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Departamento de Fı́sica
Grupo de Din^
amica N~
ao Linear e Sistemas Din^ amicos N~
ao Lineares
UDESC-Joinville-SC, Brasil
dfi2lcm@joinville.udesc.br
http://www.lccmmm.hpg.com.br
1
Veja-se as referências bibliográficas.
i
Sumário
A Sistemas de Coordenadas 28
A.1 Coordenadas Cartesianas (x, y, z) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
A.1.1 Posição, Velocidade, Aceleração, etc... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
A.1.2 Gradiente e Laplaciano de uma função escalar ϕ = ϕ(x, y, z) . . . . . . . . 29
A.1.3 Divergente, Rotacional e Derivada de um vetor A = Ax i + Ay j + Az k . . 29
A.1.4 A Regra da Mão Direita para o produto vetorial . . . . . . . . . . . . . . . 29
A.2 Coordenadas Cilı́ndricas (ρ, ϕ, z) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
A.2.1 Posição, Velocidade, Aceleração, etc... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
A.2.2 Gradiente e Laplaciano de uma função escalar f = f (ρ, ϕ, z) . . . . . . . . 31
A.2.3 Divergente, Rotacional e Derivada de um vetor A = Aρ uρ + Aϕ uϕ + Az k 31
A.3 Coordenadas Esféricas (r, θ, ϕ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
A.3.1 Posição, Velocidade, Aceleração, etc... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
A.3.2 Gradiente e Laplaciano de uma função escalar f = f (r, θ, ϕ) . . . . . . . . 33
A.3.3 Divergente e Rotacional e um vetor A = Ar ur + Aθ uθ + Aϕ uϕ . . . . . . 33
0
Capı́tulo 1
numa base cartesiana ortonormal {i, j, k}. Como será visto nos capı́tulos seguintes, existem outras
bases vetoriais possı́veis para representar o vetor r(t), e as mas usadas além da cartesiana, são a
base cilı́ndrica e a base esférica.
a = 0 ⇐⇒ F = 0 (1.5)
Esta é a chamada lei da inércia, pois o estado de movimento (velocidade) de um corpo só será
alterado se alguma força externa não nula atuar sobre o corpo. Observe que, a partir desta lei,
podemos concluir que um corpo pode se mover indefinidamente (por inércia) mesmo que nenhuma
força atue sobre ele, ou seja, não é necessário a presença de uma força para manter um corpo em
movimento, ou em repouso, num caso particular de movimento.
Segunda lei de Newton. A força total (ou resultante) s0bre um corpo é o produto da massa m do
corpo vezes a sua aceleração a:
F = ma (1.6)
Esta lei também é conhecida como princı́pio funcamental da Mecânica, pois, no caso de haver uma
força resultante sobre um corpo, ela permite se determinar qual a aceleração que este corpo terá,
ou seja, com que taxa temporal o seu estado de movimento será alterado.
Observe também que a aceleração sofrida pelo corpo de massa m, para uma dada força resultante
F, será inversamente proporcional à sua massa. Neste sentido, dizemos que a massa de um corpo
é uma mediade de sua inércia.
F
a= (1.7)
m
Ou seja, quanto maior a massa de um corpo (maior sua inércia) menor o efeito causado pela
força sobre ela (aceleração). Observe também que a aceleração a sofrida pelo corpo será sempre
proporcional à força resultante F, e portanto estes vetores terão sempre a mesma direção e o
mesmo sentido, uma vez que a massa m será sermpre positiva.
Mas cuidado, não se pode descrever o movimento de uma partı́cula de massa nula, sob a ação de
uma força resultante não nula, pois terı́amos uma aceleração infinita, o que não tem sentido fı́sico.
Terceira lei de Newton. Sempre que dois corpos 1 e 2 interagem, a força F 12 , que o corpo 1 exerce
sobre o corpo 2, é igual e oposta à força F21 , que o corpo 2 exerce sobre o copor 1:
Essa lei é chamada de lei de acão e reação, e segundo ela, as forças de contato que ocorrem em
colisões, por exemplo, aparecem sempre aos pares. Desta forma não é possı́vel se produzir uma
força sem que uma reação contrária também surja. Observe que esse par de força em geral não
tuam no mesmo corpo, não se anulando, portanto. É claro que as forças são indistiguı́veis, ou
seja, não faz diferença qual das forças chamamos de ação, ou reação.
