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APOSTILA MATERIAIS E EQUIPAMENTOS - Medidas PDF
APOSTILA MATERIAIS E EQUIPAMENTOS - Medidas PDF
NOVEMBRO DE 2008
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NOTA DO PROFESSOR
Esta apostila é um material de apoio didático utilizado nas aulas de Materiais e
Equipamentos Elétricos da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Campus de
Cornélio Procópio.
Este material não tem a pretensão de esgotar, tampouco inovar o tratamento do
conteúdo aqui abordado, mas, simplesmente, facilitar a dinâmica de aula, com expressivo ganho
de tempo e de compreensão do assunto por parte dos alunos. A complementação da disciplina
ocorrerá através de exemplificações, notas de aula, trabalhos e discussões.
Este trabalho é um copilado de várias fontes com base nas referências, devidamente
citadas na bibliografia, nos apontamentos de aula e na experiência do autor na abordagem do
assunto. Esta experiência é baseada na atuação do profissional engenheiro de manutenção
elétrica. Em se tratando de um material didático elaborado em uma Instituição Pública de Ensino,
é permitida a reprodução do texto, desde que devidamente citada a fonte.
Quaisquer contribuições e críticas construtivas a este trabalho serão bem-vindas.
ÍNDICE
A tecnologia moderna exige que as avaliações das grandezas que tomam parte nos fenômenos físicos
sejam feitas com precisão e exatidão cada vez maiores.
Na engenharia elétrica, a medida de certas grandezas é de fundamental importância tanto na
pesquisa, quanto na monitoração, funcionamento seguro, proteção e controle de equipamentos
eletro-eletrônicos e redes elétricas.
O objetivo deste curso é dar base fundamental para as medições elétricas, estudando os instrumentos
mais comumente empregados nestas medições.
O curso tem como finalidade capacitar o aluno para solucionar os problemas básicos das medições
elétricas.
• o que medir;
• com que medir;
• como avaliar a medição.
• corrente;
• tensão;
• freqüência;
• potência.
Existem outras grandezas para as quais existe a possibilidade de medição, tais como:
• resistência;
• capacitância;
• indutância;
• fator de potência;
• energia.
Avaliar a medição compreende o problema da análise dos dados fornecidos pelos instrumentos a fim
de concluir sobre sua exatidão e os erros que possam ter ocorrido na medição.
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As medidas estão todas elas baseadas no Sistema Internacional de Unidades. Foi o decreto no 81.621
de 03 de maio de 1978 que sancionou no Brasil a adoção do Sistema Internacional de Unidades (SI)
como o sistema de unidades de medidas no país.
2. ERROS EM MEDIDAS
Erro É o desvio observado entre o valor medido e o valor verdadeiro (ou aceito como verdadeiro).
Valor Verdadeiro É o valor exato da medida de uma grandeza obtido quando nenhum tipo de
erro incide na medição.
Na prática é impossível eliminar todos os erros e obter um valor aceito como verdadeiro, que
substitui o valor verdadeiro. É a medida de uma amostra de um determinado número de medidas
técnicas, usando o mesmo material e mantendo-se na medida do possível, as mesmas condições
ambientais.
Assim, o erro em uma unidade é definido como:
δX = Xm −Xp = Xm −Xv
Na falta de Xv aceita-se Xp, que é denominado, então, de valor de referência tomado como
verdadeiro.
Classe de Exatidão: É o limite de erro, garantido pelo fabricante de um instrumento, que se pode
cometer em qualquer medida efetuada pelo mesmo, ou seja, é uma classificação do instrumento de
medida para designar a sua exatidão. O número que a designa chama-se índice de classe.
Índice de classe (IC): Número que designa a classe de exatidão, o qual deve ser tomado como uma
porcentagem do valor de plena escala de um instrumento.
Valor de Plena Escala: É o máximo valor da grandeza que um instrumento pode medir.
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Erro Absoluto (δX): É a diferença algébrica entre o valor medido (Xm) e o valor aceito como
verdadeiro (Xv). Assim, pode-se dizer que o valor verdadeiro situa-se entre:
Erro Relativo (ε): É definido como a relação entre o erro absoluto (δX) e valor aceito como
verdadeiro (Xv) de uma grandeza, podendo ou não ser expresso em percentual.
- Grosseiros
- Sistemáticos
- Acidentais, Aleatórios ou residuais
Erros Grosseiros: São devidos à falta de atenção, são resultados de enganos nas leituras e anotações
de resultados.
