D e -ro••
Aqui a ligação, sem pausa, dos versos se faz ne
cessaria para que imagem e sentido permaneçam em unidade
com c ritmo. Nos versos seguintes da estrofe IV, a ação RE
POUSAR continua e o "eu-lirico" assume agora um estado con
templativo. A visão das serras vai lhe recordar os morros
do litoral:
V. 1
p ! r r t - i i : M ] !
v. 20
v. 2-
l li ( T l o
Zcsx 'Hwlc \M^V-r^<, 'Dcja - for-fc?.^^ <ig,Sol.
v. 22 : ? m r i m 1— 1
Pit c-c-rç^u. au-vmCí -òõ /
v . 2 3 : y p n f ^ t I [— 1
H e Òt.-ÍCL^ r t a . u - Ca. -
v . 2 4 : 7 p n 1 1 I .f r r t - 1 1 j
tCix V>*«a bo Q . ~IL ^ o s o -
v . 2 5 : \
y p r > ) P f
\ \
O o .
-
Ti -ca -rq \
m òt ° — ■-iVici* -èo Co ^ - wiúr,_
j-1
-L.
v . 04 :
v.1 5:
v . 1 9 :
i— I
e -roivi
Isto e s ta be lece uma u n id a d e sem ân tica^lig an d o os três blo -
B E I S
Logo a po s, se e fe t u a pequena s u b id a u s a n
do a m ed ia n te, a dominante e a s u p e r t ô n ic a :
- — ».— .L
± _ V --c
«■\ ' O £À _
•w fl
Ha, a seguir, um sa lto de terça e pouso
1-Q^o, -*a
Vejamos agora o r e g i s t r o m elódico de todo o v e r
so 01 :
l=t==i=q==h=£ Í=+=4=±:
7-
——lí~— / -7-7
/ -/-/
- /--
'
—
-1 r^-
-i--* ------- -
1-3--------
7*-É--- ------- --
— 7 --*-----
lavra morros
te
V moi-r-os vai a s s o c i a r o desenho m elódico com
/ / r
o desenho g r a f i c o da p a la v r a morros, mas este u ltim o so se
iqtx \rr 4-
&
-jí?r- (ci -w
0 final do v e r s o , pousando na m edia n te, am
todo um compasso:
¥ b^= fcT" f ;
-B— G-
lor -ta^óQ OC sol ■-- Trata-se da p a la v r a "so l" de
y>* * i • •■
cuja im p o rt an cia j a falamos anteriorm ente. ,
so 0 2 :
, , , ^ ~T 1- ' ............
^ v v irt-ro í.é ^ Q -re i-c j io r- c a - àz, bo\ < .
0 verso 03, de construção parecida com o versO'
01., reafirma o contato do "eu-; lírico " com o mar: 1
~T£
2 3 ;
~t— h
m
i-
i . .. . t ~t~ 'j-. -
p ;i
to-\lU4 ipíO q rá nà c
0 verso 04, que encerra a estrofe I , joga com
graus conjuntos e'intervalos de terça, num pequeno e movi
mentado; arabesco , que difere do .comportamento sonoro dos
versos anteriores: í:
: i:
j rL-j-
f -, f -:i : i j - I jr
g U l i T
-/— /-
c -lcí*\' CÃo -• *
v. 8-9:
-f—/—
íAC.rtyi- lO. -je.
E assim termina a e s tro fe I I .
1:
m
(0 cpeAm.iã-U-\íci bc
-h-nr:
-*—h
v, ytáó-àc? Note-se que no segundo
tem p o . do p rim e iro com
v . 11- _u_
± =t
12:
7
±
wlA/l U>0- U?
já as outras ações-imagens nos versos 13, 1 4 ,1 5
v .l8 __
v .1 9
2 0 -2 1
d a).
,— * V 7 : V -- --------- _ _ í ■ — J
H e óeraMísM-^or- MC K>u- (£3) Y\e Òí -cqm rua^o -\o-ra -
/
& -
Y-..t>
/ — f-
'p í
* -f~ ' ' S ' .. " ,| *■ ' ~7 -h<Az Y7 +' &
jhM vcL^úkXdt? --- a ^oi V^cub oAXX^ò (g ) 4_( èc u-C-Jo O -lk<jv\-io ■'pfO’
=F=f
-<9—O-
I ^
wcir -
ber to .
135
CCNCLUSGES '.
t é c n i c a s i n t e r t e x t u a i s ; o s tr a ç o s concreti s t a s ; a linguagem i_
rica está d,e acordo com a q u ilo que compreendemos como a di_s
s o n â n c i a , c a r a ç t e r í s t i c a da m odernidade.
n a n d e s , é muito im p o r t a n t e .É o ritmo q u e , f l u i n d o li v r e m e n t e ,
*
6 . P e l a m u s ic a l i d a d e i n s e r i d a no tecido p o é t i
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A DIOCÉSIA DE’ J O R G E U m a n o i t e a Diocév.;« esta'-a
t ó d a r e u n i d a , q u a n d o u n i f i c o u *ir
íMpÍcs íic a d e n t r o u m d e s c o n h e
ANTjDIO DE A ZE V E D O cid o. e ío i sentar-se n u m a das
mesas. S u j e i f o e s t r o m p a , n ã o deu
n e m c a b i m e n t o de u m a - boa noi-
Lá no Café Magestic, Daqueles dias. fagueiros, te*’. r e c la m o u Jogo a d e m o r a <i<«
ca rç ão cm servj-lo, e ameia por
O nde o bom gósto viveu, Tão repletos fie. ventura. C im a Come çou a m t r o m c U r - s C na*
N aturalm ente ou por pique. E m ' que bons irm ãos vezeiros c o n v e rtas , ora p r o c u r a n d o riiscii-
,-i «Diocésia» nasceu. Faziam literavura. tir. ou ira s vêzes d i s c o r d a n d o , c h e
c a n d o a i c a o p o n i o fn- dt-s mc ni ti.