Figura 1.1: Duas partı́culas se massas m1 e m2 sempre se atraem mutuamente, dando origem a
um par de forças F12 e F21 .
As forças F12 e F21 é a da reta que une as partı́culas, e o sentido tal que as massas sempre se
atraem mutuamente, com mesma intensidade de força, ou seja
Observações importantes
Pense e Responda!
• Qual a direção e o sentido da força de atração gravitacional exercida pela Terra sobre os
corpos que estão próximos à superfı́cie?
• A aceleração da gravidade na Lua é 6 vezes menor do que a aceleração da gravidade próxima
à superfı́cie da Terra. O que acontece com o peso e a massa de um astronauta na Lua?
• O valor da aceleração da garvidade é relevante para os esportes?
Sempre que um problema envolva cálculos numéricos, usaremos a notação cientı́fica para repre-
sentar as medidas (intensidades) das grandezas envolvidas.
Muitos dos exercı́cios e problemas do final de cada capı́tulo do livro texto do curso [1], são bastante
similares, de modo que o aluno deve escolher apenas um de cada tipo para atividade de casa.
Sugerimos ao aluno, ler sempre a parte teórica e os exemplos feitos no livro texto, antes de tentar
resolver os problemas escolhidos, relativos a uma determinada seção do livro texto, ou capı́tulo.
A discussão e estudo em grupo de alunos pode ser feita, porém cada aluno deve finalmente ser
capaz de responder por escrito a cada um dos problemas estudados, com suas próprias palavras.
Para a completa e correta solução dos problemas propostos, o aluno deverá formular as hipóteses
necessárias e suficientes para desenvolver seus cálculos a partir de primeiros princı́pios, ou seja,
dos princı́pios fundamentais e das leis fı́sicas básicas envolvidas em cada tipo de problema.
Neste processo de desenvolvimento e solução de problemas, é imprescindı́vel que o aluno observe as
unidades das medidas e grandezas a serem determinadas/utilizadas, a sua correta representação em
um sistema de medidas, preferencialmente o Sistema Internacional de medidas (SI), as dimensões
destas grandezas e a sua representação com o número correto de algarismos significativos, isto
quando tratar-se de problemas com resultados numéricos a serem obtidos. A fim de minimizar
a propagação de erros numéricos sugerimos que o aluno use, sempre que possı́vel, pelo menos
três algarismos significativos para as grandezas medidas e resultados obtidos nos problemas que
envolvam cálculos numéricos.
Nos problemas cuja solução é puramente algébrica analı́tica, o aluno deve fazer uso da análise
dimensional para verificar a homogeneidade dimensional das expressões e resultados obtidos, tes-
tando sempre que possı́vel os limites conhecidos destas expressões, e comparando seus resultados
com outros resultados gerais já estudados.
A força elétrica entre estas partı́culas, também atrativa, segundo a lei de Coulomb
k q p qe (8, 99 × 109 N · m2 /C 2 )(1, 60 × 10−19 C)2
FE = 2
= −10 2
= 9 × 10−8 N . (1.14)
r (0, 5 × 10 m)
1,5 m
3 m/s 1 m/s
x x X
O B A
Figura 1.2: O nosso modelo simplificado para o sistema de dois carros A e B, no instante inicial
t = 0.
Equações de movimento. Vamos supor também que os carros possam ser tratados como
partı́culas uniformemente aceleradas, ou seja, estão em MRUV, e portanto, suas posições em
função do tempo seguem a forma geral
1
x(t) = x0 + v0 (t − t0 ) + a(t − t0 )2 (1.16)
2
Como o carro A inicia o seu movimento adiante do carro B, em 1, 5 m, então temos que x A0 =
xB0 + 1, 5 m, é a sua posição inicial, em função da posição inicial x B0 do carro B, que não é dada.
Será que esse dado é relevante?