- de construção e ajuste;
- de leitura;
- inerente ao método;
- devido a condições externas
- Oxidação;
- Desgaste dos contactos entre peças móveis e fixas.
- Variação dos coeficientes de elasticidade de molas.
Esses erros são diferentes em diferentes pontos da escala. Eles podem ser contornados através da
construção de um tabela de correção de erros.
b – Erros de Leitura
Esses erros podem ser limitados usando-se dois ou mais operadores e/ou equipando o instrumento
com um espelho junto à escala.
- Ocorrem quando a medida é obtida por métodos que necessitem de processamento indireto de
grandezas auxiliares.
- São aqueles inerentes a condições à medida de uma grandeza. Podem resultar de:
variações de temperatura;
pressão;
umidade;
presença de campos elétricos, etc.
Erros aleatórios
- São erros devido ao imponderável. São erros essencialmente variáveis e não suscetíveis de
limitações.
Propagação de Erros
Pode-se calcular o máximo erro sistemático de uma grandeza X que depende de várias grandezas
a,b,c,....q. Seja X o valor obtido para esta grandeza que é função de outras grandezas: a,b,c,....q.
X=f(a,b,c,...q).
É necessário relacionar o erro δx em relação a cada um dos erros das grandezas associadas, assim:
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Onde as derivadas parciais podem ser positivas ou negativas a Δa,Δb, Δc, Δq são as variáveis de
cada uma das grandezas associadas.
O fato de se tornar o módulo de cada uma das derivadas parciais garante o deslocamento de cada um
dos erros parciais na mesma direção.
Erros de Inserção
Suponhamos que o valor teórico de uma grandeza seja XS. O valor teórico dessa grandeza, com a
presença do instrumento, que apresenta uma resistência interna Ri (na freqüência considerada), é
denominado XC. O erro de inserção do instrumento é:
3. PADRÕES
Todas as medições realizadas na prática são realizadas através de instrumentos de medição, que
foram previamente calibrados, por comparação com outros instrumentos de medidas, denominados
padrões de medidas.
Os padrões podem reproduzir a unidade base de medida, bem como seus múltiplos e submúltiplos.
Padrão Primário
É como se denomina o padrão que possui as mais elevadas qualidades de reprodução de uma
unidade de medida de uma grandeza.
Os padrões primários nunca são utilizados diretamente para medições, a não ser na geração de
padrões secundários.
São conservados em condições especiais de ambiente nos laboratórios nacionais.
- Ser constante
- Ser de alta precisão
- Ser consistente com a definição da unidade correspondente
Não existe padrão permanente. O que existe são padrões com elevado grau de permanência.
a) Imã permanente de peças polares cilíndricas, fornecendo no entreferro uma indução magnética de
cerca de 0,125 Wb/m2
b) Núcleo cilíndrico de ferro doce, com a finalidade de tornar radiais as linhas de fluxo magnético.
c) Quadro retangular de metal condutor, em geral feito de alumínio, com a finalidade de servir de
suporte à bobina e produzir amortecimento por corrente de Foucault (corrente parasita).
d) Bobina de fio de cobre, enrolada sobre o quadro de alumínio, por onde circulará a corrente a
medir.
Quando um condutor é percorrido por uma corrente I, na presença de um campo magnético (B), fica
submetido a uma força F cujo sentido é dado pela regra da mão direita, e cujo módulo é dado por:
F=B.I.Lsin(α), onde L é o comprimento do condutor sob a ação do campo magnético B, e α é o
angulo entre B e a direção de iL no espaço.
Assim a corrente I a medir, ao percorrer a bobina b vai dar origem às forças F. Assim, percebe-se
que se a corrente I mudar de sentido, F também mudará de sentido, fazendo com que o ponteiro se
desloque no sentido de 0 para 1 ou no sentido de 0 para 2.
Se I mudar de sentido muito rapidamente, as forças F mudarão também de sentido, mas o conjunto
mecânico não acompanhará essa mudança, devido à sua inércia. Logo, este tipo de instrumento não
irá deslocar o ponteiro da sua posição de repouso quando a corrente I é alternada, na freqüência
industrial (50-60 Hz). Se a freqüência da corrente alternada for baixa e da mesma ordem da
freqüência do conjunto móvel, o ponteiro ficará oscilando, de um lado para o outro, em torno do seu
ponto de equilíbrio.