Cresceu, m uito se elevou, Sinto que, vivendo; longe. A D iocésia, a p rin c íp io . achou
No conceito literário, L á no sertão de canseiras. graça e t o le r o u a i n s i s t ê n c i a do
Que boa turm a integrou E m vida qu a se . de imonge, in tr u s o . .Mas. de po is o c a m a r a
d a ) ü esta ca m e s m e se í o r n a r u l o
N um passa-tempo d iá rio ! Perdi quantas brincadeiras!
“'chato'*.
A traiu o que de m elhor Aquelas sessões, solenes. N est e m o n i e n l o , Jorge í m c i a ~
Tinha a nossa poesia, Com afluência d e .ía n s, "c o n le n d a M, d a n d o o “ m n t e ' ,
q u e bem s a b i a éle, seria g lo s a d o
Tornou-se mesmo a m aior As alegrias perenes
oe c ó r ; c o m e ç o u a s e n ltr “ c a
— Verdadeira A cadem ia. Contadas por G uim arães. tinga :
Com tam anho desespero A Dioeésia era um a escola Do ««Nata! do meu 7empo»>,
Em que no caso explodia, Da nossa literatura, de Jo á o de A m orím G ui
Batizou com bom tem pero T inha a m agia da vicja m arães, 1952.
O grêm io que então nascia. E do amor tinha a doçura.
Eu não sou do s;-u comêço, Era um a ideal colmeia.
Ao tem po m orava fora, Sem a am argura do fel, fi “ P G É Í I C r de
Mas tenho pro fun do aprèço Levava-se a vida cheia
A todo o grupo de agora. Do fabrico e do seu mel. Zí LAURINDO
V ivendo lá no sertão, Q uer brasileiro ou hebreu,
Que boas farras p e r d i! Bem disse o R e inald o Iglésia: Se o Deus onipotente das alturas
Que saudades curto em vão — “Nesta terra só viveu
3a Diocésia que não v i ! Q u e m privou com a Diocésia". me desse a íõrça e a luz das leituras
eu seria a mais feliz das criaturas.
ill ;■ . ■-. . _ — o POTl -Qqmingo. 29/02/76
7
■ -Quem fosse ilustre visitante da cidadë recebia a hon
- ; Mas,dí to ü ò s ;elêsfo,jfiais j è m p s o . foi p fyla^esticVqtie,
ra excepcional de um convite para ir ao Magestic. Alí Mário •
de Andrade recitou os versos do Clan do Jabuti. Manoel V.-segun'do!ò'e£ritqr.LáurQPinfò/:| ^
Bandeira equilibrou-se numa de suas cadeiras oscilantes. f ;f *‘ P r i mefro./.cc m i^ n o m e fefe :P o tí gua _rârí eay.’Qnd e r s e'.^Vei *nia pri.'
Henrique Castriciano bebeu o últim o cálice de cachaça, des o s: poetas pp s ád o re s e^fri teíê c t u a i sí. clò)'f f d o-.' sé ç u |q p â ^ ;
tilada em alambique de barro, que lhe foi dado saborear, de ç ^ s à d o ^ a f t O T ^ ^ d a 'a u ia liEsseVcafa ja/fpí- descrito pèJos;
pois de trinta anos de pausa. E como o Rei Tnule, na balada • |V.nossc^Íjstgia3Qjes:;Depdis.surgiü-:o.:^
de Goethe, nunca mais bebeu” (câmara Cascudo). jhjôçái ^esquina•da. Vigário 8 a rto |o i^ e u iÍ^ m ;a f
“ O-M agestic tem muita? estórias, nas diversas épo '"U iis s s s 'C a ld a s i/h d ^ ilQ l” .'.' ' ' ' : - • 1
cas de m uitas gerações. Mas o período mais vibrante, mais ■_ . Ainda ra opiniã od o sr. Lauro Pinto, a-fase de d u ro do'
cheio de vida, onde o. boémio e o bom hum or dominavam o Magestic foi entre 1919 e 1935, pois reunia os maiores no
tradicional Café. foi, mais ou menos, e n tre os anos de mes da vida urbana local como Jorge Fernandes, Francisco
1919 e 1935. Os fatos, as anedotas e as peças verificadas Madureira, Barõncio Guerra, Valdomiro Dias, Pedro Lagre
e .planejadas <,!►. para'grosso1volume, sendo que al ca, José Laurindo, Teodorico Guilherme, Am érico Pinto. Eu
gumas não podariam sei escritas cai a irrévetencia do ocor rico Seabra, Francisco Pignataro, Lustcsa.Pita, Damascene
rido, mesmo porque alguns autores ta foram para o- outro Bezerra, Luiz Maranhão e m uitos outros. Todos amigos e
mundo” (Lauro Pinto). irmãjas da opa” . - . ■ . >
"Lembro-me bem daquela mesinha lá do canto/m eio Para o historiador Câmara Cascudo, "o M agestic cen
escondida pela porta malaberta, a modo de menina m atu tralizou um grupo que viveu aJegrem ente alguns anos,
ta./ Era ali que o grande poeta Jorge Fernandes/passava- planejando festinhas íntimas, arquitetando blagues inocen
horas esquecidas, esquecendo as horas/para dàr conta de tes, bebenao cerveja e jogando dominó. 0 proprietário de
dois dedos da branquinha.../ Ainda lhe ouvi pedaços de con então, Firmo Guerra, era tão boêmio quanto os seus fregue
versas bem humorada/ e alguns ditos que a inexperiência ses e todas as boêmias tinham o-próprio café como paico.