A equação de movimento para o carro A será então
1 1
xA (t) = xA0 + vA0 (t − t0 ) + aA (t − t0 )2 = xB0 + 1, 5 m + (1 m/s)t + (2 m/s2 )t2 (1.17)
2 2
onde consideramos t0 = 0.
A posição do carro B será dada por
1 1
xB (t) = xB0 + vB0 (t − t0 ) + aB (t − t0 )2 = xB0 + (3 m/s)t + (1 m/s2 )t2 (1.18)
2 2
Soluções. Vamos procurar o instante onde os carros ficam lado a lado, ou seja, ocupam a mesma
posição sobre o eixo horizontal sem que haja colisão, resolvendo-se a equação x A (t) = xB (t), ou de
forma equivalente, vamos escrever xA (t) − xB (t) = 0, subtraindo as equações anteriores, de onde
obtemos:
1
(1, 5 m) − (2 m/s) t + ( m/s2 ) t2 = 0 (1.19)
2
e multiplicando-se por 2 s2 /m e reescrevendo
t2 + (−4 s) t + (3 s2 ) = 0 (1.20)
1
Referência [2], problema 5.12, página 108.
e resolvendo para t, temos
p
−(−4 s) ± (−4 s)2 − 4 · 1 · (3 s2 )
t= (1.21)
2·1
donde
4s±2s
t= (1.22)
2
e concluimos finalmente que os carros estarão lado a lado em dois instantes futuros: t − = 1 s e
t+ = 3 s.
Análise gráfica. A partir do gráfico da Fig. 1.3, confirmamos visualmente que as posições de
ambos coincidem nos instantes t− = 1 s e t+ = 3 s, e que suas posições nesses instantes são,
respectivamente, xA = xB = 4, 5 m e xA = xB = 13, 5 m, o que pode ser obtido analiticamente
substituindo-se os instantes t− e t+ , nas equações horárias xA (t) e xB (t). A concordância desses
valores obtidos, para ambos os carros, confirma o resultado esperado, que ambos estejam lado a
lado nesses instantes.
20
carro A: x_A(t)
carro B: x_B(t)
15
l
inicia
x (m)
10 ade
cid
:velo
ro B
car
l
de inicia
5 velocida
carro A:
B
0 A
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0
t (s)
Análise geral. Para análise final do movimento, marcamos sobre o gráfico as inclinações iniciais
(tangentes) das curvas xA (t) e xB (t), donde se pode ver que o carro B, inicialmente mais lento,
ultrapassa o carro A no instante t− = 1, 0 s e depois, no instante t+ = 3, 0 s, é ultrapassado
pelo o carro A, que no inı́cio era mais lento, porém possui aceleração maior do que a do carro
B. Observe dos gráficos que a “curvatura”parábola (linha) de x A (t) é maior do que a de xB (t).
Em geral, neste tipo de gráfico, a curvatura é proporcional à segunda derivada da função, no caso
d2 x(t)/dt2 , que é a aceleração do móvel.
Contextualização. Este tipo de movimento ocorre frequentemente nas corridas (de Fórmula
1, por exemplo) quando um carro B tenta ultrapassar outro A numa curva. Neste caso real o
movimento não é retilı́neo, mas as suas outras caracterı́sticas são semelhantes às do problema
estudado. Para executar a tentativa de ultrapassagem, o piloto do carro B, que vem logo atrás
do carro A retarda a freada e entra na curva com maior velocidade, saindo do traçado ideal (de
menor tempo).