A corrente I circulando pela bobina fixa, faz surgir um campo magnético que atrai o núcleo de ferro
doce, dando uma leitura proporcional a corrente circulante.
b) Instrumentos de Repulsão
A corrente i, ao percorrer a bobina fixa, imanta as duas lâminas de ferro doce A1 e A2 no mesmo
sentido, criando assim uma força de repulsão entre elas. A1 é fixa à bobina e A2 é móvel e solidária
ao eixo, ao qual está também solidário o ponteiro. A figura 4 a seguir ilustra o esquema citado.
Os Instrumentos eletrodinâmicos estão baseados na ação múltipla de dois condutores através dos
quais circulam correntes. Sabe-se que dois condutores com correntes de diferentes sentidos repelem-
se, atraindo-se com correntes de igual sentido.
De acordo com o exposto, os instrumentos eletrodinâmicos compõem-se das bobinas fixa 1 e móvel
2, como ilustrado na figura 5.
ou no interior da bobina fixa. Sobre o eixo da bobina móvel encontra-se o ponteiro indicador.
Ao circular as correntes pelas bobinas fixa e móvel, esta última deslocar-se-á, girando, com relação à
fixa, tendendo a que o sentido do seu campo magnético coincida com o da bobina fixa. O par motor
que atua sobre a bobina móvel pode ser expressado por:
f m Mm = CI I
onde:
C é um coeficiente que depende do número de espiras das bobinas, das dimensões, formas e da
posição mútua das mesmas.
f I é corrente que circula pela bobina fixa
m I é a corrente que circula pela bobina móvel.
O par antagônico criado pelas molas em espiral, através das quais chega a corrente até a bobina
móvel, pode ser expressado por:
Mant = αW
A bobina móvel girará até não se igualar os pares motor e antagônico, isto é, até se atingir a
igualdade.
CI I W f m =α; do qual pode-se obter o valor do ângulo de rotação da bobina móvel abaixo
expressada:
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Como se pode demonstrar através do estudo da expressão acima, o ângulo de deflexão da bobina
móvel depende do produto das correntes que circulam pelas bobinas fixa e móvel.
Os instrumentos eletrodinâmicos podem ser utilizados como amperímetros, voltímetros ou
wattímetros. Dados do Multímetro ENGRO 484
εL= Erro de Leitura: O erro de leitura é igual a metade da menor divisão estimada na escala contínua
do aparelho.
εIC= Erro devido a classe : Limite do erro definido pelo índice de classe e expresso sempre em
relação ao valor final da escala.
Δ=εL+εIC= Soma do erro de leitura e erro devido à classe
Até a última década ou década e meia as medidas de tensão eram vulgarmente realizadas com
aparelhos de medida com agulha, bobina e ferro móvel, como visto anteriormente. Hoje, em todas as
aplicações foram ou estão sendo substituídas por voltímetros ou multímetros digitais.
Uma das vantagens dos multímetros digitais sobre os analógicos é a sua facilidade de utilização, de
fato, o valor medido é diretamente apresentado como uma serie de dígitos facilmente legíveis, o que
permite sempre a mesma interpretação, independente do observador (não há paralaxe!). Além disso,
esses multímetros possuem posicionamento automático da vírgula, detecção automática da
polaridade e, freqüentemente, busca e mudança automática da escala de medida.
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Descrição
Uma propriedade dos multímetros digitais é o fato de só medirem tensões diretamente (recordamos
que os analógicos diretamente medem correntes) Um voltímetro digital, na sua forma mais simples,
reduz-se a um circuito integrado que inclui um conversor do tipo ADC (Conversor Analógico
Digital), uma alimentação externa de baixa tensão ou bateria e um visor de cristais líquidos ou
LED’s.
O coração do circuito integrado, e por maioria de razão do multímetro, é o conversor ADC, que
converte a tensão do sinal analógico de entrada em impulsos regulares de amplitude fixa que podem
ser contados e cujo número é proporcional ao valor da tensão.
É esta contagem que acaba depois por ser convertida em caracteres alfanuméricos e apresentada no
visor.
Um multímetro, como o nome indica, também mede outros sinais correspondentes a tensões
alternadas, correntes contínuas ou alternadas, resistências, mas como o conversor ADC só pode
converter sinais de tensão contínua o valor destes parâmetros terão que ser transformados
Analogicamente em tensões contínuas, através de são: atenuador CC, conversor corrente-tensão,
conversor AC-ADC e conversor resistência tensão.
Atenuador CC
Os sinais que podem ser recebidos na entrada do conversor ADC estão geralmente limitados a um
máximo de 10V. Isso significa que tensões contínuas superiores a este limite tem de ser atenuadas
antes de analisadas pelo ADC. Eletronicamente esta operação é realizada com divisores de tensão
com resistências calibradas, como mostrado na fig 6.a a seguir.