não anotou/ e a memória traiçoeira nao reteve... ' (Otacílio auditório e bastidor” . ■ : ... . ■
'
Lopes Cardoso). E o ex-frequentaaor, embora menos assíduo, Camara
Cascudo quem relembra, ainda, em Acta Diurna, pubífcau-a
em 21 de junho de 1950, no Diário de Natal, os verdadeiros
' 0 .MAGESTIC ' ' . , banquetes realizados no q u in ta l do M ag estic, ‘‘e s tre ito
comq uma gaveta” , com o's lo m b o sd e carne de- porco e as
Três homens, de trés gerações e de três épocas fa fritadas de cam arão” .
lam sobre o Magestic, o velho café da Ulisses Caldas, vizi Lembra tam bém uma sala reservada por Firmo G uri
nho do Cinema Royal. 0 café-virou crónica, livro, história. 0 ra, proprietário, para o grupo. "Sala. grande, pintada : ■
'cinem a virou valsa- pela.sensibilidade do m aestro Tonneca branco, com algumas mesas redondas. Erè esse o cena,.
•Dantas. E os dois. desfigurados e transform ados, são sau Todas as noites havia um número de m em bros da diocc
dades. ' ., (jornal-revista de humorismo), jogando dominó e convers.^
0 veino cinema Royal.-:é-hoje a ;sede de m ais uma do. Não era a direção funcional dos boémios de Murger, m,
repartição; uma entre, as m uitas, repartições da vida. E o Paris sentim ental de 1848", compara.
Magestic, como uma sucursal, para literatos, do Café Nice,
no Rio, onde Noel Rosa'. sclfe|Ou‘os seus primeiros sambas ALGUMAS ESTÓRIAS
e Pixinguinha soiou suás primeiras mágoas de amor, um ex-
açougue: Apenas is to .. No seu livro “ Natal que eu Vi” , publicado pela Imoren-
'Do-velho e alegre Magestic, que reuniu os-poetas e. sa Universitária em 1972, Lauro P into'narra algumas estó
"escritores.da terra, que recebeu Mário de Andrade, Manoel rias famosas do Café Magestic. Estórias.que m ostram mui
. Bandeira e Perilo de Oliveira, restam as paredes grossas £ to cem o esoírito dos seus-frequentadores. Eram as brin
: pesadas comoseu próprio silêncio. As suas mesas, que sus cadeiras mais pesadas, mas tam bém as mais cheias de
tentaram as conversas e as garrafas de cerveja Cascati- humunidade e, ao mesmo tempo, de irreverência.
nha, desapareceram. E o cáso, por exemplo, que aconteceu com Fram r.co
. 0 Café Nice. esse não. Esse'mereceu .um samba, As Madureira,-um homem qqe gabava-se, constantem ente :le
Memórias do Café Nice. 0 M agestic m ereceu crónicas, ser um baiano comedor de pim enta. 0 ' grupo não fez .yjr
registros espaços e um livro de João. de Am orim Guima ■' menos. Comprou uma quantidade co nsiderávelde pm. .ita
rães.. Mas'hoje, sem samba- para lem brar, seu, nome n in -1 .malagueta e pediu a Firmo Guerra que mandasse prt-:..-:iar
guém vai safcer que aquele prédio.em rem odelação foi o ' um oorco assado! Em plena conversa, entre cervr:;.;s e
Magestic e ate seu vizinho foi d "ilu stre Royal C inem a” ,.- chanadas de cachaça,, fizeram o teste. Duvidaram r.p; ..,.. j s i -
• ' Até a farmácia Matai, aberta em 1923, fe cho u.’ No : tadamente, de Francisco Madureira que para provar a sua
seu velho bahão foram vendidos, certam ente, os prim eiros, vero ade.comeu alguns pratos de porco com pim enta (mais
laxativos cocrra ressaca e os. e lixire s m ais e xótico s. A pimenta do que porco). Comeu, tanto que caiu suujcado
Farm ácia Natal.fechou suas portas em dezem bro do ano com os oinos pegando fogo. Foram alguns pratos de pim en
' passado para nunca m ais voltar, pelo,m enos com a figura ta,-como narra o autor,.e alguns dias de cama. Qua -.e m or
..de ."Seu Cloro” , c ò m o é chamado, o hom em que nunca ne- re. • r .
. gou um remedío a ninguém. -, '■ ■■ ; ' • , _ "j "De outra feita o im ortal Jorge Fernandes estava to-
mannq umas a outras quanco apareceu um homem venden
, v: , , ‘ HISTÓRIA do, em Uma gaiola, um galo-de-campina cantador, -’orge
chama o homem e pergunta quanto custava o concriz. O ho- 1
•■ C c n tio escritor Lauro Pinto, no seu livro..“ Natal que mem então responde que o oássarc não é concriz e s.:..i um
■' eu Vi” , que no Grande Ponto existiram .dois'"fam 'osos pon galo-Je-carrpna. Ora, Jorge, velho conhec. - de ; issa-
tos’ de reu-nião: o salão Rio Branco e o Café M agesiic” . 0 . ros, sabia que o animal era realm ente um gaio-de e m p in a
prim eiro ficava na esquina da Rio Branco com a-Ulisses Cal :e, e r,\io , convida o homem para sua-mesa e dá lo^u a ele
das. exatamente, como narra, no número 57. Tinha- L'ihar e uma -'ande talagada. A conversa .animou-se ainJa mai '
' jogo de canas. • ■ - quar ::: Jorge rscita aaue-les-versos-maravilhosos. indusivu