B B
A Carro A
B Carro B
A A
B
B
A
A
A CASIO
B
CASIO
AM AM
B
CASIO
ALM DUAL TMR CHR ALM DUAL TMR CHR
AM
A
CASIO
B CASIO CASIO
B
AM
AM
Desta forma o carro B consegue ultrapassar o carro A, mais lento, porém na retomada da velo-
cidade, o carro A conseguirá acelerar mais do que o carro B que fora do traçado ideal, não terá
o mesmo rendimento (pista suja e maior percurso), sendo que o carro A irá, a seguir, retomar a
sua posição à frente do carro B. Essa manobra é o famoso “X”, e diz-se que o piloto do carro B
tomou um “X”do piloto do carro A, o que é considerado bastante “humilhante”para o piloto B,
pois suas intenções de ultrapassar o carro A foram frustadas. Veja-se a Fig. 1.4. J
3) Um carro 2 de massa M , transportando quatro pessoas, cada uma com massa m, viaja em uma
estrada de terra coberta de pequenas ondulações (costeletas), com saliências separadas de uma
distância λ. O carro balança com amplitude máxima quando sua velocidade é v. O carro para
e os quatro passageiros desembarcam. De quanto sobe a carroceria do carro em sua suspensão,
devido ao decréscimo de peso?
Como primeira hipótese, vamos supor por simplicidade que o carro seja um sistema massa-mola
amortecido, já que sua carroceria está apoiada sobre a sua suspensão, baseada em quatro molas
(em paralelo), amortecedores, rodas e pneus. Como a maior parte da massa do carro está na
sua carroceria, e nos quatro passageiros embarcados, vamos considerar que o carro é um oscilador
massa-mola amortecido de massa total mt = M + 4m, ligado a uma mola de constante elástica
efetiva k, que inclui o efeito de todas as molas de sua suspensão.
2
Veja ref. [4]
v
λ λ
Figura 1.5: Um automóvel andando com velocidade v sobre uma estrada com ondulações (costele-
tas), igualmente espaçadas de uma distância λ, fica sujeito à impulsos verticais periódicos.
À medida que o carro se desloca na estrada com velocidade constante v, as saliências produzem
forças verticais (impulsos) periódicos, já que estão igualmente espaçadas de uma distância λ. O
perı́odo T desta força externa que atua sobre o carro será exatamente o tempo que o carro leva
para se deslocar de uma saliência até a outra, ou seja, como
v = λ/T (1.23)
então temos que
T = λ/v (1.24)
Podemos dizer então que essa força externa produzida pelas ondulações da estrada possuem uma
frequência angular
ω = 2π/T = 2πv/λ . (1.25)
Como o motorista do carro observou que a amplitude das oscilações verticais feitas pelo carro
é máxima quando ele se desloca com uma dada velocidade v, podemnos supor que o carro, ou
o sistema massa-mola equivalente, entra em ressonância nessa velocidade, devido aos impulsos
externos periódicos de frequência ω.
Sabendo-se que um sistema massa-mola possui frequência natural de oscilação dada por
r
k
ω0 = (1.26)
m
onde m é sua massa e k o valor da constante elástica da mola à qual a massa está conectada,
podemos supor que, para o nosso carro
r r
k k
ω0 = = . (1.27)
mt M + 4m
Como o carro entrou em ressonância na velocidade v, supomos então que foi atingida a condição
de ressonância, ou seja
ω ' ω0 (1.28)
então r
k
2πv/λ ' (1.29)
M + 4m
de onde podemos obter a constante elástica k efetiva do carro:
k ' (2πv/λ)2 (M + 4m) . (1.30)
Finalmente, como a suspensão do carro segue a lei de Hooke, ao se acrescentar a massa dos quatro
passageiros (que entraram no carro), a deformação da carroceria (suspensão) pode ser calculada
da lei de Hooke:
F = −k ∆x (1.31)
onde k é a constante elástica efetiva da suspensão do carro e F é a força peso (4mg) acrescentada
ao sistema. Em módulo, a deformação ∆x será então
F 4mg
∆x = = . (1.32)
k k
É importante se observar que a constante elástica k de uma mola mede a sua “rigidez”, ou seja,
quanto maior o seu valor mais “dura” ela é, e mais difı́cil é a sua deformação. Porém, dentro
de uma faixa de deformação elástica, a rigidez de uma mola que segue a lei de Hooke é sempre
a mesma, fazendo juz ao nome de “constante”. Sendo assim, não é relevante o fato das molas
do carro já estarem comprimidas, pelo seu próprio peso (M g), antes dos passageiros tomarem
assento.
Ao deixarem o carro, o excesso de peso 4mg é removido do sistema e a carroceria do carro então
sobe a mesma quantidade que ela baixou quando os passageiros entraram no carro.
