De que forma a religião é importante para a compreensão da historia
antiga, e de que forma, no mundo antigo, religião, poder e cultura se
relacionam? Essa relação ocorre no mundo contemporâneo, e de que forma?
A fim de compreender o ser humano é necessário aprender os modelos e
aspectos dos quais influenciam a vida do mesmo como explicações, ideologias, formas de organização, entre outros. Diante disso, como principal modo de explicação do mundo vem a ser o mito, sendo influenciado diante do contexto em que é empregado, pois parte da analise da interpretação individual e subjetiva do ser. Conforme a organização vai evoluindo, os entendimentos sobre os fenômenos também, porem tais premissas não desviam de suas origens, ou seja, sempre carregam um pouco das raízes das quais advém. Diante dessa exposição se inicia a religião, pois é o modo mais primordial de interpretação dos seres humanos. Essa área é iniciada deste a tentativa da analise das pessoas sobre a natureza, sem ter no mínimo um conhecimento aprofundado sobre determinados assuntos, a fim de entender como tais fenômenos natureza (chuva, terremotos, furacões, entre outros) são possibilitados ou anulados. Para tentar dar uma resposta convincente aos atos naturais foi necessário atribui-los a seres de caratê divinos ou inteligíveis, os quais não podiam ser comparados ou entendidos pelas pessoas. Dessa forma, o mundo foi “dividido” em duas interdependências existências que são: o mundo mortal e o mundo imortal. Dentro do mundo dos mortais viviam todos os seres vivos que tinham determinado tempo de vida e pensamentos mudanos; já no imortal viviam todos os deuses e seres eternos. Devido a essa divisão de mundo na mentalidade das pessoas, principalmente na antiguidade, foi necessária a criação de um instrumento oculto à manutenção desses mundos, o qual é a tradição oral das sociedades, pois a “força divina” de cada deus era comparada com o grau de importância que possuía na memoria de cada grupo social, ou seja, os seres divinos só existem porque são lembrados. Sendo assim, cada organização social possui religião própria ou mesclada com outra a fim de perpetuar as características culturais da qual tem. No Egito antigo tal conhecimento mitológico foi utilizado de outras formas, mas mantendo a finalidade da origem, como ferramenta politica e econômica. Desta forma, o governante tenta unir a existência dos dois mundos de forma a tentar atribuir aos seres divinos características mais humanas, fazendo assim uma equiparação entre os seres humanos e os deuses, diminuindo assim os caratês inteligíveis dos quais as divindades possuíam. Desta forma, ele cria uma ponte entre os dois “mundos” e faz os imortais conviverem com os mortais, produzindo assim relações entre ambos, diante disso surgi deuses em forma humana ou governantes da mesma linhagem dos mesmos. Tudo para fazer a analise da religião como algo mais realista e incluso no meio em que vive o povo, tal ideia é vista na construção de templos em homenagem a determinados deuses ou deus a fim de tentar chamar a atenção deles. Em virtude da pregação de tal ideia esses governantes usufruem ainda mais dessa ideia ao ponto de emprega-las à legitimação da posição que possuem, ou seja, comparam-se a certos deuses ( preferencialmente Hórus) para justificar o poder que tem ou dizem que são descendentes de Osíris. Dessa forma, a diminuição de conflitos dentro dos territórios do qual dominam chega a serem mínimas possíveis. Como julio gralha diz: “A legitimidade dinástica dependia das praticas mágico-religiosas em conexão com o panteão divino, e as diversas relações...”. Conforme tal crença é pregada as construções de templos são feitas a fim de manter as tradições e para o poder vigente em tal contexto não seja ameaçado, já que além de composições religiosas e politicas que esses locais também eram utilizados para outras finalidades, entre elas a econômica e cultural. Sendo assim, tais locais eram bastante rodeados por pessoas, fazendo deles centro de inúmeras províncias e assim auxiliando tanto o poder como a ordem social. Assim como Júlio Gralha em “Egito Ptolomaico: Arquitetura Sagrada e as relações de Poder” afirma: “o templo possui uma ligação com a terra, com o mundo inferior e com o céu.” Seguindo esse raciocínio há possibilidade de ter a seguinte duvida: o Egito antigo era totalmente regido pela religião? Haja vista que os inúmeros grupos sócias compositores dessa sociedade tinham aparentemente a mesma religião, no entanto de acordo com a área da qual viviam no Rio Nilo (baixa ou alta) alguns deuses poderiam ter outras funções. A fim de responder essa duvida é necessário a analise da formação social, a qual era dividida de acordo com uma pirâmide onde a nobreza estava no topo e os escravos na base. Esses escravos são maioria na época e bastante diversificada na questão religiosa, devido a essa diversidade a nobreza conseguia controlar de forma eficaz, pois eles não conseguiriam se relacionar de forma plena em virtude das diferenças de crenças. Dessa forma, os governantes conseguiam impor as crenças das quais possuíam. Em virtude disso justificavam a dominação de acordo com a concepção religiosa, declarando assim serem de linhagem divina. Séculos mais tardes tais métodos de dominação foram aprimorados e contextualizados de acordo com a época que seria empregada, como aconteceu na idade media em que a igreja cristã dominou a maior parte do território europeu e legitimou o poder com justificativas divinas. Mesmo assim sempre mantendo em todos os momentos de utilização do método a junção de poder com religião, nunca distinguindo a fé da politica, economia, cultura, entre vários outros. Entretanto com a retomada do pensamento puro filosofo e os questionamentos sobre a influencia da religião sobre a organização social na Renascença, a religião começou a ser questionada pouco a pouco. Na presença do pensamento iluminista a religião foi finalmente dividida do poder e ganhando uma área própria para si, aparentemente deixou de dominar na pregação de ideias e foi se misturando com os elementos culturais de cada povo, deixando as explicações dos fenômenos naturais, sociais, políticos, entre outros com caratê mais racional e cientifico. Mesmo assim, ate hoje a religião exerce grande influencia em vários aspectos de cada nação de forma direta ou indireta, tendo ainda alguns fragmentos dos dogmas espalhados pelo mundo, como no caso da índia que o hinduísmo possui ainda forte domínio sobre a forma de organização social. Além disso, as instituições de varias crenças ainda foram preservadas com o passar do tempo, mantendo dessa forma a memoria sobre tais concepções místicas que deveriam ter sido esquecidas ou mudadas de forma drástica com o tempo. Assim o ser humano sempre tentar manter no cotidiano algo místico para tentar conter o medo ou a ausências de explicações que explique o desconhecido. Dessa maneira, o pensamento é deste a antiguidade ate a atualidade formulado como uma tentativa de explicação dos fenômenos não compreendidos pelos seres humanos. Faculdade Estadual Do Para- UEPA Historia