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Conversor Corrente-Tensão
Conversor AC – CC
Como a eletrônica do ADC só trabalha com níveis de tensão contínua, no caso da medição de sinais
de corrente e/ou tensão alternas, temos primeiro de modificar o sinal num processo de conversão AC
– CC. Esta conversão pode ser feita através de um circuito detector de média simples ou com
conversores RMS (média quadrática do sinal), eletrônica mais complexa baseada em amplificadores
operacionais.
Conversor Resistência-Tensão
O valor da resistência é medido fazendo passar uma corrente constante, conhecida, através da
resistência desconhecida, e medindo a tensão resultante.
Eletronicamente é realizado por meio de circuitos relativamente complexos, incluindo fontes de
corrente contínua estabilizada e amplificadores operacionais.
5. PARTE PRÁTICA
Monte o circuito elétrico mostrado na figura 7 e meça a tensão nos dois resistores com os
voltímetros analógico e digital, comente de forma crítica sobre diferenças nas medidas obtidas.
a) Bobina fixa Bc, constituída de duas meias bobinas idênticas (bobina de corrente);
b) Bobina móvel, Bp, à qual está preso o ponteiro (analógico) ou um mecanismo de relojoaria
(digital), colocado entre as duas meias bobinas (bobina de potencial);
c) Mola restauradora.
1.2 Wattímetro
A corrente que circula pela bobina de campo é a corrente de carga (i). A corrente ip (fasor muito
pequeno) é praticamente V/Z. Assim, o conjugado sobre a bobina móvel, depende do produto da
densidade de fluxo do campo (produzido pela bobina de corrente) e da corrente da bobina móvel
(bobina de potencial). Uma vez que ip + V/Z, o conjugado motor depende do produto V x i; se V e i
variarem no tempo (senoidais) o conjugado motor também variará; se as variações de V e i forem
muito rápidas (na prática é 60 HZ), a bobina móvel não poderá acompanhar este conjugado variável,
tomando uma posição tal que o conjugado resistente da mola restauradora (ou molas) se iguala ao
valor médio do conjugado motor produzido pela ação eletromagnética. Uma vez que o conjugado
motor depende de V x i, o conjugado motor médio é proporcional à potência média, ou potência
ativa.
Conjugado motor instantâneo α V(t) i(t)
O uso de ferramentas de medidas permite a ampliação ou redução das escalas dos instrumentos.
Existem dois tipos de transformadores de medidas.
O primário do transformador de corrente é ligado em série com o circuito cuja corrente se deseja
medir. O T.C. possui um pequeno número de espiras, com fio de grande seção, tendo portanto, baixa
impedância. Como as cargas ligadas ao secundário de um T.C. têm impedância muito baixa, seu
funcionamento é praticamente em condições de curto-circuito. Assim, o secundário de um T.C.
nunca deverá ser deixado em aberto, estando o primário energizado.
A Figura 3 apresenta o esquema de ligação de um T.C. em conjunto com o Wattímetro.
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O transformador de potencial é ligado ao circuito de mesmo modo que um voltímetro. Sua função é
variar (reduzir ou aumentar) a tensão aplicada aos terminais de potencial de um instrumento, como
por exemplo, O Wattímetro. Sua operação é praticamente com o secundário em aberto, devido à alta
impedância do circuito ligado ao seu secundário (bobina de potencial do Wattímetro).
2 . COMPROVAÇÃO PRÁTICA
Realize as conexões indicadas na Figura 4 e meça a potência consumida pelas lâmpadas (carga), a
tensão eficaz e a corrente eficaz das lâmpadas.
Desenhe um gráfico das formas de onda da tensão sobre as lâmpadas e da corrente total solicitada.
Como o fator de potência é unitário a potência medida pelo wattímetro é igual à leitura do voltímetro
vezes a leitura do amperímetro.
3 . FATOR DE POTÊNCIA
3.1. Definição
O fator de potência é a relação entre a potência ativa, em Watts, e a potência aparente, em V.A.
Assim,
P
FP
S
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Para cargas lineares, o fator de potência nada mais é do que o cosseno do ângulo de defasagem entre
a tensão e a corrente. Assim,
FP cos
No entanto, quando a corrente de entrada não é senoidal (cargas não lineares), esta definição
particular de fator de potência não pode ser aplicada.