Portanto, a partir das equações (1.30) e (1.32), podemos concluir que, a carroceira deverá subir
aproximadamente
4mg
∆x ' . (1.33)
(2πv/λ)2 (M + 4m)
quando os passageiros saı́rem do carro.
Numericamente, se utilizarmos dados razoáveis como M = 1.000 kg, m = 75, 0 kg, g = 9, 81 m/s 2 ,
v = 10, 0 m/s e λ = 15, 0 m, teremos
4(75, 0 kg)(9, 81 m/s2 )
∆x ' = 0, 129 m . (1.34)
{(2π)(10, 0 m/s)/(15, 0 m)}2 (1.000 kg + 4(75, 0 kg))
Comentários
Na solução simples proposta para esse problema, é notável a quantidade de hipóteses, consi-
derações, aproximações, fenômenos e leis fı́sicas envolvidas e necessárias ao seu desenvolvimento.
Após um longo e encadeado raciocı́nio, baseado num modelo simples — o sistema massa mola,
chegamos à solução dada pela equação (1.33), que dificilmente poderia ter sido obtida por um
método muito mais simples do que este apresentado acima. Porém, esta é somente uma solução
proposta, e esperamos que um aluno de Fı́sica consiga, com suas próprias palavras e métodos,
chegar a uma solução própria do mesmo problema, quem sabe mais simples ainda.
Na Fı́sica, consideramos que a beleza está na simplicidade, na generalidade e na clareza, tanto
em se tratando da formulação de um problema, quanto na sua solução. Como preenche esses três
requisitos básicos, considero que este é um belo problema de Fı́sica, francamente, o mais belo de
todos que já vi. J
4) Uma força horizontal F é feita sobre um bloco de massa m que está em repouso sobre um plano
sem atrito, inclinado de um ângulo θ com a horizontal.
A) Determine a intensidade da força F para o equilı́brio do bloco.
Para o sistema de eixos XY usual, temos que ter, para o equilı́brio do bloco:
X
Fx = F − N sin θ = 0 (1.35)
X
Fy = P − N cos θ = 0 (1.36)
então
v(t) = v0 + a t (1.42)
e como v0 = 0, temos que v(t) = at.
E como v = dx/dt, temos:
Z x(t) Z t Z t
0 0
dx = v(t ) dt = (v0 + at0 )dt0 (1.43)
x0 0 0
1
x(t) − x0 = v0 t + at2 (1.44)
2
e se fizermos x0 = 0 e v0 = 0, teremos
1
x(t) = at2 (1.45)
2
Para o bloco solto em repouso na origem do sistema X 0 Y 0 , finalmente teremos:
1
x(t) = g sin θ t2 . (1.46)
2
J
1 1 −v02
− = (1.48)
R+h R 2GM
e finalmente
v2R R+h
M= 0 . (1.49)
2G h
B) Determine a velocidade de escape para esse planeta?
Tomando-se o limite h → ∞ na expressão final da massa M do item A), pode-se obter o valor v e
da velocidade de escape, que é justamente o valor de v0 nesse limite:
ve2 R R v2R
M= lim +1 = e (1.50)
2G h→∞ h 2G
Logo r
2GM
ve = . (1.51)
R
J
Capı́tulo 2
PROBLEMAS
9) Um cabo-de-guerra é seguro por dois grupos de cinco homens, cada um. Cada homem “pesa”
70 kg e pode puxar o caboinicialmente com uma força de 100 N . Inicialmente os dois grupos estão
compensados, mas quando os homens cansam, a força com que cada um puxa o cabo decresce de
acordo com a relação
F (t) = (100 N ) e−t/τ (2.1)
onde o tempo médio τ para atingir o cansaço é de 10 s para um grupo e 20 s para o outro.
Suponha que nenhum dos homens solte o cabo e use g = 9, 8 m/s2 .
a) Determine o movimento.