0 Ra Eranco teve campeões de. biibar, com o-rrancis- o £?•-.. da Cabocla. Q uando'b'V endedor já estava -:crt!
: co Lcoescucr.icc Ls~es. como era mais conhecido. Reuniu “ me . ia s iío ", ^levantou-se para .-ir empora e então ic r ., í
os :QV6íVj C3 -rcocí. niuss -~s jovd rn õ co rss. Cem a-m erte Ferr des dLse: “Vá. amigo, vender seu galo-de-cam c.r -
Aí o r . ia o vendedor, que hav ;3 recebido tantas ate ?
: ir c a r ^ y e 7. -.-/e::no. Na-Ricaira. o Co- rr ..iiüa oncancadc zom a oaiestra de jo rg é r ; r r . : :
. / ; L l. / t: V-'Γ * / Í
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O N IÓ DE A L CA NT A R ~ M ACr J e r e n c i s e t c. d e R A U l , 30;
NJAMiJi CONSTANT — 3 .c PAY, SALi 7 CÂSXAi POSTAL N.fc 1.269 SAO PAULO
E S P E C i E DE A F E R R A Ç Ã O MENTAL, Q U AN DO
SE DÁ NO H O M E M C IV ÏL 1 S A D O ”. -
MI N G O S V I E I K A - G R A N D E DICCIONARIO PORTUGUEZ)
JORGE FERNANDES
G meu carro vae rodando nás estradas luz do sol se acabando nas corcundas das
e areia barrenta ou de cascalhos e eu vou serras, v e rd e s... v e rd e s...
endo o verde longe e o verde perto das ju- Outras pedras agrupadas e enfeitadas de
::mas ju n to a estrada.. . P facbeiros vão passando na iigereza da via
gem . . .
As caatingas vão se:tornando escuras es-
E o carro corre entre arvores e serrotes
regando os olhos com sornno . ..
alé que a bôca-da-noite — chega agasalhando
Na carreira do carro aparece de sopetão tudo acendendo os oínos dos bacuraus, das
m serróíe, as vezes dom uma pedra fina e rapôzas, das tacacas, antes que o meu carro
isuda apontando o céo. Outros com pedras abra tambem os seus olhos atrapalhadores
nnbem parecendo aêdos m uito grandes dos bichos que precizam ganhar o seu pão, a
pontando: — Olhem aquilo ali — E eu olho noite, farejando nas estradas.. .
vêjo só desertos de serras e um restinho de (N A T A L) ,
duASTLdLt- ehr
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E N T R O U J A N E IR O 0 V E R Ã O D A N Ô S O
S E M P R E A F 1 T IV 0 P E L O S E R T Ã O . . .
C A C IM B A S SECAS N EM M E R E J A V A M . . .
0 M ô C O T R IS T E D IS P E R A N Ç A D O
FEZ UMA T R O U X A DE SEUS T E R E N S . . .
D E M A D R U G A D A — SEM D E S P E D ID A —
F O I P R A SÃO P A U L O P R A S B A N D A S D O SUL.
A M ô Ç A T R IS T E S E A M U R R IN H O U
F IC O U B IQ U E IR A
V I R O U 1SPET O
— ELA QUE ERA UM M U LH ERÃ O —
IN T E ’ Q U E U M D IA J A ’ D E R R U B A D A
DE M ADRUGADA
F O I P R A SÃ O P A U L O . . .
(N a ta l)
J O R G E F E R N A N D E S
A S S U M P T O R E S O L V I D O
FO RM AÇÃO
N ã o c o m p r e b e n d o p o r q u e é q ue muita gente te m a m a 0 h o m e n a g e a d o tinh a in te llig e n cia e u m a v
nia de e s c o nder q u e a a ntr opo fag ia é u m a instituição tra
ta c u ltu ra , lan to que sua m u lh e r de h u rn ild ;
dicional entre os indios a m e r ic a n o s .
E ’ u m a c ous a tola e q u e r e c o m i n e n d a mal os q u e vi m edrosa de a d m ira ç ã o além da m u d e z dava-
v e m gritando q u e o indio brasileiro não c om ia gen te . C o
m ia e m uit o b e m c o m i d o .
filh os.
\ào basta ssem os d e p o i m e n t o s de H a n s S í a d e n e j e a n T a jn b e m só lia — e abi h a v ia e n g a n o — e*
de L é r y e te r i a m o s a in d a mai s mi) e u m intlicios seguros.
O u t r o dia eu c o n v e r s a n d o c o m o dr. J u a n F r a n c is c o
a re c o m m e n d a ç ão de c aprich o:
Re c alde , q u e na m í n n a op in iã o è u m dos mais ent en did os Lisle de bons liurcs d lirc
indianistas m o d e r n o s , ouvi delle esia m o n s t r u o s i d a d e : “ q ue
no territorio a c t u a l m e n t e o c c u p a d o peio Brasil. P a r a g u a y E n ã o d isc u tia pa ra não o ffe n d e r suscepíi
e U r u g u a y , n u n c a h o u v e indio s a n t r o p o f a g o s ” . lid a d e s .
A g o r a é u m s e n h o r Lu is B u c n o Horta Barbosa que
“screve ao “ D i á r i o da N o i t e ” p a r a rebater a a ffir m a çã o Mas no m o m e n io preciso sabia f u lm in a r o
:ie q u e ex is ta m selvicolas brasileiros antopofagos. m onossylabos e destruir prazeres.