Q representa a potência reativa, cuja unidade é o Volt x Ampére reativo (VAr). Pela figura,
S P2 Q2
1. INTRODUÇÃO
Neste ensaio serão mostradas propriedades básicas de circuitos trifásicos: tensões e correntes fase
neutro (ou de fase) e fase-fase (ou de linha); potência trifásica, diferença angular entre tensões de
fase e de linha. Para tanto será usado o varivolt: um autotransformador trifásico cujo primário está
conectado à rede do laboratório e o secundário é ajustável. O varivolt é representado na Fig.1:
Fig. 1: Varivolt
Procedimento
Procedimento:
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1. Com o varivolt desligado da bancada e com o cursor no zero, conecte três lâmpadas de 40W em Y
tal como mostrado na Fig. 2, e esse conjunto aos terminais da saída do varivolt. Conecte o
amperímetro digital numa das fases da conexão e o voltímetro entre as fazer R e N.
2. Ligue o varivolt à bancada e ajuste a tensão de saída em 220V. Meça a corrente de carga.
Fig. 2: Carga em Y.
Procedimento:
1. Com o varivolt desligado da bancada e com o cursor no zero, conecte três lâmpadas de 40W em
Delta, tal como mostrado na Fig. 3, e esse conjunto aos terminais da saída do varivolt. Conecte o
amperímetro digital numa das fases da conexão e o voltímetro entre as fazes R e S. Observe que não
há fio de neutro nesta conexão.
2. Ligue o varivolt à bancada e ajuste a tensão de saída em 220V. Meça a corrente de carga.
5. DESENVOLVIMENTO
Para a conexão em Y e em Delta, utilizando os valores medidos para a corrente e a tensão na carga,
calcule a potência consumida em cada fase da carga e também a potência trifásica. Responda ás
seguintes questões:
A potência ativa em um sistema de “n” fases pode ser medida por “n-1” wattímetros desde que as
bobinas de potencial estejam ligadas na fase a qual não tem bobina de corrente de wattímetro.
A Figura 1 apresenta uma carga trifásica ligada em Y a um sistema trifásico a 4 fios.
Figura 1
A potência ativa total é a soma das leituras dos três wattímetros, pois o ponto comum às bobinas de
potencial dos três wattímetros é neutro.
Se o ponto comum for uma das fases, a potência total é a soma das leituras de somente dois
wattímetros, conforme mostrado na Figura 2. Esta conexão é chamada de conexão ARON.
Figura 2
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O teorema de Blondel diz que se as bobinas de potencial dos três wattímetros forem ligadas a um
ponto comum, que não necessita ser o neutro, a potência ativa total é a soma das leituras dos três
wattímetros.
Figura 3
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Como os cossenos podem ser negativos ou positivos (dependendo se for maior ou menor que 90°)
P = W1 ± W2
Figura 4
Se ϕ > 60° R (fator de potência da fase R for menor que 0,5) as potências se subtraem; se ϕ < 60° R
as potências se somam.
Para se determinar se as leituras dos dois wattímetros são somadas ou subtraídas:
4 . PARTE EXPERIMENTAL:
Monte o circuito da Figura 5 com um quadro de lâmpadas e meça a potência total com apenas dois
wattímetros; realize a conexão ARON. Utilize um varivolt trifásico, um voltímetro, dois
amperímetros e dois wattímetros. Vá aumentando a tensão, através dos varivolt, até se obter 240V
entre fases.
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Figura 5
Mesmo sabendo que as leituras dos wattímetros devem ser somadas, realize o teste para verificar se
as potências devem ser somadas ou subtraídas.
A energia consumida num circuito monofásico de corrente alternada (C.A.), pode ser obtida através
do uso de medidores indutivos do tipo integrador. Na Figura 1 apresentamos o principio básico deste
tipo de medidor.
Figura 1
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O freio de Foucault (ímã permanente) gera um campo magnético responsável pela frenagem do
disco. O toque de frenagem irá proporcionar o equilíbrio dinâmico na rotação do disco, fazendo-o
girar a uma velocidade constante.
A potência ativa consumida pela carga será proporcional à velocidade do disco.
O número de voltas do disco por W.h. é chamado de constante do disco (Kd) ou seja,
Kd=XW.h/volta
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Um medidor trifásico pode ser constituído por um único disco com três conjuntos de bobinas (tensão
e corrente) defasados no espaço, ou de três discos fixos a um único eixo.
2 . PARTE EXPERIMENTAL
Monte o circuito da Figura 3 para medir a energia elétrica consumida pela carga.