Vamos supor que inicialmente o cabo-de-guerra está parado, e o centro da corda está na origem
O do eixo orizontal X, e vamos chamar a equipe da esquerda de equipe 1, e a da direita de equipe
dois. Sendo assim, o tempo médio para atingir o cansaço, será, τ 1 = 10 s, para a equipe 1 e
τ2 = 20 s para a equipe 2.
Consideremos como nosso sistema o conjunto todo, incluindo a corda. Cada homem faz a força
F (t) sobre o chão, e sofre a reação desta força, que age sobre o conjunto (sistema). A resultante
destas forças será: X
Fx = −5F1 (t) + 5F2 (t) = (10m)a (2.2)
onde 10m é a massa total do sistema, e a = dv/dt a sua aceleração.
Reescrevendo temos
dv
5{−F0 e−t/τ1 + F0 e−t/τ2 } = 10m (2.3)
dt
14
onde F0 = 100 N e m é a massa de cada homem.
Simplificando e separando as variáveis, temos
Z t Z v(t)
F0 −t0 /τ2 −t0 /τ1 0
(e −e ) dt = dv (2.4)
2m 0 0
e substituindo os limites
F0
x(t) = τ2 {t + τ2 (e−t/τ2 − 1)} − τ1 {t + τ1 (e−t/τ1 − 1)} (2.10)
2m
e reescrevendo
F0
x(t) = τ2 {t − τ2 (1 − e−t/τ2 )} − τ1 {t − τ1 (1 − e−t/τ1 )} (2.11)
2m
Desse resultados, podemos ver que se τ1 = τ2 , a corda nunca se moverá para lado nenhum já que
as equipes farão sempre a mesma força, num mesmo instante t, apesar de fazerem cada vez menos
força.
b) Qual a velocidade final dos dois times?
Tomando-se o limite t −→ ∞ em (2.7) temos a velocidade final vF do sistema
F0
vF = lim v(t) = (τ2 − τ1 ) (2.12)
t→∞ 2m
e como a equipe 2 cansa mais devagar do que a equipe 1, pois τ2 > τ1 , a vencedora será a equipe
2, e a velocidade final será
100 N
vF = (20 s − 10 s) = 7, 1 m/s (2.13)
2 · 70 kg
11) Um barco cuja velocidade inicial é v0 é desacelerado por uma força de atrito
F = −beαv (2.14)
−αv0 v(t)
b e
− t= (2.17)
m −α v0 =v0
αb
t = e−αv(t) − e−αv0 (2.18)
m
e isolando-se v(t) temos
αb
e−αv(t) = e−αv0 + t (2.19)
m
e tomando-se o logaritmo desta expressão
−αv0 αb
−αv(t) = ln e + t (2.20)
m
e finalmente
1 −αv0 αb
v(t) = − ln e + t (2.21)
α m
Observe que o barco se move inicialmente para a direita e a expressão encontrada dá a sua
velocidade até que ele pare, e esta deve ser positiva. Na verdade, o termo e −αv0 < 1 e seu
logaritmo é negativo, resultando que v(t) > 0, desde t = 0 até o instante em que o barco para.
Integrando-se a velocidade v(t) = dx/dt, temos
Z x(t) Z v(t)
0 1 −αv0 αb
dx = − ln e + t0 dt0 (2.22)
x0 α v 0 =v0 m
e integrando-se por substituição direta (u = e−αv0 + αbt0 /m; du = (αb/m)dt0 ), temos:
Z
m
x(t) = − 2 ln u du (2.23)
α b
e como Z
ln u du = u(ln u − 1) (2.24)
Vo
v(t)
temos t
m −αv0 αb αb 0
x(t) = − 2 e + t0 ln e −αv0
+ t −1 (2.25)
α b m m t0 =0
e substituindo nos limites de integração
m −αv0 αb −αv0 αb −αv0
−αv0
x(t) = − 2 e + t ln e + t −1 − e ln(e )−1 (2.26)
α b m m
e finalmente
m −αv0 αb −αv0 αb −αv0
x(t) = − 2 e + t ln e + t −1 +e (αv0 + 1) (2.27)
α b m m
e simplificando
m −αv0
x(tF ) = 1 − e (αv 0 + 1) (2.33)
α2 b
Observe que se v0 = 0 então terı́amos tF = 0. Como o barco partiu da posição x(0) = 0, podemos
dizer que o seu deslocamento total (máximo) será então x(tF ) − x(0) = x(tF ). J
18) Uma partı́cula de massa m está sujeita à ação de uma força
kx3
F = −kx + (2.34)
a2
onde k e a são consatantes.
a) Determine V (x) e discuta os possı́veis tipos de movimentos que possam ocorrer.
b) Mostre que se E = 41 ka2 , a intergral na Eq. (2.46) poder ser resolvida por métodos elementares.
