Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Klaus Frey
Klaus Frey2
Resumo:
Neste trabalho discute-se alguns conceitos básicos da análise de políticas públicas, destacando as
contribuições das abordagens do 'neoinstitucionalismo'e da 'análise de estilos políticos' para este campo
de investigação da ciência política. Analisando as implicações desta abordagem para a realidade político-
administrativa de paises em desenvolvimento, particulanllente do Brasil, caracterizados por democracias
não-consolidadas, o texto conclui que as peculiaridades sócio-econômicas e políticas das sociedades em
desenvolvimento não podem ser tratadas apenas como fatores institucionais e processuais específicos, mas
que é preciso uma adaptação do conjunto de instrumentos da análise de políticas públicas às condições
peculiares das sociedades em desenvolvimento.
o seguinte trabalho tem por objetivo incitar uma discussão teórico-metodológica acerca da
análise de políticas públicas no Brasil. Discute-se alguns conceitos básicos da análise de
políticas públicas assim como as contribuições das abordagens do 'neoinstitucionalismo' e
da 'análise de estilos políticos' para este campo de investigação que de fato, nas últimas
décadas, mais ganhou espaço e importância dentro das ciências políticas e administrativas.
Finalmente, discute-se as implicações dessas abordagens, que surgiram nos países
desenvolvidos com regimes democráticos estáveis e consolidados, para a realidade político-
administrativa de países em desenvolvimento como o Brasil, caracterizados como regimes
neopatrimoniais (Eisenstadt 1974) ou democracias delegativas (O'Donnell 1991), cujas
características mais relevantes para o tema aqui discutido são as instituições democráticas
frágeis e a coexistência de comportamentos político-administrativos modernos e
tradicionais.
o trabalho aqlú apresentado se baseia no segtmdo capítulo da minha tese de doutorado (Frey 1997) sobre
as políticas ambientaÍs dos municípios de Santos e Curitiba, que posterionnente foi revisto e ampliado.
2 Prof. Dr. do Depto de Ciências Sociais, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, Se.
6 Referente à política ambiental brasileira, ver Guimarães (1991), referente à política ambientalno Estado de São
Paulo Ferreira (1990 u 1992>, e referente à política ambiental municipal: Ferreira (1996). Uma análise abrangente
da temática da política social na bibliografia brasileira, encontra-se em Viamm (1989). A autora examina
as seguintes três dimensões: (1) o tratamento do social e as tendências manifestas em trabalhos de natureza
diversa e mais global; (2) o aprofundamento do exame do tema política social em investigações seccionais
(estudos-de-caso), dando ênfase na política de saúde; (3) as razões estruturais da ineficácia das políticas
sociais.
No que diz respeito à 'policy analisis' nos países em desenvolvimento, é preciso levar em
consideração o fato de que o instrumento analítico-conceitual (deficitário) foi elaborado nos
países industrializados e, portanto, é ajustado às particularidades das democracias mais
consolidadas do Ocidente. Defendo a tese de que as peculiaridades sócio-econômicas e
políticas das sociedades em desenvolvimento não podem ser tratadas apenas como fatores
específicos de 'polity' e 'politics', mas que é preciso uma adaptação do conjunto de
instrumentos da análise de políticas públicas às condições peculiares das sociedades em
desenvolvimento.
Ver Lobo (1998: 82) que salienta o mérito de estudos mais localizados, uma vez que estes permitem um
aprofundamento maior de questões específicas.
8 Um posicionamento particularmente critico que contesta o caráter científico da 'policy analisis' encontra-se
elll Paris/Reynold: "On lhe olher hand, policy stumes are regarded by many political scientists, economists. and sociologists as second-best-research. The
COlicem ÍS, in part, that these studies 11108t often use imperfect, incomplete data in arder to meet the time constraints af public policy making processes. More
importaníly, the field af inquiry is toa broad and varied to fit within a single theoretical frame\vork ar set af methodologies. Paliey inquiry i.s not considered a
sciense" (parislReynold 1983: IX).
1. 'Policyanalisis'
A seguir serão apresentados alguns conceitos da 'policy analisis': policy, politics e polity,
'policy network', 'policy arena' e 'policy cycle', os quais são considerados de fundamental
importância para a compreensão de políticas públicas e para a estruturação do processo de
pesquisa no quadro da realização de estudos de caso.
A literatura sobre 'policy analisis' diferencia três dimensões da política9. Para a ilustração
dessas dimensões tem se adotado na ciência política o emprego dos conceitos em inglês de
'polity' para denominar as instituições políticas, 'politics' para os processos políticos e, por
fim, 'policy' para os conteúdos da política.
• a dimensão material 'policy' refere-se aos conteúdos concretos, isto é, à configuração dos
programas políticos, aos problemas técnicos e ao conteúdo material das decisões políticas
Essa diferenciação teórica de aspectos peculiares da política fornece categorias que podem
se evidenciar proveitosas na estruturação de projetos de pesquisa. Todavia, não deve-se
deixar de reparar que na realidade política essas dimensões políticas são entrelaçadas e se
influenciam mutuamente. Segundo Schubert, "a ordem política concreta forma o quadro,
dentro do qual se efetiva a política material por meio de estratégias políticas de conflito e de
consenso" (Schubert 1991: 26). A prática comum da 'policy analisis' de distinguir entre
variáveis dependentes e independentes (NaBmacher 1991: 218), tendo por finalidade a
redução de complexidade, pode se mostrar embaraçosa e inadequada para boa parte dos
casos empíricos. Isto é particularmente óbvio nos casos de políticas setoriais novas e
fortemente conflituosas como p.ex. a política ambiental. É inquestionável que o
'descobrimento' da proteção ambiental como uma política setorial peculiar levou a
transformações significativas dos arranjos institucionais em todos os níveis de ação estatal.