Figura 3
a) Fazer a medida da energia consumida pela carga ao longo de um tempo (10 voltas do disco do
medidor de kWh);
b) Calcular, através da constante do disco, a energia consumida neste intervalo de tempo;
c) Através da medida do Wattímetro e do tempo medido, realizar o cálculo da energia consumida.
Comparar os resultados deste item com os resultados dos itens a e b;
d) Através das medidas do Voltímetro, Amperímetro e Wattímetro, calcular o fator de potência da
carga.
TCs de medição têm classe de exatidão 0,3 , 0,6 e 1,2 % , determinadas de acordo com os
paralelogramos de exatidão, onde são levados em conta os erros de relação e fase;
TCs de proteção têm classe de exatidão 10% , onde é levado em consideração somente o erro e
relação. De acordo com a ABNT, considera-se que um TC de proteção está dentro de sua classe de
exatidão, em condições especificadas, quando o seu erro se mantém dentro dos 10% , para valores
de corrente até 20 vezes a corrente nominal do mesmo;
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Os núcleos dos TCs de medição são feitos de materiais de alta permeabilidade magnética (pequena
corrente de magnetização, consequentemente pequenas perdas e pequenos erros), entretanto entram
em saturação rapidamente quando uma corrente no enrolamento primário atinge um valor próximo
de 4 vezes corrente nominal primária;
Os núcleos dos TCs de proteção são feitos de materiais que não têm a mesma permeabilidade
magnética dos TCs de medição, no entanto só irão saturar para correntes primárias muito superiores
ao seu valor nominal ( da ordem de 20 vezes), refletindo consequentemente em seu secundário uma
corrente cerca de 20 vezes o valor nominal desta (Fig. 1).
2 Características
Os enrolamentos primários têm geralmente poucas espiras, às vezes, uma única. Os enrolamentos
secundários, ao contrário, têm muitas espiras. A eles são ligados os circuitos de corrente de
medidores e/ou relés.
Segundo a ABNT, os valores nominais que caracterizam os TCs, são:
Relações nominais: é indicado, por exemplo, da seguinte forma : 120:1 , se o TC é 600-5 A Se
há vários enrolamentos primários (série, série-paralelo e paralelo), indica-se assim:
150 x 300 x 600 /5 A.
É definida pela tensão do circuito ao qual o TC vai ser ligado (em geral, a tensão máxima de
serviço). Os TCs usados em circuitos de 13,8kV , por exemplo, têm classe 15 kV.
d) Carga nominal
De acordo com a ABNT, as cargas padronizadas ensaio de classe de exatidão de TCs , são:
C2,5 ; C5,0 ; C7,5 ; C12,5 ; C25 ; C50 ; C75 ; C100 e C200 . A letra “C” se refere a TC e o valor
após, corresponde a potência aparente (VA) da carga do TC. Por exemplo, 5VA, 7,5VA, 12,5VA,
etc.
Todas as considerações sobre exatidão de TC está condicionada ao conhecimento da carga
secundária do mesmo. Os catálogos dos fabricantes de relés e medidores fornecem as cargas que os
mesmos solicitam aos TC’s.
Expressa a relação entre a máxima corrente com a qual o TC mantém a sua classe de exatidão e a
corrente nominal. Segundo a ABNT e normas internacionais, o valor máximo desse fator é igual a
20 vezes a corrente primária nominal . O FS é muito importante para dimensionar os TCs de
proteção, tendo em vista que os mesmos devem responder, de acordo com sua classe de exatidão
(10%), a valores de corrente bastante severos nos seus primários (correntes de curtoscircuitos).
d) Classe de exatidão
1) TCs de medição – Por norma (ABNT), têm as seguintes classes de exatidão: 0,3, 0,6 e 1,2%. A
classe 0,3%, é obrigatória em medição de energia para faturamento. As outras, são usadas nas
medições de corrente, potência, ângulo, etc..
Em geral, a indicação da classe de exatidão precede o valor correspondente à carga nominal
padronizada, por exemplo: 0,6-C2,5. Isto é, índice de classe = 0,6%, para uma carga padronizada de
2,5 VA.
2) TC’s de proteção - É importante que os TC’s retratem com fidelidade as correntes de defeito,
sofrendo, o mínimo possível, os efeitos da saturação.
Na Fig. 2, está representado o circuito equivalente de um TC, com todas as grandezas referidas ao
secundário, onde:
Por, exemplo:
Isto implica que apresenta um erro máximo de 10% , se a queda de tensão máxima no seu
secundário for 400V.