E que e x i s t a m . . . Q ue lem i s s o ?
A c a s o a a n tr o p o fa g ia n ã o é u m a instituição elevada e M ais tarde p a ra c o nq uistar novas am isa d es f
praticada e m quasi todas as religiões ? se p e n sa d o r e ás vezes, de dó, illu s tra v u o p ro
Muito b e m a n d o u O s w a l d de A n d r a d e q u a n d o disse q u e
i antr upotagia n o c a lh o iic is m o estava a c o v a r d a d a no pão m o com citações falle c id a s em la b o ra to rio s seu
no vinho — repres ent an te s da c a r n e e do s a n g u e —
tificos.
Está p r o v a d o e c g e r a l m e n t e acceita a an tr op ofa gia co-
no se n d o a c o m n u i n h ã o da c a r n e valorosa. , A ’s vezes tain b em era n ac io n a lista do m a is ]
O s indios não c o m e m a c a r n e de seus inimigos ou che-
es c o m inte nçã o g a s t r o n o m ic a .
ro e d izia ph ras e s.
Com em pôrque pensam m as tig a r l a m b e m o valor do E tin h a convicções in d íg e n a s:
■omido — c o m i d o s voluntários, q u a s i . i o d o s —
— Sou bravo , sou forle !
P o r isso o sr. H o r t a B a r b o s a deixe de q u er e r r o u b a r
lo p o b r e e já tão e x p o l i a d o indio o seu m a i o r e m e l h o r O oui.ro que n ão era trouxa garantia-se.
lairimonio:
O b o m gos to d e c o m e r c a r n e h u m a n a -
— c a r n e valorosa.
— ÀHN 1
(S. P a u lo ).
PED RO -JU A N i.N kL E — ben- A ascensão de Jo :. ;? d : L : m i. é. v.7.-
t im ïe n to C: Buenos deiicia.. D r soneto A c c n J tJn r ti-
Aires — 19:7. pei/e* ao po::rra E r..^.a ne;.-ri: ,i f-u-
jtiro intei-gfntt ç u m o púu^ •-;*£<.
O s VCTSOS são de a temur: torte cu*ar e achou. Abençoa-íi»
: daquéis ; picg-íS- derra.
grave. M ui to ditier'j
m o rimado dos poeta: que sussurram no Do s P o e m a s e.u separr CL W . B; 1R.
rimado dos poetas jc; sussurram no Goítosura de iirisnio vagsbúndo.
ouvidinho da amada. t'cdro-Juan Vignaie, ievaoo dos diabos. D á vor.tade na gçnte .-enh-riro rí^
-J
ov
maestro e entomólo^o a m a á mode, na. de repetir a viajem tendo o po em a bém n as nun,",-ns á o í■
-■
11
E poeta á moderna. beus ditirambos em
guardado na m emória. Separo êsse por dc i-á;cui os a s u c c í o s d
ser o m e u predileto. M a s h ão o único èie' abre
honra de G e r m a n a n.ío são declarações
notável. Rio de Sã o Francisco também
de na m oc ado bisonho : antes de que tem com o u m corüa::ir d
e
me agrada bastante. Baía de To dos , os
fé convencida e invencível n u m senti no corpo adusto
Santos, S a n t a Dica, FJoriano-Padre Cí- da terra inhospíra
mento muito alto mas palpável. N a d a Qe
cer o-L ümp eã or igualmente têm cousas
dúvidas cruciantes ou queixumes suspi
que a gente não esquece. Principalmente N ã o sei se c o m o en ;<e.
rados. N e n h u m a alusío á morte saiva-
o primeiro. E do magnífico C h a n g ô pula poeta. M a s sei que cotnn
dora.
u m b o d u m dana do, rebenta úni ritmo engenheiro. Seus vfr n ". sã
Através da mulher o- poeta am a a terra
infernal. Inútil querer resistir. ;: construídos sobre leito br
onde ela n a s c e u : rsta terra. Sentir um a
•De vez e m q u a nd o (ima descaída sen N e m falta o rôlo com pii
é sentir a outra. auto-critica severa. E èssrs
timental ou pueril, livresca, oratória ou
conceituosa que desaponta mas não as sombras para a gente rep
.En tus manas ávidas
sombra. Por qu e não é. assim tão facil tonta da luz das paisag-ns.
traes
mente que se rom pe com certos cacoetes e x e m p l e : tão comovente e
los cielos dc! Brasil
literários. N ã o vê. A cousa é dura como Rosário F u s c o é um
quê. N ã o tem importância : Jorge; de Li dito tudo : mistura timidez
O : ; vindo a voz cáiida de trópico é
m a está ficando cada vez mais escovado. brutalidade c o m ternura,
que êle vê
Por isso duvido muito que e m seus livros lingue para chor am ingar r
futuros apa re ça m versos c o m o íOração, afecto b o m , T e m talento,
esa tarde paulista
Meninice, P o e m a s dos bons fradinhos, não pode haver dúvida. Te r
■; exprimirse
íA voz da igrejinha e o Painel de N u n o tade de acertar e u m a riese
sobre el Tietê
Gonçalves sóbretudó. na qual a gente não pode c
hasta inunuarlo
A g o r a E s s a negra Fulô. E ’ dás cousas maior das cor, fianças. E u ge
O- que é p o sitiv a m e n te ’indo.
maíT-marcantes que a poesia nordestina poemir.ha — Saia de gen*
Esse contracto de poeta, tão profun nos tem enviado de muito tempo para qual torno a liberdade de
damente vigoroso corn o tema lírico B r a cá. Es sa negra Fulô spm. Bole c o m a gen m o verso :
sil ainda nos dará (penso eu) -muita cou te. Pinica :í: sensibilidade da g-ente. E m U m banco.
sa ótima. bala o sensualismo da gente. Canção e U m a mesa.
história da escravidão sem querer scr. U m q u a d r o : N o s s a Se
J O R G E F E R N / ^ N D E S — Livro de Poesia boa, cheirosa, suarerita, apetito Outro quadro: São J
po emas — Natal — 1927. sa, provocadora.