9 Ver a respeito WindhofI-Héritier (1987), Jann (1994: 308s), Sehubert (1991: 26) e Prittwitz (1994: l1ss).
Portanto, não é possível e não se justifica uma dedução 'teórica' das variáveis de análise que
devem ser consideradas. São indispensáveis "representações modelares sobre possíveis
concatenações explicativas" (Knoepfel 1987: 77) que podem ser obtidas por meio de
estudos empíricos preliminares em cada campo de política. No caso de políticas setoriais
consolidadas com estruturas de decisão relativamente estáveis pode até ser legítimo
considerar o fator 'instituições' como variável independente. Mas se isso não é o caso, ou
seja, se os estudos empíricos preliminares mostram uma dinâmica expressiva das estruturas
institucionais, deve-se partir do pressuposto da existência de uma dependência pelo menos
parcial da variável 'polity'.
10 Ver para o caso da Alemanha: Frey (1990: 26s) e HartkoplJBohl1e (1983: 122f).
11 Ver Windhoff-Héritier (1987: 8).
12 Compare a distinção feito por Elmore entre forward mapping e backward mapping no contexto da análise
de implementação. O consultor de políticas públicas costuma-se valer do fonvard mapping, o que
pressupõe que ele como fonnulador das políticas define em conjmlto com a liderança administrativa as
políticas, as responsabilidades, equacionando possíveis interferências na implementação das políticas. Isso,
por sua vez, pressupõe a capacidade por parte dos gestores das políticas públicas de controlar o processo
político-administrativo da implementação. O cientista político ao contrário, interessado na análise posterior
dos "déficits de implementação", costmna enfocar os pontos críticos de interseção das acões políticas,
administrativas e privadas - característico da abordagem de backward mapping - a fim de chegar a mn
melhor entendimento das dinâmicas do processo político-administrativo (ver Viana 1996: 25).
estáveis durante um período maiS longo (daí poderiamos concluir uma independência
relativa da variável 'polity' para esta situação empírica concreta)13, é dificil imaginar uma tal
independência para as dimensões 'politics' e 'policy'.
A suposição de Lowi (1972: 299) de que "policies determine politics" pode até ser válida
para um campo específico de política ou um 'policy issue', sob condições particulares, mas
de forma alguma serve como lei global. Já a observação da evolução histórica da política
ambiental mostra de forma nítida como ambas dimensões têm se influenciado
13 Deve-se levar em conta que os estudos tradicionais, em geral de caráter quantitativo, apenas costumam (e
podem) considerar a estrutura institucional mais superficial. No caso de estudos comparativos sobre
programas políticos de sistemas de governo presidenciais e sistemas parlamentaristas (ver Nafimacller
1991: 168), costuma-se excluir possíveis modificações institucionais nos rnveis inferiores ao governo ou ao
parlamento (p.ex. a criação de órgãos de coordenação na ad11Ú11istração), apesar de estes fatores se
mostrarem eventualmente mais relevantes para os resultados das políticas do que o fator 'sistema de
governo'.
Diante dessa reorientação aqui proposta, as categorias de 'policy networks', 'policy arena' e
'policy cycle' ganham relevância para a 'policy analisis'. Apresentamos a seguir essas
categorias.
'policy networks'
Conforme uma definição de Redo, entende-se por um 'policy network' as "interações das
diferentes instituições e grupos tanto do executivo, do legislativo como da sociedade na
gênese e na implementação de uma determinada policy" (Reclo 1978: 102). Segundo Miller
trata-se no caso de 'policy networks' de redes de relações sociais que se repetem
periodicamente, mas que se mostram menos formais e delineadas do que relações sociais
institucionalizadas, nas qUaIS é prevista uma distribuição concreta de papelS
organizacionais. Todavia, essas redes sociais evidenciam-se suficientemente regulares, para
que possa surgir confiança entre seus integrantes e se estabelecer opiniões e valores comuns
(Miller 1994: 379).
Essas 'policy networks' ganham importância nos processos decisórios dos sistemas político-
administrativos nas democracias modernas, ao passo que os processos e procedimentos
formais e prescritos pelas constituições perdem a influência sobre a determinação real dos
conteúdos (Schubert 1991: 36). As redes de atores, que se formam em torno de políticas
específicas, podem ser consideradas como tipos antagônicos ao tipo institucional da
'hierarquia'. As características particulares das 'policy networks' são uma estrutura horizontal
de competências, uma densidade comunicativa bastante alta e, interrelacionado com isso,
um controle mútuo comparativamente intenso (Prittwitz 1994: 93). Prittwitz assinala que as
barreiras de acesso às 'policy networks' são relativamente baixas, se comparadas aos
sistemas corporativistas de negociação (idem.: 94). Porém, em alguns campos da política,
como por exemplo na política monetária ou na política de defesa nacional, o número dos
envolvidos tende a ser pequeno e as barreiras de acesso tendem a ser altas. Windhoff-
Réritier fala de 'policy networks' exc1udentes e fechadas. Nestes casos, as relações entre os
poucos envolvidos tendem a ser intensas, rotineiras e freqüentemente institucionalizadas
(Windhoff-Héritier 1987: 45)14. Redes de atores que não se relacionam com uma política
setorial como um todo (por exemplo a política de saúde ou de meio ambiente), mas apenas
com algumas questões mais estreitamente delimitadas (por exemplo um projeto de
reciclagem de lixo, ou a criação e implementação de uma zona de proteção ambiental), são
chamadas de 'issue networks' (idem: 46 e Miller 1994: 379).
Para a análise de políticas públicas essas 'policy networks' ou 'issue networks' são de grande
importância, sobretudo enquanto fatores dos processos de conflitos e de coalizão na vida
político-administrativa. Foi observado, no caso da realidade política das democracias mais
consolidadas, que os membros de tais 'policy networks' costumam rivalizar entre si, mas
acabam criando laços internos de solidariedade, o que lhes possibilita se defender e agir
contra os outros 'policy networks' considerados concorrentes.