Determine x(t) para este caso, escolhento x0 e t0 de maneira conveniente. Mostre que os seus
resultados concordam com a discussão qualitativa do item (a) para essa energia.
19) Uma partı́cula de massa m é repelida da origem por uma força inversamente proporcional ao
cubo de sua distância à origem. Escreva e resolva a equação do movimento, considerando que a
partı́cula está inicialmente em repouso a uma distância x 0 da origem.
Apêndice A
Sistemas de Coordenadas
Z
(x,y,z)
i
r k j
z
k
i j Y
x
X y
Figura A.1: O sistema de coordenadas cartesianas (x, y, z)
r = xi + yj + zk (A.1)
v = ẋ i + ẏ j + ż k (A.2)
a = ẍ i + ÿ j + z̈ k (A.3)
dV = dx dy dz (A.4)
r = (x2 + y 2 + z 2 )1/2 (A.5)
28
A.1.2 Gradiente e Laplaciano de uma função escalar ϕ = ϕ(x, y, z)
∂ϕ ∂ϕ ∂ϕ
∇ϕ(x, y, z) = i+ j+ k (A.6)
∂x ∂y ∂z
∂ 2ϕ ∂ 2ϕ ∂ 2ϕ
∇2 ϕ(x, y, z) = + 2 + 2 (A.7)
∂x2 ∂y ∂z
a b
indicador
a
polegar
(C) Copyright 2003 Luciano Camargo Martins
médio
Figura A.2: A regra da mão direita para o produto vetorial. O produto vetorial a × b é normal
ao plano definido pelos vetores a e b.
A.2 Coordenadas Cilı́ndricas (ρ, ϕ, z)
Z
k
uϕ
uρ
uρ
r k uϕ
z
k
j
i
ρ Y
ϕ x
X y
Figura A.3: O sistema de coordenadas cilı́ndricas (ρ, ϕ, z)
r = ρ uρ + z k (A.11)
v = ρ̇ uρ + ρϕ̇ uϕ + ż k (A.12)
a = (ρ̈ − ρϕ̇2 ) uρ + (ρϕ̈ + 2ρ̇ϕ̇) uϕ + z̈ k (A.13)
uρ = cos ϕ i + sin ϕ j (A.14)
uϕ = − sin ϕ i + cos ϕ j (A.15)
d uρ
= uϕ (A.16)
dϕ
d uϕ
= − uρ (A.17)
dϕ
(x, y, z) = (ρ cos ϕ, ρ sin ϕ, z) (A.18)
(ρ, ϕ, z) = ((x2 + y 2 )1/2 , arctan(y/x), z) (A.19)
r = (ρ2 + z 2 )1/2 (A.20)
dV = ρ dρ dϕ dz (A.21)
A.2.2 Gradiente e Laplaciano de uma função escalar f = f (ρ, ϕ, z)
∂f 1 ∂f ∂f
∇f = uρ + uϕ + k (A.22)
∂ρ ρ ∂ϕ ∂z
2 1 ∂ ∂f 1 ∂2f ∂2f
∇f = ρ + 2 2+ 2 (A.23)
ρ ∂ρ ∂r ρ ∂ϕ ∂z
1 ∂ 1 ∂Aϕ ∂Az
∇·A = (ρAρ ) + + (A.24)
ρ ∂ρ ρ ∂ϕ ∂z
1 ∂Az ∂Aϕ ∂Aρ ∂Az 1 ∂ ∂Aρ
∇×A = − uρ + − uϕ + (ρAϕ ) − k (A.25)
ρ ∂ϕ ∂z ∂z ∂ρ ρ ∂ρ ∂ϕ
dA dAρ dϕ dAϕ dϕ dAz
= − Aϕ uρ + + Aρ uϕ + k (A.26)
dt dt dt dt dt dt
A.3 Coordenadas Esféricas (r, θ, ϕ)
%"
$%$"%%$%$
%"
u r
%$" %$%$
u r !#"
#" #!#! $"
%"
$ $
!!"