U m lampeão.
/ N e m a m biç ão de mais
A poesia de Jorge Fernandes machuca.
O r a se deu que chegou.
D e ante d d a fica-se com vontade de gri O s defeitos de Rosário
(isso já faz muito tempo)
tar como o próprio poeta na E n ch ent e: feitos de quem tem deze
no b a n g u è d u m m e u avó
u m a negra boninr.ha geral porque há aiguns rr
L á v e m c a b e ç a d a .. .
c h a m a d a negra Fuló po dem virar c ró n ic o s se n
E vem m esm o. Poesia bandoleira, vio dos logo: linguagem me:
lenta, golpeando a sensibilidade da gente queda zinha para o lugar-c
que nem o tejú brigando com a cobra: Essa negra Fuló !
de efeito, finai arranjadi
L é x o ! léxo! Essa negra Fu ló !
mais. P o r ê m eu já disse e
A o lado disso u m a afeição carnal e Rosário Fu sco a gente pod
selvagem pela terra sertaneja como de muitíssima confiança.
monstra entre outra.:, a expiêndida Can O ’ F u l ô ? O ’ Fulô?
Ascanio Lo pe s t a m b é m
ção do inverno. E íeitio rude de dizer ( E r a a fala da Sinhá
nino malicioso, gozador, 1
as cousas. Jorge' Fern andes tem a m ã o c h a m a n d o a negra Fulô)
tendidos. O principal deíei
dura : tira lascas das paisagens que caem C a d ê m e u frasco d e cheiro
m o de Rosário F u s c o : a
nas unhas dêle. M ã o de derrubar sem d u qu e teu S i n h ô m e m a n d o u ?
Daí. apesar dêle ser b:
vida. Aque lla m es m a trabalhadeira c lí — A h 1 foi você que roubou !
pueniiríades sentimentais,
rica M ã o nordestina que dá o n o m e a A h ! foi você que roubou!
ça de scr acarinhado e
u m a de suas poesias mais caracteristicas. soando falso nas poesias
O ut ra cousa : Jorge Fernandes fala u m a A m ata é grande den
lingua que nós do Sul ainda não c o m 0 Si nhô foi açoitar pegar caracteriza bem a s
preendemos totalmente mas sentimos ad sosinho a negra Fuló.
mirável. E u pelo menos não percebo tre A negra tirou a saia N a mod orr a en o r m e do
chos e trechos de várias poes-ias suas. e tirou o cabeção, os em pr eg ados trabalhav
N o entanto gosto dêles. O po em a Avoètes de dentro dele pulou
por exemplo (não sei se por causa da nuinha a negra Fulô. cantando cantigas ingenu
M a s do lado da serra, iá
ir
construcção particularíssima de certas
frazes) espanta com o o desconhecido. E Es sa negra Fuló !
é bonito que só vendo. Essa- negra Fulô ! e as c h am a s ta m p a r a m
O autor do Livro de poemas eviden
temente está passando por um período O ’ Fulô ? O ’ Fuló? O feitor disse au e er3 ur
doido de auto-crítica de q ue sairá melho C adê. cadê teu Sinhô .r
rado com certeza. £le m e s m o reconhece que N os so- Sen hor me m an do u? N in g u é m pensou em apni
isso e caçoa de suas renriniscôncias par A h ! foi você que roubou N o céu os g aviõe s grita
nasianas. D a i um a porção de pequenos foi você, negra Fuló !
Ascanio Lo p e s não
defeitos nas vésperas de completo desa êsse seu feitio dc goza,
parecimento. O u eu muito m e engano. Essa negra Fuló!- O pessoal da V er d e
surpresa excellente e cu
T-ORGE DE L I M A — Poemas e Essa negra Fulô. Pretinha do infermo. hoje em deante não m
Essa negra F u lô — M aceió — Es s a negra Fulô.
ninguém .
1927 e 1928. A. de A. M .
| • »'}*•«.. -*'•>- cmí:- por m e ? S r S u n T o ;. q
*C- b.iZ.
,W
i. - j-
-
.-
.'. cpiív.çanâo i l nçoc no zo f 10 fioi CtiKs-::-. N s. CJC nada c
t e m p o eu nTu- s :. h::-. '■■■. 7 fiC rlTm. D o s <. ’ ■■s ■=!íicnTMn;J--P p r in ç i -
prwriCTiits ... p alu iern r ;■ Fostes. (V e g n iU o
onerer; ~. . .- — Q ■
■s sftc- o?, s ■r. iir^f M a ria no. v .u n s Fontes. Diiiz Ciir-
: jkí.-: cnf-isii - " N í s- p referido s 7 ïos ç Jiau) Leoni.