'policy arena'
A concepção da 'policy arena' foi originalmente introduzida no debate científico por Lowi
(1972)15 Ela parte do pressuposto de que as reações e expectativas das pessoas afetadas por
medidas políticas têm um efeito antecipativo para o processo político de decisão e de
implementação. Os custos e ganhos que as pessoas esperam de tais medidas tornam-se
14 Para Miller, por essas redes estarem caracterizadas por um certo grau de institucionalidade, já não podem
mais ser designadas 'policy lletworks'. Vale lembrar neste contexto que a passagem de 'policy networks'
para sistemas institucionalizados puros de decisão e de negociação é gradativa e volátil. Em geral, partes
de 'policy networks' são institucionalizadas, p.ex. um conselho ambiental. No entanto, na fase anterior à
decisão final o círculo dos envolvidos nos processos de negociação tende a ser mais amplo.
15 Ver também arespeito Schubert (1991: 37s) e Windhoff-Héritier (1987: 47ss).
1. policies distributivas são caracterizadas por um baixo grau de conflito dos processos
políticos, visto que políticas de caráter distributivo só parecem distribuir vantagens e não
acarretam custos - pelo menos diretamente percebíveis - para outros grupos. Essas 'policy
arenas' são caracterizadas por "consenso e indiferença amigável" (Windhoff-Héritier
1987: 48). Em regra geral, políticas distributivas beneficiam um grande número de
destinários em escala relativamente pequena, enquanto potencias opositores costumam
ser incluídos na distribuição dos serviços e beneficios.
Observa-se na literatura sobre 'policy analisis' divergências em relação ao uso dos conceitos
de policies regulatórias e constitutivas. Schubert, por exemplo, designa as policies
constitutivas como "policies sócio-regulatórias" por elas se referirem à "configuração e ao
preenchimento geral da vida política e social de uma sociedade" (Schubert 1991: 38), ao
passo que Windhoff-Héritier nem menciona este tipo de política. Parece-me mais
apropriado considerar as policies sócio-regulatórias como uma forma específica das policies
regulatórias, justapondo-as a policies técnico-regulatórias e policies ecológico-regulatórias.
Sendo que podem ser atribuídas caracteristicas políticas e processuais distintas a essas
subformas de política, essa subdivisão pode, a partir de uma perspectiva analítica, se
mostrar útil para determinar as manifestações peculiares de cada tipo de policies
regulatórias e seus efeitos nos processos de conflito, de coalizão e de consenso.
16 Ver o exemplo do plebiscito sobre o sistema de governo no Brasil em 1994, que apesar das campanhas
realizadas com muito empenho e com altos recursos financeiros não conseguiu despertar um interesse
maior na população e na midia.
'policy cycle'
17 Ver Goldsmith (1992) que analisa as concepções do Institution Building, do Institution Development, da
Institutional Sustainability e a New Institutional Theory referentes às suas contribuições para as políticas
de desenvohimento nos países do terceiro mundo.
18 Todavia, é importante lembrar que aspectos formais das políticas públicas podem contribuir para amenizar
ou reduzir essa relação. Ao deixar pouco claro ou até esconder os impactos concretos de programas
políticos é possível reduzir o potencial de conflito destes programas. Se os programas têm Ulll caráter de
efeitos de longo prazo consegue-se nOTIllalmente diminuir a disposição das forças opositoras para criar
conflitos. As possibilidades de reação e de mobilização das pessoas afetadas pelas medidas podem ser
dificultadas quando o catálogo de medidas estende-se por várias políticas setoriais ou quando as políticas
se caracterizam por Ullla alta interdependência técnica. Estes fatores tomam dificil a criação de uma arena
política específica. Para desviar com'litos políticos, especialmente os representantes do povo nos
parlamentos perseguem a estratégia de se limitar a detenninar os regulamentos mais globais, transferindo
desta maneira as decisões de caráter mais conflituoso para o processo de implementação das políticas
públicas. Através da delegação de competência de decisão e de planejamento de forma ampla para a
administração os parlamentares conseguem evitar tomadas de decisão desagradáveis e eventuais perdas de
votos dos eleitores (ver Windhoff-Héritier 1987: 53s).
política. Isto não exige necessariamente uma "tematização pública" dos projetos (Prittwitz
1994: 58), mas pelo menos é conveniente o envolvimento dos relevantes atores políticoS19.
A implementação de politicas pode ser considerada aquela fase do 'policy cycle' "cuja
encomenda de ação é estipulada na fase anterior à formulação das políticas e a qual, por sua
vez, produz do mesmo modo certos resultados e impactos de 'policy''' (Windhoff-Héritier
1987: 86). O interesse da 'policy analisis' nesta fase se refere particularmente ao fato de que
freqüentemente os resultados e impactos reais de certas políticas não correspondem aos
impactos projetados na fase da sua formulação. No que diz respeito à análise dos processos
de implementação, pode-se distinguir entre abordagens dirigidas ou a programas ou a
estruturas e atores. No primeiro caso tem-se em vista, antes de mais nada, o conteúdo dos
programas. Comparando os fins estipulados na formulação dos programas com os resultados
alcançados examina-se até que ponto foi cumprida a encomenda de ação e quais as causas
dos eventuais "déficits de implementação". No segundo caso, o que está em primeiro plano
é o processo de implementação, isto é, a descrição do 'como' e da explicação do 'porquê'.
"De maneira indutiva e empírica descreve-se o que acontece, quais atores atuam com quais
motivos e com quais resultados" (idem: 87).
19 Em relação à caracterização de diversas agendas políticas, das condições de êxito de 'policy issues'
específicos e das estratégias políticas no quadro do agenda-setting ver Windhoff-Héritier (1987: 69ss).
a adaptação contínua das formas e instrumentos de ação pública, o que Prittwitz denominou
corno "aprendizagem política" (Prittwitz 1994: 60s).