##!"!##!
uφ uθ !" uφ
#! #!#!
#"
θ uθ
r
r z
k
j
i
x Y
φ &" &'"
&"'" &'"
& '" &'"
& '" & '&'&
y
X
r = r ur (A.27)
v = ṙ ur + rθ̇ uθ + r sin θ ϕ̇ uϕ (A.28)
a = (r̈ − rθ̇2 − r sin2 θ ϕ̇2 ) ur + (rθ̈ + 2ṙ θ̇ − rϕ̇2 sin θ cos θ) uθ + (A.29)
(rϕ̈ sin θ + 2ṙϕ̇ sin θ + 2r θ̇ ϕ̇ cos θ) uϕ
(x, y, z) = (r sin θ cos ϕ, r sin θ sin ϕ, r cos θ) (A.30)
(r, θ, ϕ) = ((x2 + y 2 + z 2 )1/2 , arctan((x2 + y 2 )/z), arctan(y/x)) (A.31)
ur = sin θ uρ + cos θ k = sin θ cos ϕ i + sin θ sin ϕ j + cos θ k (A.32)
onde: sin θ = ρ/(ρ2 + z 2 )1/2 e cos θ = z/(ρ2 + z 2 )1/2
uθ = − sin θ k + cos θ uρ = cos θ cos ϕ i + cos θ sin ϕ j − sin θ k (A.33)
dV = r2 sin θ dr dθ dϕ (A.34)
A.3.2 Gradiente e Laplaciano de uma função escalar f = f (r, θ, ϕ)
∂f 1 ∂f 1 ∂f
∇f = ur + uθ + uϕ (A.35)
∂r r ∂θ r sin θ ∂ϕ
2
2 1 ∂ 2 ∂f 1 ∂ ∂f 1 ∂ f
∇f = 2 r + 2 sin θ + 2 2 (A.36)
r ∂r ∂r r sin θ ∂θ ∂θ r sin θ ∂ϕ2
1 ∂ 2 1 ∂ 1 ∂Aϕ
∇·A =2
(r Ar ) + (sin θ Aθ ) + (A.37)
r ∂r r sin θ ∂θ r sin θ ∂ϕ
1 ∂ ∂Aθ
∇×A = (sin θ Aϕ ) − ur + (A.38)
r sin θ ∂θ ∂ϕ
1 ∂Ar 1 ∂ 1 ∂ ∂Ar
+ − (rAϕ ) uθ + (rAθ ) − uϕ
r sin θ ∂ϕ r ∂r r ∂r ∂θ
dA dAr dθ dϕ
= − Aθ − Aϕ sin θ ur +
dt dt dt dt
dAθ dθ dϕ
+ + Ar − Aϕ cos θ uθ +
dt dt dt
dAϕ dϕ dϕ
+ + Ar sin θ + Aθ cos θ uϕ (A.39)
dt dt dt
[2] ALONSO, M.; FINN, E. J. Fı́sica: um curso universitário: mecânica. vol. 1, São Paulo:
Edgard Blücher, 1972.
[3] HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Fı́sica: Mecânica. vol. 1,
ed. 4, Rio de Janeiro: LTC, 1996.
[4] HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Fı́sica: Mecânica. vol. 2,
ed. 4, Rio de Janeiro: LTC, 1996.
[5] KITTEL, C.; KNIGHT, W.; RUDERMAN, M. A. Curso de Fı́sica de Berckeley: mecânica.
vol. 1, São Paulo: Edgard Blücher, 1973.
[7] MARION, J. B.; THORNTON, S. T. Classical Dynamics of Particles and Systems. 4 ed.,
Harcourt Brace Jovanovich College Publishers, 1995.
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