Por exemplo, se no secundário do TC estiver ligado uma carga Zc = 8, a corrente limite
secundária, que o TC ainda mantém a sua classe de exatidão (10%) , será:
Em resumo, deve-se especificar a tensão secundária máxima (ES, MAX) , a partir da qual o TC
passa a sofrer os efeitos da saturação, deixando de apresentar a exatidão de sua classe. Ou seja :
É o valor numérico que deve-se multiplicar a corrente primária nominal de um TC, para se obter a
corrente primária máxima, que poderá suportar, em regime permanente, operando em condições
normais, sem exceder os limites de temperatura especificados para a sua classe de isolamento.
Segundo a ABNT, esses fatores são: 1,0, 1,3, 1,5 ou 2,0.
É o valor eficaz da corrente primária simétrica que o TC pode suportar por um tempo determinado
(normalmente 1 s), com o enrolamento secundário curto-circuitado, sem exceder os limites de
temperatura especificados para sua classe de isolamento. Em geral, é maior ou igual à corrente de
interrupção máxima do disjuntor associado.
É o maior valor eficaz de corrente primária assimétrica que o TC deve suportar durante
determinado tempo (normalmente 0,1 s), com o enrolamento secundário curto-circuitado, sem se
danificar mecanicamente, devido às forças eletromagnéticas resultantes. Segundo a norma VDE,
vale 2,5 vezes o limite para efeito térmico, nas classes entre 10kV e 30 kV ; e 3 vezes, nas classes
entre 60kV e 220 kV.
Os TCs são monofásicos e suas conexões mais usuais são em estrela (Fig.4) ou delta (Fig.5). Para a
adequada conexão de TCs , é indispensàvel a identificação correta das polaridades dos mesmos.
Na ligação estrela, em condições normais de cargas balanceadas, apenas deverão existir correntes
de fase, porém na presença de desbalanços, a corrente residual (ires = iA + iB + iC), existirá e
corresponderá a 3I0 (Fig.4 ), desde que haja caminho para ela circular no sistema primário.
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O desempenho de um TC é avaliado pela maior tensão secundária que pode ser desenvolvida sem
ocorrer saturação.
Um método bastante utilizado para dimensionamento da carga secundária de um TC , para evitar
saturação, está dado a seguir.
Este método se baseia na comparação entre o valor da impedância nominal do TC com a impedância
total de carga ligada ao seu secundário. Se superar a impedância nominal, então o erro irá além da
sua classe de exatidão.
Nos TCs de múltiplas relações, é importante se conhecer a relação que ele está ligado para se aplicar
a fórmula:
Exemplo:
Resolução:
A carga nominal do TC para a relação 800/5 (160:1), é:
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Como a carga secundária é de 1,8, portanto, superior à carga permissível da relação (160:1), então
o erro excederá 10%. Haverá saturação.
Com o TC ligado na relação 200:1 (1000/5) , a sua carga nominal é 2, portanto superior a 1,8, o
que implica em um erro inferior a 10% . Não haverá saturação.
Neste trabalho serão abordados temas específicos relacionados a sistemas de medição de tensão e
corrente elétricas à freqüência industrial.
Dentro deste enorme complexo, existem necessidades de medição de amplas faixas de tensão,
corrente, potência e energia.
Medições até dezenas de ampères e centenas de volts são facilmente realizadas com instrumentos de
medição direta disponíveis no mercado.
A partir de certos valores, no entanto, as medições diretas tornam-se impraticáveis, por razões
econômicas ou de segurança.
Como interface entre o instrumento de medição e a grandeza a ser medida, é utilizado um
equipamento denominado transformador para instrumento, que basicamente transfere a energia
elétrica de um lado do circuito (primário), para outro lado (secundário), acoplados magneticamente,
com a diminuição da magnitude das grandezas para valores facilmente mensuráveis, provendo
também isolação entre o primário e o secundário.
As normas da qualidade como as da série ISO 9000, exigem calibração de todos os instrumentos e
equipamentos que possam afetar a qualidade de um produto (item 4.11.2.b da ISO 9001) e sem
dúvida, os TI’s introduzem erros, razão pela qual é necessária a calibração periódica destes
transformadores, aspecto muitas vezes negligenciado.
Basicamente, existem dois tipos de transformadores para instrumentos, de acordo com a grandeza a
ser medida:
Como qualquer outro equipamento, o TI também não é perfeito e apresenta erros. Estes erros
ocorrem devido aos fluxos de dispersão e perdas no núcleo e cobre dos circuitos primário e
secundário.
As normas NBR 6855 e NBR 6856 classificam os TI’s quanto à exatidão em três categorias,
chamadas de classe de exatidão.