20 Portanto, o 'policy cycle' nos possibilita a integração das distintas abordagens avaliativas tnencionadas por
Arretche (1998) (avaliação política, análise de políticas públicas e avaliação de políticas públicas) dentro
de um modelo de referência de caráter processual. Cada uma dessas abordagens avaliativas pode ser
considerada parte integral do 'policy cycle': a avaliação dos "pressupostos e fundamentos políticos de um
determinado curso de aç-ãopública" se dá primordialmente nas fases da percepção e definição de problemas
e do agenda-setting; "o exame da engenharia institucional e dos traços constitutivos dos programas"
(Arretche 1998: 30), que para Arretche é tarefa única e exclusiva da abordagem de 'análise de políticas
públicas', é premente na fase de elaboração de programas e de decisão, porém deve ser levado em
consideração em todas as fases do 'policy cycle'; finalmente, Arretche considera a "adoção de métodos e
técnicas de pesquisa que permitam estabelecer mna relação de causalidade entre mll programa x e um
resultado .v" (idem: 31) como a abordagem específica de avaliação de políticas públicas, a qual, no entanto,
corresponde à fase da avaliação de políticas e da correção de ação no quadro do modelo do 'policy cycle'.
Também a diferenciação entre avaliações ex-ante e ex-post, como colocada por Lobo (1998: 76), se
enquadra no modelo do 'policy cycle'; a avaliação ex-ante deve preceder a fase da decisão, possibilitando
uma decisão que seja a mais adequada possível, ao passo que a avaliação ex-post sucede a fase da
implementação do programa, possibilitando um controle social e político das políticas levadas a cabo. Ver
também a importante trabalho de Viana (1996) sobre os diversos modelos explicativos das várias fases das
políticas públicas.
"However, the policy cycle is meant as an analytical device highlighting the various points at
which critica1 po1icy decisions are made rather than as a description of an actua1 process for ali
policies" (Kelly/Palumbo 1992: 651f).
2. Neoinstitucionalismo
É mister lembrar que instituições servem não apenas para a satisfação de necessidades
humanas e para a estruturação de interações sociais, mas ao mesmo tempo "determinam
posições de poder, eliminam possibilidades de ação, abrem chances sociais de liberadade e
erguem barreiras para a liberdade individual" (Waschkuhn 1994: 188f). A
institucionalização implica porém em custos graves, porque ela não representa somente a
exclusão de muitas vozes, mas também o pesadelo da burocratização e das contrariedades
que essa acarreta consigo (O'Donnell 1991: 30). Instituições não são somente um reflexo de
necessidades individuais ou sociais. Instituições políticas são padrões regularizados de
interação, os quais são do conhecimento dos atores sociais, praticados por eles e em geral
reconhecidos e aceitos, mas não necessariamente aprovados. Logo, são produto de
precedentes processos políticos de negociação, refletem as relações de poder existentes e
podem ter efeitos decisivos para o processo político e seus resultados materiais (Prittwitz
1994: 239).
"As a result, a theory that treats intentional, calculative action as the basis for understanding
hmllan behavior is incomp1ete if it does not attend to the ways in which identities and
inStitutiOllSare constitutecLsustained, and interpreted" (MarchJOlsen 1994: 250).
"The core notion is that life is organized by sets of shared meanings and practices that come to
be taken as given for a 10ng time. Intentional, calculative actions of individuaIs and collectivities
are embedded in these shared meanings and practices, which can be called identities and
institutions" (March/Olsen 1994: 250).
Isto significa que os atores políticos e SOCIalSagem não somente de acordo com os seus
interesses pessoais. Também as suas identidades, ora enquanto cidadão, político, servidor
público, ora enquanto engenheiro, médico, sindicalista ou chefe de família influenciam o
seu comportamento nos processos de decisão política24. Regras, deveres, direitos e papeis
institucionalizados influenciam o ator político nas suas decisões e na sua busca por
estratégias 'apropriadas':
"Rule-driven bahavior ... is based more on a logic of appropriateness and codes of conduct than
on anticipation of uncertain consequences and calculation of expected values" (ebd.: 253).
24 É por causa dessas identidades variadas que, por mll lado, o "ethos de mercado individualista" (Owens
1997: 263) não nos fornece mna explicação satisfatória para os processos decisórios na política ambiental e
que, por outro lado, mlla análise de cústo-benefício - que se baseia no critério da "disposição de pagar"
como medida de valor ambiental- é insuficiente como base de decisão na política ambiental. Uma vez que
temos valores diferentes como consumidores e cidadãos o auto-interesse não necessariamente tem que se
impor e o dilema do prisoneiro ou a "tragédia dos bens comuns" (Hardin 1977) não necessariamente tem
que se efetivar; ver o\'vens (1997: 263s).
25 Do mesmo modo, Scharpf alega que a abordagem institucional da pesquisa política tem que dar bons
resultados na explicação ou do comportamento político ou dos conteúdos da política, se ela quer ir além de
uma mera descrição fenomenológica (Scharpf 1985: 166).
26 Ver p.ex. Nohlen (1994: 15ss) que se vale das mais variadas tentativas de explicar as trocas freqüentes de
regimes na América Latina, como o "pensamento hierárquico-patriarcal", as estmturas sociais hierárquicas,
o desenvolvimento deficiente da estmtura social, variáveis externas como a política externa dos Estados
Unidos e o sistema econômico mundial, mas também fatores institucionais como o presidencialismo
latinoamericano.
MarchlOlsen, a meu ver, está em ter chamado a atenção para o fato de que uma política
orientada pelas estruturas não pode se satisfazer em influenciar as estruturas institucionais
formais, mas que a política (inclusive as políticas setoriais) não pode e não deve deixar de
influenciar as identidades e os padrões de comportamento, por exemplo por meio dos
instrumentos da propaganda e da educação.
27 Ver Prittwitz (1994: 31); exemplo disso é o surgimento massivo dos movimentos sociais durante a
'abertura' política no final do regime militar no Brasil.
"A political culture is a particular distribution in a particular natioll of people having similar or
different political attitudes, values, feelings, informations and skills" (Ahnond 1974: 50).
28 Por exemplo o surgimento de novos canais de participação (conselhos populares etc.) em conseqüência da
pressão político-social exercida pelos movimentos sociais e pela sociedade civil em geral na política
mm1icipal brasileira.