ris N í: t1V z " . õc . — Dos n o s s o s t>c - a s . G »n ç iV lr e s
— O sei. ■ j t jíilpE o m o d e r n i s m o
í o :;:js .tS p r ie 'în S no Dias, C astro AItí-s. . ap-undes V». nina s i m p . .-:- r e n o r s ç ã o
, r-.ru t-ssas :ilí*i;ic* de de fo r m a s
ré.ln, principp-lmente 0 p r im e i r o por
iro respeito 1 " Tl'r- ou vê nele i;m a nuestSo es.pirir.nal
pua correct-Ro d e l i n g u a g e m . E m Vn-
ídr. f q ue ,.<e t'iicoiî- m a l p r o í n n r .s ?
rela a d m ir o o c u n h o d e ntfcssa n a t u
! ohJ -randcs iüjítas d e reza <]ue tão bem kc reflecte em — A s !li;as coisas. N o v a s ideias
í-üu. Líqui lucsm .i casa siins p a g in a s . Em C. A ir e s n im a- e x i g e m f ó r u n s n o v a s . A p o esia fa
lifi c o m e ç a d o c o m as ginaçfío. os surtos g e n i a e s , o v ig o r ... t a lm e n te te.ee de evoluir. N 5 o pode
I di- G o n ç s l v e s C re s p o Dos n o s so s p r o s a d o r e s roerece- m e e m p e r r a r r a m ser n m a e t e r n a rèpe-
t- firnm iiiihlicadns pi-p.V.lecçuo M achado de A ssis, que tição.
indt ’o a u ’ or residia e 6 tnm btm esce-üente p o e t a . — P o d e adeaníar n lcu m a coisa a
! r i m e s ” ch- L n ' z Gni- Dos de fõra, C-aldpron, Cam pos, rp^Tipiio da q u a r ta serie das - Poe
í q u e são de l-S^O. E ’ m or, Zorrilla u» E s p a n h a ; Petrarea s ia s” ?
j: vi.*- jciccnçfics no nos- e Dante n a It-aiia ; S b n k e s p e a r e , By-
p c; ttrn HssiinfiíS ]iPS- — Est A (jnAsi p r o n ta. E com .ela
ro n, S h e lle y . K e a t s p Kobert Burns
irJlr iS "T-jiirrinins" de conto aesbar. com o no verso de
n a In g la t e rra ; Heíne e p r in c i p a l
icnr. . . m en te G o etbe na A I> e m n n b a .
I/liis de C E f i õ e s . a p e r e g r in a ç ã o c a u
in d o isto tvat' q n e
■ rn s a d a m in h f .. SerÈ n m livro de u m a s
— Q u e acha dos nossos m o d e r n is
',h cr "]i'e toiili-í r.firai.v ta sí 300 p á g i n a s m a i s ou m e n o s .
pie.j e n 3 o m e »ii-.muo — V o lum o so p o rtanto .
— G o s to m uito de algu ns. O
Jrm ' ielo BP.nc: 0 p a r. — S i m . D e t e s t o os fo lbe to s. Sem
m a io r deles é G u i l h e r i n e .d e A l m e i d a .
[11í r.iincn p r P " u a R ::n- pre g ostei d o s livros q u e f i c a m em
C o n s id e r o “ A M i n h a S a l o m é ” a m a i s
I c o m i::Iteu n pii jruife,
b£Ia po esia p u b l i c a d a n e s t e s u lt ím o s pé n a estan te . Um livro q o e n S o f i
M - ^ m o por q ue nin-
r iu t e ílnos. E cowo bem feito e ex
;c-rt-‘ >r s e m c o raçã o ... c a e m p é n a e s tan te n 3 o fica e m pé
pressiv o a q u e le “ P i ü o ” ! N S o g o sto n a e t e r n id a d e . . .
s d ier nl.saina cois.« t an to do “ M e n ” , poesia-s a q u e falta
70 d e sua vida lit em-' a n trao çüo do sen tim ento , p o es ia PR U D EN TE D E M O R A E S , NE>TO
v. n a “ G a z e t a ” ilg ’ius
A M A R IO D E A N D R A D E
è>cipaes escritçres. en-
-üf o d e A s s is e J . do
l-t.i v e z o A r t n r Bar- C h e c o u da raarl
rui ipcia d-a reflacçâo
q u e era anto r de u n s
in te ressan te s apareci-
Quanta arrogancia no pescaijor...
>ç2 ” de D o m b a e r t &
<3, : 0 Ferreira d e A- O m ar fe-lo rispide, resoluto,
! f ar-me. P e D sci q u e
m e que não q u e ria
m as. ao c oiurario. elo-
Tem ímpetos de ondas o seu o lh a r ...
an: 'U-me si eu n 5 o ti-
es s. Respondi que Qíh&m o calão do peixe que alie trouxe!.. .
r ra a ‘' G a z e t a ” a té
Pie me p r o p o z en tã o
n m livro m eu .ap ro v ei-
São peixes monstros que elle pescou...