Os TPI’s utilizados com finalidade de medição são classificados em três classes de exatidão: 0,3 -
0,6 e 1,2. Considera-se que um TPI está dentro de sua classe de exatidão, quando nas condições
especificadas, os pontos determinados pelos fatores de correção da relação (FCR) e pelos ângulos
de fase (γ) estiverem dentro do paralelogramo de exatidão.
TC (Transformador de corrente)
Os TC’s utilizados com finalidade de medição são classificados em quatro classes de exatidão: 0,3 -
0,6 - 1,2. Considera-se que um TC está dentro de sua classe de exatidão, quando nas condições
especificadas, os pontos determinados pelos fatores de correção da relação (FCR) e pelos ângulos de
fase (β) estiverem dentro do paralelogramo de exatidão.
Para a verificação de um TI de medição quanto à sua exatidão, deve se utilizar paralelogramos de
exatidão apresentados na figura 1.
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Figura 1
As coordenadas dos pontos a serem plotados nos paralelogramos são: eixo x = Erro de Fase; eixo y =
Erro de Relação ou Fator de Correção de Relação (FCR), cujos termos são definidos como:
Devido aos fatores já citados, ocorre um defasamento entre a tensão/corrente do primário para a
tensão/corrente do secundário, o qual é chamado de erro de defasamento.
Além do erro de fase, ocorre que a relação nominal de um TI (relação entre o valor nominal da
grandeza primária e o valor nominal da grandeza secundária), não é exatamente igual à relação real.
Esta diferença é chamada de erro de relação.
O erro de relação é geralmente apresentado em % ou FCR, definido como o fator que multiplica a
relação nominal (Kn), para se obter a relação real (Kr).
A relação entre o erro de relação e o FCR é dada por: (%)100(%)FCRep−=
Nos paralelogramos de exatidão apresentados, do lado direito são apresentados os erros e do lado
esquerdo os correspondentes FCR’s.
Além dos erros intrínsecos já mencionados, existem alguns fatores de ordem externa que são
importantes considerar:
Cada TI é projetado e especificado para trabalhar com cargas secundárias padronizadas pela
ABNT, que pode ser consultada nas normas NBR 6855 e NBR 6856.
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Cargas ligadas ao secundário maiores que as nominais podem causar erros acima das classes de
2) Tensão/corrente primária
Os erros do TPI ou TC dependem também dos valores aplicados no primário. Os erros são, em geral,
menores nos valores próximos aos nominais.
Existem vários métodos que podem ser empregados para a determinação dos erros dos TI’s. Um
método consagrado, devido à sua exatidão e praticidade é o método comparativo, utilizando-se uma
ponte de medição, que compara um TI sob ensaio a um TI com erros conhecidos e tomado como
padrão.
O LACTEC dispõe de uma ponte Schering-Alberti, com as seguintes características:
De acordo com as normas NBR 6856 e NBR 6855, os transformadores devem ser calibrados nos
seguintes pontos:
TC: 10% e 100% da corrente nominal, para cada carga padronizada especificada
TP: 90%, 100% e 110% da tensão nominal, desde vazio e todas as cargas padronizadas até a
maior carga especificada.
Para cada relação calibrada do TI, são determinados o erro de fase (min) e o erro de relação (%) ou
FCR.
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A medição de energia elétrica também estará afetada destes erros. Em grandes volumes de energia,
as perdas, do lado do vendedor ou comprador, podem ser significativas.
Erros desta natureza podem ser evitados calibrando-se os TI’s e utilizando os FCR’s para correção
dos resultados de medição.
Sistemas de medições complexos que envolvem TC’s, TP’s, voltímetros, amperímetros, wattímetros
e watthorímetros, devem ser verificados como um todo. Calibração de parte do sistema é insuficiente
para garantir a confiabilidade metrológica e dentro do rigor das normas da qualidade, certamente
evidenciaria uma não conformidade.
Os programas de calibração periódicas de todos os componentes dos sistemas de medição devem ser
implementados para se alcançar o pleno controle metrológico.
Em vista do exposto, conclui-se que para garantir estes sistemas de medição, é imprescindível
calibrar também os TI´s.
8.0 Referências
5. Medeiros Filho, Solon de. Medição de energia elétrica. 2. ed. Recife, Ed. Universitária,
Universidade Federal de Pernambuco, 1980. 483 p.
6. TETTEX A.G. ZURICH, Type 2700 Combinable testing equipment for instrument transformers,
Switzerland, 22 p