29 Ver a defInição de cultura política segundo Pye: "Polítical culture is a sei af altitudes, beliefu and senlÍments which give arder and meaning
to a political process and wlrich provide the underlying assumptions and rules that govenl behavior -in the polilici:ll system. lt encompasses both the political ideals
and the operating norrns af a policy. Political cu.lhITe 15thus the manifestation in aggregate form af the psychological and subjective dimensions af politicsn (Pye
1968: 218).
e apáticas. Na base desta abordagem se encontra a "tese de uma certa apatia salutar"
(Beyme 1992: 168):
"Within the civic culture, then, the individual is not necessarily the rational, active citizen.
Ris partem of activity is more mixed and tempered. ln this way he can combine some
measure of competence, involvement, and activity with passivity and noninvolvement"
(AlmondfVerba 1963: 487).
Os defensores da 'civic culture' reivindicam pois uma mistura saudável das 'virtudes':
passividade, consciência de tradições e indiferença política por parte das massas, em
concurso com as qualidades ativas das elites políticas, por esta mistura ser proficua para a
conservação da democracia (Fenner 1991: 512). A pesquisa da cultura política tem por
objetivo não apenas a obtenção de conhecimento sobre culturas singulares. Ao avaliar as
culturas políticas em relação a suas características que contribuem para a estabilidade
democrática, a abordagem contém um forte componente prático e normativo. Porém, como
o próprio Almond, um dos principais articuladores da teoria tradicional de cultura política,
salienta em um trabalho mais recente, é evidente que a cultura política não determina a
estrutura política, mas "that causality worked both ways, that attitudes influenced structure
and behavior, and that structure and performance in turn influenced attitudes" (Almond
1990: 144).
Sob 'análise de estilos políticos' entende-se portanto "o exame de estruturas de decisão em
relação a políticas setoriais, contanto que essas se encontrem inseridas em elementos
politicos estruturais formais e informais e se refiram a valores, regras e padrões de ação
(tanto individuais como referentes à sociedade como um todo) que são norteadores de
comportamento" (NaJ3macher 1991: 192). Enquanto a pesquisa sobre a cultura política
analisa o significado da 'dimensão subjetiva' em relação às três dimensões da vida política: o
sistema político, o processo político e os 'outputs' das políticas setoriais e das decisões do
sistema político (Diamond 1994: 8), é necessário distinguir dois interesses diferentes de
conhecimento que são fundamentais para a análise de estilos políticos. Em primeiro lugar,
trata-se de investigar possíveis fatores de influência que podem ter levado à consolidação de
um certo estilo de política empiricamente observado; neste caso o estilo político é
considerado como uma variável dependente. Podemos pensar neste contexto nas estruturas
sociais e econômicas, na composição étnica da população, nas estruturas tradicionais dos
sistemas partidário e associativo, nas condições institucionais em geral e na importância
atribuída aos subsistemas dentro do sistema global (NaJ3macher 1991: 190). Todos estes
fatores têm eventualmente uma importância na concretização de estilos de conduta política.
Em segundo lugar, o estilo político pode ser considerado como uma variável independente.
Neste caso, coloca-se em primeiro plano a questão como programas - o resultado material
de processos de decisão - podem ser influenciados por estilos políticos concretos. É possível
pensar na implementação de um projeto ou programa político específico, por exemplo um
projeto de reciclagem de lixo ou um programa de geração de emprego, ora realizado por um
governo de caráter mais participacionista, fundamentando o processo de implementação em
uma ampla participação da sociedade, ora realizada por um governo de caráter mais
tecnocrata, apostando primordialmente no conhecimento técnico da administração e
impondo o projeto de cima para baixo e conforme critérios exclusivamente técnicos3~.
34 Foram essas as as características dos govemos de Santos e de Curitiba que foram objeto da minha tese de
doutorado; ver Frey (1995 e 1996).
tenham surgido por ocasião da elaboração da minha tese de doutorado sobre a política
ambiental municipal no Brasil (Frey 1997), recorrerei na seguinte discussão a exemplos e
observações referentes às políticas municipais e ambientais mais especificamente.
A análise de políticas públicas não dispõe de uma teoria uniforme. No entanto, com a
11
Uma outra razão para a variedade de arranjos institucionais no nível municipal deve-se ao
processo de transição democrática, no qual a sociedade brasileira ainda se encontra depois
dos 20 anos de regime militar. O país está vivenciando, em relação às estruturas
institucionais e aos processos políticos, um período extremamente dinâmico e agitado de sua
história. Não obstante a grande inércia das oligarquias conservadoras tradicionais do país, as
constelações das forças políticas sofreram modificações significativas devido ao surgimento
acentuado de grupos interessados na modernização e democratização do Estado e da
sociedade. Permanentemente surgem novas forças e atores políticos - pensa-se p.ex. no
crescimento contínuo e desordenado dos movimentos sociais e associações de moradores -
no palco político, enquanto outros perdem ao mesmo tempo suas margens de ação e sua
influência ou se retiram totalmente dos acontecimentos políticos35. Nem o arcabouço
institucional e a rede dos relevantes atores políticos e nem os padrões de conduta político-
administrativa chegaram a se consolidar sob as novas condições democráticas. Além do
mais, tem contribuído para essa instabilidade generalizada a falta de consolidação e
consumação da 'determinação político-ideológica' tanto da população, do eleitorado, como
também dos políticos e até mesmo dos partidos. Sem querer discutir neste momento, mais
detalhadamente, as respectivas causas36, é preciso assinalar as dificuldades que essa falta de
consolidação traz para a prática da 'policy analisis'.
muito restrita de estudos primários preexistentes. Além disso, ele corre o risco de ter que
enfrentar mudanças significativas até durante o próprio processo de pesquisa. Essas
mudanças podem ocorrer não somente referente à política material, objeto de sua
investigação, mas também referente às instituições políticas e ao 'policy network', ou seja, a
rede dos atores políticos que determinam o processo político, pode repetinamente mudar
durante a realização do projeto de pesquisa. Em geral, estudos de políticas públicas no nível
da política municipal exigem a realização de levantamentos primários sobre as dimensões
'politics' e 'polity' nos municípios escolhidos, indo desta maneira além da dimensão material
das políticas setoriais.