)SÍ‘ l o dos versos que
Pi biicaaos. N aq ueie Quando ha tormenta e a jangada vira
e r a m p o n c o s e ser
livro era n m d o s m e n s O méro o traga duma vei só.. . v -
ie o m e u c o n t e n ta m e n -
. 0
I n tü 3 io d a a pen-
M a r in e lr i, I Ç 2 Ó. p5icr>iogÍ2S nacionais e ! as circv
tancias rrauzitorias d a ' clinma
!fr admiriiri o e s c r i t o r .
víttíu» qrie t i ’ prisaeira moc-i- ^ a r io de A n d ra d e .
scredifot: por ã íu in is . ncn^Tii- pátrias. A iniciai iva icdivhhtá
ir n c r é d itc i,. po rquê a c re d ita r tão inata nas naçua? latinas e u m a *
i m eio bom :1a' pente e m p r e g a r circüastsDCia ião propícia a o . e ; : ; . - r í í
Tirças ria in te n t hüe, v e m um dlo d e civilização ria' A m e r i c a ( a j a-
h i r e c i d n n o p e s s i m i s m o e n a
rosi só m e s m o u m “ com unism o” d o s f o g o s f a t u o s e m c o n v í v i o <le
I'?«-;“ f i l o s o f i í 4 n o u m p o u c o
pnnio repolhudinho-tia-silra: è a P o i s a Tr o r a s u r g i u l á m a i s u m a r e
, ;u- ê t r i o c < { m i m n o s p o V e m i s -
conivcncia da falta-ci^-earacrer erc v i s t a o n d e u m a r e v o a d a i n q u i e t a d e
■*C n
:n S o m b r a .
v e r d a d e i r a
O m o m e n t o
“ i n s p i r a ç ã o "
c u l m i n a n t f .
d e s a i
I n c l i n a u m r a m o f l o r a d o n a c o r t e n -
t e .
, n ‘- >. ir.p r L 'i( m a i o r d o p e ã o d a n o v e l a é a ^ r e v p d e . l a n e i r o d e
A s a r v o r e s T i o s b o s q u e s e s t ã o . q u i e t a s ■
<>el I \ J : r a j é r s t á e m q u è i . h o - c m B u e u ü S - A i r e s d e s c r i t a c o m p r e
S i l e n c i o s a s m o d o r r a n d o . . .
> b;o f i m d e » d a s a s r i e s i k i s õ r s c i s ã o e m o t i v a e - s r u p e n d a . N ã o t e m
U m n o t i m l i i » m o s q u e i a o e s p a ç o - i . .
' i í r i r o i i d o p a r e d ã o n o r a m o . m a i s í t u í .- o s d n R n t a d e i M i r a j e •
U m a s c - i s m a e s < i u e s i t a s e i n s i n u a
p r n t v á s ' d e p o i s d e f a z e r n ã o s e r v a j r a m P n t e n a f i ç u r a f a r -
I N a a l m a d a n o i t e c i a r a . . .
b e i l i i r á s u d e b e l a d o n n n a ; r a d a i ie G u ü l i e r m o H e r m i d a . E ' u ; o
D e s c o r a d a ,
d o n b i s m o i . a g o r a c o m « s p u - r o m a n c e d e f õ r r a s i m p l e s e d e s s a
A l u a
d i l a t a d a ^ p r f b e m e n x e r ; r i r a s s r m p i i c i d a n e h u m a n a A n t o n i o H i n i i -
P a s s e i a
"•s c o m p e n s a p o r a s d a r e a l i d a d e d i a d q u i r i u t o d o o r e l e v o d e l e , u m a
P e l o a z u l d o r m e n t e
! c a m i n h o n o v o e m q u a Ci'- r e a l i d a d e q u a s i p a l p a v e l .
C a u t e l o s a
s p rio b o n e m i n d i v í d u o p r a N T i o s e i e x a t a m e n t e q n e p a p e l
i C o m o q u e e s c r e v e n d o
li c r p e i o i i o a i e r a s o c i a l . E s e m a n t e m S a l a s S n b i r a t n a i i t e r a i ü r .1
- a m - c h e i a s d e c l a r i d a d e a s
U m p o e m a d e r o 6 a
n r n r t l ú a A r g e n t i n a . K ã o i m a g i n o
S o b r e a n e v e .
f i n s d e le - iip lo C o m u n i s m o , n i i e p o s s a s e r m u i t o g r a n d e n ã o
N o i t e m o r t a .
s s o n a t u r a l e a t é l ó g i c o . . . p o r q u ê o s b o i n e n s p o r d e m a i s c a r a
p iiti- iijii'■'i>ipvr, a f r o n d o s a c t e r í s t i c o s n n s - s u a s t e n d ê n c i a s e
■•iriadP ím n ia u .i o C o m u n is m o q u e a c r e d i t a m e « e a f e r r a m p o r d e f í í n ã o f o s s e o “ p o e m a d e r o s a
d a r p r o h o m p i n s o c i a L A - s u a s p e r s o n a f i n a d e s e s p a ç o a d o n õ e Q u e m d i r i g e a r e v i s t a v é 3 . e n f l t o
<J >i -■ r’ C u n u n i s m o p o s s a o s o u r r o s s e a c o m o d e m . T e r á u m W a n d e r l e y e o n o m e d e l a í “ N o s s a
i..e n e m :: I n s s i a p i s s o v s i o u p a s s a r á i n d i f e r e n t e . . . C a r e c e q n c n a l i z n n d o o n o s s o . S 5 o c o n í r a d e s -
i s t i f i i j u e u a ' m o n e e x t o r q u i d a ) d o r á c r P í = c e n d o p r a q u e c o m o □ e s t e s o s s o s .
n - n o .~ r i d t u i o s o.s t i p o s d e d e o u t r a s 6 p o c a ? e-tn q n e f c s ií s n â o se c r i a r a m s e m q n e d e m o m e n t o
tO - 4. x............
o v e i s c r i a d « . o n t e m — p o r e x i - s t i n m . ' n i n r n é m o s a j i ^ r c e . b p ^ s p p a r a m a l ®
I C-iiiCfÜtrr lliU' V»«? £!.*•“
»cia p a r n u m ã r q u l x p t o d e e e - t r u ç - T o fí p r i m e i r a c o u s a q i i p c o n s i c o n i r a r c m / i c r f e ii a rn e n t e ri c i i n e a d o s .