Um estudo de políticas públicas, que na sua análise e avaliação quer fazer justiça - pelo
menos aproximadamente - à realidade empírica, dificilmente pode, no caso da existência de
déficits de informação, deixar de dirigir uma parte dos esforços de pesquisa para estes
levantamentos primários, ainda que isso possa significar - por conseqüência das limitações
referentes às capacidades e aos recursos de pesquisa - cortes nas pretensões referentes à
profundidade da pesquisa. Só desta maneira é possível, no meu entender, corresponder à
pretensão de analisar as interdependências recíprocas entre as instituições políticas, os
processos políticos e os conteúdos concretos das políticas (Scharpf 1985: 165).
Querendo analisar programas ou projetos setoriais, temos que nos dar conta que uma
avaliação abrangente dos programas e projetos só se torna possível, na medida em que são
"The intent of action programs and individual projects is to cause a change in the policy
ellvironlllent, a change that can be considered an outcome of the program" (Grindle 1980: 6)
A medida que programas e projetos singulares de ação são meios para alcançar metas
políticas mais amplas, a análise de tais programas e projetos nos serve para medir o sucesso
ou fracasso de uma política setorial como um todo (ibidem). Do mesmo modo, deveriamos
supor que a realização bem sucedida de programas setoriais isolados seja um indício para
uma política municipal bem sucedida em geral. Que isto não é sempre o caso mostra bem a
política ambiental. Freqüentemente, a política ambiental acaba entrando em conflito com
outras políticas setoriais (p.ex. a política econômica, de moradia, de transporte ou de infra-
estrutura). Normas ambientais restritivas podem ter impactos negativos referentes à meta -
de caráter político-econômico e financeiro - de atrair e estabelecer novas empresas
industriais numa dada região, enquanto uma política de habitação social pode comprometer
metas ambientais referentes ao micro-clima ou à extensão das áreas verdes. Esta perspectiva
revela um dos maiores problemas de sistemas funcionalmente organizados: a falta de
coordenação. Tendo os sistemas parciais funcionais uma tendência a se tornar autônomos,
existe o risco de que eles percam de vista as metas globais estipuladas pelo sistema global e,
por outro lado, que programas e atividades contraditórios, estando em conflito uns com os
outros, sejam desenvolvidos e implementados nos vários sistemas parcias de caráter
funcional.
o potencial de conflito, vinculado aos conteúdos das políticas, já nos fornece indícios
bastante claros sobre as características do processo político. Em regra geral, é possível
associar determinados atores e grupos políticos a políticas públicas específicas. Isto
significa que os respectivos problemas e conteúdos induzem, pelo menos até um certo grau,
as constelações referentes a 'politics'. De maneira correspondente é necessário estabelecer
uma diferenciação vertical em relação à dimensão 'politics'. Acontece que a política global
vem sendo definida por atores diferentes àqueles atores político-administrativos que
formulam e negociam o planejamento e os programas políticos em cada campo setorial da
política. Do mesmo modo, em áreas de ação específicas (policy issues) - p.ex. na reciclagem
Apesar de Scharpf partir da premissa II que nenhuma das três abordagens explicativas pode,
de forma isolada, compreender a realidade política satisfatóriamente", ele atribui à
abordagem institucional uma llimportância proeminente" por ela estar relacionada, ao
mesmo tempo, com as perspectivas de 'policy' e de 'polity' e pela "suposição de que
estruturas institucionais (polity) pudessem ter influência importante em ambas
(perspectivas)" (Scharpf 1985: 165). Eu, em contrapartida, parto da hipótese de que esta
suposta llimportância proeminente" da abordagem institucional perde sua força explicativa
em relação a abordagens processualistas em sociedades com um grau de institucionalização
e de consolidação menor das práticas de negociação. A constelação das forças sociais e
políticas, ou seja, o exercício de poder pelas elites políticas e econômicas, parece, no caso
brasileiro, determinar de forma bem mais decisiva os rumos do país do que qUaIsquer
arranjos, independente o quão formalmente institucionalizados sejam. Parece que em
diferentes sociedades com culturas políticas e administrativas distintas predominam
mecanismos distintos que, em cada caso, levem a uma configuração específica das
estruturas, dos processos e funções.
A concepção das democracias delegativas de O'Donnell (1991) pode nos fornecer indícios
para uma explicação plausível. O'Donnell designa democracias não consolidadas e não
institucionalizadas, que apesar disso podem ter um caráter persistente, de democracias
delegativas. Essa categoria de democracia, na qual, segundo ele, o Brasil se insere, é
caracterizada pela fraqueza e reduzida densidade de suas instituições, nas quais a influência
sobre as decisões políticas fica reservada a uma elite c1assista. A influência nos processos de
decisão política e na implementação das políticas é normalmente exercida de forma direta e
não de forma 'agregada', intermediada por partidos e associações. Ao lugar de instituições
democráticas são várias instituições não formalizadas que exercem influência primordial e
decisiva nos processos político-administrativos; O'Donnell menciona sobretudo o
clientelismo, o patrimonalismo e a corrupção (O'Donnell 1991: 30). O agir estatal e
administrativo se baseia em formas clientelistas de interação, visa mais o caso individual e
não soluções coletivas.
A política efetiva não vem sendo produzida, ou só em proporções limitadas, dentro das
instituições formalmente previstas na Constituição ou nas Leis Orgânicas dos municípios
(p.ex. câmara municipal, conselhos populares etc.) e segue só de forma restrita os padrões
de política aspirados teoricamente com os respectivos arranjos institucionais (democracia
representativa, participação, negociações públicas e transparentes). Isto confirma a já
mencionada suposição de que em democracias pouco consolidadas ou 'delegativas' padrões
de comportamento político como o clientelismo, o populismo ou o patrimonialismo exercem
eventualmente uma influência maior na definição das políticas públicas do que as
instituições formais, ou, colocado de outra maneira, estes vícios políticos desconfiguram e
descaracterizam os arranjos institucionais. Costuma-se designar estes padrões de política
como características da cultura política latinoamericana (Fanger 1994). Isto significa para a
'policy analisis' no contexto brasileiro que, levando em conta a situação política e social
específica do país, é preciso analisar as instituições no sentido de saber se elas realmente
exercem um papel importante e decisivo nos processos de formação de vontade e de
decisão, e se não, quais conseqüências isto acarreta para o processo político em geral
(O'Donnell 1991: 27).
Se partimos da suposição de uma grande influência dos estilos políticos ou dos padrões
políticos sobre os processos de formação de vontade e de decisão, isto remete à necessidade
de questionar essa dimensão de 'politics' sobretudo no que diz respeito aos efeitos recíprocos
com a estrutura institucional, a dimensão de 'polity'. Com a inclusão da "avaliação de formas
de comportamento político ('estilos políticos, tradições administrativas', 'padrões
culturalmente influenciados de percepção e de ação'), relacionada a campos específicos de
ação" (Hesse 1985: 59) e - ligado a isso - com o "abandono da compreensão em boa parte
das vezes estática de instituições" abrem-se, segundo Hesse, "caminhos para uma pesquisa
político-científica, mais em concordância com a realidade de processos complexos de
interação " (ibidem).
Referências bibliográficas
Almond, Gabriel A. (1974): Comparative politics today - a world view. Boston e Toronto
Almond, Gabriel A. (1990): The study ofpolitical culture. hl. G.A. Almond: A divided discipline:
schools and sects in political science. Sage: New York
Almond, G.A. e Verba, S. (1963): The civic culture. Princeton University Press: Princeton
Arretche, Marta T.S. (1998): Tendências no estudo sobre avaliação. m: Elizabeth MeIo Rico (org.):
Avaliação de políticas sociais: uma questão em debate. São Paulo: Cortez, pp. 29-39
Beck, Ulrich (1993): Die Erfindilllg des Politischen. Zu einer Theorie reflexiver Modemisierung.
Suhrkamp: Frankfurt am Main
Berg-Schlosser, Dirk (1986): Politische Kultur. m: Wolfgang M. Mickel (org.): Handlexikon zur
Politikwissenschaft. Série da Bundeszentrale für politische Bildung, Vol. 238. Bonn: Ehrenwirth, pp.
385-388
Beyme, Klaus von (1985): Policy Analysis illld traditionelle Politikwissenschaft. m: Hans-Hennalm
Hartwich (org.): Policy-Forschung in der Blmdesrepublik Deutschland. Thr Selbstverstandnis und ihr
Verhãltnis zu den Grundfragen der Politikwissenschaft. Opladen: Westdeutscher Verlag, pp.7-29
Beyme, Klaus von (1992): Die politischen Theorien der Gegenwart. Eine Einfülmmg. Opladen:
Westdeutscher Ver1ag
Carvalho, Maria d.C.B.d. (1998): Avaliação participativa - uma escolha metodológica. hl: Elizabeth
MeIo Rico (org.): Avaliação de políticas sociais: uma questão em debate. São Paulo: Cortez, pp.87-
94
Diamond, Larry (1994): futroduction: political culture and democracy: In: Larry Diamond (org.):
Political culture and democracy in developing cOIDltries. Lynne Rielmer Publ.: Boulder/London,
pp.1-27
Ferreira, Leila da Costa (1990): Estado e ambiente. A política ambientalno Estado de São Paulo.
Primeira Versão, Nr.l O. Campinas: IFCHlUnicamp
Ferreira, Leila da Costa (1996): A busca de altemativas de sustentabilidade no poder local. In: Leila
da Costa Ferreira e Eduardo Viola (orgs.): Incertezas de sustentabilidade na globalização. Campinas:
Ed. da UNICAMP, pp. 133-160
Frey, Klaus (1990): Umweltinfonnationssysteme. Strategien und Konflikte bei der Einführung
k0111lmmalerUmweltinfonnationssysteme in die kommunalpolitische Praxis am Beispiel der Stãdte
Bielefeld, Düsseldorf, Wiesbaden und Würzburg. hmenpolitik in Theorie und Praxis, Bd.21.
München: Minerva
Frey, Klaus (1995): Crise do Estado e gestão municipal: a política ambiental em Santos e Curitiba.
In: Revista de Ciências Humanas, VoU3, N°' 17/18,211996, pp.165-191
Frey, Klaus (1996): Crise do Estado e estilos de gestão municipal. In: Lua Nova, N°' 37, pp.1 07-13 8
Goldsmith, Arthur A. (1992): Institutions and planlled socioeconomic change: four approaches.
Public Administration Review, VoI.52, NO.6, pp.582-587
Grindle, Merilee S. (1980): Policy content and context in implementation. In: MeriIee S. Grindle
(org.): Politics and policy implementation in the Third World. Princeton, NJ: Princeton University
Press, pp.3-34
Guimarães, Roberto P. (1991): The ecopolitics of development in the Third World: Politics &
environl11ent in Brazil. Boulder/London: L)'lme Rielmer
Hardin, Garret (1977): The tragedy of the commons. In: Garret Hardin e John Baden (orgs.):
Managing the commons. San Francisco: Freeman, pp.1243-1248
Hec1o, Hugh (1978): Issue networks alld the executive establishment. In: Anthony King (Hrsg.): The
new american polítical system, Washington D.e., pp.87-124
Hesse, Joachim Jens (1985): Policy-Forschung zwischen Anpassung und Eigenstandigkeit. Wider
die "Methoden" der sozialwisssenschaftlichen Staats- und Verwaltungsforschung. In: Hans-Hermmm
Hartwich (org.): Policy-Forschullg ill der Bundesrepublik Deutschland. nu Selbstverstandnis und ihr
Verhãltnis zu den Grundfragell der Politikwissellschaft. Opladell: Westdeutscher Verlag, pp. 30-68
Jal1l1, Werner (1994) Politikfeldanalyse. In: Jürgell Kriz et. aI. (orgs.): Politikwissenschafliche
Methoden. Lexikon der Politik (org. por Dieter Nohlell), VoI. 2, München: Beck, pp. 308-314
Kelly, Rita Mae e Palumbo, Delmis (1992): Theories for policy making. In: Mary Hawkesworth e
Maurice Kogml (orgs.): Encyc10pedia of govemment mld politics. VoUI, Londres e Nova Yorque
1992, pp.643-655
Knoepfel, Peter (1987): Probleme (intematiollal) vergleichellder Politikallalysell. In: Rainer Koch
(org.): Verwaltungsforschung in Perspektive - Ein Colloquium zur Methode, zum Konzept und zum
Transfer. Badell-Baden: Nomos 1987, pp. 56-77
Lasswell, Harold D. (1951): The policy orientation. In: Dm1iel Lemer e Harold D. Lasswell (orgs.):
The Policy Sciences. Stanford: Stanford University Press 1951, pp.3-15
Leal, Rogério Gesta (1997): Teoria do Estado: Cidadania e poder político na modemidade. Livraria
do Advogado: Porto Alegre.
Lemer, Daniel e Lasswell, Harold D. (orgs., 1951): The Policy Sciences. Stanford: Stanford
University Press
Lobo, Thereza (1998): Avaliação de processos e impactos em programas sociais: algumas questões
para reflexão. In: Elizabeth MeIo Rico (org.): Avaliação de políticas sociais: uma questão em debate.
São Paulo: Cortez, pp.75-84
Lowi, Theodore J. (1992): Four systems of policy, politics and choice. In: Public Administration
Review, Vo1.32, N°A, pp. 298-310
March, James G. e Olsen, Johan P. (1994): Institutional perspectives on govemance. In: Hans-Ulrich
Derlien et. aI. (orgs.): Systemrationalitãt und Partialinteresse. Festschrift fur Renate Mayntz, Baden-
Baden: Nomos
MeIo, Marcus André (1998): As sete vidas da agenda pública brasileira. In: Elizabeth MeIo Rico
(org.): Avaliação de políticas sociais: uma questão em debate. São Paulo: Cortez, pp.II-28
Miller, Hugh T. (1994): Post-progressive public administration: lessons from policy networks. In:
Public Administration Review, VoI.54, N°' 4, pp.378-386
NaJ3macher, Hiltrud (1994): Politikstilanalyse. In: Jürgen Kriz et. aI. (orgs.): Politikwissenschafliche
Methoden. Lexikon der Politik (org. por Dieter Nohlen), VoI. 2. Mm1Íque: Beck, pp. 314-316
Nohlen, Dieter (1994): Lateinamerika zwischen Diktatur und Demokratie. In: DetIef Jlmker, Dieter
Nohlen e Hartmut Sangmeister (orgs.): Lateinamerika am Ende des 20. Jahrhunderts. München:
Beck. pp.12-26
O'Donnell, Guillermo (1991): Democracia delegativa? In: Novos Estudos. Nr.31, CEBRAP: São
Paulo, pp. 25-40
Owens, Susan (1997): Sustentabilidade e política ambiental: cinco questões fundamentais. In: David
Miliband (arg.): Reinventando a esquerda. São Paulo: Ed. da UNESP, pp. 259-269
Paris, David C.; Reynolds, James F. (1983): The logic ofpolicy inquiry. New YorkILondon
Perez, José Roberto Rus (1998): Avaliação do processo de implementação: algumas questões
metodológicas. In: Elizabeth MeIo Rico (org.): Avaliação de políticas sociais: uma questão em
debate. São Paulo: Cortez, pp.65-73
Pye, L.W. (1968): Political culture. In: D.L. Sills (org.): lnternational Encyclopedia of the Social
Sciences. New York
Rennó Jr., Lúcio R. (1997): Revisitando a corrente dominante da teoria da cultura política. In: Pós.
Revista Brasiliense de Pós-Graduação em Ciências Sociais. Ano I, VoLI, N°'I, pp.235-271
Scharpf, Fritz W. (1985): Pladoyer fur einen aufgekIarten Institutionalismus. In: Hans-Hermann
Hartwich (org.): Policy-Forschung in der Bundesrepublik Deutschland. fur Selbstverstandnis und ihr
Verhãltnis zu den Gnmdfragen der Politikwissenschaft. Opladen: Westdeutscher Verlag, pp. 164-
170
Schelsky, Helmut (1970): 2ur soziologischen Theorie der Institution. In: Helmut Schelsky (org.):
2ur Theorie der hlstitution. Düsseldorf: Bertelsmann, pp. 9-26
Touraine, Alain (1989): Palavra e sangue. Política e sociedade na América Latina. São Paulo:
Trajetória Cultural, Unicamp
Vianna, Maria L.T.W. (1989): A emergente temática da política social na bibliografia brasileira. hl:
Bm, Rio de Janeiro, NO.28, pp.3-4l
Viana, Ana Luiza (1996): Abordagens metodológicas em políticas públicas. m: Revista de
Administração Pública, Rio de Janeiro, Vo1.30, No.2, 1996, pp.5-43
Waschkuhn, Amo (1994): mstitutionentheoretische Ansãtze. m: Jürgen Kriz et. aI. (orgs.):
Politikwissenschafliche Methoden. Lexikon der Politik (org. por Dieter Nohlen), VoI. 2. Munique:
Beck, pp.188-195
Wollmaml, Helmut (1985): Policy-Forschung - ein Kembereich der Politikwissenschaft. Was denn
sonst? m: Hans-Hermann Hartwich (org.): Policy-Forschung in der Bundesrepublik Deutschland. fur
Selbstverstãndnis und ihr Verhãltnis zu den Grundfragen der Politikwissenschaft. Opladen:
Westdeutscher Verlag